A aquele que chegar...

Primeiro:

Contemplai o som do rio, ainda não escutei caminhar pelas suas águas, fundas como vapor que ergue de ouro o sol por no céu laranja atrevido.

Nunca chegaremos as planícies que aguardam sempre pelos seres mansos, e porem vida sobre vida viveremos mais de mil vezes a vida que nunca nos fora dada (em sonhos), como tampouco nos foi dado decidir, graças aos abraços da nossa amante corpo de arvore, límpidos aronas na frescura outonal do orvalho.

Tal vez por nao possuir um fino, superior olfato.

Foi por ela que ainda há desejo... para arriscar-se a encontrar outros céus na curta distancia, aqueles que foram viagem longa no coração, e faz de nossa alma inicio para outras partidas. Ai aprendemos a domar a vida, e aceitar a realidade.

Sei de essa dor, mas é inevitável.

Temos de agradecer aos Deuses aquele prazer que nunca escolheremos.

Ate aí chegamos passo a passo.

Imaginando que há paixão tem dado volta em continentes, onde de haver ficado a dormir, siquer houbessemos tirado proveito, de ser também filhos da aventura feble, irrepetivel.

Acorda, pois se acreditas no incerto: uma pedra na mão, no dedo a seguir os olhos que querem queimar-te, cegos ainda são, como raios que se esgotam de percorrer muros palpaveis a pleno dia hábil, num monótono caminho de travessias às vezes varadas.

Vem, acode, compartilha o momento em que o muro vais derrubar: ele pode cair, como sombra a esfarelar-se na decisão de nao ter estância.

Vem, compartilha, o demônio só habita na inconsciência dum desejo falso, na entrega sem medir aos totêmicos aplausos, no altar levado com roubo de outras miticas vontades. Centro da alma alimentada pelos medos dos que adoctrinam sua patria, de ti mesmo por seres menor e tao insato. De ti uno, em matéria cósmica uniao, na vida feita verbo, diversiade.

Vem, se fores ao limite poderás contemplar o universo em teu sangue.

Vem, saberás embora que impossível morrer sem antes nao te teres procriado teu rosto.

Percebe isso na própria juizosa saudade.

Vem, amaina, nom fugas: na rua ainda aguardam por ti homens descalços...

Tem tanta fome, como sede da tua livre palavra.

Vem, diz o teu poema... nosso coraçao sera tua praia.

Vem, descansa.