Perdoe-me

Cálido coração que almeja os gélidos lábios da moça de neve

Tépida é a sensação do momento

Pois ela te renega

Como se tú fostes o verme da maçã empodrecida

Enebriado estás, pela sua face rosada e seu aroma adocicado

Com o que sobrou de sua alma, tempestuosa alma

Clama pela brancura de sua pele, e pela brandura de seus atos

Fita teus olhos em seus cabelos negros, límpidos, esvoaçantes...

A dança poética de seus quadris

A simetria clássica de um quadro perfeito

Seus gestos singelos, seus olhares lânguidos...

Seu sorriso afável, seu estar cativante

Ó alma encantada, que tenhas misericórdia desse pobre ser

Que zela seu sono nas noite frias

Que abusa do ópio para poder encherga-la

Que fantasia o encontro dos lábios...

Que possa ter compaixão dessa pobre alma febril

Que foi desperta em delírios apaixonantes por tua figura

Que possa perdoar-me em meus execessos se fui atrevido ou agi com soberba, por favor perdoe-me

Que tenhas misericórdia desse pobre ser que vos escreve.

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