Antônio Alves da Silva
Antônio Alves da Silva
Órfão aos cinco anos de idade, Antônio foi desde criança muito astuto e objetivava galgar muitos degraus na escada da vida. Na verdade, desenvolveu atividades lúdicas de criança adolescente as mais variadas possíveis como por exemplo (segundo contava) quando andava pela serra, verificava se havia rastros de onça e pensava em subir em uma árvore caso visse um felino. No sítio União, ainda existe um velho campo que servia para ele e os irmãos praticarem as atividades futebolísticas. Disse-nos certa vez que, participando de um campeonato, um dos seus companheiros teve uma perna quebrada, fato que levou o nosso pai a encerrar sua participação naquela atividade.
Idolatrava a mãe e como gostava de estar junto a ela, numa das vezes, mexendo na sua máquina de costura teve o seu dedinho mínimo costurado. A seqüela ficou em sua mão a vida inteira. Mostrava com orgulho a unha bipartida aos filhos.
Em 1919, ainda muito jovem, tentou a vida militar em São Paulo onde morava o seu irmão Francisco (Titio). Chegou a vestir a farda, porém a saudade da mãe foi tão imperativa que ele teve de voltar à terra de origem.
Casou-se pela primeira vez com Júlia Maria, filha de Joaquim Simão e aos 25 anos ficou viúvo. Das três filhas desse casamento apenas uma criou-se: a Maria Celeste. No mesmo ano em que ficou viúvo, casou-se com Almira Dias da Silva, filha de Justino Dias de Araújo. Em 1929 acompanhou os sogros em viagem para São Paulo. Permaneceu pouco tempo lá, retornando no mesmo ano a Jardim.
Vivendo no sítio Barros Brancos, depois chamado sítio União onde possuía uma parte de terra , cuidava também das terras da mãe, mas pensando em melhores condições de criar os filhos, em 1939, foi de novo para São Paulo, levando a esposa e oito filhos. Não foi diferente das outras vezes, especialmente devido às mudanças climáticas que dificultaram a adaptação dos filhos à nova região.
Voltando ao semiárido e como era um homem perseverante tentou outras atividades. Trabalhou na mina de columbita próxima à cidade de Jardim e, no ano de 1940 construiu a casa onde criou os filhos.
Por volta de 1942, passou uma temporada, trabalhando na mina de chelita em Parelhas. Como sedimentou algumas economias, recomeçou a criação de gado e, a partir daí, viveu com mais tranqüilidade, criando e educando os filhos. Em 1950 reformou a casa, construindo um salão ao lado que passou a ser a sede de ensino-aprendizagem dos filhos menores. (Ver foto)
Muito ainda poderia ser registrado sobre esse incansável dignitário da família Alves, contudo diga-se que ele amava muito a vida, a natureza, a sua família e acima de tudo Deus.
Partiu para a última morada em 25 de janeiro de 1977.