Brasília amarela.

Em meados dos anos 80.

Meu pai só inventava cena.

As crianças da rua em confusão

sugeriram um esquema.

Que tal pegarmos um cinema.

Em Nova Iguaçu, última matinê.

Minha mãe de saia godê.

Todas as crianças do bairro.

Com os trapalhões, rindo alto.

Meu pai queria aparecer.

O centro das atenções

sempre tentava ser.

Saímos do cinema.

Cada criança um problema.

Mas cadê?!?

Cadê a Brasília.

Linda amarelinha.

A danada era novinha.

O ladrão levou.

E ela nunca mais voltou.

Carol Anchieta
Enviado por Carol Anchieta em 22/10/2024
Código do texto: T8179557
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