PRECISO SER PERDOADA
Quando senti suas maos me tocarem o ombro me virei com os
olhos marejados de lagrimas.
Temi sua reaçao e abaixei a cabeça para que meus olhos nao
o confrontassem.
Mas nao havia ira em seu ato, ele se abaixou me forçando a
olha-lo nos olhos.
O fiz tremula e minha angustia se expressou num pranto entre
soluços ele me fitou silencioso e observador.
Nao havia palavras as quais eu poderia expressar que traduzissem
o que sentia.
Ja nao fazia sentido me explicar diante do que ele testemunhara.
Ele possuia o livre arbitrio de crer em suas proprias conclusoes
independente destas serem verdadeiras.
Foi com pesar que o vi arrumar as malas e descer as escadas em
direçao a rua.
Fiquei parada tentando encontrar dentro de mim alguma explica-
çao que justificasse meu ato.
Mas meus pensamentos confusos nao me traziam alguma palavra
de acalento.
Nao havia nada a dizer e num lapso de desespero corri em sua di-
reçao me jogando aos seus pes.
Ele me olhou e uma sombra de desapontamento surgiu em seu
olhar, que me feriu como uma navalha atravessando meu coraçao.
Talvez se ele tivesse me batido, me feito sangrar a dor jamais se
compararia ao que senti na minha alma em ve-lo partir.
Tolas ilusoes que me vendaram os olhos, se eu enxergasse a ple-
nitude do sentimento existente jamais terido me deixado ser leva-
da.
Se houvesse um tempo para retroceder certamente eu nao falha-
ria.
E se neste momento eu pudesse consertar as coisas do meu cora-
çao sairia o pedido sincero de perdao.
Agasalharia-me em seu amor sem jamais duvidar do seu valor.
CAMOMILLA HASSAN