Porquês
Porquês?! São constantes.
Explicações?! Não as tenho.
Queria eu resenhar sobre razão e paixão, para depois lê-las aos miúdos tentando decifrar os mistérios deste tecer.
É pena! Tais mistérios só percorrem sobre a brancura de minha alma, não se dão às páginas, pois não caberiam nas suas estreitas margens.
Queria eu saber que razão há em se forjar no peito uma paixão que não se pode viver, queria saber também qual paixão viverá da razão.
Queria saber por que os porquês se dão sem respostas, por que a paixão é amante da loucura e por que a razão não se enverga ao profano.
Por quê?
Por que os sonos se perdem em meio à madrugada?
Por que a razão me faz calar?
Oh, Deus, tu que me destes estes pesares olhe para mim com respostas cabais, porque minhas refutações gladiam do matutino ao noturno.
Deus, oh Deus, tu me deste o direito de escolha. Por que então não me dás a facilidade de escolher?
Explica-me a razão desta paixão sem fim e o porquê desta paixão ter se tornado a razão de meu viver.