Carta de Amigo - Carlos Drummond de Andrade
Caro itabirano do mato dentro,
Estou hoje com pés gelados nesse início de inverno de 2008 e acabei lembrando de você, amigo. Lembrei-me primeiramente porque na matéria do amar é você que me disse que amar se aprende amando e até no amor natural você explicitou a mais doce obra de Dante.
Decidi assim viver como amar e vivendo aprendi a viver como amando aprendi a amar. Naturalmente, é muito Amor para se ter. Entretanto, todo o amor que ora se tenha, pouco é para o futuro. Talvez é ai que entra seu menino, o utrajovem João Brandão.
Como uma vez você disse, somos contemporâneos de incríveis como Shakespeare, Ovídio, etc. Mas é de você, caro Amigo, que sinto o maior afeto por ter-me mostrado sua pedra que estava lá no seu caminho como um problema matemático que todas as pessoas possuem.
É amigo, sua obra é mesmo muito bonita e lendo-a é que quis ler a história de Robson Crusoé.
Abraços para o maior dos Itabiranos!!!