NOITE CHEIA DE ESTRELAS (Candido das Neves "o ìndio")

Há mais de setenta anos morria CANDIDO DAS NEVES, um grande Poeta carioca que viveu na boemia, do Rio, as noites em que estiveram no cenário daquela cidade (referência) vultos da nossa MPB de todos os tempos NOEL ROSA, ARACI DE ALMEIDA, FRANCISCO ALVES, PIXINGUINHA, VICENTE CELESTINO e outros onde cada um a seu modo são lembrados pela excelência da sua voz e eternizados pelas suas composições.

Nascido a 24 de Julho de 1899, CANDIDO DAS NEVES começou desde cedo a se interessar pelo violão, tendência que o pai não compartilhava. Assim, o colocou num colégio interno.

Contudo, em 1917, já aparecia como integrande do grupo Rancho Herois da piedade. Concluiu seus estudos tendo perdido o pai aos 20 anos, exatamente no dia sua formatura. Empregou-se como funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB).

Por esse tempo já compunha e fazia serestas pelas madrugadas do Rio de Janeiro com seus colegas de trabalho Henrique de Melo de Morais (TIO DE VINICIUS DE MORAIS) e URIEL LOVAL, entre outros, em 1922 gravou cantando, SAUDADES DO SERTÃO e o Fox-trot QUADRA DE AMOR na ODEON em discos mecânicos da CASA EDSON, ambas composições suas. por 1925-1926, foi transferido para CONSELHEIRO LAFAIETE, cidade da ZONA DA MATA Mineira, onde passou um ano, continuando a tocar e cantar com os companheiros da Central do Brasil.

Sua primeira gravação de sucesso foi o tango NOITE CHEIA DE ESTRELAS, inspirado no tango MADRE de Francisco Pracanico E Vermínio Servetto de muito sucesso à època, gravado em 1932 já na fase elétrica pelo Célebre VICENTE CELESTINO.

Suas letras sempre foram muito extensas e cantavam a natureza de uma forma romântica, tornando-se muito apreciadas pelo público. Por volta de 1930 apresentou-se algumas vezes no programa de Gastão Lamounier na Rádio Educadora do Brasil com Melo Morais.

Em 1932, gravou com Melo Morais, fazendo a segunda voz as canções sertanejas, Rosa Morena e Luar da Minha Terra, de sua autoria. Nessa mesma época compôs VERSOS DE LONGE, gravada por Melo Morais. Em suas apresentações era aplaudido não só pelos seus versos e voz como também pela sua arte na execução do violão. Dedicou-se também ao ensino pois escrevia e lia música.

Sempre fiel à modinha popular, compôs também valsas, serestas e tangos, nesta época começou a se afastar das rodas boêmias por problemas de saúde. Em 1934 ganhou o primeiro lugar no concurso de músicas carnavalescas da revista O MALHO, na categoria samba com PERDI O MEU PANDEIRO que não foi gravado.

Sofria já de tuberculose galopante na laringe, o que o levou a morte precoce em 04 de Novembro de 1934 aos 35 anos de idade.

Muitas de suas músicas de sucesso só vieram a ser gravadas após o seu falecimento, entre elas a última estrofe, gravada por ORLANDO SILVA em 1935, e mais tarde por NELSON GONÇALVES e VICENTE CELESTINO. e SILVIO CALDAS. depois LÁGRIMAS, gravada por ORLANDO SILVA em 1935; que gravou ainda APOTEOSE DO AMOR.

E teria composto ainda em parceria com PIXINGUINHA a música PÁGINA DE DOR, gravada por ORLANDO SILVA pela gravadora RCA/VITOR.

Deixou vasto repertório que é constantemente pesquisado por cantores que reeditam suas canções eternizando seu nome e sua obra que já resistiu à virado do século. e a sua canção mais famosa. o tango NOITE CHEIA DE ESTRELAS, conhecido em todo Brasil e por todas as gerações, foi gravado na década de 70 pelo saudoso EVALDO BRAGA, (falecido em desatre automobilistico) e ouvido com audiência ainda na atualidade.

Fonte: MPB CIFRANTIGA.

OBS: aos ouvintes da Rádio América de Belo Horizonte, AM 750, as canções de CANDIDO DAS NEVES são normalmente executadas no programa, RELÍQUIAS BRASILEIRAS, com fidelidade para a música popular brasileira da época, onde poderão rememorar artistas como CANDIDO DAS NEVES , VICENTE CELESTINO FRANCISCO ALVES, CARLOS GALHARDO, DIRCINHA BATISTA, ARACI DE ALMEIDA, SÍLVIO CALDAS, NELSON GONÇALVES entre outros, com início as 22:30 e término as 23:50, na apresentação de PENIDO NETO, INDO AO AR DE TERÇA A DOMINGO. Mantendo a perpetuação da nossa MÚSICA POPULAR BRASILEIRA.

Um abraço a todos e até a próxima biografia