a um possivel amor...

A vida inicia abrindo em nosso redor um primeiro circulo, a assim conforme vamos avançando vamos fechando um circulo, vamos abrindo outro novo.

Acontece, no entanto, quantas vezes, abrimos círculos que nunca se fecham, e nos doem, nos doem com tamanha intensidade que imaginamos feridas internas a corroer intensamente cancros no espírito, que a vida própria envenenam.

Então temos de quebrar essa roda, ou nossa mente jamais obtém sossego.

Contigo aconteceu algo assim. Eu não queria acender essa chama, que a sua vez é tão intensa. Mas chegas-te a mim num tempo em que a manha e primavera e que vida e fácil no riso e onde minha mente navegava fracas águas, que divagam,

E tu continhas uma alma, mesmo um coração amável e dissidente, que eu admirava, admiro, sem poder acreditar neste cosmos ter cabida, de maneira tão sensual.

E devi perceber, mas não percebi as dificuldades que da paixão levam ao excesso.

Assim que agora de novo me apresento a ti para tentar mudar caminho incerto: e peço desculpa por todo incomodo. Não tinha direito bem sei a inçar sonhos néscios que criam desconforto. Sinto também ainda agora não dominar o meu desejo. Mas esta carta esta escrita a tanta distancia... E no fundo dos teus olhos quando acercas a mirada: a minha vida renasce. Não é fácil, nunca foi fácil, mas os homens erguem ilusão sem ter em conta a quanta gente fazem dano. E precisam depois da mentira para ocultar sua causa.

Não é fácil, mas eu tenho que apagar esta ferida. E sei que não tinha direito escrever-te os versos que concebi com um amor tão límpido como a fontes do Niagara.

Sei que não tinha direito a compartilhar contigo um tempo que não me pertence. Mas era tão simples imaginar-me a teu lado... E descobrir que procuras a verdade que tentam roubar-nos.

Conheço de ti outras formas que ainda a luz não brotaram. Podo descrever cada angustia que assoma a teu rosto na forma interior duma lagrima. E vejo através dos teus poros, os nervos retidos a força de tantos anos com uma vida trabalhada em contra da própria natura. Mas quem sou eu para ousar dizer-te ao ouvido as palavras que abarcam alívios.

Devo fechar este circulo, devo renunciar contigo, aquilo que nos foi concedido pelos Deuses que juntaram, como ou sem acerto, nossos frigíeis caminhos: não sei tal vez um momento retido para iniciar esse amor que traz a paz e harmonia, aos corpos que se reclamam para unir um coração dividido em dois peitos contínuos.

Mas quem sou eu para incitar um rumo que ambos assusta. E tememos deitar tanto esforço construído, ate chegar a este ponto, tal vez sem retorno.

Devo afrontar para assim ter-te, ter-me respeito: que nunca mais te olharei com desejo, e depois tentarei aceitar-te como és, como sonhas-te ser comigo, para tentar de novo, chamar-nos de amigo.