A rosa vermelha para meu eterno amor
Minha queira amada,lembra-te daquela pracinha,sim aquela pracinha em que beijei-te pela primeira vez,ainda hoje sonho com ela.
lembro -me das crianças brincando,principalmente daquela menininha de cabelos encaracolados,aquela de cabelo ruivo,onde disse que poderia ser nossa filha, e você chorou, e não suportando tamanha emoção,as lágrimas invadiram meu rosto, e nos vimos num pranto maravilhoso,onde as lágrimas não puderam ser contidas.
Estou lhe escrevendo para lhe dizer,que num ato de coragem,ou talvez de loucura,resolvi voltar lá. Quanta tristeza,quanto vazio ,pois minha alma sentiu se como se estivesse no limbo numa viagem sem fim.
Em cada roseira ali plantada,eu lhe vi...Chorei muito...E ainda mais,quando um menino chegou até mim, e pediu me que amarasse seus sapatos,o fiz porque não tive como correr dali.Porque lembrei dos filhos que não pude ter com você. E hoje ali naquele instante,pedi a Deus,que me desse novamente a oportunidade de novamente de voltar no tempo e dar-lhe este presente...Um filho. Mas, eu só pensava em nossos bens materiais,pensando ser eterno,não preocupava com a vida e os descaminhos que ela poderia nos causar.
Então perguntei aquele menino seu nome, ele respondeu que se chamava Julio. Ai então que derramei em prantos,pois era o nome que você havia escolhido para nosso filho. Então levantei-me dali,e fui aquela roseira e apanhei novamente uma flor...A tomei em minhas mãos,cheirei-a demoradamente,e novamente voltei no tempo, e vi lhe oferecendo aquela rosa. Vi seus olhos negros brilhando,e duas lágrimas a rolar, e você dizendo me amar... Não sabes o quanto o arrependimento hoje toma conta de minha alma. Minha solidão, me massacra,tenho tantos ao meu redor...Mas de nada adianta,pois você não está comigo...
Então,minha amada,peguei aquela rosa e fui onde vou todos anos,neste 14 de agosto...
E lá chegando sua fotografia ainda estava com o mesmo brilha da bela e linda mulher que tu fostes,meu grande amor,minha única paixão, a razão de minha existência...Então ajoelhei-me com muita dificuldade ,peguei uma vela acendi...Coloquei a flor em seu túmulo..como prova de meu grande e eterno amor por você...
Antonio de Almeida Andrade
14 de agosto de 1822