Ah! Coração...

13 de julho 2008

Ah! Meu compadre, cunhado amigo!

Você nos deixou! Por quê?

A maravilhosa disposição do universo que tudo sabe e pode, o convocou para novas atividades. Necessitaram com urgência de um homem sábio, que “fala como falam as pessoas simples”.

Do engenheiro civil, geólogo, metalúrgico, o Intelectual, do fazendeiro.

De gente que foi semente no anseio de frutificar, e do fruto na forma de se dar.

Do coração que doou, mas não se preocupou com a colheita.

Depois de uma maratona de exames, fotografias de seu coração, de esperanças desvanecidas, olhar caracterizado pela presença imperativa nos passavam seguinte mensagem:

- Doutor, nada mais de exames. Dentro deste coração você encontrará saudades.

Lá estará gravado, o rosto meigo, suave, de minha mulher, companheira do qual vivi quarenta e quatro anos; Fortalecemos nosso amor e união nos momentos mais difíceis, de maior dor, perda, sofrimento, nas alegrias, naquela soma dos dias... e de minha filha.

Encontrará decepções, preocupações, lágrimas ocultas, a saudosa lembrança do filho que nos deixou com seus vinte seis anos!

Rapaz belo, saudável, trabalhador, bom, - Ser do nosso ser!

Encontrarão lembranças mais lembranças guardadas neste cofre do coração - pais, irmãos, amigos sinceros, e, mil agradecimentos a Deus por tudo de bom e útil que recebi ao longo desta vida.

Não, não toque no meu coração com suas tesouras e agulhas, elas poderão machucar minhas lembranças. E se tal acontecer... À vida não me terá serventia.

Você grifou em um livro a seguinte frase;

“Como é estranha à presença da ausência”.

“Senhor, que esta ausência se transforme em saudade e na certeza de que sempre estará conosco”.

Meu compadre, você nos deixa a lição de ver o mundo com o coração, amar e ajudar a todos que se aproximem - principalmente os necessitados e humildes.

Minha querida irmã Ângela, sua amada mulher, Suzana, como todos nós, vivenciamos grande vazio.

Mamãe com noventa e um anos, em sua fortaleza, - alma amargurada, abre o braço acolhedor levando palavras de carinho e conforto.

Estamos aqui amigo, lágrimas nos olhos, o ser dolorido, mas a sua presença – É e será Presença, para todo o Sempre.

Esteja com Deus, com os Grandes Mestres, e em seu caminho luminoso,

Não se esqueça de nós.

"Para colher doce paz e descanso - Semeie com sementes do mérito os campos de futuras colheitas."

(Helena Blavatsky)

Marília
Enviado por Marília em 20/07/2008
Reeditado em 19/03/2015
Código do texto: T1089868
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