Carta de Amigo - A Dante Alighieri
Caro amigo Dante Alighieri,
Após ter lido sua comédia divina me perguntei: por onde anda Virgílio? Desde então não o vejo mais. Talvez esteja ele esperando nova data para sair do Limbo.
Sabe que nesses dias que me pegam a buscar novidade busquei algo que há muito deixou de ser antigüidade. Imagine você que algo antigo pode ser novíssimo hoje em dia. É, sabe quando você citou "il maestro di quelli che sanno", pois é, estou praticando a dialética com Aristóteles. É certo que o fato de conversar e pensar andando me deixa tonto. Mas é a maneira de Aristóteles ensinar metafísica.
Trocando de assunto, como está sua Beatrice? Haja vista que depois do livro "Paraíso" eu acreditei que haveria um prêmio dos céus para você.
Outro dia, pensei na sua jornada através do Inferno, Purgatório e Céu. Digo que entendi paulatinamente sua jornada e aprendi que para se ter o amor da vida temos que fazer o impossível, pois o que se revela em verdade há muito existe no colo de Deus. E é sobre isso que gostaria de lhe falar. Havia eu acreditado por grandes passos de tempo em coincidências e destino. Até presenciar sua trajetória por círculos intensos e infernais. Julguei o acontecimento como o fato que já houvesse de acontecer. Entretanto, vi a todo tempo você escolher o caminho a seguir mesmo com ajuda do nobre Virgílio. Sabe, amigo, quando acompanhei você e Virgílio, tive medo. Não só porque estava indo para o inferno, mas sim porque eu não era Deus e também não conhecia o que os homens podem fazer para suas vidas para serem condenados para sempre.
Lamento enormemente que você tenha visto poucas vezes e nenhuma vez tenha sequer acariciado o rosto de Beatrice. Daí, creio eu que seja tamanha dor e o porque de tanta poesia. Agradeço todos os seus tercetos. É bem verdade que o amor abre os céus assim como as estrelas e o seu verso está salvo nas paredes do cosmo e na ressurreição do Amor. Atualmente, eu busco saciar-me de sua Vita Nuova.
Ah, não lhe disse isso: passei onde você morava lá em Firenze e você não vai acreditar - Colocaram seus versos nas paredes da rua e a rua tem o seu nome. Vi sua casa. Tudo em perfeita harmonia assim como os seus tercetos.
Abraços divinos,
Caro amigo Dante Alighieri,
Após ter lido sua comédia divina me perguntei: por onde anda Virgílio? Desde então não o vejo mais. Talvez esteja ele esperando nova data para sair do Limbo.
Sabe que nesses dias que me pegam a buscar novidade busquei algo que há muito deixou de ser antigüidade. Imagine você que algo antigo pode ser novíssimo hoje em dia. É, sabe quando você citou "il maestro di quelli che sanno", pois é, estou praticando a dialética com Aristóteles. É certo que o fato de conversar e pensar andando me deixa tonto. Mas é a maneira de Aristóteles ensinar metafísica.
Trocando de assunto, como está sua Beatrice? Haja vista que depois do livro "Paraíso" eu acreditei que haveria um prêmio dos céus para você.
Outro dia, pensei na sua jornada através do Inferno, Purgatório e Céu. Digo que entendi paulatinamente sua jornada e aprendi que para se ter o amor da vida temos que fazer o impossível, pois o que se revela em verdade há muito existe no colo de Deus. E é sobre isso que gostaria de lhe falar. Havia eu acreditado por grandes passos de tempo em coincidências e destino. Até presenciar sua trajetória por círculos intensos e infernais. Julguei o acontecimento como o fato que já houvesse de acontecer. Entretanto, vi a todo tempo você escolher o caminho a seguir mesmo com ajuda do nobre Virgílio. Sabe, amigo, quando acompanhei você e Virgílio, tive medo. Não só porque estava indo para o inferno, mas sim porque eu não era Deus e também não conhecia o que os homens podem fazer para suas vidas para serem condenados para sempre.
Lamento enormemente que você tenha visto poucas vezes e nenhuma vez tenha sequer acariciado o rosto de Beatrice. Daí, creio eu que seja tamanha dor e o porque de tanta poesia. Agradeço todos os seus tercetos. É bem verdade que o amor abre os céus assim como as estrelas e o seu verso está salvo nas paredes do cosmo e na ressurreição do Amor. Atualmente, eu busco saciar-me de sua Vita Nuova.
Ah, não lhe disse isso: passei onde você morava lá em Firenze e você não vai acreditar - Colocaram seus versos nas paredes da rua e a rua tem o seu nome. Vi sua casa. Tudo em perfeita harmonia assim como os seus tercetos.
Abraços divinos,