Apologia ao herói João Pessoa / Apology to the hero João Pessoa

In Portuguese and English. Apologia ao herói João Pessoa

Por Vitor Pinheiro, Escritor do Céu de João Pessoa no Brasil do Século 21.

Texto tirado do meu livro Crônicas da Espada Filosofia.

Há um movimento na capital paraibana para mudar a bandeira da Paraíba, espero que isso não aconteça por que os heróis são para lembrarmos que é possível sermos melhores. O herói é uma ponte entre nós e a divindade. Tem os mesmos defeitos de uma pessoa comum, mas tem qualidade divinas, que nos faz lembrar que existe um Deus dentro de nós. E João Pessoa que foi eleito pela oligarquia, combateu essa oligarquia no seu governo e alavancou o estado naquela época. Ele fez muito pela sua terra e merece ser lembrado como um paraibano a ser seguido como exemplo por toda a posteridade. Um modelo, um ícone, uma referência de verdadeiro cidadão paraibano a ser seguido pelos jovens. Aconselho vocês leitores a lerem as cartas presidenciais de João Pessoa (naquela época o governador do estado era chamado de presidente do estado). Nessas cartas João Pessoa coloca toda a sua essência política. Platão quando fundou sua academia, fundou colocando o nome de um famoso herói da região. E por João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque ser um herói, e da nossa terra, merece ser lembrado para sempre. Ele foi um exemplo de homem digno que na sua estadia no Rio de Janeiro, recebeu elogios rasgados de Rui Barbosa. O vermelho pelo seu sangue derramado, e o preto pelo luto de sua morte, está estampado na bandeira da Paraíba. E a política palavra Nego, como eu disse numa poesia, é para lembrarmos que temos um herói brasileiro. Conta-se certa vez que Assis Chateaubriand ficou surpreso por que João Pessoa, sendo um político da oligarquia, andava desarmado, e João Pessoa deu uma bronca em Assis por esse comentário. Outra vez João Pessoa fez comentários nada amigáveis contra Getúlio Vargas dando a entender que o conhecia bem, e em vida chegou a dizer: "Prefiro 10 Júlio Prestes do que uma revolução". João Pessoa se aliou a Getúlio Vargas por mera convenções políticas, e se eles tivessem ganhado a eleição, João Pessoa com certeza iria tentar controlar o tal do Getúlio e iria tentar impor suas regras, sua ética, suas virtudes em prol do bem do país. Com certeza, se estivesse vivo, ele romperia com Getúlio Vargas quando esse implantou a ditadura, como o paraibano José Américo de Almeida fez. José Américo de Almeida foi o braço direito de João Pessoa.

No ano de 2010, Ricardo Coutinho uniu as oposições para a eleição desse ano. João Pessoa então, pelo Brasil, em 1930, fez coisa mais ou menos semelhante, tentando unir as oposições contra a política do café-com-leite, e certamente, ele faria ao Brasil o que fez pela Paraíba, combateria as oligarquias que o ajudaram a se eleger. As vezes, nas nossas vidas, temos que dizer um santo "nego", e João Pessoa fez muito bem isso. Quando a Paraíba foi o único estado brasileiro que não foi consultado pelo governo federal para a sucessão a presidência da república, João Pessoa então negou apoio ao candidato do governo federal. Está ai a origem do "Nego" na bandeira da Paraíba. Naquela época da velha república, ele, João Pessoa, já dizia que o estado devia ser laico, na prática, e não apenas na teoria, ele era um visionário. No Rio de Janeiro condenou um oficial do exército que havia cometido um crime contra um presidiário e havia sido encoberto pelo exército, e João Pessoa nadou contra tudo e todos e condenou o oficial do exército pelo crime que cometeu. João Pessoa não ficou acima da lei, mas seguiu a lei como bom juiz que era. Alguns pensam que liberdade tem haver com libertinagem, quando não é verdade. Liberdade tem haver em respeitar as leis. Por exemplo: só circula livremente no trânsito quem respeita as leis de trânsito. Liberdade também tem haver com comprometimento. Por exemplo: quem é mais livre numa empresa, o presidente ou o homem da xérox? O presidente, por ter mais comprometimento com a empresa, pode circular livremente na empresa e acessar todos os arquivos da empresa. João Pessoa também sabia que a democracia não é o sistema político ideal, pois a maioria não sabe o que é melhor para si e não sabe o que é melhor para a maioria. Platão chega a afirmar que a democracia só daria certo numa sociedade de sábios, e não vivemos numa sociedade de sábios. E como disse o imperador e filósofo romano Marco Aurélio: "O que é bom para a colmeia é bom para a abelha, mas nem tudo que é bom para a abelha, necessariamente é bom para a colmeia." Platão fala que existe 5 formas de governo, sendo que a aristocracia, que quer dizer o governo do mais sábio, ou o governo dos melhores, seria a forma de governo ideal. Imagine uma família com 5 membros: pai, mãe e 3 crianças. Imagine se essa família fosse uma democracia, os filhos fariam o que quisessem tornando a casa uma bagunça. Um exemplo no micro que a democracia não é o estado de governo ideal. João Pessoa também se aconselhava com o povo, tornando-se assim, um político diferenciado para sua época.

Mas, continuando... Tudo que o jornal A União publicava passava pelas mãos de João Pessoa, e não há registro no jornal que este publicou as tais famosas cartas amorosas de João Dantas. Minha mestra Lúcia Helena Galvão duvida muito que a causa da morte de João Pessoa foi um crime passional. João Pessoa foi um grande e incomodou muita gente do alto escalão da Paraíba, e isso pode ter ocasionado sua morte. As tais cartas amorosas, se realmente existiram, não foram publicadas pelo Jornal A União, o jornal do estado, não se tem registro delas, e se chegaram ao conhecimento do público, foi por que foram exibidas em algum lugar da cidade, sem o consentimento de João Pessoa. É só comparar as atitudes de João Pessoa e saberás que ele nunca permitira publicar as tais cartas amorosas de João Dantas, se essas cartas realmente existiram. E dizem que foi por causa dessas cartas que João Dantas assassinou João Pessoa em Recife. João Pessoa combateu o cangaço e as oligarquias, além de enxugar as contas do estado, alavancar a economia do estado e fazer grandes serviços pelo social. Seu ato de governar foi admirado por milhares de paraibanos, e depois da sua morte houve um clamor em todo estado da Paraíba para lembrarmos a grandeza desse homem. Temos que ter convicção naquilo que negamos, e eu Nego a mudança da bandeira da Paraíba. Agora vou citar o que a historiadora Carmem Coelho de Miranda Freire fala sobre esse episódio das cartas de João Dantas. Ela fala isso na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, do mês de setembro de 1995, ano LXXXII, cidade de João Pessoa, capital da Paraíba – Edição Comemorativa do Nonagésimo Aniversário da Fundação (1905-1995). Segue o que ela disse: "O presidente João Pessoa, como se viu, cumpriu com o seu dever, pois governou com honestidade e com diligência administrou os bens públicos. Por isso desgostou a muitos que não lhe mediam hostilidades. A sua morte por assassinato, a 26 de julho de 1930, na "Confeitaria Glória", em Recife, foi um testemunho desta hostilidade. Na verdade, o seu assassino João Dantas, advogado da Paraíba, vingou-se do presidente João Pessoa, responsabilizando-o pela devassa em seus documentos particulares no seu apartamento. Entretanto, João Pessoa nada teve haver com a mencionada devassa. Encontrava-se no interior do Estado quando o fato aconteceu. Quando regressou à capital contaram-lhe que a polícia recebeu denúncia de furto na Liga Esportiva de Futebol, que estava situada no mesmo prédio, inclusive o quarto do Dr. João Dantas, que estava ausente. O presidente João Pessoa censurou este ato abominável da invasão da residência do Dr. João Dantas, dizendo inclusive que iria abrir inquérito sobre o caso. Aliás, a censura de João Pessoa ao fato foi presenciado por várias pessoas, cujo depoimento tomamos por escrito, anos atrás, quando investigamos o fato."

Autor: Vitor Pinheiro, Escritor do Céu de João Pessoa no Brasil do Século 21.

Redes Sociais: @vitor.pinheiro300

Apology to the hero João Pessoa

By Vitor Pinheiro, writer of the Heaven of João Pessoa in 21st Century Brazil.

Text taken from my book Chronicles of the Sword of Philosophy.

There is a movement in the capital of Paraíba to change the flag of Paraíba, I hope this does not happen because heroes are there to remind us that it is possible to be better. The hero is a bridge between us and divinity. He has the same defects as an ordinary person, but he has divine qualities, which remind us that there is a God within us. And João Pessoa, who was elected by the oligarchy, fought this oligarchy in his government and leveraged the state at that time. He did a lot for his land and deserves to be remembered as a Paraíba native to be followed as an example by all posterity. A model, an icon, a reference of a true citizen of Paraíba to be followed by young people. I advise you, readers, to read João Pessoa's presidential letters (at that time the state governor was called the state president). In these letters, João Pessoa expresses his entire political essence. When Plato founded his academy, he named it after a famous hero from the region. And since João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque is a hero, and a hero from our land, he deserves to be remembered forever. He was an example of a worthy man who, during his stay in Rio de Janeiro, received glowing praise from Rui Barbosa. The red color for his blood spilled and the black color for the mourning of his death is printed on the flag of Paraíba. And the political word "Nego", as I said in a poem, is to remind us that we have a Brazilian hero. It is said that Assis Chateaubriand was once surprised that João Pessoa, being a politician from the oligarchy, was walking around unarmed, and João Pessoa scolded Assis for this comment. Another time, João Pessoa made unfriendly comments against Getúlio Vargas, implying that he knew him well, and even said in life: "I prefer 10 Júlio Prestes than a revolution." João Pessoa allied himself with Getúlio Vargas out of mere political convention, and if they had won the election, João Pessoa would certainly have tried to control Getúlio and would have tried to impose his rules, his ethics, his virtues for the good of the country. If he were alive, he would certainly have broken with Getúlio Vargas when he established the dictatorship, as José Américo de Almeida from Paraíba did. José Américo de Almeida was João Pessoa's right-hand man.

In 2010, Ricardo Coutinho united the opposition for that year's election. João Pessoa then, in Brazil, in 1930, did something more or less similar, trying to unite the opposition against the coffee-with-milk policy, and he would certainly have done for Brazil what he did for Paraíba, he would have fought the oligarchies that helped him get elected. Sometimes, in our lives, we have to say a holy "black man", and João Pessoa did this very well. When Paraíba was the only Brazilian state that was not consulted by the federal government regarding the presidential succession, João Pessoa then refused to support the federal government's candidate. This is where the "Nego" on the Paraíba flag comes from. At that time of the old republic, João Pessoa already said that the state should be secular, in practice, and not just in theory; he was a visionary. In Rio de Janeiro, he convicted an army officer who had committed a crime against a prisoner and had been covered up by the army, and João Pessoa swam against everything and everyone and convicted the army officer for the crime he committed. João Pessoa was not above the law, but he followed the law as a good judge that he was. Some people think that freedom has to do with debauchery, when that is not true. Freedom has to do with respecting the laws. For example: only those who respect traffic laws can move freely in traffic. Freedom also has to do with commitment. For example: who is freer in a company, the president or the photocopy man? The president, because he is more committed to the company, can move freely around the company and access all company files. João Pessoa also knew that democracy is not the ideal political system, because the majority does not know what is best for themselves and does not know what is best for the majority. Plato even stated that democracy would only work in a society of wise men, and we do not live in a society of wise men. And as the Roman emperor and philosopher Marcus Aurelius said: "What is good for the hive is good for the bee, but not everything that is good for the bee is necessarily good for the hive." Plato says that there are 5 forms of government, and aristocracy, which means the government of the wisest, or the government of the best, would be the ideal form of government. Imagine a family with 5 members: father, mother and 3 children. Imagine if this family were a democracy, the children would do whatever they wanted, making the house a mess. An example on the micro level that democracy is not the ideal state of government. João Pessoa also sought advice from the people, thus becoming a distinguished politician for his time.

But, continuing... Everything that the newspaper A União published passed through João Pessoa's hands, and there is no record in the newspaper that he published the famous love letters from João Dantas. My teacher Lúcia Helena Galvão doubts very much that the cause of João Pessoa's death was a crime of passion. João Pessoa was a great man and bothered many high-ranking people in Paraíba, and this may have caused his death. The love letters, if they really existed, were not published by the Jornal A União, the state newspaper, there is no record of them, and if they came to the public's attention, it was because they were displayed somewhere in the city, without João Pessoa's consent. Just compare João Pessoa's actions and you will know that he would never have allowed the publication of João Dantas' love letters, if these letters really existed. And they say that it was because of these letters that João Dantas assassinated João Pessoa in Recife. João Pessoa fought against banditry and oligarchies, in addition to reducing the state's finances, boosting the state's economy and providing great services for society. His act of governing was admired by thousands of people from Paraíba, and after his death there was an outcry throughout the state of Paraíba to remember the greatness of this man. We must be convinced of what we deny, and I deny the change of the flag of Paraíba. Now I will quote what historian Carmem Coelho de Miranda Freire says about this episode of João Dantas' letters. She says this in the Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, from September 1995, year LXXXII, city of João Pessoa, capital of Paraíba – Commemorative Edition of the 90th Anniversary of the Foundation (1905-1995). Here is what she said: "President João Pessoa, as we have seen, fulfilled his duty, as he governed with honesty and diligently administered public assets. For this reason, he displeased many who did not spare him hostility. His death by assassination, on July 26, 1930, at the "Confeitaria Glória", in Recife, was a testament to this hostility. In fact, his murderer João Dantas, a lawyer from Paraíba, took revenge on President João Pessoa, holding him responsible for the search of his private documents in his apartment. However, João Pessoa had nothing to do with the aforementioned search. He was in the interior of the state when the event occurred. When he returned to the capital, he was told that the police had received a report of theft at the Football Sports League, which was located in the same building, including the room of Dr. João Dantas, who was away. President João Pessoa condemned this abominable act of invading Dr. João Dantas' residence, saying including that he would open an investigation into the case. In fact, João Pessoa's censorship of the fact was witnessed by several people, whose testimony we took in writing, years ago, when we investigated the fact."

Author: Vitor Pinheiro, writer of the Heaven of João Pessoa in 21st Century Brazil.

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