Carta ao meu amor

     O sol desperta com sua fome diária de calor e os primeiros raios de luz invadem o denso e obscuro céu de manhã cinzento. Um céu fechado e quase sem vida, abre-se e colore-se para mais um dia de luta e realizações: mais um lindo dia de pleno amor. Divido meu espaço com o belo e o bom, a fim de manifestar minhas emoções, na balança equilibrada de nossos sentimentos: sentimentos sólidos e reais. 
     Por um momento, penso na flor arrancada de seu pedestal e me revolto, entretanto, de imediato, posso sentir seu cheiro inebriante de rósea flor. 
     Decido pôr fim à acomodação inconseqüente e lançar-me a novas conquistas: conquistar espaços poéticos, musicais. Cresce dentro o peito uma sede avassaladora de sucesso. Degusto as poesias, os versos e as confissões adolescentes com todo o prazer que me advém, em sinal de gratidão por conceber esse processo de amadurecimento literário. Creio em meus pensamentos críticos e critico as desvantagens de ser poeta. 
     Certo dia eu me vi sem forças, quando te descobri tão sóbria e só. Fiz de meu braço um novo abraço. Abraço forte, companheiro. Busco sê-lo. 
     Procuro, no suor do dia-a-dia, a essência da vida, da minha vida e transporto para nós o que de positivo se apresenta. Sem dúvidas, temos amor correndo nas veias: amor fluidificado, jamais coagulado. 
     É verdade que somos diferentes ou indiferentes a esse mundo conflitado, que certamente apenas coabitamos. Essa é nossa maior verdade. 
     O sol já me parece cansando de brilhar, quer dormir novamente. Eu não quero mais dormir: Jamais dormirei até vencer em mim, vencer em ti, vencer em nós. 


                                                                                            Eternamente Teu!