Carta a um Amor - III

Acordei com saudades de ti...não mais que nos outros tantos dias da minha vida, em que silencio meus olhos que te guardam. No entanto, existem momentos em que a saudade deseja ser expressa, anunciada...há dias em que meu coração transborda teu nome, deixando-se escrever nos lábios de cada palavra. Sobram-me ternuras, quando te digo em mim; sobram-me vontades no peito, quando penso-me em ti...preciso-me em sonho para colorir-me os olhares, levando-me a paisagens que desconheço e que tanto desejo.

Enquanto me faltas, insinuo-me em poesias. E são meus versos ressonância de ti. Melodias inequívocas que te dedilham, entrelaçando sensações e gestos que suplicam teu toque. Traz-me serenidade o percorrer das minhas mãos pela alameda das palavras, onde vou esculpindo horizontes apenas pretendidos, sussurrando metáforas que nem sempre as linhas adivinham.

Não sei o que fazes em tuas distâncias de mim. Não assimilo esta ausência, nem qualquer hiato no saber de ti. Conheço apenas dos elos que unem nossos olhares em algum lugar chamado saudade. Ah, que sejamos abraçados por um destino que nos seja cúmplice.

© Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 19/01/2006
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T100917