MINHA BIOGRAFIA

Biografia de Francisco José dos Santos

Membro da Academia de Letras Joaquim Osório Duque Estrada (ALJODE).

Ocupo a cadeira cinco cuja Patrona é Clarice Lispector.

Nasci na terra da luz, lugar onde habitavam os Índios Paicus, Tapuias, Canindés, Cariris e Tabajaras. Onde o pássaro de canto bonito chamado Siara, deu origem ao nome do meu Estado: Ceará. Lugar que ficou esquecido pelo seu donatário Antonio Cardoso de Barros, que nem chegou a tomar posse da Capitania do Ceará. Segundo pesquisas, devido a fatores de ordem político-econômicos, da aridez do clima, a agressividade do nativo e as correntes aéreas e marítimas da costa nordestina, dificultando a navegação na maior parte do ano e assim, somente depois de cem anos do descobrimento do Brasil começou a penetração dos colonizadores no solo cearense.

Quixeré é o nome da minha cidade natal, que na língua caingang tapuia, é a junção de duas palavras “Quixá” (porco do mato de queixada grande) e “eré” (água barrenta, ou suja) que dão origem a uma terceira: “Quixeré”, que então quer dizer (lugar de águas sujas onde habita o porco do mato).

Sou o oitavo filho, dos onze que meus pais, Francisco Rodrigues dos Santos e Maria Dolores Ferreira tiveram, sendo eu o quinto filho homem, e quatro irmãs. Nasci no dia dez de novembro de mil novecentos e sessenta e um.

Tive o privilégio de ser alfabetizado pela minha mãe, que apesar de ter cursado somente até o quinto ano de Admissão, tinha estudado em colégio de Freiras e aprendeu um pouco de didática e métodos de ensino. Essa alfabetização aconteceu pelo meu desejo de saber o conteúdo do livro infantil Bambi, vendido com um compacto de vinil, que meu pai havia comprado. Como não tínhamos vitrola para ouvir a estória, minha mãe prometeu dar-me o livro, tão logo aprendesse a ler. E com os seus ensinamentos aprendi a ler e a tabuada também.

Desde muito pequeno eu sou contemplativo; gosto de ficar apreciando as nuvens, os pássaros, as árvores, as pessoas e a natureza em geral. Penso que essa admiração pelas coisas da natureza e as pessoas são a matéria prima da minha inspiração.

Estudei do jardim de infância até o quinto ano de admissão na Escola Estadual Padre Nelson Farias, em minha cidade natal.

Na minha infância trabalhei como biscateiro, fazendo pequenos favores como: uma pequena compra, carregar um pouco d’água, lenha e até mesmo fazer cafuné ou cócegas nos pés de um senhor meu vizinho; fui engraxate, vendedor de sacolé (picolé em saquinho) e auxiliar em padaria.

Em abril de mil novecentos e setenta e cinco, no dia onze, nossa família mudou-se para a capital Fortaleza. E assim um mundo novo estava para ser descoberto. Deixava para traz os amigos de infância, o calor do Vale do Jaguaribe, o rio Velho, as missas, terços e novenas na igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição. E agora morava num conjunto habitacional, que na época era cercado de dunas e onde brinquei os últimos anos da minha infância e toda a minha adolescência.

Estudei da quinta a oitava série no Colégio Estadual Rogério Froes, onde tive uma excelente professora de Português nesses quatro anos. Chamava-se Dona Saliza, a quem devo muito, depois da minha mãe, é claro, o gosto pela leitura. Pois a cada bimestre tínhamos que ler um livro e depois fazer uma ficha de leitura com o resumo da obra e uma prova oral, que nos ajudava na nota final de cada bimestre.

Na sexta série, a convite da professora de Religião, irmã Flora, entrei para o grupo de jovens, desde a sua primeira reunião. Nas reuniões do Grupo Jovem fazíamos orações, recebíamos palestras, fazíamos esquetes de teatro, brincadeiras, mostras de poesias e grandes encontros com outros grupos de jovens. Foi ai nesse tempo que eu comecei a fazer poesias.

Nos dois primeiros anos em Fortaleza, como estudava à noite, por falta de vaga nos outros turnos, tinha mais tempo para brincar. Ficava o dia inteiro pelas dunas e ruas do bairro, jogando bola de gude, pião, futebol e outras brincadeiras da época. Até porque eu só estudava no colégio. Trabalhos de casa eu fazia na própria escola, menos ler os livros e escrever os resumos, que ai sim eu fazia em casa, pois gostava de ler deitado numa boa rede.

Além de muito brincar e pouco estudar nessa época, fui fazer um curso de modelagem em argila, atendendo convite da professora de Artes Plásticas. Após o curso fiquei trabalhando voluntariamente, na Associação dos Artesãos do Ceará.

Na sétima série, ou, em mil novecentos e setenta e sete comecei a trabalhar para a mãe de um amigo meu, que fazia uns jogos educativos, tipo Ludo, mas, a diferença era que para cada jogador avançar tinha que responder às questões de tabuada em suas quatro operações. Depois fui trabalhar com o meu vizinho que estava abrindo um depósito de material de construção.

No ano seguinte fiz um curso de artesanato em couro, com o meu cunhado Pedro, um grande artesão nessa arte. Depois do curso fiquei trabalhando com ele.

E no final da oitava série tive que escrever um conto com quinze folhas. Foi à primeira vez que eu escrevi um conto, até então só escrevia resumo de livro em até vinte linhas ou uma página, uma redação ou minhas poesias que também não são tão grandes assim. O conto que eu escrevi dei o título de Viagem ao Desconhecido (ficção), que me rendeu a nota máxima, (ótimo). Nesse mesmo ano participei de um show de música do meu amigo cantor Wagner Costa, que foi gravado nos estúdios da Tv Educativa do Ceará, nele eu declamei um poema, que também era musicado, e se chama Ecos da Natureza.

No início de mil novecentos e setenta e nove fui morar com minha irmã Cely e o meu cunhado Pedro, e continuei trabalhando com ele até fazer e ser aprovado em primeiro lugar no concurso para o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.

Assim no dia vinte e cinco de setembro do mesmo ano, viajei para Natal RN onde estudei no Centro de Recrutamento de Fuzileiros Navais, do Terceiro Distrito Naval. Onde muito se trabalhava e estudava também.

Em março de mil novecentos e oitenta, já tendo jurado a Bandeira Nacional, fui transferido para o Grupamento de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro. A viagem foi de navio. Algo inesquecível para mim... Adorei! Em maio do ano seguinte, fui voluntariamente transferido para o navio porta-aviões Minas Gerais, onde escrevi muitas poesias.

No começo de mil novecentos e oitenta e dois, deixei o navio e fui fazer o curso de Obras e Instalações, para ser promovido ao final do curso, a Soldado Primeira Classe e depois a Cabo. Fui eleito o melhor aluno, ganhando assim uma medalha de Honra ao Mérito.

Conheci minha esposa no início de mil novecentos e oitenta e quatro. No mesmo ano, sai por minha vontade da Marinha, conclui o ensino médio através de exames supletivos porque não suportava freqüentar salas de aula e estudar um monte de coisas sem o meu interesse e também dos métodos de ensino. Sempre gostei de ler e buscar o conhecimento ao meu modo; e das coisas que me despertam a curiosidade.

Saindo da Marinha fui trabalhar no escritório de uma transportadora. Depois trabalhei como vendedor de consórcio, material elétrico, e elevadores.

Em mil novecentos e oitenta e cinco, fiz o curso de Locução com o professor e radialista Arildes Cardoso. E no ano seguinte fiz um outro curso, muito importante para o meu desenvolvimento: o de Jornalismo, na SOCIEDADE EDUCACIONAL AUTREGÉSILO DE ATHAYDE, ESCOLA ASSIS CHATEAUBRIAND, “Turma Quintino Bocayúva” com o professor jornalista João Austregésilo de Athayde.

Passado sete anos de convivência, nos casamos, eu e minha esposa Consuelo Pontes Bielinski, em quatro de outubro de mil novecentos e noventa e um. Sei que nos completamos com as nossas diferenças e afinidades.

Três anos antes, conheci Paty do Alferes e em especial o bairro Palmares e desde então fiquei com vontade de morar nesse lugar. O que veio acontecer cinco anos depois. Aqui venho participando com mais intensidade da vida política, social e cultural da cidade. Participei de várias diretorias da AMA PALMARES (Associação de Moradores), como membro do conselho fiscal, vice-presidente, e diretor de divulgação.

Fui filiado ao Partido dos Trabalhadores, pelo Diretório de Paty do Alferes, no período de mil novecentos e noventa e seis ao ano dois mil e dois.

Trabalhei no recenseamento em dois mil, como agente supervisor. E assim conheci todo o município, tanto a área urbana, como a área rural. Nesse mesmo ano fiz um curso de pintura com diversas técnicas como: Aquarela, Guache, Nanquim e Pintura em Tecido.

No ano seguinte fiz o curso básico de iniciação em Espanhol.

Em dois mil e dois, a convite da nossa prefeita Lúcia de Fátima, assumi o cargo de Coordenador do Orçamento Participativo, que estava sendo implementado em nosso município. Fui o primeiro a ocupar esse cargo em nossa cidade.

Em dois mil e quatro criei e apresentei durante oito meses um programa na Rádio Comunitária Céu Aberto, chamado Espaço Alternativo; composto de músicas, poesias, mensagens, piadas e divulgação dos meus apoiadores culturais, com textos criados por mim.

Participei da primeira Mostra de Poesias, na Pousada Vale do Sereno, em dois mil; da segunda em dois mil e um; da terceira em dois mil e dois; da quarta em dois mil e três; da quinta em dois mil e quatro; da sétima em dois mil e seis; e da oitava em dois mil e sete.

Venho participando de encontros culturais e mostra de poesias organizados pela Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Paty do Alferes, a convite do diretor cultural Carlos Celino. E assim, também participei da criação da nossa Academia de Letras Joaquim Osório Duque Estrada (ALJODE). Sendo escolhido como membro do conselho fiscal.

Atualmente estou trabalhando, em fase de revisão do meu primeiro livro que terá como título HUMOR DA MINHA VIDA.

Francisco José dos Santos