A flor
Em pensar que o olhar diz tudo... Sabe que o mais engraçado é a forma que se olha?
Mesmo que não seja para os olhos... Com você eu aprendi a olhar através da voz, através da memória. Pensar em ouvir novamente a voz de quem se estima ou preza... Não sei... Complexo demais para mim. Aquele perfume, aquele toque. Realmente aquela música que me lembra determinada história ou fato, existe sim, mas não sei quantas certezas eu tenho. Lendo outro dia, aprendi sobre a composição da água, que sem dúvidas é um dos elementos mais puros. Então deve ser por isso que aquele seu olhar, inundado de lágrimas, foi sincero o bastante.
Estranho ou não, desde aquele dia, nunca mais vi você. A memória sempre está presente, O olhar da voz, o olhar dos lábios, enfim... O olhar das memórias. Apaixonado? Não! Não! Desespero? Não! Arrependimento? Não sei quantas certezas eu tenho... Era outono e eu me lembro das folhas caindo, dos seus cabelos ao vento e da sua felicidade. Memórias que ficaram sabendo que você não voltaria. Eu deveria ter guardado as minhas memórias junto com “Pandora”, para que quando ela fosse aberta você voltasse.
Anos se passaram e as memórias diariamente me perturbam. Incomodam meu coração. Sabe o que mais dói? É saber que você não voltará... Tive a chance de guardar você para mim e deixei a flor do amor ir para outro jardim. Hoje eu levo flores... Uma flor para uma flor? Antes fosse. Deixar flores em sua lápide é uma tentativa de que você floresça com elas. Não queria ser o saudosista que sou hoje. Um dia, sem certeza ou não, serei o jardineiro novamente...
Escrevo, mesmo sabendo que não terei respostas, quem sabe ainda essa vida me mostra o sonho que eu e você perdemos, pois ainda não aprendi a dizer adeus. Mas eu te guardei sim. Guardei onde ninguém remove: Em meu peito.
Em breve nos veremos,
Ass: Aquele que te amou até que seus olhos se fechassem pela última vez.