Brasília amarela.
Em meados dos anos 80.
Meu pai só inventava cena.
As crianças da rua em confusão
sugeriram um esquema.
Que tal pegarmos um cinema.
Em Nova Iguaçu, última matinê.
Minha mãe de saia godê.
Todas as crianças do bairro.
Com os trapalhões, rindo alto.
Meu pai queria aparecer.
O centro das atenções
sempre tentava ser.
Saímos do cinema.
Cada criança um problema.
Mas cadê?!?
Cadê a Brasília.
Linda amarelinha.
A danada era novinha.
O ladrão levou.
E ela nunca mais voltou.