Nosso Amor.. III.* Elton das Neves//Edna Lopes

Nosso Amor...*

Parte III - “O nosso amor é como um grão...”***

Ocorreu porque fomos individualistas demais, egoístas demais no nosso jeito de amar. Quando deixamos de ser “nós”, quando escolhemos apenas olhar para os nossos umbigos, quando deixamos que a rotina do cotidiano nos engolisse, com os nossos afazeres do dia á dia, quando trocamos a companhia necessária um do outro para nos dedicarmos mais e mais ao nosso trabalho, achando que naquele momento o dinheiro e o pagamento das contas seriam o que havia de mais importante.

Quando deixamos de conversar um com outro nos raros momentos de folga, nos fins de semana e optamos por tolos programas na televisão ou por navegar de site em site. Quando deixamos coisas tão simples, mas tão necessárias para alimentar a vida de um casal, como andar de mãos dadas, namorar no banco de uma praça e ali ficarmos, nos curtindo, nos beijando, rindo das tolices um do outro. Quando deixamos de fazer coisas que nos encantavam como ver o sol nascer ou se pôr, sentados numa praia, ir ao cinema e nos empanturrar de pipoca e sorvete, feito crianças.

Deixamos de regar nosso amor, quando nos descuidamos um do outro. Quando deixamos de compartilhar nosso dia-a-dia. Quando deixamos de dizer um ao outro “eu te amo”, sempre que tínhamos vontade de fazê-lo!Deixamos de viajar, de sair, jantar fora, ou em casa mesmo, como um casal que gosta da companhia um do outro. Quando não fazemos mais surpresa um ao outro, como um jantar á luz de velas, um presente fora de qualquer data e o pior de tudo, quando deixamos de nos olhar com sinceridade e, mesmo vendo e percebendo que dessa forma, o nosso amor morria um pouco a cada dia, nada fazíamos, só nos recriminávamos, atribuindo culpa um no outro, achando que já não nos importávamos mais e que seria inútil tentar salvar nosso relacionamento.

Deixamos de regar o nosso sentimento. Eis aí, minha querida, o segredo dos casais que envelhecem se amando: eles descobriram com os anos de convivência, que o amor é como uma plantinha que todos os dias deve de ser regada, alimentada, como AFRODITE me mostrara, ao regar aquela rosa branca trazendo-a de volta à vida. A mensagem fora dada. No meu sonho, a própria deusa do amor sugeriu-me através de seu lindo olhar, que eu deveria presentear o meu amor com uma rosa, que lhe abrisse meu coração e contasse sobre meu incrível sonho. E que nos dessemos uma nova chance, um novo recomeço e que voltássemos a ser sempre os enamorados que sempre fomos, antes de banalizarmos nossos sentimentos.

Creio que a magia da deusa, através deste fantástico sonho e de sua encantada flor, nos ajudará a resgatar nossa paixão. Meu coração me indicou que nem tudo está perdido. Por isso te envio esta carta e esta rosa no vaso. Com elas, muita fé em nós e a esperança de que retomaremos nossa vida, nosso amor.

Hoje, minha amada, deixei a primavera entrar pela nossa porta, trazendo com ela além da beleza e do perfume das flores, a canção dos pássaros. Espero que a chegada desta estação venha acompanhada pelo amor que renasce, que desfaz toda dor. E que ele nos cante uma linda canção, nos presenteie com seus mimos e que me alimente para sempre com o desejo de conquistar o teu amor, a cada dia de minha vida.

Eu te amo, te quero e te espero.

*Texto adaptado por mim a partir da prosa poética “O Regador do Amor”, da autoria de Elton das Neves, o Anjo das Letras (http://eltondasneves.blogspot.com/), um amigo recantista. A seu pedido, reescrevi o texto preservando a idéia, o enredo, os personagens e todo o “clima” intimista que havia no texto, mas agregando ao mesmo, meu estilo de escrita, um refletir e um olhar feminino. Elton me deu “carta branca”e fiz bom uso dela!

Enfim, uma produção a quatro mãos. Gostei do resultado. Torço para que gostem também.

Elton, obrigada por sua confiança!

***Drão- Gilberto Gil