Meio

As luzes só estão meio acesas, e meu copo está meio cheio

Nossos olhos estão entreabertos e nossas intenções estão paralisadas.

Confesso-te, meu coração é meio gélido, minha mão está meio fria, mas eu não quero um meio abraço.

Meu coração está meio disparado...

Eu posso sentir o teu perfume adocicado, meio como aquela tarde em que você costurou os primeiros fios da nossa nova roupagem...

Eu ouço uns violões ao fundo...

O fato é que a janela está meio aberta, o vento nos deixa meio embriagados, a Lua nos contempla...

Percebe, percebe o quanto é engraçado?

Por que agora então você não bebe os meus sentimentos?

Por que fitar tanto assim meus olhos

Tentando entender-me?

Eu estou farta de tanto ermo que vai de mim pra você...

E então você me pergunta novamente sobre os medos de uma jovem moribunda

Sobre os sonhos lânguidos de uma pequena menina

Lançando-me um olhar indecifrável, porém afável...

Mil perguntas, algumas meias verdades

Você enche um pouco mais meu copo, que te reflete olhando pra mim...

Tanto emaranhado...tanta confusão, mas não vou aqui fingir uma incompreensão

Eu meio que sei, o que você meio que sabe