AINDA TE AMO




Foi naquela quarta-feira em que beijei os seus lábios rosados em nosso primeiro encontro, e o calendário abalizava na folhinha exposta, o dia 12 de março de 2003, eram as nossas palavras que emitiam os sintomas de uma amizade deflagrada em cada estampido. Ainda me lembro que as horas se abreviavam no crepúsculo daqueles instantes tão desejosos e me arrastavam em querer prolongar os segundos. Esta é a razão mais propícia de rememorar as folhagens majestosas do nosso amor.

Entendo, e tudo me faz crer que o nosso apego cristalizou por vários meses, dias, horas, minutos e segundos nas viradas de cada amanhecer, no romance entrelaçado que parecia uma união perpétua aos nossos olhos. Confesso-te que não suportaria olhar as estrelas deslocando na escuridão do universo, sem você e tão sozinho observar como se apresenta nesta atualidade o meu viver. Meu amor! É sofrível admitir que naquela época não pudéssemos ponderar um futuro mascarado nas ilusões da nossa existência, mesmo que não houvesse o clarão dos astros nos céus, eu teria como recompensar os meus ensejos com a sua presença brilhante nas minhas pupilas. Mas, as chaves das consequências não deveriam existir na meta razão de que a evolução biológica é capaz de transformar e renascer situações diversificadas do que traçamos.

Não aspiro resgatar o tempo perdido e que ficou nas memórias do nosso hemisfério doce e singular, apenas demonstrar na face desse silêncio que sou capaz de provar o quanto te amo e sou apaixonado por você. Eu acho que já provei nos sonhos a realidade combatida no clamor que respingava com fervuras amorosas o quanto gosto de ti. Ao ler a minha carta, reflita e revele nos cordões do passado as paredes desse enlace que nunca se apagaram dentro de mim, porém, não posso sentir a sua distância quando vejo o céu à noite e recordo o quanto foste importante para mim. No entanto, eu preciso de seus carinhos e sua amável compreensão que sempre demonstrou no meu coração.

Venha! Meu amor! Eu estou à sua espera, porquanto, nem mesmo o tempo foi capaz de mudar ou abreviar o meu sentimento por você, assim como o brilho das estrelas nunca mudaram para outro lugar, ou modificaram as suas estruturas moleculares. Por isso, ainda lhe aguardo, perdoando-lhe os caminhos e trilhas pisadas de um erro na qual somos passíveis na humanidade.

Com um beijo em seus lábios daqueles em que olhávamos a lucidez das estrelas à noite. Embora, amando-te intensamente, logo o entardecer desaparecerá com a vinda do amanhecer, pois ainda te quero.

Amo-te mesmo com ou sem a claridade das estrelas.


ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 09/07/2008
Reeditado em 22/11/2012
Código do texto: T1071685
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