Desabafo

15 de outubro de 2004.

Oi, como vai?

Espero que esteja bem. Já eu, vou levando. Sinto muito a sua falta. Às vezes me desespero. Dá vontade de gritar o seu nome, mas me contenho, pois sei que não haverá retorno.

Para ser sincera, não esperava em apaixonar assim. Juro, eu não queria, evitei o máximo possível, procurei não criar ilusões, mas ninguém manda no coração.

No fundo sempre tive uma esperança de você voltar para mim. Tive essa esperança até o último segundo, mas foi tudo em vão. Eu sei, a culpa também foi minha e desse meu orgulho. Tentei fingir que não sentia mais nada por você, acabei foi perdendo meu tempo. Pois, quando resolvi te dizer a verdade, já era tarde demais.

Queria que sentisse o mesmo por mim, mas que fosse um amor sincero e não forçado. Queria que você me amasse por amar, sem motivo. Não porque seria o melhor a fazer ou por pena de mim.

Penso que se eu pudesse voltar no passado faria tudo diferente para não te perder. Mas não sei como, se fiz tudo certo. Penso que aproveitaria cada momento que passamos juntos melhor, mas aproveitei o máximo possível.

Talvez, o nosso desencontro seja coisa do destino e ele não podemos mudar. Fico tentando achar onde foi que eu errei, o que foi que eu fiz? Mas, não encontro nenhuma falha. Não deixei de te amar, não traí, não finge, não menti para você.

Coloco a culpa em você, mas para todos os seus erros encontro uma explicação. Enfim, chego a conclusão de que nunca me amou. Mas não consigo aceitar que tudo o que vivemos não significou nada para você.

Sinto-me uma idiota escrevendo esta carta rídicula. Quase a rasguei, mas penso que o amor não é ridículo e desisto.

Sei que cada lágrima que derramei por você foi em vão, mas não consigo contê-las. Tuas mãos... Teus olhos... Teu sorriso... como posso te esquecer? Me ensina, por favor, não tô a fim de sofrer. Os lugares que fomos... tudo o que falamos... seu beijo... seu cheiro... É impossível tirar da cabeça.

Confesso, procurei em outros braços teus abraços, mas em nenhum deles encontrei o aconchego e a maciez que encontro nos teus. Eu te vejo, te desejo, mas para não te tocar, melhor nem te ver. Sinto falta do carinho, só não sei porque tudo acabou.

Não sei porque estou lhe dizendo tudo isso, é que eu precisava falar-te tudo o que sinto, se não iria explodir por dentro.

Às vezes, penso que esta distância entre nós é boa, pois estou longe de você. Mas mesmo longe sei que vou sofrer.

Quero que saiba que estou no mesmo lugar, caso queira voltar...

Ufa! Desabafei!