Estou apaixonado ?

Talvez a Emoção

Talvez por ter sido bombardeado pelas postagens de ontem.

Talvez seja mesmo de mim – por tudo que gosto, tudo que desejo, olho, vislumbro e imagino.

Talvez, em meio a tantos "talvezes", a certeza nem exista mais. Voltei para algo que sequer sei se passou a ter sentido.

Gosto de ser determinado, gosto de estar determinado. Mas hoje, especialmente hoje, sinto-me desproporcional à razão. Falo conscientemente com o coração, tão racional que pareço ter razão.

Talvez eu esteja errado em acreditar que estou errado. Mas em que momento me vi assim? A menos que você esteja lendo e pensando: "Emocionado demais". Sim, posso ser. Um romântico, contaminado por um amor que ainda não sinto. Ou talvez por um amor já sentido.

E que amor é esse? Não sei para quem entregar. Não sei para onde vou, nem onde meu amor estará.

Um lugar?

Que lugar?

São tantas perguntas sem propósito, palavras inventadas. Ou seriam propostas feitas e retiradas? Talvez sejam palavras que sequer acredito existirem. Enquanto componho isso, sinto-me um louco.

Mas a palavra que vem a seguir não faz sentido: apaixonado.

Apaixonado?

Mas por quê? Por quem?

Sim, cheguei ao ponto central de tudo.

Cheguei ao porquê. Mas... de quê?

Jamais seria o quê, do quê, pra quê, para quê.

Tentando camuflar este texto sob a simples tese de estar – espere aí, estar é muito presente. Tentando camuflar sob a tese de que estarei... Sim, no futuro, totalmente previsível. Espera, esquece. Nada de futuro previsível.

Tentando. Tentando descobrir por quem estou apaixonado. Tentando sair da possibilidade de não ser amado. Tese, teoria, camuflar a carência. Mostrar-me inconsequente, imprudente, hipócrita, egoísta e incoerente. Nossa, escrevendo várias palavras terminadas em "ente". Batente, corrente, latente. Ops, latente não. Divergente.

E "carente" continua martelando.

Imagino que você esteja lendo e tentando entender.

Sinto muito por te proporcionar essa leitura. Talvez te faça querer me entender. Não tente. Eu não me entendo. Mas, por favor, me questione. Faça anotações. Só não faça como minha última psicóloga, que acabou chorando para mim. Disse que eu era um homem de verdade. Único. Que meu problema era ser moderno no século errado.

Sou estranho, viajante do tempo, preso no passado e encarnado neste ser malvisto, mal interpretado. Um senhor. Um gentleman que já não sabe por onde começar, ou que tem tanto a fazer que nem se lembra do começo.

E isso, sem nem ter falado da minha TDAH. Algo estranho que, na minha época, nem existia. Lembrando: sou um senhor do passado.

A quem estou enganando, tentando falar como se estivesse na atualidade?

Tô kerenu enganá kem c essa papagaiada toda?

Não dá. Prefiro voltar ao que acredito ser o certo, fazer deste texto meu único divã. O que escrevo me traz uma psico. Enquanto escrevo, sinto conforto. Por breves momentos, creio que saio de mim. Então, aconselho-me. E apago os conselhos que são só para mim.

E...

E vejo que meu problema é amar demais alguém que talvez sequer conheça. Não sei seu cheiro. Não sei seu timbre.

Frequência.

Quero me sintonizar na sua frequência. Que nossas ressonâncias casem. Não quero falar sobre casamento só porque mencionei isso. Bom... que nossas frequências casem, ainda que casar seja uma meta.

Nossas frequências. Nossos corações. O tum tum, tum tum de uma batida perfeita.