MEUS ANCESTRAIS - MATERNOS
Registro, na minha biografia, as raízes da minha família.
A história de Felícia Benícia do Amor Divino, minha avó materna, tem que passar, obrigatoriamente por seu pai Manoel Carlos - O Patriarca dos Carlos.
Manoel Carlos era filho único e faleceu em 12 de fevereiro de 1928. Um sertanejo muito inteligente, honesto e trabalhador e de grande influência social. Casou com Bárbara Maria Batista da Silva, de tradicional família seridoense. Tinha Prédio de residência na antiga povoação da Caieira. Entre as casas de fazenda que mais gostava era aquela construída na fazenda Torada no topo de um alto com vista privilegiada das serras do povoado de Caieira ao nascente e o sítio Umarizeira aos fundos.
Foi Manoel Carlos senhor de engenho, agricultor e pecuarista, proprietário dos sítios Caetano, Torada, Umarizeira, Exu, Castro, Papagaio, Mulungu, Bonito, Logradouro e Fechado, todos pertencentes ao Município de Martins, quando nasceram os filhos do casal. Houve desmembramentos do território martinense para a constituição dos atuais municípios de Patu (1890), Almino Afonso (1953) e Frutuoso Gomes (1963)
São Filhos de Manoel Carlos e Bárbara:
1 - José Carlos de Andrade, que casou a primeira vez com Maria Veneranda de Santana e a segunda com Alexandrina Bezerra Carlos de Andrade;
2 - Maria Monteiro de Melo, casada com Inácio Monteiro de Melo (Quinquinho);
3 - Jardelina Carlos de Andrade, casada com Joaquim Cirilo de Andrade;
4 - Manoel Barbosa da Silva (Barbosinha), casado com Maria Barbosa da Conceição;
5 - Valdivino Carlos da Silva (Vinu) que casou a primeira vez com Maria Bezerra Câmara da Silva e a segunda com Sérvilia Carlos da Silva, sua sobrinha;
6 - Felícia Benícia do Amor Divino, casada com Joaquim Carlos da Silva, pais de numerosa família sendo uma das filhas, Amélia Carlos de Amorim, que casou com Francisco Amorim, pais de numerosa prole de dezesseis filhos. Eu sou um deles.
7 - João Carlos da Silva, que casou a primeira vez com Maria dos Anjos Câmara Silva e a segunda com Abigail Nunes de Souza e Silva; Nasceu João Carlos em 28/11/1876, no sítio Torada e morreu em 07/08/1932. Foi um dos grandes autodidatas do sertão do Rio Grande do Norte. Menino ainda, deixava o trabalho da lavoura para estudar debaixo das oiticicas com carta de ABC, papel e lápis. Só recebeu aulas do professor primário Joaquim Ricarte da Silva. Daí em diante, sua privilegiada inteligência e dedicação ao estudo lhe deram grande soma de conhecimentos gerais. Lecionou particularmente. Com o decurso do tempo tornou-se em Patu verdadeiro oráculo, tal o número de pessoas que o procuravam constantemente para conselhos e soluções nos mais variados problemas. Servia de assessor a prefeitos e vereadores, interpretava leis e regulamentos, orientava atividades de servidores públicos, redigia ofícios, projetos, orçamentos, enfim era solicitado a colaborar nas correspondências de muita gente. Em agosto de 1932 alguns envolvidos no fuzilamento do temível pistoleiro Jararaca teriam de ser submetidos a Júri. Embora houvesse a certeza geral da absolvição de todos os participantes da ocorrência, um dos pronunciados, Joaquim de Almeida, vulgo Quinca Almeida, movido pelo fanatismo-partidário e na convicção de obter a impunidade, invadiu de surpresa, em pleno dia, a casa do escrivão João Carlos e o abateu com seis tiros. Anos depois Quinca Almeida foi preso num navio em alto mar, traído pelo remorso. O júri, a exemplo do que fizera com os outros acusados, o absolveu pela morte de Jararaca e o condenou a trinta anos de prisão por haver assassinado João Carlos. Amigos do inesquecível João Carlos e de sua família, em comemoração ao seu centenário de nascimento, encomendaram o busto destinado á Praça que tem seu nome, na cidade de Patu, que ele tanto amou.
8 - Joaquim Carlos da Silva, casado com Ana Amélia da Silva (Neninha) (Pais de Fausto Carlos e numerosa família.);
9 - Antonio Carlos da Silva - (Tio Toinho) que casou a primeira vez com Helena Godeiro Carlos da Silva e a segunda com Laura Carlos; Morou no sítio Umarizeira;
10 - Dina Carlos Lemos, casada com Severino Rego Lemos;
11 - Francisco Carlos da Silva, casado com Maria Nunes de Amorim Silva (Maroca) filha de Florentina Nunes e irmã de Francisco Amorim;
12 - Pedro Carlos da Silva casado com Maria Monteiro Carlos (Liosa) pais de Elione, esposa de Edmilson Amorim.
Todos os fatos relevantes do povoado de Caieira tiveram a participação desta família.
Em 1914 Caieira passou a denominar-se Almino Afonso (1840-1899) em homenagem ao valoroso líder e Senador da República, Almino Álvares de Afonso..
Esta mulher brava, a sexta desta relação, cujo nome sempre achei muito interessante, Felícia Benicia do Amor Divino. é minha avó materna.
Um fato pitoresco, é que três filhas de Felilcia, sendo mamãe uma delas, tiveram sessenta filhos. Mamãe teve vinte, dos quais quinze estão vivos e eu sou um deles.