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Guarulhos, dia...tanto faz... Do mês...não faço idéia... De 2006
Sabe é estranho, estava pensando no que mudou e no que continua igual em minha vida.
Tudo o que eu achava ruim perdeu a importância com o tempo, pena que o que eu achava bom também. Antes eu estava sozinho, triste, me sentia pequeno. Me dei conta de que todos nós que estávamos sozinhos, estávamos juntos. E isso me afastou um pouco mais do mundo. Estranho?
Hoje em dia, como antes, eu complico as coisas, tudo que é fácil fica pesado, sair de casa é difícil, pegar um ônibus é difícil, mas é tudo tão fácil você me diria.
Sabe, acho que acreditei por tanto tempo nas mentiras que contei, que passei a existir nelas, e com cada vez mais força.
Hoje como antes, tenho insônia, e tento descobrir quem sou. Sempre baseado em quem fui, não consigo começar do zero, preciso sempre de um rascunho para iniciar o texto.
“Faça a sua história”... eu fiz, estou fazendo, mas... De que adianta um bom livro sem um bom leitor?
As coisas não ficaram mais fáceis como você me disse que ficariam, mas eu cresci, e passei a enfrentar de outro jeito. Acho que era isto que você queria me dizer.
Não há grandes novidades para contar, acho que você já percebeu isto, continuo o velho menino, ou menino velho como você dizia. Continuo escrevendo, mesmo sem entender o porquê de tanto esforço. Penso pouco em você, alias, este ano é a primeira vez que penso, mas prometo não pensar mais. Esta é uma despedida, de verdade, eu preciso “continuar” como você me disse. E é o que vou fazer.
Até a próxima vida. Te amo.