Carta ao Mestre

Cara amiga, por tantas vezes minha mestra.

Resolvi mudar o texto original que havia lhe mandado, pois ponderando sobre o mesmo, veio a minha mente que críticas e apontamentos não são exatamente aquilo que precisa ser escrito.

Acredito que pouco adiantaria todas as críticas ou fatos históricos que comprovassem minhas palavras, afinal dogmas e fanatismo se alimentam da intolerância e da ignorância.

Bem sei que a luta de meus irmãos e irmãs de outrora, queimados ao fogo vítimas de bestialidade e do medo, pelo direito ao livre pensar se perderia ao vento, se assim usa-se das mesmas armas daqueles que temem o amor fraterno, e as leis Universais.

Por isso, assim como o grande mestre humilde, ao ódio ofereço minha outra face, pois não será com imposições, críticas ou intolerância que mudaremos o mundo aonde vivemos.

Lembremos sempre que cada homem e mulher, esta no grau de desenvolvimento espiritual que lhe compete, é cabe a todo místico ou buscador sincero, não a critica voraz, mas o ensinamento fraterno e amoroso das leis.

Tanto a fé cega como as verdades absolutas são burras em sua essência, assim sendo quando o homem livre de preconceitos e dogmas, busca no Deus de seu coração a verdade que o liberta, há enfim sua evolução.

A atual sociedade assim como seus modelos econômicos ou religiosos provaram há tempos seu fracasso, o consumismo exacerbado, a falta de valores, o ódio entre classes, à intolerância e ignorância, as guerras por poder, as crianças nas ruas, velhos em asilos, doenças e pestes, o sexo vulgarizado, a violência desmedida, a falta de cultura, o declínio das artes, a falta de Amor, são o mais fiel retrato de nossa atual sociedade.

Porém, bem sabe que a nova era se anuncia, e com esperança vislumbramos a chance de reconstruir o homem, e assim reconstruir um novo mundo.

Um mundo onde trocaremos a religiosidade pela espiritualidade, fomentando no coração do homem o amor fraternal ao próximo, o respeito às diferenças e escolhas, o perdão, e a liberdade do livre pensar.

Ensinando assim, que o auto-conhecimento é a verdadeira busca para o encontro com Deus, que o homem em sua plenitude pode experimentar.

Sendo então um único povo, buscaremos na fé movida pelo conhecimento, o amor à criação e ao nosso Criador.

Assim entenderemos que o verdadeiro milagre esta na vida, e dela faremos o bem mais precioso já visto.

Pois não tementes a Deus, compreenderemos finalmente que nenhum pai condena seu filho, ou quer que ele sinta medo, ou o atira as sombras, ao contrário e pacientemente, faz da vida sua escola, e espera ansioso o retorno de seus filhos.

Por fim, se a humanidade for capaz de fazer isto que lhe escrevo, teremos enfim realizado o sonho de tantos mestres e Iluminados que aqui passaram, de um mundo repleto de amor, paz, tolerância, perdão e respeito ao próximo e a nos mesmos.

Pax et lux.

dos Santos
Enviado por dos Santos em 02/08/2008
Reeditado em 28/12/2008
Código do texto: T1109504
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