A boca inversa

A boca inversa

Durma calado, bom amigo

disponha das minhas escritas.

Enlargue minhas visões

das suas palavras que não foram ditas.

Benditos sejam os poetas

que se lembrarão de ti.

Eu mesmo lembrei com tanta força

que até esqueci de sorrir.

Num quero-quero te resguardo,

e no mais mais me envolvo

não sei se eu apenas escrevo,

ou se choro com pesado fardo.

O bramir de tais museus

ou as pessoas que nunca te lerão,

coração parado, a boca inversa

e o bem-maldito caixão.

Que é cama em que se serve

e cochila num limiar arregaçado.

Bons sonhos, querido amigo.

Sempre terei você ao meu lado.

Adeus.