DESPEDIDA

Neste instante onde minhas lágrimas escorrem por um vale escu-

roso ouço o som da respiração ofegante.

Meu corpo ainda doe terrivelmente, uma dor que me parece violar

minha alma.

O terror se faz presente quando fecho os olhos e posso nesta fra-

çao de tempo vivenciar cada momento de dor como se elas fossem

reais.

E um abismo de dor e abandono meu coração despedaçado, assim

como esta minha vida marcada pela desgraça.

Mesmo que eu caminhe sozinha todos os olhares parecem se voltar

em acusação para mim.

Eu pequei por acreditar em meus sonhos e permitir que eles tives-

sem asas para voarem de encontro a ilusão.

Minha sentença e esta solidão avassaladora que torna meus dias

cinzentos e sem próprio haver.

E mesmo que eu neste momento esteja sangrando nada mais impor-

ta.

Sento me no velho banco de madeira polido, contorcendo as mãos

num nervoso desvairado fitando o infinito como se de alguma manei-

ra eu pudesse fugir.

Mas não fugimos dos temores e fantasmas quando estes estão april-

sionados ao nosso espírito.

Me vejo diante da ruína segurando com agonia a areia deste senti-

mento que cai pelos vãos dos dedos sendo levados pelo vento.

O mesmo vento que me desalinha os cabelos, que carrega consigo

minha doce amarga vida.

CAMOMILLA HASSAN

CAMOMILLA HASSAN
Enviado por CAMOMILLA HASSAN em 03/06/2008
Reeditado em 04/06/2008
Código do texto: T1018129
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