BIOGRAFIAS BRASILEIRAS

CACILDA BECKER – (1921-1969)

Nasceu no dia 06 de abril de 1921, em Pirassununga – SP e morreu no dia 14 de junho de 1969, em São Paulo- SP. Cacilda Becker sofreu derrame durante uma apresentação e morreu aos 48 anos. "A morte emendou a gramática / Morreram Cacilda Becker / Não eram uma só. Eram tantas..." Assim se manifestou o poeta Carlos Drummond de Andrade, por ocasião do falecimento dessa atriz, considerada uma das personalidades mais importantes da classe teatral brasileira e defensora da categoria na fase do regime militar de 1964. Cacilda Becker Yáconis nasceu em Pirassununga e cedo conheceu as dificuldades da vida. Quando seus pais, Alzira Yáconis Becker e Edmundo Radamés Becker, se separaram, ela e as irmãs Cleide e Dirce ficaram com a mãe. Foram morar em Santos, e apesar da falta de recursos, Cacilda conseguiu fazer os estudos de balé, e se formou professora. Mudou-se, então, para São Paulo, mas foi trabalhar como escriturária numa firma de seguros. Aos 20 anos, foi para o Rio de Janeiro disposta a iniciar a carreira de atriz e conquistou uma oportunidade no Teatro do Estudante, em uma montagem de Hamlet, dirigida por Paschoal Carlos Magno. Começou a afirmar-se profissionalmente já nessa época, 1941, na companhia de Raul Roulien. Junto com Laura Suarez, interpretou "Trio em Lá Menor", de Raimundo Magalhães Jr. Dois anos depois, Cacilda Becker regressou a São Paulo. Fez rádio-teatro para sobreviver, mas era no palco que ela mostrava a sua extraordinária capacidade de trabalho. Entrou para o Grupo Universitário de Teatro, fundado por Décio de Almeida Prado e participou de três montagens: "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente; "Irmãos das Almas", de Martins Pena e "Pequeno Serviço em Casa de Casal", de Mario Neme. Voltou novamente ao Rio para trabalhar com "Os Comediantes", grupo inovador no panorama teatral brasileiro. Dirigida por Ziembinski, participou da remontagem da peça "Vestido de Noiva", de Nélson Rodrigues, em 1946, ao lado de Olga Navarro e Maria Della Costa. Em 1948, o Teatro Nacional Popular, no Rio de Janeiro, foi fundado por Maria Della Costa, com Ziembisnky no elenco. Cacilda, em São Paulo, ingressou no Teatro Brasileiro de Comedia (TBC). Também passou a lecionar interpretação na recém inaugurada Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD). Em pouco tempo se tornou a primeira atriz do TBC. Entre os principais trabalhos dessa fase estão "Seis Personagens à Procura de um Autor", de Luigi Pirandello; "Anjo de Pedra", de Tennessee Williams, e "Antígona", de Sófocles e de Anouilh. No cinema trabalhou em "A Luz dos Meus Olhos" (1947) e "Floradas na Serra" (1954). O TBC entrou em declínio a partir de 1955. Os diretores italianos que o fundaram regressaram à Europa, enquanto os atores mais famosos abriram suas próprias companhias. Cacilda fundou a sua, ao lado dos atores Walmor Chagas, seu marido, de Ziembinski, e de sua irmã Cleide Yáconis que também iniciara carreira no TBC e se firmava como atriz de talento. O grupo encenou peças como "Longa Jornada Noite Adentro", de Eugene O'Neill, e "A Visita da Velha Senhora", de Durrenmatt. Atuou ainda em "Quem Tem Medo de Virgínia Woolf", de Albee, sendo especialmente lembrada por sua "Maria Stuart", de Johann Schiller. Com a nomeação de Abreu Sodré para o Governo de São Paulo, Cacilda assumiu a Presidência da Comissão Estadual de Teatro em 1968. Durante sua gestão, fez grandes conquistas e participou ativamente na luta contra a ditadura. Sua frágil aparência contrastava com a garra com que defendia seus ideais, seus amigos e o teatro. Voltou a representar, sob a direção de Flávio Rangel, o vagabundo Estragon de "Esperando Godot", de Samuel Beckett, ao lado de Walmor Chagas e de seu filho Luís Carlos Martins, que estreava no teatro. Em 6 de maio de 1969, durante uma apresentação, sofreu um derrame cerebral em conseqüência do rompimento de um aneurisma. Morreu aos 48 anos, depois de 38 dias em coma no Hospital São Luís, em São Paulo.

ABILIO PEREIRA DE ALMEIDA (1906-1977)

Abílio Pereira de Almeida , nasceu em São Paulo-SP, no dia 26 de fevereiro de 1906 e morreu no dia 17 de maio de 1977. Foi produtor, dramaturgo identificado com a alta burguesia paulistana, classe que retrata em tom satírico na maioria de suas criações de comédia de costumes. É o autor nacional mais montado pelo Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Formado em direito pela Universidade de São Paulo, USP, participa como ator de montagens beneficentes de Alfredo Mesquita. Frequentador da Livraria Jaraguá, é um dos fundadores do Grupo de Teatro Experimental (GTE), comandado por Mesquita, em 1943. Com essa equipe monta seu primeiro texto, Pif-Paf, em 1946, acumulando as funções de autor, diretor e ator. Essa experiência repete-se em 1948, na inauguração do TBC, com a montagem de seu texto A Mulher do Próximo. Como a anterior, essa peça enfoca os problemas do jogo e a desagregação dos costumes na alta burguesia. A partir de 1949 toma parte ativa na organização do TBC, como diretor secretário e, igualmente, na companhia cinematográfica Vera Cruz, outra iniciativa sob os auspícios do empresário Franco Zampari. Isso talvez explique porque ele tenha sido o autor nacional mais presente no repertório da companhia da Rua Major Diogo, responsável por alguns dos êxitos econômicos da empresa. Entre essas criações destacam-se Paiol Velho, com direção de Ziembinski, em 1951; Santa Marta Fabril S. A., dirigido por Adolfo Celi, em 1955; e Rua São Luís, 27 - 8º Andar, em 1957. Na primeira, é enfocada a incapacidade da elite agrária em administrar seus bens; na segunda, a crise que acomete a "geração de 1932" frente às novas coordenadas político-sociais; e, na terceira - cujo título é o endereço de uma garçonnière - a velha e a nova geração encontram na dissipação dos costumes motivo para entreter suas vidas esvaziadas de sentido. Abílio escreve a maior parte de suas criações para fora do TBC. Moral em Concordata, cujo tema do adultério e da dissipação de costumes volta a reinar; é levada com sucesso em 1956 pelo Teatro Maria Della Costa (TMDC), com produção de Sandro Polloni. Em O Comício, de 1955, pela Companhia Nydia Licia-Sergio Cardoso, o autor lança-se sobre a corrupta vida de um candidato. Alô...36-5499, um pesado dramalhão, é montagem de Antunes Filho para o Pequeno Teatro de Comédia, em 1958. A peça tem montagem de grande sucesso na Argentina, onde recebe o nome de Deliciosamente Amoral. Para a companhia de Dercy Gonçalves escreve duas encomendas: Dona Violante Miranda, em 1958, e Os Marginalizados, em 1971. Seu texto Em Moeda Corrente do País, um dos poucos dramas, é levado à cena com sucesso pelo Teatro Cacilda Becker (TCB), em 1960, centrado sobre a corrupção que atinge um funcionário público. Com produção do próprio autor são encenados: O Bezerro de Ouro, em 1961; Círculo de Champagne, em 1964; Licor de Maracujá, em 1966; Clube da Fossa, em 1968; e o espetáculo para o público infantil Independência ou Morte, em 1972. Ele deixa inédito Os Donos da Verdade, uma crítica ao "poder jovem" que emerge em 1968 e um inacabado livro de memórias, denominado Confissões de Um Anjo de Guarda. Segundo observações do crítico Yan Michalski, Abílio é um "autor polêmico, geralmente combatido pela crítica e bem-sucedido na bilheteria. Abílio escrevia quase sempre sobre a burguesia paulistana, da qual era um ilustre representante. Sua familiaridade com a sua própria classe social é um elemento-chave das suas comédias, sob forma de observações críticas pertinentes, pitorescas e comunicativas, mas prejudicadas por um forçado espírito de moralismo, e visando em geral - e frequentemente com sucesso - a uma repercussão de escândalo, o que condenava a sua dramaturgia a uma evidente superficialidade. Por outro lado, o alcance eminentemente local da sua temática fez com que a maioria das suas peças fosse montada e consumida exclusivamente em São Paulo. Mas Paiol Velho - que teve uma versão cinematográfica intitulada Terra é Sempre Terra e Santa Marta Fabril S. A. - que já nos anos 80 serviu de base a uma minissérie de televisão - contêm qualidades que, se tivessem sido cultivadas e exploradas mais a fundo, poderiam ter conduzido o inegável instinto teatral do autor a resultados de uma dimensão que a sua dramaturgia, apesar da sua momentânea popularidade, não conseguiu alcançar".

MÁRIO LAGO – (1911-2002)

Mário Lago, foi compositor, ator, poeta, radialista e advogado brasileiro. Entre suas músicas mais famosas estão "Ai que Saudades da Amélia" e "Atire a Primeira Pedra", feitas em parceria com Ataúlfo Alves. A marcha carnavalesca "Aurora" que ficou famosa na voz de Carmem Miranda foi feita em parceria com Roberto Roberti e "Nada Além" feita em parceria com Custódio Mesquita famosa na voz de Orlando Silva. Atuou em várias novelas, entre elas, "O Casarão", "Pecado Capital" e "Brilhante". Participou de peças de teatro e filmes como "Terra em Transe" de Glauber Rocha. Militante político foi preso várias vezes. Mário Lago, nasceu no Rio de Janeiro no dia 26 de novembro. Filho único do maestro Antônio Lago e de Francisca Maria Vicência Croccia Lago. Desde cedo dedicou-se às letras, publicou seu primeiro poema aos 15 anos. Formou-se em Direito em 1933, exercendo a profissão por poucos meses. Foi casado com Zeli com quem teve sete filhos. Militante político do antigo Partido Comunista Brasileiro, foi amigo de Oscar Niemeyer e de Luís Carlos Prestes, a quem homenageou com o nome de um filho. Sua estreia como letrista de música popular foi com "Menina, Eu Sei de uma Coisa", parceria com Custódio Mesquita, gravada em 1935 por Mário Reis. Três anos depois, Orlando Silva realizou a famosa gravação do fox "Nada Além", da mesma dupla de autores. Entre suas músicas mais célebres estão "Ai que Saudades da Amélia" e "Atire a Primeira Pedra", ambas interpretadas por Ataúlfo Alves, "É Tão Gostoso, Seu Moço", com Chocolate, que ficou conhecida na voz de Nora Ney, "Número Um" com Benedito Lacerda, o samba "Fracasso" e a marcha carnavalesca "Aurora", em parceria com Roberto Roberti, famosa na interpretação de Carmem Miranda, "Amélia", com seus versos "Amélia não tinha a menor vaidade/ Amélia é que era mulher de verdade", ficou tão popular que o termo se tornou sinônimo de mulher submissa, dedicada aos trabalhos domésticos e que não reclama. Mário Lago ficou conhecido do grande público graças a seu trabalho como ator. Desde a época das novelas de rádio até a televisão, onde participou de novelas como "Casarão", "Pecado Capital" e "Brilhante", entre muitas outras. Também atuou em peças de teatro e filmes, como "Terra em Transe", de Glauber Rocha. É autor dos livros "Na Rolança do Tempo" (1976), "Bagaço de Beira-Estrada" (1977) e "Meia Porção de Sarapatel" (1986). Foi biografado por Mônica Velloso em 1998 no livro "Mário Lago: boêmia e política". Desde o começo de 2002, Mário Lago lutava contra graves problemas de saúde, principalmente um enfisema crônico que sacrificava muito sua respiração e que já tinha sido responsável por sua internação em estado grave em janeiro, vítima de uma pneumonia bacteriana.

Era um artista completo, que atuava em diversos setores, no teatro, no cinema, na literatura, na música e na televisão. Fez diversas novelas de sucesso, como "Dancing Days" e "Pecado Capital", entre outras. Mais recentemente, para trabalhar em "O Clone", tinha de aspirar oxigênio no intervalo das gravações. A importância do jovem Mário, intelectual e politizado, no ambiente do incipiente teatro brasileiro de revista pode ser medida pelo episódio em que o parceiro, na marcha Aurora, entre outras, Roberto Martins o procurou, à saída do teatro, para lhe pedir um favor. Mário já estava acostumado a ser procurado pelo amigo quando Martins tinha algum pedaço de música à espera de uma tirada poética ou complemento melódico. Desta vez, porém, a conversa era outra. "Não trago música nenhuma Mario, é que tem um cantor aí precisando trabalhar e eu queria pedir para você ajudá-lo, que ele é muito bom...", argumentou Martins. Assim começava a carreira de Carlos Galhardo, um dos mais populares cantores da era do rádio, pelas mãos de Mário, que já fazia sucesso com "Nada Além", gravado por Orlando Silva, e deu a Galhardo a oportunidade de gravar "Será?" e "Devolve". ´Sobre o tempo, Mário dizia: "Discordo quando as pessoas falam "no meu tempo...". Meu tempo é hoje. Fiz um acordo com o tempo: nem ele me persegue e nem eu fujo dele. Um dia a gente se encontra". Mário Lago morreu no dia 30 de maio de 2002, no Rio de Janeiro.

SÉRGIO CARDOSO – (1925-1972)

Sérgio Cardoso, nasceu no dia 15 de março de 1925 em Belém do Pará, Sérgio Fonseca de Mattos Cardoso foi um ator Brasileiro, o qual se formou em Direito no Rio de Janeiro e sonhava com o Itamarati, queria ser diplomata. Despertou para o teatro ao conhecer o Teatro Universitário do Rio de Janeiro e sua estreia foi no papel título de Hamlet de Shakespeare. O sucesso foi tão grande que ele desistiu de tudo e se decidiu pela carreira de ator. Foi para o Teatro Brasileiro de Comédia de São Paulo. Fez peças importantes, como: Entre Quatro Paredes; A Ópera dos Três Vinténs; Do Mundo Nada se Leva; Seis Personagens à Procura de um Autor; Convite ao Baile; A Falecida; A Raposa e as Uvas e A Ceia dos Cardeais. Em 1949 fundou sua própria companhia teatral, o Teatro dos Doze em sociedade com a atriz Nydia Lícia com que foi casado por muitos anos e teve uma filha, Silvia. Na TV Tupi, Sérgio Cardoso fez várias telenovelas de sucesso: O Sorriso de Helena; O Cara Suja; O Preço de uma Vida; O Anjo e o Vagabundo; Somos Todos Irmãos e Antônio Maria. Essa última, escrita por Geraldo Vietri, que fez ao lado de Aracy Balabanian, foi seu maior sucesso na TV. Em 1968, realizou O Santo Mestiço, novela sobre a vida de São Mantinho de Porres. Uma grande polêmica envolveu sua vida profissional, quando interpretou Pai Tomás na novela "A do Pai Thomas". Sérgio Cardoso vinha do sucesso de Antônio Maria na Tupi. Era contratado para viver o negro Pai Tomás, contra a vontade de Glória Magadan, supervisora de novelas da Globo, na época. Para interpretar o papel, Sérgio teve de pintar o corpo, usar peruca e colocar rolhas no nariz. A escolha de Sérgio Cardoso para o papel principal da novela foi uma imposição da agência de publicidade Colgate-Palmolive, uma das subsidiárias norte-americanas que patrocinavam a produção das novelas nacionais nos anos 60. Além da crítica cruel de colegas como Plínio Marcos, teve de usar toda a sua técnica de ator para interpretar o papel e por muitos anos ficou se desculpando com Milton Gonçalves, que tinha características físicas adequadas para interpretar o papel. Em 1969 ele foi para a TV Globo, onde fez: A Cabana do Pai Tomás; Pigmaleão 70; A Próxima Atração e O Primeiro Amor. Foi este seu último trabalho, pois em seguida o ator faleceu vitimado por um ataque cardíaco, no dia 18 de agosto de 1972. Ele teve que ser substituído por Leonardo Villar, um de seus melhores amigos, já que a telenovela ainda tinha vários capítulos para serem gravados e ele fazia o principal papel. Mais de vinte mil pessoas acompanharam o enterro do ator em São Paulo.

Onde ele formou sua Companhia de Teatro, no bairro da Bela Vista, hoje existe o Teatro Sérgio Cardoso. Obs.: Existe uma lenda antiga e famosa, a qual cita que Sérgio Cardoso sofria de Catalepsia, e por este motivo foi enterrado vivo, sendo que após alguns dias, quando foi comentado sobre este possível problema de saúde do ator, seu caixão foi reaberto, sendo encontrado marcas de arranhões em seu rosto e na tampa interna do caixão, estando seu corpo virado para baixo, indicando que o mesmo "acordou" após ter sido sepultado, e realmente morrendo sufocado devido à falta de ar . Catalepsia patológica é uma doença rara em que os membros se tornam moles, mas não há contrações, embora os músculos se apresentem mais ou menos rijos, e quem passa por ela pode ficar horas nesta situação. No passado já existiram casos de pessoas que foram enterradas vivas e na verdade estavam passando pela catalepsia patológica. Muitos especialistas, contudo, afirmam que isso não seria possível nos dias de hoje pois já existem equipamentos tecnológicos que, quando corretamente utilizados, não falham ao definir os sinais vitais e permitem atestar o óbito com precisão. O estado de morte aparente pode surgir em casos de asfixia, intoxicação, soterramento, afogamento, enfarte fulminante ou hipotermia. Nem a falta de respiração ou batimentos cardíacos significa, necessariamente, ausência de vida. Místicos e faquires indianos que praticam a postura Khé-chari-mudra (suspensão da respiração perceptível) permanecem muitas horas nesse estado. Também na índia, cardiologistas descobriram que certas posições iogas permitem paralisar o coração.

Um exame confiável para reduzir as chances de erro é a realização de exames com eletrocardiograma e eletroencefalograma. No Vietnã "milhões de pessoas já foram enterradas vivas por ausência constatada dos chamados sinais vitais", afirma o médico francês Perón Autret. Após um profundo estudo sobre a morte ele publicou na década de 70 o livro "Os enterrados vivos" com revelações assustadoras sobre o assunto. Sérgio Cardoso faleceu com 47 anos de idade, vítima de Ataque Cardíaco. Causa da Morte: Ataque Cardiáco – Infarto. Sepultamento: Cemitério São João Batista, na cidade do Rio de Janeiro.

JACKSON DO PANDEIRO ( 1919-1982)

Do alto da serra onde fica a cidade de Areia, em plena região do brejo paraibano, avista-se lá embaixo a cidade de Alagoa Grande, com a lagoa que dá nome à cidade brilhando à luz do sol nordestino, como uma colher de prata em cima de uma toalha verde. Pois foi em Alagoa Grande, em 31 de agosto de 1919, que nasceu José Gomes Filho, que mais tarde viria a se tornar conhecido como Jackson do Pandeiro. Queria ser sanfoneiro. Mas a sanfona era um instrumento caro, e sendo o pandeiro mais barato, foi esse que recebeu de presente da mãe, Flora Mourão, cantadora de coco, a quem desde cedo o menino ouvia cantar coco, tocando zabumba e ganzá. Aos 13 anos, com a morte do pai, veio com a mãe e os irmãos morar em Campina Grande, onde começou a trabalhar como entregador de pão, engraxate e pequenos serviços. Na feira de Campina, entre um mandado e outro, assistia aos emboladores de coco e cantadores de viola. Ia muito ao cinema e tomou gosto pelos filmes de faroeste, admirando muito o ator Jack Perry. Nas brincadeiras de mocinho e bandido com os outros garotos, José transformava-se em Jack, nome pelo qual passou a ser conhecido. Aos dezessete anos, largou o trabalho na padaria para ser baterista no Clube Ipiranga. Em 1939, já formava dupla com José Lacerda, irmão mais velho de Genival Lacerda. Era Jack do Pandeiro. No o início da década de 40, Jackson foi morar em João Pessoa, onde continuou a tocar nos cabarés, e logo depois na Rádio Tabajara, onde ficou até 1946. Em 1948 foi para o Recife trabalhar na Rádio Jornal do Comércio Foi aí que o diretor do programa sugeriu que ele trocasse o Jack por Jackson, que era mais sonoro e causava mais efeito quando anunciado ao microfone. Somente em 1953, já com trinta e cinco anos, foi que Jackson gravou o seu primeiro grande sucesso: Sebastiana, de Rosil Cavalcanti. Logo depois, emplacou outro grande hit: Forró em Limoeiro, rojão composto por Edgar Ferreira. Foi na rádio pernambucana que ele conheceu Almira Castilho de Alburquerque, com quem se casou em 1956 vivendo com ela até 1967. Fizeram uma dupla de sucesso, ele cantando e ela dançando ao seu lado, tendo participado de dezenas de filmes nacionais. A paixão por Almira era tão grande que Jackson chegou a colocar várias músicas no nome dela. Depois doze anos de convivência, Jackson e Almira se separaram e ele casou com a baiana Neuza Flores dos Anjos, de quem também se separou pouco antes de falecer. No Rio, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com O Canto da Ema, Chiclete com Banana, Um a Um e Xote de Copacabana. Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, coco, samba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval. Músicos que o acompanharam como Dominguinhos e Severo dizem que ele era um grande “sanfoneiro de boca”, o que significa que apesar de não saber tocar o instrumento ele fazia com a boca tudo aquilo que queria que o sanfoneiro executasse no instrumento. O fato de ter tocado tanto tempo nos cabarés aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música, e diz-se que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele. No palco, tinha uma ginga toda especial, uma mistura de malandro carioca com nordestino. Ficou famoso pelas umbigadas que trocava com a parceira e esposa Almira. Já com sessenta e três anos, sofrendo de diabetes, ao fazer um show em Santa Cruz de Capibaribe, sentiu-se mal, mas não quis deixar o palco. Já estava enfartado mas continuou cantando, tendo feito ainda mais dois shows nessas condições, apesar do companheiro Severo, que o acompanhou durante anos na sanfona, ter insistido com ele para cancelar os compromissos: ele não permitiu. Indo depois cumprir outros compromissos em Brasília passou mal, tendo desmaiado no aeroporto e sendo transferido para o hospital. Dias depois, faleceu de embolia cerebral, em 10 de julho de 1982.

JORGE DE ANDRADE ( 1919-1982)

Aluísio Jorge de Andrade Franco, mais conhecido como Jorge Andrade , nasceu em Barretos, no dia 21 de maio de 1922 e morreu em São Paulo, no dia 13 de março de 1984 , foi um dramaturgo e escritor brasileiro. Jorge Andrade começou sua carreira após ser apresentado, na década de 1950, à atriz Cacilda Becker, quando tinha 28 anos. Ela o incentivou a escrever para teatro. Mas ele queria ser ator, e aí Jorge entrou para a Escola de Arte Dramática da USP. Sua obra faz uma reconstrução da história do Brasil, sobretudo o ciclo do café, além de focalizar o problema da decadência dos valores patriarcais. Estreou profissionalmente como dramaturgo em 1954, com "A Moratória", conquistando o Prêmio Saci. Seguiram-se várias peças de 5 sucesso, como "Vereda da Salvação" e "Pedreira das Almas". Publicou, em seguida, a compilação do seu ciclo dramático, "Marta, a Árvore e o Relógio", narrando a formação da sociedade paulista e brasileira. O seu maior sucesso teatral, a peça "Os Ossos do Barão", permanece até hoje, mais de quatro décadas depois, como uma marca de qualidade dos bons tempos do Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC. Sua estreia na televisão foi com a telenovela "Os Ossos do Barão", em 1973. Era uma adaptação que fundia duas peças: "A Escada" e "Os Ossos do Barão". Tornou-se polêmico e incompreendido com O Grito, em 1975. Em 1978 publicou o romance autobiográfico "Labirinto", e, em 1979, escreveu "Gaivotas" para a TV Tupi, trabalho que lhe valeu o prêmio de melhor escritor de televisão do ano conferido pela Associação Paulista dos Críticos de Arte. Seus últimos trabalhos para a televisão foram na TV Bandeirantes, na década de 1980, com "Os Adolescentes", "Ninho da Serpente" (um de seus maiores êxitos) e "Sabor de Mel", sua última novela, estrelada por Raul Cortez e Sandra Bréa. Outras obras teatrais de Jorge Andrade são "Senhora na Boca do Lixo", "Rasto Atrás", "As Confrarias", "Milagre na Cela" e "O Sumidouro". Jorge Andrade morreu vítima de uma embolia pulmonar, no INCOR, na cidade de São Paulo, seis meses depois de ter realizado uma operação para a implantação de três pontes safena e de ter sofrido um enfarte durante essa cirurgia.

RENATO ARAGÃO (1935)

Antônio Renato Aragão, nasceu em Sobral-CE, no dia 13 de janeiro de 1935. É um ator, diretor, advogado, cineasta, produtor, comediante, dublador, humorista, escritor, apresentador e cantor, famoso por liderar a série televisiva Os Trapalhões, nas décadas de 1970 e 1980. É também conhecido como Didi Mocó, ou apenas Didi, seu principal personagem. Também é advogado, formado pela Faculdade de Direito do Ceará da Universidade Federal do Ceará em 1961. Filho do escritor sobralense Paulo Ximenes Aragão e Dinorá Lins. Em 1955, tornou-se oficial do Exército (segundo-tenente de infantaria), formado pelo CPOR. Ainda estudante de Direito, em 05/09/1958, enquanto voltava de Recife para Fortaleza, Renato era um dos passageiros a bordo do avião Curtiss C-46 Commando, prefixo PP-LDX, do Lóide Aéreo Nacional, que caiu na região do Serrotão, próximo ao Aeroporto Presidente João Suassuna, em Campina Grande (PB). Ele e um amigo sobreviveram ajudando outros sobreviventes até a chegada dos socorristas, que abriram caminho na mata com facões para chegar ao local da queda. Renato e o amigo andaram até uma cidade próxima onde souberam que haviam sido dados como mortos, pelo rádio. A muito custo conseguiram voltar para Fortaleza. Anos depois, formou-se em Direito, na Faculdade de Direito do Ceará em 1961. Aos 24 anos, inscreveu-se num concurso da TV Ceará para trabalhar como "realizador" - uma espécie de diretor, redator e produtor de programas. Ele venceu, demonstrando seu talento e em pouco tempo já trabalhava como ator. O primeiro programa de televisão de que participou foi Vídeo Alegre. Em 1964 Renato mudou-se para o Rio de Janeiro a fim de estudar direção de programas e logo foi contratado pela TV Tupi, São Paulo para trabalhar no humorístico A E I O URCA. A mudança para a TV Excelsior em 1966 lhe proporcionou a oportunidade de criar um humorístico próprio; nascia então Os Adoráveis Trapalhões, em que contracenava com Wanderley Cardoso, Ivon Cury e Ted Boy Marino. Apesar de ter participado de muitos outros programas humorísticos, Aragão nunca se esqueceria da fórmula utilizada em Adoráveis Trapalhões, e finalmente conseguiria consagrá-la em 1974, ao estrear Os Trapalhões, já regresso à TV Tupi, ao lado de Dedé Santana, Mussum e Zacarias). Renato Aragão atuou em diversos filmes, tendo alguns recebido premiações estrangeiras, como Os Vagabundos Trapalhões e O Cangaceiro Trapalhão, no Festival Internacional de Cinema para a Infância e Juventude (Portugal), em 1984, e Os Trapalhões e a Árvore da Juventude, no III Festival de Cine Infantil de Ciudad Guayana (Venezuela), em 1993. Entre outras grandes personalidades, Renato Aragão atuou com Pelé em 1986 no filme Os Trapalhões e o Rei do Futebol, quando gravou cenas em um Maracanã lotado antes de uma partida de seu clube de coração, o Vasco da Gama. Fundou, em 1977, a Renato Aragão Produções Artísticas Ltda., responsável pela produção de filmes, programas de televisão, vídeos e shows, dentre outros. Recebeu, em 1980, o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e, em 1982, o título de Personalidade Ilustre do Estado do Rio de Janeiro, ambos concedidos pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Em 1991, tornou-se representante especial do UNICEF e embaixador do mesmo órgão, em prol da infância brasileira. Foi condecorado chanceler da Ordem do Rio Branco, título concedido pelo MRE, em 1994. Nesse mesmo ano, foi agraciado com a admissão na Ordem Nacional do Mérito Educativo, no grau de oficial, por indicação do Ministério da Educação e do Desporto. Ainda em 1994, Renato Aragão estreou um programa em Portugal, a convite da emissora portuguesa SIC, com a participação dos atores Dedé Santana e Roberto Guilherme, além de vários artistas portugueses. Em 1995, recebeu o título de Cidadão Paulistano, concedido pela Câmara Municipal de São Paulo. O grupo "Os Trapalhões" entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes, em 1997, como o humorístico brasileiro que permaneceu por mais tempo em exibição na TV. Renato Aragão encontra-se no seu segundo casamento, com a fotógrafa Lílian Taranto. Tem uma filha, Lívian (1999), com a atual esposa além de outros quatro filhos do primeiro casamento com Marta Rangel (1936) - com quem Renato viveu por 34 anos (1957-1991): Paulo (1960), Ricardo (1962), Renato Jr. (1968), e Juliana (1977). Dois episódios marcantes evidenciaram o lado religioso de Renato Aragão: o humorista já escalou o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, para beijar a mão da estátua, um sonho que realizou no programa comemorativo de 25 anos, exibido no dia 27 de agosto de 1991, da formação dos Trapalhões, e fez uma caminhada de São Paulo a Aparecida, levando uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, para pagar uma promessa feita à santa, dias antes da exibição do projeto:Criança Esperança de julho de 1999. Renato ficou afastado da TV depois da morte de seus companheiros Zacarias e Mussum (sem esquecer o querido Tião Macalé). Em 1998, estreou um programa inédito, com formato diferente, A Turma do Didi. No ano 2000, festejou seus 40 anos de carreira. Em 2002, sua empresa Renato Aragão Produções Artísticas Ltda comemora 25 anos de sucesso. Nesse mesmo ano, Renato lançou o livro Meus Caminhos. Em 2004, os personagens Didi e Dedé, interpretados por Renato Aragão e Dedé Santana, se reconciliaram no programa Criança Esperança, ao som da canção "No Mundo da Lua", de Michael Sullivan e Paulo Massadas. Em 2011, foi homenageado pela escola de samba paulista X-9 Paulistana. O enredo foi: "De eterna criança a embaixador da esperança... Renato Aragão, Didi Trapalhão. Os Trapalhões foi um programa humorístico televisivo da Rede Globo criado desde 1977, onde Renato Aragão alcançou fama nacional nos anos 80 e início dos anos 90, interpretando seu personagem Didi, ao lado de seus três companheiros Dedé, Mussum e Zacarias e um grande elenco coadjuvante. Houve também uma grande sequência de filmes do quarteto liderado por Renato Aragão. O Criança Esperança é um programa com maratona televisivo da Rede Globo, criado em 1986, onde Renato Aragão apresenta um show tradicional e anual ao vivo para todo o Brasil e para o mundo inteiro, com todo o elenco da Globo e artistas diversos. o programa tem inserção dos profissionais da Jornalismo Globo, Esporte Globo e do Entretenimento Globo. O programa é um projeto da Rede Globo em parceria com a UNESCO, antes UNICEF. Didi Mocó é o personagem de maior sucesso interpretado por Renato Aragão. O personagem é tão famoso que Renato Aragão é mais conhecido pelo nome Didi do que pelo seu próprio nome. O nome completo do personagem é Didi Mocó Sonrisal Colesterol Novalgino Mufumbo[6] (ou "Didi Mocó Sonrisépio Colesterol Novalgino Mufumbo” e por vezes, Didi ao mencionar seu nome completo, alertava que o nome Mufumbbo se escrevia "com dois bês" e o nome Mocó, com dois acentos no "o"). Renato conta que o nome Didi Mocó foi criado de improviso em um programa de auditório[10] Didi foi interpretado por Renato Aragão não só apenas no programa televisivo da Globo, Os Trapalhões, onde foi o líder do quarteto e um dos Trapalhões mais engraçados, mas também em vários filmes do grupo, nos programas A Turma do Didi (posteriormente nomeado Aventuras do Didi), Acampamento de Férias, Criança Esperança e nos programas Especiais da Rede Globo. Algumas expressões do Didi. O linguajar único de Didi é formado por várias palavras cômicas e também por diversas variações d'outras palavras e nomes, como: alumão (alemão), scripa (script), sumana (semana), cacetração (concentração), suveja (cerveja), campanhêro (companheiro), drupa (dupla), vareia (varia), Bita (Beatles), Ruka (Hulk), Réri Póta (Harry Potter), Interneta (Internet), Big Bróda (Big Brother), popotizado (hipnotizado) etc. Outros personagens: Além do famoso Didi, Renato Aragão também interpretou outros personagens no programa dos Trapalhões: Soldado 49. Na verdade este não era outro personagem, mas o mesmo Didi num quartel de exército, onde ele interpretava o papel de recruta junto com seus três companheiros - Dedé era o soldado 42 (54 em outras ocasiões), Mussum o 98 e Zacarias o 45 (23 em outras ocasiões), sob o comando do autoritário Sargento Pincel (Roberto Guilherme), em quem sempre Didi e seus amigos tentavam pregar peças. Tião Macalé também tomou parte neste quadro, como o Cabo 7 e Jorge Lafond era o soldado "24". Em A Turma do Didi, o quadro do quartel de exército havia retornado e Renato Aragão, Dedé Santana e Roberto Guilherme interpretaram novamente seus personagens. Aparício - Um personagem mudo que era sempre acompanhado pela voz de um narrador, que se comunicava com ele. Teve uma única aparição frente a Didi no quadro Trapa Hotel (numa cena feita com montagens), sempre com a inseparável voz do narrador, interpretado por Wilton Franco quando este era também o diretor do programa na Rede Globo ao seu lado. Ananias - Um anão que Renato Aragão interpretava com metade de suas pernas afundadas em buracos no chão, para diminuir a estatura. O Velho - Um personagem idoso sempre com um forçado sorriso na boca para parecer que não tinha dentes. Quase sempre terminava metido em encrencas e sua eterna frase final era sempre "Ih, o véi (velho) dançou". Mas, excepcionalmente em uma vez, ao não terminar a cena com má sorte, disse: Nessa o véi num vai dançar não! O véi tá ficando sabido! - O Maluco - Um personagem completamente louco que Renato Aragão interpretava usando uma espécie de chapéu que, na parte de cima, tinha o formato de uma luva de mão. Pilombeta - Personagem em que Renato Aragão interpreta com metade de suas pernas afundadas em buracos no chão, para diminuir a estatura. Severina .

ROBERTO CARLOS (1941)

Capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, Roberto Carlos Braga nasceu no dia 19 de abril de 1941. Roberto é o artista latino-americano que teve mais discos vendidos e o cantor brasileiro que mais vendeu discos no mundo. Em 50 anos de carreira, completados em 2009, vendeu cerca de cem milhões de álbuns. Seu sucesso teve início nos anos 60, quando celebrava o rock 'n roll com artistas como Erasmo Carlos, Wanderléa, entre outros. Junto com os dois cantores já citados, Roberto pode ser considerado um dos pais da Jovem Guarda. Nessa época ele emplacou músicas como Splish Splash, Parei na Contramão, É Proibido Fumar e O Calhambeque. Depois de um desentendimento com seu parceiro de composições, Erasmo Carlos, Roberto seguiu escrevendo sozinho músicas marcantes. A trilha sonora do filme Roberto Carlos Em Ritmo De Aventura trazia canções dele como Por Isso Corro Demais, Como É Grande O Meu Por Você e Quando. O filme além de reatar a amizade com Erasmo, garantiu a Roberto o sucesso também nos telões, com uma das maiores bilheterias da época. A mudança na carreira do cantor viria com a chegada dos anos 70. Ainda em 1969, seu disco Roberto Carlos, que trouxe faixas como As Curvas da Estrada de Santos e As Flores do Jardim de Nossa Casa já mostrava traços mais românticos. Foi nos anos 70 também que Roberto firmaria seus laços fortes com a religião. O álbum de 1970 trazia a canção Jesus Cristo, um de seus maiores sucessos. O último filme intitulado Roberto Carlos a 300 por Hora é de 1971, quando ele também lançou um novo disco com músicas marcantes: Detalhes, Todos Estão Surdos e Embaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos. O programa anual de Roberto Carlos na Rede Globo de Televisão teve início em 1974, quando obteve um grande índice de audiência. A chegada dos anos 80 marcou uma nova fase na carreira internacional de Roberto Carlos. Ele gravou seu primeiro disco cantado todo em inglês. Em 1982, receberia da CBS o prêmio Globo de Cristal, por vender mais de 5 milhões de cópias fora do seu país de origem. Já em 1988, ganharia o Grammy de Melhor Cantor Latino-Americano e ainda atingiria o topo da parada latina da Billboard. Nos anos 90, Roberto Carlos continuou como um grande campeão de vendas ao bater os Beatles em vendagens, com mais de 70 milhões de cópias. Nos anos 2000, Roberto foi mais um artista a participar do etsrelado hall da série Acústico da MTV. O disco trouxe a participação de artistas como Samuel Rosa, do conjunto Skank, e o guitarrista Tony Bellotto, dos Titãs. Em 2004, comemorando os 30 anos de sua série de especiais na Tv Globo, Roberto Carlos teve sua discografia relançada em grandes boxes, divididos por décadas. Um ano depois levaria o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Romântica, com o álbum Pra Sempre Ao Vivo No Pacaembu. Ele repete a dose em 2006, faturando novo Grammy Latino com o disco Roberto Carlos, de 2005. Depois disso, Roberto Carlos lançou mais três discos: Duetos, Roberto Carlos En Vivo (disco em espanhol) e Roberto Carlos e Caetano Veloso e a música de Tom Jobim.

SÍLVIO SANTOS (1930-2024)

Sílvio Santos é apresentador de Televisão e empresário de comunicação. O Grupo Sílvio Santos engloba o Sistema Brasileiro de Televisão, a Liderança Capitalização-Administração da loteria Tele Sena, a Jequiti Cosméticos. Seu Programa de televisão, o Programa Sílvio Santos, é transmitido há décadas e seu grande sucesso deve-se à variedade de jogos, pegadinhas e outras atrações. Silvio Santos- Senor Abravanel, nasceu na Lapa, Rio de Janeiro, no dia 12 de dezembro de 1930 e morreu no dia 17 de agosto de 2024. Filho do imigrante turco Alberto Abravanel e da grega Rebeca Abravanel. Era chamado de Silvio, pela mãe, que não gostava de seu nome de batismo. O sobrenome Santos, foi escolhido por ele, pois “santos” seriam os protetores o ajudariam a ter sorte em sua caminhada. Sílvio Santos é descendente de um estadista e filósofo judeu-português Isaac Abravanel. Sílvio Santos começou a trabalhar como camelô aos 14 anos, onde aprendeu a negociar e a expor a sua voz, considerada poderosa. Foi convidado para ser locutor na Rádio Guanabara, mas não ficou por muito tempo, pois a atividade de camelô lhe rendia mais financeiramente. Seu tino comercial era admirado e conhecido por todos. Depois de servir ao exército, criou uma maneira de tornar as viagens mais dinâmicas nas embarcações que iam do Rio de Janeiro à Niterói: criou um serviço de alto falantes para anunciar os produtos negociados. Posteriormente, entrou para o ramo de shows e sorteios de loterias. Sílvio Santos foi apelidado de Peru, pois falava muito. Em 1962 começo a sua carreira na televisão, com o programa "Vamos Brincar de Forca", transmitido pela TV Paulista. Teve sucesso nesse ramo, e acabou por ser contratado pela Rede Globo de Televisão, mas saiu algum tempo depois por não conseguir se tornar acionista. Passou pela Rede Tupi e Rede Record, nesta, conseguiu 50% das ações da TV. Mas o grande empreendimento de Sílvio Santos seria o SBT - Sistema Brasileiro de Televisão, canal próprio, onde apresentaria o seu tradicional Programa "Sílvio Santos" e venderia outros produtos, como o Baú da Felicidade, empresa de venda de carnês e sorteios. O Programa Silvio Santos é uma atração que já se tornou tradição na televisão brasileira. Nele, Sílvio Santos montou uma variedade de atrações junto com a publicidade de seus produtos, o que lhe mantem uma audiência fiel. Foi candidato à Presidência da República em 1989, mas teve a candidatura impugnada por questões de lei eleitoral. Sílvio Santos é casado pela segunda vez, e tem seis filhas. Uma delas, Patrícia Abravanel, que será uma das sucessoras dos negócios do pai, decisão tomada por ele em 2006.

BIOGRAFIA DE CHACRINHA (1916-1988)

Chacrinha, nasceu no dia 20 de janeiro de 1916, em Surubim – Pernambuco e morreu no dia 30 de julho de 1988, em São Paulo –SP. José Abelardo Barbosa de Medeiros, ou simplesmente Chacrinha, foi um dos apresentadores mais renomados da televisão brasileira, responsável pela popularização do veículo como meio de comunicação de massa. Nordestino, começou sua carreira no rádio em 1939. Em 1956, levado à televisão, o "Velho Guerreiro", como também era conhecido, ou o "Palhaço do Povo", como ele mesmo se definia, criou um inovador e irreverente programa de calouros, que se tornou popular no país inteiro e projetou grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB). Autor de inesquecíveis frases, como: "Quem não se comunica se trumbica" e "Eu vim para confundir, não para explicar"; e das perguntas: "Vocês querem bacalhau?" e "Vai para o trono ou não vai?", misturava em seu trabalho descontração e alegria, ironia e irreverência. Passou pela TV Tupi, Rio e Bandeirantes, com os programas Discoteca do Chacrinha, Buzina do Chacrinha e Cassino do Chacrinha, sempre acompanhado das famosas chacretes. Na Rede Globo, com A Hora da Buzina, graças à sua capacidade de improvisação e de entretenimento, era líder de audiência nas tardes de domingo. Vestido de forma bizarra, com uma buzina pendurada ao pescoço, que utilizava quando o calouro cometia algum deslize, e em meio a uma sonoplastia de sons de animais e panelas, atirava bacalhau à platéia e oferecia abacaxi como prêmio ao cantor que se revelasse talentoso. Em 1987, foi homenageado pela Escola de Samba Império Serrano, com o tema Com a Boca no Mundo, Quem Não se Comunica se Trumbica.

LAMARTINE BABO (1904-1963)

Lamartine Babo foi um compositor brasileiro. Compôs canções de vários gêneros, mas foi com as marchinhas carnavalescas que seu nome tornou-se conhecido. Em suas músicas predominava o humor refinado e a irreverência. É sua a letra da valsa "Eu sonhei que tu estavas tão linda" e da marchinha "Teu cabelo não nega" essa feita em parceria com os irmãos Valença. Lamartine Babo, nasceu na Rua Teófilo Otoni, no centro da cidade do Rio de Janeiro, no dia 10 de janeiro de 1904. A família logo muda-se para o bairro da Tijuca. Filho de Leopoldo Azeredo Babo e Bernarda Preciosa Gonçalves Babo. Iniciou seus estudos em escola pública. Em 1915 ingressou no Colégio São Bento, para cursar o ginasial. Estudou no Colégio Pedro II, onde formou-se em Letras. Foi criado em ambiente musical, sua mãe e suas irmãs tocavam piano, sua casa era frequentada por vários músicos. Seu talento não tardou a se manifestar. Aos 13 anos de idade, compôs sua primeira valsa "Torturas do Amor" e aos 16 anos, compôs a opereta "Cibele". Mesmo tendo sido um leigo em técnica musical, Lamartine tinha facilidade para criar melodias perfeitas, resultantes de seu espírito inventivo e altamente versátil. Lamartine Babo compôs canções de vários gêneros. No entanto, foi através das marchinhas carnavalescas que o seu nome se tornou mundialmente conhecido. Em suas letras, predominavam o humor refinado e a irreverência. Lamartine Babo era torcedor do América e apaixonado por futebol, compôs a letra e a música de hinos para vários clubes do Rio de Janeiro. Em 1925, depois de ser despedido da Light, onde trabalhava como office-boy, pode se dedicar exclusivamente à música. Passou a compor para blocos carnavalescos. Neste ano, conquistou certo prestígio com a marchinha "Foi Você". Sua primeira marchinha gravada, foi a divertida "Os Calças-Largas", em que Lamartine debochava dos rapazes que usavam calças boca-de-sino. Em 1937, com a censura imposta pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, carnavalescos irreverentes como Lamartine Babo ficaram proibidos de utilizar a sátira em suas composições. Sem a irreverência costumeira, as marchinhas não foram mais as mesmas. Lamartine Babo só casou em 1951, com 47 anos. Lamartine de Azevedo Babo morreu vitimado por um enfarte, no dia 16 de Junho de 1963, no Rio de Janeiro, deixando seu nome no rol dos grandes compositores deste país.

PASCHOAL CARLOS MAGNO (1906-1980)

Paschoal Carlos Magno nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 13 de janeiro de 1906 e morreu também no Rio de Janeiro, no dia 24 de maio de 1980. Filho de imigrantes italianos, inicia sua carreira teatral, aos 20 anos de idade, como ator, na peça "Abat-Jour", de Renato Viana. Em 1928, passa a escrever crítica literária para O Jornal. No ano seguinte, formau-se em Direito e faz uma campanha para arrecadar fundos para a construção da Casa do Estudante do Brasil, que é inaugurada em 1937. Em 1930, recebe da Academia Brasileira de Letras uma premiação por sua peça "Pierrot", que é montada pela companhia de Jaime Costa, da qual assume a direção artística. Em 1946, seu texto "Tomorrow Will Be Different" é apresentada em Londres e em outras cidades européias, com boa repercussão da crítica. No Teatro do Estudante do Brasil (TEB), monta em 1948 a peça "Hamlet", de William Shakespeare, que é protagonizada pelo estreante ator Sergio Cardoso, com direção do alemão Hoffmann Harnisch. Com a repercussão de seu trabalho, vários teatros de estudantes passam a ser criados em várias cidades. Em 1949, cria um Festival Shakespeare no Rio de Janeiro, onde foram encenadas as peças "Romeu e Julieta", "Macbeth" e "Sonho de Uma Noite de Verão". Em 1952, realiza uma turnê com o TEB pelo Norte do País e inaugura o Teatro Duse (hoje Teatro Duse - Casa Pascoal Carlos Magno) em sua casa, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, que funcionou até 1956 com entrada franca. Impressionado com seu trabalho, o então presidente, Juscelino Kubitschek, transformau-o num "agitador cultural oficial", encarregando-o de dinamizar a cultura e buscar talentos artísticos em todo o País. A partir daí, organiza em Recife o primeiro Festival Nacional de Teatros de Estudantes, que dura seis edições. Em 1962, é nomeado Secretário Geral do Conselho Nacional de Cultura e organiza a Caravana da Cultura, que percorre os Estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Sergipe e Alagoas com 256 jovens que apresentaram espetáculos de teatro, dança e música. Sua última realização como agitador cultural, em 1965, é a criação da Aldeia de Arcozelo em Paty do Alferes, Rio de Janeiro. Uma fazenda histórica do século XIX, onde ocorreu a revolta de Manuel Congo), foi doada pelo seu amigo João Pinheiro Filho para que ele implantasse um centro de treinamento de teatro e retiro para artistas. O empreendimento grandioso consumiu toda sua fortuna, inclusive o casarão de Santa Tereza, e a Aldeia de Arcozelo ficou fechada por vários anos. Hoje, é o Centro Cultural Pascoal Carlos Magno, um centro permanente de atividades artísticas. Afastado da carreira diplomática pelo Golpe Militar de 1964. Em 1974, lança o projeto a Barca da Cultura, que desceu o rio São Francisco de Pirapora a Juazeiro, porém sem a mesma dimensão grandiosa dos projetos anteriores.

AUGUSTO BOAL (1931-2009)

Nasceu no Rio de Janeiro no dia 16 de março de 1931 e morreu no dia 02 de Maio de 2009, também na cidade do Rio de Janeiro. Augusto Pinto Boal foi a principal liderança do Teatro de Arena de São Paulo, na década de 1960. Criou o "teatro do oprimido", metodologia que une teatro e ação social e que tornou seu trabalho conhecido internacionalmente. Depois de concluir o curso de química na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1950, embarca para Nova York, onde estuda teatro na Universidade de Columbia. Cursa direção e dramaturgia. Volta ao Brasil em 1956, quando é contratado para integrar o Teatro de Arena de São Paulo, onde aprofunda o trabalho de interpretação, adaptando o método de Stanislavski às condições brasileiras e ao formato de Teatro de Arena. Sua atuação é decisiva para o engajamento do grupo na opção ideológica de esquerda. Dirige, então, "Ratos e homens", de John Steinbeck, que lhe rende o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes - APCA, como revelação de diretor. Em 1959, dirige "Chapetuba Futebol Clube", de Oduvaldo Vianna Filho. Nos anos seguintes dirige "Fogo Frio", de Benedito Ruy Barbosa, "A Mandrágora", de Maquiavel, "O Noviço", de Martins Pena, "Um Bonde Chamado Desejo", de Tennessee Williams, "O Melhor Juiz, o Rei", de Lope de Vega, e "Tartufo," de Molière. Depois do golpe militar de 1964, Boal dirige, no Rio de Janeiro, o show Opinião, com Zé Kéti, João do Vale e Nara Leão (depois substituída por Maria Bethânia). O evento passou à história como um ato de resistência cultural contra a ditadura. Em 1966 dirige "O Inspetor Geral", de Nikolai Gogol. Com a decretação do Ato Institucional nº 5, em 1968, o Arena viaja para fora do país, excursionando pelos Estados Unidos, México, Peru e Argentina. Exílio e retorno ao Brasil. Preso e exilado em 1971, Boal prossegue sua carreira no exterior, inicialmente na Argentina, onde permanece cinco anos, quando começa a desenvolver as bases teóricas do "teatro do oprimido". Muda-se para Portugal, onde trabalha com o grupo A Barraca. Lá escreve "Mulheres de Atenas" - uma adaptação de "Lisístrata", de Aristófanes -, com músicas de Chico Buarque. A partir de 1978 vive em Paris, criando um centro para pesquisa e difusão do teatro do oprimido, o Ceditade. Retorna ao Brasil em 1984, com a anistia, fixando-se no Rio de Janeiro. A partir dessa data, dirige, entre outros espetáculos, "O Corsário do Rei", texto de sua autoria, com músicas de Edu Lobo e letras de Chico Buarque; "Fedra", de Jean Racine, com Fernanda Montenegro no papel-título; "Malasangre", de Griselda Gambaro; e "Encontro Marcado", de Fernando Sabino. Ao mesmo tempo, escreve e publica ensaios teóricos sobre sua concepção de dramaturgia e de realização teatral. Entre vários prêmios recebidos por Boal, destacam-se o Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres, outorgado pelo Ministério da Cultura e da Comunicação da França, e a Medalha Pablo Picasso, atribuída pela Unesco. Em 2009, é nomeado embaixador mundial do teatro pela Unesco. Sofrendo de leucemia, falece aos 78 anos, de insuficiência respiratória, no Hospital Samaritano, no bairro do Botafogo, Rio de Janeiro.

PADRE CÍCERO (1844-1934)

Padre Cícero foi um líder católico brasileiro. Foi ordenado padre em Fortaleza no ano de 1870. Realizou um trabalho pastoral, com pregações e visitas domiciliares. Conquistou a simpatia dos católicos. Foi punido pelo Vaticano, com a suspensão da ordem. Foi acusado de manipulação da crença popular. Exerceu cargos políticos em Juazeiro do Norte. Em 1977, foi canonizado pela Igreja Católica Apostólica Brasileira. Hoje Juazeiro é ponto de peregrinação de seus fieis. Padre Cícero, nasceu no dia 24 de março de 1844, na cidade do Crato, Ceará. Filho de Joaquim Romão Batista, comerciante, e Joaquina Vicência Romana. Foi estudar na Paraíba, mas em 1865, com a morte de seu pai, voltou para o Crato. Estudou na Prainha, em Fortaleza, onde foi ordenado Padre, em 1870. Dois anos depois, foi designado vigário para a cidade de Juazeiro do Norte no Ceará, onde começou um trabalho pastoral com pregações e visitas domiciliares. Recuperou a capela, comprou imagens e ganhou a simpatia dos moradores, passando a exercer grande liderança na comunidade. Um "milagre" ocorrido em 1889, transformou a vida do religioso e da cidade. Ao participar de uma comunhão geral, na capela de Nossa Senhora das Dores, a hóstia sangrou na boca de uma fiel. Logo a notícia do milagre se espalhou. A cidade passou a receber peregrinos de vários lugares. Em 1894 foi punido com a suspensão da ordem. Dois médicos foram chamados para testemunhar e confirmaram o milagre, fato que só fortaleceu a crença do povo. Padre Cícero foi chamado ao Palácio Episcopal. O bispo mandou investigar, a igreja não aceitou o milagre e o padre foi punido. Em 1894 foi suspenso da ordem, acusado de manipulação da crença popular pelo Vaticano. Inconformado, sem poder celebrar missa, foi ao Vaticano, em 1898, pedir revogação da pena, ao papa Leão XIII. Saiu de lá com a vitória mas o bispo não aceitou e pediu revisão do resultado. Sem poder seguir na carreira religiosa, entrou para política e em 1911, foi nomeado prefeito. Participou da Revolta do Juazeiro, em 1914, junto com grandes coronéis. A revolta foi motivada pela vitória de Franco Rabelo para governador do Estado e a derrota de Antônio Pinto Accioli. Padre Cícero, Pinheiro Machado, Floro Bartolomeu e grandes coronéis, se uniram na luta e restauraram o poder de Accioli. Padre Cícero foi eleito ainda vice-governador do Ceará. Padre Cícero foi o grande benfeitor de Juazeiro do Norte, levou para a cidade a Ordem dos Salesianos, doou o terreno para construção do aeroporto, abriu várias escolas, entre elas a Escola Normal Rural, construiu várias capelas, estimulou a agricultura e ajudou a população pobre, nos períodos de secas na região. Quando sua vida pública chegou ao fim, seu prestígio de santo deu grande impulso, e com sua morte a devoção aumentou. Todos os anos, no dia de finados, uma multidão de romeiros, vinda de várias partes do Nordeste, chega a Juazeiro para visitar o túmulo do santo, na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. No alto da Colina do Horto foi erguida uma estátua do padre, sendo ponto de peregrinação. Padre Cícero Romão Batista faleceu no dia 20 de julho de 1934, em Juazeiro do Norte, Ceará. Seu corpo está sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

GRAÇA ARANHA (1868-1931)

Graça Aranha, nasceu no dia 01 de junho de 1868, em São Luís-MA e morreu no dia 26 de janeiro de 1931, no Rio de Janeiro, RJ. José Pereira da Graça Aranha, romancista e ensaísta, cursou a Faculdade de Direito do Recife, onde foi discípulo de Tobias Barreto, cujas ideias o influenciaram, como revela seu primeiro trabalho, o prefácio à Concepção monística do universo, de Fausto Cardoso. Na Europa, Graça Aranha serviu como diplomata. Em 1911 publicou a peça Malazarte, escrita simultaneamente em francês e português, e levada à cena em Paris. Nela procurava criar um símbolo para o Brasil, seguindo os modelos de Ibsen. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras, depois de 1922 aderiu ao Modernismo, e seu rompimento com os tradicionalistas, agrupados em torno de Coelho Neto, causou escândalo. Conclamou os acadêmicos a modernizarem a instituição ("Se a Academia não se renova, então morra a Academia!", afirmou em discurso polêmico). A seguir, desliga-se da Academia. Canaã - Sua principal obra, o romance Canaã, de 1902, sobre a vida dos imigrantes europeus, ambientado em uma colônia alemã no Brasil, abalou o cenário das letras do país, pelo debate de ideias em torno do descobrimento de aspectos da realidade do interior. Segundo a professora Luciana Stegagno Picchio, "o nome de Graça Aranha costuma abrir, com todo o direito, o capítulo do Modernismo de 1922, pela adesão entusiasta, determinante, que essa grande personalidade, antes mesmo que grande escritor, iria dar aos jovens de São Paulo na revolta deles contra as instituições". E acrescenta a estudiosa italiana, agora se referindo ao romance Canaã: "O lugar literário de Graça Aranha é todavia aqui, nesta prefiguração de um Brasil terra prometida, onde a pacífica mescla das raças, fora de todo preconceito europeu, poderá fazer nascer uma nova humanidade. E é por essa 'mensagem' de romance ideológico que Canaã será arvorado pelos jovens modernistas como bandeira de seu movimento". Graça Aranha também publicou: Correspondência entre Machado de Assis e Joaquim Nabuco, no qual desenvolve exemplar análise crítica; O espírito moderno, conferências feitas de 1922 a 1924; e o romance A viagem maravilhosa, tentativa de criação de um estilo novo. A morte interrompeu a autobiografia O meu próprio romance, publicada postumamente.

MÁRIO PRATA (1868-1931)

Mario Alberto Campos de Morais Prata é um escritor, dramaturgo, cronista e jornalista brasileiro. Conquistou reconhecimento como romancista, autor de telenovelas e de peças de teatro e outros. Nasceu no dia 11 de fevereiro de 1946 , em Uberaba, Minas Gerais. Filmes: O Casamento de Romeu e Julieta, O Testamento do Senhor Napumoceno e outros. Novela de maior sucesso, o Estúpido Cupido que também é uma peça teatral. Mario Alberto Campos de Morais Prata (Uberaba, 11 de fevereiro de 1946) é um escritor, dramaturgo, cronista e jornalista brasileiro. Conquistou reconhecimento como romancista, autor de telenovelas e de peças de teatro, sendo seus maiores sucessos a novela Estúpido Cupido (1976), as peças de teatro Fábrica de Chocolate (1979) e Besame Mucho (1982) e os livros Schifaizfavoire - Dicionário de Português (1994), Diário de um Magro (1997), Minhas Mulheres e Meus Homens (1998) e Purgatório (2007). Mario Prata é mineiro de Uberaba, mas foi criado na cidade paulista de Lins desde pequeno. Com catorze anos de idade, já escrevia "numa velha Remington no laboratório de meu pai (...) crônicas horríveis, geralmente pregando a liberdade e duvidando da existência de Deus". Com esta idade começou a escrever em A Gazeta de Lins, dessa vez assinando uma coluna social sob o pseudônimo Franco Abbiazzi. Logo já estava produzindo reportagens e artigos. Sempre foi um leitor voraz, principalmente das revistas mais populares da época, como O Cruzeiro e Manchete, pois estas publicavam textos de grandes cronistas, como Millôr Fernandes, Rubem Braga, Fernando Sabino, Stanislaw Ponte Preta, Paulo Mendes Campos e Nelson Rodrigues. Daí a forte influência que os citados escritores tiveram em seu estilo Primeiros trabalhos - A primeira peça de teatro, O Cordão Umbilical, estreou em 1970 com direção de José Rubens Siqueira, e teve críticas positivas. O jornalista Jefferson del Rio, então na Folha de S. Paulo, assim a definiu em maio de 1970: “O Cordão Umbilical é explosão de vitalidade, esta densa, ainda imperfeita e entusiasmante vitalidade que se derrama sobre o teatro brasileiro. Deve ser visto”. Mario largou a faculdade de Economia na USP e se demitiu do emprego que tinha na época, no Banco do Brasil, para dedicar-se exclusivamente à carreira de escritor.. As peças que surgiram ainda na década de 1970 foram E se a gente ganhar a guerra? (1971) e Fábrica de Chocolate (1979), esta com encenação de Ruy Guerra. Fez vários roteiros de cinema ganhando dois Kikito do Festival de Gramado, o mais importante do Brasil. Sucesso - Com textos irreverentes, cômicos e inteligentes, Prata virou um autor versátil: escreveu novelas, roteiros para o cinema, livros adultos e infanto-juvenis, além de peças teatrais e mais de três mil crônicas em jornais e revistas (O Pasquim, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Istoé, Época e Última Hora, onde trabalhou com Samuel Wainer). Na televisão, sua estreia foi com a telenovela Estúpido Cupido (1976/1977), seu maior sucesso na TV e também a última novela em preto e branco da televisão brasileira. Na Rede Globo, ainda fez minisséries e casos especiais. Na extinta Rede Manchete, fez a novela Helena (1987), uma de suas favoritas. Outros trabalhos conhecidos das décadas de 1980 e 1990 foram a premiada peça de teatro Besame Mucho, de 1982 (seu maior sucesso nos palcos), que também virou filme e ganhou o Kikito de melhor roteiro no Festival de Gramado, em 1987, e os livros O Diário de um Magro (1997) e Minhas Mulheres e Meus Homens (1999). Em 2000, o livro Os Anjos de Badaró foi feito totalmente on-line, um capítulo por dia, com colaborações e sugestões de internautas. Foi a primeira experiência no mundo, chamando a atenção de jornais da Europa. Prata escreveu três livros infanto-juvenis e dezesseis livros adultos ao longo da carreira, sendo que nove deles estiveram nas listas de Dez Mais Vendidos, chegando a liderá-las por seis vezes. Já recebeu, ao todo, 18 prêmios nacionais e estrangeiros. Seu projeto para 2013 é o vigésimo livro da carreira, com título provisório de “O Homem de 60”. Romance policial - Em 2008, Mario Prata apresentou aos leitores o detetive fictício Ugo Fioravanti Neto, que estreou na aventura policial Sete de Paus. O personagem voltou em 2010, desta vez nas páginas do livro Os Viúvos. Morador de Florianópolis há mais de dez anos, foi na Ilha da Magia que o escritor se inspirou para criar o detetive Fioravanti, mesclando tramas que exploram a geografia da cidade, as praias e os costumes dos manezinhos, como são conhecidos aqueles nascidos na capital catarinense.

FRANÇA JÚNIOR (1838-1890)

França Júnior- Joaquim José da França Júnior, jornalista e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de março de 1838, e faleceu em Poços de Caldas, MG, em 27 de setembro de 1890. É o patrono da cadeira n. 12, por escolha do fundador Urbano Duarte. Filho de Joaquim José da França e de Mariana Inácia Vitovi Garção da França. Bacharel em Letras pelo Colégio Pedro II e em Direito pela Faculdade de São Paulo (1862), começou a carreira de dramaturgo em 1861 com duas "comédias de costumes acadêmicos", A república modelo e Meia hora de cinismo, sobre as relações entre um calouro e um grupo de estudantes veteranos. Revelou-se um continuador de Martins Pena. Em 1862, estreou no Ginásio Dramático (RJ) Tipos da atualidade, comédia mais conhecida como O Barão de Cutia, graças à extrema popularidade do personagem do mesmo nome, um fazendeiro rico que uma viúva interesseira deseja ardentemente ter por genro. Dando à peça o título Tipos da atualidade, o comediógrafo faz da mediocridade e do interesse as molas-mestras das relações interpessoais na sociedade fluminense de então. Utilizando-se de enredos aparentemente anedóticos, França Júnior fez de suas comédias pequenas caricaturas de aspectos variados do cotidiano e da família fluminense. Outro alvo de suas comédias é o “estrangeiro”, sobretudo o “inglês”, e os privilégios que obtém do governo brasileiro, como em O tipo brasileiro e Caiu o ministério, comédias representadas em 1882. Importante como painel crítico do Rio de Janeiro no fim do século XIX, a obra de França Júnior reforça a tradição cômica do teatro brasileiro e se caracteriza pela agilidade das falas curtas, das peças em um ato, com linguagem coloquial, jogo cênico rápido, ambiguidades e grande noção de ritmo teatral. Além de comediógrafo, França Júnior foi promotor público e curador da Vara de Órfãos no Rio de Janeiro, secretário do Governo da Província da Bahia e, como jornalista, autor de folhetins bastante populares à época, publicados em O País, O Globo Ilustrado e Correio Mercantil (reunidos em Folhetins, em 1878, com prefácio e coordenação de Alfredo Mariano de Oliveira).

TIRADENTES (1746-1792)

Tiradentes foi o líder da Inconfidência Mineira, primeiro movimento de tentativa de libertação colonial do Brasil. Ganhou a vida de diferentes maneiras, além de militar no posto de Alferes, foi tropeiro, minerador, comerciante e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido de Tiradentes. Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), embora não tenha sido o idealizador do movimento, teve papel importante na propagação das ideias revolucionárias junto ao povo, tentando com isso arregimentar adeptos. Foi traído pelo Coronel Joaquim Silvério dos Reis, foi preso no Rio de Janeiro e condenado à morte por enforcamento no dia 21 de abril de 1792. Seu corpo foi esquartejado e exposto pelas ruas de Minas Gerais. O dia 21 de abril é feriado nacional. Tiradentes , nasceu na Fazenda do Pombal, localizada entre a Vila de São José, hoje a cidade de Tiradentes, e a cidade de São João del Rei em Minas Gerais, no dia 12 de novembro de 1746 e morreu no dia 21 de abril de 1792. Era filho do português Domingos da Silva Santos, pequeno fazendeiro, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier. Joaquim José da Silva Xavier era o quarto filho de sete irmãos. Ficou órfão de mãe com nove anos e dois anos depois morre seu pai. Para pagar as dívidas, a família perde a propriedade e Tiradentes fica sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião e vivia na cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto. Tiradentes trabalhou como mascate e minerador e tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido de Tiradentes. Foi Alferes, fazia parte do regimento militar dos Dragões de Minas Gerais. Tiradentes começou a sentir a pressão do reino ao trabalhar, nomeado pela Rainha D. Maria I, como comandante da patrulha na rota de escoamento da produção mineradora, o chamado "Caminho Novo" que levava toda a produção mineira para o porto do Rio de Janeiro. Portugal exigia que grandes recursos humanos fossem aplicados exclusivamente na mineração, proibindo o estabelecimento de engenhos na região de Minas e punindo o contrabando de ouro e pedras preciosas. Não só os mineiros mas toda a população era obrigada a pagar elevados impostos, o que promovia o descontentamento geral. Organizou-se aos poucos a Inconfidência Mineira, primeiro movimento de tentativa de libertação colonial do Brasil, e a ele aderiu o Alferes Joaquim José da Silva Xavier o Tiradentes, que foi a alma do movimento. Os conspiradores eram na maioria grandes proprietários de terra e mineradores como também integrantes do clero. Tiradentes era um dos poucos pertencentes à classe média empobrecida. As atividades conspiratórias tornaram-se intensas, a partir de 1788, com a chegada do novo governador de Minas Gerais, Luís Antônio Furtado de Mendonça o Visconde de Barbacena, trazendo a incumbência de decretar a derrama, ou seja, a cobrança de todos os impostos atrasados. Tiradentes em viagem ao Rio de janeiro procurava conquistar novos adeptos à causa revolucionária. Um dos elementos que ele procurou convencer foi o coronel Joaquim Silvério dos Reis que devia grandes somas à Coroa, mas com medo resolveu denunciá-lo ao governador em troca do perdão de suas dívidas. Era março de 1789, o governador suspendeu a derrama e logo depois várias prisões foram realizadas em Minas Gerais. Tiradentes escondeu-se na casa de um amigo no Rio de Janeiro, mas foi preso no dia 10 de maio do mesmo ano. Depois da prisão de 34 pessoas, das quais cinco eram padres, iniciou-se a investigação e o processo dos acusados que deveria durar dois anos. O conspirador Cláudio Manuel da Costa que era de família enriquecida na mineração, havia estudado em Coimbra e foi alto funcionário da administração colonial, foi encontrado enforcado na cela. Tiradentes acusado como cabeça do movimento negou tudo, mas depois confessou, sem no entanto, acusar qualquer companheiro como comprovam as atas do processo. Em abril de 1792 os inconfidentes recebiam suas penas: onze condenações à morte, cinco a degredo perpétuo e várias condenações à prisão. Todos perdiam seus bens. Das condenações à morte só foi mantida a de Tiradentes, sendo as demais transformadas em degredo perpétuo por D. Maria I. Tiradentes morreu no dia 21 de abril de 1792, executado na Praça da Lampadosa no Rio de Janeiro. Seu corpo foi esquartejado, ficando sua cabeça exposta em Vila Rica e seus membros espalhados em postes no caminho entre Minas e Rio de Janeiro.

CLÁUDIO MANUEL DA COSTA (1729-1789)

Cláudio Manuel da Costa foi um poeta do Brasil colônia. Um dos maiores poetas do arcadismo, escola literária trazida da Europa, que valorizava a vida no campo e os elementos da natureza. Homem culto conhecedor de Camões e Petrarca, deixou uma obra literária muito rica. Foi aluno da Universidade de Coimbra. Sua carreira literária teve início com a publicação do livro "Obras Poéticas". Tornou-se conhecido também por sua participação na Inconfidência Mineira. É Patrono da cadeira nº 8 da Academia Brasileira de Letras. Cláudio Manuel da Costa, nasceu na zona rural de Ribeirão do Carmo, hoje Mariana, em Minas Gerais, no dia Data do Nascimento: 05 de junho de 1729 e morreu no dia 04 de julho de 1789. Filho de João Gonçalves da Costa, ligado à mineração, e Teresa Ribeira de Alvarenga, natural de Minas Gerais. De família rica, estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro e em 1753 formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Em Portugal teve contato com as renovações da cultura empreendida pelo Marquês de Pombal e Verney. Dedicou-se à poesia, tendo publicado vários folhetos de versos. Depois de formado em Direito, regressou ao Brasil, em 1754, para exercer em Vila Rica, hoje a cidade de Ouro Preto, as funções de advogado e fazendeiro. Entre 1762 e 1765 exerceu o cargo de Secretário do Governo da Capitania. Cláudio Manuel da Costa iniciou sua carreira literária em 1768, com a publicação de "Obras Poéticas", livro que marca o início do arcadismo no Brasil. O poeta cultivou a poesia lírica e a épica. Na lírica o tema é a desilusão amorosa, na épica sua poesia é inspirada na descoberta das minas, na saga dos bandeirantes e nas revoltas locais. Cláudio Manuel da Costa tornou-se conhecido também por sua participação na Inconfidência Mineira, movimento pela independência do Brasil, que ocorreu em 1789 em Vila Rica. Os poetas Tomás Antônio Gonzaga, Inácio José de Alvarenga Peixoto, seus companheiros em Coimbra e Joaquim José da Silva Xavier, Joaquim Silvério dos Reis, entre outros, preparavam uma revolta para estabelecer um governo independente de Portugal. Traídos por Joaquim Silvério dos Reis, os conspiradores foram presos. Cláudio Manuel da Costa foi levado para prisão, no dia 25 de maio de 1789 e encontrado morto no dia 4 de julho do mesmo ano.

ERNANI SÁTIRO (1911-1986)

Ernâni Aires Sátiro e Sousa, nasceu em Patos, no dia 11 de setembro de 1911 e morreu em Brasília, no dia 08 de maio de 1986, foi um fazendeiro , poeta, cronista, romancista, ensaísta e político brasileiro, que exerceu oito mandatos de deputado federal pela Paraíba. Foi ainda prefeito de João Pessoa e governador da Paraíba. Pertenceu à Academia Paraibana de Letras, à Academia Brasiliense de Letras e à Academia Campinense de Letras. Filho de Miguel Sátiro e Sousa e Capitulina Ayres Sátiro e Sousa. Formou-se em 1933 pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1934 elege-se deputado estadual pelo Partido Republicano Libertador (PRL) e exemplo do que fizera antes o pai. Durante a vigência do Estado Novo getulista, dedicou-se à advocacia, fase interrompida apenas em 1940 quando foi nomeado prefeito de João Pessoa, cargo que exerceu por apenas dezoito dias. Prócer da UDN foi eleito deputado federal para a Assembléia Nacional Constituinte em 1945 sendo reeleito em 1950, 1954, 1958 e 1962. Partidário do Golpe Militar de 1964 é eleito presidente da UDN, o último antes da instituição do bipartidarismo pelo Ato Institucional Número Dois em 27 de outubro de 1965. Ernani Sátiro ingressou na ARENA e foi reeleito em 1966. Líder do governo Costa e Silva na Câmara dos Deputados entre 1967 e 1968, renunciou ao mandato em 9 de maio de 1969 após ser escolhido ministro do Superior Tribunal Militar. Em 1970, é escolhido governador da Paraíba pelo presidente Emílio Garrastazu Médici,[1] fato que o levou a abdicar da toga ministerial. De volta à política Ernani Sátiro foi reeleito deputado federal em 1978 e 1982 quando já estava no PDS. Em seu último mandato ausentou-se da votação da emenda Dante de Oliveira em 1984 e votou em Paulo Maluf no Colégio Eleitoral em 1985. Ficou conhecido por tratar a todos que encontrava pela expressão "amigo velho",[2] falecendo vítima de derrame cerebral.

IVAN BICHARA (1918-1998)

Ivan Bichara Sobreira, nasceu em Cajazeiras-PB, no dia 24 de maio de 1918 e morreu no Rio de Janeiro, no dia 11 de junho de 1998, foi um político e escritor brasileiro. Filho de João Bichara e Hermenegilda Bichara Sobreira, começou seus estudos em Cajazeiras no Colégio Padre Rolim, e conclui no Liceu Paraibano, em João Pessoa. Formou-se na Faculdade de Direito do Recife em 1945. Após o término do curso, volta à Paraíba e advogou nas localidades de Guarabira, Sapé e João Pessoa, e conseguiu passar em concurso público para procurador.

Carreira política - Em 1946 entra na política e é eleito deputado estadual por duas legislaturas e em 1955, consegue se eleger a deputado federal, sempre pela UDN. Ao fim de seu mandato de deputado federal fixa residência no Rio de Janeiro, onde ocupa vários cargos importantes. Em 1974 é escolhido indiretamente para o governo do estado da Paraíba por intermédio do presidente Ernesto Geisel, do seu antecessor, o governador Ernâni Sátiro e do ex- ministro José Américo de Almeida. Permanece no cargo até 1978 quando afasta-se para candidatar-se a senador pela ARENA, não conseguindo se eleger. Assume o vice-governador Dorgival Terceiro Neto. Em 1979 é eleito Tarcísio Burity. Carreira literária - Ivan Bichara escreveu vários livros durante sua vida e foi diretor do jornal O Norte e A Imprensa e seus trabalhos publicados foram:

PEDRO GONDIM (1918-1998)

Pedro Moreno Gondim, nasceu em Alagoa Nova-PB, no dia 01 de maio de 1914 e morreu em João Pessoa-PB, no dia 26 de julho de 2005, foi um político brasileiro. Filho de Inácio Costa Gondim e de Eulina Moreno Gondim, cursou o primário em Alagoa Nova e o curso secundário no Lyceu Paraibano, na capital, bacharelou-se em direito, em 1938, na Faculdade do Recife. Exerceu a advocacia, atuando na Paraíba e nos estados vizinhos. Foi um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD), tendo em 1946 sido eleito deputado estadual, reelegendo-se para um segundo mas não exerceu por ter sido designado pelo governador José Américo de Almeida para ser secretário da Agricultura, Viação e obras Públicas do estado da Paraíba. Foi também eleito vice-governador, e no período, 1958-1960 assumiu o governo do estado pois o governador Flávio Ribeiro Coutinho afastou-se por motivos de saúde. Em 1960 afasta-se do governo para candidatar-se ao cargo de governador sendo eleito, derrotando Janduhy Carneiro. Com o golpe de 1964, ainda continua no cargo até 1966 quando se candidata a deputado federal pela Arena e repassa o cargo ao então governador eleito João Agripino porém são cassados seus direitos políticos por dez anos e perde seu mandato de deputado e somente em 1979 é anistiado pelo presidente João Figueiredo. Retoma as atividades políticas, filiando-se ao PMDB e candidatou-se ao Senado Federal, atendendo aos apelos de amigos e às conveniências do partido. Não tendo alcançado a vitória, afastou-se da política, continuando, como ele próprio afirmou "colaborador e não postulante". Em 1985, ocupou uma diretoria do Banco do Nordeste, deixando o cargo ao término do mandato em 1990. Sua família ainda teve representantes na política e hoje ainda tem forte influência política no estado. Seus herdeiros políticos são: Nilda Gondim, filha, deputada federal pela Paraíba de 2011 a 2015, Domício Gondim Barreto, (sobrinho), foi senador pela Paraíba de 1971 a 1979. Vital do Rêgo, genro, foi deputado federal pela Paraíba de 1963 a 1969, quando também foi cassado, e de 1991 a 1995. Vital do Rêgo Filho, neto, vereador, deputado estadual, deputado federal, senador da república e atualmente Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Veneziano Vital do Rego, neto, vereador de Campina Grande por duas legislaturas, prefeito de Campina Grande por dois mandatos, de 2005 a 2013, e atualmente deputado federal.

JOÃO CAETANO (1808-1863)

João Caetano dos Santos, mais conhecido apenas como João Caetano, nasceu em Itaboraí, Rio de Janeiro, em 27 de janeiro de 1808 e morreu também no Rio de Janeiro, no dia 24 de agosto de 1863. Inicia-se na carreira teatral como amador e estreia como ator profissional, em 24 de abril de 1831, na peça "O Carpinteiro da Livônia", que depois foi representada como "Pedro, o Grande". Dois anos depois, em 1833, ocupa o teatro de Niterói e funda a Companhia Nacional João Caetano, exercendo as funções de empresário e ensaiador, o nome que se dava ao diretor, além de ator. Autodidata, tinha predileção pela tragédia, mas também representa papéis cômicos, sendo o primeiro a encenar uma peça de Martins Pena, "O Juiz de Paz na Roça", em 1838. Além de atuar, publica dois livros sobre a arte de representar: "Reflexões Dramáticas", de 1837, e "Lições Dramáticas", de 1862. Em 1860, depois de visitar o Conservatório Real da França, organiza no Rio de Janeiro uma escola de Arte Dramática, totalmente gratuita. Também promove a criação de um júri dramático, para premiar a produção nacional. Considerado o maior ator de sua época.

ODILON RIBEIRO COUTINHO (1918-1998)

Odilon Ribeiro Coutinho, nasceu em Santa Rita, Paraíba, no dia 12 de julho de 1923 e morreu no Rio de Janeiro, no dia 12 de julho de 2000, foi um político, usineiro e escritor brasileiro. Foi deputado federal no Rio Grande do Norte. Era membro da Academia Paraibana de Letras, ocupando a cadeira número 35 desde 1994. Foi fundador do Partido da Social Democracia Brasileira, partido que presidiu durante anos na Paraíba. De família tradicional, era proprietário da Usina São João, em Santa Rita. filho do industrial João Úrsulo Ribeiro Coutinho e de Helena Pessoa Ribeiro Coutinho. Um de seus irmãos, João Úrsulo Ribeiro Coutinho Filho, foi constituinte em 1946 e deputado federal de 1946 a 1951 e de 1955 a 1963, e outro, Renato Ribeiro Coutinho, foi deputado federal de 1967 a 1971. Cursou o primário na capital paraibana e o secundário no Ginásio de São Bento, em São Paulo. Ingressando na Faculdade de Direito de Recife em pleno Estado Novo (1937-1945), participou ativamente da vida acadêmica, chegando a presidir a União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) e a ser preso cinco vezes. Foi enquadrado na lei de segurança imposta pelo regime getulista. Bacharelou-se em 1947 e mais tarde tornou-se diretor da Companhia Usina Ilha Bela, em Ceará-Mirim (RN), atividade que desempenhou até ingressar na vida política.

MANÉ CAIXA D`ÁGUA

O nome dele era Manoel José de Lima, além de paraibano, pobre e poeta – a língua do pê feito gente. A vida inteira percorreu as ruas da capital do Estado, João Pessoa, a pé, como um peregrino, para não fugir da prosódia pessoense. Pobre, sim, maltrapilho nunca. Ao contrário: envergava invariavelmente um terno de linho branco, embora nem sempre tão branco assim, com nódoas amareladas e manchas de sujeira denunciando o desleixo e a pobreza do dono. Quando lhe perguntavam sobre sua preferência pela cor favorita das noivas, respondia que aquilo era coisa de intelectual. Nisso se parecia com outro fã do linho imaculado, o usineiro de açúcar Renato Ribeiro Coutinho. Na terra de Caixa, diz-se, a gente se divide em duas categorias: os Ribeiros Coutinhos e os Ribeiros coitados. Manoel era tão coitado que nem sequer chegou a Ribeiro. Ainda assim, tratava o companheiro de alinhamento com desprezo. Se alguém lhe perguntava por que Renato usava branco, ele respondia com uma grosseria: “É porque ele é um imbecil”. Generoso, folgazão, o ricaço terminou por presenteá-lo com uma casa. O colega de terno branco não era ingrato. Ascendeu o generoso doador ao lado nobre das letras e, desde que ganhou a casa, Caixa incorporou o empresário à casta dos “intelectuais”. Vai saber o que seria um intelectual para Manoel.Uma renka alcoolizada – Sabe-se apenas que ele era poeta. Sim. E, acredite quem quiser, era dos bons! De seus porres magníficos brotaram versos de tal elegância de estilo que o autor os repetia no mesmo poema, sem pudor: “Eu tinha nas minhas mãos somente sonhos/ eu tinha nas minhas mãos somente sonhos”. Sabe a renka japonesa, aquele gênero que repete versos como se fosse um modo de viola sertanejo e que o poeta de Jaboatão Alberto da Cunha Melo trouxe para seu magnífico O cão dos olhos amarelos? Pois então: sem nada saber do gênero Manoel inventou essa versão própria, a renka da Lagoa Sólon de Lucena, a renka da Praia de Tambaú, ensopada de álcool notívago Mas as épicas carrapanas do poeta na Churrascaria Bambu ou no vanguardista cabaré da Berta produziam também trapalhadas magistrais. Tropeçando nas pernas e nas palavras, certa noite, o poeta resolveu desafiar a ladeira que o separava da porta salvadora da própria casa e sapecou um poema que se tornaria célebre entre os colegas de cana e tremoços: “Ladeira da Borborema, / eu subo em tu, / mas tu não sobe ineu”.

Entre um porre e outro, o poeta fazia versos e misteriosamente conseguia o feito raríssimo entre colegas menos afortunados: conseguia publicá-los. Alguns denotavam um gênio rústico, mas inegável, como a estrofe que usei como epígrafe em meu livro de estréia, de poesia, As tábuas do sol: “Para que me ensinassem / os caminhos por onde caminhei / as cidades sem portas / as ruas brancas de minha infância / que não voltam mais”, de uma força estranha e pungente. Quanto lirismo! Quanta exatidão! Que vocação para o ritmo e a simetria interna da palavra! Barganha e intimação – O bardo costumava levar seus livros para os lançamentos de outros escritores que comparecessem a João Pessoa e promovia um escambo que se tornaria tradicional. Deve ter freqüentado todos os lançamentos de livros promovidos na capital paraibana enquanto viveu. Costumava ir antes da hora marcada para o lançamento, quando o autor tomava conhecimento do local onde seria submetido à tortura habitual de ter de identificar todos os convidados postados na fila ritual à espera da chatice das loas solenes das “apresentações”. Aquele sujeito moreno, cor de indiano, franzino, chegava de mansinho e propunha: “Caro colega, vamos fazer uma troca. Eu trouxe aqui meu último livro, que vou lhe dar autografado. E você me dá o seu.” Antes mesmo de o interlocutor aceitar a troca, já estendia o braço vestido na manga folgada do paletó de linho branco com o próprio livro previamente autografado, normalmente com uma dedicatória enxundiosa e laudatória. Nunca foi de economizar encômios. Certa vez, este escriba foi lançar um livro em João Pessoa e cometeu a imprudência de chegar muito tempo antes. À oferta de hábito o visitante inesperado apresentou-se e acrescentou um pedido que reservava apenas para alguns eleitos: “Colega, terei o maior prazer em discursar em seu lançamento. Vai me dar a honra?”

Naturalmente. E quem não daria? Primeiro falaria o prefeito da capital, inimigo do governador que, em seguida usaria a palavra. O autor discursaria em seguida e lhe daria a vez. Correto? Pois sim, como não? À hora aprazada, o poeta, impaciente, esperava a oportunidade de falar e os discursos se encompridavam, parecendo não ter mais fim. A canícula aumentava o desconforto e o último orador não fazia segredo de seu desapontamento. Manoel José de Lima, o Caixa D'Água, em entrevista Juízo para os doidos – Impossível, naturalmente, será concluir sem, finalmente, ufa, informar que o Caixa de seu apelido, que na prática virou sobrenome, nada tinha a ver com banco, supermercado ou mesmo recipiente para guardar mercadoria. Era Caixa d’água. Mais precisamente Mané Caixa d’água o epíteto do poeta popular. Sabe-se ser dele a famosa explicação que deu quando alguém lhe perguntou sobre o verdadeiro e profundo significado do verbo “abrumar” quando, recitando um poema à mesa de um botequim, saiu-se com um verso enigmático: “Quando minha mãe se abruma”. Um ouvinte mais ousado perguntou-lhe, então, o que queria, afinal, dizer essa palavra “abrumar”? “Sei lá, colega, isso é coisa de mãe. E vou lá eu saber coisa de mãe?!”. E dado por encerrado foi o assunto. De outra frase famosa, contudo, não há certeza da autoria. “Pra ser doido na Paraíba é preciso ter muito juízo”, teria ele dito, vangloriando-se de sua posição de doente mental favorito do governador de plantão. A frase tanto pode ter sido cunhada por ele, louco oficial na gestão de Ernani Sátiro, de Patos de Espinharas, quanto por Mocidade, doido oficial no governo de João Agripino Filho. Vai saber! O tribuno dos enterros – Certo é que é impossível falar de Caixa sem falar de seu antípoda, Mocidade. Este tinha nome de general, João Costa e Silva, e não era dado a arroubos de lirismo como Mané, que a ele sobreviveu por muito tempo. Mocidade não era dado a versos, mas à retórica fogosa e barroca dos palanques. Não perdia um enterro, de célebre ou de anônimo. Fosse quem fosse o defunto, merecia um necrológio feito pelo ídolo da garotada nas ruas, sempre de terno e gravata. Só que terno escuro, não branco. Mocidade teve privilégios negados a Caixa d’água. Chegou a morar na residência oficial do governador quando estava nas boas graças de João Agripino, um sertanejo sisudo e secarrão, que nada tinha de parecido com os arroubos sangüíneos de seu colega da UDN Ernani Sátiro. Consta que certo dia, embriagado, o orador andou maltratando o roseiral da primeira-dama. Foi a gota d’água, que resultou na expulsão. Enfurecido, o louco saiu pelas ruas e se deparou com um magote de estudantes protestando contra o acordo Mec-Usaid em plena ditadura militar. Não titubeou: subiu no palanque e pôs sua candente oratória a serviço da fúria civilista e rebelde da juventude. Falou tão duro e com tal convicção que terminou preso junto com os líderes. No xilindró, proclamou com tal veemência sua condição de bobo da Corte e amigo do rei que terminou convencendo o oficial que o prendera por não conhecê-lo a telefonar para o governador e confirmar que, de fato, o palanqueiro gozava da intimidade que dizia ter com ele. Confirmada a pretensão dele, foi solto e encaminhado à residência oficial, onde João Agripino o esperava. Foi recebido com o estilo áspero pelo qual se tornara conhecido o político de Catolé do Rocha (“João Agripino é como mandacaru, não dá sombra nem encosto”, dele dizia José Américo de Almeida): “Com que, então, você dorme na cama de seu amigo, come da comida de seu amigo e se junta aos estudantes baderneiros para falar mal do governo desse amigo, hein, seu João?” Habituado ao tom íntimo com que o xará o tratava sem apelar para a alcunha, Mocidade encontrou uma saída genial, afirmando, após um muxoxo: “Ora, seu João, governo é pra sofrer mesmo!” E, depois, fechou-se em copas. Encontro no céu – Mocidade e Caixa d`água nunca se deram bem. João Pessoa já crescia muito, mas ainda assim era um território pequeno demais para abrigar ao mesmo tempo dois egos monumentais como os que se revelavam nos poemas bêbados do Rimbaud Rústico da Ilha do Bispo e nas orações fúnebres do tribuno dos boêmios da antiga Felipéia de Nossa Senhora das Neves. O tribuno recebeu antes a Indesejada das Gentes e deixou o palco para o rival. Agora devem ter transferido sua rivalidade para o céu, onde certamente estão a se encontrar com Augusto dos Anjos, outro paraibano poeta, ou Alcides Carneiro, o orador que, de certa forma, se tornou o símbolo de um Estado onde o verbo candente é tido como diferencial importante de prestígio e consideração. Colega de Raimundo Asfora, que encantou seus pares do Brasil inteiro com improvisos nas passagens pela Câmara dos Deputados, Mocidade – que ganhara o apelido por conta do mote a que recorria invariavelmente para começar seus discursos contra ou a favor, “Mocidade da minha terra” – deve estar à vontade bebericando um conhaque celestial. E o boêmio Caixa, que, apesar de sempre ter vivido à beira da indigência e ser apontado como um doido varrido nas ruas de sua cidade, conseguiu publicar uma vasta e consistente obra poética, também não deve estar incomodado ao lado de Jansen Filho e outros conterrâneos e colegas de versejar. Quem sabe, venham agora os dois formar uma inusitada parceria, admitindo como de ambos a constatação empírica de que a condição essencial que difere os doidos da Paraíba dos de outras terras é o excesso, jamais a falta, de juízo. Afinal, só no Estado natal de ambos, sua condição clínica é definida rotineiramente com a expressão jocosa “doido mental”.. E é nesta condição de poeta e doido mental, mas sem juízo suficiente para sê-lo na Paraíba natal, que este escriba presta esta homenagem póstuma a dois conterrâneos que encharcaram a palavra de poesia, cachaça e graça.

MARIQUINHA, (1960)

Maria José de Oliveira, popularmente conhecida como Mariquinha, nasceu em Maceió-Alagoas, no dia 24 de outubro de 1960. Aos 52 anos, Mariquinha reproduz em seu olhar e na sua simplicidade de falar, o orgulho pelo dom de escrever literatura de cordel e mostrar, com sua forma ingênua e animada, a realidade sobre o cotidiano. A paixão pelo cordel nasceu na infância, quando assistia às duplas de violeiros e repentistas cantando suas rimas em pleno calçadão do comércio, no Centro de Maceió. Quando a cordelista morava na cidade de Coqueiro Seco lia a literatura de cordel para seus avós e para toda a família. Um drama particular, fez com que Mariquinha expressasse a sua dor nas rimas e nas estrofes do cordel. O sonho de ser enfermeira levou a cordelista a ingressar, em 1979, quando tinha 19 anos, em uma escola de Técnica em Enfermagem, em Maceió. Porém, o que seria a realização de um sonho resultou no começo de outra longa paixão. Por sofrer de epilepsia, ela foi impedida de continuar o curso e resolveu escrever sua primeira literatura, “A memória de uma ex-estudante”.

JORGE FILÓ (1969)

Conhecido como Poeta Jorge Filó, Jorge Renato de Menezes, nasceu no Recife-PE em junho de 1969 e antes de terminar o ano já morava em Tuparetama, sertão do Pajeú pernambucano, terra de grandes repentistas e poetas populares. Trabalha com produção cultural. Poeta cordelista e produtor cultural, Jorge Renato de Menezes viveu a infância entre as cidades de Recife, Tuparetama, São José do Egito e Arcoverde. Nesta última, viveu da adolescência à fase adulta, quando se mudou para o Recife. É membro da Unicordel – União dos Cordelistas de Pernambuco, é também produtor da banda Vates e Violas. Como gosta de dizer, Jorge Filó é neto, filho, sobrinho, irmão e amigo de poetas e toca sua vida “respirando e transpirando poesia”. É filho de um grande nome da poesia popular nordestina, Manoel Filó, que faz parte da família poética do Pajeú, região do sertão pernambucano farta em bons poetas e repentistas. Além de escrever cordéis, Jorge é um hábil sonetista e escreve seus sonetos sob o pseudônimo ou quem sabe heterônimo de Anacreonte Sordano, a exemplo do Poema da meia idade: Atualmente, mora no Recife onde cursa a Faculdade de Direito e faz do dia-a-dia um exercício contínuo de criação poética.

DEDÉ DA MULATINHA (1914-1998)

José Patrício de Souza, popularmente conhecido como Dedé da Mulatinha, nasceu em Esperança-PB. O poeta-repentista deixa sempre um legado inestimável. Com efeito, a poesia popular é cheia de sabedoria e transmite muito conhecimento. Aliás, este ao que parece, foi a sua origem, maquiada que fora pela cultura nordestina, era o meio de comunicação dos sertões. Esperança sempre foi terra de grandes cantadores, a exemplo de Campo Alegre e João Benedito. Neste torrão se reuniam para fazerem a “praça”, nas esquinas do Super Esperança ou da Farmácia de Milena, referências atuais que nos remontam à antiga feira livre. O encordoamento para a viola era vendido na miudeza de seu Patrício Bastos, razão pela qual acorriam para lá muito dos repentistas, que faziam deste município a sua segunda morada. Assim foi com Josué da Cruz, que por um tempo residiu na rua João Mendes. Dedé da Mulatinha. Batizado José Patrício de Souza, e com a alcunha de “Dedé”, o poeta nasceu no Sítio Mulatinha, zona rural de Esperança, por volta de 1914. Começou a cantar com 12 anos de idade na feira livre de Esperança. De sua autoria podemos citar: História Sagrada: As sete espadas de dores de Maria Imaculada; Romeiros do Padre Cícero do Juazeiro do Norte.

ANTÔNIO DA MULATINHA (1927-2016)

Antonio Patrício nasceu no dia 22 de outubro de 1927, irmão do famoso Dedé da Mulatinha e outros nove irmãos, este agricultor da Mulatinha, município de Esperança/PB, aprendeu apenas as primeiras letras do ABC. No entanto, estas lhe foram suficientes para ganhar o mundo e a fama, e em especial, a cultura popular. Começou a cantar coco em 1940 e em 45 já publicava seu primeiro cordel: “A Viagem Sagrada”, seguindo-se outros oitenta e tantos títulos. Pai de dez filhos, não obteve o retorno do bem que fez a cultura popular, mas guarda no seu âmago as lembranças das viagens que fez pelo Brasil com seu irmão Dedé. Ele gravou dois LPs e recebeu homenagens em Pernambuco e em Brasília. Os seus versos sempre foram elogiados pelo povo e pelos estudiosos da cultura popular. O cordelista morreu no dia 10 de fevereiro de 2016.

PAULO NUNES BATISTA (1924)

Paulo Nunes Batista nasceu no dia 02 de agosto de 1924, na capital do Estado da Paraíba. O cordelista tem cerca de 319 escritos entre cordéis, obras publicadas e inéditas. É bacharel em direito e jornalista profissional. Trabalhou como vendedor ambulante de folhetos de cordel e livros. Conquistou vários prêmios literários. É citado na enciclopédia Delta Larousse. Tem poemas traduzidos para o espanhol, inglês e japonês e mais de dez livros publicados. O cordelista já nasceu circundado por intelectuais e cordelista e tem como pai o famoso cordelista, Francisco das Chagas Batista. Na década de 1930, foi preso em diversas cidades brasileiras, pela sua participação e envolvimento com o Partido Comunista. desta forma, seus escritos estão presentes na literatura brasileira. Sua formação intelectual teve inicio em João Pessoa onde estudou o primário e, em Goiânia concluiu o curso de Madureza, “do curso de educação de jovens e adultos Após – e também do exame final de aprovação do curso – que ministrava disciplinas dos antigos ginásio e colegial, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1961.” formou-se em Direito, na Faculdade de Direito de Anápolis, em 1977. Em 1969, por concurso público, ingressou no Fisco Estadual e trabalhou em diversas cidades goianas. Após morar em vários estados do Nordeste: Alagoas e Bahia, Sudoeste: Rio de Janeiro e São Paulo e Minas Gerais. Em 1947 fixou residência em Anápolis no estado de Goiás. Ali, em 1949, publicou o seu primeiro folheto de cordel pela Tipografia do jornal: A luta.

FRANCISCO FIRMINO DE PAULA (1911-1967)

O cordelista nasceu em Pilar-PB, no dia 02 de abril de 1911, tendo falecido no Recife em 03 de dezembro de 1967. Como todo cordelista da velha geração, Francisco era amante da arte tipográfica e da poesia popular, tendo construído sua própria impressora. Começou a escrever por volta de 1926. Dentre seus folhetos, destacam-se História do Boi Leitão ou O Vaqueiro que não Mente e O Herói do Ar.

JOSÉ ALVES PONTES (1920-2009)

O cordelista paraibano nasceu no dia 08 de fevereiro de 1920 e faleceu em 11 de novembro de 2009. José Alves tinha pais agricultores, trabalhou na roça até os 23 anos de idade. Com a morte do pai em 1948, veio morar em Itabaiana, onde arrumou emprego na tipografia “A Folha”. Foi aí que aprendeu a arte tipográfica. Em 1951 foi morar em Guarabira, passando a trabalhar na gráfica de outro importante cordelista, Manoel Camilo dos Santos. Depois, montou sua própria tipografia. Escreveu apenas dois folhetos: História de Geraldo e Silvina e Ronaldo e Antonieta, os quais tiveram grande sucesso, com milhares de exemplares impressos e várias edições esgotadas.

ISMAEL FREIRE DA SILVA (1924)

Nasceu no ano de 1924 em Bananeiras-PB. Filho de José Belmiro Freire e Josefa Freire, tem seis irmãos. É casado e pai de nove filhos. Viveu parte da sua infância em Bananeiras. Em 1940 passou a residir em Belém-PB e chegou a Guarabira em 1940, passando a morar na Serra da Jurema. Já em 1945 desceu a Serra, vindo residir no Bairro do Rosário (fixando residência ali por 17 anos). Também residiu em Campina Grande e em outros bairros de Guarabira, a exemplo do Centro, na Rua Coronel Francisco Dias (Rua do Arame), na Rua do Capim, no Conjunto Assis Chateaubriand, e, finalmente no Bairro do Nordeste I. Não frequentou escolas, apenas aprendeu o "ABC" quando passou por Belém-PB, em 1939. Em 1950, conseguiu aprender a escrever seu nome. Começou a compor suas primeiras poesias em 1940, enquanto que seus primeiros cordéis datam de 1952 " o primeiro deles intitulado "Profecia de um velho mensageiro". Seu trabalho poético é citado em várias obras e por poetas de renome, a exemplo de Chico Pedrosa - um dos guarabirenses (nasceu no distrito do Pirpiri, área rural de Guarabira) mais destacados na poesia popular e cantoria de viola do Nordeste brasileiro. Ismael já exerceu várias profissões: fogueteiro, ferreiro, agricultor, funileiro, além de ser poeta de qualidade ímpar. A arte da xilogravura também exerceu com maestria, ilustrando folhetos importantes. Ele vendeu cordéis na feira livre de Guarabira, cidades vizinhas e de outros Estados, como o Rio Grande do Norte. Nessas feiras, ele declamava as histórias presentes nos cordéis, a exemplo do "Romance do Pavão Misterioso", do seu amigo José Camelo de Melo.Pessoas importantes na sua vida: Seu pai e sua mãe, além dos poetas: Francisco Pedro (Pedrosa), Joaquim Perventino, Manoel Camilo, José Alves de Pontes, Francisco Borges e Luis Gomes.Também foi integrante de uma sociedade de violeiros (já extinta) em Guarabira e de outra sociedade de poesia do vizinho Estado do Rio Grande do Norte.

CHICO PEDROSA (1936)

Chico Pedrosa nasceu Francisco Pedrosa Galvão, no município de Guarabira, Paraíba, no sítio Pirpiri, a 14 de março de 1936 (Dia da Poesia e de aniversário de Castro Alves), poeta popular e declamador. Seu pai Avelino Pedro Galvão era cantador de coco e agricultor conhecido por Mestre Avelino; sua mãe Ana Maria da Cruz era dona-de-casa e prima legítima do cantador Josué Alves da Cruz. Estudou na escola do sítio onde morava até o terceiro ano primário quando sofreu a injustiça de ser afastado pela professora, incidente relatado no poema "Revolta dum Estudante". Começou a escrever folhetos de cordel aos 18 anos sob a influência do ambiente que encontrava em casa. Junto com seu amigo e poeta Ismael Freire cantava e vendia seus folhetos nas feiras da região. Além de folheteiro foi camelô. Também trabalhou como representante de vendas durante muitos anos. É pai de dois filhos: Francisco Carlos Galvão e Flávio do Nascimento Galvão. Pedro Henrique, um de seus netos, já aos cinco anos começou a demonstrar tendência para a arte do avô. Morou em Feira de Santana por 32 anos. Chico Pedrosa tem três livros publicados (Pilão de Pedra I I e II, Raízes da Terra, Raízes do Chão Caboclo - Retalhos da Minha Vida) e vários cordéis escritos. Tem poemas e músicas gravadas por cantores e cantadores como Téo Azevedo, Moacir Laurentino, Sebastião da Silva, Geraldo do Norte, Lirinha dentre outros. Lançou três CDs, chamados "Sertão Caboclo", "Paisagem Sertaneja" e "No meu sertão é assim", registrando assim a sua poesia oral. Ele é cultuado hoje pela geração nova, como o pessoal do "Cordel do Fogo Encantado", que em seus shows declamam poemas desse "poeta matuto". Nos últimos anos, tem participado de diversos shows, apresentando sua poesia ao público nacional, em especial nas grandes capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Recife. O seu poema mais conhecido é "Briga na Procissão", também chamado "Jesus na cadeia".

IZAÍAS GOMES DE ASSIS (1977)

Izaias é natural de Macau-RN, no dia 24 de fevereiro de 1977, mas viveu quase toda sua infância e adolescência nos municípios de Pedro Velho e Montanhas, ambos no Agreste Potiguar, ele é um autêntico norte-rio-grandense, como gosta de ser chamado. Também é o criador do personagem Chico Catatau, o cabra que apronta as mais loucas aventuras na Terra, no Céu, no Purgatório e no Inferno.

SILVINO PIRAUÁ (1848-1913)

Silvino Pirauá de Lima nasceu em 1848 no município de Patos, na Paraíba. na seca de 1898 emigrou para o Recife, onde fixou residência. Ele é um dos primeiros poetas populares da tradição do cordel nordestino. Tocava viola muito bem e era um grande improvisador. Ele compunha seus versos misturando assuntos variados. Um de seus poemas mais famosos é “Historia de Crispim e Raimundo”, escrito e publicado em 1909. Outros são: “Historia do capitão do navio”; “Historia das três moças que queriam se casar com um só moço”; “Zezinho e Mariquinha”, entre outros. Silvino morreu cantando, merecendo o ofício, na cidade de Bezerros, PE, em 1913, vítima da varíola. Silvino Pirauá de Lima, situa-se entre os primeiros poetas populares da tradição do Cordel nordestino. Discípulo amado de Francisco Romano Caluete, percorreu com ele vários Estados como o Pará, Amazonas e Maranhão, e recriou o célebre desafio ocorrido em Patos entre seu mestre e Ignácio da Catingueira, que teria durado oito dias! Francisco das Chagas Batista, em Cantadores e poetas populares, atribui a Silvino Pirauá qualidades raras: a de ser exímio violeiro e grande repentista, igualando-o a antecessores ilustres da Serra do Teixeira, como Agostinho Nunes da Costa e seus filhos Nicandro e Ugolino.

JOSÉ GALDINO DA SILVA (DUDA) (1866 – 1931)

Nasceu em 1866 no município de Itabaiana na Paraíba, mas foi em Recife que ganhou fama como violeiro e repentista. Morreu em 1931, consagrado como mestre dos cantadores. Gostava de ser chamado de Zé Duda e, no seu folheto de cordel Encontro de Antonio Marinho com Zé Duda no Recife em 1915 registra uma de suas pelejas mais notáveis. Foi almocreve e comboieiro, tendo se tornado depois cantador famoso. É o autor da História de D. Genevra, versada de um trecho do Decameron de Giovanni Boccacio, com uma fidelidade que surpreendeu o folclorista Luís da Câmara Cascudo.

MANOEL BONFIM (1868-1932)

Manoel Bomfim, nasceu em Aracaju-SE, no dia 08 de agosto de 1868 e morreu no Rio de Janeiro, no dia 21 de abril de 1932. Foi um médico, psicólogo, pedagogista, sociólogo, historiador e intelectual brasileiro. Este é mais um título dos novos cordéis lançados pela Luzeiro, e seu autor vem lá das bandas do Norte e que atualmente reside em Goiânia. Assim não podemos dizer que o cordel atualmente é uma cultura apenas do Nordeste, mas sim de todo Brasil. Nessa história o autor discorre a respeito de Tereza, uma jovem temente a Deus e que encontra um rapaz por quem se encanta, pensando ser o amor de sua vida. Tereza se lança nessa aventura, e como toda aventura, esta também continha os riscos inerentes. A desobediência pode trazer riscos terríveis para qualquer pessoa.

VANDERLEY BRITO DE CARVALHO (1978)

Vanderley Brito de Carvalho nasceu em 29 de janeiro de 1978 na cidade de Augustinópolis no estado do Tocantins. É filho de Vanderli Brito de Carvalho e Luzimar Brito de Carvalho. Aprendeu gostar de cordel por incentivo de seu pai, tendo escrito cerca de 11 obras. É cantor, compositor, músico e professor de teologia. Além do cordel, escreve também outros estilos poéticos tais como: Sonetos. Escreveu vários livros de temática teológica. Como cantor, já participou de programas de televisão em nível nacional, e gravou dois trabalhos em Cd. Vive em Goiânia e trabalha no Centro de Estudos Teológicos Brasileiro.

VARNECI SANTOS DO NASCIMENTO (1978)

Varneci Santos do Nascimento, ou simplesmente Varneci Nascimento, é filho de Alôncio Chaves do Nascimento e Rita Evangelista dos Santos. Conheceu a arte do cordel em seu próprio lar, através de seu pai, que sempre lia os cordéis e fazia os repentes em família, motivando o gosto de Varneci por esta encantadora forma de versejar. Graduado em História pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Varneci, além de historiador, é escritor, cordelista e palestrante, proferindo palestras sobre a arte do cordel. Inclusive, o autor utiliza em suas apresentações os recursos do stand-up para aproximar e estimular os jovens a lerem este gênero literário. Varneci Nascimento pode ser considerado um verdadeiro semeador da arte do cordel, pois se dedica a divulgar esta arte em escolas, saraus, universidades etc. Haurélio (2011) salienta que este autor é considerado como uma verdadeira revelação da poesia popular. Assim como outros poetas, Varneci acredita que o cordel pode e deve ser usado como instrumento paradidático na educação brasileira, estimulando a leitura nos estudantes. É autor de mais de 200 obras escritas em cordel sobre as mais variadas temáticas, inclusive muitos de seus cordéis versejam sobre histórias bíblicas. Foi classificado em 5º lugar no Concurso Nacional de Cordel promovido pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e em 2ª colocação em outro concurso na Bahia, com o romance O Amor Vence o Racismo. Em 2001, a pedido da Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo, escreveu o cordel Paulo Freire: Um Educador Diferente, para a abertura da semana Paulo Freire. O poeta teve uma de suas obras publicadas pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, o livro intitulado: Jorge Amado: o Amado do Brasil. Esta obra lhe rendeu uma carta de agradecimento da escritora Zélia Gattai. Em 2008, Verneci Nascimento lança um cordel intitulado: Memórias Póstumas de Brás Cubas em cordel. Dessa feita, ele lança este cordel da obra de Machado de Assis, o qual compõe a coleção Clássicos em Cordel. Este cordel foi selecionado para a feira de Bolonha, em 2009, e comprado pela Biblioteca Nacional. Em 2009 participou, com outros escritores, de um encontro nacional de poetas cordelistas com o presidente Lula objetivando discutir políticas de incentivo ao cordel. Em 2011, o poeta lança A escrava Isaura em cordel. Um de seus trabalhos que obtiveram destaque foi o cordel O Cangaço Sustentado pelos Coronéis. Este, por sua vez, foi estudado em uma universidade da Alemanha pela professora Ingrid Hapke. O cordelista Varneci Nascimento, semeador de cordéis, continua sua trajetória disseminando a arte em versos, atuando inclusive em um projeto pioneiro da Prefeitura de São Paulo, projeto intitulado Ônibus Biblioteca, no qual proferiu inúmeras palestras. Varneci Nascimento nasceu na cidade de Banzaê – BA, a 24 de abril de 1978. Filho de Aloncio Chaves do Nascimento e Rita Evangelista dos Santos. Graduado em História pela Universidade Estadual da Paraíba-PB, é autor de mais de 200 folhetos de Cordel. Ministra palestras sobre essa arte em universidades, associações, escolas, bibliotecas, casas de cultura etc. Editou 52 obras, entre as quais citamos O Massacre de Canudos; Visita de Lampião a Padre Cícero no Céu, Peleja de Aloncio com Dezinho e Dez Mandamentos do Preguiçoso (Ed. Luzeiro). Histórias Bíblicas em Cordel; Jonas e Eleazar e outras Histórias em cordel (Cebi). Para a coleção Clássicos em Cordel adaptou Memórias Póstumas de Brás Cubas (Nova Alexandria). O Pequeno Polegar e a Branca de Neve (Panda Books). Integra o movimento Caravana de Cordel, um dos mais conhecidos no Brasil.

SEBASTIÃO NUNES BATISTA

Casou-se em 1909 com sua prima Hugolina Nunes Batista, filha do famoso cantador Ugolino Nunes da Costa (1832-1895) Residiu em Guarabira e depois na capital paraibana — João Pessoa, onde se estabeleceu com a Livraria "Popular Editora", que existiu até Luís, Maria das Neves, Pedro Werta, Maria Leonor, Maria das Dores, Sebastião, João, José e Paulo Nunes Batista.

LUCAROCAS(1957)

Luis Carlos Rolim de Castro – Lucarocas. É Professor, poeta, comunicólogo, artista eclético. Nasceu e Fortaleza – Ceará a 30 de maio de 1957. No sangue traz a nuance da arte, da criação e diversidade produtiva, elementos herdados do pai artista circense. Desde cedo tinha a leitura como hábito. Cresceu lendo e ouvindo literatura. Na sua trajetória desenhou, pintou, atuou e escreveu. Produziu arte. Graduou-se em Letras pela Universidade Estadual do Ceará – UECE, com habilitação em Português e Literatura. Especializou-se em Metodologia do Ensino fundamental e Médio, também em Administração escolar pela Universidade Vale do Acaraú – UVA e em Magistério no Instituto de Educação do Ceará – IEC. Atuou na Rede Pública Estadual de Ensino como Professor de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio. Foi professor de Literatura das Escolas Christus e Professor de Artes do Colégio Piamarta Agunambi. Ministra aulas nas disciplinas da área de Língua Portuguesa e Literatura na Universidade Vale do Acaraú – UVA. Assumiu, temporariamente, a coordenação escolar da E.E.F.M João Paulo II, em Fortaleza, onde atualmente é Diretor. Poeta e Escritor é Membro do Centro de Cordelista do Nordeste – CECORDEL, da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – AMLEF – onde ocupa a cadeira de nO 11 e tem como Patrono Patativa do Assaré. Da Associação Cearense de Escritores – ACE. Membro coordenador do Pró-cordel, o Cordel em movimento. O Lucarocas escritor caminha por várias vertentes da arte de escrever. Iniciou seu trajeto com a poesia romântica cheia de lirismo e sensualidade quando publicou seu primeiro livro ÍNTIMO AMOR UTÓPICO. Ainda com nuances romântica colocou os pés na estrada literária com o segundo livro: PASSOS DA IMAGINAÇÃO OS AMORES DO POETA. Mudou de rumo sem nunca perder o foco. Escreveu crônicas, contos, teatro e arrancou as raízes sertanejas ao começar a escrever Literatura de Cordel, hoje são mais de cento e cinquenta títulos, dentre eles O Povo sem Patativa, O Santo Jesus Agreste, Amazônia Não Senhor, Reclame de Trabalhador, O sonho de Itamar, O Mistério do Ovo Quadrado, O Professor 6%, No Circo da Educação – Brincando de Avaliar, Este é o meu País, Desocupado Professor ou Deputado, As Travessuras do Menino Mágico de Raquel de Queiroz. Dentre as publicações destaque para algumas premiações: 1994 – 1° Lugar – Literatura de Cordel – Crateús – CE. 1997 – 4º Lugar – Literatura de Cordel – Rio de Janeiro – RJ. 2000 – 1º Lugar – Literatura de Cordel – Rio de Janeiro – RJ. 2000 – 3º Lugar – Soneto – Portugal, 2001 – Menção Honrosa – Cordel – Rio de Janeiro – RJ. 2001 – Destaque Especial – Poesia – Cruz Alta – RS. Mesclando seu estilo entre as diferentes formas de escrever trouxe à mostra texto e poemas de um lirismo manifesto nas entranhas da sensualidade e beleza com o seu terceiro livro na linha romântica: SEDUÇÃO PRAZER DO AMOR. Em breve Lucarocas tocará nas lembranças da saudade com o seu novo livro ALÉM DO FIM, UM ENCONTRO DE SAUDADE. No campo das Artes, destaque para a Pintura, Escultura, Serigrafia e Xilogravura.Lucarocas pseudônimo de Luis Carlos Rolim de Castro nasceu na cidade de Fortaleza, CE, escritor, poeta, pintor, xilógrafo, escultor e serigrafista, tem em seu currículo uma vasta produção literária de quantidade e qualidade eclética, herança herdada de seu pai artista circense. Graduado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com habilitação em literatura e língua português, além de possuir especialização em Metodologia do Ensino Fundamental e Médio e Administração Escolar. Sua produção literária se materializa em formato de cordel obedecendo as rimas, e as métricas necessárias aos grandes escritores desse gênero entre outros como crônicas, contos, teatro e poesia de forte lirismo e sensualidade, todavia é nas raízes nordestinas e sertanejas que debruça-se de forma mais frequente, adotando inclusive em sala de aula o cordel como ferramenta de ensino aprendizagem, mantendo viva a tradição popular. O poeta múltiplo é membro do Centro de Cordelista do Nordeste (CECORDEL); da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF), onde ocupa a cadeira de no 11 e tem como patrono Patativa do Assaré; da Associação Cearense de Escritores (ACE) e Membro coordenador do Pró-cordel, o Cordel em movimento. Reconhecido na arte do cordel, Lucasrocas recebeu vários reconhecimentos. LUÍS CARLOS ROLIM DE CASTRO Lucarocas pseudônimo de LuÍs Carlos Rolim de Castro nasceu na cidade de Fortaleza, CE, escritor, poeta, pintor, xilógrafo, escultor e serigrafista, tem em seu currículo uma vasta produção literária de quantidade e qualidade eclética, herança herdada de seu pai artista circense.Graduado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com habilitação em literatura e língua português, além de possuir especialização em Metodologia do Ensino Fundamental e Médio e Administração Escolar.Sua produção literária se materializa em formato de cordel obedecendo as rimas, e as métricas necessárias aos grandes escritores desse gênero entre outros como crônicas, contos, teatro e poesia de forte lirismo e sensualidade, todavia é nas raízes nordestinas e sertanejas que debruça-se de forma mais frequente, adotando inclusive em sala de aula o cordel como ferramenta de ensino aprendizagem, mantendo viva a tradição popular.O poeta múltiplo é membro do Centro de Cordelista do Nordeste (CECORDEL); da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF), onde ocupa a cadeira de no 11 e tem como patrono Patativa do Assaré; da Associação Cearense de Escritores (ACE) e Membro coordenador do Pró-cordel, o Cordel em movimento. Reconhecido na arte do cordel, Lucarocas recebeu vários reconhecimentos.

MARCELO ALVES SOARES (1955)ABLC

Um dos mais significativos poetas cordelistas da atualidade, Marcelo Alves Soares, nasceu no dia 23 de dezembro de 1955. Herdou de seu pai, José Soares, o poeta-repórter (1914-1981) o faro jornalístico e o senso crítico que, aliados a uma incrível variedade de estilos e modalidades na arte de versejar, tornam seus cordéis leitura deliciosa, sobretudo pelo domínio e o conhecimento que demonstra possuir em rima, verso e oração. Adota vários pseudônimos em sua obra tais como: H. Romeu, H. Tadeu Luz, Pessoa dos Anjos, Ad. Vinhão Vidente, Joaquim Quincas e Marcelo Olecram, conforme informe do próprio autor a Maria Alice Amorim. O artista poeta, residente na cidade João Pessoa, Paraíba, destaca-se ainda nas artes gráficas, pelo desenho, pela pintura cujo talento levou-o a criação de capas e ilustrações para livros, discos, cartazes de filmes, shows, espetáculos teatrais, destacando-se, sobretudo pelas xilogravuras. Inclui ainda em seu vasto currículo sua verve poética, editor, educador e músico na categoria de forró. Seu talento o levou a atuar em várias editoras Brasiliense, ltatiaia, Prelo, Paulinas, Contexto e Global e para jornais como O Globo, Jornal do Brasil, O Pasquim, Jornal do Commercio, Diário de Pernambuco. Seu trabalho teve o reconhecimento de Ariano Suassuna com quem trabalhou por quatro anos consecutivos. Como xilógrafo iniciou sua carreira com o primeiro curso realizado na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1984), ensinou na Escolinha de Arte do Brasil (1984-1985) e trabalhou no ateliê de Augusto Rodrigues (1987-1991). Retornando a Pernambuco, Marcelo tornou-se Diretor de Cultura do Município de Timbaúba (1992-1996), fundou a Folheteria Cordel (1997), trabalhou com Ariano Suassuna (1994-1998), ministrou oficinas de gravura, no Brasil e nas cidades de Marseille, Toulon, Poitiers e Paris, em 2005, durante as comemorações do Ano do Brasil na França, e na Universidade do Porto, em Portugal, em 2007. Em 2008, tornou-se Artista Visitante na Universidade do Rio de Janeiro (UERJ). Em 2009 viajou aos EUA para participar da Folk Art International Market em Santa Fé, New México. Na atualidade destaca-se como um dos mais talentosos e indiscutivelmente, um dos grandes xilogravuristas e cordelistas, divulgador e conservador das tradições culturais nordestinas. Sua poética rica de um lirismo peculiar, o xilógrafo-poeta ou poeta artista, carrega em suas criações as relações com o cotidiano, trazendo a lume temáticas revestidas de um certo criticismo ao momento histórico, político e cultural do país, sem deixar de lado o aspecto humorístico presente em suas produções. O xilógrafo poeta é ainda membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel em Pernambuco desde 2011.

ZÉ DANTAS (1954)

José de Sousa Dantas, mais conhecido como Zé Dantas, nasceu no dia 21 de novembro de 1954, no sítio São João, em Pombal - PB. Poeta, escritor, cordelista, Engº Civil, funcionário público estadual. Autor do livro “A História do Meu Lugar” e do livreto “Pombal Cantado em Cordel”, além das seguintes produções literárias em parceria com o poeta repentista Daudeth Bandeira, sendo os LIVROS DE POESIAS: Nas Águas da Poesia, Dias D’Versos, Atrativos Turísticos da Paraíba – Decantados em Poesia e Invenções e Descobertas em Estilo de Cordel, e os CORDÉIS: Fatos em Foco, Proezas dos Animais, Cenários do Interior, O Santuário da Penha, As Superstições do Povo, Brincadeiras de Criança, Crimes Bárbaros no Brasil, Copa Mundi no Brasil, Igualdade de Direitos. Conquistou o 1º lugar com o poema O Construtor da Poesia, no VII FESERP, Prêmio Augusto dos Anjos, em 1999, em Aparecida – PB. Tem estrofes e poemas, em livros, cordéis, revistas e sites.

HERMES RODRIGUES CARDOSO VIEIRA – (1911-2000)

Hermes Rodrigues Cardoso Vieira é de Elesbão Veloso. Nasceu a 23 de setembro de 1911 na Fazenda Caiçara e morreu em Fortaleza-CE, no dia 17 de julho de 2000, com 89 anos de idade. Fez apenas o primário, forte crise financeira não o deixou prosseguir com os estudos. Ainda pequeno foi morar em Palmeirais, de onde seguiu para Parnaíba e em seguida para Teresina, onde fixou residência. Poeta regionalista dos mais festejados, autor de vários poemas cantados por todo o nordeste brasileiro, tem aquela verse contagiante de Catulo da Paixão Cearense e o lirismo fascinante e simples de Hermínio Castelo Branco. Foi o acompanhando nas pescarias das lagoas adjacentes dos rios Poty e Parnaíba e nas caçadas em noites enluaradas que aprendi a gostar de sua poética e admirá-lo muito mais. Constituía tudo isso em pano de fundo para que nos jogos sutis do raciocínio aflorasse a espontânea, habilidosa e atraente poesia,na linguagem expressiva do homem do campo .

QUELYNO SOUZA (1966)

Terceiro filho de uma prole de cinco, o poeta e cordelista Jacquelino Souza do Nascimento, pseudônimo de Quelyno Souza nasceu sob a constelação do signo de gêmeos, na cidade de Guarabira-PB, no dia 03 de junho de 1966. O poeta tem publicado os livros O meu amor é cego (2013), e Meio a meio (2017), e oito folhetos de cordéis: Vida nova (1986) e Criaturas (1990), Radialistas em campo (2001), Terra Paraíba (2011), Botafogo – Uma história em jogo (2011), e A peleja do solteiro contra o casado (2011), Pré-carnaval na capital (2017) e 4 Cantadores (2017). Em 1998, apresentou o recital de poesia Cá entre nós, no teatro Lima Penante. Em 1991, participou do V Festival de Música do SESC, com a letra: Como diz o Boris Casoy “Isto é uma vergonha”, no ano seguinte com a poesia Falando de economia, conquistou o 3º Lugar no Concurso de Letras de Músicas da gravadora Golden Music. Em 2001 no Shopping SEBRAE expôs: Sensibilidade, no final desse mesmo ano arrebatou o prêmio Pedra do Reino na categoria poesia. Em 2008, expôs na Biblioteca Publica Estadual: Quiça – O amor e suas diversas faces, a exposição recebeu Moção de Aplauso da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba. Premiado em 2010, pelo Ministério de Cultura com o Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel – Edição Patativa de Assaré.

Em 2017, o seu nome virou nome da biblioteca da Escola Técnica Estadual Pastor João Gomes Pereira Filho. Biblioteca poeta Quelyno Souza, assim passou a ser chamada a biblioteca da Escola Técnica de Mangabeira.

Em parceria com Marta Nascimento criou a música: Sem você tudo é mentira. E com a cantora e compositora Jô Mendonça a música Anjo e anjinha, uma homenagem ao bloco carnavalesco Anjo Azul.

IVAMBERTO OLIVEIRA (1950)

Ivamberto Albuquerque de Oliveira, nasceu no dia 25 de maio de 1950, em Zumbi distrito de Alagoa Grande PB, veio para Rio de Janeiro 1969, fez vários cursos no Senai técnico em Mecânica pelo ...IVAMBERTO ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA, alagoagrandense do Distrito de Zumbi, professor no Rio de Janeiro há 35 anos. O mesmo também é CORDELISTA com vários trabalhos publicados e membro da ACADEMIA DE LITERATURA DE CORDEL com sede no Bairro de Santa Tereza, RJ. "A PARAÍBA TEM"; um dos cordéis do poeta. Além de professor da FAETEC/RJ na área do Ensino Técnico Industrial, o mesmo, que já tem vários trabalhos publicados, também se dedica ao estudo e divulgação da Literatura de Cordel onde vive a dar palestras sobre a mesma. IVAMBERTO é um cidadão que se pode chamar de “UM SOLDADO DIVULGADOR DA CULTURA NORDESTINA”. Socialista convicto Ele tem por lema “sonhar com um mundo socialista, fraterno e igualitário, em que o homem não sinta a angustia de viver, mas sim a necessidade de realizar-se como ser humano” como pregava um de seus ídolos dos tempos das Ligas Camponesas, Dr. Francisco Julião (1915 – 1999).

AROLDO CAMELO DE MELO

O escritor pilõezinhense Aroldo Camelo de Melo lança na próxima quinta-feira, dia 17, no Teatro Geraldo Alverga, em Guarabira, o livro ‘Ruminâncias do tempo’. Em 122 páginas, o livro apresenta dezenas de poemas eruditos que revelam o cotidiano do poeta em sua terra natal e sua vivência ao longo dos anos. Este é o terceiro trabalho do poeta paraibano, funcionário aposentado do banco Central do Brasil. Antes, Aroldo publicou “Do homem ao computador” (1976) e “Nas asas do pavão misterioso” (2009), este último, referência ao seu tio, José Camelo de Melo Resende, um dos mais importantes poetas populares de todos os tempos e autor do clássico, “O Pavão Misterioso”. Atuando na área de Ciências da Computação, Aroldo começou a escrever poemas aos 12 anos. “Minha principal influência naquele tempo foi Augusto dos Anjos”, revela. Apesar da referência familiar, Aroldo não faz poesia influenciado pela tradição popular. “Minha poesia é universal; não tem nada de regional”, explica. Em entrevista aos radialistas Jota Alves e Fabiano Lima, da Rádio Rural de Guarabira, Aroldo disse que o lançamento do seu mais novo livro é uma oportunidade de reunir amigos de infância e prosear sobre os mais diferentes temas. A apresentação do livro ficará a cargo do também escritor, Vicente Barbosa.

MARIA ILZA BEZERRA (1959)

Maria Ilza Bezerra nasceu no dia 22 de dezembro de 1959, na cidade de Fronteiras, Piauí. Filha de costureira, foi alfabetizada pela mãe, e ao aprender a ler, aproximou-se da literatura de cordel, mergulhando em leituras diárias, as quais fazia para o deleite de seus parentes e vizinhos idosos, lendo os mais variados romances de cordel. Entre eles:Iracema, de Alfredo Pessoa de Lima, O Pavão Misterioso, de José Camelo de Melo Resende e O Macaco Misterioso, de João José da Silva, entre outros. Foi através do gosto pela literatura, que Maria Ilza Bezerra conheceu as obras de William Shakespeare, de quem adaptaria, depois, para o cordel, a tragédia romântica Romeu e Julieta, lançando-o pela Editora Luzeiro. A autora de Romeu e Julieta em cordel é servidora pública, de uma vasta experiência como professora do ensino fundamental, médio e superior, graduada em Letras, é também especialista em Literatura Brasileira, Ensino, Comunicação e Cultura. Haurélio (2011) relata que a cordelista Ilza Bezerra, teve um trajeto itinerante, reflexo de seu percurso estudantil, nesse sentido o autor destaca, entre essa travessia, a sua estada nas cidades de Fronteiras, Piauí, Teresina, Piauí, Campos Sales, Ceará, Picos, Piauí, Araripina, Pernambuco e Maceió, Alagoas. Em Maceió, Alagoas, morou 13 anos, retornando à sua cidade natal no ano de 2000 e após cinco anos, partiu para a capital do Piauí, onde reside atualmente. Além de Romeu e Julieta, Maria Ilza Bezerra publicou: Tudo é um momento, em 1998; Uma fada na Floresta, em 1999; Auto do Padre Cícero, em 2003; Cidadania Ferida, em 2005; Nas garras do gavião, 2009, que trata-se de uma história de fictícia que tem como cenário a cidade de Fronteiras, esse folheto foi editado pela Editora Tupynanquim de Fortaleza, Ceará, entre outros. Para a cordelista Maria Ilza, o cordel é uma espécie de seu porta-voz, histórias que eternizam o passado, embalam o presente e contemplam o futuro (BEZERRA, 2007). Catunda (2013) reafirma que Ilza Bezerra utiliza o cordel como seu porta-voz, sendo premiada com “A Produção Poética – Projeto Vídeo Escola”, em Maceió, Alagoas, no ano de 1998. Em sua trajetória literária, participou também do Concurso Nacional de Literatura do Sindicato dos Escritores de Alagoas (1999). Outra obra de Ilza Bezerra é: A verdadeira História de Maria das Tiras, cordel publicado pela editora Tupynanquim.

DALINHA CATUNDA (1952)

Maria de Lourdes Aragão Catunda, pseudônimo de Dalinha Catunda, nasceu em Ipueiras, Ceará, no dia 28 de outubro de 1952, e reside no Rio de Janeiro. Ocupa a cadeira 25 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, que tem como patrono o poeta e folclorista cearense, Juvenal Galeno. Membro correspondente da Academia Ipuense de Letras, Ciência e Artes – AILCA. Sócia benemérita da Academia dos Cordelistas do Crato – ACC. Como colaboradora, tem textos publicados nos principais jornais cearenses: O Povo e Diário do Nordeste. Escreve no Jornal Gazeta de Notícias, da região do Cariri cearense. Dalinha Catunda é declamadora de cordel e, como tal, já participou da Feira Literária Internacional de Tocantins. Realiza um amplo trabalho de divulgaçãoda Literatura de Cordel, em sites e blogs, através da internet. Idealizou e fundou no Crato o grupo Flor do Cariri, com o objetivo de resgatar a contação de história e cantigas de roda, elementos formadores da sua infância e adolescência.

SALETE MARIA

Salete Maria é uma cordelista feminista brasileira. Atualmente trabalha como professora do Bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade da Universidade Federal da Bahia-UFBA. Durante anos foi professora do Curso de Direito da Universidade Regional do Cariri-URCA, sediada no sul do Ceará, onde, por mais de uma década também foi advogada de mulheres e homossexuais vítima de violência, tendo, inclusive, peticionado em formato de cordel. É membro-fundadora da Sociedade dos Cordelistas Mauditos – um importante movimento de jovens poetas, cantadores e performers fundado no ano 2000 em Juazeiro do Norte. Em março de 2014, Salete Maria completou “20 anos de cordelírio feminista e libertário”. Nessa trajetória, teve cordéis premiados pela Fundação Cultural do Estado da Bahia-FUNCEB, recitados pela atriz Deth Haak, musicados pela cantora Socorro Lira, citados pelo jornalista Arnaldo Jabor, encomendados pelos cineastas Vagner Almeida e Orlando Pereira e referenciados por diversos pesquisadores e amantes da literatura popular e da cultura oral, deste e de outros países. Seu trabalho é utilizado em cursos, palestras, debates e também tem sido objeto de dissertações e teses de doutorado. Suas temáticas são múltiplas, mas com ênfase nas questões de gênero, feminismo, direitos humanos e outros assuntos marginais e periféricos. Transita entre diversas linguagens, opera com signos variados e apresenta uma rima inventiva, irônica, dramático-cômica e, sobretudo, política e intertextual. Salete Maria – que aprendeu a fazer cordel com uma avó cega e analfabeta – fez uma grande revolução na literatura de cordel, sendo a maior referência feminina neste campo, ao qual se dedica de corpo e alma.

CREUSA MEIRA

Creusa Caires Meira – cordelista nata da cidade de Dom Basílio-BA, professora por formação e bancária de profissão. Residiu por muito tempo em Livramento de Nossa Senhora, cidade vizinha à sua terra natal. Foi lá que, ao descobrir os versos antigos do seu pai, o bandolinista Né Meira, teve o seu primeiro contato com a literatura de cordel e, mais tarde, participando de Semanas Culturais promovidas pelo irmão José Caires Meira, conheceu a obra do poeta Patativa do Assaré, apaixonando-se por esse estilo de poesia. Atualmente reside na cidade de Salvador-BA, onde participa de eventos ligados ao cordel. Possui mais de 30 folhetos publicados e realiza outros trabalhos, a exemplo de publicações de textos em cordel no movimento sindical bancário e movimento das mulheres.

JOTACÊ FREITAS (1964)

Jotacê Freitas, é pseudônimo de José Carlos de Freitas, natural de Senhor do Bonfim, Bahia, nascido a 06 de março de 1964. Seu interesse pela literatura surgiu aos 15 anos, tendo conhecido o Cordel através da mãe, Dona Izabel, que comprava folhetos sobre Padre Cícero, Lampião e Bocage. Iniciou sua obra com versos livres e publicou seis livros em que experimenta desde o concretismo ao hai-kai e recebeu, em 1992, 2 prêmios da ACLASB – Academia de Ciências, Letras e Artes de Senhor do Bonfim. Dirigiu e escreveu espetáculos teatrais recebendo prêmios por atuação e direção no Grupo Teatral Nós-Nas-Tripas. Tem mais de 100 folhetos publicados e venceu o Prêmio Nacional de Literatura de Cordel – 2005 da Fundação Cultural do Estado da Bahia, com “Panvermina e Zabelê nas quebradas do Sertão”; e o Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 – Edição Patativa do Assaré, promovido pelo MINC, com o romance “O Rei Cego e os Filhos Maus”. Também foi repórter nos jornais O Lapa-pau, Nossa Gente, Correio dos Sertões, Jornal de Juazeiro e colunista do tablóide literário SOPA. Fez graduação em Pedagogia na UNEB; iniciou o curso de Letras na UFBa e foi pesquisador do PEPLP – Programa de Estudos e Pesquisas da Literatura Popular, sob a orientação da Profª Doralice Xavier Alcoforado, e Diretor da Comissão Baiana de Folclore. É especialista em Artes na Educação pela FAAC-ES. Atualmente exerce a função de professor na Rede Municipal de Salvador. Entre outros, comercializa e realiza leituras dramáticas dos seguintes folhetos: O JUMENTO QUE ENTROU NA FACULDADE, A MULHER QUE TROCOU O MARIDO POR UM COMPUTADOR, TETRALOGIA LULÁSTICA, A PELEJA ENTRE A MULHER E O MARIDO PREGUIÇOSO, O SUMIÇO DAS CUECAS QUASE ENDOIDECE O MARIDO, NO TEMPO EM QUE BOCAIS MATAVA CACHORRO A GRITO, A MIJADA DO BAIANO DERRUBA CONCRETO ARMADO, HOMEM QUE MIJA SENTADO DÁ MAIS PRAZER À MULHER, O PRAZER QUE O PEIDO DÁ, OUVIDO VIROU PENICO NAS CIDADES DA BAHIA, O CÃO QUE LEVAVA O DONO PRA FAZER COCÔ NA RUA, A INVASÃO DOS ETS LÁ EM SENHOR DO BONFIM. Lançou na Bienal do Livro da Bahia, em 2010, o livro BAIANICES, BAIANADAS E BAIANIDADES, com as seguintes histórias: O pastor que virou acarajé, Os vereadores fujões, O buraco do metrô arrombou com Salvador, Estudantes da Bahia dão lição em professor, Iemanjá foi embora com um turista Francês, Mudo falou demais e causou um arrastão, Quando o Bahia for D, o Vitória vai fazer o Curso A, O Velho que comprou uma mulher na Feira, O Negão que se deu bem, Os Gays que quebram o pau numa praia da Bahia, A Baleia que encalhou no dia da Parada Gay, O Padre que deu o santo numa Igreja da Lapinha, A Garota de Programa que se entregou a Jesus, Corrente da viadagem causou confusão em bar, Os dentes da Galinha, A briga da Besta com o Buzu, O Baba em que Bobô babou, O Guarda que deu pra trás, O Tabaréu que comprou um pé de arranha-céu, O Prefeito que arrancou o pau dos velhos, Colorido comeu crua a fogueira do Prefeito.

ANTÔNIO BARRETO

Antonio Carlos de Oliveira Barreto nasceu na fazenda Boa Vista, Santa Bárbara-BA e reside em Salvador desde 1975. Ainda criança, ali no sertão baiano, teve o privilégio de conviver com as mais variadas formas de manifestações populares.

Professor, poeta e cordelista com vários trabalhos publicados em jornais, revistas e antologias. Publicou dois livros de poesia: “Uns versus Outros e Flores de Umburana”, fez a adaptação do conto de Machado de Assis “A Cartomante” para o cordel, pela editora Nova Alexandria, além da publicação de quatro cordéis ilustrados: “O cravo brigou com a Rosa”, “Atirei o pau no gato”, “Pai Francisco entrou na roda” e “ Se essa rua fosse minha…” Já publicou (até janeiro de 2015) 160 folhetos de cordel, com destaque para o cordel intitulado “Big Brother Brasil: um programa imbecil”, de grande repercussão no Brasil inteiro. Os temas abordados no cordel de Antonio Barreto são: crítica social, educação, futebol, humor, biografias e cultura popular. Faz palestras, recitais e oficinas nas escolas, universidades e outras instituições, além de participar de colóquios, seminários, congressos e festivais de poesia e cultura pelo mundo afora.

JOTA BORGES (1935-2024)

Considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco – título outorgado pelo Governo do Estado – José Francisco Borges, mais conhecido como J. Borges é um dos mestres do cordel, um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina e o xilogravurista brasileiro mais reconhecido no mundo. Ele nasceu em 20 de dezembro de 1935 em Bezerros, Pernambuco e morreu no dia 14 de agosto de 2024. . Filho de agricultores, J. Borges começou a trabalhar aos dez anos de idade na roça, e negociava nas feiras da região, vendendo colheres de pau que ele mesmo fabricava. Autodidata, o gosto pela poesia fez encontrar nos folhetos de cordel um substituto para os livros escolares. Em 1964 começou a escrever folhetos de cordel; foi quando fez “O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina”, xilogravada por Mestre Dila, que vendeu mais de cinco mil exemplares em dois meses. Animado com o resultado, escreveu o segundo folheto intitulado “O Verdadeiro Aviso de Frei Damião Sobre os Castigos que Vêm”, que o conduziu pela primeira vez à xilogravura. Como não tinha dinheiro para pagar um ilustrador, J. Borges resolveu fazer ele mesmo: começou a entalhar na madeira a fachada da igreja de Bezerros, que usou no seu segundo folheto de cordel. Desde então, começou a fazer matrizes por encomenda e também para ilustrar os mais de 200 cordéis que lançou ao longo da vida. Hoje essas xilogravuras são impressas em grande quantidade, em diversos tamanhos, e vendidas a intelectuais, artistas e colecionadores de arte. J. Borges tem recebido vários prêmios e distinções, entre os quais se destacam os concedidos pela Fundação Pró-Memória (Brasília, 1984), pela Fundação Joaquim Nabuco .

GONÇALO FERREIRA DA SILVA (1937)

Gonçalo Ferreira da Silva nasceu na cidade de Ipu, Ceará, em 20 de Dezembro de 1937, e foi morar no Rio de Janeiro aos 14 anos de idade. Por conta de uma paralisia infantil foi trabalhar em “casa de família”, sem salário. Porém, logo tornou-se o filho mais velho da família que bancou os seus estudos. Formou-se bacharel em Letras Clássicas pela Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1952. Sua atividade como cordelista só se deu muito tempo depois, em 1972 (inclusive o poeta já escrevia livros sobre temas diversos). Na feira de São Cristóvão, começou a conviver com grandes figuras do Cordel, como Apolônio Alves dos Santos e Mestre Azulão, fazendo mesas de glosas. É o fundador e o presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, que foi inaugurada em 1988, e já produziu mais de 300 folhetos sobre temas diversos. Seu primeiro texto no gênero foi “O triunfo do amor de Valério e Violeta”. É o autor de “Vertentes e Evolução da Literatura de Cordel”, “Dicionário Brasileiro de Literatura de Cordel” – em parceria com outros autores – e já lançou diversas antologias pelo mundo, divulgando apaixonadamente essa arte tão popular no Brasil.

FRANCISCO DE SALLES ARAÚJO (1951)

O Carioca Nordestino Francisco de Salles Araújo, conhecido como Chico Salles, nasceu no sertão paraibano, em São Francisco do Chabocão, naquela época município de Sousa, no ano de 1951. Este cantor e compositor de forró e samba, além de poeta e cordelista, radicou-se no Rio de Janeiro aos dezoito anos de idade (1970), onde inicialmente trabalhou na construção civil. Para legitimar a carioquice deste paraibano, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro concedeu-lhe o título de Cidadão Honorário de Rio de Janeiro, dando-lhe, oficialmente, a condição de carioca (RIO DE JANEIRO, 2008). Nos escritos biográficos em sua página pessoal, assim declarou-se carioca: “Sou carioca da clara, porque o carioca da gema é o que nasce no Rio. Sou da clara, mas estou dentro do ovo” (SALLES, 2010). As influências musicais nordestinas, misturadas aos sambas de Paulinho da Viola, Chico Buarque e Martinho da Vila, faziam parte das trilhas sonoras da época em que cursava Engenharia Civil. Ao conhecer o trapalhão Mussum, eles compõem músicas carnavalescas e fundam o bloco Elas e Elas (1985) em Jacarepaguá, bairro do Rio, onde residem e são vizinhos. Incentivado pelo maestro Anselmo Mazzoni (1997), inicia carreira de cantor, vindo a gravar, ao vivo, seu primeiro trabalho – Confissões (1999), lançado no ano subsequente; o segundo disco foi intitulado Nordestino Carioca (2002), produção ditada nas origens do seu acervo cultural, nos xotes, xaxados, baiões e forrós, homenageando a Cidade Maravilhosa e o amigo Mussum, ao cantar o xote composto pela dupla – Pinto no Xerém. Na bagagem cultural também trouxe o cordel. Reconhecido, torna-se membro (2007) e Diretor Cultural (2009) da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), ocupando a cadeira número 10, cujo patrono é Catulo da Paixão Cearense. Sua visibilidade na esfera literária ocorreu quando publicou o livro infantojuvenil cordelizado, CORDELinho (EDITORA ROVELLE, 2009), premiado como melhor livro infantojuvenil pela Academia Brasileira de Letras (ABL). A sua cordelteca disponível em http://www.chicosalles.com.br/ consta de 21 títulos, tais como: Salim, Jacó, Joaquim; Os caminhos do Brasil; O tigre que virou doutor; O pai do vento;O maior inimigo do cachorro; Sivuca, entre outros.Parece que o substantivo preferido desse poeta é homenagem, pois Chico está sempre evidenciando alguém por meio de seus versos, suspeita confirmada em As dedicatórias de Chico Salles, sextilhas produzidas por ele ao longo da sua carreira de cordelista, onde homenageia pessoas significativas, da esposa Lúcia Helena a personalidades: Mestre Azulão, Rachel de Queiroz, Rouxinol do Rinaré, Patativa do Assaré, Jessier Quirino, e outros.

JOSY MARIA

Josy Maria Correia é contadora de histórias, atriz, compositora, musicista autodidata, escritora, arte-educadora, produtora cultural e pesquisadora de cultura popular brasileira e oralidade latino-americana, desde 1998. Formada pelo Colégio de Direção Teatral do Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual – Secult-Ce (1999-2001). Como pesquisadora de oralidade tradicional brasileira e latino-americana percorreu oito paises: Bolívia, Colômbia, México, Cuba, Argentina, Uruguai, Peru e Brasil, coletando contos tradicionais e mapeando narradores. Desenvolve cursos, palestras, oficinas e apresentações em eventos nacionais e internacionais, como: Mostra SESC Cariri das Artes (CE); Bienais Internacionais do Livro de Fortaleza (CE); Encontro Internacional de Contadores de Historias – Boca do Céu (SP); Simpósio Internacional de Contadores de Historias (RJ); Conto 7 em Ponto – Instituto Cultural Aletria (MG): Seminários de Educação Infantil e Arte-educação das Universidades Federal e Estadual do Ceará (CE); Circuito Cultural Banco do Brasil (CE); Festival de Teatro Brasileiro (MG/ES); Encuentro Internacional de Historias y Leyendas de Buga (Colômbia); Encuentro Internacional de Cuenta Cuentos Texturas 2010 (México); e, Festival de Narracion Oral Primavera de Cuentos em La Havana (Cuba). Como arte-educadora atuou em projetos sociais como o Proares e o Centro de Convivência e Creche Madre Regina (http://www.crechemadreregina.zip.net/) e escolas da rede pública e privada de Fortaleza (CE) e desenvolve programas de Formação de Educadores em diversas instituições e municípios do estado do Ceará, desde 2002 através do núcleo Ateliê da Palavra, na qual é presidente. Fundadora da Cia. Catirina de Pesquisa e Produção – Ateliê da Palavra (Fortaleza-Ce). (http://www.ateliedapalavra.zip.net/), agraciada pelos prêmios Intercambio e Difusão Cultural 2009 do Ministério da Cultura (Brasil/Colômbia) e Funarte – Fundação Nacional das Artes na categoria Artes Cênicas na Rua 2009 com o projeto Palco de Areia. Pesquisa, dirige e produz espetáculos cênicos.

EDIVALDO DE LIMA

Edivaldo de Lima, pernambucano, filho de Goiana, além de escritor, revela-se também como educador. Fez o curso de licenciatura em História, na Faculdade de Formação de Professor de Goiana (FFPG), onde escreveu o seu primeiro poema no ventre de sua vida acadêmica. Após produzi-lo, escreveu seu poema no IV Concurso Literário ocorrido na sua cidade natal. Neste evento, Edivaldo de Lima foi premiado na segunda colocação. Este prêmio foi o ponto de partida para estimular a sua veia poética, sendo, a partir daí, o início da produção de diversos poemas. Seu contato com o universo dos cordéis se deu no ano de 2007 a partir do encontro com o cordelista Davi Teixeira, com quem teve os seus primeiros passos para escrever cordéis, transformando o seu primeiro poema em cordel (PEREIRA, 2012). Edivaldo de Lima publica em seus cordéis temas variados, abordando desde romances, histórias cômicas, além do universo didático e o viés memorialístico com pilares de homenagens, como é o caso do Cordel intitulado “Zé do Carmo – Artesão dos Anjos“, publicado em 2014, em homenagem ao ceramista brasileiro, Zé do Carmo. O viés didático de seus folhetos merece destaque, tendo em vista que estes assumem um caráter educacional vinculado à arte do cordel, com a arte de educar.

ANTÔNIO FRANCISCO TEIXEIRA DE MELO (1949)

Nasceu no dia 21 de outubro de 1949, um cordelista potiguar. Filho de Francisco Petronilo de Melo e Pêdra Teixeira de Melo. Graduado em História pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Poeta popular, cordelista, xilógrafo e compositor, ainda confecciona placas. Aos 46 anos, muito tardiamente, começou sua carreira literária, já que era dedicado ao esporte, fazia muitas viagens de bicicleta pelo Nordeste e não tinha tempo para outras atividades. Muitos de seus poemas já são alvo de estudo de vários compositores do Rio Grande do Norte e de outros estados brasileiros, interessados na grande musicalidade que possuem ele estudou na escola situada em Mossoró, na (UERN). Em 15 de Maio de 2006, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na cadeira de número 15, cujo patrono é o saudoso poeta cearense Patativa do Assaré. A partir daí, já vem sendo chamado de o “novo Patativa do Assaré”, devido à cadeira que ocupa e à qualidade de seus versos.

JOÃO GOMES SOBRINHO – XEXÉU (1938)

Nasceu no dia 13 de maio de 1938, em Santo Antônio-RN, o Poeta, Cordelista, no Sítio Lages, município de Santo Antonio. Filho de Elizeu Gomes de Carvalho e Genuína Gomes de Carvalho. Começou a escrever e recitar versos na adolescência, influenciado pela poesia cantada ao som da viola por alguns importantes nomes da época. Sua experiência inicia-se no autodidatismo, conforme diz: “Lá não tinha escola” – refere-se ao lugar de nascimento – “e eu tinha muita inveja de quem sabia ler e escrever. Então comprei uma cartilha de ABC, botei dentro do chapéu e saí, procurando alguém para me ensinar. Quando encontrava quem sabia ler pedia uma explicação”. Aos nove anos de idade já fazia versos de improviso. Leu Castro Alves, Casimiro de Abreu e Machado de Assis. Tendo na natureza sua maior musa (“Vozes da Natureza” é poema inspirado em reminiscências do sítio em que viveu a infância), seus cordéis também abordam questões sociais e afetivas. Xexéu, que também é agricultor, continua morando em seu sítio, ao lado de sua segunda mulher e de 12 dos 19 filhos, e prossegue trabalhando na lavoura. Já fez apresentações em várias cidades, dentre as quais São Bernardo do Campo-SP, Curitiba-PR e Brasília-DF, e o documentário “XEXÉU, um poeta potiguar”, narrando sua história, foi premiado na I Mostra Nordestina de Curta-metragem no Festival de Cinema de Natal (2005). Dentre os seus trabalhos de maior repercussão, destacam--se: Retirante da Seca, Caboclo Sonhador, Flor da Mangueira Rosa, Voz da Tamarineira e Beija-flor mensageiro.

JOSÉ ANTÔNIO DOS SANTOS

O cordelista nasceu em Oiteiros , povoado de Moita Bonita /SE filho de pequenos agricultores. É licenciado em História pela U.F.S. professor da rede pública estadual. Além de militante de movimentos populares. Zé Antonio tem proferido palestras sobre Literatura de Cordel em escolas das redes públicas e particular de ensino. Em 1999 recebeu o prêmio Albert de Cultura, do colégio Albert Einstein ( atual Colégio Intellectus) e outros.

CÍCERO DO MARANHÃO

O seu nome é Cicero Bastos Melo, mas já é bem conhecido por Cicero do Maranhão. É filho de cearense com maranhense e devoto do Padim Ciço, lá do Juazeiro do Norte – Ceará. Começou fazer cordel, há bem pouco tempo, na sua melhor idade, aproveitando seu tino nordestino. Sua terra natal é Caxias, do saudoso Maranhão, terra do poeta Gonçalves Dias. É radicado nesse bom Rio de Janeiro, há mais de meio século - onde mora. É casado e têm dois filhos, seus amores cariocas. É diplomado em Cordel, num raro curso que fez, promovido pela Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) - Rio de Janeiro) Algumas (dezenas) de Cordéis já conseguiu produzir e publicá-los, pretendendo continuar - até quando Deus quiser. É maranhense da gema, piauiense por criação e se tornou carioca por pura predileção. Já se tornou conhecido como cabra destemido, Cicero do Maranhão.

PEDRO NONATO COSTA (1960-2017)

Nasceu no dia 05 de abril de 1960 e morreu no dia 11 de março de 2017, em Alto Longá, Estado do Piauí, com 54 anos. O cordelista sofria já há alguns anos os efeitos do diabetes. Há duas semanas, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (e veio a morrer na sede da Fundação Nordestina do Cordel (Funcor), fundada por ele mesmo. O corpo do poeta foi velado na sede da Funcor, como era seu desejo e teve o seu sepultamento no cemitério do bairro Renascença. Pedro Nonato Costa foi um dos mais ativos poetas de sua geração. Além de repentista, era ator e produtor cultural. Conquistou várias premiações nacionais, inclusive do Ministério da Cultura. Ele fundou também a revista “De Repente”, a única do gênero em circulação há 20 anos. O poeta foi membro do Conselho Estadual de Cultura. Era membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e de várias academias regionais de letras, entre elas a do Vale do Longá. Seus trabalhos foram divulgados em todo o Brasil através do Pedro Costa - O Dom Quixote do cordel. O Governo do que foi um nome expressivo para cultura piauiense, editou a Revista De Repente, uma das publicações mais tradicionais da cultura popular e representou, com muita responsabilidade e serenidade, os poetas, cantadores e toda classe artística no Conselho Estadual de Cultura. A Prefeitura de Teresina também manifestou pesar pelo inesperado falecimento do poeta, violeiro e cordelista.

PEDRO MONTEIRO DE CARVALHO (1956)

Nasceu no dia 25 de março de 1956, em Campo Maior, município do Piauí. Filho dos lavradores Raimundo Monteiro de Carvalho e Maria Verônica de Carvalho. O famoso cordelista piauiense teve uma infância tipicamente roceira ouvindo contos e histórias à luz de lamparina e, principalmente, nos terreiros enluarados. Têm raízes fincadas nas coisas do nosso Nordeste, onde viveu até seus dezessete anos, e depois, na periferia paulistana, adquirindo largas experiências, inserido nas lutas por justiça social e desenvolvimento humano. Tudo isso, acrescido de muito esforço na observação dos sentidos e nas centenas de livros devorados caprichosamente. Apreciador e divulgador do cordel, do teatro, e de outras formas de expressão da arte e da cultura popular. O nobre escritor é também ator e já atuou em vários espetáculos, conservando a sua naturalidade dessa gente que defende a cultura brasileira, como assim defendeu o querido mestre Ariano Suassuna. A sua veia poética está assim bem definida neste belo cordel intitulado: “João Grilo um Presepeiro no Palácio”.

FRANCISCO PEREZ DE SOUSA (CHICO DO ROMANCE) (1939)

Diariamente pela manhã ele está na Praça do Mercado Municipal de Piripiri onde numa pequena banquinha vende, com o auxílio de um microfone, os seus incontáveis livretos de cordel. Simpático, atencioso e muito conversador, Francisco Perez de Sousa, o Chico do Romance é um dos maiores cordelistas do Nordeste, sendo suas obras estudadas por várias universidades do Brasil, da França, Japão, Holanda e estados Unidos. CHICO DO ROMANCE NA SUA LABUTA DIÁRIA NA ÁREA DO MERCADO MUNICIPAL DE PIRIPIRI. Nascido no local Retiro, município de Piracuruca-PI, em 01 de abril de 1939, filho de Gerviz Rosa de Sousa e Paulo Pereira Neres, Chico do Romance aparenta uma jovialidade na sua narração diária de seus cordéis e na presteza com que atende seus clientes. Se for entrevista se prepare para passar a manhã toda... É que ele se sente orgulhoso aos extremos de sua obra literária. Perdendo a mãe quando tinha apenas um ano de idade, o futuro cordelista foi morar em com a avó materna, a qual também faleceu cedo, quando Chico tinha apenas seis anos. Mais um golpe na vida do pequeno Francisco Perez. Mas sua predestinação lhe reservava um futuro gratificante. Sua biografia, que consta em seus “romances” diz: Pequeno, ajudava seu pai na lavoura, mas logo veio morar em Piripiri, onde começou a cantar folhetos para os amigos, daí surgiu sua paixão pela literatura de cordel, onde descobriu que em si brotava a poesia, morando com sua tia Cecília em Piripiri e cantando nas casas de fazenda. Viajando para Fortaleza, depois com os melhores poetas da época, viajou pelo Piauí, Ceará, Maranhão, Goiás e Pará. Nas estradas de chão tudo isso dos 10 aos 30 anos. Depois passou uns tempos em Fortaleza-Ceará, onde afirma ter penado muito, sem dinheiro e sem ter onde morar, fazendo bicos para sobreviver. Redigindo seus textos fantásticos e sempre cativantes, Chico do Romance estreou como cordelista com 15 anos de idade, e hoje já contabiliza mais de 200 obras editadas. A princípio os cordéis eram impressos pelo tradicional método da xilogravura, ou seja, a matriz de impressão eram chapas de madeira esculpidas. É que as impressões tipográficas eram muito caras nos tempos idos. A partir do início dos anos 1970, com a disseminação do sistema offset, que barateou os custos elevados do sistema tipográfico, Chico do Romance passou a imprimir seus trabalhos na gráfica de Gilberto Mendes (em Campo Maior) e posteriormente, na gráfica do ex-prefeito de Piripiri, Arimatéia Melo. Hoje seus trabalhos são impressos em impressoras de computador. Destacam-se, nas suas centenas de obras: História das Sete Cidades e a Deusa da Encantada; Padre Domingos de Freitas e Silva-Fundador de Piripiri; Homenagem ao Piripiri do Século; Pequenos Dados Biográficos de Virgulino Ferreira da Silva- O Lampião; História do Catirina (Lenda de Sete Cidades); As Bravuras de José Pela princesa Franluzia, etc. Piripiri se orgulha de ter entre seus filhos adotivos um dos maiores nomes da literatura cordelista do Brasil.

JOSÉ WALTER PIRES (ZEWALTER), BAIANO (ABLC)

Sociólogo, advogado, educador, ituaçuense, cidadão brumadense, cordelista por paixão, busca o seu espaço dentro da tendência do novo cordel, com as suas produções sobre o imaginário sertanejo, além de temas sociais, educativos, históricos e de conteúdos específicos, vertentes estas que crescem na atualidade. Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, ocupando a cadeira 21, patronímica de Joaquim Batista de Sena, com posse em 21 de agosto de 2010, na Plenária realizada em João Pessoa, sendo recepcionado pelo consagrado poeta cordelista Manoel Monteiro, de Campina Grande-PB e Moraes Moreira, cantor e compositor, Sócio Correspondente do Instituto Histórico Geográfico de Montes Claros/MG, com mais de cinquenta títulos publicados, inclusive em grandes editoras nacionais, um defensor ardoroso do cordel de qualidade, tendo gravado no dia 15/09/12 uma memória literária para o IPHAN, dentro do Projeto “Mestres do Cordel”, comemorativo dos vinte anos da ABLC, tendo participado da Bienal Internacional do Livro do Ceará, em novembro/12, com o lançamento do livro “As noventa e nove moedas de ouro”, pela Editora Armazém da Cultura e do IV Aniversário da Caravana do Cordel, no Memorial da América Latina, em dezembro, lançamento de “O Segredo do Quintal” , Editora IMEPH – Fortaleza, Exaltação a Mário Rizério Leite, EDUNEB, 2014, além de crônicas do cotidiano em jornais regionais, revistas, blogs e outros.

ARIEVALDO VIANA LIMA (1967) ABLC

Poeta popular, radialista e publicitário, nasceu em Fazenda Ouro Preto, Quixeramobim-CE, aos 18 de setembro de 1967. Desde criança exercita sua verve poética, mas só começou a publicar seus folhetos em 1989, quando lançou, juntamente com o poeta Pedro Paulo Paulino, uma caixa com 10 títulos chamada Coleção Cancão de Fogo. É o criador do Projeto ACORDA CORDEL na Sala de Aula, que utiliza a poesia popular na alfabetização de jovens e adultos. Em 2000, foi eleito membro da ABLC, na qual ocupa a cadeira de nº 40, patronímica de João Melchíades Ferreira. Tem cerca de 50 folhetos e dois livros públicados: O Baú da Gaiatice e São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel.

CEGO ADERALDO

Cantador famoso, voz excelente, veia política apreciável. Era um dos mais inspirados de quantos que existiram nos sertões do Ceará. "Aderaldo Ferreira Araújo" era seu verdadeiro nome. Nasceu no Crato, viveu em Quixadá e morreu em Fortaleza, beirando os 90 anos, em 1967. Tomou parte em cantorias que marcaram épocas. Os versos que escreveu são lidos e conhecido em todo o Brasil. Célebre por suas cantorias, Aderaldo Ferreira Araújo, o “Cego Aderaldo” como era conhecido, nasceu no Crato, Ceará, em torno de 1880 e faleceu em Fortaleza em 1967 com quase 90 anos de idade. Seus versos e sua fama percorreram todo Brasil. Em um de seus folhetos, homenageia o político carioca Carlos Lacerda: “ABC de Lacerda – a história do político e jornalista que nunca se vendeu”

PATATIVA DO ASSARÉ (1909-2002)

Antônio Gonçalves da Silva, filho de Pedro Gonçalves da Silva, e de Maria Pereira da Silva, nasci aqui a 05 de março de 1909, no Sítio denominado Serra de Santana, que dista três léguas da cidade de Assaré. Com a idade de doze anos, freqüentei uma escola muito atrasada, na qual passei quatro meses, porém sem interromper muito o trabalho de agricultor. Saí da escola lendo o segundo livro de Felisberto de Carvalho e daquele tempo para cá não freqüentei mais escola nenhuma. Com 16 anos de idade, comprei uma viola e comecei a cantar de improviso, pois naquele tempo eu já improvisava, glosando os motes que os interessados me apresentavam. Nunca quis fazer profissão de minha musa, sempre tenho cantado, glosado e recitado, quando alguém me convida para este fim." Antonio Gonçalves da Silva nasceu no Ceará, em 1909, na cidade de Assaré. Tendo frequentado uma escola por apenas quatro meses, aos 12 anos de idade, Patativa, aos 16, começou a cantar de improviso, glosando os motes que lhe eram sugeridos. Sem nunca ter interrompido seu trabalho como agricultor, o poeta, que costumava compor seus versos de cabeça enquanto lavrava a terra, se celebrizou por uma obra marcada pelos tons de denúncia social. Consagrado na voz de Luiz Gonzaga, seu poema, “A triste partida”, o tornou conhecido em todo Brasil. Faleceu em 2002 na mesma cidade em que nasceu deixando uma obra extensa e variada, composta tanto de poemas de cunho político e social quanto de histórias de aventuras como a narrada no romance “A lâmpada de Aladim”, de 32 páginas.

JOSÉ MARIA DO NASCIMENTO (ZÉ MARIA DE FORTALEZA) (ABLC)

O cordelista é natural de Aracoiaba, Ceará. Aos 13 anos veio para Fortaleza, onde iniciou sua carreira como violeiro, tornando-se conhecido pelo seu talento poético e sua maneira de cantar. Já representou o Ceará em diversos festivais realizados em vários estados do Brasil, destacando-se duas viagens que marcaram época em sua carreira, quando esteve no Rio Grande do Sul, por ocasião do 2º Congresso Nacional de Turismo, e quando esteve em Brasília, cantando para as maiores autoridades do país. Lançou, juntamente com Benoni Conrado, um dos primeiros discos de violeiros que se tem notícia no Brasil. Tem um livro inédito intitulado “Fagulhas do Estro”, publicou vários folhetos de cordel, destacando-se “Folclore também é cultura” e “Miscelânea de motes e glosas”.

ABRAÃO BEZERRA BATISTA (1935)

Cearense de Juazeiro do Norte, Abraão Batista, nasceu em 1935 e além de poeta é conhecido por suas xilogravuras. Em sua obra predominam os temas cômicos e a inserção de personagens típicos da cultura de massa no universo da literatura de cordel como no folheto “Encontro de Lampião com Kung Fu em Juazeiro do Norte, Ceará”. Outros pontos fortes de sua obra são as atualidades e a crítica de costumes, presentes nos folhetos: “O entrechoque do divórcio na sociedade brasileira” e “Discussão de um rapaz velho com uma coroa cafona”

ANTONIO TEODORO DOS SANTOS (1916-1981)

Antônio Teodoro dos Santos, nasceu no dia 24 de março de 1916 e morreu no dia 23 de outubro de 1981. O cordelista teve o início e o fim da sua trajetória terrena acontecida em um dia especial, pois nasceu e morreu em uma sexta-feira, que no dito popular é assinalado como o melhor dia da semana, por ser o último dia de trabalho e véspera de muitas promessas, pois no fim de semana todos querem diversão. O imaginário se estendeu ao seu apelido, da experiência na aventura e a proeza na busca por substâncias minerais valiosas, quando jovem ao exercer a função de garimpeiro, o que deu origem à alcunha de Poeta Garimpeiro. Antonio Teodoro dos Santos, conhecido como Poeta Garimpeiro, nasceu em 1916 no município de Jaguarari na Bahia. Autor de uma extensa lista de títulos, a maioria dos quais lançados pela antiga editora Prelúdio, o poeta ficou famoso por seu poema “Vida e tragédia do presidente Getúlio Vargas” com 280 mil exemplares vendidos. Seus folhetos se ocupam, em geral, da história de heróis ou anti-heróis, reais ou imaginários. Entre estes se destacam: “A vida criminosa de Antonio Silvino”, “A vida de Pedro Malazarte” e “A vida de Pedro Sem e sua chegada ao céu”

CAETANO COSME DA SILVA (1927)

Nascido em Nazaré da Mata, Pernambuco, no ano de 1927, Caetano Cosme da Silva residiu em Paudalho (PE) e Itabaiana (SE) antes de se fixar em Campina Grande (PB) em 1976. Além de poeta foi agente da editora de João José da Silva, por onde publicou a maior parte de sua obra. Em 1966 fundou sua própria editora: a Folheteria São Caetano. Entre seus temas preferidos constam as profecias como se observa em inúmeros folhetos de sua autoria. Entre estes, se destacam: “A carta do apóstolo Paulo ao mundo sobre os sinais do fim da era” e “A verdadeira profecia e almanaque de Frei Vidal da Penha, o profeta da verdade para o ano de 1982”.

CUÍCA DE SANTO AMARO (1907-1964)

Nascido em Salvador em 1907, Cuíca de Santo Amaro, nome artístico de José Gomes, Salvador, 19 de março de 1907 - 23 de janeiro de 1964 , foi um poeta, cordelista e trovador brasileiro, nomeado por Jorge Amado como o Trovador da Bahia. José Gomes, o famoso Cuíca de Santo Amaro, foi um dos cordelistas mais populares da Bahia. Fazia ponto no Elevador Lacerda onde vendia seus folhetos, atividade da qual sobreviveu até a sua morte em 1964. Foi uma espécie de repórter e cronista do cotidiano da cidade. Seus versos relatavam casos e espalhavam fofocas. Nada escapava ao seu registro bem humorado: um fato intrigante, um assassinato, um marido traído, o caso de um patrão com uma empregada. Exótico, sempre vestido de fraque e cartola, “Ele, o tal” (como costumava se autodenominar) acabou entrando para a história. No cinema participou do filme “A Grande Feira” de Roberto Pires e inspirou o personagem Dedé Cospe Rima de “O pagador de promessas” dirigido por Anselmo Duarte. Inspirou também personagens de vários romances de Jorge Amado. Sua forma jocosa de retratar o cotidiano é exemplificada em folhetos como: “A greve de ônibus por Ele, o tal”, “A mulher que deixou o marido desarmado”, “A mulher que adulterou o esposo”, entre outros.

ENÉIAS TAVARES DOS SANTOS (1931)

Enéias Tavares dos Santos nasceu em Marechal Deodoro, Alagoas, no ano de 1931. Em 1947, na Bahia, tornou-se vendedor de folhetos. Seu primeiro poema foi escrito em 1953. Realizou também inúmeros trabalhos em xilogravura, entre os quais uma Via Sacra para a Galeria de Arte de Aracaju. Seus poemas versam, em geral, sobre moralidades, animais, casos extraordinários e aberrações: “A discussão de dois matutos por causa de um jumento” e “A recompensa do diabo ou o castigo da falsidade.”

EXPEDITO FREIRE SILVA (1933)

Expedito Freire Silva nasceu na cidade de Belo Jardim, em Pernambuco no ano de 1933. Entrou na literatura de cordel ainda criança, como vendedor de folhetos. Aos 17 anos escreveu seu primeiro poema. Tornou-se conhecido na década de 1960 com um folheto sobre o presidente John Kennedy. Em 1965 foi para a Bahia e em seguida para o Rio de Janeiro onde atuou como membro da Ordem Brasileira dos Poetas de Literatura de Cordel e na Feira de São Cristóvão, como vendedor de cordéis e divulgador da cultura nordestina. Sua presença no Rio de Janeiro é visível nos folhetos que escreve, voltados ao relato de casos ocorridos na cidade como “O grande incêndio do Museu de Arte Moderna” ou à busca de comparação entre o Rio e o Nordeste como, por exemplo, em “No sertão é tudo direito, no Rio tudo é errado.”

FIRMINO TEIXEIRA DO AMARAL (1896-1926)

Piauiense da cidade de Luis Correia, Firmino Teixeira do Amaral mudou-se ainda jovem para Belém do Pará, onde compôs toda a sua obra. Principal poeta da Editora Guajarina, de propriedade de Francisco Lopes, entre seus títulos mais conhecidos destaca-se a famosa “Peleja de Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum”, gravada por Nara Leão e João do Vale no disco Opinião. Ao poeta é atribuída a invenção de um novo gênero na cantoria, o trava-língua. Os seus temas preferidos são as histórias de amor e as de animais, estas últimas exemplificadas em “A festa dos bichos ou as aventuras de um porco embriagado” e “O casamento do bode com a raposa: história completa”

FRANKLIN MACHADO (1943)

Franklin de Cerqueira Machado, nasceu em Feira de Santa-BA, no dia 15 de março de 1943. “Maxado Nordestino, foi seu nome quando se lançou profissionalmente no cordel. Franklin Maxado é seu nome artístico e literário, daí Franklin Machado Nordestino. Em xilogravura assina F. Maxado ou somente F.M. pois diminui o número de letras para cortar na madeira. Maxado para fixar uma marca e Nordestino porque no sul me identificaram como “o nordestino” e isso reafirma minhas origens e cultura”. Aos 16 anos foi para o Rio de Janeiro onde viveu alguns meses. Voltou para a Salvador, e terminou o curso secundário no Colégio da Bahia. Ficou um ano sem estudar, Depois, ingressou na Universidade Católica e na Universidade Federal da Bahia onde cursou, respectivamente, direito e jornalismo. Fez teatro com Diolindo Checucci, escreveu uma peça, “A Guerrinha des Boneques” (que permaneceu inédita), e publicou dois livros: “Album de Feira de Santana” (desenhos e história) e “Protesto à Desuman-Idade” (poemas). Formado, militou na imprensa baiana, trabalhando no “Jornal da Bahia”, de tradicional família feirense. Fundou a primeira sucursal dum jornal e de uma emissora de rádio no interior do estado (da qual foi diretor durante três anos). Depois, a convite do jornalista Juarez Bahia, mudou-se para São Paulo, onde passou quinze anos. Em São Paulo enfrentou dificuldades. “Muitas, confessa, principalmente por contestar muitas ordens em locais de trabalho”. E justifica, dizendo: “A gente já chegou formado, com uma cultura de raiz ou de resistência, e isso contrariava muitos conceitos dos filhos de estrangeiros que ganhavam dinheiro no sul e se achavam donos da verdade. Podia dizer que também era de formação socialista e, naquele foco do Capitalismo, em pleno “Milagre Econômico”, não podia discutir minhas idéias e pensamentos livremente. Trabalhei um ano na Folha de São Paulo, no Diário Popular, na sucursal de A Tribuna, de Santos, e no Diário do Grande ABC, onde vi iniciar a carreira do sindicalista Lula. As redações eram censuradas e a notícia tinha que ser objetiva e direta. Certos fatos não se podiam dar, isso chocava com a minha formação de repórter da escola do Jornal da Bahia, dirigido por João Falcão e Florisvaldo Matos, que era a de noticiar o que se sabia e se via com palavras de uso corrente e sem termos difíceis”.. Retornando á Feira de Santana, passou a se dedicar integralmente à xilogravura e à poesia de cordel. Seus versos, sem perder suas origens jornalísticas, abordam temas de caráter social e político, quase sempre satíricos. São assuntos os mais diversos, histórias infanto-juvenis, lendas, casos escabrosos, romances exóticos, denúncias, temas históricos e opiniões pessoais. São exemplos: “Eu quero ser madamo e casar com feminista”, “Debate de Lampião com uma turista americana”O Sapo que desgraça o Corinthians” “O Japonês que ficou roxo pela mulata”, “O crioulo doido que era um poeta popular”, “O jumento que virou gente”, “Vaquejada de sete peões pra derrubar uma mineira”, “O romance do vaqueiro marciano da égua”, “Carta dum Pau-de-arara apaixonado pra sua noiva”, “Maria Quitéria, heroína baiana que foi homem”, “Profecias de Antonio Conselheiro – O sertão já virou mar”, “A alma de Lampião faz misérias no Nordeste”, “A Volta do Pavão Misterioso”, “Papagaio e as macacas que não estão na mata (uma fábula urbana de bichos)” e “O pulo do Gato-Mestre”, etc. Seus folhetos são vendidos pelo país inteiro. Escreveu também livros sobre poesia popular: “O que é a literatura de cordel”, “O cordel televisivo – futuro, presente e passado da literatura de cordel” e“Cordel, xilogravura e ilustrações”. Quase todos esgotados, são de leitura obrigatória para pesqusadpres e curiosos. A Editora Hedra organizou uma antologia com cinco dos seus mais de duzentos trabalhos produzidos em trinta e três anos de profissão. Sempre se orgulhou de defender minorias. “Viajei muito pelo Brasil, diz ele, me divulgando e pesquisando, principalmente pelo Nordeste. Dizem que renovei o cordel, que estava moribundo, trazendo temas novos, recriando antigos e dando consciência aos profissionais, estimulando os mais velhos a publicar, tanto que o prof. Raymond Cantel da Universidade francesa da Sorbonne me colocou como um divisor entre o velho e o novo Cordel. E assim sou, estudado, traduzido e publicado na França, onde o cordel já acabou e é só reminiscência”. A infância e da adolescência estão bem vivos em sua memória. Com nostalgia, recorda: “Feira de Santana, tinha a sua grande-feira livre com cegos cantadores, forrós pé de serra, sanfoneiros e cantores, principalmente vindos de outros estados nordestinos, o que nos deixava um sotaque mais característico, diferenciando nós, feirenses, do falar dos baianos da capital, embora seja a distância geográfica pequena. Tive influencias em contato com vaqueiros, camelôs, feirantes, empregadas negras e gente de Candomblé e de Capoeira, com os poetas Antonio Alves, com o pernambucano João Ferreira da Silva, Erotildes Miranda e mais cearenses, potiguares, piauienses, sergipanos, alagoanos, paraibanos. O que me fez inspirar e compor depois a música “Onde o Nordeste se Encontra no Nordeste”, que mistura cordel, xaxado, chula, aboios e samba de roça e que foi finalista no Festival “Vozes da Terra” da Prefeitura de Feira”. Assim são Franklin Maxado, sua grandeza, seu cordel, sua xilografia.

JOÃO ANTONIO DE BARROS (JOTABARROS) (1935)

João Antonio de Barros, mais conhecido como Jotabarros, nasceu em 1935 no município de Glória do Goitá em Pernambuco. Em 1973 transferiu-se para São Paulo onde residiu até a sua morte, no início do presente ano (2009). Vivendo exclusivamente da arte popular, Jotabarros, que se tornou famoso graças à xilogravura, atuou também como repentista e poeta. Muitos de seus folhetos servem como registro do olhar do migrante nordestino sobre a cidade de São Paulo, retratada, com freqüência, em sua obra: “A metamorfose é só em São Paulo” e “Bebê diabo apareceu em São Paulo”.

JOÃO JOSÉ DA SILVA (1922-1997)

João José da Silva nasceu em 1922 em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Ainda criança já improvisava versos. Escreveu seu primeiro poema “O macaco misterioso” em 1947. O poeta, que residiu durante a maior parte de sua vida na cidade de Recife, onde faleceu em 1997, trabalhou exclusivamente no ramo da literatura de cordel, atuando como cordelista e editor. Sua obra, publicada pela Folheteria Luzeiro do Norte, de sua propriedade, tem como destaque o personagem Chico Vira-Mundo e outros da mesma linhagem do anti-herói exagerado que servem de título a inúmeros folhetos de sua autoria: “Arrebente-Mundo”, “Bate-Mundo”, “Cava-Mundo”, “Fura-Mundo” e “Lasca-Mundo”. João José da Silva (24/06/1922 – 1997)

João José da Silva nasceu na cidade de Vitória de Santo Antão em 24 de junho de 1922. Filho de agricultores, ainda criança, a sua verve de poeta aflorou. No entanto, devido às minguadas posses dos seus genitores, teve que abandonar os estudos para só retornar na meia idade através dos próprios esforços. Nessa ocasião é que mostra a sua influência na literatura de cordel no que diz respeito à sua capacidade de compor e editar. Sua vida de poeta foi marcada pela produção de mais de 164 peças, dentre elas as mais procuradas são “O macaco misterioso” e “A fera de Petrolina”.Durante o tempo que viveu em Recife /PE, aliou a chefia da família com o trabalho na área de literatura de cordel na tipografia de Luzeiro do Norte, editora que também publicou seus folhetos.

JOÃO SEVERINO DE LIMA (1909)

João Severino de Lima nasceu em 1909 na cidade de Patos na Paraíba. Em 1935 começou a escrever poesias e a cantar. Seus folhetos tratam, sobretudo, de temas relacionados à moral, à religião e à história. Entre estes se destacam: “A história de Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes” e “A história do homem que quis matar Frei Damião.”

JOSÉ BERNARDO DA SILVA (1901 – 1971)

José Bernardo da Silva nasceu em Alagoas a 02 de novembro de 1901. Filho de pequeno sitiante, segundo apuraram os mais acreditados pesquisadores da Literatura de Cordel, emigrou com seu pai na seca de 1915 para Pernambuco, instalando-se inicialmente na cidade de Vitória do Santo Antão, onde trabalhava na lavoura. Em 1924, casa-se com Ana Vicência de Arruda e Silva. Veio pela primeira vez ao Juazeiro do Norte em 1926, numa romaria, percorrendo todo o trajeto a pé em companhia da mulher e da filha mais velha. Chegando na Meca do Cariri, travou conhecimento com o grande Patriarca do Juazeiro e resolveu fixar-se na cidade, onde começou a trabalhar como vendedor ambulante de raízes e outros produtos medicinais usados pelo povo. Notando o interesse dos romeiros pela poesia popular, começou a vender os primeiros folhetos, seus e de outros autores, no final daquela década. Padre Cícero era um grande incentivador dos poetas cordelistas, conforme atestava João de Cristo Rei e outros vates que tiveram a graça de conhecer “meu padrinho”. Em suas constantes viagens ao Recife, José Bernardo adquiria folhetos editados por João Martins de Athayde, de quem acabaria se tornando o maior revendedor (ou agente), como eram chamados os folheteiros. Até 1936, José Bernardo editava seus folhetos na gráfica do Bispo do Crato. Naquele ano, a conselho do mesmo, adquiriu sua primeira máquina – uma rudimentar impressora de pedal – que foi paga parceladamente. Começa então sua atividade editorial, que alcançaria o apogeu em 1949, quando João Martins de Athayde encerrou as atividades de sua editora e vendeu todo o acervo da mesma a José Bernardo, inclusive a obra do grande poeta Leandro Gomes de Barros, cujos direitos autorais pertenciam a Athayde. Nos anos 50, Juazeiro do Norte publicava os maiores clássicos do cordel: Pavão Mysterioso, Alonso e Marina, Juvenal e o Dragão, Cancão de Fogo, João Grilo, Donzela Teodora e outras estórias que faziam parte do acervo comprado legalmente por José Bernardo.Poeta e editor popular de prestígio, José Bernardo da Silva saiu de Alagoas, seu estado natal, em meados dos anos 1920 para fixar-se em Juazeiro do Norte, no Ceará onde fundou a mais renomada editora popular de todos os tempos. Inicialmente voltada à impressão dos folhetos do próprio José Bernardo e de outros poetas da região, a Tipografia São Francisco ganhou impulso extraordinário com a aquisição dos direitos autorais das obras editadas por João Martins Ataíde entre as quais as de Leandro Gomes de Barros. Devido a essa prática, antigamente comum na literatura de cordel, de transferência de direitos autorais de um autor para um editor, o nome de José Bernardo aparece em inúmeros folhetos de autoria alheia o que torna difícil precisar os que foram efetivamente escritos por ele. O seu acervo de mais de 200 obras passou, com o fim da Tipografia São Francisco, para Lira Nordestina, hoje subordinada a URCA - Universidade Regional do Cariri.

LUIZ NUNES ALVES (SEVERINO SERTANEJO) (1934)

Luiz Nunes Alves, conhecido como Severino Sertanejo, nasceu em 1934 no município de Água Branca, na Paraíba. Formado em direito, trabalhou na Receita Federal, no Banco do Nordeste do Brasil e na Universidade Federal da Paraíba onde atuou como professor de Direito Financeiro. Em 1979 ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano onde recebeu a Comenda do Mérito Cultural. Sua obra se destaca pelo interesse pela temática histórica presente, por exemplo, em “A morte de João Pessoa e a Revolução de 30” e “História da Paraíba em versos”.

PACÍFICO PACATO CORDEIRO MANSO (1865-1931)

Pacífico Pacato Cordeiro Manso. Com um vulgo artístico tão emblemático - seu nome de batismo era Pacífico da Silva -, esta figura, nascida na Fazenda Pimenteira, no povoado de Boa Vista, município de Quebrangulo, em 17 de junho de 1865, só poderia ter a assinatura gravada nos anais da história da cultura nacional. Além de ser considerado um dos mais importantes poetas populares do País, Cordeiro Manso foi o responsável por introduzir a tipografia para cordéis em Alagoas, no início da década de 1910. Autor de apreciações críticas sobre a literatura de cordel e de livros como Iniciação ao Folclore e O Mundo Maravilhoso da Literatura de Cordel, o historiador alagoano José Maria Tenório referendou a importância do cordelista na obra Cordeiro Manso, Grande Poeta Menor. O pesquisador aponta Manso - que morreu em Maceió, em 09 de maio de 1931 - como pioneiro na cultura dos folhetos no Estado. Apesar de não preservar a tradição, Alagoas viu nascer renomados poetas populares até hoje cultuados. Na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, quatro alagoanos estão entre os imortais: Rodolfo Coelho Cavalcanti, José Bernardo da Silva, Cordeiro Manso e José Pacheco. No caso deste último, há uma controvérsia quanto ao local de seu nascimento. Para alguns estudiosos, o autor de A Chegada de Lampião no Inferno nasceu na cidade de Correntes, Pernambuco, e não em Porto Calvo, como registrado em algumas antologias.

SEVERINO BORGES DA SILVA (1919-1991)

Severino Borges da Silva nasceu em Aliança, Pernambuco em 1919. Passou a maior parte de sua vida em Timbaúba (PE) trabalhando como violeiro, cantador e poeta popular. Apesar de ter escritos inúmeros folhetos, quase todos publicados pela Folheteria Luzeiro do Norte, foi como repentista que se tornou conhecido no Nordeste. Entre seus folhetos se destacam: “A princesa Maricruz e o cavaleiro do ar”, “Aladim e a lâmpada maravilhosa” e “As bravuras de um sertanejo” Nasceu no dia 08 de outubro de 1919, em Aliança, PE. Faleceu em 1991. Violeiro improvisador e poeta popular, criou e versou muitos folhetos de Literatura de Cordel. Estudioso e inteligente, era um dos mais inspirados improvisadores do nordeste. Vendia folhetos, esporadicamente, pois sua maior fonte de renda era a viola, da qual tirava a manutenção de sua numerosa família. Residia em Timbaúba, PE. Entre suas inúmeras obras, destacam-se : O verdadeiro romance do herói João de Calais, A princesa do reino do Mar Sem Fim, O valente Felisberto e Amor de mãe. Faleceu em 1991. Folhetos lançados pela Editora Luzeiro : A Princesa Anabela e o filho do lenhador, Amor de mãe, O cavaleiro das flores, O romance da Princesa do Reino do Mar Sem Fim, O valente Felisberto ou O Reino dos Encantos, O verdadeiro romance do herói João de Calais.

SEVERINO LOURENÇO DA SILVA PINTO (PINTO DO MONTEIRO) (1895-1990)

Severino Lourenço da Silva Pinto nasceu em 1895, no município de Monteiro na Paraíba. Respeitado entre os cantadores, Pinto do Monteiro, apelidado de “cascavel do repente” foi imbatível no seu ofício. Morto em 1990, o poeta foi homenageado em 2006, no projeto Paraíba com Memória que publicou no Jornal da Paraíba um caderno especial sobre sua vida e sua arte. Uma de suas mais notáveis pelejas foi reproduzida no folheto: “Peleja de Severino Milanês com Severino Pinto”

VALERIANO FELIX DOS SANTOS (1926-)

Valeriano Félix dos Santos nasceu no Distrito de Igreja Velha, atual Palmares em Sergipe no ano de 1926. Foi educado no Exército, onde fundou o jornal “O carteiro” e, em seguida, trabalhou como funcionário público. Apesar de nunca ter se dedicado exclusivamente à literatura de cordel, é autor de uma quantidade considerável de folhetos com temas diversificados que variam entre o amor, o humor e a política, sempre observada de um ponto de vista otimista e patriótico como, por exemplo, em: “Somos brasileiros livres e cheios de fé no Brasil” e “Tancredo Neves, um novo presidente”

JOSÉ ALVES SOBRINHO (1921-2011)

O cordelista e repentista nasceu na cidade de Pedra Lavrada , município do Estado da Paraíba, no dia 25 de junho de 1921 e morreu no dia 17 de setembro de 2011. Atividades artístico – culturais: Poeta, cordelista, repentista e pesquisador da cultura popular. Obras: Lampião e Zé Saturnino; Glossário da Poesia Popular; Sabedoria de caboco; História de Campina Grande em Versos; Matulão de um Andarilho, e Cantadores e Repentistas e Poetas Populares. José Clementino de Souto, e que ficou conhecido pelo nome artístico de “José Alves Sobrinho” nasceu no município de Picuí, na Fazenda Pedro Paulo, de propriedade dos seus pais, atualmente pertence ao município de Pedra Lavrada. Foi um mestre na arte da cantoria, desde cedo demonstrou ter vocação para o verso e para a viola. Aos 11 anos ele assistiu uma cantoria pela primeira vez, e aos 13 já estava fazendo cantorias pela região. O menino José construiu uma violinha a partir de uma caixa de charutos, até que ganhou de um vizinho uma viola de verdade. No passado distante, ser cantador não era profissão de muito prestígio, por esse motivo seu pai quebrou uma viola em sua cabeça quando ele tinha treze anos, inconformado com a realidade de que um filho seu fosse um repentista. O pai obrigou a mudar o nome para “evitar constrangimentos”. Assim é que “José Clementino de Souto” (ou Zuzu para os conterrâneos) tornou-se “José Alves Sobrinho”, nome artístico que iria acompanhá-lo para o resto da vida. Aos quinze anos, não suportando a opressão paterna, ele saiu de casa. Em 1938 escreveu o seu primeiro folheto, cujo título era “Quem matou também morreu”, sobre Lampião que tinha morrido há pouco. Durante muitos anos teve programas de poesia popular em diversas rádios do Nordeste, cantou na Rádio Clube de Pernambuco, na Rádio Tabajara da Paraíba. Cantou para Assis Chateaubriand, José Lins do Rego entre outras personalidades. José Alves Sobrinho cantou com 91 cantadores. Aos 38 anos perdeu a voz por um problema nas cordas vocais, mas voltou a recuperar. Faleceu aos 90 anos (2011), na cidade de Campina Grande, em decorrência de um câncer, deixando uma vasta bibliografia que inclui folhetos de cordel e algumas obras de referência como o Dicionário Bio-bibliográfico de Repentista e Poetas de Bancada (Editora da UFPB, 1978), que assinou em coautoria com Átila Almeida (1923-1991). O dicionário é considerado uma referência obrigatória na pesquisa do cordel e da cantoria. Ele foi um dos poucos cantadores de viola que, além de dominar esta difícil arte, conseguiu transmitir todo o seu conhecimento e experiência em seus livros. Entre anotações e lembranças, livros e fotografias, José Alves possui um dos maiores arquivos de Cultura Popular do Brasil. O poeta gostava muito de frequentar a feira livre de Campina Grande, ia a feira como se fosse a uma festa. Ganhou o Prêmio Leandro Gomes de Barros pela Secretaria de Educação e Cultura do Município do Recife (PE), foi Sócio Fundador da Associação de Poetas e Folcloristas do Brasil, Cidadão da Poesia pela Ordem Brasileira de Literatura de Cordel, Membro Fundador da Comissão Paraibana de Folclore. Em 2004, José Alves recebeu a Medalha Honra ao Mérito Cel. Elísio Sobreira e em 2006, assumiu a cadeira de número 1 da Academia Paraibana de Literatura de Cordel. José Alves Sobrinho foi um dos maiores repentistas de todos os tempos no mundo da cantoria, e um respeitado pesquisador da cultura do repente e da Literatura de Cordel. Estudiosos do Brasil, dos Estados Unidos, da França, da Alemanha, dentre outros, vieram até ele em busca da sua experiência e do seu saber. Dezenas de teses de mestrado e de doutorado se inspiraram dos seus saberes folclóricos e musicais. Os seus conhecimentos provocaram a criação de uma cátedra na Universidade de Tolouse (França). O artista foi correspondente das universidades de Poitiers e de Montpelier (França) e de San Francisco (EUA). E uma pesquisadora, não satisfeita com o que aprendeu do mestre, resolveu escrever a sua biografia em alemão. E como um tributo a José Alves Sobrinho, no ano de 2007, foi feito um vídeo documentário intitulado “A voz do poeta” mostrando a sua trajetória artística.

APOLÔNIO ALVES DOS SANTOS(1926-1998)

Apolônio Alves dos Santos, nasceu no dia 20 de setembro de 1926 e morreu no ano de 1998.Cordelista paraibano, nascido aos 20 de setembro de 1926, em Serraria, município caracterizado pela paisagem serrana e clima agradável, por isso é reconhecida como Princesa do Brejo ou Suíça paraibana. Algumas fontes afirmam que Apolônio nasceu em Guarabira, Paraíba, mas na realidade esta foi a cidade onde os pais, Francisco Alves dos Santos e Antônia Maria da Conceição, criaram o poeta. Faleceu aos 72 anos, na cidade de Campina Grande, Paraíba, no ano de 1998. Iniciou a vida literária aos 20 anos. Escreveu e não pôde publicar seu primeiro romance: Maria Cara de Pau e o Príncipe Gregoriano, o qual foi vendido, em 1948, para José Alves Pontes, sendo publicado no ano seguinte, em Guarabira, Paraíba. Nos idos de 1950, foi trabalhar na construção civil na Cidade Maravilhosa, como pedreiro e ladrilheiro; em 1960 trabalhou em Brasília, e inspirado escreveu A construção de Brasília e sua inauguração e, no ano seguinte, retornou para o Rio de Janeiro. Sua estada no Rio contextualizou o cordel Discussão do Carioca com o Pau-de-Arara: Nascido em Guarabira, na Paraíba, Apolônio Alves dos Santos transferiu-se em 1950 para o Rio de Janeiro onde trabalhou como pedreiro antes de começar a se dedicar ao cordel. Foi poeta atuante na Feira de São Cristóvão – RJ, por ele retratada no folheto “A feira dos nordestinos no Campo de São Cristóvão – RJ”. Morreu em 1998, em Campina Grande, na Paraíba deixando mais de 120 títulos publicados. Em sua obra, a imagem de um Rio de Janeiro marcado pela exclusão e pela exploração está presente em títulos como: “O agricultor nordestino que veio trabalhar na obra do Rio de Janeiro”, que conta a sua própria história, e “Greve, crise e carestia no Brasil dos tubarões”. Natural de Guarabira, PB, transferiu-se para o Rio de Janeiro no ano de 1950, onde exerceu a profissão de pedreiro, até viver da sua poesia. Seu primeiro folheto foi “MARIA CARA DE PAU E O PRÍNCIPE GREGORIANO”, publicado ainda em Guarabira.Faleceu em 1998, em Campina Grande, na Paraíba, deixando aproximadamente 120 folhetos publicados e acreditando ser o folheto “EPITÁCIO E MARINA”, o mais importante da sua carreira de poeta cordelista.

ELIAS ALVES DE CARVALHO (1918)

Elias Alves de Carvalho, poeta nascido em 26 de março de 1918 na cidade de Timbaúba, estado de Pernambuco. Nas criações de suas obras literárias, ele foi bastante entusiasta ao contar e encantar apresentando o seu Estado, o seu País. Considerado um artista de múltiplas facetas, além de poeta, era também sanfoneiro emérito, versejador e repentista, envolvendo-nos igualmente com a arte de cantar o repente. Cantava coco de embolada, mas por problemas na voz foi obrigado a deixar suas canções, passando a dedicar-se aos folhetos, dentre os quais, os mais vendidos foram “O Brasil de Ponta a Ponta” e “Desafio de Mulher” em 1982. Além de poeta, que com tanto entusiasmo contou e cantou as coisas do seu estado e do Brasil, foi também emérito sanfoneiro, repentista e versejador, sendo intensa a sua atividade, sem prejuízo para a profissão de enfermeiro, na qual era diplomado. Trabalhou no sanatório Alcides Carneiro, em Corrêas, na cidade de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro, ligação que lhe permitiu preparar um importante trabalho intitulado “O ABC do corpo humano”, entre os tantos outros que escreveu ao longo de sua vida. Elias de Carvalho Pernambucano de Timbaúba, Elias de Carvalho, viveu no Rio de Janeiro, na cidade de Petrópolis, onde trabalhou como enfermeiro em um sanatório. Sua experiência na área médica, sempre conciliada com as atividades de poeta, sanfoneiro e repentista, sobressai no folheto “O ABC do corpo humano – pequeno tratado de anatomia humana” que se destaca entre dezenas de outros títulos que publicou ao longo de sua vida. É visível também em sua obra o interesse por questões relacionadas ao cordel, manifestado em títulos como “Casa de Cultura São Saruê” dedicado ao espaço onde funciona a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, e “Memória de poetas inesquecíveis”.

FRANCISCO DAS CHAGAS BATISTA(1882-1930)

Publicou, em 1902, seu primeiro folheto, Saudades do Sertão, em Campina Grande, PB. Na década de 1910, trabalhou como carregador de água e lenha e operário da Estrada de Ferro de Alagoa Grande. Por volta de 1911 estabeleceu a livraria Popular Editora, em João Pessoa, PB. Em 1929, publicou Cantadores e Poetas Populares, pela Editora Batista Irmãos. Entre suas obras poéticas estão os folhetos A Vida de Antonio Silvino (1904), História Completa de Lampeão (1925), As Manhas de um Feiticeiro (1930) e A Escrava Isaura (1930). “Francisco das Chagas Batista não foi cantador mas um dos mais conhecidos poetas populares. Sua produção abundantíssima forneceu vasto material para a cantoria.” – Luís da Câmara Cascudo.

FRANCISCO SALES ARÊDA (1916-2006)

Francisco Sales Arêda nasceu em Campina Grande, Paraíba, aos 25 de outubro de 1916. Grande poeta popular, foi cantador de viola, cordelista e vendedor de folhetos nas feiras. Faleceu em janeiro de 2006 em Caruaru, Pernambuco. Cantou de 1940 a 1954, a partir de quando abandonou a viola dedicando-se exclusivamente a escrever seus folhetos e romances, entre os quais destaca-se “O homem da vaca e o poder da fortuna”, adaptado para o teatro por Ariano Suassuna. Seu primeiro folheto foi “O casamento e herança de Chica Pançuda com Bernardo Pelado”, publicado em 1946. Sua obra é extensa e passa de uma centena de títulos, alguns dos quais ainda inéditos. Costumava usar o acróstico FSALES no final de seus poemas.

JOÃO FERREIRA DE LIMA (1902-1972)

João Ferreira de Lima era pernambucano de São José do Egito, onde nasceu em 3 de novembro de 1902. Faleceu em Caruaru, Pernambuco, em 19 de agosto de 1972. Além de poeta, era astrólogo. Foi autor do mais célebre almanaque popular nordestino, o Almanaque de Pernambuco.

Em sua obra destacam-se, pelo menos, dois grandes clássicos da Literatura de Cordel: “Proezas de João Grilo” e “Romance de Mariquinha e José de Sousa Leão”. Sobre o folheto “As proezas de João Grilo” convém ressaltar o seguinte: João Ferreira de Lima o escreveu originalmente em sextilhas, num folheto de oito páginas, intitulado “As palhaçadas de João Grilo”. Por volta de 1948, a obra foi ampliada para 32 páginas na tipografia de João Martins de Athayde, pelo poeta Delarme Monteiro. As estrofes que foram acrescentadas são todas em setilhas, sendo fácil identificar quais são as de autoria de João Ferreira de Lima.

JOÃO MARTINS DE ATHAYDE (1880-1959)

Nasceu no dia 24 de junho de 1880, em Cachoeira da Cebola, no município de Ingá, Paraíba. Trabalhou como mascate e atraído pela febre da borracha, foi para o Amazonas onde teve 25 filhos com as caboclas das tabas indígenas. Retornou ao nordeste e transferiu-se para Recife, onde fez curso de enfermagem.

Em 1921, já com bela fortuna amealhada, comprou o famoso projeto editorial de Leandro Gomes de Barros, tornando-se o maior editor de literatura de cordel de todos os tempos. Vendo que oitenta por cento dos folhetos vendidos nas feiras era de humor ou de pelejas, e tendo especial vocação para duelos verbais, inclinou sua pena para esse tipo de produção. Usando personagens reais e fictícias, escreveu mais de uma dezena de pelejas até hoje muito procuradas e lidas, como a de “Serrador e Carneiro”.

JOÃO MELCHÍADES FERREIRA (1869-1933)

João Melchíades Ferreira da Silva nasceu em Bananeiras-PB aos 07 de setembro de 1869 e faleceu em João Pessoa-PB, no dia 10 de dezembro de 1933. Foi sargento do exército. Combateu na Guerra de Canudos e na questão do Acre. É autor do primeiro folheto sobre Antônio Conselheiro e de mais de 20 folhetos, dos quais destacamos “ROMANCE DO PAVÃO MYSTERIOZO”, “COMBATE DE JOSÉ COLATINO COM CARRANCA DO PIAUÍ”, “ROLDÃO NO LEÃO DE OURO”, “HISTÓRIA DO VALENTE ZÉ GARCIA” e “A GUERRA DE CANUDOS”. O poeta popular e cantador João Melchíades Ferreira da Silva nasceu em Bananeiras, Paraíba, em 7 de setembro de 1869. Filho de pequenos proprietários ficou órfão de pai muito cedo. Nunca freqüentou a escola. Aprendeu a ler com o beato Antônio Simão que pregava o catolicismo e alfabetizava adultos e crianças, por ordem do Padre Ibiapina. Entrou para o exército aos 19 anos e, cinco anos depois, foi promovido a sargento. Combateu os partidários de Antônio Conselheiro na Guerra de Canudos, em 1897, e participou das campanhas do Acre, na disputa de território entre o Brasil e a Bolívia, em 1903. Em 1904, depois de reformado do Exército voltou a morar na capital paraibana, onde casou e teve quatro filhos, tornando-se poeta popular e cantador. Segundo alguns, era mais poeta popular do que cantador, não se enquadrando como um repentista nato. Intitulava-se o Cantor da Borborema e é invocado, com nome e codinome, na obra de Ariano Suassuna A Pedra do Reino. É autor do folheto A Guerra de Canudos, o primeiro cordel sobre Antônio Conselheiro, publicado no início do século XX que, apesar de não ter sido assinado, foi identificado como seu pelo pesquisador José Calasans. Os seus folhetos, na sua grande maioria, eram revisados e impressos na tipografia do seu amigo Francisco das Chagas Batista. Considerado um dos grandes poetas populares da primeira geração de cordelistas do Nordeste brasileiro, Melchíades já publicava folhetos com regularidade em 1914. Era um poeta-cronista da sua região de origem, principalmente da Serra da Borborema, narrando histórias e feitos dos seus habitantes, beatos, heróis e valentes, além de descrever seus usos e costumes. Estima-se que seja autor de 36 cordéis. Da sua obra podem ser destacados, além d’A Guerra de Canudos, O Pavão Misterioso; História do valente sertanejo Zé Garcia; As quatro órfãs de Portugal ou o valor da honestidade; Combate de José Colatino com o Carranca do Piauí; História de Rosa Branca de castidade; História de Antonio Silvino; A história de Carlos Magno e os 12 pares de França; Peleja de Joaquim Jaqueira com João Melquíades; História do Rei do Meio Dia e a moça pobre; História sertaneja; Quinta peleja dos protestantes com João Melquíades; História do viadinho e a moça da floresta; O príncipe Roldão no Leão de Ouro; A besta de sete cabeças; As quatro moças do céu: fé, esperança, caridade e formosura. João Melchíades Ferreira da Silva morreu em João Pessoa no dia 10 de dezembro de 1933.

JOAQUIM BATISTA DE SENA (1912-1990)

Joaquim Batista de Sena nasceu no dia 21 de maio de 1912, em Fazenda Velha, do termo de Bananeiras, hoje pertencente ao município de Solânea-PB. Faleceu no distrito de Antônio Diogo (Redenção-CE) no início da década de 90. Autodidata, adquiriu vasto conhecimento sobre cultura popular e era um defensor intransigente da poesia popular nordestina. Começou como cantador de viola, permanecendo três anos neste ofício, no final da década de 30. Sena era um grande poeta, de verve apurada e rico vocabulário. Conhecia bem os costumes, a fauna, a flora e a geografia nordestina, motivo pelo qual seus romances eram ricos em descrições dessa natureza. Pode-se dizer que com a sua morte, fechou-se um ciclo na poesia popular nordestina e o gênero “romance” perdeu um de seus maiores poetas.

JOSÉ CAMELO DE MELO RESENDE (1885-1964)

Os pesquisadores Átila de Almeida e José Alves Sobrinho, em sua obra Marcos e Vantagens, de 1981, assinalam que José Camelo de Melo Resende nasceu a 20 de abril de 1885, em Pilõezinhos, Paraíba, e faleceu em Rio Tinto, Paraíba, em 1964. Poeta fecundo, de fértil imaginação, bom de métrica, rima e oração, compôs verdadeiros clássicos da literatura de cordel. Pertence a segunda geração dos grandes poetas populares nordestinos, ao lado de Manoel Camilo dos Santos, Severino Borges e João José da Silva. Sua obra mais famosa, “Romance do pavão mysteriozo”, tem uma história controversa. Segundo os pesquisadores, esse folheto foi escrito originalmente com 40 páginas, em 1923 para ser cantado em suas apresentações. João Melchíades Ferreira, ajudado por Romano Elias da Paz, obteve uma cópia do mesmo e o reescreveu com apenas 32 páginas, publicando como obra de sua autoria. Consta que José Camelo, desgostoso com o sucesso obtido por Melchíades, findou rasgando os seus originais.

JOSÉ PACHECO(1890-1954)

Há controvérsia sobre o lugar de nascimento de José Pacheco. Para alguns, ele nasceu em Porto Calvo, Alagoas; há quem firme ter sido o autor de “A Chegada de Lampião no Inferno”, pernambucano de Correntes. A verdade é que José Pacheco, que teria nascido em 1890, faleceu em Maceió na década de 50, havendo quem informe a data de 27 de abril de 1954, como a do seu falecimento. Seu gênero preferido parece ter sido o gracejo, no qual nos deu verdadeiros clássicos. Escreveu também folhetos de outros gêneros.

LEANDRO GOMES DE BARROS (1865-1918)

O paraibano Leandro Gomes de Barros, pioneiro na publicação de folhetos rimados, é autor de uma obra vastíssima e da mais alta qualidade, o que lhe confere, sem exageros, o título de poeta maior da Literatura de Cordel. Nascido em Pombal-PB, em 19 de novembro de 1865, faleceu no Recife-PE, em 04 de março de 1918, deixando um legado cerca de mil folhetos escritos, embora centro cultural algum registre tal façanha. Foi, porém, o maior editor antes de João Martins de Athayde, que o sucedeu. O vigoroso programa editorial de Leandro levou a Literatura de cordel às mais distantes regiões, graças ao bem sucedido projeto de redistribuição através dos chamados agentes.

MANOEL CAMILO DOS SANTOS (1905-1987) ABLC

Manoel Camilo dos Santos nasceu em Guarabora, Paraíba, no dia 9 de junho de 1905. Foi cantador na década de 30. Tendo de cantar em 1940, dedicou-se a escrever e editar folhetos. Iniciou as atividades editoriais em sua cidade natal, indo continuá-las em Campina Grande, onde reside. A Folhateria Santos, por ele fundada, cede, anos depois, seu lugar a A “ESTRELA” DA POESIA, que ele mantém mais como um símbolo, sob cuja égide vem fazendo publicar os raros folhetos que ainda escreve. Manoel é membro fundador da Academia Brasileira de Cordel, onde ocupa a cadeira nº 25, que tem como patrono Inácio Catingueira. Repentista e violeiro, é autor de mais de 80 folhetos. No dia 8 de abril de 1987, faleceu em Campina Grande.

MANOEL D’ALMEIDA FILHO (1936-1995) ABLC

Publicou em João Pessoa PB, em 1936, A Menina que Nasceu Pintada com as Unhas de Ponta e as Sobrancelhas Raspadas, seu primeiro folheto. Entre 1965 e 1995, trabalhou como selecionador de folhetos de cordel para a Luzeiro Editora, em São Paulo, o que lhe conferiu grande importância no mercado editorial do gênero. Em 1995 tornou-se membro da ABLC, no Rio de Janeiro. Escreveu dezenas de folhetos , entre os quais Vicente, o Rei dos Ladrões (1957), Peleja de Zé do Caixão com o Diabo (1972), Vida, Vingança e Morte de Corisco (1986 ), Briga de São Pedro com Jesus por Causa do Inverno. O Milagre da Apolo 13 (1986), Como Ser Feliz no Casamento (1988), Os Amigos do Barulho e o Bandido Carne Frita (1991) e A Afilhada da Virgem da Conceição (1995).

MANOEL MONTEIRO (1937-2016)ABLC

Manoel Monteiro da Silva ou simplesmente Manoel Monteiro, como assina seus trabalhos, nasceu em Bezerro, Pernambuco, no dia 4 de Fevereiro de 1937. É o mais importante cordelista brasileiro em atividade, com uma produção densa e diversificada, abarcando toda a área da atividade humana.

Seguro no ofício de escrever versos rimados e metrificados, suas narrativas são envolventes e prendem o leitor do princípio ao fim, além da influência verbal, própria dos grandes mestres. Em razão da qualidade de sua produção, a literatura de cordel está sendo indicada para a grade escolar de várias cidades brasileiras.

MESTRE AZULÃO (1932-2016)

José João dos Santos, Mestre Azulão, é natural de Sapé, Paraíba, onde nasceu aos 8 de janeiro de 1932 e morreu em Cantador de viola e poeta de bancada, autor de mais de 100 folhetos, vive há vários anos no Rio de Janeiro e atuou na famosa Feira de São Cristóvão, abrindo caminho para outros poetas nordestinos que lá se estabeleceram. É um dos poucos cantadores vivos que ainda cantam romances, sendo frequentemente convidado para apresentações em universidades brasileiras e até do exterior. Tem trabalhos publicados pela Tupynanquim Editora.

SEVERINO MILANÊS(1906-1967)

Severino Milanês da Silva nasceu em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Faleceu em seu estado natal, em 1956. Repentista e poeta de bancada, exerceu com aprumo sua atividade poética, tanto na cantoria quanto no folheto. De sua bibliografia constam vários títulos dos gêneros discussão e peleja. A considerar também a lista de romances de amor e histórias de princesas e príncipes encantados, é de se atribuir a Milanês predileção por esses dois temas. Severino Milanês Silva (1906 -1956 ou 1967) Severino Milanês da Silva é natural de Bezerros, Pernambuco. Ficou conhecido como poeta popular, cantador, repentista e romancista. Da sua morte, sabe-se que faleceu no município de Vitória de Santo Antão, entretanto, há controvérsia quanto ao ano chegando a ser uma diferença de 11 anos: 1956 ou 1967.De acordo com Benjamim, no site Casa de Rui Barbosa, “….produção é bastante diversificada. É autor do Forte Pernambucano, escrito na década de 40, um marco, gênero de poema mais longo realizado pelos poetas de gabinete, aqueles que só escreviam e em geral, não eram cantadores, ampliando ainda mais seu campo de ação, já que possuía fama de grande repentista e glosador”.Como romancista, ele imortalizou alguns na memória dos seus admiradores especialmente os que escolhiam as histórias de amor, de príncipe e princesa e reinados fictícios.Conforme o texto do blog Jornal de Besta Fubana de Luiz Berto reiterado pelo de Carlito Lima: “Milanês não era muito cuidadoso com a geografia nem com a história. Vez por outra abusava da “licença poética” na composição de seus romances, que às vezes beiram o surrealismo, mistura gênios e fadas com índios guerreiros e gigantes desaforados que chamam o herói de “cabrinha” e outros xingamentos tipicamente nordestinos no auge da luta”.

NIVALDO AMADOR DE SOUSA (1955)

Nivaldo Amador De Sousa. Data de nascimento:31/12/1955

Local de nascimento: Antenor Navarro /PB. É gerente do Balneário de Brejo das Freiras – Paraíba. Local de águas térmicas.

ZÉ DA LUZ (1904-1965)

Severino de Andrade Silva, nasceu em Itabaiana, PB, em 29/03/1904 e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, em 12/02/1965. O trabalho de Zé da Luz é conhecido pela linguagem matuta presente em seus cordéis.

ERIVALDO (1965)

Erivaldo Ferreira da Silva nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de maio de 1965. Filho de Expedito Ferreira da Silva, fez o curso de artes plásticas do MAM. Uma das figuras mais representativas da xilogravura brasileira, já ilustrou mais de uma centena de livros e folhetos de cordel.

STÊNIO (1953)

José Stênio Silva Dinis nasceu em Juazeiro do Norte, Ceará, em 26 de dezembro de 1953. Neto do famoso editor e poeta popular, José Bernardo da Silva, seu trabalho ilustra capas de folhetos e álbuns da antiga Tipografia São Francisco, de seu avô.

JOTABARROS (1935-2024)

João de Barros, também conhecido por “J. Barros”, nasceu em Glória do Goitá, Pernambuco, em 1935. Marceneiro, entalhador e xilógrafo é também poeta popular, autor, entre outros, do folheto “O Rapaz que virou Cachorro porque zombou do Padre Cícero”.

JERÔNIMO SOARES

Jerônimo Soares nasceu em Recife, Pernambuco, em 1945. Filho do poeta popular José Soares, começou fazendo carimbos e depois xilogravuras para ilustrar folhetos de cordel. Hoje reside em São Paulo, capital.

FRANKLIN JORGE (1952)

Franklin Jorge do Nascimento Roque nasceu em Ceará-Mirim, Rio Grande do Norte, em 8 de setembro de 1952. Poeta, pintor, crítico de arte e professor, começou a pintar aos 16 anos e hoje tem várias de suas obras expostas em museus e coleções particulares.

CIRO FERNANDES (1942)

Ciro Fernandes nasceu em Uiraúna, Paraíba, em 31 de janeiro de 1942. Começou a desenhar ainda criança, pintando nas paredes da casa dos seus avós. Aos 17 anos veio para o Rio de Janeiro e desde então fez várias pinturas, desenhos e xilogravuras, inclusive capas de livros para Orígenes Lessa.

ARLINDO MARQUES DA SILVA(1953)

Arlindo Marques da Silva nasceu em Juazeiro do Norte, Ceará, no dia 10 de agosto de 1953, onde trabalha com o poeta-editor Manuel Caboclo e Silva. Começou a fazer clichês em madeira aos 17 anos. Ilustrou, entre outros, “A Tentação do Demônio – Um Rapaz Castrado no Assaré”.

ABDIAS CAMPOS

Natural do município de Amparo – Paraíba, localizado na microrregião do Cariri Ocidental. Abdias Campos inicia sua apreciação pela poética cordelista a partir de sua convivência com a feira e o mercado público da cidade interiorana como confessado por ele no folheto a História do Forró. Embora paraibano, foi em Pernambuco que Abdias Campos expandiu as fronteiras de seu talento e formação. Graduou-se em Administração de Empresas pela Universidade de Pernambuco, formação que contribuiu para o seu lado empreendedor. Traz em seu fazer poético a educação, ministrando oficinas, proferindo palestras e produzindo folhetos educativos com temas transversais, a exemplo dos cordéis: “Aquecimento global. É frescura ou a coisa esquentou mesmo?”, “Água”, “Poluição sonora”, “Lixo. Onde botar?”. Nos versos, o poeta apresenta uma relação direta do homem com a natureza e o meio ambiente. Sua produção, em linguagem coloquial, conduz os homens à reflexão, bem como trata de temas que versam questões da atualidade. Poeta, cordelista, violeiro, compositor, ator, declamador com uma carreira profícua, Abdias Campos alia tradição e contemporaneidade fazendo seus versos e produzindo seus textos com temas que relacionam tradição e atualidade. Apesar de trazer em sua poética a tradição característica da composição poética dos versos que emanam das estratégias de textualização escrita cujas raízes originam-se nos aspectos orais das cantorias, o mundo contemporâneo atrai Abdias Campos na junção. Nesse sentido, adota as tecnologias como meio de divulgar sua produção mantendo na Internet sua própria Livraria Virtual intitulada Abdias Campos nos “Campos de Versos: educando com Arte”, o que reitera o lado empreendedor do artista, bem como a possibilidade de dar a conhecer sua poética e, ao mesmo tempo, dela sobreviver. Muito embora o poeta atue em outras frentes simultaneamente com gravação de CDs, escreve artigos, ministra palestras e oficinas, trabalhou como ator na minissérie “A Pedra do Reino”, obra da autoria do também paraibano Ariano Suassuna, levada ao ar pela Rede Globo no ano de 2007. No mesmo ano, ele narrou, em cordel, o filme de animação “Até o Sol Raiá”, dos diretores Fernando Jorge e Leandro Amorim. Criativo, eclético, empreendedor são adjetivações que podem ser empregadas ao poeta cordelista Abdias Campos que também produz uma literatura educativa de cunho infantil, assim como em parcerias com outros autores, inclusive no campo da peleja característica que se tem pelo viés da oralidadade.

ADERALDO LUCIANO (1964)

Aderaldo Luciano é doutor e mestre em Ciência da Literatura, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor, poeta, escritor e músico trabalhando com os conceitos fundamentais da poética do nordeste brasileiro. Autor dos livros Anotações para uma história do cordel brasileiro (Conhecimento Editora, 2011, teoria), O Auto de Zé Limeira (Confraria do Vento, 2008, poesia). Co-autor em Violência simbólica e estratégias de dominação: produção poética de autoria feminina em dois tempos (Editora da Palavra, 2010, ensaios) e Quem Conta um Conto – Estudos Sobre Contistas Brasileiras Estreantes Nos Anos 90 e 2000 (Tempo Brasileiro, 2009, ensaios) ambos organizados pela professora Dra. Helena Parente Cunha. Até 2008 foi um dos editores e colunistas da Revista Confraria on line. Foi coordenador editorial da Editora Luzeiro LTDA, especializada em cordel. Coordena o projeto Roda de Cordel – Círculo de estudos sobre o cordel brasileiro, em São Paulo-SP, e Roda de Cordel – leituras, projeto de leitura de cordéis em escolas e comunidades rurais brasileiras. Como músico tem se dedicado a pesquisar a música formadora do Brasil profundo, notadamente a oriunda do nordeste brasileiro. Daí surgiram os projetos Cantos primevos para um Brasil profundo e POEZIA TRADICCIONAL DO NORDHESTE. É professor convidado da Universidade das Quebradas, curso de extensão do Projeto Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ. Naturalidade: Areia – PB / Radicado no Rio de Janeiro – RJ - Nascimento: 16 de agosto de 1964 Formação artístico–educacional: Doutor e mestre em Ciência da Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atividade artístico-cultural: Professor, poeta, escritor e músico. Livros e publicações: Apontamentos para uma História Crítica do Cordel Brasileiro (Edições Adaga/Editora Luzeiro, 2012), Anotações para uma história do cordel brasileiro (Conhecimento Editora, 2011, teoria), O Auto de Zé Limeira (Confraria do Vento, 2008, poesia). Coautor em Violência simbólica e estratégias de dominação: produção poética de autoria feminina em dois tempos (Editora da Palavra, 2010, ensaios) e Quem Conta um Conto – Estudos Sobre Contistas Brasileiras Estreantes Nos Anos 90 e 2000 (Tempo Brasileiro, 2009, ensaios). Aderaldo Luciano trabalha com os conceitos fundamentais da poética do nordeste brasileiro. Aos oito anos começou a sua sina de leitor, lendo avidamente durante dez anos, sem horário para iniciar ou terminar sua leitura, acordando tarde por ter adormecido mais tarde ainda. Devido ao seu comportamento, ficou conhecido em sua cidade como o “menino que não dormia” e como uma pessoa que não gostava de trabalhar, passando a imagem de um homem preguiçoso. Em 1972 tornou-se ajudante de feira, e ao final do dia, o dinheiro ganho servia para três coisas: ir ao cinema todos os dias do final de semana; fazer um lanche depois do cinema e comprar gibis e revistas. Um dia, nesse mesmo ano, essa constância foi quebrada pela presença, na feira, de um homem cantando e vendendo folhetos de cordel. Desse homem comprou o primeiro cordel: Vicente, “O Rei dos Ladrões”, de Manoel D’Almeida Filho. E esse foi o primeiro livro que determinou muita coisa em sua vida e o deslumbrou com o cordel brasileiro. Aderaldo é muito grato a essa pessoa, pois o tornou um estudioso dessa arte literária. Quando descobriu a biblioteca do Centro Social Pio XII, pertencente à paróquia da cidade de Areia, foi o seu paraíso. Todas as noites da semana, a partir das 19 horas, estava lá, onde leu pela primeira vez “20 Mil Léguas Submarinas”, de Júlio Verne. Leu a obra completa de Júlio Verne, mas a chave mestra foi 20 Mil Léguas e sua continuação, A Ilha Misteriosa, sendo esse o segundo livro mais importante de sua vida. Nessa mesma livraria descobriu a coleção completa das obras de Jorge Amado e Jubiabá, se apaixonando tanto da leitura e não conseguia parar de ler, chegando até a pedir à moça que tomava conta da biblioteca que o deixasse levar aquele livro para casa e, secretamente, ela o concedeu, contanto que ele trouxesse de volta no outro dia para que ninguém notasse a falta do exemplar na estante. Quando entrou na faculdade ficou decepcionado quando notou que ninguém estudava a obra do baiano. Passeando pelas estantes amarrotadas da instituição, descobriu no dorso voltado para dentro, um antigo exemplar de Zé Limeira, Poeta do Absurdo, de Orlando Tejo. Logo segurou aquele livro e sentou para começar a ler. Ganhou muitas vezes o prêmio de melhor aluno, mesmo não sendo um aluno estudioso. Nunca estudou em casa, nunca fez exercícios, resolvia tudo, sempre nos minutos anteriores às aulas e muita coisa entrava durantes esses minutos. O que ele gostava mesmo era de ler, se divertia fazendo desde leituras básicas as mais amenas. Migrou da biblioteca da paróquia para a Biblioteca Municipal e lá descobriu o livro do autor de romance policial Edgar A. Poe: “Histórias Extraordinárias”. Todo o universo noturno escrito por Poe em obras como “O Barril de Amontilado”, “O Poço e o Pêndulo”, e “A Queda da Casa de Usher” foi fantástico para ele. Mesmo toda vastidão de livros, tinha uma coisa que o deixava inquieto. Em sua cidade não havia ninguém para como quem pudesse trocar ideias e solitariamente sofria por conta de suas leituras, sem ter com quem falar. Foi lendo que conheceu Sebá e agora tendo alguém com quem conversar, trocavam ideias sobre suas novas descobertas no mundo da leitura. Enquanto caminhava encontrou a primeira edição do “EU”, de Augusto dos Anjos, ainda com páginas coladas. Com uma régua foi rasgando as dobraduras, e de dentro delas foram saltando os sonetos do poeta que o fez de refém. Quando tinha 16 anos, ainda no ensino médio, se preparando para o vestibular, teve a oportunidade de mudar de cidade. Resolveu que iria entrar para a Fraternidade Marista em Lagoa Seca, cidade próxima a Campina Grande. Foi estudar no Colégio Diocesano Pio XI, na Presidente Vargas, perto do Cine Avenida, em Campina. Pretendia cursar Comunicação Social, mas Adoniran, seu professor de História, despertou o jovem Aderaldo para outro universo. Aderaldo saía do mundo literário, da ficção, do cordel, das aventuras, da poesia, para a reflexão histórico-social e no final do ano, nem vestibular, nem Campina. Foi embora para Propriá, no Sergipe, viver a vida das comunidades eclesiais de base e a Teologia da Libertação. Até 2008 foi um dos editores e colunistas da Revista Confraria on-line. Foi coordenador editorial da Editora Luzeiro LTDA, especializada em cordel. Coordena atualmente o Projeto Roda de Cordel – Círculo de estudos sobre o cordel brasileiro, em São Paulo (SP), e Roda de Cordel – leituras, projeto de leitura de cordéis em escolas e comunidades rurais brasileiras. Em seu livro “Apontamentos para uma História Crítica do Cordel Brasileiro”, pela Editora Luzeiro, Aderaldo dedica-se a solucionar equívocos propagados sobre a história deste produto cultural. A obra é fruto de mais de uma década de pesquisas do autor, e também foi sua tese de doutorado em Ciência da Literatura pela UFRJ. Em seu trabalho ele desconstrói, por exemplo, a ideia de que o cordel brasileiro é uma adaptação do português. E argumenta “A semelhança se limita ao aspecto físico e folhetos de baixo custo. Os cordéis portugueses eram na verdade obras diversas em um papel barato para serem vendidos a preços populares, enquanto que o cordel feito no Brasil tem um conteúdo poético, uma literatura própria”. Aderaldo defende que o cordel é um gênero genuinamente brasileiro, talvez o único realmente fundado e praticado no país. Segundo ele, ao contrário do que muitos acreditam, o cordel não é uma cantoria transcrita. “Essa associação não é válida. A sextilha do cordel não é mesma da cantoria, possuem estruturas diferentes. É importante que se tenha a noção do que são gêneros distintos, embora ambos façam parte do universo da cultura popular”. Como músico tem se dedicado a pesquisar a música formadora do Brasil profundo, notadamente a oriunda do nordeste brasileiro. Daí é que surgiram os projetos: Cantos primevos para um Brasil profundo e Poezia Tradiccional do Nordheste. É professor convidado da Universidade das Quebradas, curso de extensão do Projeto Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ.

JOSÉ COSTA LEITE

Artista da poesia, do almanaque e da xilogravura. Eleito patrimônio vivo de Pernambuco em 2005. Vive do cordel e da xilogravura desde os anos 40 e a partir de 1960 publica um almanaque popular. Não freqüentou nenhum dia de escola, alfabetizou-se no mesmo ambiente onde morava, aprendeu o suficiente para criar autonomia em saberes disponíveis apenas aos iniciados no letramento, o que significou, por exemplo, inventar histórias em versos escritos e publicá-las, expandir-se nos segredos da astrologia e editar o Calendário Nordestino. Andarilho das tradições, é testemunho vivo de mais de sessenta anos de peregrinação por feiras e mercados de Pernambuco, Paraíba, Ceará. Costa Leite nasceu em 27 de julho de 1927. Tem um vigor físico e disposição suficientes para enfrentar pelo menos duas viagens por semana: a Itambé e Itabaiana, na segunda e terça-feira, respectivamente, a fim de comercializar os folhetos que faz. Xilogravura não leva, pois o público das gravuras de parede está muito mais nas galerias de arte do que ali, no meio dos bancos de feira. Nascido em Sapé, Paraíba, radicado na Mata Norte pernambucana desde o final da década 30. A partir de 1955 estabeleceu-se de vez na cidade de Condado. José Costa Leite nasceu em Sapé, Paraíba, aos 27 de julho de 1927. Escreve desde os 20 anos de idade e é autor de centenas de títulos. É também um festejado xilógrafo, com técnica muito pessoal e apurada. Dentre os títulos de sua produção destacam-se “A FILHA QUE MATOU O PAI POR CAUSA DE UMA PITOMBA”, “A MOÇA QUE PISOU SANTO ANTÔNIO NO PILÀO PRA CASAR COM O BOIADEIRO”, “A VIDA DE JOÃO MALAZARTE”,”O CONSELHO DA MOCIDADE”, entre outros.

ANTÔNIO RIBEIRO DA CONCEIÇÃO (1947)

O Antônio-cardosense Bule-Bule (pseudônimo de Antônio Ribeiro da Conceição) nasceu aos 22 de outubro de 1947. De ascendência africana, nato da região de Expansão Metropolitana de Feira de Santana na Bahia, é um ator, cantador, compositor, cordelista, escritor, poeta, repentista e músico, respeitado não só por seus múltiplos talentos, mas por manter as tradições musicais sertanejas baianas: samba rural baiano (samba sertanejo) e coco. Antônio Ribeiro da Conceição teve sua trajetória retratada no primeiro episódio do documentário Visceral Brasil – as veias abertas da música. Dirigido pela cineasta Márcia Paraíso e codirigido por Carla Joner, o capítulo intitulado O trovador, o cabra e os mundos apresentou formação artística de Bule-Bule, que “sem romper com as origens, extrapolara a visibilidade regional e torna-se referência para a MPB” (O TROVADOR, 2014).

OTACÍLIO BATISTA PATRIOTA(1923-2003)

Poeta repentista, o mais novo dos três famosos irmãos Batista (além dele, Louro e Dimas), Otacílio Batista Patriota nasceu a 26 de setembro de 1923, na Vila Umburanas, São José do Egito, sertão pernambucano do Alto Pajeú. Filho de Raimundo Joaquim Patriota e Severina Guedes Patriota, ambos paraibanos, Otacílio participou pela primeira vez de uma cantoria em 1940, durante uma Festa de Reis em sua cidade natal. Daquele dia em diante, nunca mais abandonaria a vida de poeta popular. Em mais de meio século de repentes, participou de cantorias com celebridades como o Cego Aderaldo e outros. Conquistou vários festivais de cantadores realizados nos estado de Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo. Entre os folhetos de Cordel que Otacílio publicou estão os seguintes: A Morte do Ex-Governador Dix-Sept Rosado; Versos a Câmara Cascudo; Peleja de Zé Limeira com Zé Mandioca; Peleja do Imperador Pedro II com o Rei Pelé. Todos consagrados junto aos leitores nordestinos. Otacílio Batista publicou, ainda, vários livros. Entre os quais, destacam-se: Poemas que o Povo Pede; Rir Até Cair de Costas; Poema e Canções; e Antologia Ilustrada dos Cantadores, este último com F. Linhares. Versos de Otacílio foram musicados pelo compositor Zé Ramalho, dando origem à canção ?Mulher Nova Bonita e Carinhosa?, gravada inicialmente pela cantora Amelinha e depois pelo próprio Zé Ramalho. A canção foi tema de uma filme brasileiro sobre Lampião, o Rei do Cangaço. Otacílio Batista Patriota morreu a 05 de agosto de 2003, na cidade de João Pessoa, Paraíba.

DINIZ VITORINO (1940-2010)

Diniz Vitorino, nasceu no dia 06/ de maio de 1940 e morreu no dia 05 de junho de 2010. Paraibano de Lagoa de Monteiro, gravou 2 LPs e 1 Cd, participou de vários festivais de violeiros, conseguindo 23 primeiros lugares. Publicou 4 livros de poesias, três romances e vários córdeis. Um dos grandes mestres de uma geração de repentistas históricos. Era de família de poetas, filho de Joaquim Vitorino e irmão do também poeta Lourinaldo Vitorino. Diniz foi parceiro de nomes clássicos da nossa cantoria de repente, entre eles, e é impossível citar todos, estão; Manuel Xudú, os irmãos Batista, Pinto do Monteiro, Jó Patriota, Ivanildo Vilanova, Geraldo Amâncio, Oliveira de Panelas, entre tantos outros. O mestre Diniz era dono de uma das vozes mais fortes do repente. De uma linhagem de poetas eruditos e letrados, com um vocabulário rebuscado tanto no falar como no modo de cantar de improviso, ou escrevendo seus sonetos.

JOSÉ MARIA GONZAGA VIEIRA – (1946-2017)

Nasceu em Canindé no dia 20 de setembro de 1946, morreu em 14 de abril de 2017. Autodidata, milita na imprensa escrita e falada. Pertence à Associação de Arte e Cultura de Canindé. É correspondente de vários grêmios culturais de Fortaleza, Natal, Campina Grande e Brasília. É autor de quase duas dezenas de folhetos rimados, com destaque para A história de Aparecida e A menina perdida nas matas do Amazonas. Participa do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, criado pelo poeta Arievaldo Viana e implantado em Canindé, em parceria com a Secretaria de Educação do Município. Começou escrevendo folhetos de oito páginas, principalmente no gênero ABC, tendo publicado O ABC do MOBRAL, dos Tubarões, do Consumidor e outros de cunho político e social. No gênero romance, seu melhor trabalho é A lida de Conrado e a honradez sertaneja, que foi ampliado de 16 para 32 páginas pelo poeta Arievaldo Viana. Habitante de um dos maiores centros religiosos do Nordeste, já escreveu diversos folhetos tendo São Francisco das Chagas de Canindé como tema principal. É citado em artigo da escritora francesa Sylvie Deb’s, publicado na revista Latitude, da Universidade de Sorbonne. Também já teve a sua obra pesquisada por outra francesa, Martine Kunz, que reside atualmente em Fortaleza. É também conhecido como Gonzaga Vieira ou Gonzaga de Canindé De 1995 para cá, João Batista se tornou o cordelista mais querido de Niterói: tem mais de cem livretos publicados, bate ponto aos sábados e domingos no Campo de São Bento, cumprimenta com um sorriso largo todos os que o saúdam — apesar de, visivelmente, não se lembrar da maioria que o conhece — e recita versinhos a cada meia dúzia de frases. Quando alguém se aproxima, puxa logo um banquinho que guarda debaixo da banca, para bater, com o visitante, dois dedinhos de prosa. — O segredo do cordelista é viver com os olhos abertos para o mundo. Escrevo a toda hora, sempre quando um tema me provoca. Fico doidinho até botar a ideia no papel — diz ele, que é fã de Victor Hugo e José de Alencar. — Cheguei à conclusão que todos nós gostamos de ser enganados, desde que sejamos bem ludibriados. E a literatura faz isso. Quero fazer agora um cordel épico. Apesar de a revelação só ter chegado com a vermelhidão da pele, provocada pelo lanche do pernilongo, a sementinha da rima já havia sido plantada quando João era menino. Lá no sertão do Sergipe, num lugarejo chamado Terra Vermelha, Seu Francisco não esperava nem o galo cantar, antes de sacudir seus seis filhos para lavrar a terra. Eles comiam cuscuz amarelo, bebiam café e iam para o alto da colina, de onde só saíam quando escutavam a mãe bater com a colher de pau na bacia. De barriga cheia, as crianças voltavam a cavucar a terra com a enxada, enquanto escutavam Seu Francisco — que só sabia assinar o próprio nome — recitar o cordel do “Valentão do mundo”. Nos fins de semana, não era diferente. Quando a família ia para Itabaianinha trocar o feijão pelo milho, João era o primeiro a se prostrar em frente aos trovadores para escutar os versos da semana. — O sujeito que nasce no sertão, que passa necessidade e que dorme abraçado numa novela de cavalaria tem uma certa genialidade. Mas eu só fui “desasnar” mesmo quando tinha 12 anos. Meu pai tinha morrido, e fomos para a cidade de Estância, onde fui trabalhar em fábrica e estudar numa escola grande — conta. João diz ter tido nove profissões, mas é bem provável que tenham sido mais. A primeira delas foi com 6 anos, como espantalho de uma plantação, batendo lata e atirando pedra nos passarinhos. Depois, foi lavrador, operário de fábrica, vendedor, bancário, funcionário público, metalúrgico e porteiro de hotel. Ainda em Sergipe, quando trabalhava em banco e já havia abandonado os tamancos, a calça pesca-siri e o chapéu de palha, ele ouviu falar em um concurso de cordéis. Lembrou das aulas da professorinha e escreveu “A caneta e a enxada”, obra que lhe rendeu o primeiro lugar da competição e um radinho moderno de pilha. Seu Francisco, apesar de não ter sido um homem letrado, sempre repetia para os filhos que um bom cidadão precisa de três coisas: ser bom no que faz, fazer amigos e ser atuante. E nessa história de se engajar, João se tornou sindicalista. Acabou sendo perseguido e se viu obrigado a deixar Sergipe, rumo ao Rio de Janeiro. Foi morar às margens da Avenida Brasil com a mulher, dona Maria José, que conheceu “nos tempos de correria”. A família só desembarcou em Niterói em 1995, quando João, em busca de uma vida mais tranquila para os dois filhos, encontrou uma casinha na Região oceânica.

JOSÉ PEDRO DE LIMA

O Índio lá de Gramame, já escreveu mais de 60 folhetos de cordel. Foi o vencedor do Concurso Novos Escritos da Funjope em 2007. Divulga o folheto em escolas, emissoras de rádio, tv, bancas de revista, feiras e eventos. Rua Barra de Gramame S/N, (83) 3212-5519 / 3212-5537 – Barra de Gramame – João Pessoa-PB.

MEDEIROS BRAGA

Av. Marechal Hermes da Fonseca, 1147, Bessa, CEP.: 58.035-190, João Pessoa-PB. E-mail: medeirosbragab@bol.com.br - Fones: (83) 3245-1555 / 3045-0796 / 9109-0101 / 8806-5453. Cordelista, romancista, economista e técnico de campo junto a pequenas comunidades rurais. Natural de Nazarezinho-PB é escritor de mais de 60 obras de cordel, cujo teor versa sobre política e educação. Retrata em cordel personalidades como Bertold Brecht, Anita Garibaldi, Simon Bolívar, Castro Alves, Monteiro Lobato, dentre outros tantos. Escreveu textos dirigidos aos pequenos produtores agrícolas, apicultores, adubação orgânica, etc. Percorre escolas fazendo palestras sobre cordel e expõe seus textos em bancas de revista e livrarias. Natural de Nazarezinho, reside atualmente em João Pessoa.

MANOEL AMARO

86 anos, vendedor de folhetos nas feiras desde 1947, começou a atuar como cantador em 1949. Viajou quase todo o Estado da Paraíba comercializando histórias em verso e realizando cantorias. Chegou a decorar 84 folhetos de 8, 16 e 32 páginas. Reside em Bayeux-PB.

MANOEL BELIZÁRIO

Natural de Aguiar-PB é estudante de Letras, campus I, da UFPB. Trabalhou com o cordel entre jovens do Programa Agente Jovem. Em 2008 foi o vencedor do Concurso Novos Escritos da Funjope. É um dos novos valores do cordel paraibano. (83) 3233- 0857 / 8701-0697.

NARLI DIAS DE OLIVEIRA

Poetisa popular, contista, parceira na poesia do seu primo Manoel Camilo dos Santos, grande vate do consagrado folheto “Viagem a São Saruê”. Escritora de dezenas de cordéis que geralmente tratam das coisas do povo nordestino. Recebeu várias homenagens de instituições, universidades e cordelistas, como o grande e saudoso Rodolfo Coelho Cavalcanti pelo seu trabalho em prol do cordel. (83) 3224-2251 – Rua Henrique Ruffo, 263, Jardim Treze de Maio, João Pessoa-PB, CEP.: 58.025-630.

MARCO DI AURÉLIO

Marcos Aurélio Gomes de Carvalho, nascido na cidade de Bodocó-PE, alto sertão pernambucano, o poeta Marco Di Aurélio inclui em seu currículo vasta experiência profissional que o tornara poeta de um lirismo límpido sensível às causas sociais e ao próximo, razão que provavelmente conduz a sua entrega total as raízes e a cultura popular nordestina. Sua verve poética e artística o conduz pelas artes plásticas, pelo cinema, pela fotografia pelos palcos, pelos contos e, sobretudo pela poética. Gerado nas madornas de um Abril dos tempos. Gestado vagarosamente nas manhãs do mundo. Nascido sertanejo sob um céu de luz num Janeiro azul e ensolarado, solfeja em seus versos o que vem de dentro. Marcos Aurélio Gomes de Carvalho, filho de Aurélio e de Ester, por isso o “Marco di Aurélio”, nascido na cidade de Bodocó, alto sertão pernambucano, se entrega de corpo e alma à poesia nordestina. Hoje, no alto de sua idade mais propositiva, encarna um regionalismo nativista, sem radicalismos nem barreiras conservadoras. Flui do cordel ao soneto, do aboio à poesia moderna, das incelências aos musicais. Autor da primeira edição de literatura de cordel no sistema Braille no Brasil, transita pelas artes plásticas, pelo cinema, pela fotografia, pelos palcos e pelos contos. Se perde na vastidão da vida, vencendo porteiras e cercas de sua própria busca. Um nordestinado... Um ajuntador de palavras, um tangerino de sonhos... (83) 3244-2067 Rua José Florentino Júnior, 526, Tambauzinho, 58042-040. marcodiaurelio@hotmail.com / marcodiaurelio@uol.com.br Texto extraído de: www.marcodiaurelio.com

NELCIMÁ DE MORAIS

Maria Nelcimá de Morais Santos, nasceu na cidade de Santa Luzia-PB, região do vale do Sabugi, em 31/07/57. Concluiu o curso superior em Letras pela UFPB/Patos em 1980. Precisou de muita garra para realizar esse sonho, já que morava em outra cidade. Aos dezoito anos, ingressou no magistério, missão que exerceu com extrema dedicação em Junco do Seridó, Santa Luzia, Patos e João Pessoa, onde mora atualmente. Sempre usou os textos da Literatura de Cordel em suas aulas. Como aluna especial de Pós-graduação e, na disciplina de Literatura Popular, amadureceu a sua admiração pelo folheto, tornando-se, assim, pesquisadora e cordelista. Algumas de suas obras: A Saga da Professora Nelcimá, Saudosa Quixaba, O Anjo e a Maldição de Sara, O Tormento de Mirinha com as Botijas, O Escritor José Lins do Rego, A Virgem Luzia, A maldição de uma jovem. E-mail: nelcima@hotmail.com - Telefones: 83 9322-7532 / 3243-0782 / 8892-6540.

VALENTIM QUARESMA

Poeta de cordel, professor de Português e Diretor da Escola Estadual de Ensino Fundamental Monsenhor Manoel Carlos de Morais, Umari-CE - Fone: (88)3578-1133. É co-produtor do site: www.projetocordel.com.br , que há 8 anos no ar tem uma média de visitantes de 100 internautas por dia. Já escreveu dezenas de folhetos, dentre eles, o premiado nacionalmente: Amarrado em Nada.

GIBA DE UMARI

Repentista de pé de parede, homem do campo, de poucas letras, autêntico representante da poesia feita pelo e para o povo sertanejo. Freqüenta os alpendres e terreiros das casas interioranas cantando as dores e sonhos populares. Fone para contato: (88)3578-1133.

JOSÉ FRANCISCO SOARES DA SILVA (1937)

Xilogravurista e poeta de cordel, José Soares da Silva, que também assina José Cavalcanti e Ferreira, José Ferreira da Silva ou apenas Dila, nasceu no município de Bom Jardim, Pernambuco, no dia 23 de setembro de 1937, filho de Domingos Soares da Silva e Josefa Maria da Silva. Vendia folhetos de cordel nas feiras de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Ceará. Diz ter chegado em Caruaru, local em que mora até hoje, em 1952. Trabalhou para os jornais Vanguarda e Defesa, onde imprimia seus cordéis. Chegou até a compor página montada na madeira, no jornal Agreste, onde fazia carimbo e xilogravura. Posteriormente, montou uma pequena oficina gráfica, a Art Folheto São José, que virou Gráfica São José ou Gráfica Sabaó ou Preéllo Santa Bárbara ou ainda Flòlhéteria Càra d`Dillas. Gravador de diversas capas de folheto e álbuns em policromia, rótulos de bebida e de remédios, ilustrador de livros e fabricante de carimbos, é um dos poucos poetas populares que utiliza a borracha ou linóleo, além da madeira, para talhar xilogravuras com uma lâmina de barbear. As primeiras xilogravuras foram feitas para cordéis de sua autoria e de outros poetas, como Francisco Sales Arêda, Vicente Vitorino, Chico Sales, J. Borges, João José da Silva. Dila não gosta dos folhetos de épocas que narram os fatos do dia-a-dia da comunidade. Seus temas preferidos são o cangaço, as aventuras do cangaceiro Lampião e os milagres do Padre Cícero. Dono de grande imaginação, tudo que conta é uma mistura de realidade e ficção. Suas fantasias o levam a dizer que é filho de um holandês chamado Euclides Oliveira Figueiredo, que era proprietário de 112 usinas de açúcar, utilizou 17 nomes para separar as famílias, teve 63 mulheres, 130 filhos homens e 127 mulheres e deixou tudo isso escrito em um catálogo. Entre seus irmãos, encontrados por acaso, estão Lampião, Padre Cícero e Miguel Arraes. Atualmente, sua gráfica atende encomendas para confecção de carimbos e rótulos de cachaça, vinagre, doces e outros produtos de pequenos fabricantes. Sua casa, situada no bairro de Nossa Senhora das Dores, em Caruaru, além de seu local de trabalho, é também um ponto de atração turística da cidade. Dila foi um dos contemplados como Patrimônio Vivo de Pernambuco, através da Lei estadual nº 12.196 de 2 de maio de 2002. José Cavalcanti e Ferreira (Mestre Dila) José Soares da Silva, ou Mestre Dila, como costuma ser chamado, vive há mais de 50 anos na cidade de Caruaru, Pernambuco, onde trabalha como poeta e xilogravurista. Famoso pelos poemas dedicados à Lampião, Dila é autor de uma extensa produção, cujo tema predominante é o cangaço, representado em seus folhetos em versos e gravuras que, além das capas, ilustram, também, as páginas interiores. Segundo o poeta, o cangaço, independente do cangaceiro ou da façanha praticada, esteve sempre associado à figura de Virgulino Ferreira. Porém, lembra ele em um de seus folhetos “Nem tudo foi Lampião”. Conhecido como multiplicador de Lampiões, Dila, a exemplo de seu personagem favorito, também é múltiplo. Apesar das diversas assinaturas adotadas, foi como José Cavalcanti e Ferreira Dila que ele assinou a maior parte de seus folhetos, vinculando-se, através do sobrenome Ferreira, à legenda de Lampião. Entre seus inúmeros folhetos dedicados ao cangaço destancam-se: “Os lampiões”, “Dila o ex-cangaceiro”, “Cangaceiros e revoltosos”, “Amantes de cangaceiro”, entre outros. É sobrinho do famoso poeta, Inácio da Catingueira.

JOSÉ MEDEIROS DE LACERDA (1947)

Nasceu em Santa Luzia-PB, no dia 24 de outubro de 1947, um galego descendente de Holandesa com Português e uma bisneta de Índia Panati, nasceu José Medeiros de Lacerda, mais um descendente das sete irmãs da Cacimba da Velha. Aos 8 anos, já escrevia estórias do seu imaginário, como O Aventureiro, descrevendo a saga de um garoto criado entre as matas da Várzea Comprida na Fazenda Passagem do Meio, de seus avós maternos. Com 12 anos, extremamente amante dos estudos, viu seu sonho desmoronar-se. Só homem já feito conseguiu voltar às salas de aula, de onde nunca mais saiu. Primeiro como aluno, depois professor. O sangue de Tropeiro da Borborema herdado do pai, o fez percorrer o Brasil, de Roraima ao Paraná, carregando seus sonhos, compondo seus poemas, idealizando seus cordéis. No teatro foi ator, dançarino, coreógrafo, autor, na poesia um aprendiz, do Cordel é professor. Em Santa Luzia, constituiu família, em Patos concluiu seu curso de Letras na atual FIP. Hoje se realiza vendo seus cordéis lidos, em todos os Estados do Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste brasileiros. E mais feliz fica, vendo várias escolas pelo Brasil a fora vivenciando sua poesia em sala de aula. Seus cordéis têm cunho educativo, informativo, histórico, nunca usados como desabafos íntimos, válvulas de escape diante das pressões existenciais. Hoje com mais 400 folhetos escritos, faz da poesia sua terapia ocupacional. Seus netos, e sua primeira bisnetinha lhes proporcionam tudo que ainda lhe resta para se emocionar, procurando dar-lhes o que ele não teve direito em sua infância... Seus pais, de saudosa memória, foram apenas o começo de sua história!!!...

JOSÉ ANTÔNIO TORRES (ZÉ CATOLÉ)

poeta popular conhecido também como “Zé Catolé", teve seus livros publicados no Estado de Pernambuco. Escreveu: História de Três Caçadores e um Padre, História d'um Homem que Tinha Fé em Deus, Os Milagres de São Severino dos Ramos e O que Eu Herdei do Meu Defunto Avô. Não se têm mais informações sobre esse autor. JOSÉ ANTÔNIO TORRES – o popular ZÉ CATOLÉ -, cordelista inspirado, consagrado com o Cordel O VELHO QUE ENGANOU O DIABO – ver volume II de Bezerros, Seus Fatos e Sua Gente, 2010, editado na íntegra; ainda encontramos o cordelista e cantador JOÃO FERREIRA DE LIMA, QUE CONSAGROU-SE LOGO COM SEU PRIMEIRO Cordel AS PROEZAS DE JOÃO GRILO, também editado no livro acima citado; e o saudoso cordelista TOBIAS LUCENA, que na sua inspiração poética, ao se referir sobre Serra Negra, assim se expressou na primeira estrofe – “Admiro Serra Negra / toda hora, todo dia,/alí canta o sabiá / todo mundo tem alegria / ouve o grito do roxinho / e a brisa passa mansa e fria”. Na neblina do Tempo, quando o Sol acha uma janela, eis que surge uma grande poetisa, que não sendo bezerrense, escolheu nossa Santa Terra para viver e morrer, deixando um legado poético de imensa luminosidade – JUDITH COSTA -, que no verso A VOZ DO POVO assim se expressa – “Venho de longe – errante caminheira / Já tenho os pés sangrando e a alma tão fria!/ Fria “E eu choro mais triste dia a dia, / Desde que veio a lágrima primeira”. A lista é interminável, todos participando ativamente das atividades culturais, reuniões, encontros poéticos entre as famílias bezerrenses, uma cultura literária efervescente, borbulhante, brilhando além das fronteiras bezerrenses. E não poderia deixar de citar outro nome feminino que brilhou nos salões socioculturais de nossa encantada Bezerros: ANA SALOMÉ TORRES,(FOTO) em cujo coração residia a FADA DA POESIA, bezerrense nata, dentre seus versos escolhemos a poesia BEZERROS –dedicada a velha e querida Bezerros –“ Terra de meu sonho! Bezerros bela / Eu vejo em ti, cidade honesta e boa. / A carinhosa mãe que os filhos vela / E erguendo a mão a todos abençoa”.

E os nossos cronistas? Aqueles que, através dos jornais, deixaram um luminoso rastro no mundo literário, e logo veremos um MANOEL ALVES, que nas páginas do jornal O PORTA-VOZ, 1915, assim, ao concluir o seu texto, se expressou – “Há muito, nas dobras da distancia e da amplidão da noite escura, desappareceram as cândidas e pitorescas praias, que nos fazem lembrar uns poéticos thálamos, onde as ondas, em seus empíricos hymeus, vão, fugaces, rolar, como que fulminadas por extazes germinaes…” (sic). Da cronista HELOÍSA CHAGAS, registramos – “A tristeza violáceo-cinzenta deste dia que morre envolto num lençol de bruma, em plena cidade”! e assim, nessa caminhada, nos deparamos com CACILDA SANTOS – “ Não se precisa de muita argúcia e inteligência para a percepção de que se o trabalhador aninha na terra a semente, rega e aduba o solo que a encerra, alimenta-a já árvore, com o melhor dos seus esforços e seus amores, tem direito, muito justamente, aos frutos que da sua canseira advirem. É ou não muito lógico e natural? E no entanto…A nossa terra brasileira e, nela, a nossa Bezerros, teve também, como terreno exuberante e livre, quem se lembrasse de lançar-lhe o germem da Verdade: as doutrinas da Religião Católica” e no final assim diz: – “E nós, católicos, que faremos? Sem sairmos dos postos de combate, serena e destimidamente, lutemos com armas de amor, não de ódio, pelo saneamento moral, pelas reivindicações religiosas. “Fides intrépida”! Ação social católica! É justo, é urgente, é lícito que não cedamos terreno!”.

SÁVIO PINHEIRO

Médico e cordelista, natural de Várzea Alegre-CE, que segundo notícia do Jornal A Praça, de Iguatu-CE, de 25.08.2007, vem usando a literatura de cordel para divulgar seus projetos na área da saúde da família.

MESTRE PORFÍRIO (1926)

Alberto Porfírio da Silva, nasceu em Quixadá-CE, no dia 23 de dezembro de 1926. Filho de Porfírio Sabino da Silva e Maria Joana do E. Santo. Dona Moça. Cantador-Violeiro e Cordelista, escreveu quase 100 folhetos de cordel. É autor, também, dos livros POETA POPULARES E CANTADORES DO CEARÁ, LIVRO DA CANTORIA – metodologia do repente e do cordel. AS NOITES DAS VIOLAS NA CASA DE JUVENAL GALENO, OS 100 MELHORES SONETOS DE ALBERTO PORFÍRIO. Atualmente está trabalhando no livro: HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA. É uma auto-biografia.

MIGUEL NASCIMENTO (1969)

Nascido em Maceió, mas riolarguense de coração. Dois filhos, Bergson Airan e Bryan Hudson, esposa Renilda são hoje 75% de minha vida. Adoro a minha família, militante político. Nascido em 1969. Gosto de escrever e ler Tamme. Funcionário Público do Município de Rio Largo - AL. Escrevo Literatura de cordel de forma especial, não menos prezando outras formas poéticas. Já publiquei de forma independente: A vida e o Fim de SADDAM, Quando SADDAM HUSSEIM chegou no céu, A gata que pariu cachorro, corno e traição na televisão e um em parceria com Anderson Santos de Sergipe: A Peleja entre o alagoano e o sergipano. Meu grande sonho é escrever um livro e publicar é claro. CORDEL: O MOTORISTA CAGÃO

VALDECK ALMEIDA DE JESUS(1966)

Funcionário público federal, nasceu a 15 de fevereiro de 1966 em Jequié/BA. Reside em Salvador desde fevereiro de 1993. Suas habilidades na área literária valeram: Menção Honrosa em 1989 no 1° Concurso Nacional de Poesia, promovido pelo Instituto Internacional da Poesia, de Porto Alegre/RS; e no Concurso Literário Oswald de Andrade, promovido pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em 1990, em Jequié. Possui poemas publicados nas antologias: "Poetas Brasileiros de Hoje -1984", Editora Shogun Arte, Rio de Janeiro, 1984; "Transcendental", Editora Gráfica da Bahia, Salvador, 1996; "II Antologia Cultural: 500 Anos de Língua Portuguesa no Brasil", Editora Clube de Letras, Barra Bonita/SP, 2005; "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 14º volume", Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro, 2005; "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 15º volume", Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro, 2005,; "Letras Libertas - Contos, Crônicas e Poesias - Vol 2", Editora Ilha das Letras, Santa Catarina, 2005; "XV Concurso Internacional Literário de Verão", Editora Agiraldo, São Paulo, 2005; "Palavras que Falam", Scortecci, São Paulo, 2005; "Todas as Formas de Amar", Casa do Novo Autor Editora, São Paulo, 2005; "O Amor na Literatura", São Paulo, Casa do Novo Autor Editora, 2005; "Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea", Câmara Brasileira do Jovem Escritor, Rio de Janeiro, 2005; "VII Antologia Nau Literária", Komedi, São Paulo, 2005; "Ensaios Poéticos", Academia Virtual Brasileira de Letras, 2005; "Poetry Vibes", Editora Poetry Vibes, Ohio, USA, 2005; "20 Anos de Poesia - Caderno 32", Oficina Editores, Rio de Janeiro, 2005; "Pérgula Literária - VII", Editora EVSA, Rio de Janeiro, 2005; "Amor, Sublime Amor", Editora Litteris, Rio de Janeiro, 2006; "Sangue, Suor e Lágrimas", Arnaldo Giraldo Editor, São Paulo, 2006; Livros publicados: "Heartache Poems. A Brazilian Gay Man Coming Out from the Closet", Editora iUniverse, New York, USA, 2004; (poemas); "Feitiço Contra o Feiticeiro", Editora Scortecci, São Paulo, 2005; (poemas); "Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden", Editora Scortecci, São Paulo, 2005; (autobiografia romanceada). Editor da "1ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus", publicada pela Casa do Novo Autor Editora, São Paulo, 2006; Projeto de apoio e incentivo a escritores e poetas anônimos, com previsão de lançar um exemplar a cada ano. Expositor, como escritor independente, na Bienal do Livro da Bahia em 2005. Tem poemas publicados nos jornais de grande circulação do estado da Bahia e em Brasília/DF; Membro da Federação Canadense de Poetas desde 2004 e da União Brasileira de Escritores-UBE, colunista em vários sites. Em 1987 foi eleito o primeiro diretor de imprensa e um dos fundadores do Grêmio Estudantil Dinaelza Coqueiro, do Instituto de Educação Régis Pacheco, sendo o fundador do jornal Jornada Estudantil. Fundador do fã-clube do Jean Wyllys.

KÁTIA DRUMMOND

Kátia Alves Dias Mattos Drummond é baiana. Mulher moderna, profissional competente e mãe dedicada de Brisa Drummond (Publicitária/Escritora, na Suécia), Sávio Drummond (Biólogo, Poeta, Músico/Baixista) e do renomado compositor e violonista, de MPB, flamenco contemporâneo, latin guitar, André Bernard. É casada com o designer gráfico e artista plástico Cláudio Paulo. Tem uma história de vida marcada pela filosofia e pela arte. Filha de artistas, descende do poeta Antônio de Castro Alves, dos escritores Ariovaldo Matos e Almir Matos, e do filósofo marxista Giocondo Gerbase Dias. Sem contar a responsabilidade de carregar o Drummond no sangue poético. É socióloga, formada pela Universidade Federal da Bahia-UFBA. Morou em Bruxelas, Londres e Paris, onde estudou e trabalhou. Na Europa, especializou-se em Sociologia Urbana e em Comunicação e Marketing. No Brasil, trabalhou no INEP, CPE, CONDER, BNH, SUDENE, OCEPLAN, Secretaria de Planejamento do Governo Estado da Bahia, Fundação Cidade Mãe/PMS, e importantes Agências de Propaganda, dentre outros. Foi pianista clássica, tendo passado pelo Instituto de Música da Bahia e pelo Seminário de Música da Bahia. Hoje, diz com satisfação que sua música virou poesia. Como poeta e letrista venceu vários festivais, no Brasil e fora, com peças como: "Rancho Pra Quem Vem de Fora", "Encontro, "Paris em Mim", "Trigo em Movimento". É também parceira do músico Dércio Marques, que já musicou e gravou várias dos seus poemas, a exemplo de "Fluir", "Brisa" etc. A baiana Rosa Passos também já musicou alguns dos seus poemas como "Trigo em Movimento" e "Salvador, Eterno Cio". Enquanto residiu em Paris, além de estudar, cantava na Discophage/Rue des Écoles, em parceria com Marcelo, violonista e cantor do Quinteto Violado. É autora de várias obras poéticas, como "Lucidez Profana/"Poemas; "Exército de Anjos"/Poema; "Asas da Imaginação"/Poemas; "Lotus Vermelho/Poemas. Para divulgar sua poesia publicamente, apresenta, em espaços culturais e casas de espetáculos, um sugestivo e belo Varal de Poesias, com seus poemas impressos em papel e pendurados em cordas, como roupas estendidas secando num varal. Sua vasta experiência como socióloga-urbanista e como consultora de marketing cultural e político, resultou na obra "Marketing Eleitoral. Planejamento e Ação", que a coloca como a primeira mulher e socióloga baiana a escrever uma obra específica dessa natureza, lançada com sucesso pela Editora Ruido Rosa-BA. Foi convidada pelo Departamento de Ciência Política/UFBA para implantar o "1º Curso de Extensão de Marketing Eleitoral" da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia. Atua como Diretora de Criação e Marketing do Estúdio "Kátia Drummond & Cláudio Paulo Marketing + Design Studio", com sede em Sintra, Portugal. É Consultora de Marketing e Copywriter da Far Publicidades e Promoções, com sede no Monte Estoril, Cascais, Portugal

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ROBERTO RIBEIRO(1954)

Nascido em Campina Grande / PB, em 1ºde Abril de 1954. Filho de André Porto Sales, trabalhador da construção civil. Aos vinte e sete anos ingressei no SENAI como professor do ramo da construção civil, mas sempre interessei-me por poesia popular, estilo cordel. Lia muito, e de tanto ler, decidi escrever alguns versos e mostrar para pessoas que de cara faziam suas criticas. Umas elogiavam, outras criticavam. Mas como eu tenho esse hobby apenas como "passa-tempo" nunca desisti e continuo escrevendo meus textos, e que já tenho aproximadamente uns cem trabalho. Uns falam sobre cidadania,outros sobre a política social de nosso país, os times de futebol de nossa cidade,e de muita homenagem na minha profissão.

GUSTAVO DOURADO

É baiano mas vive em Brasília há 31 anos. Foi fundador e Diretor do Centro Acadêmico de Letras da UnB. É autor de onze livros, alguns premiados e com poemas traduzidos em cinco idiomas. É professor de Português, Literatura, Lingüística, Redação, Religião, Agrícultura e Folclore Brasileiro. Lecionou no Colégio Elefante Branco, na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, no Gama, Ceilândia, Taguatinga, LBA e no Hospital Sarah. Atuou como delegado e militante do Sindicato dos Professores, Senalba, Sindsep e Sindicato dos Escritores. Em Taguatinga dirigiu o CineClube Gritto, participou da Associação dos Moradores da QNG, Grupo de Jovens da QNG, do Grupo Caxadágua e da Associação de Arte e Cultura / FACULTA. É produtor cultural e de eventos e membro do Fórum Brasília. Faz parte de academias e entidades socioculturais. Presidente da Academia de Letras e Música do Brasil e membro do Instituto Histórico e Geográfico(DF) e da Academia Internacional de Lutèce, Paris, França. Pesquisador cinematográfico, fez a pesquisa biográfica e literária do filme "Castro Alves", de Silvio Tendler, prêmio Margarida de Prata da CNBB, em 1999. Assessor de Literatura e Gerente de Projetos da Fundação Cultural do Distrito Federal e Presidente do Sindicato dos Escritores do DF(1996/2004). Representante da União Brasileira de Escritores. Filiado à Associação de Imprensa de Brasília. Pós-graduado em Gestão (ONU), Literatura, Educação, Folclore, Cultura Popular, Linguagem Teatral e Linguagens Artísticas.Foi Conselheiro da Revista DF Letras, do Concurso de Redação da S/A Correio Braziliense / Fundação Assis Chateaubriand, prêmio Estadão de Cultura/jornal O Estado de São Paulo, Imprensa Nacional, entre outros. Autor de centenas de folhetos de Cordel, contos, crônicas, ensaios, romances e roteiros cinematográficos. No GDF criou /coordenou diversos projetos lítero-culturais. Participou ativamente da Feira do Livro de Brasília, Festivais de Cinema, Classe Arte,Temporadas Populares, Hora do Trabalhador, Almoço com o Escritor, Bienais Internacionais do Livro do Rio e de São Paulo. Improvisador, repentista, declamador. Participou de mais de 500 recitais poéticos e de diversas antologias, jornais e revistas no Brasil e no exterior. O seu livro Phalábora foi selecionado pela Comissão Editorial Letras da Bahia para ser divulgado no Projeto Brasil 500 Anos e foi objeto de estudo do Professor Ilton Cerqueira no Mestrado de História da Universidade Federal de Ouro Preto, em 1999. Em 2000 inaugurou com o reitor da Universidade de Brasília, Prof. Lauro Morhy, a Estante do Escritor Brasiliense, na Biblioteca Central da UnB, com a participação de mais de 200 autores.Estudioso da História e da Literatura da Bahia e de Brasília-DF. Descendente de família de escritores, dos quais se destacam Autran Dourado, Ângelo Dourado, Alzira Dourado e o cartógrafo português Fernão Vaz Dourado,entre outros. Concluiu pós-graduação em Gestão Pública na Escola de Governo do Distrito Federal em Convênio com a ONU.

JOÃO BOSCO BEZERRA BONFIM(1961)

O poeta João Bosco Bezerra Bonfim nasceu no sertão do Ceará, em 1961, e reside em Brasília desde 1972, onde trabalha também como Consultor Legislativo. É graduado em Letras (UnB, 1986), Mestre (UnB, 2000) e Doutor em Linguística (UnB, 2009), com tese sobre a arte verbal do cordel.

NILSON RUTIZAT(1989)

Nilson Rutizat, nascido em Arame - MA em 01 de novembro de 1989. Mudou para Cajazeiras - PB em 30 de dezembro de 2008, onde viveu ate dezembro de 2011 se mudando para Sousa - PB onde vive ate hoje. Desde cedo gostou de ler e escrever, Publicou 3 livros "De repente amor" "O homem que fez o diabo chorar" e "Um amor de cordel". Hoje mantem vários perfis em diversos sites onde escreve a respeito de inúmeros assuntos, exemplo de: http://maniadefofocar.blogspot.com.br/ , http://loucosporcordel.blogspot.com.br/ , http://www.recantodasletras.com.br/autores/nilsonrutizat e outros.

SEPALO CAMPELO(1944)

Sepalo Campelo é potiguar, nascido em 1944. Estreou no cordel em 1985, com o folheto “O Rio que Nós Amamos”, trabalho premiado no I Concurso Estadual de Literatura de Cordel, promovido pela Casa de Cultura São Saruê, em convênio com a FUNARTE. A este seguiram-se “A Copa Oitenta e Seis das Oitavas de Final”, “Vila Isabel, do Barão a Noel Rosa” e “Zemanhof, O Homem que Inventou uma Língua para o Mundo”. Membro-fundador da ABLC, ocupa a cadeira nº 6, patronímica de Francisco Guerra Vaz Curado.

ARLENE HOLANDA

A cearense Arlene Holanda é cordelista, arte-educadora, designer, historiadora, ilustradora e produtora cultural. Nasceu no Vale do Jaguaribe, precisamente na comunidade rural Córrego da Areia de Limoeiro no Norte, Ceará. Com a obra Abismos, saudades e delícias (1995), principiou nas trilhas da literatura. Em 2006, publicou o primeiro livro infantojuvenil, intitulado O fantástico mundo do cordel, que recebeu o selo “Altamente Recomendável” da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Do convívio, na infância, com a fauna e flora sertaneja, a cultura local, apreciando duelos de repentes, infundiu suas produções poéticas, como por exemplo, Aves do Sertão que retrata os pássaros sertanejos: canário, currupião, anum, tetéu, sabiá, graúna, alma-de-gato, cabeça-de-fita, etc. publicada pela Fundação Demócrito Rocha (FDR). Rememorando aspectos da cultura, com a tradição oral, lendas litorâneas e do folclore, publicou Ciranda (2011). O bode, majestade do sertão nordestino, por sua resistência à seca e adequação à caatinga, é o personagem do seu livro Yoiô: o bode celebridade, personalidade famosa e pitoresca de Fortaleza, que chegou a ser candidato a vereador em consequência da irreverência do povo cearense, figura tão querida que depois de morto foi empalhado e está no Museu do Ceará. Também biografou um dos precursores do repente no sertão paraibano em Inácio: o cantador-rei da catingueira. Nesta recente publicação (2014), ela apresenta biografia romanceada de Inácio de Catingueira, menino escravo, que deixou sua história na boca do povo, como memória cultural coletiva, conectando tradições orais, eventos documentados e informações oficiais, trazendo traços da cultura de um povo renegado pelo racismo e pelo preconceito. Saco de Mentiras, paixão de verdade resgata conto da oralidade popular recolhido por Câmara Cascudo, O couro do piolho. Transitando em diversos gêneros (poesia, cordel, conto, romance) e oferecendo múltiplas possibilidades de temas transversais, apresentamos parte de sua.

IVALDO BATISTA

Por intermédio do escritor e cordelista, Ivaldo Batista, o município de Salgueiro vai ganhar as páginas de um livro de cordel no próximo ano. Ivaldo é o idealizador do projeto “Minha Cidade em Cordel”, cuja finalidade é explorar de forma sintetizada, através de versos,quase todos os municípios pernambucanos. Com o apoio da editora ‘Coqueiro’, o cordelista vai iniciar o projeto pelas cidades do Sertão pernambucano. Batista já escreveu um livro de cordel até para a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, em homenagem aos seus 100 primeiros dias de mandato. A obra está preservada no Arquivo Histórico Nacional, em Brasília. Em visita a redação do blog de Alvinho Patriota na manhã desta quinta-feira (14), Batista disse que deseja lançar os cordéis sobre Salgueiro, Serrita, Granito, Exu, Bodocó e outros municípios da região, durante a 42ª edição da Missa do Vaqueiro, no ano de 2012, e nos festejos em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga, na cidade de Exu. O escritor está em Salgueiro desde o último dia 12, colhendo informações para começar o trabalho. “Todas as cidades do Sertão terão um cordel escrito por mim. Na Missa do Vaqueiro do próximo ano e na festa do centenário de Luiz Gonzaga, em Exu, haverá o lançamento desses cordéis”, detalhou Ivaldo. A meta do cordelista e escritor é confeccionar cordéis sobre 194 municípios pernambucanos num prazo máximo de 2 anos. “No primeiro ano nós vamos contemplar algumas cidades escolhidas pela sua importância na área regional. No Sertão nós elegemos dez, quinze cidades. No Agreste: Garanhuns, Caruaru, entre outras, e no ano seguinte a gente completa o projeto”, informou o escritor, que está aproveitando a visita ao município de Salgueiro para distribuir alguns de seus livros em instituições públicas, como bibliotecas e escolas, para socializar a leitura. As obras de Ivaldo não se resumem apenas ao cordel, o escritor nascido em Carpina, morador da Região Metropolitana de Recife, também é autor de livros publicados pela editora ‘Bagaço’, como “Abenção, Meu Padim Pade Ciço”, “Sete dias na Capital do Forró” e “Recife, uma fantasia para o mundo”. Ivaldo é formado em História pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Bacharel em Teologia pelo STBNB e Pós-graduado em História de Pernambuco. Atua há 16 anos com ensino Fundamental e Médio na Rede Oficial de Ensino, sendo diretor da Escola Padre Aurino Caracciolo, da cidade de Jaboatão dos Guararapes.

JORGE CALHEIROS

Em matéria de falar, o mestre cordelista Jorge Calheiros é imbatível. E o impacto da sua presença é ainda maior, especialmente quando ele garante que, apesar dos seus 70 e poucos anos de idade, sabe de cor as mais de 200 estrofes das 96 edições de cordéis de sua autoria. Com um repertório tão vasto, é compreensível que seja tomado pelo desejo de compartilhar tais histórias. Homem de riso fácil e de palavras na ponta da língua, Jorge faz questão de resgatar o seu passado, lembrando a infância pobre que não lhe permitiu frequentar a escola. “Meu filho, o dinheiro não dá. Você ou come ou estuda. Das duas uma”, conta ele, rindo, ao repetir o argumento de seu pai. Embora as dificuldades tentassem estancar a sua vocação, seu talento se sobressaiu. Ainda garoto, por volta dos 10 anos, ajudava ao seu pai e aos três irmãos a catar madeira no meio da mata para fazer carvão, depois vendido no comércio de Pilar. A lenha recolhida por eles era o único meio de sustento da família. Dos oitos filhos, apenas Zilda, a irmã mais velha, teve a oportunidade de estudar. Ela assumiu o compromisso de repassar tudo o que aprendia aos irmãos. Cansados, depois de um dia de trabalho, nem todos tinham o mesmo ânimo para aprender a ler e a escrever. Jorginho era a exceção. O caçula aguardava ansioso, toda a noite, as aulas particulares com Zilda. “O meu lápis era uma pedra de carvão e o terreiro de barro era o caderno. Foi assim que eu aprendi a fazer o meu nome e o mundo acabou de me ensinar o jeito de viver”, rememora. Foi naquela época em que teve o primeiro contato com a literatura de cordel. Ao redor de uma fogueira, à noite, os meninos se reuniam para assistir, fascinados, contações de histórias. “Ficávamos todos atentos, escutando e dando risada. Às vezes, quando a história era grande, passava-se até uma semana lendo um só livreto. Todos curiosos para saber o que ia acontecer no final”, conta. Foi daí que surgiu o seu interesse por esse gênero literário, e, após algumas tentativas, foi percebendo a facilidade que possuía para escrevê-lo. “O que não é nada fácil”, pontua. Quando o talento se sobressai Com familiaridade crescente com a literatura oral, era natural que Jorge acabasse tendo vontade de desenvolver sua própria produção poética. No entanto, a urgência de ter seu ganha pão o obrigou a abdicar do seu talento. Aos 11 anos, trabalhou, com carteira assinada, na construção do Edifício Brêda. “Juntava os pregos, pois não podia fazer outra coisa”. Aos 12, foi empregado de uma fábrica de tecidos em Fernão Velho. Em busca de melhores condições de vida, o mestre cordelista tornou-se um “andarilho”. Trabalhou em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Sobre esse período, ressalta com orgulho o fato de ter sido considerado um dos melhores marceneiros de Maceió. Mas com o peso da idade chegando, o seu corpo já não dava mais conta de certas atividades. “Foi quando não deu mais, nem pra vigia. Ninguém queria mais fichar um cabra de 60, 65 anos.” Mesmo que tivesse exercido ofícios que o afastava da sua derradeira paixão, Jorge nunca deixou de produzir os seus folhetos de cordel. Duvidando da qualidade do material e com receio de cometer gafes, caso os apresentasse em público, Jorge guardava seus escritos para si mesmo. Foi assim até que, numa dessas suas andanças pelo País, fez amizade com um cordelista que iria se apresentar durante um festival de poesia em Aracaju. “Conversando com ele comentei que achava bonito o cordel, tinha alguns já escritos, mas não possuía coragem de subir no palco. Ele me disse: ‘Se você nunca arriscar, não saberá se tem alguma coisa que preste’. Pedi para que ele conseguisse um espaço pra mim na programação. E lá mesmo me apresentei pela primeira vez. Tremendo, eu subi e recitei. O povo me aplaudiu e foi muito bom”, recorda.Daquele dia em diante, Jorge deixou de lado a sua insegurança e começou a divulgar o seu trabalho entre amigos e conhecidos. “As pessoas liam e gostavam dos meus cordéis. Aí eu pensei: Não vou mais procurar outra coisa, e já que trabalhar não vai dar mais, vou continuar escrevendo”, conta. Hoje, ele contabiliza cerca de 100 edições dos livretos. Entre os mais conhecidos, estão Maloqueiro Zé Catacra, Conselho de um Velho Pai, O Pobre e a Medicina e Brigas de Amor. Mas o reconhecimento do seu trabalho, ressalta o artista, veio aos poucos. O cordel O encontro de Tancredo com seu Pedro lá no Céu foi contemplado na categoria melhor crítica política, num prêmio concedido pelo Estado de Minas Gerais. O livro trata da ditadura militar e tece uma crítica sobre esse regime político. Sempre modesto, comenta: “Não sei se eu tenho capacidade de escrever uma história como aquela novamente, ficou muito boa.” Pelo conjunto do seu trabalho e pelo papel que desempenha na preservação da cultura oral nordestina, através dos seus cordéis, Jorge Calheiros foi agraciado em 2011 pelo Registro de Patrimônio Vivo de Alagoas (RPV/AL). E em 2010, a história do Matuto Zé Cará foi adaptada para o cinema, no curta-metragem alagoano narrado pelo próprio cordelista e ilustrado em forma de animações criadas pelo artista plástico Weber Bagetti. O cotidiano como inspiração. Gênero literário popular, também conhecido no Brasil como folheto, os cordéis são frequentemente escritos em rimas e possuem forte vínculo com a oralidade. Ao contrário do que se acredita, a construção narrativa dessas histórias vai além da aparente simplicidade dos seus versos. Conforme explica Jorge Calheiros, o bom cordel deve seguir uma métrica, como a sextilha, martelo galopado, martelo 30 por 100 entre outras. “A música sertaneja, por exemplo, é uma espécie de cordel. Se não tiver na sextilha, que é a métrica, jamais existiria a música sertaneja. Os folhetos têm a obrigação de serem recitados em dez ritmos diferentes. Se tiver uma letra a mais ou a menos, não será possível cantá-lo em ritmo de toada, um xote, embolada. O cordel só canta se tiver correto. Por isso, reviso umas 20 vezes os meus textos para que não fiquem fora da métrica”, conta ele, revelando sua fórmula. Literatura de Cordel . Os cordéis são frequentemente escritos em rimas e possuem forte vínculo com a oralidade (Imagem: Divulgação) A inspiração para os causos narrados em seus livros surgem dos fatos que presencia no cotidiano. Como forma de não esquecer o que lhe chama atenção, costuma anotar tudo num caderninho sempre à mãos. “Certa vez, numa brincadeira, criei a história Mulher Feia, dedicada à minha esposa”, conta. Na primeira estrofe do folheto, lê-se: Me chamo Jorge Calheiros poeta do Clima Bom Na casa 49, encostada a Mãe do John Mais feio do que Chico Lopez cantando fora do tom Minha mulher mais feia na boca só tem um dente Já nasceu com um peito só parecendo uma serpente O satanás veio pegou ela e me devolveu novamente Não à toa, sua mulher não levou a brincadeira na esportiva, rendendo-lhe alguns “aborrecimentos”. Paixão. Pai de oito filhos, o mestre cordelista confessa que gostaria de que algum deles se interessassem em produzir literatura de cordel. E ainda que não demonstrem tal inclinação, sente-se orgulhoso por tê-los dado a oportunidade de concluir os estudos. “Tenho filho professor, administrador, enfermeiro etc. Graças a Deus eles puderam frequentar a escola”, diz.Com o intuito de preservar a tradição da cultura oral, Jorge corre atrás de parcerias para desenvolver um projeto social, cujo propósito seria ensinar a crianças de rua a escrever e recitar cordéis. Ele também busca patrocínio para publicar três novas coletâneas de sua autoria. “Desejo imprimir esse material, mas não consigo por conta própria, porque o dinheiro é pouco. Mas estou batalhando”, afirma, sem aparentar desmotivar-se. Jorge só fica incomodado com a falta de espaço exclusivo para a divulgação da cultura popular alagoana. “Eu tive sorte do povo ter me acolhido. Eu agradeço muito por isso. Mas os órgãos oficiais têm que divulgar mais. Eu vejo eventos que tem tanta coisa e não aparece um poeta, um cordelista”, observa. Mas o pior mesmo, disse o poeta, é quando alguém não dá valor aos seus versos. Antes da entrevista ser finalizada, ele fez questão de ressaltar aquela que é uma de suas maiores paixões: Pilar, cidade situada 34km de Maceió.

AMARO PAULO DIAS (1934)

nasceu em 21 de setembro de 1934, no sítio Paquivira, município de Taquaritinga do Norte, estado de Pernambuco. Filho do casal de agricultores Joaquim Dias de Miranda e Severina Maria da Conceição. Residiu na Paquivira até os vinte anos de idade, mas em virtude das dificuldades de arranjar trabalho naquela época viajou para São Paulo em busca de sobrevivência, onde permaneceu até os vinte e oito anos de idade. Casou-se em 1965 com a brejeira Cleonice Gonçalves com quem vive até hoje. Desse casamento nasceram sete filhos: Claudenice (professora), Cloves (Tody, ex vereador), Carlos, Claudio, Claudemir, Clécio Dias (também poeta) e Cleber. Em São Paulo, iniciou sua carreira de violeiro-repentista. mas o sentimento de saudade da terra natal aflorou e ele voltou à Taquaritinga do Norte. Em 1963 fez parte do programa "A Voz do Sertão" na Rádio Difusora de Caruaru ao lado José Vicente da Paraíba e Aristo José dos Santos, ambos falecidos. Em 1968 foi morar em Campina Grande onde substituiu, por um bom período, o repentista José Gonçalves (já falecido). Nessa época, Amaro Dias fez dupla com Cícero Bernardes, já falecido. Nesse mesmo ano, foi residir em Pesqueira onde apresentou, ao lado de José Vicente da Paraíba e o cantador José Andorinha, um programa de cantoria. Em Belo Jardim, na Rádio Difusora Bituri, apresentou outro programa de violeiros ao lado de Manuel Pedro Clemente (poeta cego) e Manoel Paulino. Anos depois, se mudou para Santa Cruz do Capibaribe e criou o Programa Violeiros do Vale, na Rádio Vale do Capibaribe, programa que entrou no ar no mesmo dia em que a própria rádio (29 de dezembro de 1985). Neste programa, cantaram com ele José Bonifácio, José Luiz, Heleno Severino, Francisco de Assis, Roberto Queiroz, Louro Branco, Francisco de Assis, Zé Vicente da Paraíba, Paulo Jorge e Moreira do Caldeirão, entre outros., no entanto também cantou com Ivanildo Vila Nova, Oliveira de Panelas, João Furiba, Manoel Basílio, Raimundo João, Laranjinha, entre tantos outros. Em Pesqueira, participou de um programa na TV Pernambuco representando a cidade. Participou dos primeiros congressos de violeiros realizados em Campina Grande, tendo, inclusive, um de seus versos publicados num livreto sobre cantoria escrito por Bráulio Tavares, quando cantou com Manuel Pedro Clemente num congresso de violeiros em 1975. Em 2008 fez uma bela apresentação na Rede Globo de Televisão cantando as belezas e o abandono do Rio Capibaribe, tendo sido entrevistado pelo famoso jornalista Francisco José.Dentre os poemas que escreveu destacam-se: A morte de Zé Jorge, em parceria com Zé Vicente da paraíba, Teu aniversário, A morte de Heleno Severino, A mãe desapareceida, entre outros. No entanto, sua marca foi sempre os versos improvisados, com os quais se destacou em cantorias e congressos. A seguir, faz-se necessário trancrever alguns dos muitos versos improvisados pelo poeta Amaro Dias pelo Nordeste afora. Ceta vez, na ocasião, cantava com Zé Vicente da Paraíba num bar de um cidadão chamado Pinta-Cega, quando de repente chegou um funcionário da Cande (fábrica de Campina Grande) na Praça da Bandeira. Vale lembrar que a nota de cinco cruzeiros, na época, tinha a imagem de Tiradentes e os cantadores ficaram desejosos pela contribuição do funcionário da Cande. Zé Vicente terminou um verso da seguinte maneira:

PAULINHO DE CABACEIRAS

Oito títulos de folhetos de cordel, do Poeta Cabaceirense Paulo Sérgio Guimarães de Aguiar Campos, foram revertidos para o Sistema Braille pelo Centro de Integração e Apoio aos Deficientes Visuais e Auditivos-CIADEVA de Taboão da Serra, município do estado de São Paulo governado pelo médico, também, cabaceirense Evilásio Cavalcanti de Farias. A idealizadora do projeto foi a pedagoga Jurema Dantas que é diretora da retromencionada instituição. Paulinho de Cabaceiras é o primeiro poeta paraibano e o segundo no Brasil a ter seus cordéis escritos em Braille, uma vez que a primeira edição de literatura de cordel em Braille no Brasil foi realizada no ano de 2005 em João Pessoa, reunindo dez títulos do escritor, poeta e cordelista pernambucano Marcos di Aurélio. Os folhetos em Braille de Paulinho de Cabaceiras e de Marcos di Aurélio, são uma releitura de outros textos já publicados na versão tradicional, permitindo dessa forma que o deficiente visual tenha contato também com a nossa cultura popular. Segundo Marcos di Aurélio, o Rei D. João V de Portugal no início do seu reinado lançou mão de uma lei Imperial, determinando que a venda de folhetos de cordel fosse exclusividade comercial para os cegos e mesmo havendo uma grita enorme dos livreiros da época, Sua Alteza não revogou o tal Decreto e mesmo depois da sua morte essa lei perdurou por mais de 100 anos em Portugal. Reconhecendo que os cegos foram verdadeiros guardiões da referida literatura, Marcos di Aurélio resolveu verter para o Braille algumas das suas obras, devolvendo aos deficientes visuais uma vertente literária que através dos séculos fez parte de suas vidas, sendo agora acompanhado pelo poeta cabaceirense que é membro do Instituto Histórico e Geográphico do Cariry Parahybano, da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço e Correspondente da Academia Mageense de Letras/RJ, no momento exercendo a função de Chefe da Divisão de Cultura da Prefeitura Municipal de Cabaceiras, de onde recebe apoio para a publicação dos seus trabalhos literários, através da Secretaria de Educação, Cultura e Desportos. Em breve publicaremos alguns de seus cordéis em nosso blog. É aguardar! Paulo Sérgio Guimarães de Aguiar Campos - Paulinho de Cabaceiras - é poeta, cordelista, compositor, dramaturgo e historiador.

CLEYDSON MONTEIRO (1986)

Poeta, declamador, escritor, compositor, colunista cultural, membro da ATLAs – Academia Timbaubense de Letras e Artes, da SPVMT – Sociedade dos Poetas Vivos e Mortos de Timbaúba, FUNJADER – Fundação Jader de Andrade e UNICORDEL – União dos Cordelistas de Pernambuco. Nascido em 09 de fevereiro de 1986 em Timbaúba, zona da mata norte de Pernambuco, de onde retira a essência para a composição de suas obras que abrangem do popular ao clássico. Idealizador do Projeto Viva Cordel (2003) que profere minicursos e presta assessoria na aplicação de projetos destinados a difusão da Literatura de Cordel e Poesia Popular em escolas de Pernambuco e outros estados do nordeste. Além de apreciador e praticante das pelejas cibernéticas, mantém parcerias com vários canais de televisivos ligados a propagação da cultura nordestina, sendo também um dos autores da carta intitulada “O Manifesto do Juazeiro” em defesa da Literatura de Cordel feita em Juazeiro do Norte – CE em 2005. Avivado pelo senso crítico presente em sua obra, têm trabalhos citados em palestras, pesquisas e dissertações acadêmicas; contribuindo de maneira incisiva para a difusão da poética popular cordelina do nordeste brasileiro.

MARCO HAURÉLIO (1974)

Marcus Haurélio Fernandes Farias, natural de Ponta da Serra, município de Riacho de Santana no sertão baiano o poeta popular, folclorista, revisor e selecionador de textos para editoras brasileiras, palestrante, homem da palavra, que transita entre a teoria e a prática da literatura popular, nasceu no dia 05 de julho de 1974. Licenciado em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus VI – Caetité. O autor faz uso de seu conhecimento acadêmico, sem deixar de lado sua verve poética. Lança-se no mercado editorial brasileiro trabalhando com adaptações dos grandes Clássicos da Literatura, a exemplo da obra Lucíola de José de Alencar, A megera domada, de William Shakespeare, e O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, uma das obras ganhadoras do Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010, do Ministério da Cultura, na categoria Produção (livros e CDs) Sua produção de aceitação nacional, o faz reconhecido no campo dos estudos folclóricos e da literatura de cordel, tornando-se um dos escritores que desenvolve parcerias com grandes nomes da poética e da critica literária, bem como do jornalismo culto, a exemplo de Jô Soares. Vários dos livros de sua autoria foram selecionados por programas de governo, como o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), do Ministério da Educação, desenvolvido desde 1997, com o objetivo de promover o acesso à cultura e o incentivo à leitura de alunos e professores por meio da distribuição de acervos de obras de literatura, de pesquisa e de referência, Apoio ao Saber e Salas de Leitura, do Estado de São Paulo, Minha Biblioteca, da prefeitura paulistana, Leitura para a Cidadania, promovido pela Paulus Editora e o Programa Itaú Social. Nesse sentido, suas obras circulam o país atingindo e formando leitores em todas as faixas etárias. O poeta-escritor recebeu forte influência da poesia de Leandro Gomes de Barros poeta paraibano radicado no velho Recife, Minelvino Francisco Silva e Rodolfo Coelho Cavalcante, Manoel Pereira Sobrinho e Delarme Monteiro da Silva. É também o idealizador da coleção Fábulas do Brasil em Cordel, da editora Leya. É colaborador do Centro de Estudos Ataíde Oliveira, da Universidade do Algarve, Faro, Portugal.

ALFRÂNIO GOMES DE BRITO (1959)

Alfrânio Gomes de Brito, nascido no dia 10 de agosto de 1959, em Serra Branca – PB. Filho de Antônio Gomes de Brito Neto, natural de Brejinho - PE no sertão do Pajeú, e Maria do Carmo da Costa Brito, natural de Alagoa Grande no brejo paraibano. Reside atualmente em Campina Grande – PB. Casado com Maria do Socorro Vieira de Brito, natural de Campina grande, com quem teve três filhos: Alline Muriel Vieira de Brito, Áthilla Davidson Vieira de Brito e Ackylles Augustus Vieira de Brito. É Desenhista na Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, onde também cursa Letras. Começou a compor versos ainda no verdor da mocidade, influenciado pelos repentistas e emboladores de coco da sua região – muito embora tenha lido alguns poetas mais aprimorados nas letras, a exemplo de Augusto dos Anjos, Casimiro de Abreu, Tomás Antônio Gonzaga, Castro Alves, entre outros. Todavia, sua grande paixão é pelos versos do cancioneiro popular nordestino: as grandes criações dos repentistas, dos vaqueiros cantadores, emboladores de coco, poetas declamadores, poetas cordelistas, apologistas, etc.

É sempre visto na companhia do poeta popular José Laurentino, de quem se diz ser fã incondicional, e com quem firmara parceria, declamando em algumas cantorias de repente e eventos afins. Publicou alguns trabalhos em parceria com o poeta cordelista Manoel Monteiro – membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), e expõe seus poemas, sonetos e cordéis no seu blog: http://alfrapoemas.blogspot.com/, sempre aberto a quem se interessar possa pelos seus trabalhos.

MANOEL CÂNDIDO DA SILVA (1922)

Nasceu em Piancó, Paraíba, aos 10 de setembro de 1922. Depois de ser poeta popular, vendedor de folhetos e ourives, atualmente é pastor evangélico. No tempo em que vendia folhetos pelas feiras, foi muito querido pelos poetas, seus colegas e pelo público em geral. Reside na rua Alto do Aracaju, nº 299, Propriá, Sergipe. Entre suas obras, destacam-se: Jônatas e Mauriéia, Edgar e Estelita, Risoleta e Juvino e Manassés e Marili. ( MANOEL CÂNDIDO, nos acrósticos ) nasceu em Piancó, PB, aos 10 de setembro de 1922, e faleceu a 22 de agosto de 2005, após um longo período internado. Foi poeta popular, vendedor de folhetos e ourives e, depois, pastor evangélico. No tempo em que vendia folhetos pelas feiras, era muito querido por seus colegas poetas e pelo público em geral. Residia à Rua Alto de Aracaju, 229, em Propriá, Sergipe. Segundo informação do vate sergipano, João Firmino Cabral, Manoel Cândido faleceu recentemente. Entre suas obras, destacam-se : Jônatas e Mauricéia, Edgar e Estelita, Risoleta e Juvino, Manassés e Marili.

JOÃO LUCAS EVANGELISTA (1937)

Nasceu em 6 de maio de 1937, em Crateús, Ceará. Aos 19 anos, abandonou todas as outras atividades para viver somente de literatura de cordel. Tem mais de 60 trabalhos publicados, entre poemas, folhetos e romances, todos de grande aceitação popular, tendo também gravado dois discos de poemas populares. Além de poeta, é compositor, cantor, violonista, pintor e sócio da U.P.I. (União dos Profissionais da Imprensa). Viveu durantes muitos anos em Taguatinga do Norte, Distrito Federal, usando como transporte uma perua, transformada em biblioteca volante da cultura popular, a qual era equipada para ser sua hospedagem e palco de trabalho. Participa ativamente na divulgação da poesia popular, fazendo palestras e seminários em escolas de todos os níveis. Hoje, reside em sua cidade natal.

NATANAEL DE LIMA (1922)

Natanael de Lima nasceu aos 11 de janeiro de 1922, na então vila de Fagundes, no Planalto da Borborema na Serra do Bodopitá, atualmente cidade da região metropolitana de Campina Grande, Paraíba. Este paraibano, de família pobre, começou a vida como um agricultor enfrentando a dura lida no cultivo da terra. Não teve acesso ao ensino formal e ainda jovem, aos 18 anos (1940), cantava emboladas, mas em 1942 comprou uma viola, influenciado pelo repentista Manoel Fabrício da Silva (Asa Branca), com quem formou dupla e ficaram conhecidos. Aos 24 anos (1946), publicou seu primeiro livro, O Brasil em decadência, posteriormenteZuzu e Carmelita, Josino e Nestorina, João sem Direção, Genival e Belinha e muitos outros. Em seus cordéis, ele usava o acróstico NDELIMA. Foi premiado em primeiro lugar cantando no programa Onde está o poeta, de Almirante (1950), na cidade do Rio de Janeiro, onde ganhou um prêmio, desafiando seis poetas cantadores na sala de espetáculo João Caetano. Ao retornar à Paraíba, passou a trabalhar como carpinteiro, na construção civil, deixando de lado a poesia.

JOSÉ LAURENTINO(1943-2016)

Naturalidade: Puxinanã – PB. Atividades artístico – culturais: Poeta, cordelista e escritor. Nascimento: 11 de abril 1943 / Falecimento: 15 de setembro 2016. Livros publicados: Coletânea Poética de Zé Laurentino; Sertão, humor e Poesia/5 edições (1990); Poemas, prosas e glosas (1988); Meus Versos Feitos na Roça; Carta de Matuto; Na Cadeira do Dentista; Poesia do Sertão; Dois Poetas Dois Cantares (Parceria Edvaldo Perico); A Grande História de Amor de Edmundo e Maria (Cordel); Poemas, Prosas e Glosas [1988]. (Maria do Socorro Cardoso Xavier). E Balada de um poeta cego. José Laurentino, ou Zé Laurentino nasceu no Sítio Antas em Puxinanã. Ele começou a fazer seus primeiros versos aos 12 anos de idade. Sua mãe gostava muito de ler cordéis, e cantava as histórias contidas na literatura de Cordel. Como estudante, foi representante de classe, e demonstrou uma certa liderança. Ele foi presidente do Grêmio Estudantil do Ginásio Comercial Plínio Lemos. Zé Laurentino recebeu influências do poeta Zé Prachedes, (Cerro Corá/ Rio Grande do Norte) e Zé da Luz, poeta paraibano nascido na cidade de Itabaiana, no Vale do Rio Paraíba. Segundo ele, foi com estes mestres que aprendeu alguma coisa no mundo da poesia popular. O artista foi agricultor, plantador de batatinha até o ano de 1975, e conseguia conciliar a vida na agricultura e poesia. Nos dias de folga aproveitava e ia para a cidade de Campina Grande se apresentar nos programas de rádio, mais precisamente no Programa Retalhos do Sertão e Manhã Sertaneja. No ano de 1972, Laurentino entrou na política, e se candidatou a vereador, e foi eleito sendo o segundo mais votado. Nos palanques recitava os versos, impressionando o público com um dos seus primeiros poemas, “Retorno à casa Paterna”. A primeira vez que José Laurentino apresentou-se em um palco foi no primeiro Congresso Nacional de Violeiros, evento que aconteceu no Teatro Severino Cabral de Campina Grande, no ano de 1974, ele diz “ Foi ali que eu apareci mesmo, e fui me tornar notado”. José Laurentino foi desenvolvendo sua criação poética e não parou mais, ele tinha uma inteligência por demais privilegiada, e colocava a serviço do seu povo, fazendo rir e tirando lições dos acontecimentos, e cotidiano caipira. Nas suas apresentações conseguia prender a atenção do público, ao declamar suas poesias matutas, cascateadas de humor caboclo. O escritor exerceu a função de presidente da Casa do Poeta Repentista de Campina Grande (Casa do Cantador) por mais de uma vez. Foi Membro da Academia de Letras de Campina Grande. Fez várias parcerias ao longo de sua carreira. Com Tião Lima gravou dois CDs e com o poeta Edvaldo Perico escreveu “Dois poetas, dois Cantares”. No começo dos anos 2000, representou o Brasil em um congresso sobre latinidade em Santiago de Compostela, na Espanha. Devido a um sério problema de catarata, José Laurentino ficou cego durante três anos. O poetinha, como também era conhecido, para os amigos mais chegados, suportou com muita paciência os momentos sem enxergar. Porém muitas vezes ficava angustiado, mas não desistiu da sua arte, ele continuou criando lindos versos. O poeta relembra o momento tão difícil quando ficou sem a visão; “Foi de muita tristeza. Sentia falta da lua, das estrelas… Eu ia para a praia e não via o mar, não via as mulheres. Eu fiz até um soneto intitulado ‘Olhos Castanhos’ que diz: Eu não sei se lunar ou se solar, o eclipse que me apareceu. Eu só sei que o mundo escureceu, não avisto a terra, o céu e o mar. Só restou um bordão pra me apoiar e o ombro de um grande amigo meu que de graça a mim se ofereceu no momento em que eu mais precisar. Sinto inveja daquele vagalume que esnobe voeja no alto cume, tem luz própria e não dar luz a ninguém. Minha luz apagou-se o lampejo. Sinto pena de mim porque não vejo os dois olhos castanhos do meu bem.” Após a cegueira José Laurentino produziu a Obra “Balada de um poeta cego”. No ano de 2015, aos 72 anos, o poeta realizou uma cirurgia nos olhos, e para sua alegria voltou a enxergar. José Laurentino é considerado um dos maiores expoentes da cultura nordestina. Faleceu no dia 15 de setembro de 2016, em Campina Grande, aos 73 anos, vítima de uma câncer no fígado. E deixou um legado importante para a literatura paraibana. O poeta representa a essência do interior nordestino, a forma de viver o rústico, forte, telúrico e pândego ao mesmo tempo. Coletânea Poética de Zé Laurentino: Nesta obra estão reunidos mais de 200 poemas escritos durante a vida desse paraibano. “É um resumo de tudo que senti, de tudo que vivi, as saudades, as tristezas e as emoções ainda contidas dentro desse velho peito”, sintetizou o poeta. Nas 416 páginas da Coletânea estão os poemas mais conhecidos de Zé Laurentino, como Eu, a cama e Nobelina, O mal se paga como o bem, Mudança de Chico Bento, Esmola pra São José, Matuto no futebol, entre outros, publicados anteriormente nos seus nove livros.

JOÃO PARAIBANO(1952-2014)

Naturalidade: Princesa Isabel – PB. Nascimento: 1952 / Falecimento: 2014. Atividades artístico-culturais: Poeta popular, repentista.. João Pereira da Luz, mas conhecido como João Paraibano foi um poeta e repentista paraibano, que viveu muitos anos em Afogados da Ingazeira no Sertão Pernambucano. João nunca frequentou escola, mas sempre criou seus versos de improviso, foi um dos principais repentistas do país, e participou de dezenas de festivais pelo Brasil inteiro. João Paraibano é considerado por muitos apologistas e admiradores da cantoria e do repente, um dos maiores cantadores de repente no braço da viola. Sua grandeza fica ainda maior quando o tema refere-se ao Sertão, onde ao longo desses anos tornou-se especialista no tema. Entretanto, foi um grande poeta cantando tantos outros assuntos da cultura popular de improviso. O repentista foi ganhador de vários festivais de violeiros, com três participações no Fantástico pela Rede Globo de Televisão, juntamente com o poeta Sebastião Dias, e recentemente no final de 2010 fez a despedida do ex-presidente Lula com o poeta Valdir Teles. Este nobre poeta fez várias apresentações com diversos cantadores da viola, como, por exemplo: Ivanildo Vilanova, Sebastião da Silva, Sebastião Dias, Valdir Teles, Severino Ferreira, Severino Feitosa, Moacir Laurentino, Geraldo Amâncio, Raimundo Caetano, Nonato Costa e Raimundo Nonato (Os Nonatos), entre outros tantos gênios poetas do improviso. Sebastião Dias foi quem mais o acompanhou em congressos e cantorias “pé-de-parede”, por esse Brasil afora. O poeta certo dia estava em uma festa e devido a uma briga com sua esposa, por motivos de ciúmes, foi preso. Conta-se que quando se viu preso o poeta aos prantos e em estado de embriaguez, declamou os seguintes versos de improviso para o delegado: João Pereira da Luz faleceu em 1º de setembro de 2014 após passar 21 dias internado na UTI do Hospital Alfa, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, lutando contra uma infecção contraída durante o tratamento de um coágulo na cabeça surgido depois de um acidente em agosto. O poeta deixou esposa, três filhos e três netos. O corpo foi levado para Afogados da Ingazeira.

ESPEDITO SOBRINHO(1939-1981)

Naturalidade: Baixio – Ceará / Radicou-se na Paraíba. Nascimento: 1939 / Falecimento: 1981. Atividades artístico-culturais: Repentista, violeiro e poeta popular. Espedito Alves da Silva Sobrinho, popularmente chamado “Espedito Sobrinho”, natural da cidade de Baixio, no estado do Ceará, mas escolheu a cidade de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, como seu segundo lar. E foi em solo sertanejo que o repentista exerceu sua carreira artística, como também de radialista e homem público. O artista era muito querido pelos cajazeirenses e outros cidadãos das cidades vizinhas do Sertão Paraibano. Além de repentista, ele era conhecido pelas locuções em programas de radiodifusão sonora: Rádio Difusora de Cajazeiras e Rádio Alto Piranhas, ambas transmitiam em (Amplitude Modulada-AM). O repentista com sua voz inconfundível, lançou um disco em parceria com o poeta Lourival Batista. Além dos shows, Espedito animava os comícios da época, como o do político Bosco Barreto. O artista era autêntico, humanista, entre outras qualidades que lhe eram atribuídas. E acabou entrando na política exercendo o cargo de vereador. No final dos anos de 1970, ele foi o vereador mais bem votado, pelo partido do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro). Em 1981, o poeta dirigia um Opala próximo a cidade de Cajazeiras, quando se chocou com um carro tanque. O acidente tirou a vida do artista, aos 42 anos (1981), deixando para trás esposa e filhos. Espedito Sobrinho pode ser lembrado não só pelos discos que foram lançados ou em poemas escritos, mas pelos seus atos e virtudes, sobretudo pela plasticidade que o artista dispunha para compor e improvisar, principalmente na lembrança de todos aqueles que viram e ouviram, nas suas atuações, e que conheceram e apreciaram o seu trabalho, que não foram poucos, pois a sua memória perdura intensamente até a atualidade. O legado deixado pelo artista é de grande relevância à poesia popular nordestina. As lembranças de Espedito Sobrinho permanecem vivas para os seus admiradores. Respeitado em todo o Nordeste do Brasil pela capacidade que tinha de improvisar versos, sem a preparação prévia, em ocasiões festivas e encontros com outros repentistas, a exemplo de Lourival Pereira.

BELARMINO FERNANDES DE FRANÇA(1894-1982)

Naturalidade: Pombal – PB. Nascimento: 26 de dezembro de 1894 / Falecimento: 20 de março de 1982. Atividades artístico-culturais: Poeta, cantador e repentista. Belarmino Fernandes de França nasceu em Pombal, no sítio Várzea da Serra, no antigo distrito de Paulista (o qual foi elevada à categoria de cidade em 1961), era filho de Vicente Manoel de França e Maria Benvinda Fernandes. Seu Belo, como era carinhosamente conhecido, veio de uma família simples, como ele mesmo dizia em seus versos: “Lá em casa uns tinham rede / Outros dormiam no chão / Ou numa cama de varas / Sem coberta nem colchão / Mas ali ninguém ouvia / Nem reclamação… Mesa lá não existia / na hora da refeição / Todos ao redor da panela / Sentado em cepo ou no chão / Botava o prato entre as pernas / Comia à satisfação…”. Até aos 12 anos de idade nunca tinha ouvido falar em estudos, durante esse tempo dedicou-se somente ao trabalho no campo. Devido à um convite de um tio, passou 26 dias estudando com um professor particular, e só vindo estudar novamente com 22 anos, estudou num período de 19 dias, totalizando 45 dias de estudos formais, o resto aprendeu sozinho.Era detentor de uma memória fotográfica singular, tudo que lia ficava em sua mente, quando terminou o seu segundo período de estudos procurou ler de tudo: jornais, revistas, livros, cordéis, enfim tudo que tivesse letras. Descobriu os seus dotes para a poesia aos 13 anos de idade, surgido meio que por acaso, quando era dia de feira, ele sempre que tinha que tomar conta da casa, e preparando a comida, razão pela qual estava impedido de acompanhar a família.Começou sua carreira fazendo versos na feira da cidade. Depois, tornou-se um grande e respeitado poeta, cantador e repentista, vencedor de cantorias e de pelejas. Era ao mesmo tempo admirado e temidos pelos cantadores que com ele duelavam. Com tudo, nunca deixou de lado a sua profissão de lavrador e criador, de onde realmente tirava o sustento da família, já que cantava mais por amor à arte da poesia e do improviso. Autêntico repentista, imbatível em desafios, tocava viola e sabia cantar e descrever, magistralmente, em versos de improviso, os mais diversos assuntos, numa linguagem espontânea, poética e transparente. Estava sempre alegre e de bem com a vida, improvisando versos e repentes que representava os gritos da sua alma, a memória do seu povo, o ardente amor à natureza, o cotidiano da vida sertaneja, tudo inspirado, cantado e decantado em versos e prosas, legado que ficará para sempre na memória dos amantes da poesia popular nordestina. Ao longo da vida, como autodidata que era, adquiriu incomensurável cultura, para o que foram indispensáveis sua grande força de vontade, descomunal inteligência e fabulosa memória. E isto fica muito claro ao se ter conhecimento de depoimento seu, quando afirmou: “Tive apenas 45 dias de aulas. E o pouco que aprendi e do muito que hoje sei foi desembestado por conta própria, comigo mesmo. Entendo do Apocalipse, sei da passagem da Divina Comédia de Dante, sirvo-me de Aristóteles, de Cícero e de Péricles. Luís de Camões é gato de casa e Cleópatra a face da beleza que vespertinamente encontro no poente, em nuvens, ensanguentada”. Aos 83 anos de idade, cinco anos antes de sua morte, sentindo o peso da idade Belarmino improvisou: “Na mocidade sadia / O poeta é um herói / Mas lhe chegando a velhice / Definha e tudo lhe dói / O que a mocidade cria / Sempre a velhice destrói… A velhice nos corrói / Saúde, força e lembrança / O moço a tudo resiste / O velho com tudo se cansa / E é isto que está se dando / Com Belarmino de França”. Faleceu aos 88 anos de idade, com longevidade para os de sua geração. Morreu satisfeito. Isso por ter amado, sido amado, deixado uma prole, ter aprendido a ler e por ser portador de conhecimentos mil. Por ser poeta, cantador e repentista. Por ter legado ao mundo a sua poesia e o seu saber. E por ter dado sua contribuição à cultura do seu povo. Ou seja, satisfeito pela vida que teve. Berlarmino de França após uma visita a cidade vizinha de Patos, depois de trinta e um anos que ali estivera (antes de falecer, em 1958).

IRANI MEDEIROS(1961)

Naturalidade: Pombal – PB. Nascimento: 27 de novembro de 1961. Atividades artístico-culturais: poeta, escritor, biógrafo, pesquisador e filósofo. Nascido em Pombal (PB), Irani é professor da UFPB, poeta e pesquisador da cultura popular. Seus livros traduzem com clareza e riqueza de detalhes o universo da poesia sertaneja, resgatando a história dos pioneiros menestréis, divulgando com estilo e perspicácia, os detalhes e encantos de cada verso, de cada cordel, de cada repente, reavivando a memória e reativando o gosto pelo pelos nomes de expressão da poesia sertaneja. Dentre seus livros publicados contém diversas biografias de nomes importantes para a cultura regional. A exemplo de “Fabião das Queimadas – de Vaqueiro a Cantador” que foi um rabequeiro e poeta popular que nasceu escravo em 1848, na Fazenda de Queimadas, no atual município de Lagoa de Velhos. De acordo com o escritor e especialista em literatura norte-riograndense, Thiago Gonzada, Fabião foi responsável pela primeira manifestação literária negra que se tem registro em solo potiguar. Escreveu também a história do Cego Aderaldo e Cego Sinfrônio, no livro “Dois Cegos Cantadores”. Embalado pelas lembranças de criança quando se encantava com os diversos cantadores cegos, personagens conhecidos das feiras livres do sertão nordestino, o biógrafo Irani Medeiros lança esse livro, que é seu segundo. Nascido no Crato, interior do Ceará no ano de 1878, o “Cego Aderaldo” começou a cantar pelo sertão nordestino após um sonho no qual descobriu que sabia criar versos e tocar rabeca. Já Sinfrônio, nascido por volta de 1888, em Fortaleza, ficou cego com um ano de idade e viajou depois de moço por praticamente todo o Nordeste, sendo reconhecido como um excelente improvisador, mesmo sendo analfabeto. Além desses dois livros, Irani Medeiros conta com outros livros biográficos de personagens importantes da cultura regional, mas também livros de poesia, como o “Todas as Ilhas”. O autor também organizou a terceira edição de uma publicação que homenageia o paraibano Leandro Gomes de Barros, figura importante para a difusão do cordel enquanto literatura no país. O livro conta com textos sobre Leando escritos por Astier Basílio, João Martins de Ataíde, Arlindo Pereira de Almeida e Carlos Drummond de Andrade, que, de acordo com o editor da Patmos, Carlos Alberto Oliveira, chegou a considera-lo o maior poeta de sua geração.

ANTÔNIO EUGÊNIO DA SILVA

Antônio Eugênio da Silva, nasceu na região do brejo, no Estado da Paraíba (Chã do Campestre), Areia ou município de Esperança). Vive presentemente em Solânea, antiga Chã do Moreno, naquele Estado. É cantador. Escreveu, entre outras, as seguintes histórias mais conhecidas: História completa do Cavalheiro Roldão, Romance de Sandorval e Anita e A Vida de Maria Madalena.

VICENTE VITORINO DE MELO (16/11/1917)

O cordelista, cantador e astrólogo popular, Vicente Vitorino de Melo, nasceu no agreste pernambucano, na conhecida Princesa do Capibaribe, em Limoeiro, Pernambuco, no dia 16 de novembro de 1917 e radicou-se em outro município do Estado, Caruaru.Vicente foi cantador de viola até os 33 anos de idade (1950), passando a dedicar-se às três outras tradições populares do nordeste: o cordel, a astrologia popular e o almanaque. Em 1952, em Caruaru, lançou o Almanaque do Nordeste, publicação anual, impresso nas folheterias de cordel, visando os agricultores e chegando aos seus leitores por meio da feira e do rádio.Em 1948, publicou seu primeiro folheto cujo tema foi Frei Damião: O exemplo da asa branca profetizado por Frei Damião. O tema está presente em mais dois cordéis de Vicente: Exemplo da crente que profanou frei Damião e Horrores que a Asa Branca traz profetizado pelo Frade Frei Damião (publicado em 1948, em Caruaru, Pernambuco e reeditado no ano de 1954, em Campina Grande, Paraíba. Neste trabalho, o poeta atribui ao baião Asa Branca (1947), de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, a causa de muitos desastres naturais, por entender que a canção faz apologia ao inferno e a satanás (HAURÉLIO, 2011; NÓBREGA, 2012).

PEDRO PAULO PAULINO(1967)

Nascido no ano em 1967, é poeta cordelista, com vários folhetos publicados e participação em diversos livros e outras publicações, como jornais, revistas e

internet. Mantém o blog VILA CAMPOS ONLINE de Informação e Cultura Regional. Jornalista prático e escritor, é profissional em artes gráficas. Reside em Vila Campos, zona rural do município de Canindé, Estado do Ceará.

JOÃO FIRMINO CABRAL (1940 –2013)

No primeiro dia de janeiro de 1940, nasce João Firmino Cabral em Itabaiana, Sergipe e morreu no dia 01 de fevereiro de 2013. Filho de Pedro Firmino Cabral (cantador de feira e embolador) e Tercília da Conceição (roceira). Seu pai foi repentista e sustentou a família cantando embolada nas feiras de Itabaiana/SE, Pernambuco, Paraíba e Ceará. Morreu quando o filho contava com 11 anos de idade e, João Firmino passou a ser criado pelo repentista Manoel de Almeida Filho, um nome de destaque na literatura de cordel em Sergipe e no Brasil. Aos 14 anos de idade já estava vendendo os clássicos livretos de literatura de cordel de autoria de Manoel de Almeida, onde o cordelista instalava seu pequeno serviço de alto-falante na proximidade do relógio do Mercado Antônio Franco e ficava cantado suas obras. No mesmo local, outros poetas da época marcavam presença na área na venda de seus trabalhos, a exemplo de Pedro Armando dos Santos, falecido há mais de 30 anos, Genésio Gonçalves de Jesus, José Aristides e outros.Aos 16 anos, após pedir consentimento a Manoel de Almeida, parte para a cidade de Alagoinhas, na Bahia, para vender folhetos da literatura de cordel, onde aluga um pequeno quarto e, ao retornar, resolve fazer seus folhetos.O título do seu primeiro folheto impresso na cidade de Alagoinha, na Tipografia Comunista Vanguarda, foi “As bravuras de Miguel o valente sem igual”. Como não sabia como era o processo de impressão, recebeu a ajuda de um dono da gráfica que fez uso de um clichê já utilizado em outra impressão para ilustrar a capa do folheto. No livro havia mais erros ortográficos do que acertos; mesmo assim, vendeu bem seu trabalho na cidade baiana.Tem como segundo folheto “A Profecia Sagrada do Padre Cícero Romão” e, para desenvolver o trabalho poético, fez uso das muitas histórias que sua avó e sua mãe contavam sobre o padre. O livro foi revisado e impresso em Aracaju, precisamente, na então Tipografia J. Andrade, hoje uma das mais qualificadas gráficas de Sergipe.Em Aracaju, viveu exclusivamente da literatura de cordel e manteve a única banca fixa de folhetos cordelianos de Sergipe, localizada na Passarela das Flores do Mercado Antônio Franco, onde frequentemente recebia com carinho poetas sergipanos e de outros Estados, como também estudantes, professores, pesquisadores e turistas do Brasil e do mundo. Já escreveu diversos folhetos educativos a pedido de escolas e entidades públicas e privadas.Com sua literatura de cordel, percorreu quase todas as cidades do Nordeste. Publicou 450 títulos em literatura de cordel, um número expressivo que mostra, de fato, seu valor na literatura de cordel no Brasil. Faleceu em 01 de fevereiro de 2013.

RODOLFO COELHO CAVALCANTE (1917-1987)

Nasceu em Rio Largo, AL, aos 12 de março de 1919, sendo filho de Artur de Holanda Cavalcante e Maria Coelho Cavalcante. Morreu atropelado, em 1987. Aos 13 anos de idade, deixou a casa paterna. Percorreu todo o interior dos estados de Alagoas, Sergipe, Ceará, Piauí e Maranhão, como propagandista, palhaço de circo e camelô. Fixando-se em Salvador, BA, desde 1945 escreve suas histórias em versos e milita no jornalismo. Era membro fundador da Associação de Imprensa Periódica da Bahia, e filiado à Associação Baiana de Imprensa. Trovador entusiasta, fundou A voz do trovador, O trovador e Brasil poético, órgãos do movimento trovadoresco. Tem idealizado e realizado muitos movimentos, visando à união dos cantadores. Em julho de 1955, com Manoel D'Almeida Filho e outros expoentes da poesia popular, realizou o 1º Congresso Nacional de Trovadores e Violeiros, ocasião em que foi fundada a Associação Nacional de Trovadores e Violeiros, hoje Grêmio Brasileiro de Trovadores, com sede em Salvador, BA. Sua obra é extensa e das mais variadas. Bibliografia básica : A chegada de Lampião no céu, ABC dos namorados, do amor, do beijo, da dança, História do Príncipe Formoso, O mundo vai se acabar, Quem ama mulher casada não tem a vida segura, A moça que bateu na mãe e virou cachorra. Percorreu vários temas da literatura de cordel, os mais recorrentes foram os abecês,biografias, cantorias e fatos do cotidiano. Foi também tema de vários poetas epesquisadores da literatura de cordel.Folhetos artesanaisSeus folhetos, em sua maioria, de oito páginas, com capas em xilogravuras ou clichês, eramconfeccionados artesanalmente, com a ajuda dos filhos. Somente a impressão era feita emtipografias.Publica o primeiro folheto, Os clamores dos incêndios em Teresina. Publica o ABC de OtávioMangabeira, em 1949; ABC da praça Cayrú, [19--]; ABC de Getúlio Vargas, [19--]. Seuprimeiro grande sucesso de vendas foi A volta de Getúlio, de 1950. Na Prelúdio (SP), osfolhetos ABC dos namorados, do Amor, do Beijo e da Dança e A Chegada de Lampião noCéu, ambos em 1959. Morreu em 1986. Pouco antes, enviou trova para o II Concurso de Trovas de Belém do Pará: “Quando este mundo eu deixar / A ninguém direi adeus / Dos poetas quero levar / Suas trovas para Deus.”

WILLIAM JOSÉ GOMES PINTO(1953)

Nasceu no município de Palmeira dos Índios - Alagoas, aos 21 de março de 1953. É poeta Cordelista e membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Reside hoje na Cidade do Rio de Janeiro. O nome Literatura de Cordel provem de Portugal e data do século XVII. Este nome deve-se ao cordão ou barbante em que os folhetos ficavam pendurados em exposição. No nordeste brasileiro manteve-se o costume e o nome. Nas pequenas cidades os folhetos são expostos à venda, pendurados e presos por pregadores de roupa em barbantes esticados.

LUIZ DA COSTA PINHEIRO (ABLC)

Potiguar, o poeta-editor Luiz da Costa Pinheiro nasceu no município de Goianinha, Rio Grande do Norte e radicou-se em Fortaleza, Ceará. Patrono da cadeira 9 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), ocupada por Olegário Alfredo, é autor de grandes romances, com ricos enredos onde sobressaem elementos culturais indígenas, européias a africanas no Ceará (SOUSA, 2009). É autor de várias obras, entre elas; Perdidos no Deserto, ABC da Saudade, História de João Jogador, O Casamento de Lusbel, O Papagaio Misterioso, e muitas outras. Morreu em Fortaleza, CE. Sua obra-prima, Boi Mandigueiro e o Cavalo Misterioso, foi escrito em dois volumes de 32 páginas, do qual extraímos a primeira página:

JOSÉ ANTONIO DOS SANTOS

José Antonio dos Santos nasceu em Oiteiros , povoado de Moita Bonita /SE filho de pequenos agricultores. É licenciado em História pela U.F.S. professor da rede pública estadual. Além de militante de movimentos populares. Zé Antonio tem proferido palestras sobre Literatura de Cordel em escolas das redes públicas e particular de ensino. Em 1999 recebeu o prêmio Albert de Cultura, do colégio Albert Einstein ( atual Colégio Intellectus).

FRANCISCO DINIZ(1967)

Professor e Cordelista, nascido no dia 19 de agosto de 1967, na cidade de Santa Helena-PB. Francisco Ferreira Filho Diniz, cordelista Francisco Diniz, paraibano, sertanejo de Santa Helena, autor de 70 folhetos, é professor de educação física da escola municipal Instituto São Marcus, em Santa Rita-PB e desenvolve um trabalho de valorização e divulgação do folheto de cordel nas escolas de Santa Rita, Bayeux, Cabedelo e João Pessoa desde o ano 2000. Através de palestras e oficinas expõe como produzir um texto observando a rima, a métrica e as estrofes em sextilha, sétima, décima e quadra. Já percorreu mais de 300 salas de aula com essa iniciativa, além de se apresentar em praças, feiras, teatros, bares, supermercados realizando exposições de literatura de cordel. Expõe os seus trabalhos e de seus parceiros desde 2001 no site da internet: http://www.projetocordel.com.br. Gravou 4 cds nos anos de 2003, 2004, 2006 e 2011. Os cds são vendidos a preços populares e/ou trocados nas escolas por resmas de papel ofício/jornal/colorido para produção de folhetos, que são distribuídos, gratuitamente, em escolas públicas. Teve o projeto Literatura de Cordel na Escola aprovado pela lei estadual de incentivo à cultura em 2002 e, através deste projeto, distribuiu em 2003 uma coletânea de 20 folhetos, em parceria com Valentim Martins Quaresma Neto, para 189 escolas estaduais de João Pessoa e Santa Rita, além de 75 instituições culturais da Paraíba. Em 2007 conseguiu a aprovação do Projeto Cordel através do FMC- Fundo Municipal de Cultura - da Prefeitura de João Pessoa, para se apresentar em 48 escolas municipais com o grupo de música regional, composto de sanfona, gaita, 3 violões, zabumba, percussão em tubadoras e triângulo, fazer palestra sobre o cordel e distribuir gratuitamente, em cada escola, 500 folhetos de sua autoria, sendo 10 títulos diferentes e totalizando 24 mil exemplares. Idealizador e coordenador da Tenda do Cordel em 2007, atração da festa de São João (de 23 a 29 de junho), realizada pela prefeitura de João Pessoa, que reuniu 17 cordelistas de João Pessoa, do interior da Paraíba, de Pernambuco, Ceará e São Paulo. Coordenador da Tenda do Cordel durante a Festa das Neves de 30 de julho a 05 de agosto e que reuniu mais de uma dezena de artistas populares.

LOURIVAL BATISTA PATRIOTA(1915)

Louro nasceu em São José do Egito, sertão de Pernambuco, a 06 de janeiro de 1915. Concluiu o curso ginasial em 1933, no Recife, de onde saiu com a viola nas costas, para fazer cantorias. Foi um dos mais afamados poetas populares do Nordeste e, além da cantoria, a outra única atividade que exerceu foi a de banqueiro de jogo do bicho, mas sem sucesso.

Irmão de outros dois repentistas famosos (Dimas e Otacílio Batista) e genro do poeta Antônio Marinho (a "Águia do sertão"), foi um dos grandes parceiros do paraibano Pinto do Monteiro. Satírico e rápido no improviso, era temido por seus competidores.

DIMAS BATISTA PATRIOTA(1921-1986)

Naturalidade: Itapetim-PE Nascimento: 17 de julho de 1921 / Falecimento: 1986 Atividades artístico-culturais: Poeta e repentista. Atividades Exercício-profissional: Historiador, geógrafo e professor universitário.Principais obras: Jesus Filho de Maria; História da CNEC (Em versos); As Três cruzes; Desafio (Dimas e Cabeleira); entre outras. Dimas Batista Patriota, mais conhecido por Dimas Batista, pernambucano da Vila Umburanas em Itapetim, antigamente município de São José do Egito, atuou como repentista em toda à Paraíba. Filho de Raimundo Joaquim Patriota e Severina Batista Patriota. Dimas participou de sua primeira cantoria aos 15 anos de idade (1936), em São José do Egito. É de uma família de poetas e cantadores; sua mãe era sobrinha de Ugolino do Sabugi, irmão dos poetas Nicardio Nunes da Costa e Agostinho Nunes da Costa Filho, em toda a família existe mais de cem cantadores. Ao longo de sua carreira enfrentou mais de 300 repentistas, ganhou o título de “Príncipe dos violeiros do Nordeste”. Seu nome consta na Enciclopédia Delta Larousse, vol. II, pág. 800, ano 1971.Formou-se em Letras aos 50 anos de idade e era considerado um dos mais cultos cantadores nordestinos. Além de repentista renomado, era historiador geógrafo e poliglota. Foi um defensor ferrenho da nossa Cultura Popular e dono de uma mente privilegiada, ele deixou verdadeiras obras de arte em forma de poemas/composições. Teve repercussão nacional quando cantou no Palácio do Catete, Rio de Janeiro, para o então Presidente Eurico Gaspar Dutra e deixou de bocas abertas a intelectualidade e os políticos da época. Dimas Batista era mestre também no quadrão trocado, um dos gêneros mais difíceis da poesia popular. Com um belo timbre de voz, melodiosa e forte, Dimas, não conseguindo sobreviver de sua Arte, abandonou a viola, casou-se, entrou para o comércio e fixou residência em Ibicuipeba, Ceará. Faleceu em Fortaleza em 1986, vítima de acidente vascular cerebral; sepultou-se em tabuleiro do Norte, local onde residia.

CATULO DA PAIXÃO CEARENSE(1863-1943)

Catulo da Paixão Cearense (1863-1943) nasceu em Saõ Luis do Maranhão. Dos 10 aos 17 anos morou no Ceará. Mudou-se com a familia para o Rio de Janeiro em 1886.Trabalhou no cais do porto como estivador e escriturario.No começo do seculo ja tinha fama como poeta e autor de diversos livros de modinha. Com Catulo, o violão desprezado e perseguido vai-se tornando conhecido e adquirindo prestigio nos salões da elite.Em 1914 a convite de Nair de Tefé toca no Catete para o presidente Hermes da Fonseca. É então reconhecido e aplaudido como o grande poeta nacional, o mais autentico. "Catulo é bem a voz da terra brasilica"escreve Monteiro Lobato.Tão grande quanto seu talento era sua notória vaidade. Morava em uma casa de madeira em Engenho de Dentro que chamava hiperbólicamente de Palácio Choupanal. Nele recebia visitas de grandes nomes das letras, das artes e da política,Ao falecer ja tinha assistido a inauguração de seu busto e era uma indiscutivel gloria nacional.

RAIMUNDO LUIZ DO NASCIMENTO (1926)

Raimundo Luiz do Nascimento, poeta popular mais conhecido como Raimundo Santa Helena ou apenas Santa Helena nasceu no município de Santa Helena localizado no extremo Oeste da Paraíba, limita-se ao Norte com a cidade de Triunfo, ao Sul com Bom Jesus e Cajazeiras, ao Leste com São João do Rio do Peixe e a Oeste com o Baixio e Umarí no Estado do Ceará, no dia 06 de abril de 1926. Razão pela qual levou o poeta a intitular-se de paraibense. De acordo com a Simone Mendes (Fundação Casa de Rui Barbosa) seus folhetos retratam uma face autobiográfica, reforçando a construção de uma escrita de si, que tem como ponto de partida o assassinato de seu pai pelos cangaceiros de Lampião quando invadiram o sertão cajazeirense, Paraíba, em 09 de junho de 1927. Em razão do fatídico episódio Santa Helena foi forçado a fugir de casa com apenas 11 anos de idade rumo a Fortaleza local em que fora acolhido por uma professora que o incentivou a estudar e trabalhar, atuando como cobrador de ônibus, garçom, engraxate entre outras atividades convergindo para seu ingresso em 1943 na Escola de Aprendizes de Marinheiro do Ceará. Na Marinha participou da Segunda Guerra Mundial, vindo a ser condecorado pelo Presidente da República. Seu primeiro cordel foi declamado em 1945, a bordo do navio Bracuí, após o fim da segunda grande guerra, intitulando-o de “Fim da Guerra”. Para alguns de seus biógrafos esta data é reiterada como sendo a data de publicação de seu primeiro cordel. Do ponto de vista de sua narrativa o poeta possui uma variedade temática em sua poética que vai desde o cangaço, meio ambiente, educação sexual, saúde, biografias de personalidades, a exemplo de Tancredo Neves, Getúlio Vargas, Chico Buarque de Holanda entre outros, conforme revela a sextilha transcrita em homenagem aos cinquenta anos do cantor e poeta:

MARCUS LUCENNA (1959)

Marcus Lucenna (o cantador dos Quatro Cantos) Marcos António de Queiroz Lucena, nasceu em Mossoró- RN, no dia 31 de dezembro de 1959. Filho de António Lucena Barreto (famoso cantador e violeiro "Lucena do Mossoró) e Aldenir Queiroz Lucena. Radicou-se no Rio de Janeiro e faz parte da nova geração de artistas, que estão capitaneando a nave do forró que desembarca no nosso tempo, com o poder de revigorar a tradicional música Nordestina, e injetar na sanfona, zabumba e triângulo.

JANDUHI DANTAS

Autor do conhecido livro A Gramática no Cordel, já escreveu vários folhetos, e se apresenta em escolas de Patos, Juazeirinho, João Pessoa, dentre outras cidades. Rua João Capitulino, 49, Juazeirinho-PB, CEP.: 58.660-000 - Fone: (83) 3421-8977 - jdantasn@yahoo.com.br

INÁCIO CARIOCA(1932)

Nasceu em Carpina, Pernambuco, a 22 de fevereiro de 1932. Seu nome de Batismo é Ailton Francisco da Silva, sendo mudado para Inácio Francisco da Silva e, por fim, Inácio Carioca. Sua obra mais conhecida é o Romance de João Cambadinho e a Princesa do Reino de Mira-Mar, negociado com João José da Silva, então diretor da tipografia Luzeiro do Norte. Outros títulos de sua bibliografia: o Amor de Juvanete e a Ingratidão do Príncipe Lourival, Os Homens Voadores da Terra até a Lua, Sidraque e Juscelina.

JOSENIR AMORIM ALVES DE LACERDA (1953)

Nasceu em Crato (CE) no dia 16 de janeiro de 1953. Com trabalho alicerçado na cultura popular, tem publicados vários cordéis, entre eles O matuto e o orelhão, O segredo de Marina, e O linguajar cearense, obra reeditada recentemente pela Tupynanquim Editora e incluída em livros didáticos. São de sua lavra também De volta ao passado, A fábula do peru, O menino que nasceu falando, A danação de Julita, entre outros. É uma das fundadoras de Academia de Cordelistas do Crato, na qual a cadeira n° 03. Recentemente tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

MINELVINO FRANCISCO SILVA (1926-1998)

nasceu na Fazenda Olhos D'água de Belém, município de Mundo Novo, BA, aos 29 de novembro de 1926, e faleceu no dia 29 de novembro de 1998. Além de trovador, era xilógrafo, fotógrafo e tipógrafo. Incansável batalhador pelos direitos dos poetas populares, em 1956 apresentou um projeto à Câmara de Vereadores de Itabuna, BA, dando a denominação de Rua dos Trovadores a uma das vias públicas da cidade. Lutou também para conseguir o direito de aposentadoria para os trovadores. Profundamente religioso, místico até, denominava-se O Trovador Apóstolo. Muito fecundo, sua obra aproxima de meio milhar de folhetos. Folhetos lançados pela Editora Luzeiro: A segunda vida de Cancão de Fogo, Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos, Encontro de Cancão de Fogo com Pedro Malazarte, História do bicho de sete cabeças, História do gigante Quebra-Osso e o castelo mal-assombrado, História do valente João Acaba-Mundo e a serpente negra, História do vaqueiro Damião, João Valente e a montanha maldita, O Cangaceiro do Nordeste, O Martim Tomba-Serra e o gigante do deserto. Trovador, xilógrafo, fotógrafo e tipógrafo, Minelvino Francisco Silva, nasceu na fazenda Olhos D’água de Belém, localizada no povoado de Palmeiral, em Mundo Novo, Bahia, no dia 29 de novembro de 1926. Criado na cidade do ouro, Jacobina, Bahia, veio a ser garimpeiro. Minelvino faleceu aos 72 anos, No dia 29 de novembro de 1998, no dia do seu aniversário, em Itabuna, Bahia, cidade em que se radicou e procurou homenagear os trovadores apresentando projeto à Câmara de Vereadores, dando a denominação de Rua dos Trovadores a uma de suas vias públicas; plano aprovado em 1956, pelo prefeito Francisco Ferreira da Silva, passou à antiga Avenida Itajuípe para denominação proposta. Rodrigues (2010) ainda pormenoriza que a “nomeação da rua se deu por conta das reuniões que aconteciam na residência do poeta popular com demais artistas: trovadores, violeiros e repentistas.” Pelo reconhecimento e direitos dos poetas populares, Minelvino também lutou para que os trovadores tivessem direito à aposentadoria. Produtor profícuo de cordéis, escreveu aproximadamente 500 folhetos, vários deles lançados pela Editora Luzeiro. Pinto (2014) afirma que o primeiro contato de Minelvino com a literatura de cordel foi com o clássico Pavão misterioso, vindo a versar sua primeira sextilha aos 22 anos, por ocasião do I Congresso Nacional de Trovadores e Violeiros (1955), dedicada a João Martins de Ataíde. Mas sua primeira publicação ocorreu 6 anos antes, em 1949, quando publicou A enchente de Miguel Calmon e o desastre do trem de Água Baixa, editado pelo amigo, cordelista e editor de folhetos populares, Rodolfo Coelho Cavalcante. Ganhador do concurso de Literatura de Cordel, promovido pelo Núcleo de Pesquisa e Cultura da Literatura de Cordel (1980) como parte das comemorações do centenário de João Martins de Ataíde, com o folheto Vida, profissão e morte, de João Martins de Ataíde.

NEZITE ALENCAR

nasceu no sítio Olho D’água dos Guálteres, distrito de Quixariú-Campos Sales-CE. É graduada em História pela Universidade Regional do Cariri, com especialização em História do Brasil. Professora aposentada, escreve poesia desde a adolescência. Publicou em 1987 seu primeiro livro Em Forma de Coração, seguido por Flor do Mato (poesia) em 2006. Na Coleção Cordel da Editora Paulus tem três títulos publicados: Canudos, o movimento e o massacre em cordel, Tiradentes e a Inconfidência Mineira e Afro-Brasil em cordel. Pela mesma editora lançou recentemente o paradidático Cordel das Festas e Danças Populares. Foi selecionada para o Prêmio Mais Cultura de Literatura De Cordel - 2010, do Ministério da Cultura, com o livro infantil Juanito e o monstro marinho. Membro da Academia dos Cordelistas do Crato desde 2006, Nezite ocupa a cadeira 21.

ROUXINOL DO RINARÉ(1966)

Nasceu em Rinaré, Quixadá-CE, aos 28 de setembro de 1966. Recebeu na pia batismal o nome de Antonio Carlos da Silva. Poeta cordelista, com mais de 50 títulos publicados em cordel, a maioria pela Tupynanquim Editora. Seu trabalho como cordelista já foi citado nos principais jornais e revistas do Brasil, e também na França nas revistas Latitudes, Quadrant e Infos Brésil. Seu cordel Antonio Conselheiro e a guerra de Canudos (em parceria com Queiroz de França) foi citado numa prova de história do vestibular da UFC. Foi premiado nacionalmente com o 1º lugar no I Concurso Paulista de Literatura de Cordel (2002) e 2º lugar na segunda edição do mesmo concurso, em 2003. Entre outras atividades ministra oficinas de Literatura de Cordel. Três títulos de sua autoria figuram, certamente, entre os clássicos do cordel: O Justiceiro do Norte, O Alienista e O Guarda-Floresta e o Capitão de Ladrões.

SÁTYRO XAVIER BRANDÃO

é um poeta popular natural de Propriá, SE. Costuma assinar suas obras simplesmente como Sátyro. Faleceu na primeira metade do século XX, tendo registrado boa parte de sua sofrida existência no folheto O Exemplo da Mocidade. Fez parte das levas de sergipanos pioneiros que desbravaram o sul da Bahia, quando da introdução da cultura do cacau. Seu maior sucesso, ainda hoje editado é A Triste Sorte de Jovelina.

SEVERINO BORGES SILVA91919-1991)

Nasceu no dia 08 de outubro de 1919, em Aliança, PE. Faleceu em 1991. Violeiro improvisador e poeta popular, criou e versou muitos folhetos de Literatura de Cordel. Estudioso e inteligente, era um dos mais inspirados improvisadores do nordeste. Vendia folhetos, esporadicamente, pois sua maior fonte de renda era a viola, da qual tirava a manutenção de sua numerosa família. Residia em Timbaúba, PE. Entre suas inúmeras obras, destacam-se : O verdadeiro romance do herói João de Calais, A princesa do reino do Mar Sem Fim, O valente Felisberto e Amor de mãe. Faleceu em 1991. Folhetos lançados pela Editora Luzeiro : A Princesa Anabela e o filho do lenhador, Amor de mãe, O cavaleiro das flores, O romance da Princesa do Reino do Mar Sem Fim, O valente Felisberto ou O Reino dos Encantos, O verdadeiro romance do herói João de Calais.

SEVERINO GONÇALVES DE OLIVEIRA

Também conhecido por Cirilo de Oliveira, ou simplesmente Cirilo, como usava nos acrósticos ), foi xilógrafo e trovador. Na temática de suas obras de Literatura de Cordel, predominam a religião e a bravura. Morreu assassinado no município de Gravatá, estado de Pernambuco. É autor dos clássicos : A vitória do príncipe Roldão no Reino do Pensamento, As perguntas do rei e as respostas de Camões, Cidrão e Helena.

ZÉ LIMEIRA(1886-1954)

Um mito no universo do cordel. Assim se consagrou o paraibano Zé Limeira. Ele nasceu e cresceu no sítio Tauá, no município de Teixeira, em 1886. Apesar de ser uma pequena cidade do sertão da Paraíba, ela era tratada como o principal reduto de cordelistas do Estado, no Século XIX. E, neste cenário, Zé Limeira se tornou uma referência e ficou conhecido como o “Poeta do Absurdo”.O apelido não era em vão. Ele teve origem nas particularidades das criações do artista. Os temas que abordava em suas poesias e repentes eram variados e chegavam, muitas vezes, ao delírio. Pornografia era um tema recorrente, mas Zé Limeira ficou conhecido como "Poeta do Absurdo" por suas distorções históricas, poesias recheadas de surrealismo e nonsense, e pelos neologismos esdrúxulos que criava.Sua característica física também fortalecia o apelido. O poeta vestia-se de forma berrante, com enormes óculos escuros e anéis em todos os dedos, e saía pelos caminhos de sua vida, cantando e versando. Ele faleceu em 1954.

HOMERO DO REGO

O cordelista Homero do Rêgo Barros, conhecido como "trovador de Olinda e Recife", escreveu 18 livros e mais de 100 folhetos, chegando a ser premiado pela Academia Pernambucana de Letras. Olindense, nasceu em 4 de Julho de 1919 e faleceu em Recife aos 93 anos. Pesquisadores e admiradores de sua obra encontram no Arquivo este cordel e outros 31 títulos do autor.

MOREIRA DE ACOPIARA(1961)

Moreira de Acopiara - Nasceu no município de Acopiara, no dia 23 de julho de 1961, no interior do Ceará, onde viveu até os 20 anos de idade e onde foi alfabetizado pela mãe, entre os trabalhos na fazenda e a leitura de livros de autores como Graciliano Ramos, Machado de Assis, Patativa do Assaré, Fernando Pessoa, Castro Alves, Camões, a literatura de cordel e os versos dos cantadores repentistas da região. Poeta e escritor, estudioso e conhecedor da cultura popular brasileira, declamador, já publicou dezenas de cordéis. Em 2004 foi eleito para ocupar a cadeira de número 4 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), entidade fundada em 1981 e sediada no Rio de Janeiro. Transita com tranqüilidade pelo conto e pelo teatro, gravou dois CDs com poemas de sua autoria e tem trabalhos musicados e gravados por artistas como Téo Azevedo, Jackson Antunes e Chico Galvão e Zé Viola, dentre outros. Tem vários livros publicados: Meu Jeito de Ser Feliz,Cidadão Nordestino, Ai Que Saudade Que Tenho e Com o Pé Direito na Frente. O poeta e músico cearense, Manoel Moreira Júnior, cujo sobrenome artístico – Moreira Acopiara, indica sua naturalidade, Acopiara, Ceará, desde 2005 ocupa a cadeira de número quatro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC). Escritor profícuo, vivendo de sua obra e apaixonado por poesia popular, segundo Bezerra (2014) “hesita em assumir o título de cordelista. […] vê nas métricas do cordel uma limitação à escrita criativa”, por trabalhar com palavras, prefere emoldurar esta matéria-prima nos mais diversos estilos, porém não há como não vincularmos a ele a denominação, pois já publicou mais de cem cordéis, dentre eles Cordel em arte e versos (DUNA DUETO, 2008), que narra um pouco da história do cordel no Brasil, explica as linguagens do cordel e da xilogravura através de versos, apresentando a produção desse gênero literário, livro que em 2008 “foi um dos escolhidos pelo MEC para nutrir bibliotecas” (MINDRISZ, 2008), selecionado entre mais de dois mil inscritos no Programa Nacional Biblioteca da Escola, do Ministério da Educação e Cultura (MEC), incluído no gênero literário de cultura popular. Outros quatro livros do autor foram eleitos para compor o acervo do mesmo programa, outros três pela Secretaria de Educação de São Paulo, para a rede municipal de ensino da cidade e quatro títulos pela Secretaria de Educação da sua cidade natal.O poeta e declamador que viveu no interior do Ceará, no Sítio Cantinho, até os 20 anos, vindo a radicar-se em Diadema, São Paulo, tem sido convidado para proferir palestras, ministrar oficinas e workshops sobre literatura de cordel, xilogravura e repente, em diversas regiões do Brasil.A mãe, que era professora, não só alfabetizou Moreira, como desenvolveu o hábito de leitura do menino, apresentou-o a grandes autores, como Graciliano Ramos, Machado de Assis, Patativa do Assaré, entre outros. Dos livros aos cordéis, Moreira recebeu boas influências literárias.Em parceria com cantadores sertanejos, como as duplas – Mococa e Paraíso (Fortuna Musical Edições – 2013), e Teodoro e Sampaio, Caju (in memoriam) e Castanha e pelo ator Jackson Antunes, suas músicas têm sido gravadas.

ZÉ VICENTE DO PARANÁ

O paraense Lindolfo Marques de Mesquita, ou Zé Vicente, poeta cordelista emérito e jornalista vocacionado, comportava-se em seus folhetos como ativista político. Engajado no "baratismo", expressão política local desvinculada da classe dominante, criticou os interesses econômicos externos que, a partir da Segunda Guerra Mundial, submeteu o mundo à hegemonia capitalista. Sua contribuição mostra que Zé Vicente foi um dos poetas mais vigorosos, criativos e originais da literatura popular brasileira.O poeta popular paraense Zé Vicente, pseudônimo de Lindolfo Marques de Mesquita, nasceu em Belém, no dia 11 de janeiro de 1898.Na década de 1920, fez carreira no jornalismo. Trabalhou como repórter da Folha do Norte, onde criou uma coluna com crônicas humorísticas, intitulada Na Polícia e nas Ruas, sob o pseudônimo de Zé Vicente, passando depois a colaborar com O Estado do Pará, também como cronista-humorista. Com a Revolução de 1930, perdeu o emprego no jornal, por ser funcionário público e se identificar com o regime deposto.

FRANCISCO DE SOUZA CAMPOS (1926)

Natural da cidade de Timbaúba, localizada na Zona da Mata Norte do estado de Pernambuco, Francisco de Souza Campos, poeta popular, nasceu em 26 de setembro de 1926. Integrante de uma família cuja verve poética parece estar na genética. Irmão dos poetas Manoel de Souza Campos e José de Souza Campos, Francisco traz em seus escritos temáticas tradicionais, em sua maioria em folhetos de 8 páginas, tendo sido considerado como uma de suas mais significativas obras o Cordel lançado pela Editora Luzeiro intitulado “Enfrentando a Morte”. Como exemplo de seus escritos, registramos As Bravuras de Maria Jararaca, extraído da Revista Jangada do Brasil.

ANTONIO MARINHO DO NASCIMENTO9(1987)

É natural de São José do Egito, terra da poesia. Fruto de uma família de tradição poética, é filho de Zeto e Bia Marinho, neto de Lourival Batista, bisneto de Antonio Marinho, sobrinho de Otacílio e Dimas Batista, de Graça Nascimento e de Job Patriota (por emoção). Nasceu em 1987. Declamando desde os três e escrevendo desde os seis anos, lança aos dezesseis anos, seu primeiro livro: Nascimento. Reside no Recife e faz recitais por todo o Brasil. Quem trouxe o jovem poeta a Brasília foi o organizador da FLIPORTO Antonio Campos, como atração durante o lançamento da Fliporto 2009 no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), quando o conhecemos. Aqui vai esta primeira mostra de versos do jovem talentoso e performático, que o público aplaudiu com entusiasmo. Os poemas a seguir foram extraídos de seu primeiro livro – NASCIMENTO (Recife: Bagaço, 2003) que reúne os poemas do jovem poeta escritos do 6 aos 16 anos de idade.

CHICO CALDA

calda@ronet.com.br - CALDA, Francisco Alves de – natural de Bonito de Santa Fé - Pb, nascido em 25.01.50, filho de Solon Alves de Calda e de Firmina Borges de Almeida. Sendo por isso, em sua cidade natal, como é costume na região, conhecido como “Chico de Mestre Solon”. É casado com Geralda Torquato de Calda com quem teve três filhas: Renata, Germana e Caroline. Passou a infância ouvindo o pai recitar, de cor ou lendo, os grandes romances de cordel, que tinha aos montes. Daí o gosto, e, mais tarde, sua inclinação para essa forma de poesia. O primeiro poeta lido, aos treze anos, além dos de cordel, foi Augusto dos Anjos. Talvez por isso, também, sua primeira incursão na poesia tenha sido, depois de alguns acrósticos, um soneto intitulado REVOLTA, desabafo solitário sobre o tratamento dispensado pelos médicos ao seu pai, na “Casa do Padre Zé Coutinho”, um abrigo para pobres em João Pessoa, escrito em 05.01.72. Após este soneto, por longo tempo, nada mais escreveu. Morto o pai a prioridade era sustentar a mãe e mais sete irmãos menores. Com uma vida meio nômade, mas, ao contrário do “artista que vai aonde o povo está”, indo aonde havia trabalho, estudou quando este permitia.Tendo iniciado no Ginásio Comercial Monsenhor Moraes, em Bonito de Santa Fé, continuado no Ginásio Comercial Monsenhor Dantas, em Boaventura, também na Paraíba, concluiu o ginasial em 1972, no Ginásio Santo Antônio, em Barro-Ce. O segundo grau estudou no Colégio Rio Branco, em Fortaleza, formando-se em Direito, em 05.08.83, pela UNIFOR. E, após militar na advocacia, ter exercido o magistério jurídico na Universidade Federal de Rondônia é hoje Juiz do Trabalho, presidente da Junta de Conciliação e Julgamento de

Jaru-Ro.

FRANCISCO AGRIPINO DE ALCANIZ - CHICO TRAIRA

Francisco Agripino de Alcaniz é o nome de registro de Chico Traira, um dos maiores poetas cordelistas que o Nordeste já teve. Alguns acham que ele, Traira, é natural do Assu, onde viveu parte da sua juventude e os finais de sua vida. Porém nasceu no sítio Pau de Jucá, povoado de Sacramento, hoje município de Ipanguaçu (RN). O Nordeste, a exemplo do poeta matuto Renato Caldas e de tantos outros, conheceu de ponta a ponta "nas suas intermináveis andanças", apresentando as suas cantorias, acompanhado da sua inseparável viola que um dia, teve que vendê-la por necessidade. Pois bem, certo ocasião, viajando com destino a litorânea cidade de Macau (RN), para apresentar uma cantoria, em companhia do seu colega chamado Patativa que, em razão da trepidante estrada esburaca que viajava

CARTUXO CORDELISTA

Valdemir Ferreira, conhecido como Cartuxo Cordelista, é filho de D. Flora (costureira) e do saudoso Sr.Emídio (mecânico). Passou toda a sua infância e adolescência na rua Boa Vista e atualmente reside na rua Estudante José de Oliveira Leite, centro de nossa metrópole. Começou a trabalhar aos 11 anos de idade vendendo picolés; aos 13 entregava botijões de gás. Antes de ingressar no Banco do Brasil – onde trabalhou de 1981 a 1997, lecionou Matemática na Escola Hugo Lima e trabalhou em uma empresa multinacional de benefciiamento de tabaco. Valdemir é casado com D. Zélia, é pai de quatro filhos e avô de João Vinícius. São 70 cordéis produzidos e conta com a assinatura dos desenhos e ilustrações das capas de Paulinho da Julita, que reside em Girau do Ponciano/AL. Cartuxo do Cordel continua na luta pela realização de seu sonho de ver os seus cordéis publicados, dando assim a sua contribuição para o crescimento cultural de todos nós. Ele é um grande divulgador da Literatura de Cordel, que nasceu em Portugal e se tornou popular aqui no Nordeste brasileiro, ajudando a ensinar, durante décadas, o nordestino a ler. Atualmente, a sua meta é conseguir um patrocinador que esteja interessado em divulgar esta belíssima e importante arte popular.

NECO MARTINS(1865-1940)

Neco Martins é uma referência da voz, legitimada pela palavra impressa. Folcloristas do final do século XIX, como Rodrigues de Carvalho, incluíram-no em seus estudos, assim como alguns dos mais notáveis estudiosos da cultura popular, como Leonardo Mota e Câmara Cascudo, que se referiu a ele em “Vaqueiros e Cantadores” (1939), como o rival vitorioso de Barrosa, e transcreveu sextilhas do seu embate com o Cego Francisco Sales. Esta é a primeira antologia representativa de sua obra. Doze de dezembro de 1865, terça-feira, José Martins de Oliveira alinhou seis pedras de sal sobre a tábua, que colocaria, boca da noite, sobre o peitoril da janela de sua fazenda, em Sítios Novos, Soure (hoje Caucaia). A mulher, Francisca, começava a sentir as dores do parto. A experiência de Santa Luzia iria prever se o próximo ano seria chuvoso. Virgem e mártir. Luzia teve os olhos arrancados, no século IV, (nas imagens, ela os exibe sobre bandeja) sendo a protetora da visão, pelo martírio ou pela luz do seu nome. O menino Manoel Martins de Oliveira nasceu no último dia da novena, marcado pela polifonia das rezas, o canto châo dos benditos e a chama das velas votivas, ainda sob os ecos da festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Sitios Novos. O jornal O Cearense desse dia estampava a chegada das fragatas de guerra norte-americanas Vanderbilt e Monaduoch, que poderiam ser visitadas. Na manhã do dia treze, o fazendeiro José Martins constataria, pelas pedras de sal derretidas pelo sereno da noite, que 1866 seria chuvoso, mantendo o longo período (1846 a 1876) de um Ceará sem secas, no século XIX. O exemplar do jornal A Constituição, alardeava o crescimento da produção de algodão, pedia mais armazéns para a comercialização do produto, e a redução dos impostos. O sistema métrico decimal seria implantado em janeiro de 1866. O movimento abolicionista dava sinais de articulação. Em anúncio publicado em 11 de fevereiro em O cearense, Albano e Irmão “declararão aos seus fregueses do interior da província que não se encarregarão de venda nem embarque de escravos”. Juvenal Galeno publicava Lendas e canções populares, poesia fundada na tradição popular. Sugestão de Gonçalves Dias, que estivera no Ceará, em 1859, integrando uma Comissão Científica. No plano nacional, a Guerra do Paraguai gerava seus heróis cearenses: tribúrcio da batalha do Riachuelo; Sampaio, do Tuyuti, e a donzela guerreira, Jovita Feitosa, que não chegou a ir para o front. A casa dos Sítios Novos se revezava na atenção à sinhá e ao infante. As galinhas do resguardo cacarejavam no poleiro e seriam servidas à mulher parida. A garapa de cana ou a rapadura raspada asseguraria a fartura do leite materno. O enxoval, guardado no baú de couro, recendia a alfazema. Um bordado delicado sobre a cambraia, como na roupa para o batizado. José Martins, fazendeiro e pecuarista de ascendência portuguesa, era um homem de posses. A família que constituíra era pequena para os padrões da época: Manoel, que viria a ser o coronel Neco; João, que foi coronel da Guarda Nacional, briguento e muito ligado ao irmão; Herminia, que se casaria com Antonio Batista de Sousa; e Francisca, que se uniria a Domingos, dos Brasileiro (descendente dos Abreu Tranca, de Portugal), que vieram da Paraíba para Sítios Novos e se espalharam pela região. Apesar de alguns autores (como Átila de Almeida) declararem que Manoel nascera em Fortaleza, ele veio ao mundo na fazenda. Não era costume da época procurar assistência médica, nesses casos, e a parteira era legitimada pelo saber tradicional. Os Martins não tinham casa na capital, é o que dizem os que guardaram essas histórias, como se tivessem esperado a vida inteira para contá-las. Quem colocasse um búzio junto ao ouvido na fazenda, poderia ouvir o mar a quebrar, nas praias paradisíacas. Sol de litoral, claridade intensa, onde a vegetação começa a fazer a transição para o sertão (ninguém sabe onde começa ou termina o sertão). O boqueirão de Araras, pórtico de pedra, dá acesso ao oeste do Ceará. Ao longe, o contorno azulado das serras de Maranguape e Aratanha, onde, durante multo tempo, se acreditou que existisse prata. Hoje, o carro segue pela BR-222, esburacada e com tráfego pesado. As placas indicam Sítios Novos, subúrbio de Fortaleza, à qual está ligado pela Viação Vitória. Sítios Novos vive da fabricação de telhas e tijolos. Uma visita ao povoado passa pela capela, mercearias, forró, posto de saúde, escola. A sensação de que o tempo parou, em um domingo interminável como os trilhos do trem que corta o distrito. Ainda é possível encontrar pessoas velhas, que conheceram o coronel, e cadernos com anotações de suas cantorias. Outros repetem o que ouviram contar / cantar e rememoram fatos imprecisos. A biografia de Neco Martins é o desafio de armar o quebra-cabeças compor o mosaico, ou costurar os retalhos do patchwork de uma vida inteira. A fazenda, hoje chamada Alvorada, não pertence mais à família. É uma referência nostálgica (um retrato na parede), no limite com o município de Pentecoste. Um grande açude foi construído para assegurar o abastecimento da siderúrgica e refinaria que prometem se instalar no porto do r recém, em São Gonçalo do Amarante, cidade que o coronel Neco fundou, quando lá chegou, a 17 de janeiro de 1891, já casado com a professora Filomena Brígido Pinto. Anotações feitas, impressões registradas, hora de iniciar este relato biográfico, evangelho laico e romance de cavalaria apócrifo, do coronel Neco Martins, que fez fama pela valentia e pelo toque da viola, na peleja interminável que travou consigo mesmo e com todos aqueles que o enfrentaram no repente. A chegada de Neco ao sítio, que hoje constitui São Gonçalo, pode-se inscrever como a necessidade de ampliação de espaços, a intrepidez e a determinação, que contribuem para o estereótipo da cearensidade. O Siará Grande, vasto areal entre Pernambuco e o Maranhão, não despertara a cobiça do primeiro donatário da capitania, Antonio Cardoso de Barros, que sequer visitou o quinhão que ganhara da Coroa portuguesa. Em 1680, é possível comprovar pelo registro das sesmarias, as terras do Siupé, pertencentes a Filipe Coelho, começavam a ser ocupadas. A construção da Igreja de Nossa Senhora da Soledade, entre 1730 e 1737, marca a migraçao portuguesa e, em volta do templo, se constituía o aldeamento. A chegada de Neco, às margens da lagoa da Prejubaca, atraído pelos ventos favoráveis do lugar, Ihe dá o caráter de fundador. Enquanto Neco, voz afinada da narrativa oral, chegava às suas terras, Alvaro Martins, nascido no Trairi, em 1868, da Padania Espiritual (1892), e do Centro Literário (1894), escrevia o poema Os pescadores da TaIba, publicado em 1895, inserindo essa praia (hoje municipio de São Gonçalo) na historia literária cearense. Diz a Igreja que Gonçalo, da nobre familia dos Pereira, nasceu em Arriconha, freguesia de Tagilde, perto de Guimarães, no inicio do século XIII. Destinado à vida eclesiástica, iniciou-se no convento beneditino do Pombeiro, foi para Braga, onde se ordenou presbítero e foi nomeado abade de São Paio da Riba Vizela, junto à sua cidade natal. Peregninou a Roma e Jerusalém e, na volta, fez prédicas e milagres nas terras de Entre-Douro-Minho e professou no convento dominicano de Guimarães. É quando se instala em Amarante e edifica a Capela Real de Nossa Senhora da Assunção, num rochedo suspenso sobre o Tâmega. A ele é atribuida a construçäo de uma ponte sobre esse mesmo rio. Foi protetor dos humildes e dos enfermos. Os milagres que praticou atraíram peregrinos, a vila se repovoou e ele passou a ser considerado seu segundo fundador. Morreu, aproximadamente, em 1262.Segundo a tradição popular portuguesa, seu culto seria marcado pelo erotismo e as mulheres que desejam ter filhos tocam o bastão de sua imagem, dão a volta ao mausoléu e depositam, como ex-votos, seios e pernas de cera em tamanho natural. No Brasil, diz a lenda, contada pelo povo, que Gonçalo era um jovem nobre, a quem Deus chamou para seu serviço e que passou a tocar viola, para converter as prostitutas e, quanto mais ele tocava, mais elas dançavam. Como ele era muito bonito, elas se fascinavam por aquele violeiro e não paravam de dançar, até que se convertiam à religião. Joaquim Pedro (1916-2001), alagoano de Ouro Branco, mestre rabequciro da dança de São Gonçalo da ladeira do Horto, em Juazeiro do Norte, dizia: “não é dança, é penitência”. Formam-se fileiras de seis homens e seis mulheres, descalços, vestidos de branco, e, à frente, alguém toca a viola ou rabeca, diante do altar do santo. Muitos consideram-na uma manifestação do folclore, outros, um ritual que une sagrado e profano. Não foi à toa que Neco Martins, violeiro, de bem como a vida, se esquecendo do tempo em intermináveis pelejas, ajudou a construir, auxiliado por Procópio Alcântara, a vila de São Gonçalo, representado, tanto por um trovador medieval, de cabelos longos, chapéu, capa, botas, de viola na mão (na tradição popular brasileira), quanto por um dominicano (ordem fundada em 1215), na versão oficial, com cajado de peregrino e tendo sob seus pés a ponte que construíra. Ponte como ligação dos homens com Deus, passagem do pecado para a salvação. Indício da formação enciclopédica de um período em que a técnica se fundia com a filosofia, a teologia, as artes e a retórica, em uma erudição a toda prova. Essa dualidade de representações iconográficas do santo ­­— o povo insistindo na viola, a Igreja querendo um dos seus —, fez com que o templo da vila do coração de Neco tivesse uma imagem da representação oficial, que foi tratada, por muitos, como um equivoco de quem a trouxera (o vulto, no dito popular, não se compra, se troca). Mais recentemente, a igreja ganhou seu santo violeiro, para alegria de todos e em homenagem a Neco, violeiro como ele (ou por causa dele). Se é a aldeia que faz seu santo, o coronel queria que a povoação tivesse São Gonçalo como seu padroeiro. E assim se deu. Neco, fazendeiro, homem poderoso, fez fortuna no tempo do algodão, quando o Ceará conheceu algum fausto. Em 1809, iniciou-se a ligação marítima Fortaleza-Londres, com todas as dificuldades decorrentes dos empecilhos para as embarcações atracarem. O algodão ganhou importância no mercado internacional como a guerra civil norte-americana e a busca da Europa por alternativas. O Ceará foi uma delas e sua produção dera um salto a partir de 1865. Desde a Colônia o algodão nativo era usado pelos índios para tecer suas redes e dormir, ou como moeda de troca, os nimbós (novelos de fios). Essa matéria-prima foi decisiva para a urbanização de Fortaleza, o esvaziamento das vilas até então mais importantes (Aracati, Icó) e a formação das elites da capital. Neco comprava a safra de algodão da região e, depois de beneficiá-la na usina de Procópio Alcântara e do Major Adelino, preparava os fardos para exportação. A industrialização do Ceará começou com a tecelagem e fiação, na fábrica dos Pompeu e Nogueira Acioly, em 1883. Na segunda metade do século XX, uma praga do bicudo dizimou a cultura de algodão do Estado, provocando a crise da indústria têxtil e a perda com o que se deixava de vender para o mercado exterior. Neco também se envolveu na extração, refino e comercialização da cera de carnaúba, extraída das folhas, cortadas e murchas, batidas para que saísse o pó, levadas ao fogo para derreter e se coagular a frio, com a cor amarelo-claro, como escreveu Cascudo. Ainda hoje o acesso a São Gonçalo pela Rota do Sol Poente (ou Rodovia Estruturante), a cerca de 60 km de Fortaleza, é pontilhado por essa palmeira de tronco escamado (copernicia cerifera, segundo Von Martius). O rio Anil vem de Canindé, passa por Sitios Novos e se lança ao rio São Gonçalo, antes de desembocar no Atlântico. O armazém de Neco abastecia o embrião da vila e a população dos sítios e fazendas, como um entreposto dos bens de consumo.

Herói civilizador, era proprietário de toda a área onde hoje se situa a cidade. Quem quisesse se estabelecer, tinha de Ihe pedir autorização e ele não vendia terras, permitia sua ocupação, cobrando apenas lealdade. Respaldado por sua condição favorável, Neco passou a ser uma liderança forte na região e quis sua parcela do poder, então concentrado de modo autoritário nas mãos da família Correia que, a partir de Soure, dominava grande parte do litoral oeste. Num episódio até hoje nebuloso, depois de ser chamado de ladrão, jurado de morte e ter a mulher ameaçada de arrancar mata-pasto nas ruas de Soure, Neco teria morto, dia 4 de maio de 1914, o coronel e deputado Antonio José Correia (nascido em 1839), numa emboscada junto às pontes, a meio caminho entre a capital e seu feudo. O coronel voltara de Fortaleza, acompanhado pelo neto Arlindo Correia e, alvejado a tiros, tombou morto. Intriga política com desfecho trágico. Clima político tenso. Franco Rabelo, que sucedera ao babaquara Acioli, deposto por um movimento das camadas médias da capital, em 1912, fora também derrubado, a 24 de março de 1914. Tentaram dar uma dimensão maior à emboscada envolvendo os rabelistas, que não aceitaram a adesão do oligarca, e a Assembleia do Juazeiro (do Padre Cicero), na qual Correia tomara assento, voltando a Soure, vitorioso, quando da queda de Rabelo. O móvel do crime parece ter sido, no entanto, a disputa pelo poder local. Diz a tradição que colocaram uma moeda na boca do defunto. Na mitologia, o pagamento ao barqueiro Caronte, que transportava os mortos para o Hades. A finalidade, aqui, seria deixar o criminoso e seu bando areados. A morte do Coronel Correia desencadeou uma perseguição desenfreada aos seus adversários. A emboscada dificultava a identificação dos pistoleiros, Arlindo correu com medo de voltar a Fortaleza e, apesar dos comentários de que teriam sido artes de Neco, com a cumplicidade do irmão e lugar-tenente, João, faltavam provas para incriminá-los. João Brígido, opositor de Acioli e aliado de Rabelo, com quem depois romperia, escreveu a 10 de junho, no Unitário, que “os déspotas do rabelismo mataram, há menos de um mês, no caminho de Soure (dois quilômetros da capital) o setuagenário coronel Antonio José Correia”. Rodolpho Teóphilo, defensor de Franco Rabelo, em A sedição de Juazeiro (primeira edição de 1922) assegurou: “o assassino ou os assassinos do Coronel Correia não foram descobertos”. Mesmo assim, Neco esteve escondido, durante uns quatro anos, nas matas e locas de pedra. Os Correia trouxeram bandos de jagunços para atemorizar a população de São Gonçalo. As vinditas entre as famílias Monte e Feitosa, nos Inhamuns (CE), ou Alencar e Sampaio, em Exu (PE), foram exemplos da permanência dessas disputas.Dona Filomena e os filhos foram trazidos para Fortaleza, pelo Presidente da Província, como forma de assegurar a integridade física da família. Feito bicho do mato, Neco dormia nas casas de compadres, parentes e aderentes e criava-se um escudo invisível para sua proteção. Dizem que utilizava palha de carnaúba, amarrada à montaria, para varrer o local por onde passava e apagar os rastros. Ou que vestia a roupa às avessas para se tornar invisível aos inimigos. Talvez recorresse à reza forte. Quatro anos depois, ele se apresentou à justiça, em Soure, e pôde voltar a São Gonçalo. Foi dada a denominação de rua Coronel Correia à antiga BR-222 que, na década de 1980, desviada, aliviou o trânsito pesado do centro da cidade.A luta pelo poder passava (às vezes, ainda passa) pelo sangue e as oligarquias continuaram fortes durante a República Velha, e mesmo após o movimento de outubro de 1930, que pretendia implantar novas práticas. Durante a Revolução dos Tenentes, ele juntou seus aliados e minou para a capital, para apoiar o Presidente do Estado. Tarde demais. Matos Peixoto fugira para o Rio de Janeiro, dia 8 de outubro, a bordo do paquete Afonso Pena. O interventor Fernandes Távora mandou chamar Neco, que reiterou seu apoio ao líder deposto. Não foi preso, mas ganhou a cidade como ménage ou merdagem, como ele disse, enfezado, quando soube que não estaria livre para voltar a São Gonçalo.A permanência do modelo oligárquico gerou os chamados currais eleitorais. Neco era dono de grande parte dos votos de cabresto de sua região, tendo sido uma eminência parda da política do municipio. Liderança dividida com os Alcântara, aparentados e adversários políticos, ligados a Menezes Pimentel, governador e depois interventor do Estado (1935-1945). Quando da redemocratização, em 1945, os Martins se filiaram à UDN (União Democrática Nacional, mesmo partido dos Correia), elegendo José Eretides, filho de Neco, deputado estadual, a 19 de janeiro de 1947, com 3137 votos. Os Alcântara, ligados ao PSD (Partido Social Democrata), tinham no Dr. Waldemar, eleito com 5375 votos, uma liderança emergente.No Ceará, no final do século XX, o desmonte do clientelismo era bandeira do empresário Tasso Jereissati, eleito governador do Estado, em 1986, em oposição aos coronéis (Virgílio Távora, César Cals e Adauto Bezerra). O homem alto, magro, calado, de pouco riso, que falava de sopapo (aos jorros) usava chapéu de massa e camisa de mangas compridas de pano passado, perdia a conta do número dos afilhados. Teve vários filhos fora do casamento, os apanhados, que, mesmo não reconhecidos, se orgulhavam (muito) de terem um pai todo poderoso. O exercício do poder passava pelo estabelecimento de relações de compadrio, reforço do mandonismo. Não era diferente com Neco. Implacável com os adversários, passava o dedo em volta do olho, para sinalizar desaprovação, que podia valer como sentença de morte. Olho que lacrimejava, quando tinha ódio. Era compassivo com os que dependiam dele, relações marcadas pela admiração, respeito e medo.De acordo com os depoimentos, não era homem de ter bando de jagunços, ainda que não descuidasse de sua segurança pessoal, e nada o impedia de recrutar parentes, amigos e aliados, quando necessário. São Gonçalo era terra de Neco Martins. A fase da clandestinidade deve ter sido difícil para a família, principalmente para Dona Filomena, mulher letrada, procedente de Cascavel (litoral leste do Ceará), tratada por professora, forma irônica de ressaltar seus conhecimentos e deixar claro que Neco estudara pouco, apesar de fazer versos, e que não era o marido da professora, expressão usada para depreciar o homem cuja mulher trabalhava.Com a bonança, o coronel pôde usufruir de seu prestigio e de sua fortuna. Dona Filomena não era uma mulher bonita, levando-se em conta os velhos álbuns de família. Viveram em harmonia, como os casais daquele tempo, de uniões indissolúveis, e de muiher submissa, ainda que, como professora, antecipasse conquistas e, durante mais de trinta anos, tenha alfabetizado a população do lugarejo. Tiveram sete fiihos: José Eretides, fazendeiro e político que cuidava dos negócios do pai; José Demóstenes, bacharel em direito, casado (por pouco tempo) com uma filha de Menezes Pimentel e Oficial de Registro de Imóveis da 1º zona de Fortaleza; José Martins, fiscal do consumo; Lourdes, professora; Ester, também professora, com fama de ser autoritária como o pai, casada com José Brasileiro (que depois mudou o nome de família para Riomar); Mariinha, esposa de Saul Gomes e José Aristocles, o Tote.Dona Filomena detestava cantoria. E Neco foi um dos grandes repentistas de seu tempo, dos mais afamados. Era por onde dava vazão à possibilidade de deixar de ser o senhor, para se igualar ao rival, na luta pelas palavras. Era lazer; liberdade e catarse. A mulher pedia que ele largasse o repente, que a incomodava mais que as traições e que não se misturasse com a gentalha. Seu viés elitista de professora, defensora da norma culta e dos bons costumes, não devia suportar ver o marido, viola em punho, noites inteiras desafiando a gente do povo, em um desrespeito à sua condição social. O improviso era o repouso do guerreiro. Neco largava seu rifle e se armava da viola, aparentemente inofensiva, mas cáustica, quando argumentava, acuava o adversário e atacava impiedosa.A bebida era liberada, para maior desespero de sua mulher, e, muitas vezes, a cantoria era entremeada pelo jogo. Aliás, a cantoria era um jogo, onde o prazer da vitória era fugaz e a derrota, motivo para apupos, gargalhadas e vaias. O repente é o que vale a pena recuperar da trajetória deste homem, cuja voz venceu o tempo e o esquecimento, se presentificou na memória dos que o ouviram e no que se fixou na escrita de seus desafios, marcos e cantigas. Na cantoria, a voz ecoa a tradiço. O repertório pode incorporar foros motes, mas a forma é ancestral. Poesia que se perfaz na voz, cabendo à fala enunciar o mundo. Atualização dos relatos míticos, que explicavam a gênese de tudo e compunham uma cosmogonia. Tradição que marcou a vida de todos os povos e herança do canto, como ato seminal.Cantar como cantaram os aedos, e Homero pode ter sido um, ou vários, no jogo de espelhos e de ressonâncias em que a voz se desdobra, se amplia e se difunde. O canto das sereias era acompanhado por violas e as cordas de arame faziam os dedos sangrar. Canto que chegou à Europa medieval, com seus trovadores, jograis e menestréis — não que a Idade Média se transplantasse para o ser tão —, mas dizer que constitui um legado. As mil e uma noites sertanejas são um ponteio sem fim, e Neco é uma voz que tece essa trama e nos enreda. A circularidade da cultura passa pelos mitos indígenas, os orikis africanos e as xácaras, romances e parlendas dos portugueses. O desafio é compreender o sincretismo e a adaptação de tudo isso às condições locais.Caucaia (mato queimado), rebatizada de Soure, foi um dos principais aldeamentos indígenas do Ceará. Ali os jesuítas catequizavam e ensinavam ofícios, até serem expulsos pelo Marquês de Pombal, em 1759. Sítios Novos era território dos primeiros donos da terra. A valentia de Neco Martins tinha traços de Jesuíno Brilhante e Antonio Silvino, rebeldes primitivos, que anteciparam Lampião. Valentia ligada a Carlos Magno e seus doze pares de França, jagunços sertanejos, perdidos no areal da costa cearense, ou à cantiga do Vilela, depois fixada pela literatura de folhetos. Para o senso comum, os violeiros tinham como livros de consulta a Bíblia, dicionários, compêndios de geografia e história, o Lunário Perpétuo e os almanaques. Assim, eles se preparavam para cantar peixes, frutas, feras, insetos, aves e pássaros (Como Neco em seu Marco da Divisão), ou para enumerar acidentes geográficos, descrever episódios ou personagens históricos. Assim ganhavam tempo, com os refrões, enquanto armavam o bote e alguns, menos talentosos, inseriam os balaios, versos feitos de antemão, como estratégia para ludibriar a platéia e o contendor. Neco Martins é uma referência da voz, legitimada pela palavra impressa. Folcloristas do final do século XIX, como Rodrigues de Carvalho, incluiram-no em seus estudos. No Cancioneiro do Norte, publicado em 1903, ele é citado como o cantador de Paracuru, então sede do município de São Gonçalo. Leonardo Mota em Cantadores (1921), transcreveu fragmentos de seu desafio com Xica Barrosa e do Marco da Divisão, Câmara Cascudo se referiu a ele em Vaqueiros e Cantadores (1939), como o rival vitorioso de Barrosa, e transcreveu sextilhas do seu embate com o Cego Francisco Sales. Neco também é verbete do Dicionário bio-bibliográfico dos repentistas e poetas de bancada, de Atila de Almeida e José Alves Sobrinho (1978), que lamentam que Mota, que esteve com os manuscritos do Marco em mãos, tenha perdido tempo com obscuros cantadores de feira. E, no Romanceiro popular do Nordeste — Marcos e vantagens (1981), transcrevem partes do Marco da Divisão.Também falam de Neco a Antologia do folclore cearense, de Florival Serraine (1968), a Antologia ilustrada dos cantadores, de Francisco Linhares e Otacílio Batista (1976), o Dossiê do Fonseca, de Antonio Carlos Barreto(1991) e o De repente cantoria, de Geraldo Amâncio e Wanderley Pereira (1995). Importante a recolha dos que não contavam com os avanços da tecnologia e copiavam ou taquigrafavam os desafios ou o que a memória coletiva retinha dessas refregas. Muitas estrofes ou fragmentos de impacto, de tão repetidos, eram memorizados e circulavam sertão adentro. A produção de Neco foi preservada por estes livros, recolhida em cadernos de anotações, registro de apologistas(fãs de cantorias) ou parentes que sabiam estar diante de um material fugaz, que se perderia não fosse a escrita.O espetáculo nunca seria capturado em sua essência: faltariam a voz, os gestos e a expressão facial dos repentistas. Impossível dissociar a transcrição de interferências dos pesquisadores, preenchendo lacunas, corrigindo ortografias e concordâncias e gerando um texto à margem do original. O que foi retido diz de sua importância no universo do repente, em uma fase em que os violeiros, nômades, percorriam o sertão, passando a bacia para as gratificações da platéia e fazendo jus ao acertado com o promotor da cantoria. Neco Martins, fazendeiro bem sucedido, convidava parceiros e os pagava para cantar, não porque fosse medíocre, mas generoso, sabedor das dificuldades dos repentistas, que ficavam com o que tilintasse na bacia.Muitas vezes, para não aborrecer (ou para se livrar de)Dona Filomena, ia visitar suas propriedades e, na fazenda do Siupé, cantava ao som da viola. Foi lá que encontrou Xica Barrosa, em 1910, nina das pelejas mais importantes que venceu, segundo a voz geral. O álibi para a escapulida foi a venda de umas vacas paridas. Xica Barrosa ou Francisca Maria da Conceição (segundo Linhares e Batista), cantadora paraibana, “alta, robusta, mulata simpática, bebia e jogava com qualquer boêmio”, de acordo com Rodrigues de Carvalho, foi morta em um samba (festa da gentalha), em Patos (PB), em 1916. Curiosa a presença feminina na cantoria, ao contrário do mundo do folheto, onde uma das poucas mulheres atuantes, na primeira metade do século XX, Maria das Neves Batista Pimentel (1913-1994), se escondia no pseudônimo de Altino Alagoano. À margem do que foi registrado, o chiste de Neco, que se disseminou oralmente: Quando ela morreu de pneumonia, em 6 de junho de 1938, em Fortaleza, na casa da filha Lourdes, ele ficou muito triste. Dizem que todo final de tarde saía para um passeio pela cidade, segurando um facão de cabo branco. Por volta das cinco horas, devagarzinho, de alpercata de rabicho, ia dar uma olhada no carnaubal. Muitos juravam que o passeio terminava no túmulo de Dona Filomena, outros diziam que ele passava, cabisbaixo, pelo cemitério. Assim, ele purgava sua saudade. Como dizem os sertanejos, ele tinha aprumo. Muitos vinham se queixar a ele e seu chamado era uma ordem. Uns juram que ele pacificou São Gonçalo: questão de ponto de vista. O certo é que fundou a cidade e foi um dos seus nomes mais ilustres. E assim se passou o tempo, lentamente, cíclico, se renovando na plantação, colheita, festas e medo das secas, marcado pelo som da viola que emudecera, para tristeza de São Gonçalo (o santo). Neco Martins morreu a 08 de abril de 1940, uma terça-feira (ele também nasceu em um dia de Marte, deus da guerra), na força da lua nova, dedicado a Santo Izidoro de Sevilha (proposto como patrono da Internet). O convite para o enterro saiu na edição da matutina Gazeta de Notícias do dia seguinte, onde os membros da família, consternados, comunicavam o sepultamento que aconteceria às 15 horas, no cemitério em São Gonçalo (junto à cova de dona Filomena). O convite da missa de sétimo dia, publicado pelo vespertino Correio do (‘card, do dia 13 de abril, informava que o ato religioso seria celebrado, simultaneamente, em Fortaleza (Igreja do Coração de Jesus) e na matriz de São Gonçalo. Hoje, a rua Cel. Seco Martins sedia o Centro Social Urbano e a escola Adelino Alcântara, enquanto na rua Filomena Martins ensaia a Banda Municipal de São Gonçalo.A vida continuava. A preocupação do mundo livre era saber se havia possibilidade de a Alemanha vencer a guerra. O objeto de desejo de muita gente era uma máquina de escrever Royal ou um Radioplayer Phillips. Os cinemas exibiam A legião da Índia e A grande valsa. Os jornais traziam anúncios da Aba Film e a notícia de que as equipes de Huracan e de Caucaia se enfrentaram rio Campo do Alagadiço. A primeira emissora de rádio cearense, a PRE-9, fora inaugurada em 1934 e os violeiros continuavam fazendo apresentações nos sítios e fazendas, acentuando o caráter rural que então se mantinha. Neco partiu, mas a tradição permaneceu com o Cego Aderaldo (1892-1967) e chegou a Patativa do Assaré (1909-2002), Siqueira do Amorim (19 13-1996), Antonio Ferreira(1926), Pedro Bandeira (1938) e Geraldo Amâncio (1946), ponteando pelo mundo afora. As novas tecnologias foram apropriadas e depois de terem ocupado tempo no rádio, têm acesso ao compact disc, em que feixes de luzes lêem o que foi gravado, nos festivais organizados por eles, nos clubes, teatros e casas de shows das cidades. Chegam a comandar programas de televisão

CONSTANTINO CARTAXO

Poeta como seu pai, Dr. Cristiano Cartaxo. Praticamente, como seu genitor, viveu sempre em sua terra natal. Participa de todos os eventos culturais da região e do estado da Paraíba. Quando não presidente, é diretor social dos clubes locais: AABB, Campestre e Tênis. Foi, inclusive, vice-governador do Lions, regional L-25. Seus versos são eruditos, sertanejo-folclóricos e “de ocasião”. Patativa do Assaré, em indo a Cajazeiras, fazia questão de se hospedar em sua casa. É quase um mecenas para boêmios, músicos, amantes das artes, incentivando-os e patrocinando, nas noites enluaradas do sertão, memoráveis serestas, serenatas e perambulações pelos botequins da vida. Mas vamos à sua poesia. Depois, sugiro um clique na página do poeta máximo dos sertões paraibanos, Dr. Cristiano Cartaxo. Nascimento: 05.07.1933 - Cajazeiras-Paraíba.

JOÃO CESÁRIO BARBOSA(1922)

João Cesário Barbosa nasceu a 26 de novembro de 1922 em Espírito Santo (RN). Seus pais: João Barbosa dos Santos e Marcionila Cesária da Conceição. Agricultor e vaqueiro, sempre gostou de cantorias, tendo participado de várias pelejas e encontros de violeiros na região. Escreveu vários poemas e folhetos, mas só agora [1980] são publicados: Vaqueiro Amoroso ao Gado, Canção Livrinho do Amor e A Paixão do Vaqueiro.

GERARDO TEODÓSIO DOS SANTOS

A inscrição está desbotando, mas o dono da casa faz gosto em apresentar: Estrela da Poesia, estabelecimento onde os amantes da cantoria e pelejas de viola podem encontrar quase tudo que foi gravado em disco, além das fitas-cassete onde estão registrados encontros e festivais de cantadores, acontecidos por este Brasil a dentro. Ele é Gerardo Teodósio dos Santos, 53 anos, ferroviário aposentado, poeta e autor de diversos folhetos circunstanciais, pai de quatro filhos com sua Maria Nair. Um casamento começado na adolescência e que nem as muitas viagens, quando era violeiro, arrefeceu. Gerardo Teodósio deixou de cantar faz tempo, mas cultiva com dedicação a maestria dos poetas populares. Os discos e as fitas são acondicionados em pequenos baús de madeira, que desvenda generoso para os amigos e todos que compartilham com ele o apreço pela arte da improvisação. Vida & Arte - Como o senhor começou sua coleção de cantoria?

Gerardo Teodósio dos Santos - Olha, é o seguinte, não sabe? Isso aí depende muito do gosto. Que compro disco não é quando tenho condições, é quando eu encontro. Tenho muitos amigos, eles sabem que eu gosto e zelo, quando aparece qualquer trabalho eles encaminham pra mim: Geraldo Amâncio, Sebastião Dias, Pedro Bandeira, Valdir Teles... São 300 cantadores, conheço tudim ao vivo. Ah, sim, o começo, né? Eu era criança, um padrinho meu foi, me deu um presente, uma cabritinha. Quando foi com seis anos, tinha 12 cabeças. Aí ele trocou por uma bezerra. Isso foi em 57. Em 58, houve uma mortandade muito grande de gado, só minha bezerrinha ficou. Pra não ficar sem a marca, meu padrinho deu 1.200 reais na novilha. Comprei uma roupa pra papai, um vestido pra mamãe, dois alqueires de feijão, botei em casa. E comprei um violão. Desse violão, comecei a brincar na casa dos amigos, e o povo achava que a gente entendia alguma coisa, começamos a viajar. Saí de casa com 12 anos, improvisando com todos os cantadores que existia. Comecei com os pequeninim, depois apareceu os maiores, assim foi indo. Quando eu tava com 28 anos, parei, já casado. Casei com 17 anos. Trabalhava com agricultura no inverno, no verão saía. É certo que, depois, comecei a escrever folheto, eu tinha inteligência pra fazer. Pois bem, o primeiro disco que comprei foi Moacir Laurentino e Sebastião da Silva, sem ter radiola. Imaginei o seguinte: se eu possuir uma sela, um dia o cavalo vem. A oportunidade compra outra, não é? Trouxe o disco, mandei rodar na casa de um amigo, ele achou bonito demais. Com quatro dias, Deus deu um jeito, comprei a radiola. V&A - Quando começou mesmo a sua coleção? É fácil adquirir os discos? Gerardo Teodósio - Há 20 anos, mais ou menos, mas eu não sou pesquisador, sou escolhedor. Cheguei a possuir oito discos de Moacir Laurentino e Sebastião da Silva e nenhum de outras pessoas. Eles tinham mais facilidade, foram gravando. Quando foi depois apareceu Ivanildo Vilanova e Geraldo Amâncio. Muito bom disco. Depois encontrei um disco muito importante, Pedro Bandeira com Otacílio Batista, bom demais. Fui comprando, devagarinho. Comecei a ir em Fortaleza, comprava e encomendava mais. Fui pro Juazeiro, em 80. Levei uns folhetos da visita do Papa, com retrato dele. Eu tenho uma carta do Papa, isso é muito importante. Quando eu tava comprando um carrego de pilha numa bodega, um rapaz viu o romance do Papa, tava assim na minha pasta. Ele disse, me diga uma coisa, quem é o autor desse trabalho? Eu disse, eu mesmo que fiz. E ele, olhe rapaz, bem aqui assim mora um poeta, na rua da Conceição, 446. Fui bater lá. Era a casa de Pedro Bandeira. Cheguei, estavam lá Otacílio Batista e o João Bandeira, irmão do Pedro. Houve uma cantoria muito linda e tudo, gravei. Pedro Bandeira me disse, vou lhe mostrar minha discoteca. O que você não tiver lá, você leva, quando eu for a Itapipoca procuro sua casa e trago os que eu não tiver. Encontrei quatro discos que eu não tinha. Era confiança, nera? Agradeci muito, deixei tudo embaladim. Fui na rua São Pedro, nas casas de disco encontrei os quatro pra vender. Tinha levado dinheiro, inda comprei de outras qualidades. Entreguei a Pedro Bandeira os dele, agradeci muito e disse, olhe, lá em Itapipoca, na hora que o senhor quiser, pode pegar os discos, porque a consideração que o senhor teve a mim está valendo. Mas ele nunca veio. Devagarim, fui comprando, comprando. V&A - Onde tiver uma peleja de viola, o senhor leva o gravador. Quantas fitas até o momento? Gerardo Teodósio - Tenho 800 fitas, só de cantoria. Eu vendo fita dos grandes cantadores porque não tem quem tenha os discos. Hoje em dia, o povo não sabe o valor que tem na poesia. Um cantador como Geraldo Amâncio, pra mim é mais do que um médico. Porque o doutor só tem uma área só, e o cantador mexe nas áreas dos outros. O cantador é vaqueiro, é padre, é um jornalista. O cantador é a natureza. Cantar ou fazer versos não é querer. Tenho um rapaz aqui de 20 anos. Desde criança que ele peleja pra fazer um verso e não faz. Eu tenho grau pouco de conhecimento escolar, mas a natureza é superior a tudo. A cantoria, a antiga mesmo, são 36 estilos, e cada estilo se divide em vários. A vida do cantador eu fiz assim, em dez linhas: Cantador é homem folclorista/ incansável na luta de improviso/ trabalhando com os dedos e com o juízo/ vai levando uma vida de artista.// Desempenha o papel de repentista/ e é querido em todas capitais/ toda moça que o vê lhe dá cartaz/ é inspirado pelo dom da natura/ que um doutor, com a mais alta formatura/ ainda não faz o trabalho que ele faz. V&A - Qual o estilo mais difícil, na sua opinião? Gerardo Teodósio - Galope a beira-mar, é a coisa mais difícil de fazer. Porque o beira-mar precisa de português limpo e a pessoa ter lembrança, as palavras que disser à direita tem que dizer às avessas. Vou citar um, pra senhora: É difícil, precisa ter a língua desenrolada. Galope não é pra todo mundo. Tenho um disco aqui do Sebastião Dias e Ivanildo Vilanova, dos melhores que tem no país, num galope a beira-mar assoletrado. Isso aí não sei fazer, não senhora, sou consciente. Só sei aquela medida que eu sei. Aí é um trabalho que não é somente de poesia, é um conhecimento muito alto. V&A - E por que o senhor deixou a vida de cantador?

Gerardo Teodósio - Quando me empreguei na Rffsa, vendi a viola. Meu chefe disse, Gerardo, não é pra fazer isso. Mas, doutor, é o seguinte: eu sei que o senhor não diz, mas as pessoas dizem assim, como é que a pessoa é empregado e quer a vida de malandragem? Porque o pessoal acha. E outra coisa, a poesia tem isso: se a pessoa começar a viajar sábado, domingo, quando é segunda não quer trabalhar, não, quer de jeito nenhum. Porque para quem sabe andar no mundo, a vida é muito boa. Pra quem não sabe, é um precipício. Nasci a duas léguas e meia daqui distante, num mato, onde o povo era selvagem. Por eu me desenvolver, arranjei foi intriga. Eu não aceitava aquele estilo de lá, um povo que não sabia de nada, não votava. Era uma tribo de índio, pode-se dizer. Um dia, foram dizer que a pessoa falava no telefone, saía do outro lado o bafo. Eu podia aguentar um negócio desse? Fui, disse assim: Zezim, tu tá pensando que o telefone é um cano de mamoeiro que se fala aqui, sai o bafo do outro lado? Aquilo ali é coisa elétrica, Zezim, que ninguém pode nem entender, nem ocado é, é fio enroladozim, coberto com plástico, Zezim. Eles se zangaram, ele tinha um problema de loucura, ele disse, pois é, no dia que eu enlouquecer, vou quebrar sua casa. E foi dito e certo. Passaram a me perseguir. Se eu plantava um roçado, eles botavam 14 vacas pra invadir. Trabalhei cinco anos perdidos. Fiz uma casa, de taipa, a mais bonita do mundo, em cima dum alto, botei oito janelas, quatro dum lado, quatro do outro. E todo domingo tinha cantador. Quanto mais animação na minha casa, maior era a questão. Eu ia dormir de noite, na hora que começava a dormir, sonhava matando eles, eles me matando. Quando acordava, era com dor de cabeça. Quando ia dormir pra passar a dor de cabeça, era sonhando com eles. Eu digo, vou ficar doido. Nunca no mundo gostei de agravar ninguém. Vi que não tinha condições, mudei minha casa, trouxe nas costas pra Itapipoca. Vendi a telha, trouxe a madeira todinha, fiz uma casa aqui. Aí a gente continuou pra frente o barco, me empreguei na Rffsa. Tudo que estou contando pra senhora é coisa que aconteceu.

ZE PRAXEDE

Nasceu em Natal e morreu no Rio de Janeiro. Era chamado o POETA VAQUEIRO, recitando poesias nas rádios do Nordeste, nos circos, nos teatros, na Festa da Mocidade, na Feira de São Cristóvão.

GERARDO CARVALHO FROTA (1957)

O professor, escritor, poeta, cordelista e trovador Gerardo Carvalho Frota, também conhecido como Pardal, nasceu em 1957 no município de Campo Maior (PI). Gerardo é graduado em Filosofia e Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade Federal do Ceará (UFC, 2004); especialista em Tecnologia Educacional. Pardal é sócio-fundador do Centro Cultural dos Cordelistas do Nordeste (CECORDEL) localizado em Fortaleza (CE). Representou a entidade no 1º Congresso Internacional de Literatura de Cordel (João Pessoa, PB, 2005). Foi premiado com o 1º lugar em concurso promovido pela Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC, 1991), com o cordel A Morte da Natureza. Premiado nos Jogos Florais da União Brasileira de Trovadores (UBT) em 1992, 93, 94 e 95. Foi com sua publicação Cultivos da Terra cantados em versos populares, que recebeu o Prêmio Mais Cultura Patativa do Assaré (MEC, 2010), e com o cordel A borboleta Lilica e o grilo Criqui (PAIC prosa e poesia), da Seduc, Ceará, ganhou o prêmio PAIC.

JOSE ACACI

José Acaci é professor, compositor e poeta cordelista. Nascido em Macaíba, Rio Grande do Norte, Acaci herdou do pai, Chagas Ramalho, o dom e a paixão pela literatura de cordel e, da mãe, Dona Mariquinha, a sabedoria e a garra para enfrentar as batalhas da vida sempre sorrindo. Membro da ANLIC – Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel, da SPVA – Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte, e da Associação Internacional Poetas Del Mundo, o poeta recebeu o título Consul Poetas Del Mundo, pela Associação Internacional Poetas Del Mundo, com sede no Chile, o Mérito Luiz da Câmara Cascudo, pela Academia Caxambuense de Letras, em Caxambu, Minas Gerais, e o Mérito Noel Rosa, pela Associação Brasileira de Dentistas Escritores, São Paulo/SP, e, no ano 2011, José Acaci representou a cultura potiguar no XV Congresso Brasileiro de Folclore, que aconteceu em São José dos Campos, São Paulo, a convite da Comissão Brasileira de Folclore. O seu primeiro livro foi Histórias de Rio pequeno – Uma Viagem Poética sobre a História de Parnamirim. Autor também dos CDs Cordas e Cordéis e Do Cordel à Embolada e de mais de sessenta folhetos de literatura de cordel, Acaci lança agora a segunda edição de Conselhos Pra Juventude. Em sua poética, José Acaci traz a lume discussões de caráter acadêmico, a exemplo do cordel Sobre o Direito Romano, como se pode verificar nos fragmentos que seguem: “Pedro Bandeira Pereira de Caldas, nasceu a 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, no município paraibano de São José de Piranhas, sendo filho de Tobias Pereira de Caldas (falecido) e da poetisa Maria Bandeira de França. É neto materno do famoso cantador nordestino Manuel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento de repentista.

Aos 6 anos de idade fá fazia versos, e aos 19 tornou-se cantador profissional, apreciado e aplaudido por quantos o ouvissem, vez que os improvisos, nas várias modalidades da poesia popular: mourão, martelo agalopado, galope alagoano, galope à beira-mar, quadrão, gemedeira, etc., lhe jorravam da boca, aos borbotões...”

PEDRO BANDEIRA PEREIRA DE CALDAS (1938)

Pedro Bandeira, além de ser Poeta e Repentista, é licenciado em Letras, bacharelado em Direito, e fez parte do Poder Legislativo, como Vereador da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte – Ceará. Pedro Bandeira Pereira de Caldas, nasceu a 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, no município paraibano de São José de Piranhas, sendo filho de Tobias Pereira de Caldas (falecido) e da poetisa Maria Bandeira de França. É neto materno do famoso cantador nordestino Manuel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento de repentista. Aos 6 anos de idade fá fazia versos, e aos 19 tornou-se cantador profissional, apreciado e aplaudido por quantos o ouvissem, vez que os improvisos, nas várias modalidades da poesia popular: mourão, martelo agalopado, galope alagoano, galope à beira-mar, quadrão, gemedeira, etc., lhe jorravam da boca, aos borbotões...” O poeta Pedro Bandeira Pereira de Caldas nasceu a 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, no município paraibano de São José de Piranhas, sendo filho de Tobias Pereira de Caldas e da poetisa Maria Bandeira de França. É neto materno do famoso cantador nordestino Manoel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento repentista. Aos 6 anos de idade já fazia versos e aos 17 tornou-se cantador profissional, apreciado e aplaudido por quantos o ouvissem, vez que os improvisos, nas várias modalidades tradicionais da poesia popular (mourão, martelo agalopado, galope alagoano, galope à beira-mar, quadrão, gemedeira...) jorravam-lhe da boca aos borbotões. Até então permanecera no sítio onde viu a luz do dia, transferindo-se para Cajazeiras, donde, em 1961, mudou-se para Juazeiro do Norte, fixando residência. Aos 5 de setembro de 1963, casou-se com Helena Ferreira de Caldas, icoense, filha de Francisco das Chagas do Nascimento e Ana Ferreira do Nascimento, advindo dessa união duas filhas, Íria e Analica. Cantador profissional, cordelista e escritor, autor de mais de mil folhetos e centenas de poemas, com livros publicados e e muitos LPs e CDs gravados, pertence Pedro Bandeira a várias sociedades culturais, filantrópicas e recreativas, entre elas a Associação dos Violeiros, Poetas Populares e Folcloristas do Cariri - AVPPFC, da qual é o fundador. É portador de dezenas de diplomas, medalhas de mérito, com quase duas centenas de troféus de 1º lugar, e tanso outros de segundos, terceiros, quartos, quintos e sextos lugares e até desclassificações, que também fazem parte da carreira dos grandes cantadores, em festivais ocorrido em todo o Brasil. É radialista profissional, com programas diários em rádio e semanais em televisão, com auditório próprio na cidade em que reside. Tornou-se um dos poetas populares mais citados de sua geração. Pedro Bandeira – Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste. Licenciado em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia do Crato, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Crato, e bacharel em Teologia pela Universidade Vale do Acaraú. Pedro Bandeira cantou para o papa João Paulo II; cantou para os ex-presidentes Castelo Branco, Costa e Silva, João Figueiredo, Fernando Collor e José Sarney. Pedro Bandeira foi citado e elogiado por Luis Câmara Cascudo, José Américo de Almeida, Jorge Amado, Teo Brandão, Rodolfo Coelho Cavalcante, e tantos outros escritores do Brasil e do exterior. Foi convidado pelo Dr. José Aparecido para ir a Portugal com o poeta Geraldo Amâncio, fez várias apresentações, inclusive no palácio do governo, a convite do próprio presidente Dr. Mário Soares. É um orador diserto, palavra fácil e sonorizada. Eleito vereador em duas legislaturas em Juazeiro do Norte onde durante dez anos exerceu o mandato com dignidade e dedicação. Espírito de luta e de visão. Fundador da Missa do Vaqueiro em parceria com padre João Câncio e Luiz Gonzaga “ Rei do Baião”, no Sertão do Pernambuco. Idealizou e criou os jornais periódicos Voz do Folclore, Voz da Nova República e O Crajubar. Membro Fundador da Câmara Junior de Juazeiro do Norte, ao lado de vultos como Aldemir Sobreira, Vicente Magalhães e outros. Pertenceu também aos LIONS CLUB internacional.Pedro Bandeira é o único violeiro de sua safra, que vem acompanhado a ascensão da categoria nos últimos tempos, enfrentando todos os cantadores velhos e novos do Nordeste, sem perder espaço, nem fama de grande cantador e autêntico repentista. Verso fácil e burilado, cantando do pé de parede aos festivais, com gosto e responsabilidade.Pedro Bandeira tem a honra de ter sido tema para um livro do professor e escritor Joaryvar Macedo, “Pedro Bandeira, príncipe dos poetas populares”, quando este era secretário de cultura do Ceará. Foi enfocado em vários filmes e documentários de curta metragem, inclusive por Ipojuca Pontes.Tem músicas gravados por Luis Gonzaga, Fagner, Luis Vieira, Alcimar Monteiro, Trio Nordestino, entre outros. Foi prefaciado por Padre Antônio Vieira, e foi apresentado ao Brasil pela mão de Carlos Drumonnd de Andrade, em crônica publicada no jornal do Brasil, Rio de Janeiro, quinta-feira, 07 de maio de 1970.Seu grande momento de realização: Cantoria. Como ele faz questão de salientar freqüentemente: ”O que gosto mesmo é de cantar e escrever”.

ODILON NUNES DE SÁ – (1900-1997)

Naturalidade: Patos – PB - Nascimento: 8 de dezembro de 1900 / Falecimento: 16 de maio de 1997 - Atividades artístico-culturais: Poeta, repentista e cantador. Principais obras: Detalhes de um Poeta; Vida, Destino e Sorte; O Silêncio e a Poesia. Odilon Nunes de Sá foi um dos mais importantes nomes da poesia popular na Paraíba. Era impecável no seu linguajar. Seus versos são revestidos por uma atualidade constante podendo ser recitados em qualquer época. Filho de Celso Nunes de Sá e Maria Nunes do Espírito Santo, aos 13 anos de idade, ficou órfão de pai e mãe, junto com seus cinco irmãos menores, tendo que trabalhar desde muito jovem para garantir o sustento da família. Por conta disso, não conseguiu continuar frequentando a escola. O próprio poeta contou detalhes sobre essa fase de sua vida. “Como criança de poucas condições financeiras, tive que me contentar com o quarto ano primário, cujo grau escolar representava uma grande conquista”. Sua infância foi vivida na zona rural, onde trabalhou na agricultura. Mesmo em meio à dura rotina no campo, encontrou tempo para aprender a tocar sanfona, adquirindo excelente prática no instrumento musical. Odilon alegrava as noites do Sertão se apresentando e em troca ganhava um pouco de dinheiro. Em sua juventude, foi o maior tocador da região das Espinharas. No entanto, percebeu ao longo do tempo que o que mais o fascinava era a poesia, dom que descobriu desde criança. Em 1936, passou a exercer as profissões de tocador e cantador. O artista se apresentava nas feiras do Sertão das Espinharas. No ano seguinte, levado pelas dificuldades da vida, foi para o interior da Bahia, por onde ficou por dois anos, trabalhando com sua arte para conseguir se manter. Foi nessa época que Odilon Nunes se firmou como poeta dos versos cantados, tendo aceitado um desafio com Manoel Campina, que era na época o melhor poeta da Paraíba.No ano de 1939, Odilon estava de volta ao Sertão das Espinharas, onde em 9 de novembro do mesmo ano, se casou com Maria Camboim Nunes de Sá, com quem teve onze filhos: Natividade, Luís, Conceição, Celso, Moisés, Raimundo, Socorro, Fátima, Terezinha, Arimatéia e Geraldo, que faleceu quando ainda era criança.Em busca do sucesso, o poeta fez apresentações em várias capitais brasileiras, entre elas João Pessoa, Natal, Curitiba, Fortaleza, Belém, Salvador e São Paulo, onde também participou de diversos congressos de violeiros e festivais de poesia popular.Em 1954, se apresentou em um festival junino realizado na sede social do Náutico Esporte Clube, em Recife, oportunidade em que foi aplaudido de pé por todos da plateia, ao declamar algumas de suas belas composições.Em sintonia com tudo que era relacionado à poesia popular, Odilon esteve presente em diversos eventos festivos do gênero, além de participar de programas nas Rádios Tabajara, em João Pessoa; Borborema, em Campina Grande; e Espinharas, de Patos.Retornou para a Bahia em 1960, onde cantou em várias cidades do estado. Ingressou na vida pública sendo eleito vereador do município de Santa Terezinha, na Paraíba, dando significativa contribuição à cidade.Odilon Nunes de Sá faleceu em Patos, onde residia desde 1980. Com sua morte, “a Paraíba perdeu um ídolo da poesia”, conforme afirmou em versos o também poeta Edísio Soares Pequeno, bisneto do famoso poeta Romano de Mãe-D’Água.Sua produção poética é extensa e valiosa, formada por inúmeros folhetos de cordéis e livros. Em 1995, o escritor e advogado cearense Solano Mota Alexandrino reuniu no volume “Grandes Momentos de Odilon Nunes de Sá”, alguns poemas desse mestre dos versos. A obra, que se constitui num resumo de todos os outros livros e folhetos escritos por Odilon, é uma preciosa antologia do autor.Em 1999, no Grande Encontro de Poetas e Repentistas, realizado em João Pessoa, de 30 de abril a 1º de maio, Odilon Nunes de Sá foi um dos homenageados e grande parte de sua produção poética foi inserida nos anais do evento, que teve como coordenador o poeta José de Sousa Dantas.Dotado de uma inteligência fértil, a grandeza de suas obras permanecem intactas, aguardando algum estudioso que valorize o que foi produzido pelo repentista. Apaixonado pela arte de rimar, suas últimas produções foram reunidas no livro “A Pátria, o Livro e a Espada’, organizado por seus familiares. Odilon era mestre na arte de brincar com as palavras e improvisar, tinha uma inspiração e criatividade inesgotável que lhe dava o dom de fazer rimas sobre os mais variados temas, se tornando um dos principais nomes da cantoria nordestina.

CHICO SALVINO

Recentemente visitei o poeta Chico Salvino. Apesar do mal de Parkinson, que dificulta seus movimentos, a memória está preservada. Ficou muito feliz, como era de se esperar. Pensava que se achava esquecido dos amigos poetas. Contou causos e recitou poemas. Salvino nasceu e se criou na localidade de Fechado em Acopiara, Ceará, em 17 de agosto de 1948. Começou a carreira poética escrevendo letra musical, mas sem obter êxito. Em 1977 mudou-se para Fortaleza. Nos anos 90, tomou conhecimento do Cecordel e a partir de então foi aconselhado a escrever cordel. Aceitou o desafio. Tem uma produção de 60 títulos e alguns inéditos. Em 2001 conquistou o 1º lugar no Concurso de Literatura de Cordel, realizado pela Casa de Juvenal Galeno, em homenagem aos 100 anos de nascimento do poeta Jáder de Carvalho.

JOSÉ DE JATI

Durante a infância, o desejo de José Anchieta Dantas Araújo (foto) era um só: "Quando eu me aposentar, qualquer tempo de vida que me restar pela frente eu vou me dedicar para a literatura?. E após algumas décadas, o que era apenas um pensamento de criança acabou se tornando realidade. Apaixonado por literatura desde pequeno, José Anchieta viu na literatura de cordel um meio de simplificar todas as suas ideias. "Desde pequeno lia e escrevia bastante. Com 14 anos de idade eu já gostava de ler os poemas de Castro Alves. Desde essa época eu tinha vontade de publicar meus pensamentos e percebi que no cordel podia fazer minhas críticas, mas sempre com humor?, comenta. Natural da cidade de Jati, José foi morar em São Paulo no ano de 1976 com 20 anos de idade. Durante esse período, trabalhou como agente administrativo do Banco Real e do Banco Boavista. Nessa mesma época já escrevia seus próprios poemas. Em 1980, ele volta para Fortaleza e no ano seguinte publica seu primeiro livro intitulado "Nós e a Metrópole?, onde abordava a relação do ser humano com a cidade grande. Hoje, o poeta já possui mais de 20 trabalhos assinados por ele. Dentre suas obras em destaque, podemos citar ´Passageiro do Tempo´ (1988); e ´Rancho Nova Esperança´ (2002). O poeta e o artista Zé do JatI. Desde a infância, José Anchieta já era envolvido com as artes. Quando mais jovem já fazia locuções numa difusora em sua cidade natal. "Adorava fazer interpretações e brincadeiras simulando a ?Escolinha do Professor Raimundo?, era bem divertido?, recorda. Cordelista desde o ano de 1999, Seu José ficou famoso com o personagem Zé do Jati que criou na época que participava do programa "Nas Garras da Patrulha?, da TV Diário. "Fui parar lá através do meu amigo Edilmar Norões que já conhecia meu trabalho com os cordéis. Comecei lá sendo redator do programa, mas depois vi que o programa precisava de um personagem que tocasse viola e aí criei o Zé do Jati, o tocador de viola?, lembra. Com mais de 10 anos de experiência na literatura de cordel, José de Jati acabou utilizando o nome do personagem para assinar seus cordéis. Atualmente, José - ou melhor dizendo Zé do Jati - orgulha-se dos seus mais de 70 cordéis publicados. "Adoro literatura de cordel, curto mesmo. Graças a Deus almoço, janto e vou dormir pensando em literatura de cordel?, afirma. Suas obras podem ser encontradas em bancas de jornal, nos aeroportos, livrarias, em estabelecimentos da praia de Canoa Quebrada, na cidade de Aquiraz e no Mercado Central de Fortaleza. Para criar seus versos, o silêncio e tranquilidade são fatores importantes para Zé do Jati. "Gosto mais de escrever durante a madrugada por causa do silêncio e a mente tá mais calma. Tenho uma casinha que mandei construir na parte alta do meu terreno, porque lá tem um visual lindo. Na hora de me concentrar eu corro pra lá. Mas às vezes acontece que as ideias aparecem do nada e aí tenho que anotar tudo pra não esquecer. Já aconteceu de eu ter umas ideias durante minhas viagens e até quando estou dirigindo?, diz. Nas horas vagas, ele gosta de passear no seu rancho vendo suas plantações de milho e feijão crescerem. Mas também não deixa os poemas de lado, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Fernando Pessoa são poetas que estão sempre nas leituras de Zé do Jati.

MERLÂNIO MAIA (1961)

Merlânio Maia Barbosa nasceu no dia 16 de outubro de 1961, em Itaporanga-PB. É poeta desde menino, lida com versos e canções desde a mais tenra idade. Teve sua iniciação, lá na cidade de Itaporanga, no sertão paraibano, onde nasceu e cresceu ouvindo os cantadores, emboladores, declamadores, poetas e cordelistas, quando aportavam nas feiras e na rádio local. Seu pai, Natércio Maia era um poeta e declamador de toda obra do poeta Zé da Luz e sempre era convidado a se apresentar nas rádios do Sertão da Paraíba e nos terreiros dos sítios levando esta poética fabulosa. E é nesse contexto que o poeta menino se apaixonou pela cultura popular brasileira. Ali mesmo sua verve desenvolveu na infância, onde declamava poemas na escola, encomendados para as datas comemorativas pelo padre José Sinfrônio de Assis, diretor e fundador do Ginásio Diocesano aonde estudava. Na adolescência escrevia poemas e glosava os motes com seus colegas e conhecidos e escrevia os causos da cidade em Cordel. Em 1978 vai estudar no Colégio Lyceu Paraibano, na Capital João Pessoa/PB. E é nesse contexto que tem contato com o Teatro e se inicia na arte dramática, encontra nos Sebos Culturais as obras literárias dos poetas brasileiros, especialmente os nordestinos. Ali começa a ler Castro Alves, Patativa do Assaré, Pompílio Diniz, Jansen Filho e se integra ao Grupo Folclórico do Lyceu Paraibano, sob a batuta de Dona Dinalva França, Dona Didi. Com o Grupo, faz apresentações e viaja para outras cidades levando a nossa cultura. Em 1980 vai trabalhar no Banorte-Banco Nacional do Norte e dedica-se mais fortemente a atuar como ator, no Teatro Santa Rosa com o Grupo de Teatro MUEIC, fundado por Francisco Medeiros, aí começa a pesquisar escrever textos de teatro e poemas, que mais tarde seria sua paixão do dia a dia, a poesia popular nordestina. Em 1982 passa no vestibular para Bacharelado em Filosofia, pela UFPB e mantém-se atuando e escrevendo peças para grupos de teatro. Em 1987 se casa com Raquel Maia com quem teve dois filhos e uma filha, que são os seus poemas mais belos.

ALFREDO RICARDO DO NASCIMENTO – ZÉ DO NORTE (1908-1979)

Nasceu em Cajazeiras (PB), em 18 de dezembro de 1908. Era cantor, compositor, poeta, folclorista e escritor, mas antes de desenvolver tantas atividades intelectuais, pegou no pesado. Trabalhou desde os nove anos na enxada, no sertão do Estado. Depois foi apanhador de algodão e tropeiro. Sempre cantou, mas não imaginava que isso iria tornar-se uma atividade profissional. Em 1921, foi para Fortaleza, alistou-se no Exército e acabou indo servir no Rio de Janeiro, morando, mais tarde, próximo ao morro de Mangueira. Convidado por Joracy Camargo, atuou no show Aldeia Portuguesa, obtendo grande sucesso com uma embolada de sua autoria. Acabou sendo levado para a Rádio Tupi onde cantou adotando o pseudônimo de Zé do Norte, em 1940. No ano seguinte, foi para a Rádio Transmissora Brasileira (atual Rádio Globo) e participou de programas, como Desligue, Faz Favor e Hora Sertaneja. Passou depois para as rádios Fluminense, Clube do Brasil, Guanabara (onde teve como sanfoneiro um iniciante João Donato) e Tamoio – nessa última, atuando como animador, organizador, cantor e declamador. Zé do Norte publicou o livro Brasil Sertanejo em 1948 e, cinco anos depois, atuou como consultor do linguajar nortista e compositor num clássico do cinema brasileiro. Sua música Mulher Rendeira ficou mundialmente conhecida após ser incluída na trilha sonora do referido filme. "Olê muié rendera, olê muié rendá. Tu me ensina a fazê renda, que eu te ensino a namorá". Quem nunca cantarolou essa me3lodia? Ela é atribuída a personalidade de Virgulino Ferreira, "o Lampião", no filme "O Cangaceiro", de Lima Barreto, de 1953, que foi considerado o melhor filme de aventura do Festival de Cannes daquele ano.Mesmo nordestina, a música de Zé do Norte é tão enraizada no imaginário coletivo, que a maioria das pessoas interpreta "Mulher Rendeira", como herança folclórica, de domínio público e autor desconhecido. A trilha do filme, que tem parte das músicas de outros autores, em muito contribuiu para tornar a música de Zé conhecida em todo mundo, já que, na época, a obra foi assistida em mais de 80 países e por quase 50 milhões de expectadores.Entre as suas mais de 100 composições, a segunda mais famosa é "Sodade Meu Bem, Sodade" (1953), gravada pela primeira vez pela cantora, atriz e diretora brasileira, Vanja Orico. Foi regravada por vários artistas como Nana Caymmi, Maria Bethânia, Raul Seixas, Geraldo Azevedo, e ainda por estrangeiros, como a cantora folkamericana Joan Baez. É dele também "Meu Pião", gravada em 1971 e imortalizada na voz de Geraldo Azevedo.Por volta dos anos 60, vários artistas, como Bob Dylan e a própria Baez foram buscar no folclore americano e na música da América Latina fonte de inspiração. E é num de seus primeiros discos, o "Joan Baez 5", que encontramos a "Mulher Rendeira", com o título de "O Cangaceiro" e com os créditos de Zé do Norte, atribuídos ao seu nome de batismo, Alfredo Ricardo do Nascimento.Suas músicas, além de atribuídas as coisas sertanejas, têm muito lirismo, como se vê em "Sapato de algodão ("eu fui dançar/ com meu sapato de algodão/ o sapato pegou fogo/ eu fiquei de pé no chão"), outra, de versos singelos, que também é atribuída em várias regiões do Nordeste, como música do folclore, é "Lua bonita", em parceria com Zé Martins, também de 1953 e regravada por Raul Seixas no disco "A Pedra do Gênesis" (1988).Boa parte de suas composições ainda necessitam de um trabalho de catalogação. Sua obra é cantada hoje no Brasil e no exterior, embora nem sempre a fonte seja citada. É o caso por exemplo de Caetano Veloso "It's a long way" (disco "Transa" - 1972) em que no meio da canção versos de Zé do Norte são citados ("os óios de cobra verde/ hoje foi que arreparei/ se arreparasse há mais tempo/ não amava quem amei (...) arrenego de quem diz/ que o nosso amor se acabou/ ele agora está mais firme do que quando começou"), mas, nos créditos da música, eles são atribuídos ao compositor baiano.Além de cantor e compositor, como folclorista Zé do Norte desempenhou um grande trabalho de pesquisa sobre o ritmo do "Coco", chegando a lançar vários "LPs". "Muitas vezes ele pegava as letras das músicas cantadas pelos cangaceiros, adaptava e registrava como dele. Mas antes que alguém o questionasse, ele dizia que se não fizesse isso, as belas canções se perderiam no tempo", afirmou o jornalista e crítico musical, Ricardo Anísio. O cantor e compositor baiano Xangai, já confirmou o lançamento de um disco totalmente dedicado às composições de coco compostos pelo poeta e folclorista paraibano. Zé do Norte faleceu no Rio de Janeiro, em 1979.

BIRA DELGADO(1955)

Bira Delgado é natural do Moxotó nascido em 27 de oputubro de 1955, sertão de Pernambuco, mas há mais 40 anos mora em João Pessoa-Paraíba. É um cantor, compositor, poeta e professor de História. Na área musical, participou do CD Do Mato, de Bebé de Natércio, Coletânea da Só Forró-PB/2008. Já participou de vários trabalhos com o mestre Ariano Suassuna, na qual era um grande amigo e tem muitas histórias ao lado do escritor. Também participou com outros trabalhos musicais com Oliveira de Panelas, Dominguinhos, Clã Brasil, Daudeth Bandeira, Jessier Quirino. Bira Delgado vem se destacando pelo autêntico forró. O forró e a cultura nordestina estão sendo muito bem representados por ele, que desde pequeno foi apaixonado pela música e pela poesia. É também um destaque na Paraíba por divulgar o melhor Forró regional do Brasil. O grupo que acompanha Bira Delgado é formado por jovens músicos, que há quatro anos vem fazendo espetáculos musicais na Paraíba e em outras cidades do Nordeste. Com este trabalho, o grupo pretende dar prosseguimento à profissionalização, divulgação e valorização da cultura nordestina. Bira Delgado é uma grata surpresa na música nordestina. Forrozeiro autêntico, de raiz mesmo, vem mostrando todo seu talento nos seus trabalhos e em suas apresentações por aqui na grande João Pessoa-PB, Recife-Pe, e em vários outros estados nordestinos. Em 2011, na abertura do São João da Capital, ele lançou o seu CD, intitulado, NA BATIDA DA CANCELA. O trabalho tem a direção e produção do compositor e cantor Bebé de Natércio e apresentação do poeta, escritor e crítico literário, Hildeberto Barbosa Filho. Neste primeiro trabalho interpreta canções de nomes consagrados do xote e do baião, como Maciel Melo, Zé Marcolino, Zé Dantas, Luiz Gonzaga, Xico Bizerra, Bráulio Medeiros, além de Bebé de Natércio e Chico de Pombal. Em 08 de março de 2012 fez o lançamento de seu DVD “Forró tem que ser assim“ gravado na Estação Ciência em João Pessoa-PB. Bira Delgado já participou de diversos programas em emissoras de tv a exemplo do Programa Sala de Reboco com aparesentação de AMAZAN na Tv Tambaú, do quadro “Raízes na Nossa Terra” do Programa Criador & Cia na TV Tambaú apresentado por Júnior Limeira, do Programa Paraíba e seus artistas na Tv Assembléia apresentado por Kátia Pinheiro e do Programa Diversidade onde foi entrevistado. Bira também faz show no Terraço Brasil e já se apresentou em shows solidários, fez show em Bananeiras e participou de show no Cantinho da feijoada.

TICO AMARO(1948)

Tico Amaro, pseudônimo de Francisco Leite Bezerra, nasceu em 28 de agosto de 1948, no Sítio Trasmonte na cidade de São José de Piranhas, alto sertão paraibano. Filho de Amaro Leite de Figueiredo e Rita Bezerra de Figueiredo, casal de agricultores, dedicou a maior parte de seu tempo ao serviço do roçado. Mesmo diante das dificuldades aprendeu a ler e escrever. Vindo de família de poeta, seu pai não viveu de cantar, mas era um menestrel, e seu irmão João Amaro já falecido, viveu da arte de cantar 42 anos.

PÁSCOA ANTÔNIA

Escritora, poetisa e cordelista, pesquisadora, professora e admiradora da cultura popular nordestina. Atualmente tenho me dedicado totalmente para esse mundo de simplicidade, mas tão valioso para a nossa história. CONTEMPLADA no "Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel" - Edição Patativa do Assaré - 2010. Sócio Correspondente do ICVC (Instituto Cultural do Vale Caririense), Juazeiro do Norte. Membro da ALLPPA (Academia de Letras e Literatura Popular Patativa do ASSARÉ).

BASTINHA JOB

Sebastiana Gomes de Almeida, a Bastinha, nasceu em Santo Amaro, município de Assaré (CE), terra de Antonio Gonçalves da Silva (o Patativa). Professora aposentada de Língua Portuguesa e Literatura Popular da Universidade Regional do Cariri – URCA, tem publicado um grande número de títulos, que abordam temas atuais como ecologia, tabus sociais como o corno, as solteironas e as sogras, passando por motivos políticos atuais e pelo gênero satírico. Com uma grande capacidade de versificar – geralmente em décimas – mesmo sendo uma mulher acadêmica, traz a “visão popular, o dito, o provérbio, o escárnio, o julgamento, a farsa, a moral, o encantamento, a superstição, o alegórico, o grotesco.”58 Elementos da cultura popular oral que ela transpõe para a escrita, com humor e malícia, criando uma estética própria, uma maneira diferenciada de fazer cordel. Ao criar estruturas em que as rimas conduzem ao riso, ludicamente trabalha as mazelas sociais, a crítica política, os costumes e tabus locais. Alguns títulos de sua autoria demonstram esta faceta de criatividade: A sogra no folclore, Dona Flor e seus namorados, O corno e a tipologia, Só quem segura os caídos é Deus e o sutiã, Santo Antonio responde à solteirona e outros cordéis. Atualmente Merlânio está com o espetáculo: CORDEL VIVO.

EVARISTO GERALDO DA SILVA (1968)

Evaristo Geraldo da Silva nasceu no dia 28 de setembro de 1968, na cidade de Quixadá, interior cearense, filho de uma família de 11 irmãos, em que cinco são poetas. Com Evaristo não poderia ser diferente (HAURÉLIO, 2011). No ano de 2006, teve o cordel A incrível história da imperatriz Porcina selecionado pela Secretaria da Educação do Estado do Ceará para a biblioteca da EJA – Educação de Jovens e Adultos. Em 2008, o livro João e Maria (Editora IMEPH) foi selecionado pelo PAIC – Programa de Alfabetização na Idade Certa para compor o acervo das bibliotecas escolares. O poeta fez uma adaptação do clássico A dama das camélias para a linguagem do cordel, pela Editora Nova Alexandria. Em 2010, obteve novamente o reconhecimento de suas obras com O fogo de Minarã e Rachel de Queiroz – a dama do romance que foram premiadas no Edital para autores cearenses, na categoria Prêmio Rachel de Queiroz de Literatura Infantil, evento promovido pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. Em 17 de novembro de 2012, ocorreu a X Bienal Internacional do Livro do Ceará, em Fortaleza, na Praça do Cordel, onde foi lançada a Coleção Reinos do Cordel. Entre os cinco livros editados pela Editora Armazém da Cultura, estava o livro intitulado: O Conde Mendigo e a Princesa Orgulhosa, do poeta Evaristo Geraldo da Silva, que remonta um cenário de magia e encantamento, realizando um cruzamento com assuntos da atualidade, da vida real. Esta obra tecida com fios de humor e diversão traz, paralelamente, uma reflexão sobre a maneira como as pessoas lidam com o dinheiro, e sobre quais são as nossas prioridades na vida.

COSTA SENA(1955)

Francisco Helio da Costa, em arte Costa Senna - Pai: Joaquim Raimundo da Costa

Mãe: Raimunda Sena da Costa - Data de nascimento: 30 / 11 / 1955 – Fortaleza – CE Endereço: Rua Águanambi, 33 Bl. 5 Apartamento 4 - Bairro: Vila Popular - Cep: 08461 – 140 São Paulo – SP E-mail: costasenna@gmail.com - Blog: poetacostasenna.blogspot.com Costa Senna é cearense de Fortaleza, apesar de ter vivido parte de sua infância e adolescência no Choró Limão, região de Quixadá. Ingressou na arte em 1980 e atuou nas peças teatrais A noite seca, Barrela, Deus lhe pague e O Caldeirão. Em 1990 muda-se para São Paulo, onde foi um dos precursores da nova face da literatura de cordel. Escreveu O doido, viagem ao centro da Terra (adaptação do clássico de Júlio Verne), Jesus brasileiro (em parceria com Marco Haurélio), Raul Seixas entre Deus e o Diabo, Jararaca, o bandido santo, A maldita ilusão, As lágrimas de Lampião, Escreveu, não leu, o pau comeu, entre outros. Cantor e compositor, Costa Senna funde o universal ao regional, com influências tão inusitadas como Luiz Gonzaga, Raul Seixas, Belchior, Alceu Valença, o rap urbano e o repente dos grandes cantadores nordestinos. Tem gravados os CDs Moço das estrelas, Costa Senna em cena e Fábrica de unir versos. Humorista, fez sucesso com o espetáculo cômico Ria até cair de Costa, de grande repercussão nos anos 1990. É um dos poetas pioneiros na utilização de temas ligados à educação na literatura de cordel. Em 2008, em reconhecimento à sua atuação, Costa Senna foi indicado, pela Câmara Municipal de São Paulo, para receber o título de Cidadão Paulistano. Costa Senna é cantor, ator e poeta. O seu trabalho é composto por literatura de cordel, música, provérbios, 'causos', informações e brincadeiras que formam o universo cultural brasileiro. Receita certa para fortalecer o conhecimento de estudantes, educadores e apreciadores da cultura popular. Sua proposta é interpretar, de maneira poética, lúdica e engraçada, as composições extraídas das estrofes, rimas e métricas do cordel. Por meio dessa ferramenta cria-se um caminho facilitafor no trabalho com a matemática, gramática, história, geogragia, humanismo social e a sustentabilidade do planeta. Costa Senna é autor de diversos livros e dezenas de folhetos de literatura de cordel; trabalhou em várias peças teatrais; compôs e gravou dezenas de músicas; até então com quatro cd's e um dvd gravados. Recentemente participou da gravação de um vídeo-documentário sobre Paulo Freire, 'Educar para transformar', da cineasta Tânia Quaresma.

MANUEL PEREIRA SOBRINHO(1918-1995)

Manuel Pereira Sobrinho nasce em 8 de agosto de 1918, no distrito de Passagem, município de Patos, no sertão paraibano. Não se sabe quando e como se inicia na poesia popular, mas em 1948, está instalado em Campina Grande, onde funda sua própria editora de folhetos, a Casa Pereira. Em torno desta, associa-se a Manoel d’Almeida Filho e Francisco Sales Arêda, formando uma aliança comercial que duraria até cerca de 1952. A Casa Pereira continua funcionando, porém, até 1956. A vasta obra poética de Manoel Pereira Sobrinho pode ser dividida em duas categorias principais. A primeira, pouco extensa, corresponde aos folhetos políticos, em que ousa atacar figuras importantes da época, como o governador da Paraíba (Dr. Promessa) e o prefeito de Campina Grande (Afirma o deputado Elpídio de Almeida, Desmascarando o mentiroso Plínio Lemos). Nestes, utiliza uma linguagem particularmente violenta, que lhe rende inimizades e alguns problemas, como os dias passados na prisão, por ter insultado a polícia em Dr. Promessa. A segunda categoria de folhetos, majoritária, corresponde aos chamados “romances”, em que Manoel Pereira transpõe muitas vezes, para a linguagem popular, obras eruditas consagradas nacional ou internacionalmente: Os martírios de Jorge e Carolina é uma versão d’A viuvinha, de José de Alencar, enquanto que O castelo do homem sem alma retoma o romance homônimo do escossês A. J. Cronin. Por volta de 1959, Manoel Pereira muda-se para São Paulo, onde passa a trabalhar para a famosa Editora Prelúdio. Reescreve, então, vários sucessos da própria literatura de cordel brasileira, ajudando a editora a contornar o problema dos direitos autorais de clássicos como O cachorro dos mortos, de Leandro Gomes de Barros, ou Pedrinho e Julinha, de José Camelo de Melo Resende. Torna-se, com isso, alvo de severas críticas por parte dos poetas de cordel. Nos anos 1960, no entanto, Manoel Pereira Sobrinho desaparece sem deixar rastro. Segundo depoimentos, teria deixado a poesia popular para ser pedreiro, antes de morrer, anonimamente, em 1995.

JOSÉ BEZERRA DE CARVALHO(1929)

José Bezerra de Carvalho, nasceu em Ipueiras-CE, no dia 13 de março de 1929 , mais conhecido como Zé Bezerra ou O Águia de Prata, é um poeta cordelista brasileiro e encontra-se a várias décadas radicado em Teresina-PI. José Bezerra de Carvalho, poeta popular, 1º Sargento reformado da Polícia Militar do Piauí, membro e sócio fundador do Sindicato dos Cantadores e Poetas Populares do Piauí e Sócio da U.B.E. (União Brasileira de Escritores) do Estado do Piauí. Pensador pródigo, criou várias histórias fictícias de cantadores, romances, pelejas, poemas e sonetos, tendo já publicado 52 trabalhos pela Editora Gráfica Mendes, Gráfica Pinheiro, Editora Rima, Fundação Cultural Monsenhor Chaves (da Prefeitura de Teresina) e Editora COMEPI (Companhia Editora do Piauí). É natural do estado do Ceará, nascido em Ipueira a 13/03/1929, e radicado no Piauí desde os três anos de idade; é autodidata, admirador da natureza, da Flora e da Fauna brasileiras. Aos dez anos começou a fazer versos, é Católico de nascimento, escreve e proclama seus versos e poemas, Ministro Extraordinário da Eucaristia Comunitária, Vicentino e Membro do Apostolado da Oração e Coordenador da Pastoral Católica no bairro Aeroporto (Teresina - PI), onde reside. O poeta José Bezerra começou a escrever suas estórias em versos aos dez anos de idade, em 1940. É autodidata, mas só começou a publicar seus trabalhos no ano de 1985. A maioria de seus trabalhos foi impressa pela livraria, papelaria e gráfica Moderna, um livro de 100 páginas com o título de DELÍRIOS DE UM POETA, e um folheto de 60 páginas, editados pela Companhia Editora do Piauí (COMEPI). Três editados pela Gráfica Pinheiro, três pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves e dois pela Casa do Papel e Gráfica Esperança, e cinco pela GRÁFICA E EDITORA RIMA. Todas as suas obras feitas em cordel. Montou com seus trabalhos a BIBLIOTECA DA LITERATURA POPULAR "A VOZ DA POESIA" (Av. Centenário 1178 - Bairro Aeroporto, CEP 64003-700, em Teresina-PI), com acesso ao público escolar para pesquisa e leitura de toda classe estudantil, professores e dedicada aos amantes da cultura popular. Onde comercializa e distribui gratuitamente a maior parte de seus folhetos de cordel, é chamado pelos professores e alunos para proferir palestras nas escolas públicas e particulares e nas universidades.

EDMILSON SANTINI (1955)

Edmilson Santini nasceu em 01 de agosto de 1955, em Belas Águas, Pernambuco. Herdou do avô Antonio Santini, famoso contador de histórias da região, o gosto pela rima e pelos versos. No início dos anos 1970, migrou para o Sudeste. Em São José dos Campos iniciou sua carreira de ator, que lhe rendeu, em 1980, prêmio no festival de teatro de Guaratinguetá, SP. Em 1988, foi para o Rio de Janeiro, onde ingressou de vez no universo do cordel. Atualmente se dedica ao Teatro em Cordel (www.teatroemcordel.com.br), projeto de cunho educativo que idealizou com o objetivo de transmitir informações sobre a cultura brasileira de forma dinâmica, “sem esquecer o lado da diversão e do lazer”, através do teatro. No âmbito do projeto, a equipe realiza oficinas de contação, encenação e recriação de histórias em cordel. O grupo também prepara textos por encomenda, em verso ou em prosa, que podem ser encenados e cantados.

IRACEMA MENDES RÉGIS (1952)

Iracema Mendes Régis nasceu no distrito de Sapé, Limoeiro, CE, em 1952, em 03 de julho de 1952. Descendente por um lado de holandeses e por outro de portugueses, viveu sua infância neste pequeno distrito cearense. Em 1975 migrou para São Paulo e arrumou um emprego na Prefeitura de Mauá. Em 1985 fez concurso para a Prefeitura da cidade de São Paulo, onde trabalhou até se aposentar. Contista e cordelista, Iracema começou a escrever ainda em sua terra natal. Em Mauá publicou 23 livros, participando ativamente do grupo Colégio Brasileiro de Poetas. Iracema Mendes Régis nasceu no distrito de Sapé, Limoeiro, CE, em 1952. Descendente por um lado de holandeses e por outro de portugueses, viveu sua infância neste pequeno distrito cearense. Em 1975 migrou para São Paulo, cidade que lhe causou espanto assim que chegou. Seguindo recomendação da mãe, estudou até se formar jornalista. Antes arrumou emprego na prefeitura de Mauá, de onde saiu dez anos depois ao passar no concurso para a prefeitura de São Paulo, onde trabalhou até se aposentar. Contista e cordelista, Iracema já publicou 23 livros.

ZEZÉ DE BOQUIM (1938)

José Marciano dos Santos, pseudônimo: Zezé de Boquim, nasceu em Pururuca, Lagarto-SE, no dia 19 de março de 1938. Foi criado com a avó devido a falta de estrutura social da sua época. Teve pouco acesso aos estudos. Aprendeu a ler através do cordel. Casou-se aos 23 anos com Dona Dalva, Pai de 09 filhos, netos e bisnetos, passou a ser evangélico aos 36 anos. Ministra palestras em igrejas, escolas e é autor de cento e tantos títulos de Literatura de Cordel. Zezé de Boquim tem uma vasta produção de cordéis, sempre atuando em feiras e outros eventos.

Rogaciano Bezerra Leite (São José do Egito, sítio Cacimba Nova- Atualmente, município de Itapetim-PE 1 de julho de 1920 — Rio de Janeiro, 7 de outubro de 1969) foi um poeta brasileiro.

ROGACIANO LEITE ( 1920-1969)

Filho dos agricultores Manoel Francisco Bezerra e de Maria Rita Serqueira Leite, iniciou a carreira de poeta-violeiro aos 15 anos de idade, quando desafiou, na cidade paraibana de Patos, o cantador Amaro Bernadino. Em seguida, Rogaciano Leite foi para o Rio Grande do Norte, onde conheceu e iniciou amizade com o renomado poeta recifense Manuel Bandeira. Aos 23 anos de idade mudou-se para Caruaru, no agreste pernambucano, onde apresentou um programa diário de rádio. De Caruaru, seguiu para Fortaleza, onde tornou-se bancário. Entre 1950 e 1955, Rogaciano residiu nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. No Rio casou-se com Maria José Ramos Cavalcante, com quem teve os filhos Rogaciano Filho, Anita Garibaldi, Roberto Lincoln, Helena Roraima, Rosana Cristina e Ricardo Wagner. Em 1968 deixou o Brasil para uma temporada na França e outros países da Europa. Na Rússia deixou gravado, em monumento na Praça de Moscou, o poema Os Trabalhadores. Alguns dos poemas mais conhecidos de Rogaciano Leite são Acorda Castro Alves, Dois de Dezembro, Poemas escolhidos, Carne e Alma, Os Trabalhadores e "Eulália. Rogaciano faleceu, de enfarte do miocárdio, no Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro. O corpo do poeta está sepultado no cemitério São João Batista, em Fortaleza, Ceará. Rogaciano Leite foi, ainda, jornalista e era formado em Direito e Letras. Em dezembro de 2007 foi lançado em Pernambuco na cidade de Itapetim pela jornalista Tacianna Lopes o documentário "Reminiscência em Prosa e Versos",o vídeo conta um pouco da história de Rogaciano Leite. Um trabalho inédito, um curta-metragem de aproximadamente 23 minutos e que conta com a participação de familiares, admiradores e amigos contemporâneo do Poeta, entre eles está o escritor Ariano Suassuna, que junto com Rogaciano na década de 40 foi responsável pela realização do I Congresso de Cantadores Repentistas do Brasil. Ele nasceu em junho de 1920 no Sítio Cacimba Nova, nas Umburanas, hoje pertencente a Itapetim, mas quando ele nasceu pertencia a São José do Egito, então pela obviedade em seu registro ele é egipsiense. Morreu no dia 7 de outubro de 1969 no Rio, seu corpo foi levado ao Ceará, onde foi enterrado em Fortaleza cidade em que viveu.

ARTHUR ALVES DE OLIVEIRA (1918-1957)

Nasceu em Pesqueira, Estado de Pernambuco, no ano de 1918 e morreu em Paulo Afonso, Estado da Bahia, no ano de 1957. Um dos seus mais famosos cordéis, intitula-se: O Protestante que fez a Barba de Frei Damião.

ADOLPHO PAULINO DE FIGUEIREDO (POTIGUAR)

Nasceu no Rio Grande do Norte, onde escreveu o seu famoso cordel por nome: A Verdadeira Biografia do Profeta do Nordeste. Não se tem mais dados do cordelista.

ISMAEL GAIÃO DA COSTA (1961)

O poeta declamador Ismael Gaião da Costa nasceu na terra do Cavalo Marinho, folguedo folclórico tradicional da Zona da Mata de Pernambuco, no município de Condado, no mês mariano, no dia 07 de maio do ano de 1961. Ismael Gaião reside no Recife, Pernambuco, é engenheiro agrônomo, mestre em Melhoramento Genético de Plantas, servidor público da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), da Estação Experimental de Cana-de-açúcar de Carpina.

Autor de inúmeros cordéis e poesias, Gaião é afiliado à União dos Cordelistas de Pernambuco (UNICORDEL), como poeta declamador, cujo primeiro livro publicado foi: Uma colcha – cem retalhos (CEPE, 2011). Apresentou espetáculo em parceria com outros colegas poetas: Estandi-upi de Poesia Matuta, com o poeta Felipe Júnior. A comédia apresenta fatos e eventos cotidianos; e Tripé da Rima, com a poetisa Susana Morais e o poeta Felipe Júnior. Ainda com a parceria de Felipe Júnior, lançou o CD de poesias declamadas, Causos e cordéis (2010).

PEDRO JACÓ DE MEDEIROS (1922)

Pedro Jacó de Medeiros, nasceu em Natal-RN, no dia 25 de setembro de 1922.

CHICO MOTA (1924-2011)

Naturalidade: Catolé do Rocha – PB - Nascimento: 23 de outubro de 1924 / Falecimento: 5 de junho de 2011 - Atividades artístico-culturais: Poeta, violeiro, repentista e cordelista. Livros: Veredas Nordestinas (1987), Trovas… Etc. e Contos (1994), Violas e Cantadores (2002), A Saga de um Bandoleiro no Oeste Potiguar: A trajetória de Lampião quando do ataque à cidade de Mossoró em 1927 (2010). Cordéis: O Lamentável Desastre Rodoviário Ocorrido em Currais Novos (1974), Homenagem ao Deputado Vivaldo Costa: o Líder do Seridó (1978), A Seca do Nordeste (1980/2002), O Sofrimento do Jumento (1980), Homenagem a Frei Damião: o Santo do Nordeste (1980), Por Que Deixei de Beber (1980), As Consequências do Fumo (sd), Em Prol da Candidatura de Djalma Mota (2008). Discografia: Cantiga Sertaneja: volume 1 (1999), Cantiga Sertaneja: volume 2 (2000), Cantigas da Nossa Terra, com o poeta Antônio Silva (2002), Pelos Campos do Repente, com o poeta Antônio Silva (2003) Chico Motta e Suas Canções (2006). Premiações: Comenda de Honra ao Mérito Vila do Príncipe, concedida pela Câmara de Caicó (RN), em julho de 2007. Francisco Fernandes da Mota, mais conhecido como Chico Mota foi um paraibano que se tornou célebre no Seridó do Rio Grande do Norte, especialmente na cidade de Caicó, onde viveu a maior parte de sua vida. Era filho de Henrique Ferreira da Motta e Maria Elvira Fernandes. Passou a infância e a adolescência na cidade de Brejo do Cruz, na Paraíba. Aos 10 anos começou a trabalhar na agricultura. Em 1949, deu início a sua trajetória como violeiro no Sitio Bom Jesus, no município de Augusto Severo (RN). No ano de 1955, na cidade de São Bento (PB), casou-se com Hermínia Joaquina Alves, com quem teve 10 filhos e viveu até o dia de seu falecimento. Até 1963 morou na zona rural. Em 1º de maio de 1963, criou juntamente com o violeiro-repentista José Soares Sobrinho, o programa de rádio Violeiros do Seridó. Todos os dias pela manhã pegava sua viola e divulgava a cultura popular fazendo versos de improviso e cantando canções na Emissora de Educação Rural de Caicó. Formou em conjunto com o também violeiro e poeta Cícero Nascimento uma das duplas mais famosas do rádio norte-rio-grandense. Esteve à frente do programa durante 48 anos. Na sua carreira como poeta foi autor de vários cordéis. Publicou 4 livros, gravou 5 CDs, sendo 4 em parceria com outros cantadores. Em 2005, foi protagonista do documentário “O lugar da Morte de Jesuíno Brilhante”, de autoria do médico psiquiatra Epitácio de Andrade Filho. Chico Mota ocupou a cadeira número 9 do Clube dos Trovadores do Seridó (CTS). Na Academia de Trovas do Rio Grande do Norte (ATRM), era ocupante da cadeira número 38. Em 2010, aos 86 anos de idade, em Caicó (RN), cometeu suicídio, em decorrência de um estado depressivo. A repercussão de seu falecimento foi sentida na homenagem prestada pela Rádio Rural. No horário matutino, em que ele costumava cantar diariamente, violeiros compuseram versos com o mote “A viola nordestina / Mais uma vez enlutada”. Na missa de seu sepultamento, vários colegas poetas o entoaram em temas de sete linhas. Chico Mota deixou um grande legado para a poesia popular. Sua obra compõe livros, CDs, cordéis e uma imensa quantidade de manuscritos não publicados. Além das incalculáveis cantorias realizadas em todo o Nordeste e no rádio, participou de centenas de festivais de poetas repentistas. Também realizou muitos desses encontros de cantadores nordestinos. O repentista dá nome a Casa da Cultura e a Biblioteca de Caicó. Francisco Fernandes da Mota, mas todos o conheciam por Chico Mota. É poeta, violeiro, repentista e cordelista. Meu pai é um jovem de 84 anos. Todos os dias às 06h00 da manhã, pega sua viola e divulga a cultura popular fazendo versos de improviso e cantando canções na Emissora de Educação Rural de Caicó-RN, até às 07h00. Faz isso há exatos 46 anos, festejados nesse Primeiro de Maio, dia que também coincide com o aniversário da referida Rádio. No mesmo dia em que a emissora foi inaugurada, meu pai estreou o programa “Violeiros do Seridó”. É o programa de rádio do gênero mais antigo do Brasil. Para comemorar essa data, há doze anos, ele e o meu irmão, o locutor do Programa, organizam um Encontro de Poetas, que conta com a participação de repentistas renomados de vários estados e também da região. Ei-lo aqui, no seu porte elegante, todo no linho branco, pronto para receber os amigos poetas repentistas, que outrora contaram e ainda contam com a nossa casa como apoio e o programa como instrumento de difusão de sua arte pela região.

DJALMA MOTA (1964)

Djalma Alves da Mota , nasceu no dia 17 de novembro de 1964 , em Caicó – RN.

É poeta e cordelista. Ministra palestras e dá oficinas sobre Literatura de Cordel. Um dos seus cordéis famosos, tem enquanto título: As Proezas de Zé Carcará – “O Barro e o Jarro”.

BRÁULIO BESSA

Escritor, Poeta cordelista, Empreendedor social, Palestrante, nasceu em Alto Santo/CE. Bráulio Bessa, começou a sua carreira artística alguns anos atrás. Ele defende o orgulho de ser nordestino e alcança mais de 20 milhões de brasileiros na internet. O velho Lua, rei do baião, ficou conhecido no Brasil e no exterior por levar a cultura do Nordeste por onde andou. Muita coisa mudou do tempo de Luiz Gonzaga até hoje, mas o que prevalece no nordestino – isso ninguém tira – é o sentimento de orgulho de onde nasceu. Com fala mansa e sotaque carregado, o nordestino arretado Bráulio Bessa transformou sua trajetória na defesa da cultura regional nas redes sociais em palestras, contando em forma de causos, sua história desde criança no sertão do Ceará.

ANTÔNIO LUCENA (1931-2005)

Naturalidade: Cajazeiras - Nascimento: 6 de novembro em 1931 - Falecimento: Novembro de 2005 - Atividades artístico-culturais: Cordelista, poeta e xilógrafo Folhetos de sua autoria: O Sabiá da Palmeira, As proezas de João Grilo Neto, Capitão Virgulino montado no Capiroto, Corisco, Notícias de outro mundo, O Cão que dançou lambada no Maior São João do Mundo, O Jeca que casou com uma Jega!, O pastor que virou bode, Revolta de Lampião para governar o céu, Severino tira-fama, Uma excursão ao passado, Zefinha & Sebastião e Vaqueiro velho & patrão, entre outros. O poeta Antônio Araújo de Lucena residiu boa parte da sua vida em Campina Grande (PB). Destacou-se entre os poetas paraibanos pelas funções que exercia, o de escritor e xilógrafo. Além de trabalhar como cordelista, ele era carpinteiro de coberta, forro, estruturas e obras de artes. Seu trabalho como carpinteiro era divulgado em uma das páginas de seus cordéis. Na página, era informado o endereço, contato e tipo de trabalho realizado. Um Mestre nas Artes. Seus folhetos abordaram diversos temas recorrentes da literatura de cordel. O poeta Antônio Lucena escrevia com uma linguagem bem-humorada e fantasiosa. O sacarmos e a ironia presentes em suas obras despertavam o riso dos leitores. No folheto “Zefinha e Sebastião”, o poeta conta a história de um nordestino traído. Essa situação, para muitos, era motivo de chacotas porque indicavam que o “cabra-macho” não dominava e nem provia sexualmente a mulher. Em seus cordéis, o escritor gostava de falar sobre essa temática, e explorava a criatividade nessas situações.

GILMAR SANTANA FERREIRA (1971)

Gilmar Ferreira nasceu em Aracaju em 19 de julho de 1971. Iniciou na Literatura de Cordel com a obra “São Francisco”, O Santo Rio do Brasil: História & Importância. Vem, nos últimos 15 anos, desenvolvendo uma intensa pesquisa que busca registrar a história da Literatura de Cordel no Estado de Sergipe. Gilmar Santana Ferreira. Adotou o sobrenome "Santana" em homenagem a sua mãe, que se chama Maria do Socorro "Santana" Ferreira (in memória), pois no nome de seu pai, Daniel Ferreira, não consta sobrenome "Santana". Iniciou na Literatura de Cordel com a obra "São Francisco, o santo rio do Brasil: História & Importância". Vem, Nos ultimos anos, desenvolvendo uma intensa pesquisa que busca mapear a Literatura de Cordel no Estado de Sergipe na atualidade. É criador da 1ª CORDELTECA do Brasil, instalada nas depêndencias da Biblioteca Municipal Clodomir Silva, no bairro Siqueira Campos, na cidade de Aracaju . Em 2003 foi classificado em 7º lugar no "2º concurso Paulista de Literatura de Cordel", que contou com a participação de 176 cordelista de todo o Brasil. Licenciado em LETRAS; coordena o projeto MOVA-Brasil Desemvolvimento & Cidadania, a serviço do Instituto Paulo Freire, de São Paulo. È membro ocupante da Segunda Cadeira da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, situado no Rio de Janeiro. Vem proferindo palestras em universidades, escolas públicas/paticulares e entidades interessadas na Literatura de Cordel. Tem participado como jurado ou convidado especial de diversos eventos culturais.

FÉLIX PACHECO (1879-1935)

José Felix Alves Pacheco, nasceu em Teresina, Piauí, no dia 02 de agosto de 1879, escreveu, entre outros, CHICOTADAS(Poesias-1897), VIA CRUCIS(Poesias-1900), MORS-AMOR(Poesias-1904), BAUDELAIRE E OS GATOS(Crítica-1934), sem dados biográficos completos nos livros e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via textos editados. Filho do magistrado Gabriel Luiz Ferreira e de Maria Benedita Candida da Conceição Pacheco. Após os estudos primários no Colégio Kardec em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde também estudou. Em 1890 foi para o Rio de Janeiro, levado pelo seu tio e protetor, o senador Teodoro Alves Pacheco. Em homenagem a ele adotou o “PACHECO” em seu nome. Com 12 anos de idade, em 1891, matriculou-se no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde fez humanidades, e depois cursou a Faculdade de Direito. Em 1897, com 18 anos, ingressou no jornalismo, como repórter de O Debate. Dois anos depois, pela extinção daquele periódico, passou para o Jornal do Commercio, do qual se tornou diretor-proprietário. Em 1908, com 29 anos, casou-se com Dora Rodrigues, com quem teve as filhas Ignez (Ignezita) e Martha. Foi o fundador e primeiro diretor do Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal, hoje Instituto Félix Pacheco. Foi o introdutor, no Brasil, do sistema datiloscópico. Jornalista, político, poeta e tradutor. Senador e Deputado Federal. Representou por muitos anos o Estado do Piauí, primeiro na Câmara e depois no Senado da República. No governo de Artur Bernardes, foi ministro das Relações Exteriores. Colaborou ativamente na revista Rosa-Cruz, de Saturnino de Meireles. Traduziu a obra de Baudelaire, comentou e estudou a sua obra, do ponto de vista biobibliográfico, crítico e literário. Essa atividade literária foi coroada com o discurso que o tradutor pronunciou em 24 de novembro de 1932, intitulado “Baudelaire e os milagres do poder da imaginação”, publicado no ano seguinte, quando também publicou os volumes O mar através de Baudelaire e Valéry, Paul Valéry e o monumento a Baudelaire em Paris e Baudelaire e os gatos. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 06.12.1935. Segundo ocupante da Cadeira 16, eleito em 11.05.1912, na sucessão de Araripe Júnior e recebido pelo Acadêmico Sousa Bandeira em 14.08.1913. Recebeu o Acadêmico Constâncio Alves. Sua Cadeira 16 na Academia tem como Patrono Gregório de Matos, Fundador Araripe Júnior, sendo também ocupada por Pedro Calmon e Lygia Fagundes Telles.

FRANCISCO GUERRA VASCURADO (1896)

Pernambucano, de Nazaré, 09.03.l896, escreveu, entre outros, "A BOMBA ATÔMICA", "A COMUNICAÇÃO DE LAMPIÃO", "AS CURAS DO CARMELITO", folhetos de cordel. Viveu em Anápolis e em diversas cidades do interior de Goiás.

ANTÔNIO AMÉRICO DE MEDEIROS (1930-2014)

Antônio Américo de Medeiros, nasceu no dia 07 de fevereiro de 1930 e morreu no dia 21 de janeiro de 2014. Cantador, cordelista, editor, folhetista, vendedor e precursor de programa radiofônico, o norte-rio-grandense Antônio Américo de Medeiros nasceu no município de São João do Sabugi, Rio Grande do Norte, no dia 7 de fevereiro de 1930, vindo a falecer aos 84 anos, em uma terça-feira, 21 de janeiro de 2014, na cidade de Patos, Paraíba.Poeta, cantando seus próprios versos ao som da viola, ainda adolescente (15 anos), começou a viajar pelo Nordeste como cantador profissional. Radicou-se em Patos, município da mesorregião do sertão paraibano, onde criou o programa radiofônico Violas e Repentes (1960), que ficou no ar por 23 anos, na Rádio Espinharas, onde trabalhou com José Batista.História completa da Cruz da Menina (1977) foi seu primeiro romance. Possuindo a arte de criar, também passou a transferir emoções ao dedicar-se a outras artes, como editor e vendedor de cordel, para divulgar produto cultural pouco apreciado pela mídia de massa. Na sua afamada banca de folhetos, localizada no Box 2 do antigo Mercado Público de Patos, disponibilizou trabalhos poéticos de outros consagrados artistas populares, como: Leandro Gomes de Barros, José Pacheco e José Camelo de Melo Resende. Teve cordéis publicados pela Tipografia Pontes (Guarabira, Paraíba), pelas Editoras Coqueiro (Recife, Pernambuco) e Luzeiro (São Paulo, São Paulo) e pela Fundação Ernany Sátiro teve sua coletânea Vida, Verso e Viola na qual se encontra seu primeiro folheto romance, que faz referência ao Santuário da Cruz da Menina, construído para a Santa do Povo, a menina Francisca, que foi assassinada (1923) por seus pais adotivos.Antônio parou de cantar aos 58 anos, mas comercializou cordéis até os 75 anos de idade. A Paraíba reconheceu a dedicação deste potiguar em prol da cultura popular local e, no ano de 2003, Américo foi agraciado com a Medalha Ednaldo do Egypto, da Assembleia Legislativa do Estado.

DELARME MONTEIRO DA SILVA (1918-1994)

Delarme Monteiro da Silva nasceu na capital pernambucana, em 17 de abril de 1918. Em 1938, no seio de sua juventude aos 20 anos de vida, Delarme, publicou o seu primeiro romance em verso, A feiticeira do Bosque. O mesmo foi impresso na tipografia de João Martins de Athayde, representando o início de uma parceria traçada entre Delarme e Athayde que, a partir de então, passa a trabalhar como aprendiz de tipógrafo, editando paralelamente os seus trabalhos, assinados e revendidos por ele mesmo em formato de folhetos. Nascido e vivido no ventre da cidade de Recife, o poeta fez de lá também a sua morada final, falecendo no ano de 1994.Sua trajetória literária é marcada por uma vasta produção, reconhecida por sua qualidade, destacando-se pelos temas de mistério e encantamento, presentes em vários de seus folhetos. Keller (2013) destaca o potencial jornalístico que pode ser agregado ao cordel e, nesse sentido, ela esclarece trazendo como exemplo o cordel de autoria de Delarme, intitulado: A lamentável morte de Getúlio Vargas, feito pelo poeta, imediatamente, após escutar a notícia do suicídio do ex-presidente, veiculada pelo rádio na manhã de 24 de agosto de 1954. Ao saber da notícia, o poeta registrou o acontecimento tomado por uma intensa comoção. Esse cordel obteve grande repercussão; segundo a autora, o sucesso foi tão grande que ele vendeu milhares de exemplares em apenas dois dias.

DAVI TEIXEIRA (1959)

Nascido em 14 de fevereiro de 1959, na cidade de Bezerros, interior de Pernambuco, seus pais eram agricultores, plantavam milho e feijão para sobreviver. Nos anos em que não chovia ficavam sem saber o que fazer. A única saída que seu pai encontrou foi caçar com uma espingarda; mas a caça não dava para saciar a fome das oito pessoas da família. Através da indicação de outros agricultores seus pais foram trabalhar como bóias-frias numa usina de cana-de-açúcar. Quando a safra acabou, decidiram ir para Recife com esperança de melhorar a situação em que viviam. Sem dinheiro para a passagem ficaram na estrada pedindo carona; era quase noite quando conseguiram chegar até Gravatá, onde passaram a noite em um posto de combustíveis. Ao amanhecer pegaram outra carona até o Recife chegando ao bairro de Casa Amarela, na localidade do Córrego do Jenipapo. Seu pai fez amizade com um dos moradores, que ofereceu um quarto com meia parede e um portão, onde ele havia criado porcos. Sem opção, aceitou. Nesta mesma época seu pai estava com diabetes, mas ninguém sabia. Tempos depois a doença agravou-se e ele foi internado. Enquanto internado, ele recebeu a notícia de que seu filho caçula havia falecido. Por ironia do destino no dia seguinte faleceu uma das suas filhas. Ao receber esta notícia ele disse chorando: “Eu também estou neste caminho”. Sem dinheiro para fazer o enterro, sua mãe pediu ajuda aos moradores do bairro. Alguns anos depois seu pai faleceu. Para sustentar os quatro filhos sua mãe teve que trabalhar na casa de uma família, na qual a patroa se ofereceu a criar o filho mais novo e a irmã da patroa iria criar o outro filho. Em pouco tempo Davi e seu irmão mais velho começaram a trabalhar. Davi Teixeira construiu uma família com três filhos: Rodrigo, Ricardo e Alexandre. Trabalhou em várias empresas e, em 1998, foi convidado a trabalhar num posto de combustíveis no município de São Caetano, a 170 quilômetros do Recife. Voltava para casa aos sábados e retornava ao trabalho na segunda-feira às cinco horas da manhã. No início trabalhou à noite e, durante o dia, tirava algumas horas para conhecer o lugar e conversar com os agricultores. Não havendo emprego e sem chuva para plantar esses agricultores ficavam sem saber o que fazer. Observando esses trabalhadores Davi lembrou do passado, quando tinha sete anos de idade. Voltando para seu quarto, que ficava localizado dentro do posto, Davi começou a escrever, retratando aquilo que viu. Logo escreveu a primeira poesia: “Proteção Divina”; e com incentivo da família e inspiração nasceram outras poesias, algumas delas publicadas no jornal A Folha de Pernambuco.

FRANCISCO PAIVA DAS NEVES (1963)

Francisco Paiva das Neves, é natural do município de Cedro-CE, localizado no centro-sul do Ceará e nasceu no dia 01 de dezembro de 1963. Em 1978, adolescente, passou a residir na capital cearense, e aos 26 anos (1989) mudou-se para a maior cidade-dormitório do Ceará, Maracanaú, município da região metropolitana de Fortaleza. Das vivências e experiências com diversas manifestações culturais populares, como reisado, aboio, embolada, repente, histórias de trancoso e leituras de romance de cordel, forjou seu saber artístico poético.

HAILTON MANGABEIRA (1973)

Hailton Alves Ferreira, vulgo Hailton Mangabeira, nasceu em Macaíba no dia 09 de janeiro de 1973. É o filho mais novo de Manoel Francisco Ferreira (seu néo) e de Josefa Alves de Medeiros Ferreira (Dona Zefinha). Desde cedo começou a seguir os passos da mãe, professora da Rede Pública, e que também gostava da literatura de cordel. Vez por outra tinha a oportunidade de ler cordéis que sua mãe comprava na feira de Macaíba, daí o gosto desde de criança pela literatura de cordel. É pós- graduado em Educação, leciona em São Gonçalo do Amarante e em Macaíba.

HAMURÁBI BEZERRA BATISTA (1971)

Poeta popular, escultor, xilógrafo e produtor cultural, Hamurábi Bezerra Batista, nasceu em 1971, na Capital da Fé, Juazeiro do Norte (CE). Filho do consagrado artista farmacêutico Abraão Batista, homem de múltiplas aptidões artísticas manifestas nas artes plásticas (pintura e escultura), no cordel e xilogravura, cujos trabalhos xilográficos compõem o acervo da Galeria Brasiliana, foi urdido nas teias da valorização e difusão da cultura popular nordestina. Aos 10 anos, começou a auxiliar o pai em seus trabalhos de xilogravura, em cujo ateliê também aprendeu o processo de modelagem da argila e, em 1991 (20 anos) mergulhou em suas próprias produções xilográficas, retratando folia de reis e ilustrando seus poemas, lança seu primeiro folheto A verdadeira história das falsas religiões que lutam contra a verdade. Além das esculturas em madeira, Hamurábi pesquisa técnicas de colagem e papel machê. Influenciado apenas pelo pai, Hamurábi Batista assinala como sua produção artística é influenciada pelo dia a dia. Hamurábi Batista utilizou alguns codinomes, tais como Francisco de Assis da Silva, Manoel Messias e Francisco Matêu. Em 1992, assinando como Francisco de Assis da Silva, lançou: O dia em que o camaleão virou o diabo – profanação e desrespeito ao romeiro e à Mãe das Dores e mais oito outros trabalhos; e como Manuel Messias, Mentira tem perna curta – o verdadeiro acordão. Em 1993, com o heterônimo de Francisco Matêu lançou o folheto Quando o camaleão mudou de cor contra o povo de Juazeiro.

JOÃO PERON (1985)

João Peron de Lima, nascido em Recife aos 14 de agosto de 1985, solteiro, poeta escritor, curso da Ematerce, administração de empresa e concluiu o primeiro grau.

JOÃO PEREIRA DE LIMA

Nascido em Anadia/Alagoas e de infância pobre, o poeta teve seu primeiro par de sapato somente aos 16 anos e foi nessa mesma idade que João Pereira fugiu do sítio dos seus pais para subir em um pau-de-arara rumo ao interior de São Paulo. Lá ele trabalhou em campos de algodão, amendoim e cafezais, só retorna para sua terra aos 20 anos e vira mestre na arte de fazer versos e rimas com sua viola. João começou a fazer sucesso em Alagoas e, ainda nos anos 1970, marcou sua presença em programas de TV de repercussão nacional. No Rio de Janeiro/RJ foi para o trono do Show de Calouros de Cassino do Chacrinha. Fez várias gravações para o Projeto Minerva, com narração de Sérgio Chapelin, participou dos programas O Povo, no SBT e Sem Censura, na TV Educativa. Chegou às ondas das rádios Nacional, MEC, Globo, Tupi, Mauá e outras. Subiu também ao palco do Sílvio Santos e à poltrona do Jô Soares. Seus repentes e poesias também foram ouvidos por gente importante, como a atriz Sandra Brea, os ex-presidentes João Figueiredo e José Sarney, o jornalista Roberto Marinho, dentre outras personalidades das Artes e da política brasileira. Tudo devidamente documentado em fotos e reportagens em diversos jornais do país, em uma pasta que João levava debaixo do braço pra todo lado.

GUAIPUAN VIEIRA(1951)

Guaipuan Vieira nasceu em Teresina – Piauí, em 11 de setembro de 1951. Filho do poeta folclorista e indianista Hermes Vieira e de Maria José Sousa Rodrigues. É poeta cordelista, xilógrafo e radialista. É graduado em teologia pelo Instituto de Ciências Religiosas – ICRE. Graduando em História na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. É funcionário da Receita Federal. Aos dezesseis anos já improvisava versos, mas fora duramente repreendido pela mãe, pondo fim uma carreira poética. Desde 1976 se dedica à literatura de cordel. Autor de vários folhetos de cordel, alguns premiados e com destaque na impresa nacional e internacional. Cordéis que focalizam o apocalipse figuram no corpo da tese de doutorado da professora Emmanuelle Delebosse, da Universidade Antilles Guyane, de Martinique, França. Autor de canções gravadas pelos repentistas Antonio Jocélio e Zé Vicente. Tem um livro publicado, um no prelo e três inéditos. É correspondente da Revista Derepente e colaborador de jornal. Em 1987 fundou o Centro Cultural dos Cordelistas do Ceará – Cecordel, entidade que contribui sobremaneira para o enriquecimento do cordel no Nordeste. Atualmente, é presidente. No mesmo ano com apoio da iniciativa privada cria a Banca do Cordel, pioneira em praça pública no Brasil. Recebeu da Casa de Arte ASAUF (UFC) o certificado “Cidadão 92", destacando-se como poeta da resistência, por ter contribuído com o Movimento de Poesias do Ceará do Pólo Cultural do Benfica. Em abril de 2003, através de Requerimento Nº 0842/03, de autoria do Vereador José Maria Pontes, recebeu da Câmara Municipal de Fortaleza “Votos de Congratulações” pelo lançamento de seu mais novo folheto, que trata da guerra declarada pelos Estados Unidos à nação iraquiana, e que tem como título “Monstro americano destrói inocentes no Iraque”. Em 2004, no Festival Internacional de Cantadores, em Quixadá – Ceará, foi outorgado pela Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com a Medalha de Mérito pelo reconhecimento do trabalho prestado em prol da literatura de cordel no Ceará.

CHICO MULUNGU(1965)

Cordelista paraibano, Francisco Silva, natural de Mulungu. Nascido aos 24 de agosto de 1965. Viveu toda sua infância em sua terra natal, mas aos treze anos de idade, partiu para João Pessoa para trabalhar e continuar seus estudos. Publicou em 2015, o livro infanto-juvenil, “Fio-fio Cabelos de Sapo em A Multiplicação do Ovo”. Tem participação em várias Antologias Poéticas e entre elas, destaca os volumes 03 e 08 da coleção “Dez Poetas e Eu”, a “IIAntologia AVL”, publicação da Academia Virtual de Letras, da qual é membro acadêmico ocupando a cadeira 24. Destaca também as Antologias “Chuva Literária” e “O Poeta é Um Fingidor”. É cordelista e ocupa a cadeira 23 da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, tem vários folhetos publicados, entre estes, destaca seu último título editado: “Zezita Matos, A Outra Mãe de Domingos Montagner”. Tem participação na Coletânea“ Cordelistas Contemporâneos –2017, ao lado de mais 52 cordelistas de todas as regiões do Brasil.

JOÃO GOMES DE SÁ (1954)

João Gomes de Sá nasceu em Água Branca, no sertão alagoano, no dia 9 de maio de 1954, e mora em São Paulo. Em 1977, trabalhou no Museu de Antropologia e Folclore Dr. Théo Brandão, quando conheceu as manifestações de cultura espontânea de seu povo. É por isso que, volta e meia, o que escreve revela influência do folclore da região Nordeste. João Gomes, além de poeta, é dramaturgo e xilógrafo. Além das atividades como professor de Português, dá orientações técnicas sobre o folclore e ministra oficinas sobre cordel. Utilizando elementos da cultura popular escreveu Ressurreição do boi, Canto guerreiro, Meu bem-querer e os cordéis A briga de Zé Valente com a Leide Catapora, O Cordel: sua história, seus valores (com Marco Haurélio) e A luta de um cavaleiro contra o Bruxo Feiticeiro. Para a coleção Clássicos em Cordel (Nova Alexandria), adaptou O Corcunda de Notre-Dame, de Victor Hugo e Alice no País das Maravilhas em cordel.Nasceu em Água Branca, no sertão alagoano, e mora em São Paulo. É formado em Letras (Português-Inglês) pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), onde em 1977 trabalhou como bolsista da Funarte no Museu de Antropologia e Folclore Dr. Théo Brandão, dessa mesma universidade e conheceu as manifestações de cultura espontânea de seu povo. Além de suas atividades como professor de Português, dá orientações técnicas sobre o folclore e escreve poesia popular e literatura de cordel – muitas vezes, para ilustrar suas aulas.

SEVERINO HONORATO(1963)

Severino Honorato, também conhecido como Dom Severo, nascido de uma família de muitos Severinos em Mulungu, região da Caatinga, interior da Paraíba em 26 de janeiro de 1963, Severino Honorato, nosso Don Severo, tornou-se poeta, escritor de literatura infanto-juvenil, cordelista e palestrante, não por escolha, mas por necessidade pessoal. Segundo suas próprias palavras “ninguém faz História sem uma dose pessoal de sacrifício“, e por assim entender a vida, Severino caminha o caminho da Literatura Popular com humildade mas com a coragem que caracteriza o nordestino, homem forte que vence barreiras e dificuldades para divulgar sua arte.

SANDER LEE(1960)

Sanderli José da Silva, que escreve como Sander Lee (uma forma de brincar com os olhos puxados de oriental) nasceu na cidade de Itabaiana, Estado da Paraíba, terra do poeta popular Zé da Luz e do músico Sivuca, no dia 25 de janeiro de 1960. Filho de José Ferreira Silva e Arlinda Jandira da Silva. É bacharel em Biblioteconomia, pela UFPB, e estudante do curso de Direito, UFPB. É empregado público federal, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, desde 1985, onde exerceu as atividades de gerente de agências e gerente regional de vendas. É casado com a poetisa Luciene Soares, filha do poeta Severino Dias, e é pai de Piero Soares, Lorena Dias e Sander Brown, também poetas. Foi ator do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana - GETI, onde participou das montagens: "A peleja de Lampião com o Capeta", "O batalhão das sombras", "ABC de Zé da Luz o poeta do povão". É palestrante motivacional e já prestou serviços a empresas públicas e privadas, tratando de motivação nas vendas, endomarketing, estratégias competitivas, o segredo do sucesso e liderança. Sander Lee é um poeta da grande rede. A sua página no Recanto das Letras, http://www.recantodasletras.com.br/autores/sanderlee, disponibiliza para os internautas 1.176 textos, entre sonetos, cordéis, crônicas, pensamentos e homenagens, os quais receberam, até 28/08/2017, 50.174 leituras. É presidente da Associação Profissional de Bibliotecários da Paraíba, onde tem desenvolvido ações para o fortalecimento da classe e o respeito e cumprimento da Lei 12.244/10, que trata da universalização das bibliotecas escolares. Nessa liderança criou o Prêmio Jemima Marques, que identifica e reconhece os nomes das pessoas que trabalham em prol do acesso à leitura, livro, literatura e biblioteca. Como presidente da Academia de Cordel do Vale do Paraíba – ACVPB, instituição que foi criada por ocasião do sesquicentenário do poeta Leandro Gomes de Barros, considerado o pai da literatura de cordel no Brasil, tem desenvolvido atividades culturais, plenárias, saraus, mostras culturais, que desenvolvem o gosto pela literatura de cordel, entrelaçando esse segmento com a poesia contemporânea. O poeta, com o extremado zelo que tem pela riqueza do cordel, elaborou uma apostila de como construir um bom cordel, que a tem repassado aos poetas iniciantes, estudantes, pesquisadores e escolas. Em parceria com o SESC vem aplicando Oficinas de Cordel, treinamentos em que aponta a influência da Escola Leandro Gomes de Barros na poesia, nas letras, na música e na dança, além de ensinar a fazer um cordel dentro da estruturação de rimas e da metrificação exigidas para um folheto de excelência.Gosta de declamar poesias, em especial as de "linguagem matuta" e faz um trabalho voluntário junto aos colégios na disseminação da Literatura de Cordel.É coapresentador do Programa Alô Comunidade, na Rádio Tabajara AM, cujo cerne é divulgar o trabalho social prestado pelas rádios comunitárias. Considera-se cordelista virtual e como tal escreve no site Recanto das Letras.

Na área de educação foi professor e superintendente de escolas bíblicas dominicais. Escreveu os seguintes cordéis: A Peleja de Fábio Mozart com Sander Lee e o Preço da Traição.

EROTILDES MIRANDA (1919)

Erotildes Miranda dos Santos foi um cordelista baiano que usava o pseudônimo de Trovador Nordestino. Nasceu em Candeal, Bahia, município pertence à área de expansão metropolitana de Feira de Santana, Bahia, no dia 03 de junho de 1919. Veio se estabelecer e escrever inúmeros folhetos da literatura de cordel. Foi motorneiro de bonde em Salvador, Bahia, depois se radicou em Feira de Santana onde residia na Rua 18 do Forte, bairro da Rua Nova. Introduziu-se na área de literatura popular cordelista por incentivo do cordelista e editor de folhetos populares, Rodolfo Coelho Cavalcante, que era alagoano, mas radicado em Salvador, Bahia. O primeiro folheto escrito pelo Trovador Nordestino foi ABC da Dança (1953), que foi comprado por Rodolfo, que o aperfeiçoou e lançou com seu nome (MAXADO, 2005; CURRAN, 2014). Este poeta de bancada que versava sobre diversos temas, com sagacidade e humor, assim versou sobre as façanhas de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. “Nordeste sangrento”.

EXPEDITO SEBASTIÃO DA SILVA (1928 –1997)

Expedito Sebastião da Silva nasceu na terra de Padre Cícero, Juazeiro do Norte, Ceará, em 20 de janeiro de 1928, no dia de São Sebastião. Nesta terra tão devota, o poeta nasceu e viveu, até falecer no dia 8 de agosto de 1997. Carvalho (2008, p.70) relata que Expedito ficou órfão muito cedo e foi morar com uma tia que o registrou como filho. Começou a trabalhar, na década de 40, na Tipografia São Francisco de José Bernardo da Silva. Nesse sentido, além de poeta, foi tipógrafo e revisor da gráfica, tendo assumido, com a morte do seu proprietário, José Bernardo da Silva, a gerência da Tipografia São Francisco, reinaugurada na década de 70 como Literatura de Cordel José Bernardo da Silva e, posteriormente, como Lira Nordestina, permanecendo com esta denominação até os dias atuais. Viana [20–] descreve que o poeta tem origem camponesa, frequentando escola na qual concluiu a quarta série ginasial, sendo justamente nesse período escolar que Expedito deu os seus primeiros passos na literatura, escrevendo os seus primeiros poemas. Sua escrita despertou o interesse de José Bernardo da Silva, o grande editor de Juazeiro, possibilitando, assim, o seu ingresso na tipografia a convite do proprietário, que estava encantado com ele. De acordo com Carvalho (2008, p. 70), o fazer poético de Expedito, “surgia da inspiração natural e de uma vontade própria e auto didática na sua forma de escrever. Expedito usa da criatividade, transformando a poesia numa brincadeira de criança através de elementos da comédia e da sátira”. Seu primeiro folheto, intitulado “A moça que depois de morta dançou em São Paulo”, data de 1948. Nesse período, o poeta e xilógrafo Damásio Paulo da Silva incentivou o jovem Expedito a continuar produzindo (VIANA, [20—]). Com relação aos apoios e incentivos que Expedito obteve no início de sua carreira poética, Carvalho (2008, p. 70-71) acrescenta, relatando que: Segundo Expedito no início de sua formação ele teve um grande apoio do poeta Antonio Caetano de Palhares, que segundo ele foi um dos principais incentivadores na produção de uma verve poética na sua vida. Para Expedito, sua inserção no contexto da produção gráfica dos cordéis se deu pelo conhecimento que Antonio de Palhares tinha com José Bernardo da Silva que sempre encomendava e comprava os direitos autorais das histórias produzidas pelo poeta e que foi o responsável por apresentar o jovem poeta ao proprietário da Tipografia São Francisco. Cuidadoso com a rima e, principalmente, com a métrica, Expedito costumava revisar a obra de outros poetas que imprimiam seus folhetos na “Lira”. Chegou a receber elogios de Patativa do Assaré, que o comparou ao lendário João Martins de Athayde. Nas suas obras, Expedito expressa um universo social dividido entre o bem e o mal e, no contexto dessa dualidade, o poeta finca seus escritos no imaginário popular característico de uma memória de vida (CARVALHO, 2008). Viana [20–] menciona que, nos últimos anos de vida, o poeta mostrava-se triste com a decadência da literatura de cordel e da Lira Nordestina, empresa pela qual Expedito dedicou a sua vida. Ele foi parte dela, fez a sua história, contribuiu para erguer ainda mais os seus pilares desde a década de 40. Dentre as obras de sua autoria, destacamos entre elas: A bruxa da meia-noite ou o reino da maldição; Estória de Paulino e Madalena; A marcha dos cabeludos e os usos de hoje em dia; Calvário de uma mãe (ou o amor de Albertina); A opinião dos romeiros sobre a canonização do Pe. Cícero; As diabruras de Pedro Malazartes; Em defesa do Pe. Cícero – o apóstolo do Nordeste; História de São Pedro e o homem orgulhoso, entre outras.

MOACIR LAURENTINO(1945)

Moacir Cosme de Lima é o nome original de Moacir Laurentino, que nasceu no dia 13 fevereiro 1945 em Paulista, Estado da Paraíba. Passou a infância num sitio ,e com oito anos de idade, já trabalhava com o gado e participava das plantações .

Incentivado pelo o pai que cantava e fazia poesias, tendo mesmo livros de cordel, com nove anos, Moacir Já cantava repentes. Em sua infância, ainda teve oportunidade de ouvir os cantadores que utilizavam os temas tradicionais: temas bíblicos, históricos, geográficos, estes intimamente relacionados ao sertão, à natureza em geral. Com dezessete anos, Moacir mudou-se para Mossoró-RN, onde colocou um programa na Rádio Tapuio, “Retalhos do Nordeste”, fazendo dupla com um cantador famoso na época, Justo Amorim. A partir de 1966, fazendo muitas apresentações em festas em cidades vizinhas, passou a se dedicar, totalmente, à poesia e à música. De 1970 a 1974 manteve, em Limoeiro do Norte-CE,o programa “Viola e Violeiros” na Rádio Vale do Jaguaribe depois em Iguatu-CE, o programa “Trovas do Nordeste” na Rádio Iracema; em Afogados de Ingazeira-PE, na Rádio Pajeú, passou o ano de 1976, indo, em seguida, para Campina Grande-PB, onde está até hoje. A partir de 1975 começou a cantar com Sebastião da Silva e, no dia 1º de janeiro de 1978 os dois iniciaram um programa na Rádio Espinhares de Patos.

IVANILDO VILA NOVA (1945)

Nascido em Caruaru (PE), em 13 de outubro de 1945, Ivanildo Vila Nova cresceu acompanhando seu pai, o famoso cantador José Faustino Vila Nova, pelas noitadas de cantorias. Se a vida do repentista naquela época era extremamente espinhosa, para um menino, então, o sacrifício era extremo. Ao abraçar a Arte do Improviso, Ivanildo não queria apenas ser mais um no cenário da poesia. Era imperioso que o quadro existente fosse modificado para a sobrevivência da Cantoria. Antes de Ivanildo Vila Nova, a Cantoria era amadora, onde o compromisso era apenas com o divertimento, o lúdico, a boemia. Com ele, aconteceu a profissionalização, a elevação do cantador à categoria de artista. Os mais céticos apostavam que a cantoria, ao sair do sertão para ganhar espaço nos grandes centros, estaria fadada à extinção. Porém, com a ascensão de Ivanildo e dos cantadores de sua geração (Geraldo Amâncio, Moacir Laurentino, Sebastião Dias, Severino Ferreira e Sebastião da Silva, entre outros) abriu fronteiras. O trabalho dessa geração saiu do sertão para a cidade, saiu do Nordeste para outras regiões, chegando até a outros países. Tem início a carreira no ano de 1963, mas segundo o próprio Ivanildo, na verdade, começou no repente, em 1957. Seu pai, José Faustino Vilanova (1909-1968), foi um dos grandes do repente, contemporâneo de nomes como Pinto do Monteiro, os irmãos Batista (Dimas, Lourival e Otacílio), José Alves Sobrinho, Rogaciano Leite, Zé Vicente da Paraíba.

IPONAX VILA NOVA(1970)

Iponax Vila Nova , nasceu no dia 24 de Março de 1970, na cidade de Cajazeiras, no vale do rio Piranhas, no sertão paraibano. Conterrâneo do saudoso cantor e poeta Zé do Norte e Filho do Pernambucano Ivanildo Vila Nova, o maior dos repentistas contemporâneo e de Maria Lêda Borges. A poesia sempre fez parte da vida do garoto Iponax, que cresceu ouvindo o som da viola da 'Águia do Improviso', como é conhecido seu pai. A poesia e a viola de Ivanildo estava em todos os lugares da casa, e aos poucos foi despertando no menino o desejo de participar dessa disseminação da cultura popular. Foi ao terminar o curso superior que ele dedicou e deu inicio a carreira de declamador aos trinta anos de idade. Tal qual o pai, Iponax, tem formação acadêmica. Fez da poesia a régua e compasso no seu projeto de vida. Ainda muito jovem, levou sua arte para os mais distantes grotões do país, um verdadeiro ativista da cultura matuta, sempre presente e participando de festivais, seminários e cantorias de viola, como declamador ou jurado pelo nordeste afora, considerado um dos grandes nomes da poesia e da declamação dos nossos dias.

MANUEL APOLINÁRIO PEREIRA (-1955)

O poeta Manoel Apolinário Pereira, cujo acróstico é Manuel Apolinário, nasceu no Estado de Pernambuco e faleceu no ano de 1955, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará onde passou grande parte de sua vida. Manoel Apolinário foi um poeta popular de boa inspiração, que embora tenha se dedicado a gêneros variados, sobressaiu-se nos romances. Destacam-se entre eles dois, os quais foram relançados pela Editora Luzeiro: Horácio e Enedina entre o amor e o orgulho e O filho de Evangelista do Pavão Misterioso. Julita e Galdino foi também um dos cordéis, cuja temática é o romance, publicados por Manoel Apolinário, sendo editado por João José Silva.

ANTONIO ALVES DA SILVA (1928-2013)

Nasceu em Mata de São João - Bahia, no dia 07 de junho de 1928, e morreu aos 14 de agosto de 2013. Começou a escrever Literatura de Cordel aos 18 anos. Seus primeiros folhetos foram adquiridos por Rodolfo Coelho Cavalcante, poeta alagoano radicado em Salvador-BA. Antonio já morou na capital baiana e no Rio de Janeiro, onde trabalhou ao lado do lendário Mestre Azulão, seu melhor amigo no campo da poesia popular. Há mais de 40 anos reside em Feira de Santana-BA. Casado, era pai de seis filhos. Escreveu mais de 100 cordéis e já venceu cinco concursos do gênero, sendo três em Salvador, um em Feira de Santana, e o mais recente em São Paulo, no qual ganhou um computador completo. Todos os concursos foram vencidos em 1º lugar. Bibliografia básica: João Terrível e o dragão vermelho, Maria Besta Sabida, João Azarento na corte da rainha Maravilha, As palhaçadas de João Errado, Últimos dias de Antônio Conselheiro na Guerra de Canudos. Sua produção foi divulgada nacionalmente durante a passagem do poeta Marco Haurélio pela Luzeiro, entre os anos de 2005 e 2007.

JOÃO DAMASCENO NOBRE(1910)

nasceu a 6 de maio 1910, na Fazenda Bebedouro, distrito de Serraria, município de Inhambupe, estado da Bahia. Em 1917, acompanhando a família, foi trabalhar na lavoura cacaueira no mesmo estado em que nasceu. Em 1955, publicou seu primeiro folheto, As Aflições do Presente e as Glórias do Porvir. Editou pela extinta Editora Prelúdio, antecessora da Luzeiro, As Profecias do Boi Misterioso, A História do Perverso Barba Roxa e O Quengo de Pedro Malazarte no Fazendeiro.

JOAQUIM LUIZ SOBRINHO

Nasceu em Jatobá do Brejo, município de Belo Jardim, PE. Começou a vender folhetos de Literatura de Cordel na feira de Belo Jardim, ocasião em que escreveu a sua primeira obra, O Príncipe que trouxe a sina de morrer enforcado, conseguindo com ela muito sucesso. Dessa oportunidade em diante não parou mais de escrever. Muitos de seus folhetos ainda permanecem inéditos. Faleceu em idade bastante avançada. Bibliografia básica : História do menino dos bodinhos e a Princesa interesseira, O príncipe que Trouxe a sina de morrer enforcado, Os Martírios de uma Mãe ou A Desventura de um Filho Ingrato.

JOSÉ FAUSTINO VILA NOVA (1911-1969)

Nasceu em Caruaru, Pernambuco, a 30 de março de 1911 e morreu na mesma cidade, a 24 de abril de 1969. Cantador e poeta popular, pai do famoso repentista Ivanildo Vila Nova, seu forte eram as histórias de valentia.

Folhetos lançados pela Editora Luzeiro: O sertanejo Antônio Cobra Choca, Zé Mendonça, o Sertanejo Valente e O Nero do Amazonas.

JOÃO LOURENÇO

O poeta repentista João Lourenço da Silva nasceu em Pilar (PB), nas terras do Engenho Corredor, na mesma propriedade rural onde nasceu o grande romancista José Lins do Rego. Começou a cantar em 1977. Dedicou-se por sete anos ao coco e depois adotou a viola. Mudou-se para Pernambuco em 1984, quando começou a atuar em dupla com Rogério Menezes. Começou a carreira de repentista na zona rural e depois veio para a cidade com a intenção de se profissionalizar. A dupla João Lourenço e Rogério Menezes já ganhou mais de 50 congressos de violeiros em todo o Brasil. Atualmente João Lourenço reside em Caruaru/PE, onde faz dupla com o poeta Hipólito Moura. É considerado, pelos amantes da cantoria, como um dos melhores poetas cantadores do Nordeste. O poeta repentista João Lourenço da Silva nasceu em Pilar (PB), nas terras do Engenho Corredor, na mesma propriedade rural onde nasceu o grande romancista José Lins do Rego. Começou a cantar em 1977. Dedicou-se por sete anos ao coco e depois adotou a viola. Mudou-se para Pernambuco em 1984, quando começou a atuar em dupla com Rogério Menezes. Começou a carreira de repentista na zona rural e depois veio para a cidade com a intenção de se profissionalizar. A dupla João Lourenço e Rogério Menezes já ganhou mais de 50 congressos de violeiros em todo o Brasil. Atualmente João Lourenço reside em Caruarú-PE, onde faz dupla com o poeta Hipólito Moura. É considerado, pelos amantes da cantoria, como um dos melhores poetas cantadores do Nordeste.

ZEZÉ LULU (1916-1987)

Nasceu no dia 03 de dezembro de 1916 e morreu no dia 27 de outubro de 1987. No dia 03 de dezembro de 2016 foi realizada uma grande festa em homenagem aos 100 anos do repentista. O evento aconteceu no Sítio Serrinha, São José do Egito, local de nascimento de Zezé Lulu. O poeta repentista José Gomes do Amaral, o famoso Zezé Lulu, nasceu em 04 de dezembro de 1916, no Sítio Serrinha, distrito de São José do Egito - PE. Era filho de Luiz Ferreira Gomes e Maria José de Santana, ambos agricultores. Com apenas seis anos de idade, Zezé Lulu já assistia às noitadas de cantoria do poeta Antônio Marinho, seu tio por afinidade, quem mais tarde teria como referencial poético.

Luiz Ferreira, pai de Zezé, grande incentivador do filho, foi quem realizou o sonho do filho nas cordas da viola e no verso do repente. Zezé Lulu Iniciou sua carreira em 1940, participando em sua primeira cantoria na residência do Sr. José Bento, no Sítio Serrinha, lugar onde nasceu, cantando com o poeta Amaro Bernardino, também filho da região. Zezé realizou exatamente o que um verdadeiro poeta deve fazer em vida, imprimir sua alma em sua arte. Foi um dos grandes protagonistas dos espetáculos sertanejos: as cantorias de pé de parede, nos alpendres, nas salas, nas bodegas. Despediu-se da terra aos 70 anos, em 27 de outubro de 1987.

MANOEL DE ASSIS CAMPINA (1897-1952 )

Manoel de Assis Campina nasceu em Sergipe, no ano de 1897. Foi cantador, poeta cordelista e repentista. Autor de algumas obras como: Aventuras de Justino no reino de sete quartos; Aparecimento de Padre Cícero na Urucânia com o nome de Padre Antônio; A cheia de 48 e Discussão dum Fiscal com uma Fateira. Esta última já foi, muitas vezes, representada em círculos teatrais populares. Nesta obra, o autor ressignifica a raiva crescente da personagem com relação a um determinado fiscal do Estado. Nascido em 1897 em Sergipe e falecido em 1952, Manoel de Assis Campina foi um cantador, poeta cordelista e repentista. Autor de Aventuras de Justino no reino de sete quartos, Aparecimento de Padre Cícero na Urucânia com o nome de Padre Antônio e A cheia de 48, é também autor do “Discussão dum Fiscal com uma Fateira. Obra esta que já foi representada em círculos teatrais populares. Nesta obra, Campina demonstra uma raiva crescente na personagem da fateira sobre um fiscal. Como um agente do estado, o fiscal tenta de várias formas ter o pagamento da mulher mas o resultado termina de forma inesperada. A fateira, representando a raiva do povo pela imposição do estado, desafia o fiscal de modo corajoso. Vale muito a pena ler.

CHICO DE ASSIS (1956)

Filho de Francisco Paulo da Silva e Rita neves, Francisco de Assis Silva nasceu em 17 de outubro de 1956 na cidade de Ouro Velho, Paraíba. O universo poético sempre esteve presente na vida do Francisco de Assis desde a infância, pois os seus pais escreviam versos e estrofes que retratavam o cenário onde moravam, na cidade de Ouro Velho. Deste então, Francisco começou a desenvolver o dom e a prática de escrever poesias. Em 1976, quando se mudou para a cidade de Campina Grande, escrevia cartas para seus familiares em formas de versos, expressando a saudade que sentia da sua terra natal. Em 1978, o seu irmão Luís Paulo resolveu registrar todas as estrofes escritas por Francisco num caderno, formando o primeiro acervo de versos do poeta. Aos 22 anos, Francisco passou a ser conhecido como Chico de Assis, pois começou a escrever suas poesias com a intenção de publicá-las profissionalmente. Nesse período, ele conheceu o cordel através do romance “O Pavão Misterioso”, obra de José Camelo de Melo Rezende com mais de 90 anos. A partir do primeiro contato com o cordel aprimorou a leitura e aprofundou as suas produções no contexto da literatura popular. “Quanto mais eu me envolvia com a poesia, mais eu me aprofundava nas histórias dos meus cordéis”, afirmou o poeta. Para escrever as suas poesias, Francisco se inspira no sentimento da saudade que sente pela cidade de Ouro Velho. Segundo o poeta, seus primeiros versos foram surgindo devido às viagens que ele realizava em busca de trabalhos para oferecer uma qualidade de vida melhor para sua família. Com essa personalidade de viajante, Chico produziu os seus poemas e, até hoje, ainda continua a evidenciar o sentimento da saudade pelo cariri paraibano nos seus versos. O primeiro livro publicado foi publicado em 1984, chamado “Bom dia as coisas do mundo”. Em 1988, Chico de Assis firmou a sua carreira como cordelista em Campina Grande – PB. A sua família apoiou a iniciativa em disponibilizar para o mercado os seus cordéis e seus livros de poesia. Entre os seus trabalhos publicados também estão: “O pedaço do pão dela”, “Doutor Amatutado”, “O ‘Q‘ da minha história”, “Ideia de bicho”, “Sonho de paz” e “O baú da nega”. No cordel “Ideia de bicho”, cada página no cordel que Chico conta a história de algum animal, a poesia é acompanhada com uma ilustração e costuma ser lida pelo público infantil. Muitos contos escritos por Francisco surgem da experiência cotidiana e dos sonhos. “Minha criação vem daquilo que eu já vivi e do que costumo sonhar”, comentou o cordelista. Chico já recebeu homenagens na cidade de Ouro Velho, por sua autoria na criação da bandeira e do Hino da cidade. Além disso, chegou a ser condecorado pelos serviços prestados a cultura paraibana. No ano de 1984, Francisco de Assis participou de um concurso de poesia promovido pelo Serviço Social do Comércio (SESC), onde ganhou o primeiro lugar. Possui poemas na coletânea “Poética I”, em 2003, e no livro “Gotejar de Rimas” de Pedro Paulo da Silva, irmão de Chico e também escritor. Tem participação na coletânea “Poetas de Campina Grande” e é membro da Associação Campinense de Poetas e Escritores (ACPE). O poeta é sócio-fundador da Casa do Poeta Brasileiro (POEBRAS), seccional de Campina Grande – PB. Em 1986, participou do “Cadernos Literários”, nº 8, pela Edições Caravela. Em sua trajetória, o poeta construiu o Centro de Recreação e Atividade Infantil (CRAI), onde a sua esposa Suely Brasileiro e a equipe de professores trabalham com o ensino e a prática dos cordéis para as crianças. A escola foi fundada em 1999 e possui 15 anos de história. “O cordel deveria ser inserido nas escolas e devem trabalhados com bastante vigor nas aulas de literatura, pois é uma forma de valorizá-lo e trata-se de um trabalho que surgiu da cultura popular nordestina”, relata Francisco. Segundo Chico de Assis trabalhar apenas com o cordel é difícil. Logo, é necessário buscar atividades profissionais paralelas a sua produção de poesias. O repentista exerce atividades como eletricista, encanador e pedreiro, de onde ele retira o sustento da sua família e financia as publicações de seus cordéis e livros. Em seu novo trabalho: “Rima, Métrica e Conteúdo”, Chico apresenta uma produção crítica voltada para as práticas poéticas que saíram das escolas e o seu livro pretende proporcionar ensinamentos sobre as técnicas utilizadas para escrever um cordel. Para o escritor, esse trabalho constitui um manual para quem deseja produzir essa literatura popular e a publicação está prevista para o final de 2014, “o livro irá ajudar muitas pessoas que desejam escrever poesias, mas não sabe por onde começar”, comentou. Em suas visitas pelas escolas de Campina Grande – PB, já chegou a vender cerca de 100 cordéis em 40 minutos. Nas apresentações Chico de Assis declama e ensina para os jovens o que é uma quadra, uma trova, um quarteto, um terceto e um soneto nos textos poéticos. O repentista explica que a poesia, segundo o dicionário, é a arte de expressar o sentimento e a beleza através da palavra rimada.

Poesia: Beijando a fita da viola de "Preto Limão"

OTHONIEL MENEZES(1895-1969)

Nasceu em Natal-RN, no dia 10 de março de 1895, filho de João Felismino

de Melo e d. Maria Clementina Menezes de Melo. Estudou nos Colégios Diocesano Santo Antônio e Atheneu Norte-rio-grandense, tornando-se a partir daí autodidata. Era, porém, possuidor de vasta cultura literária, conhecedor de autores franceses, ingleses e portugueses. Serviu ao Exército como sargento, participando da perseguição à Coluna Prestes (Piauí, 1926). Foi jornalista, escrevendo para quase todos os jornais locais e de alguns municípios do interior; Promotor Público(interino) em Macau; funcionário da Secretaria Geral do Estado e do Instituto do Sal. Publicou quatro livros: Gérmen(1918), Jardim Tropical(1923), Sertão de Espinho e Flor

(1952) e A Canção da Montanha(1955), além de vários sonetos nos jornais em que colaborou. Deixou inéditos A Cidade Perdida e Desenho Animado. Produziu, também, o ensaio Ferreira Itajubá, o Drama da Vida de Província(1947). Sua popularidade deve-se, no entanto, sobretudo à composição da letra de “Praieira”.

Faleceu no Rio de Janeiro no dia 19 de abril de 1969, sendo sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

PRETO LIMÃO(1925-2016)

Emílio Leão Cavalcante, popularmente conhecido como Preto Limão, nasceu em Bom Conselho-PE, no ano de 1925 e morreu no dia 04 de junho de 2016, um dos personagens mais marcantes da cultura garanhuense e pernambucana, o artista e profeta tupiniquim Preto Limão, conhecido na cidade, num passado não tão distante, por suas emboladas, samba de coco, participação em programas de rádio e campanhas políticas, principalmente de Ivo Amaral, que sempre o prestigiou quando esteve no poder. Emílio Leão Cavalcante, o Preto Limão, nasceu em Bom Conselho, mas veio morar em Garanhuns ainda bastante jovem e tornou-se uma verdadeira lenda no município e região, graças aos seus programas na antiga Rádio Difusora, hoje Rádio Jornal.

JOÃO BENEDITO(1860-1943)

João Viana dos Santos, conhecido por “João Benedito”, nasceu em Esperança no ano de 1860 e faleceu na cidade de Remígio em 1943. Cantador e repentista residia na Rua do Boi (atual Av. Senador Epitácio) e trabalhava nas feiras livres da

região, sempre acompanhado de sua viola para qualquer ocasião. Era um moreno muito respeitado pela sua habilidade de criar versos e seu jeito irreverente. Diziam ainda que tinha boa memória e “peito fino”, que cantava e glosava abertamente.

O historiador, folclorista e antropólogo Luiz da Câmara Cascudo cita-o em seu livro “Vaqueiros e Cantadores”, e reproduz um desafio que o poeta popular manteve com Antônio Correia Bastos. Enquanto que o repentista Antônio Ferreira da Cruz chegou a colocá-lo em pé de igualdade com Joaquim Sem Fim, considerando-o um dos temíveis cantadores da sua época. Coutinho Filho por sua vez, relata em “Repentistas e Glosadores” que em palestras com Josué da Cruz a respeito dos

melhores poetas populares do seu tempo este colocou João Benedito entre os grandes, citando o mote que o velho repentista estabeleceu entre o homem e o tempo . Mesmo em idade avançada o cantador fazia suas rimas e brincava até com a sua condição, fazendo comparações de si com um jovem que lhe servia de companhia. Seus versos ainda ecoam nas feiras livres de Esperança, em conversas de botequim e nas palavras saudosistas de alguns esperancenses que o conheceram e reverenciam o seu nome como um dos mais importantes poetas populares da Paraíba.

CANHOTINHO(1912-1965)

Elísio Felix da Costa, mais conhecido por Canhotinho, é considerado um dos maiores repentistas de sua época. É um legítimo representante da cultura popular. Naturalidade: Taperoá – PB - Nascimento: 1912 / Falecimento: 05 de junho de 1965. Atividades artístico-culturais: Poeta e repentista. Embora canhoto, há relatos de que tocava viola com a mão direita também. Suas poesias eram pensadas e ditadas por ele para seu filho Antônio da Costa e o poeta as cantava de improviso. A obra poética de Canhotinho era marcada pelo sentimentalismo. Na composição dos seus versos, era um filósofo real, um fenômeno de pensador, um gênio sem letras, autêntico e puro como suas origens. Canhotinho viajou para cantar pelos estados do Nordeste sempre acompanhado de grandes nomes da música, como Pinto do Monteiro, Manoel Xudu, Otacílio Batista, Lourival Batista, Sebastião José, João Furiba, José Alves Sobrinho, entre outros. A poética do autor faz também alusão a temas religiosos. A linguagem expressa em seus versos não é absorvida com tanta facilidade. Deste modo, levanta questionamentos aos pesquisadores de sua obra pelo fato de ser iletrado. Alguns dos poucos poemas registrados do autor são “Inocência e Corrupção”, “Os Três Anjos”, “Veredas da Vida”, “Eu, Ela e a Padroeira”, “A Voz da Ilusão e a Ave-Maria” e “Martelo Agalopado”. O último faz evocação ao crepúsculo, combinado com uma série de reflexões poderosas sobre a vida, o esquecimento e a velhice. Essa melancolia e profundidade nos versos não é uma característica comum do repentista, o que singulariza ainda mais o talento de Canhotinho. Outras particularidades marcantes e louváveis do poeta analfabeto na caneta, mas dotado de conhecimento, eram a simplicidade e a humildade. Acompanhava qualquer cantador, não tinha vaidade nem boemia, apenas falava através dos versos sobre sua saudade, alegria e sua dor. Era um dos poetas mais requisitados para fazer cantorias. Existem poucos registros de Canhotinho disponíveis. Os únicos poemas e improvisações estão na “Antologia da Cantoria”, de Otacílio Batista e Francisco Linhares, de 1976. Nela, os autores frisam o contraste entre a ileteracidade e o estro poético do artista. Sendo negro, os temas racistas foram usados por seus adversários nos repentes e pelejas das quais participou. Foi chamado de Canhotinho porque era canhoto, mas existem relatos de que na cantoria ele tocava na viola dos dois lado, dando a entender que também era destro. Era poeta repentista, considerado um dos maiores cantadores da época, pelo fato de ser analfabeto, pobre e preto, essa última característica gerava um preconceito muito grande, perante a sociedade naquele tempo. Canhotinho viajou para cantar pelos Estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e praticamente em todo o Nordeste, sempre acompanhado de grandes nomes da cantoria, como Pinto do Monteiro, Manoel Xudu, Otacílio Batista, Lourival Batista, Sebastião José, João Furiba, José Alves Sobrinho, entre tantos outros.

VÂNIA FREITAS(1948)

Maria Vânia Freitas de Alencar Carvalho Frota, filha do poeta Alencar (1905-1959), nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1948. A arte pulsa em suas veias: é cordelista, trovadora, atriz, poetisa, artista plástica e, para além da arte, é também licenciada em Letras, especialista em Administração Pública e esposa do poeta cordelista Gerardo Carvalho (Pardal). Em 2005, a cordelista representou o Cecordel em 2005, no I Congresso Internacional de Literatura de Cordel em João Pessoa, Paraíba. Outros momentos importantes ocorreram em 2005 e 2007, quando Vânia Freitas representou a mesma entidade no Congresso Cearense de Folclore em Limoeiro do Norte, Ceará. A cordelista participou de eventos importantes no cenário literário, entre eles: o II Festival de Trovadores e Repentistas em Quixadá, Ceará e as Bienais Internacionais do Livro acontecidas, em 2006 e 2008, em Fortaleza, Ceará.

Foi contemplada em 2007, com a estatueta de São Gonçalo no III Festival de Trovadores e Repentistas em Senador Pompeu, Ceará. No mesmo ano, ela recebeu também o I Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero na Cultura Popular Nordestina em João Pessoa, Paraíba. No tocante à temática abordada pela cordelista em seus versos, percebe-se que ela escreve em variados contextos, não se ancorando especificamente em uma única temática. Nesse sentido, sabendo-se que é comum na conteporaneidade nos depararmos com a narrativa de acontecimentos políticos, Ricarte (2009) relata que os fatos políticos abordados nos folhetos esbanjam sérias críticas a fatos, tais como corrupção, crimes e casos inusitados envolvendo políticos. A autora traz como exemplos deste tipo de cordel, três folhetos de Vânia Freitas, sendo eles: “Cuecão de dólares aperta a vida de cearense” e “A deputada que dançou porque dançou” e “No lamaçal do mensalão”, este último escrito por Vânia Freitas em parceria com Gerardo Pardal. Entre outras temáticas versejadas por Vânia Freitas, percebem-se: Folhetos educativos, com um viés memorialístico, e até mesmo de cunho religioso. Nesse contexto, é revelada a multiplicidade desta cordelista, isto é, desta artista nordestina.

ALLAN SALES CORDELISTA

Músico,Compositor e poeta. Natural do Crato-CE e radidcado no Recife-PE desde 1969.Dedica-se à música popular e à literatura de cordel e promove eventos poéticos musicais ecléticos na cidade do Recife. Também se dedica ao ensino de violão popular, sendo compositor de música instrumental em violão e viola sertaneja.

ANTÔNIO BAIXA FUNDA(1956)

Antônio Almeida, popularmente conhecido como Antônio dito Baixa Funda, nasceu em Viçosa-AL, no ano de 1956. Artista, xilógrafo, pintor e músico, participa de emboladas, como repentista popular. Sua produção artística aparece na obra ‘Xilogravuras Populares Alagoanas’, editada pelo Museu Théo Brandão. Seu ‘Soneto de um Enfermo Internado no Hospital Nossa Senhora da Conceição’, foi inserido na ‘Coletânea de Poetas Viçosenses’, organizada por João Leite Neto.

WILSON FREIRE(1959)

Wilson Freire de Lima nasceu em São José do Egito, Pernambuco, em 1959. Reside em Recife desde 1976. Médico, produtor cultural, poeta, cordelista, roteirista, cineasta e compositor. Artista de múltiplos talentos, Wilson Freire é nome bastante conhecido no cenário cultural de Pernambuco. Mudou-se ainda criança para a cidade pernambucana de Sertânia, que é considerada junto com sua terra natal uma das cidades de maior mobilização cultural do Sertão. Em Recife começou a militância artística junto ao Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco (MEIPE) participando de encontros e recitais.Seu livro Por que mãe Morena? foi um dos que obtiveram maior visibilidade na época e os martelos agalopados ganhavam vida na recitação do poeta. É um compositor refinado e tem como um dos seus parceiros o multiartista Antonio untitled (15)Carlos Nóbrega. Em 1996 sua composição Pancada do Ganzá”, que ganhou o Prêmio Sharp de melhor música e melhor CD na categoria regional, de 1996. A palavra continua sendo o fio condutor da obra desse poeta que a utiliza para fazer interfaces com as demais linguagens artísticas. Dentre seus livros destacam-se: Por que Mãe Morena? – poesias, 1979, Um Espaço de Ausência – poesias, 1983, Uma Festa no Céu – Literatura infantil, 2002, Retirando a Tarja Preta – 2002 , A única voz – Ficção – 2014. Como cordelista criou As Três Marias – Romance de Cordel, 2002, A Literatura de Cordel como Mensageira da Medicina Preventiva – ensaio, 2002, A Peleja do Velho Chico contra o Monstro da Destruição, 2002. Participou da coletânea Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco 1980/1988 (organizada por Francisco Espinhara) – Edição do Autor, 2000. Como roteirista e diretor tem em seu currículo Com a Mãe na Cabeça, Bastiões e A Fundação da Terra, além dos documentários Curuquê?, Dos mangues aos lixões, O Barro de Adão, A Pernalonga da História (Menção Honrosa Festival de Vídeo do Recife), Dor: Expressão e Superação, Miró: Preto, pobre, poeta e periférico (vencedor da Amostra Pernambucana de Vídeos do Cine PE – 2008), Feliciano espera a última sessão, vencedor do prêmio de melhor direção de arte do 1º Festival de Vídeo de Cascavel, PR.

ANTÔNIO CARNEIRO PORTELA (1950)

Nasceu em Coreaú, Ceará, a 15 de julho de 1950. Filho de Francisco Carneiro Portela e Tereza Bento Portela. Pesquisador, poeta, advogado, professor, contador, publicitário, radialista e músico. À frente do programa 'Nordeste Caboclo', Carneiro Portela é a voz da cultura cabocla, da essência da cultura nordestina. O apresentador teve que transpor barreiras para levar a cultura popular para a televisão. Ele se orgulha por ser o pioneiro a fazer um programa sertanejo. Formado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará, com licenciatura em Literatura e Língua Portuguesa. Membro fundador do Clube dos Poetas Cearenses, da Associação dos Escritores Profissionais do Estado do Ceará, da União Brasileira dos Trovadores. É sócio efetivo da Associação Cearense de Imprensa e da Associação Cearense de Jornalistas do Interior. Obras publicadas: “Poemas da Minha Terra”, “Tempos de Versos” (de parceria com Pádua Lima), “Mistério Trindático” (de parceria com Pádua Lima e Élder Ximenes), “Os Novos Poetas do Ceará” Vol. I, II e III, “Nova Poesia Cearense” (antologia), “Poesia Cearense de Hoje” (antologia), “O Poeta e a Noite”, “Canto de Busca”, “Cantos da Manhã Distante”, “Canção do Medo”, “Carneiro Portela” (antologia poética), “Poesia Cabocla” Vol. I, “Máximas, Adágios e Legendas de Caminhão”, “Balada para os Fantasmas” (poesia), “Poesia de Agora” (antologia), “Ceará Caboclo” (poesia matuta), “Antologia do Apelido”.”

FRANCISCO EGÍDIO(1944)

Francisco Egidio Aires Campos, nasceu em Juazeiro do Norte-CE, no dia 03 de março de 1944. Possui livros sobre peças teatrais, romances de aventuras, ficção e outras coisas. É filho de Francisco Aires Lobo e Maria Aires Campos.

É o quinto filho de uma família de nove irmãos, oito homens e uma única mulher.

Aos vinte e três anos foi morar no Estado do Pará, onde nasceram cinco dos meus dez filhos. Escrever poesia para Francisco Egídio é algo compulsivo, os versos brotam diuturnamente em sua mente.

JOÃO BATISTA DO NASCIMENTO FILHO (1914)

João Batista Filho, nasceu no dia 14 de agosto de 1914, em Valença-PI. Filho de João Batista do Nascimento E Joana Maria do Espírito Santo. João Batista dedicou-se à viola, levando para os amantes da cultura popular, o melhor da poesia. Foi um dos fundadores e presidente do Sindicato dos Cantadores, Poetas e Cordelistas do Estado do Piauí.

BEBÉ DE NATÉRCIO(1955)

Naturalidade: Itaporanga – PB - Nascimento: 15 de junho de 1955 - Atividades artístico-culturais: Músico, compositor, arranjador, maestro e cordelista. Composições: Choro; Ave Maria da Natureza; O Homem na Quarta Onda; Meu Peito Pra Você; Pátria Sem Nação; Sal da Saudade; Cantiga; Cantiga Pra Vida; Brechando a Lua; Vem Pra Cá; Do Mato; Bela Morena; Aboio em Sol Maior. Discos: O Canto de Itaporanga (1992); Do Mato (2004) Francisco Barbosa Sobrinho nasceu na cidade de Itaporanga, em 15 de junho de 1955. No entanto, seu pai trabalhava em Princesa Isabel e só veio conhecê-lo em janeiro de 1956. Até ser registrado o chamavam de Bebé de Natércio, apelido o qual ficou conhecido até hoje. Quando morava no Sítio São Bento, o Padre José Sinfônio de Assis Filho começou a observar sua desenvoltura em declamar poesias, então, incentivou a família de Bebé de Natércio a colocá-lo em uma escola particular. Apesar das dificuldades para ir ao colégio o compositor não desistiu, era curioso e gostava muito de estudar. Aos 14 anos, fez seu primeiro cordel que falava de um cachorro de feira. Suas inspirações vinham sempre de situações cotidianas, onde logo as datilografava e vendia por onde passasse. Na mesma idade, começou a se encantar pela música ao observar jovens ensaiarem na Filarmônica Cônego Manoel Firmino, criada pelo padre José Sinfônio em 1965, no Colégio Diocesano Dom João da Mata que, posteriormente, viria a ser Maestro da banda em Itaporanga. Em 1978, Bebé passou no vestibular de Música, entretanto, as adversidades da vida o fizeram desistir pouco tempo depois. Durante 14 anos ganhou a vida como professor de Literatura. O jogo de rimas, trocadilhos e o sentimento que as palavras transmitiam fez com que o rapaz se reaproximasse desse universo. Decidiu voltar a estudar Música quando passou no concurso público para o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) em João Pessoa, sendo transferido para Cajazeiras para coordenar a banda da instituição como Maestro Fundador. Nessa época aflorou seu talento adormecido, criando arranjos e composições, como o LP “O Canto de Itaporanga”, em 1992. Quando voltou para o IFPB em João Pessoa, passou a ser professor de Música da instituição. Em 2004 gravou o disco “Do Mato”, muito elogiado pela crítica. Como produtor cultural, já arranjou e produziu CDs de Bira Delgado, Chico de Pombal, Irah Caldeira, Daudeth Bandeira, Meire Lima, Oliveira de Panelas, Elpídio Ferreira, Xico Bizerra, Bob Laureano, Marcos Maia, Merlânio Maia, Magalhães e da Banda de Metais e Percussão do IFPB, entre outros. Em 2008, assumiu a Orquestra Nordestina Unha de Gato: Clarinete de 8 Baixos, o primeiro instrumento que aprendeu a tocar. Entretanto, por falta de apoio financeiro, o projeto cultural foi encerrado em 2012. Além de músico, Bebé de Natércio também é poeta cordelista, com 86 cordéis editados, pesquisador da cultura popular nordestina e pós-graduado em Gestão Pública pelo IFPB. É professor de música aposentado e se dedica a composições e arranjos em parceria com músicos e amigos de sua geração. Em 10 de março de 2016 seus amigos fizeram uma homenagem pelos seus 60 anos, ao som de suas principais músicas.

JLIMA

Autor de 18 cordéis, dos quais 12 deles voltados para a popularização da ciência, o cordelista e servidor técnico administrativo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Josenildo Maria Lima, teve dois cordéis selecionados para compor o livro “Cordelistas Contemporâneos – Coletânea 2017”. O livro, publicado pela Editora Veloso e Nordestina Editora e organizado pelo poeta Zeca Pereira, reúne material literário de vários cordelistas de diversos cantos do Brasil. A coletânea contempla folhetos de poetas do Pará, Ceará, Bahia, Pernambuco, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Norte, Brasília, Tocantins, Alagoas, Piauí, São Paulo e Rio Grande do Sul. Cordelista em ascensão no mundo da literatura, Josenildo Lima, artisticamente conhecido como J. Lima, publicou dois cordéis na coletânea. Foram eles: “A história do filósofo Giordano Bruno e a Santa Inquisição”, e “O Cordel dos Números”. Com apoio da Fundação Nacional de Artes (Funarte), o livro produzido com mais de 500 páginas será lançado no dia 1º de junho, no Teatro Mamulengo, em Pernambuco. Em Campina Grande, a coletânea será lançada no dia 7 de junho, às 19h, no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), mais conhecido como Museu dos Três Pandeiros. Além de J.Lima, mais sete cordelistas da Paraíba estão presentes na coleção. São eles: Aderaldo Luciano, Anne Karolynne, Chico Mulungu, Pádua Gorrion, Sander Lee e F. Mozart, além de Tiago Monteiro. Josenildo Maria Lima é servidor do quadro técnico administrativo da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) e tem um amplo trabalho voltado para a literatura de cordel. Ele é Licenciado em Física, com especialização em Fundamentos da Educação e Práticas Pedagógicas Interdisciplinares, além de Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática, na área de concentração Ensino de Física, ambos realizados UEPB. Escreve folhetos da literatura de cordel com temas relacionados à ciência. A dissertação do seu mestrado teve como título “Literatura de Cordel e Ensino de Física: Uma Aproximação para a Popularização da Ciência”. Entre os cordéis que já escreveu destaques para “Ondas”, “Astronomia”, “Os segredos da Física”, “Eletricidade”, “A peleja de um físico antigo com um físico moderno”, “Calor e temperatura”, “Sistemas de medidas”, “Cinemática” e “UEPB 50 anos com você e ajudando a Paraíba a crescer”.

FRANCISCO BANDEIRA

FRANCISCO AUSTERLIANO BANDEIRA DE MELLO(1936-2011)

O poeta, escritor e jornalista Francisco Austerliano Bandeira de Mello, nasceu no Recife-PE, no dia 24 de abril de 1936 e morreu no dia 07 de outubro de 2011. O poeta morreu vítima de um ataque de AVC no Hospital Santa Joana. Bandeirinha, como era conhecido, participou do projeto do Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon) e foi secretário de turismo, cultura e esportes”. Francisco Bandeira de Mello jamais foi conhecido como “Bandeirinha”, e assim era chamado pelos mais íntimos amigos e familiares. Escreveu Vicente do Rego Monteiro: “Queremos incluir entre os poetas da Escola do Recife, o nome do autor da “Máquina de Orfeu”, pequena máquina à retardement com percussão a distância e teleguiada. Francisco Bandeira de Mello que: ‘traz na bainha uma flecha de ouro,/ no brasão, em velhíssimo vermelho,/ um hierofante, uma moça nua”. Foi presidente da Empresa Pernambucana de Turismo e, depois, secretário de Turismo, Cultura e Esporte do Estado de Pernambuco. Em 1955: prêmio de Poesia do Estado de Pernambuco, com o livro “Pássaro Narciso”. Redator do Jornal do Comércio do Recife. Publicou, entre outros, o livro de poemas “A máquina de Orfeu”, “O Sol Amargo” e “Poemas Didáticos”. Era Membro da Academia Pernambucana de Letras.

MANUEL GALDINO BANDEIRA(1882-1955)

É avô dos também repentistas, Pedro Bandeira, Francisco, João e Daudeth Bandeira, filhos de uma de suas filhas, a poetisa Maria Bandeira de França. O poeta não era cajazeirense, mas considerava a cidade como sua terceira moradia, pois nela fizera muitos amigos, era conhecido e a tinha como uma oportunidade de se firmar entre os maiores repentistas do Nordeste. O lendário poeta tinha a feira livre de Cajazeiras , como ponto de referência para divulgação do seu trabalho, já que a mesma concentrava um grande número visitante advindos de boa parte das cidades do sertão nordestino. Cantador afamado, o velho Bandeira chegou até cantar para o Presidente Getúlio Vargas. As suas estrofes foram reproduzidas em diferentes livros sobre poesia popular, como por exemplo, o Dicionário Bio-bibliográfico de Repentistas e Poetas de Bancada, onde se encontra a estrofe com que iniciou uma peleja com Pinto do Monteiro. Manuel Bandeira nasceu em Patos, no ano de 1882, mas era radicado na vizinha cidade de São José de Piranhas, onde exercia as atividades de agricultor no Sitio Riacho da Boa Vista. Faleceu em 1955.

TÁRCIO COSTA

Em seus vinte anos de carreira atua na TV, teatro, música e literatura. Aprofundou-se na pesquisa da cultura popular mais precisamente a que diz respeito à literatura de cordel, trabalho esse que lhe rendeu reconhecimento internacional. Convidado a representar o Brasil na (Europalia) III Biennal de Artes Brasileiras de Bruxelas, promovido pela Casa do Livro de Saint gilles,em Bruxelas-Bélgica no mês de outubro de 2011, o artista apresentou sua obra inspirada na vida do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna denominada Ariano de Norte a Suassuna. Possui também, varias obras publicadas e premiadas nos principais concursos literários do território nacional. A poesia de folheto (Cordel), resultado da pesquisa da cultura popular realizada pelo artista, é apreciada por leitores assíduos em mais de seis países incluído os EUA. Suas obras lhe renderam o convite da difusão literária do SESI para a participação no projeto Literatura Viva no ano de 2011e 2012.No seu livro intitulado O cordãozinho (Nosso varal de sonhos) lançado em 2011, destaque para “Brincadeira de Criança” poema de cordel com tema focado na importância das brincadeiras populares, publicado também no mesmo ano nos livros: Eco Mirim 6, livro didático de língua portuguesa- 4 ano do ensino fundamental – autoria de Fernanda Covino, Editora Positivo e Livro de arte-1 ano- autoria de Claudia Carvalho Torres e Rodrigo Flávio de Melo Faleiro, Rede Pitágoras, Editora Educacional, ambos com distribuição em todo território nacional.

Na música destaque para as quatro participações consecutivas no “Festival Viola de Todos os Cantos”, realizado anualmente pela EPTV (Retransmissora da Rede Globo de Televisão), festival esse que em 2012 comemora seus dez anos de existência apresentando dentre outras grandes atrações, o artista Tarcio Costa e suas intervenções poéticas. No universo da música infantil destaque para a composição Bate-Lata & Vira-Lata, selecionada para a elaboração do CD- Book denominado Canções para arteiros do Projeto Itaú Cultural 2009. Como dramaturgo participou de três importantes premiações no ano de 2009 voltadas ao público infantil: Prêmio CEPETIN, realizado pelo Centro de Pesquisas do Teatro infantil do Rio de Janeiro com o texto “O menino Machadinho”, (Obra inspirada na infância do escritor Machado de Assis), Considerado um dos dez melhores textos infantis produzidos no ano de 2009. Projeto de Obras Inéditas do SESI com o texto, direção musical e atuação em “Estrela de Papel”, (Obra inspirada no universo de Carlitos, personagem de Charlie Chaplin) Prêmio Cidade de Belo Horizonte com o texto “3001- Uma Odisseia no Meu Quarto.” Nas artes cênicas tarcio Costa assume também a coordenação do núcleo de teatro da empresa IESA e do espaço tarcio Costa de Teatro na cidade de Américo Brasiliense.

Biografia

ZECA PEREIRA(1977)

Zeca Pereira, pseudônimo de José Pereira dos Anjos , filho de Cezário Pereira dos Anjos e Domingas Maria dos Anjos, nasceu em 12 de maio de1977, no povoado Ilha do Vítor, município de São Desidério-BA. Na década de 1980, migrou para Barreiras- Ba, onde reside até hoje. Em 1993, iniciou sua vida de folheteiro com uma lona pelo chão nas feiras livres, aos sábados, em Barreiras e, aos domingos, em São Desidério. Em 2002, editou o seu primeiro cordel intitulado: Os lamentos de um ancião no asilo. Apesar de alguns erros de métrica, aos poucos, foi aprendendo a desenvolver melhor os versos e hoje ministra palestras e oficinas de cordel. No ano de 2011, fez uma parceria com o poeta Flaviano Medeiros e juntos estiveram vendendo cordéis em cerca de 200 municípios nos estados: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Sergipe, Piauí, Maranhão, Ceará e Pernambuco. Em 2016, parou com as viagens para dedicar-se aos estudos e, neste mesmo período, fundou a Nordestina Editora, que vem editando cordelistas de todo o país. Zeca Pereira, em 2017, idealizou e organizou o livro: CORDELISTAS CONTEMPORÂNEOS (COLETÂNEA 2017), reunindo mais de 50 cordelistas das cinco regiões do Brasil, o livro foi uma obra custeada pelos próprios autores e editado com os selos da NORDESTINA EDITORA e EDITORA VELOSO. O poeta é membro da Academia Barreirense de Letras (ABL), tendo como patrono o cordelista Antônio Teodoro dos Santos (O poeta Garimpeiro). Zeca mantém, atualmente, um programa na rádio comunitária Nova FM (ZECA PEREIRA NA NOVA FM), em Barreiras. O programa é voltado para as músicas dos repentistas, aboiadores e emboladores, indo ao ar todos os sábados, das 18h às 20h. Com suas inquietações, já está com outro livro em andamento com o título: Além do cordel (Antologia Versátil), contando com a participação de 30 autores, além de uma coleção de cordéis de terror (A CABANA MALDITA), escrita pro vários autores, cujos primeiros folhetos já estão no prelo.

SANTANINHA(1827-)

Bráulio Tavares nos conta que Arievaldo e Stelio trazem a figura de Santaninha, pseudônimo de João Sant’Anna de Maria, nascido no ano de 1827. Poeta popular, recitador, rabequeiro, nascido em Touros (RN), criado em Fortaleza, e que teve uma parte importante de sua carreira poética no Rio de Janeiro. A pesquisa está no recém-lançado Santaninha – Um Poeta Popular na Capital do Império (Fortaleza: Editora IMEPH, 2017). Por ter publicado no Rio, e não no Nordeste, Santaninha foi sempre um nome obscuro. Os cronistas cariocas registravam sua atividade; os autores do livro citam numerosas menções a ele e aos seus versos na imprensa da época. Mas nenhum usa o termo “cordel”, nem parece atribuir maior importância ao “pequeno poeta”, como ele se auto-denominava. Por outro lado, a maioria dos pesquisadores de cordel devem ter feito o que eu fiz, quando me meti a estudar o assunto: procurava menções nos jornais, catálogos e almanaques das grandes capitais nordestinas, e não do Rio. E assim Santaninha não foi alcançado pelo radar. Santaninha não consta a data de sua morte, parece ter sido um tipo muito carismático, que cantava acompanhando-se de uma rabeca (que chamava de “Paraibinha”, “Sombrinha” ou “Profetinha”) e vendia folhetos, tanto pessoalmente quanto em pontos de venda fixos, no centro da cidade. Já no Rio de Janeiro, eis um anúncio típico de sua atividade (Gazeta de Notícias, 5 e 16 de junho de 1881):[Os folhetos] acham-se à venda na estação da estrada de ferro D. P. II, no quiosque do Luiz de Camões, no largo de São Francisco de Paula, na praça da Harmonia n. 31, no ponto das barcas, num quiosque em Botafogo, no ponto dos bondes e na rua do Resende n. 107.Os primeiros registros ao seu respeito estão em jornais de Fortaleza em 1873, quando ele é descrito como “bem conhecido e popular”. Nessa época, teria possivelmente cantado para José de Alencar, que estava em visita a sua terra pesquisando para o romance O Sertanejo. De 1881 em diante ele já aparece na imprensa carioca, anunciando vendas de livretos e até de partituras. própria poesia.

FABIÃO DAS QUEIMADAS (1848-1928)

Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha - 1848 Santa Cruz, RN - 1928 Santa Cruz, RN - Poeta. Tocador de rabeca. Cantador. Instrumentista. Foi escravo, mas conseguiu comprar a alforria. Comprou também a alforria da mãe e de uma sobrinha com quem se casou. Nasceu escravo da Fazenda do Coronel Zé Ferreira. Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha nasceu escravo, em 1850, na Fazenda Queimadas, do coronel José Ferreira da Rocha, no atual município de Lagoa de Velhos (RN). Começou a cantar durante os trabalhos na roça. Tornou-se tocador de rabeca, tendo adquirido seu instrumento aos 15 anos, com o apoio do dono, que permitia e incentivava que ele cantasse nas casas dos mais abastados da região e nas feiras. Conseguiu angariar algum dinheiro que, aos 28 anos, possibilitou comprar a sua alforria. Era analfabeto, mas criava versos, como o “Romance do boi da mão de pau”, com 48 estrofes. Suas composições apresentam traços dos romances herdados da idade média. Em 1923, Fabião das Queimadas já era conhecido e respeitado no estado, onde no início do período republicano manteve ligações com políticos da terra, emprestando seus talentos ao criar versos que serviam, ora para enaltecer os amigos poderosos, ora para denegrir seus adversários. Já suas apresentações em Natal, aparentemente eram raras ou restritas a residências de particulares que gostavam da prosa sertaneja. “A Republica”, de 19 de dezembro, em novo texto assinado por “Jacinto da Purificação”, trouxe uma extensa reportagem sobre o cantador, onde buscavam apresentá-lo a cidade; comentou como no passado Fabião havia conquistado sua liberdade, “que a fama de Fabião corria mundo”, mas ressaltou “que o seu estrelato alcançava aquele mundo que não ultrapassava as fronteiras da nossa terra”. Em 1923, a expectativa de vida dos mais pobres no Brasil mal chegava aos 60 anos. Fabião, então, com sessenta e dois anos, era considerado com “ótima lucidez, perfeita memória e bom timbre de voz”. Afirmou-se que era “verdadeiramente um desses milagres para os quais a ciência não encontra explicação”. Informaram que “aquilo que Fabião chama de sua obra”, certamente daria um volume com mais de 300 páginas. Algumas destas obras haviam sido criadas pelo cantador 55 anos antes, em 1868. Para recitá-los ou cantá-los, junto com sua inseparável rabeca, ele utilizava apenas sua privilegiada memória. Uma passagem interessante comentava que certa ocasião, um amigo mais chegado lhe perguntou como ele criava e guardava seus versos. Na sua simplicidade, o cantador disse que “quando eu quero tirar uma obra, me deito na rede de papo prá riba, magino, magino e quando acabo de maginar, está maginado pru resto da vida”. Chamou atenção do autor do texto como Fabião era um sertanejo dotado de uma imensa bondade, pois lembrava saudosamente do seu antigo senhor, José Ferreira. Em uma passagem, o autor conta uma história onde Fabião rebate uma crítica feita ao seu antigo amo, por não tê-lo mandado à escola quando jovem, ao que o cantador comentou; “meu senhor foi sempre homem de muito tino e ele bem sabia que se me tivesse mandado ler e escrever, quem o vendia era eu”. O final do texto de “Jacinto da Purificação”, deixa transparecer um certo receio de fracasso ante a apresentação do poeta, que estava “descolado do seu meio”. Colocava entretanto que, “qualquer que seja a sorte da prova que se vai suceder, Fabião para nós será sempre o velho genial”. A festa começou às dezoito horas do dia 24 de dezembro, uma segunda-feira. Um dos paraninfos era o então governador Antônio José de Souza, que estava presente. Desde cedo começou a afluir uma grande multidão, calculada em torno de 4.000 pessoas. Com um caráter estritamente familiar, a festa mudou o quadro da principal praça da cidade, uma área que normalmente, após as oito da noite ficava deserta. Neste dia estava “exuberantemente iluminada e cheia de vida”. O Doutor Varela Santiago, sempre acompanhado de Palmyra Wanderley e de outras organizadoras, seguiam entre as barracas, agradecendo a participação de todos. Várias barracas estavam pela praça, todas com nomes bíblicos como ”Betesda”, “Carfanaum”, “Jericó” e, apesar do caráter religioso das festividades, o local mais freqüentado foi à barraca chamada “Poço do Jacó”, por vender bebidas geladas, principalmente cerveja. Em locais distintos tocavam as bandas marciais da Polícia Militar e da guarnição do quartel federal, o 29º Batalhão de Caçadores. Havia várias atividades atléticas, como um torneio de “queda de braço” e um concorrido torneio de bilhar, onde se destacaram os jovens José Wanderley e Francisco Lopes, tendo este último sido o vencedor. Em um palco armado foram se apresentando os seresteiros, cantores e tocadores da cidade, todos amadores. Uma delas foi a “senhorinha” Edith Pegado, que chamou a atenção de todos por cantar uma cantiga “roceira” chamada “Sá Zabê do Pará”. Mas a atração principal era “Fabião das Queimadas”. Ao subir no palco com sua inseparável rabeca, o trovador foi entusiástica e longamente aplaudido e desenvolveu uma apresentação que foi classificada pela “A Republica” como “magnífica”, composta de “repentes” e “louvoures”, que fizeram o deleite do público natalense naquela noite. Uma coluna publicada cinco anos depois, por ocasião da morte de Fabião, mostra a repercussão que esta festa teve. Um articulista que assinava simplesmente “R.S.” escreveu que “Ainda estamos bem lembrados daquela noite em que promovendo-se nesta capital uma festa, Fabião das Queimadas improvisava chistosos versos, magníficos na sua rudeza e simplicidade”. O articulista recordava alguns destes versos, que foram dirigidos aos espectadores mais ilustres, como o governador Antonio de Souza, Henrique Castriciano, Varela Santiago, Palmyra Wanderley e Eloy de Souza. A este último, devido a sua herança negra, Fabião soltou uma quadra que terminava assim; “Se o sinhô num fosse rico, era de nossa famía”. Nos outros dias, poucas notas são divulgadas pela imprensa sobre a quermesse, fazendo esta festa cair logo no esquecimento. Contudo, ao observarmos os detalhes existentes na elaboração e desenrolar desta iniciativa, vemos que as mulheres potiguares, sob o comando com Palmyra Wanderley, conseguiram muito mais do que a nobre causa de angariar fundos para o hospital do Dr. Varela Santiago. Com uma só ação, Palmyra e as outras mulheres, muitas certamente sem nem ao menos perceber o que estavam fazendo, atingiam em cheio aspectos negativos que permeavam a sociedade potiguar da sua época. Quem busca conhecer com maior profundidade o pensamento da sociedade potiguar do final da década de 10 e início dos anos 20 do século passado, encontra fortes traços de preconceito contra a mulher, machismo, racismo e a pouca referência sobre as camadas populares e suas manifestações tradicionais. Evidente que não seria esta quermesse de Natal de 1923 que mudaria uma sociedade com arraigados e antigos valores, mas iniciativas como esta ajudavam a criar mudanças. Para Fabião, ao tocar na capital, não fez nada diferente do que estava acostumado a fazer nas casas e nas feiras dos povoados do sertão, e nem poderia ser de outra forma. Fabião cantou a sua idéia de Mundo, as coisas da sua terra, da sua gente, trazendo para Natal, através dos seus versos, o que ele conhecia do sertão e assim se perpetuando na nossa memória. Fabião das Queimadas morreu em 1928, aos sessenta e oito anos, de tétano, em uma pequena fazendola de sua propriedade, chamada “Riacho Fundo”, próximo a Serra da Arara e ao Rio Potengi, na atual cidade de Barcelona (RN). Começou a cantar por volta dos 10 anos, durante os trabalhos na roça. Era tocador de rabeca. Adquiriu seu instrumento aos 15 anos, com dinheiro do trabalho na roça. Começou a cantar na região, com a permissão e o incentivo de seu dono. Cantando nas casas\ de ricos, conseguiu comprar sua alforria. Analfabeto, compôs o "Romance do boi da mão de pau", com 48 estrofes. Foi registrado por Luís da Câmara Cascudo em seu livro "Vaqueiros e cantadores". Em 1999, por ocasião dos 400 anos da cidade de Natal, teve seu "Romance do boi da mão de pau" recriado por Ariano Suassuna e por Antônio Nóbrega e pela primeira vez gravado no CD "Nação potiguar". Suas composições apresentam traços dos romances herdados da idade média. Em 2006, foi apresentado programa especial sobre sua vida e sua obra, na TV Futura. Obra: Morte do boi da mão de pau (c/ Ariano Suassuna e Antônio Nóbrega) Romance do boi da mão de pau - Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira - http://www.dicionariompb.com.br/fabiao-das-queimadas.

JOSÉ ALVES DOS SANTOS (1946-1999)

José Alves dos Santos (conhecido como: Ribamar Alves) Nasceu na localidade Varjota munícipio de Timon – MA. Dia 17 de março de 1946 e morreu no dia 11 de março de 1999. Era filho de Manoel Ferreira de Sousa e Maria Alves dos Santos. Foi Poeta repentista (cantador) cancioneiro e cordelista, escreveu folhetos em cordel, poemas vaquejadas e canções, entre elas destacamos: “Casa no espaço, Se eu pudesse voar, Só você serve pra mim, Nosso amor nasceu assim, Ausente da liberdade, Porque você não me quer, Homenagem a minha viola, Vendo você.” Poemas e vaquejadas destacamos: “Recordando Airton Sena, Pai falecido, Recordando a minha terra, Da Televisão pra cá, Declaração de vaqueiro, Eu nasci pra ser vaqueiro, Vaqueiro sente saudade, Vida e luta de Nonato”. E muitas outras! Ribamar viveu exclusivamente da profissão de cantador. Casou-se, com Maria de Fátima e tiveram 07 filhos, são eles: Elizabeth, Daniel, Teresa, José Carlos, Andréia, Adriano e Valquíria. Foi morador no Bairro São Benedito na Cidade de Timon , rua 15, onde a viúva ainda reside. Deixou gravações em sua voz feita em fitas cassetes, masterizadas mais tarde para Cds, com baixa qualidade por ser gravações feitas em gravadores muito usados nas décadas de 80 e 90. Recebeu uma Homenagem em 2007, da Casa do Cantador de Teresina, com a gravação de alguns trabalhos seus, em Cd, cantado por alguns poetas companheiros. Em 2008, Daniel Aracacy, Presidente da Fundação Municipal de Cultura, realizou o primeiro encontro de cantadores na praça do bairro São Benedito,

fazendo uma homenagem a Ribamar, também foi feito o lançamento do Cd pelo Doutor Pedro Mendes Ribeiro, Presidente da AVIPOP – Associação dos Violeiros e Poetas Populares do Piauí.

JOSÉ EDIMAR MENDES BARBOSA(1957)

Nasceu no dia 07 de junho de 1957 em Piripiri - PI. Sendo o 4º filho do casal Manoel Mendes Barbosa e Francisca Pereira Mendes. Desde os 06 anos de idade começou a ouvir os vendedores de folhetos de cordel nas feiras livres que vendiam e cantavam seus romances como era conhecidos. Também começou a fazer suas leituras passando a ser contador de histórias de Trancoso, e gostar de cantorias de viola. Escreveu seu 1º folheto em 1973 "Terra de Fuxiqueiros" baseado em história real e ficando de 1976 a 1997 sem participar de nenhuma cantoria e sem ler mais nenhum folheto, somente a partir de então despertou novamente. Passando a participar dos Festivais de Violeiros na região e das cantorias é colaborador do mini-festival que acontece todas as quintas feiras na Casa do Cantador em Teresina - PI. Atualmente vive da arte da cantoria de viola é repentista canta de improviso os mais variados estilos é escritor cordelista já escreveu vários folhetos de cordel, poemas e vaquejadas. Fundou com vários Poetas a ASPOPOT- Associação dos Poetas Populares de Timon e Região dos Cocais. Foi por dois mandatos Presidente da ASPOPOT.

JOSEFINA FERREIRA GOMES DE LIMA(1963)

Nascida em 08 de setembro de 1963 na localidade Cambraia, em São João do Piauí-PI, povoado atualmente situado no município de João Costa. As palavras viviam dentro da casa onde cresceu, sendo a mãe, Maria Gomes Ferreira, professora; a classe escolar funcionando na sala da casa, e o pai, Faustino Ferreira de Sá, tocando modas e cantorias no violão. Ao final do dia a casa era o ponto de encontro para o entoar das modinhas e as leituras dos livrinhos de cordel trazidos da feira na cidade. O pai carpinteiro autodidata, a mãe, que não se resumia em professora, era agricultora, costureira, psicóloga, leitora e escritora de cartas, de bulas e receitas médicas, enfermeira, conselheira, e por aí vai. Era a matriarca que fazia a alegria dos presentes lendo as aventuras, histórias de Trancoso, romances e humor dos livrinhos de cordel, função posteriormente exercida pela terceira filha mais velha de onze irmãos: Josefina. Foi nesse ambiente, alfabetizada e inspirada pela mãe, inspirada pelas melodias do pai, forjada na roça e enriquecida pelas brincadeiras criativas da meninada nordestina, que cresceu Josefina Ferreira Gomes de Lima, que também já foi lavradora, costureira e líder comunitária. Viúva, mãe de Mirian, aula e Lucas, e avó de Marcos Paulo e João Gabriel, é formada em Letras e em Pedagogia, ambas licenciaturas pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI), especialista em Mídias na Educação (Universidade Federal do Piauí - UFPI) e Literatura e Práticas Culturais (UESPI), instituição de ensino superior onde cursa mestrado em Letras/Literatura. É professora da rede estadual de ensino do Piauí desde o ano 2000. Tem diversos cordéis escritos, dos quais já publicou Aventura Maldita (2012), e Parque Eliane em Cordel (2013), e integra o rol de escritoras do livro Antologia Transcultural de Poesia Feminina, miscelânea de obras da autora e mais treze poetas de 4 nacionalidades. Segue nessa labuta do escritor que parte em busca de recursos, apoios e oportunidades de publicar suas outras obras. Ama ensinar e escrever. É isso! https://cordeisdajosefina.webnode.com/sobre-a-josefina

FÁBIO SOMBRA (1965)

O poeta, cordelista, repentista, violeiro, músico, ilustrador e pesquisador de cultura popular, Fábio Sombra, nasceu no Rio de Janeiro em 1965 e assim se apresenta em seu blog: “Eu adoro escrever, pintar, desenhar, tocar viola e contar histórias. Gostaria que o dia tivesse umas 36 horas só para dar tempo de fazer todas essas coisas ao mesmo tempo…rs.” Sombra é membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) e ocupa a cadeira 03, dedicada ao poeta Firmino Teixeira do Amaral. Em suas obras infantos juvenis, aborda temas da cultura popular, tais como as folias de reis, desafios em versos e cantorias de viola. Seus livros A lenda do violeiro invejoso (2005) e Vladimir e o navio voador (2014) foram premiados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), com os selos de Altamente recomendável para o jovem. Seu primeiro romance foi intitulado A lenda do violeiro invejoso (ROCCO, 2005) e o primeiro CD foi Manheceu (KUARUP, 2007), onde apresentou suas composições em ritmos tradicionais: catiras, cirandas, batuques, pagodes e modas de viola. Conheceu a vida da roça na infância, quando passava férias na fazenda de uma tia-avó no interior de Minas Gerais, local onde saboreou famosas histórias e causos contados à noite, ao pé de um fogão de lenha. Certamente este foi um dos principais temperos para os causos do Sombra. Seduzido pela literatura infanto juvenil a partir de um convite para ilustrar a adaptação, de Patativa do Assaré, de Aladim e a lâmpada maravilhosa. Das recordações de infância, das várias disputas de violeiros assistidas, nascem suas histórias, muitas publicadas e premiadasMANOEL AZEVEDO (1962)

Manoel Azevedo nasceu em 08 de dezembro de 1962. Nordestino potiguar, nasceu na cidade de Santana do Mato, estado do Rio Grande do Norte. Além de poeta, é músico e professor lecionando aulas de línguas portuguesa e inglesa. Apaixonado pela arte desde sua infância, ele admirava e se encantava pela narrativa dos versos de cordel, ouvida pelo rádio ou nas feiras livres, onde se deleitava contemplando as estórias contadas pelos cordelistas. De acordo com Lima (2014), Manoel de Azevedo saiu aos nove anos de idade de sua terra natal, rumo à capital do Rio Grande do Norte, onde fez seus estudos básicos e despontou para a música, poesia e para o magistério. Ao longo de sua trajetória no universo artístico e educacional, Manoel de Azevedo recebeu vários prêmios e homenagens por sua dedicação à cultura popular, além de sua contribuição também para a educação. Foi contemplado também no Festival de Música Potiguar Brasileira 2011, ficando em 3º lugar, com a música Aurora na Serra de Santana, que remete à sua cidade natal. Esse festival foi promovido pela FM Universitária Lima (2014) afirma que Manoel de Azevedo é um exemplo pouco comum de artista versátil. Segundo o autor, essa versatilidade está relacionada ao próprio itinerário existencial do poeta Manoel que percorreu na vida, como estações principais, Santana do Matos, Natal, e Londres. Esse trajeto reflete profundamente a sua produção poética, ressalta Lima (2014). Dentro de seu

contexto literário, Manoel parece explorar suas obras em três estações, a saber: a primeira delas por influência de sua cidade natal, Santana do Matos, período em que o poeta remonta ao sertão, ressignificando suas lembranças. Posteriormente, ele penetra no universo do novo convívio, a cidade de Natal, no qual Lima (2014) intitula, um novo amor, uma nova musa, a cidade de Natal, retratando suas paisagens lírica, física, humana. E, a terceira estação, em que o poeta desabrocha-se em poemas de feição erudita, alguns escritos em inglês como Ode to Vivaldi e outros de alma inglesa, Liverpooliana, como Lennon in the sky with diamonds. Mergullhou no universo dos cordéis no ano de 2000, ano em que Manoel Azevedo fez o seu primeiro cordel intitulado: O Misto, no Projeto Chico Traíra. Entre as suas produções mais recentes está o cordel intitulado: A Tragédia do Nyenburg (Episódio dos Tempos Coloniais no Rio Grande do Norte), lançado pela Editora Luzeiro. Neste, o poeta descreve em linguagem de cordel uma tragédia marítima ocorrida com um navio holandês, em 1763. Manoel de Azevedo narra a desventura do NYENBURG.

CIRO FERNANDES(1942)

Nasceu em Uiraúna - PB , no dia 31 de janeiro de 1942. Escritor, poeta, gravurista e pintor. Desenhista e gravador, começou no mundo do desenho quando ainda era criança. Como muitos nordestinos da época, Ciro se mudou para São Paulo aos 17 anos de idade, onde foi operário e desenhista de bois nos açougues da zona leste da cidade. Mudou-se depois para o Rio de Janeiro e na feira de São Cristovão, importante reduto da cultura nordestina na capital fluminense, começou a fazer xilogravuras gratuitas para os poetas de cordel. Chegou a trabalhar com José Altino de João Pessoa, com quem aperfeiçoou sua técnica da xilogravura. Mestre Zé Altino, de João Pessoa, re-ensinou-lhe os segredos da xilogravura que, no Nordeste, é feita em casca de cajá e imburana, pequena árvore da caatinga, preferida pelos artistas por causa de sua constituição mole, facilmente domesticável pelo cinzel do criador. Frequentou ainda o atelier de Augusto Rodrigues, o de litogravura no Parque Lage com Edgar e gravura em metal com Rossine e Lena Bergstein no MAM (Museu de Arte Moderna).Foi ilustrador do Jornal do Brasil e fez modelo vivo com o pintor Bandeira de Melo. Fez pintura, desenho e xilogravura, inclusive capas de livros para Orígenes Lessa, Raquel de Queiroz, Ana Maria Machado, Gilberto Freire etc. Participou de muitas exposições como o Salão Carioca de Arte, Salão Nacional de Artes Plásticas além de exposições na Suíça, Alemanha, Dinamarca e Brasil. Suas obras estão diretamente ligadas ao mundo da literatura de cordel, as crenças e costumes nordestinos. Seus trabalhos encontra-se no acervo da Casa da Gravura de Curitiba e Museu Nacional de Belas Artes. Walmir Ayala em 1983, sintetizou a obra de Ciro por ocasião de uma exposição de pinturas: “O que eu não poderia imaginar é que, além do xilogravador dos melhores de sua geração, houvesse nele ainda um pintor. Um pintor de um expressionismo dramático, cortando as figuras num entintamento apaixonado, como se cortasse os perfis em madeira. Uma relação entre o xilogravador e o pintor? Certamente – e isto reforça em termos de íntima coerência, a produção deste artista vigoroso e determinado, que equilibra o suor diário, do ofício, com a percepção iluminada. Acrescente-se à isso, que Ciro Fernandes realiza o retrato da vida brasileira.” Ilustrou os livros “O menino que virou escritor” (sobre a infância de José Lins do Rego), de Ana Maria Machado, e “Romances de cordel”, de Ferreira Gullar, entre outros. Foi menino de engenho, pois o Sítio Canadá, onde nasceu, foi banguê de dar cana, rapadura e melado. Lá, nas mãos do seu tio Zuza, reconhecido por Lampião, e nos dedos ágeis do instrumentista Chico de Marocas, aprendeu o trabalho artesanal. Ex-operário (foi soldador em São Paulo) e pintor de bois nas paredes dos açougues na Zona Leste. Começou sua carreira pintando preços em cartazes de lojas no Rio. Foi daí que passou para a Ducal, porta de acesso à publicidade, que o fez layoutman e diretor de arte de três agências. Escreveu poemas, que ilustrou, resultando o livro “A rua”, com temática urbano-carioca.

FÁBIO MOZART(1955)

Fábio Mozart Costa, nasceu em Timbaúba – PE, no dia 25 de outubro de 1955, radicado na Paraíba desde a década de 1960. Filho de Arnaud Costa e Iraci Marinho Costa. Os seus títulos dos cordéis são: A Peleja de Fábio Mozart com Sander Lee na Feira de Itabaiana, A Chegada de Bob Motta no Céu , O Sebo Cultural. Biu Pacatuba e tantos outros. É escritor, poeta, diretor teatral, cordelista, dramaturgo, jornalista e radialista. Fábio Mozart desde cedo transita por várias artes. Um de seus maiores destaques ficou no jornalismo, fundando em 1970, época de ditadura militar, o “Jornal Alvorada” em Itabaiana, com o slogan: “Aqui vendem-se espaço, não ideias”. Depois de prisões e processos por contestar o status quo vigente no Regime de exceção, ainda fundou os jornais “Folha de Sapé”, “O Monitor Maçônico” e “Tribuna do Vale”, este último que circulou em 12 cidades do Vale do Paraíba. Ainda no jornalismo, colaborou no Timbaúba Jornal, A Folha (Itabaiana), Alquimia do Verbo, Umari Notícias, Força de Expressão (Sapé), Itabaiana Hoje e ainda fez parte da equipe de jornalismo do Portal “Conhecendo a Paraíba”, na Internet. Fábio também trabalhou como tipógrafo na Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz, em Itabaiana. Foi

diretor de imprensa do Sindicato dos Ferroviários e repórter do jornal O Norte na década de 1970, indicado pelo jornalista Cecílio Batista, também itabaianense. A partir daí, o jornalista continuou publicando crônicas e comentários esporadicamente em jornais e revistas, versando sobre arte, fatos locais, apreciação histórica, sociológica ou mera composição literária. Mas nem só de jornalismo se constrói a trajetória de Fábio Mozart, mas de teatro e rádio também. No teatro, fundou o Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana (GETI) e o Coletivo Dramático de Mari – CODRAMA, além de ter escrito várias peças teatrais. Dentre elas: “A Peleja de Lampião com o Capeta” (1° Lugar no Concurso CONHEÇA A PARAÍBA, do antigo MOBRAL), “O Batalhão das Sombras”, “Vozes da Vida e da Morte”, “A Federal Tragédia da Novela das Oito” e “Cantiga de Ninar na Rua”, esta última premiada pela UNICEF e reconhecida como espetáculo didático de alto nível pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente da Paraíba, tendo alcançado o recorde de apresentações ininterruptas durante sete anos neste Estado. Como radialista, foi um dos pioneiros da radiofonia itabaianense, tendo atuado no setor de jornalismo da extinta Rádio Difusora Nazaré, uma das primeiras experiências radiofônicas na terra de Zé da Luz. E ainda fundou a Rádio Comunitária Araçá, de Mari (1998), a Rádio Comunitária Vale do Paraíba em Itabaiana (2004) e a Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, em João Pessoa (2005). Além de ser membro da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Estado da Paraíba – ABRAÇO-PB. Também é autor de várias publicações como: “Liras Desvairadas” de 1985 e “Pátria Amada” de 1998, ambos livros de poemas; “Democracia no Ar”, que conta as histórias da luta pela radiodifusão comunitária na Paraíba, de 2004; “Manoel Xudu, o Príncipe dos Poetas Repentistas”, de 2006; “História de Itabaiana em versos e algumas crônicas ‘reais’”, de 2007; e “Biu Pacatuba um herói do nosso tempo”, de 2010. Neste último, Fábio conta a história de Severino Barbosa, primeiro presidente das Ligas Camponesas em Sapé. Pacatuba foi vítima da ditadura militar, sofrendo prisões e perseguições pelo Regime Militar. O trabalho recebeu o Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel, patrocinado pelo Ministério da Cultura. O rádio-telegrafista aposentado, militante do movimento de rádios livres e comunitárias, dramaturgo e diretor teatral atualmente escreve continuamente poesias, crônicas, textos de humor, haicais e mais gêneros para sua página no Recanto das Letras, além de atuar como apresentador do programa “Alô, Comunidade!” da Rádio Tabajara, que está no ar há mais de 6 anos. Também mantém um blog sempre atualizado, o Toca do Leão.

LUCIENE SOARES(1963)

Naturalidade: Santa Rita – PB - Nascimento: 23 de dezembro de 1963, é poetisa paraibana. Maria Luciene Soares Costa da Silva é a primeira mulher poetisa a fazer parte da Academia Paraibana de Literatura de Cordel. A adesão foi realizada em 2014. É filha do poeta pernambucano Severino Dias. O interesse pela arte das palavras surgiu ao observar o duelo de repentistas que seu pai realizava em sua casa. Começou sua trajetória poética escrevendo em comunidades de Cordel na rede social Orkut. Para Luciene, a poesia é como a fala da alma, a fotografia da beleza e da simplicidade. A poetisa faz do campo e da cidade seus universos de pesquisa. Luciene Soares teve influência do pai, como expressa nos cordéis que escreve. A poetisa também permeia o mundo do soneto. Mas é na Literatura de Cordel onde demonstra toda sua habilidade literária. Sua arte já foi estudada por alunos de Biblioteconomia, a exemplo do poema “Rua singela”. A relação de Luciene com a poesia é mais reservada. “Escrevo sem a pretensão de ser divulgado, como forma de expressar meus sentimentos, situações do cotidiano”, explicou. As influências literárias de Luciene Soares vão desde a cultura popular nordestina até os textos de Gabriel García Márquez, como na obra “Cem anos de solidão”. Apesar de não ser atuante, o talento para poesia é visível, com uma linguagem agradável, leve e ao mesmo tempo intimista.

ANTÔNIO COSTTA (1972)

Antônio Costa é natural da cidade de Pilar – PB e nasceu no dia 24 de abril de 1972. Possui as seguintes obras: Um Juntador de Palavras (2003), Poesia Nordestina (2004), Coletânea Poética (2009), Chuva de Poesias (2011), Lira dos Quarenta Anos (2012), Poesia Cristã (2014), O Poder do Amor (2014), A Moça do Coreto (2015), Poesia Comentada (2015), Poesia Reunida (2016), 30 Sonetos de Amor e Outros Poemas Sentimentais (2016), No Chão da Memória (2016), Sonetos (2016) e Trovas e Pensamentos (2016). Antônio da Costa Silva, ou simplesmente Antônio Costta, nasceu no Sitio Chã de Areia, em Pilar. O poeta é filho do agricultor Severino Honorato da Silva e da dona de casa Maria José da Costa Silva. No Sítio Chã de Areia aprendeu as primeiras letras com a professora “Dona Antônia Matos”, lembrada em alguns de suas obras. Ainda na infância, o seu interesse pela arte era visível nos traços de seus desenhos. Em 1986, Antônio Costta cursava a sétima série do 1º grau, no Colégio Estadual José Lins do Rego em Pilar, quando uma furiosa enchente do Rio Paraíba arrancou a ponte que ligava a zona rural à sede do município, impossibilitando-o assim a continuar seus estudos na sua cidade, tendo que ser transferido junto com seu irmão Evando, mais velho, para estudar na cidade vizinha de Itabaiana. Em Itabaiana concluiu o segundo grau no Colégio Estadual de 1º e 2º graus Dr. Antônio Batista Santiago, em 1990. No município, não seria mais o desenhista que chamaria a atenção de seus colegas, mas o seu grande interesse pela literatura brasileira. Antônio Costta escreveu seus primeiros poemas e publicou no jornal A FOLHA, da cidade. O poeta começou uma carreira política em 1992, quando foi eleito vereador por sua terra natal e reeleito em 1996. Em 1993, Antônio Costta se converteu ao cristianismo na Igreja Evangélica Cristã de Pilar, fato que marca profundamente a sua poesia. Em 1995 casa-se com a pilarense Francileide de Sousa Dias, que faleceu em 1997, deixando como fruto dessa união (com apenas dois meses de nascida) sua filha Alana Dias da Costa. Em 1999, casou com a Itabaianense Ivoneide Altino Silva de cuja união nasceria Letícia Pillar Altino Costa e Antônio da Costa Silva Júnior.No ano de 2000, o poeta deu um tempo na carreira política, dedicando-se mais ao trabalho, à família, a Deus e à poesia. Em 2001, fixou residência na cidade de Itabaiana, onde mantém uma escola de cursos profissionalizantes. Mais tarde, exerceu no município o cargo de Secretário Adjunto de Cultura, entre o período de 2009 a 2012.Em maio de 2012, Antônio Costta recebeu o Título de Cidadão Itabaianense, concedido pela Câmara Municipal, e tornou-se presbítero da Igreja Assembleia de Deus.O poeta Antônio Costta é autor da letra do Hino Oficial de Pilar, de dois CDs de poesias recitadas e de quatorze livros de poemas. O primeiro livro publicado foi “Um Juntador de Palavras”, em 2003. Logo depois, Poesia Nordestina (2004) e Poesia Cristã (2014), com poemas que glorificam a Deus. A antologia poética, intitulada “O Poder do Amor”, está sendo preparada por Costta em parceria com quatros poetas estrangeiros: Maria Petronilho (Portugal), Alma Velazquez de la Mora (México), Cristino Vidal Benavente (Espanha) e Teresa Ovejero de Vinciguerra (Argentina). Costta também está preparando outro livro de crônicas e poesias, sobre a sua terra natal, intitulado “Pilar em Prosa e Verso”. O poeta Antônio Costta participa de vários fóruns literários em língua portuguesa e espanhola, através da internet, a exemplo do “Poesia Pura”, “Poetas do Amor e da Paz” e “Recanto das Letras”. Em 2015, teve seu poema “Verde que te quero verde” selecionado no concurso nacional de poesia “Prêmio Sarau Brasil 2015” e o soneto “Viver é Amar” também classificado em outro concurso nacional o “Prêmio Poetise 2016″, ambos organizados pela Editora Vivara.Seu trabalho é reconhecido por vários escritores e jornalistas nacionais internacionais. Antônio Costta em fevereiro de 2015 tornou-se membro daAcademia de Cordel do Vale do Paraíba.

JOSÉ FRANCISCO DAS CHAGAS(1924-2014)

José Francisco das Chagas, nasceu em Piancó – PB, no dia 29 de outubro de 1924 e morreu no dia 13 de maio de 2014. Suas obras publicadas: Canção da Expectativa; Canhões do Silêncio; Os Telhados, Azulejos do Tempo; Apanhados do Chão, Maré – Memória” e Colégio do Vento (soneto).José Francisco das Chagas começou a trabalhar na agricultura ainda um menino, ajudando o pai. Passou a frequentar a escola na adolescência, iniciando o 2º grau em Teresina (PI), e concluiu em São Luís.Chagas viveu toda sua juventude na cidade de Pedreiras, um município brasileiro do Estado do Maranhão, porém mudou-se para São Luiz do Maranhão, em 1948, e criou um vínculo tão forte com a cidade, tornando-a fonte inesgotável de inspiração para a escrita de seus textos. O interesse em escrever versos abrigou forte influência dos repentistas e violeiros da época. Ao longo de sua trajetória intelectual, conquistou o reconhecimento através de uma extensa bibliografia em poesia e prosa, e pela incansável colaboração de décadas como cronista de diversos jornais maranhenses. Estreou como escritor aos 31 anos, com a publicação de “Canção da Expectativa” pela Tipografia São José, em 1955. É autor de muitos livros de poesia, possuindo uma vasta bibliografia. Dentre suas principais obras destacam-se: “Canhões do Silêncio; Os Telhados, Azulejos do Tempo; Apanhados do Chão e Maré – Memória”. O escritor tornou-se membro da Academia Maranhense de Letras. No conjunto da obra de José Chagas, a coletânea de sonetos Colégio do Vento, lançada em 1974. Destaca-se por resgatar as lembranças da origem pobre no interior da Paraíba, quando o menino acompanhava o pai à lavoura e tinha de conciliar a dureza da realidade com as fantasias e sonhos da poesia. Em 1994, José Chagas foi enredo da Escola Favela do Samba, que utilizou uma das obras do escritor “Os Canhões do Silêncio”, para desfilar no carnaval. Em outubro de 2013, Chagas foi homenageado pela Academia Maranhense de Letras (AML), onde ocupava a cadeira de número 28. No dia em que completou 89 anos (2013), a AML presenteou o autor com a reedição do livro ‘Colégio do Vento’. Na ocasião, escritores da Academia se reuniram na casa de José Chagas para celebrar o aniversário do escritor e entregar a reedição do livro de sonetos. Em dezembro de 2014 ele recebeu outra homenagem. Desta vez, poemas seus foram musicados e viraram canções gravadas por cantores maranhenses e nomes importantes da MPB, no disco “A Palavra Acesa de José Chagas”. O disco uma verdadeira obra-prima é de autoria de Zeca Baleiro e do poeta Celso Borges que, entusiasmados com a poesia de Chagas, chamaram músicos e cantores para transformar 14 de seus poemas em canções. O resultado foi um trabalho belíssimo que coloca em evidência o talento do paraibano/maranhense. Dois poemas de Chagas já haviam ganhado versão musical nos anos de 1970: “A Palafita” e “Palavra Acesa”, feitas pelo grupo Quinteto Violado, essa última ficou conhecida quando tocou na novela Global “Renascer”, em 1993. E foi o tema do personagem Tião Galinha. Sua preocupação social lhe rendeu a representação popular como vereador em São Luís e significativa contribuição no ofício de jornalista. Chagas era um dos principais cronistas dos jornais impressos do estado. José Chagas veio a óbito em São Luís do Maranhão, vítima de complicações de um acidente vascular cerebral – AVC. Vários literatos, artistas, professores e intelectuais maranhenses foram dar o último adeus a José Chagas na AML.

EDNO PAULINO DE LUNA(1982)

Naturalidade: João Pessoa – PB. Nascimento: 19 de dezembro de 1982. Atividades artístico-culturais: Músico, cantor, compositor, cordelista e xilógrafo. Formação: Capacitação de Professores em Tecnologia Assistiva, Licenciatura Plena em Geografia, pela Universidade Estadual da Paraíba (2008) e Especialização em Geografia e território: planejamento urbano, rural e ambiental (UEPB). Edno Paulino de Luna nasceu na capital paraibana, mas vive no município de Sobrado (localizado na microrregião de Sapé). Especializado em geografia, e atuando principalmente nos seguintes temas: território, campo, questão agrária, meio ambiente e sustentabilidade. Também tem uma veia artística muito presente na sua vida. Edno trabalha em diversos segmentos da arte, e tem a música como um dos seus hobbys. E surgiu no meio familiar, através de uma tia que o incentivou a tocar violão, e depois criou um grupo musical o “Baião da Viola”. O artista é reconhecido como um dos compositores da nova geração, e ficou em segundo lugar no Forró Fest 2014, no município de Sapé, com a música de sua autoria “Utopia Nordestina”. Edno Paulino defendeu a cidade de Sobrado na 4ª eliminatória, realizada na cidade de Itabaiana, no dia 24 de maio de 2014. Ainda em 2014, Edno Paulino ficou em segundo lugar com a sua composição “A tapera abandonada” no Sapé Fest, evento que aconteceu no dia 21 de junho, e que foi inserido na programação do São João 2014, do município. O artista tem sido exemplo para os jovens da sua localidade. A sua persistência e determinação; além do seu talento incontestável tem sido referências na sua vida profissional e artística. Edno atualmente canta junto com um grupo de amigos, numa banda formada por eles, a “Banda Rock Rota 80”, que apresenta no repertorio: flashback, hits românticos, dançantes, e sucessos que marcaram a década. A literatura de cordel e a poesia surgiram na vida de Edno Paulino segundo ele, através da cultura local e suas histórias vivenciadas. O artista por ser diversificado nas atividades artísticas começou a se destacar na sua comunidade. Edno também é professor de geografia no município de Sobrado, e xilógrafo, e também trabalha com pesquisas e mapeamentos culturais na sua cidade, e tem a pretensão de criar uma Organização não Governamental (ONG), com o objetivo de preservar a cultura local. Com muita dedicação consegue conciliar todas estas atividades com a música. Edno Paulino realiza apresentações voz e violão, e juntamente com a sua banda, na cidade de Sobrado e nos municípios circunvizinhos.

ARMANDO FERNANDES COSTA

Naturalidade: Santa Rita – PB. Atividades artístico-culturais: Poeta, cordelista e declamador. Premiação: 5° colocado do Concurso Novos Escritores da FUNJOPE Títulos: Amar, Frase de Conforto, A mais Pura Verdade, O homem que quis ir ao inferno, Os homens paqueradores, Mentiras da internet, Um dia de travessuras, O meu velho carro, Peleja de Manoel do Riachão e o anjo mensageiro, Amor, Perda, Crepúsculo, Criador, Lágrimas, Uma viagem a Pombal 1° parte, Mulher, Infância, e Solidão, entre outros. Armando Fernandes Costa reside na cidade de João Pessoa (PB). O cordelista além de exercer a sua arte é também agente de saúde em Várzea Nova, pertencente ao município de Santa Rita. Ele aproveita as horas vagas para se deleitar no mundo da poesia. O artista em seus poemas assina como Armando Costa, ou Nando Fernandes. A declamação é uma das paixões do poeta. É adepto aos versos simples e improvisados, e expõe suas obras em eventos culturais. Em 2008, apresentou seus cordéis no concurso “Novos Escritos da FUNJOPE “(Fundação Municipal de Cultura), no Circuito Cultural das Praças. O poeta aborda em suas poesias situações do cotidiano, relacionamentos amorosos, entre outros temas. O artista se inspira nos seus sentimentos para escrever suas rimas. No meio artístico da capital paraibana, Armando Costa é conhecido como “Máquina de decorar verso”.

BRÁULIO TAVARES(1950)

Naturalidade: Campina Grande – PB. Radicado no Rio de Janeiro, desde o ano de 1982. Nascimento: 1950. Atividades artístico-culturais: Compositor, poeta, letrista, pesquisador de ficção científica e literatura fantástica, escritor, tradutor, colunista de jornal e escreve roteiro para shows, cinema e televisão. Publicações: A Máquina Voadora (Romance), Os martelos de Trupizupe, O Homem Artificial-Rio de Janeiro: Sette Letras (1999-Poesia), A Nuvem de Hoje-Campina Grande: Eduepb (2011-Crônicas), e os ensaios: O Anjo Exterminador-Rio de Janeiro: Rocco (2002) e O Que é Ficção Científica-São Paulo: Editora Brasiliense (1986). Contos: A Espinha Dorsal da Memória. Caminho (1989); Vencedora do Prêmio Editorial Caminho de Ficção Científica (1989); Mundo Fantasmo-Lisboa: Editorial Caminho (1994); Mundo Fantasmo: A espinha dorsal da memória, Rio de Janeiro: Rocco (1996); Sete Monstros Brasileiros, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2014); Contos Obscuros de Edgar Allan Poe, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2010); Freud e o Estranho: Contos fantásticos do inconsciente, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2007); Páginas de sombra: Contos fantásticos brasileiros, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2003); Detetives do Sobrenatural: Contos fantásticos de mistério, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2014); Contos Fantásticos no Labirinto de Borges, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2005); O País dos Cegos e outras histórias – H.G. Wells. Rio de Janeiro: Objetiva (2014); Páginas do Futuro: Contos brasileiros de ficção científica, Rio de Janeiro: Casa da Palavra, (2011); Histórias Para Lembrar Dormindo. Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2013); e Contos Fantásticos de Amor e Sexo. Rio de Janeiro: Ímã, (2011). Folhetos de sua autoria: Cabeça elétrica e coração acústico, no ano de 1981. Composições: Em 1980, Elba Ramalho gravou de sua autoria “Caldeirão dos mitos” no LP “Capim do vale”. No ano de 1983, Tadeu Mathias interpretou de sua autoria “Anotações para um adeus” e ainda a “Última estação”, uma parceria de ambos. No ano de 1989, para o Bloco Carnavalesco Suvaco de Cristo, compôs com Lenine o samba-enredo “República dos Vira latas”. Em 1990, sua composição “Meu nome é Trupizupe”, ganhou o festival “VIII FAMPOP” da cidade de Avaré, em São Paulo. No mesmo festival, o parceiro Lenine classificou-se em terceiro lugar com a música “Virou areia”, parceria de ambos. Neste mesmo ano foi lançando o disco homônimo do evento, no qual interpretou a composição vencedora e Lenine interpretou “Virou areia”. Em 1993, Lenine participou do disco do grupo Batacotô, no qual interpretou “Virou areia”, uma parceria de ambos. No ano seguinte, a cantora americana Dionne Warwick interpretou “Virou areia”, desta vez com a letra vertida para o inglês pela própria cantora. Nesse mesmo ano de 1994 Lenine interpretou várias parcerias de ambos, entre elas, “Acredite ou não”, “Miragem do porto”, “O que é bonito”, “Caribenha nação”, “Tuaregue e nagô” e ainda “Mais além”, esta última, parceria de Bráulio Tavares, Lenine Lula Queiroga e Ivan Santos, todas gravadas no CD “Olho de peixe”, de Lenine e Marcos Suzano, lançado pela Gravadora Velas. No ano seguinte, em 1995, Fátima Guedes gravou “O dia em que faremos contato” (com Lenine) no CD “Grande tempo”. Dois anos depois, Lenine lançou o CD “O dia em que faremos contato”, no qual além da faixa-título, foram incluídas “Bundalelê” e “O marco marciano”, todas, parcerias com Bráulio Tavares. Nesse mesmo ano, Virginia Rosa, no CD “Batuque”, incluiu duas composições suas em parcerias com Lenine: “Miragem do porto” e “Rita”. Em 1998, Elba Ramalho incluiu “Lavadeira do rio”, parceria com Lenine, no disco “Flor da Paraíba”. No mesmo ano sua composição “Na pressão”, parceria com Lenine e Sergio Natureza, deu título ao disco de Lenine. Ainda nesse disco foi incluída a canção “Eu sou meu guia” (com Lenine). No ano de 2001, sua composição “Miragem do porto” (com Lenine) foi incluída na trilha sonora do filme “Caramurú – A invenção do Brasil”, de Guel Arraes. Em 2002, pela gravadora BMG, Lenine lançou o CD “Falange canibal”, disco no qual interpretou “Sonhei” (Lenine, Ivan Santos e Bráulio Tavares), “Umbigo” (Lenine e Bráulio Tavares), faixa que contou com as participações da cantora americana, Ani Di Franco e do pianista Eumir Deodato. Neste disco também foi incluída a música “Lavadeira do rio”, interpretada pelo grupo Skank, Velha Guarda da Mangueira e Lenine. Ainda neste ano, Jorge Vercilo, no disco “Elo”, incluiu “Olhos de nunca mais”, parceria de ambos. No ano de 2004, Lenine apresentou-se no “Projeto Carte Blanche”, na casa de show Cité de La Musique, em Paris. No repertório do show, gravado e que gerou o primeiro CD ao vivo de Lenine, assim como o primeiro DVD, foram incluídas composições inéditas e releitura de outras músicas de vários discos anteriores, entre elas, “Caribenha nação”, “Tuareg e nagô”, “O marco marciano” e “Virou areia”, todas elas em parceria de Lenine e Bráulio Tavares. No ano de 2005, Zé Ramalho regravou “Meu nome é Trupizupe”. Em 2007, escreveu e publicou “O ABC de Ariano Suassuna”, lançado pela Editora José Olympio, no SESC-Flamengo, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano também trabalhou como roteirista do seriado “A pedra do reino”, com direção de Luiz Fernando Carvalho, baseada na obra “Romance d’a Pedra do Reino”, do paraibano Ariano Suassuna. Entre seus parceiros destacam-se Fuba (Flávio Eduardo) em “Temporal” e “A volta dos trovões”, Antônio Nóbrega, com quem tem várias parcerias lançadas em discos de Antônio Nóbrega e ainda Lenine, seu mais constante parceiro. Tem mais de 60 composições gravadas por vários artistas da MPB, entre eles MPB4 e artistas internacionais como a cantora norte-americana Dionne Warwick. Premiação portuguesa Caminho da Ficção Científica pelo livro de contos “A espinha dorsal da memória” (1989). No ano seguinte, sua composição “Meu nome é Trupizupe”, ganhou o festival “VIII FAMPOP” da cidade de Avaré, em São Paulo. E durante o ano de 2009 foi nomeado a personalidade do ano pelos editores do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica, venceu o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria de literatura infantil com o livro A invenção do mundo pelo Deus Curumim. Bráulio Tavares iniciou como sonetista aos oito anos de idade. Foi influenciado pelo seu pai (jornalista e poeta). Ao longo de sua carreira escreveu vários livros de poesias e ficção-científica editados; além de folhetos de cordel publicados pela editora Casa das Crianças, de Olinda, Pernambuco. Iniciou estudos de Cinema (Universidade Católica de Minas Gerais) e Ciências Sociais (Universidade Federal da Paraíba), mas não concluiu os cursos. Morando em Salvador a partir do ano de 1977, começou a compor e a escrever para o teatro. Participou em 1992 do projeto “O Escritor na Cidade” pelo Departamento Nacional do Livro da Biblioteca Nacional, e viajou pelos Estados do Espírito Santo, Paraná, Pará e Rio Grande do Norte, fazendo palestras em bibliotecas públicas da capital e do interior. Com forte influência da literatura de cordel, escreveu a peça “Folias Guanabara”, espetáculo dirigido por Ivaldo Bertazzo com o Corpo de Dança da Maré e a participação da atriz Rosi Campos e do ator, cantor e compositor Seu Jorge. Segundo Bráulio Tavares “Fazer música, escrever, fazer poesia, isso é a respiração da mente, é a entrada e saída de oxigênio e gás carbônico. Sem isso a mente para”

SEBASTIÃO DA SILVA(1945)

Naturalidade: Pilõezinhos – PB. Nascimento: 06 de janeiro de 1945. Atividades artístico-culturais: Poeta, repentista e cantador. Sebastião da Silva iniciou no repente no final dos anos cinquenta. Ele começou a cantar com os seus primeiros mestres, os poetas Oscar Bento de Freitas, José Júlio do Nascimento, José Xavier e José Crispim. O repentista Passou 31 anos de sua carreira trabalhando em dupla com o poeta Moacir Laurentino, com quem tem vários trabalhos gravados, conseguiu mais de 200 primeiros lugares em festivais por todo o Brasil. Considerado por todos como um dos maiores nomes da cantoria de todos os tempos, Sebastião continua cantando por todo o país, e como ele mesmo disse certa vez: com muita lenha para queimar! Além de um extraordinário repentista é também um grande cancioneiro e autor de vários poemas e canções. Uma de suas canções mais marcantes “Criança morta”, que foi feita em homenagem a criança Edinete, que foi encontrada morta por falta de comida e água após se perder na Serra dos Bois em Riacho dos Cavalos-PB. Os mais céticos apostavam que a cantoria, ao sair do Sertão para ganhar espaço nos grandes centros, estaria fadada à extinção. Porém, a ascensão dos cantadores de sua geração (Geraldo Amâncio, Moacir Laurentino, Sebastião Dias, Severino Ferreira e Sebastião da Silva, entre outros) abriu fronteiras. O trabalho dessa geração saiu do Sertão para a cidade, saiu do Nordeste para outras regiões, chegando a outros países. O repentista reside no município de Caicó, no Estado do Rio Grande do Norte.

MANOEL XUDU(1932-1985)

Naturalidade: São José de Pilar – PB. Nascimento: 15 de março de 1932 / Falecimento: 1985. Atividades artístico-culturais: Poeta, cantador e repentista. Manoel Xudu Sobrinho foi um homem simples, generoso, eternamente cavalheiro, incapaz de um ato ríspido, mesmo nas horas em que sua tranquilidade corresse o risco de ser ameaçada. Nem por isso deixou de ser um poeta atormentado, de permeio, entre “o mundo e o nada”, o pranto e o riso. Conterrâneo de José Lins do Rego e de João Lourenço, violeiro em plena atividade profissional. Mas viveu grande parte de sua vida e faleceu, na cidade de Salgado de São Félix, situada às margens do Rio Paraíba. Segundo o pesquisador da cultura popular Ésio Rafael “A obra de Manoel Xudu exige um conhecimento maior desse gênio do repente. Cada estrofe é um monumento de Arte, a expressar uma cascata de emoções que despenca em uma alma profundamente humanística”. E acrescenta “O repentista preenche as exigências da categoria, no que concerne, o cantador, o poeta, e o repentista. O cantador canta em qualquer estilo, atende ao mercado, espreita os acontecimentos diários. O poeta não se explica, graças a Deus! “.Tudo tende à emoção. É o Arquiteto dos sonhos e da metáfora. O repentista é simplesmente maravilhoso! É a marca registrada do repente. É quem pega o fato no ar, muitas vezes sem saber nem o que vai dizer. “Ele pega de bote”. O poeta era tudo isso, dentro de uma simplicidade tamanha, ele abordava os temas mais profundos, com a maior presteza. A arte do improviso alimentava corpo e alma deste poeta, do “Pilar”. Bom tocador de viola, o que é um tanto raro dentre os repentistas. Ele e Severino Ferreira quando se deparavam, o “cancão piava”, no desafio só de viola. Gostava de uma “branquinha”. Às vezes os próprios colegas o prendiam num quarto, até de motel, contanto que ele estivesse bom para o desafio noturno dos “Festivais”. Manoel Xudu tinha o olho biônico. Seus versos eram recheados de carinho, paixão, desde quando necessários. Cantou com mais de cem, só perdeu para a jurubeba (pinga) que o levou ao túmulo. Virou repentista imortal, o maior de todos depois de Pinto do Monteiro, nesta arte extraordinária que é a poesia do repente é o grande poeta Manoel Xudu Sobrinho, Manoel Xudu, ou, simplesmente, Xudu.

ENOC FERREIRA(1940)

Naturalidade: São José dos Cordeiros – PB. Nascimento: 1940. Atividade artístico-culturais: Poeta, e na arte da carpintaria. Enoc Ferreira nasceu na região do Cariri Paraibano. É um dos brilhantes poetas paraibanos que integra o cenário cultural regional do país. Desde sua juventude era notório seu talento voltado para arte da poesia. Enoc durante sua infância trabalhou na agricultura juntamente com seu pai. No ano de 1963, Enoc estava com 23 anos de idade, e realizou a sua primeira cantoria. Passou dez anos cantando, de 1963 a 1973. Depois de deixar as cantorias, ele começou a escrever seus versos e aprimorar seus conhecimentos nos mais diversos temas contidos nos livros que conseguiu comprar com o pouco recurso que ganhava na profissão de carpinteiro, fazendo carro de boi, cancelas e telhados. Enoc é mestre no oficio e na arte da carpintaria, um exímio produtor de porteiras, e carros de bois, além de escrever versos. Carrega em sua coleção de obras belíssimos trabalhos, como: “Cariri do presente nem parece o do passado”, “divisões da vida”, também escreveu sobre a inconfidência mineira, a guerra de canudos, a guerra holandesa, o descobrimento do Brasil, entre outros temas. O artista foi homenageado numa solenidade que reuniu em Serra Branca importantes lideranças da sociedade de caririzeiros. O jornalista Evaldo Costa comandou a entrega da primeira edição do Troféu Gente do Cariri, por meio do qual foram premiadas 14 personalidades da região. Um dos brilhantes poetas paraibanos que integra a cultura regional do país. Enoc Ferreira é de um talento incomparável. O artista também demonstra peculiar precisão em seus trabalhos de carpintaria.

ZÉ VICENTE DA PARAÍBA(1922-2008)

Naturalidade: Pocinhos – PB. Nascimento: 07 de agosto de 1922 / Falecimento: 09 de maio de 2008. Atividade artístico-cultural: Repentista. Prêmios: Talentos da Maturidade, promovido pelo Banco Real, o artista concorreu na categoria Contador de História, com a história “Minha viola, minha vida”. Zé Vicente da Paraíba começou a tocar viola na adolescência, incentivado pelo pai, que o levava para assistir as cantorias de violeiros nas fazendas próximas a sua casa, tornou-se profissional nos anos de 1940, tocando ao lado dos Irmãos Batista e Pinto de Monteiro. Em 1955, gravou o primeiro LP de cantoria. Foi o primeiro do gênero gravado no Brasil, pela extinta gravadora pernambucana. Na década de 1970 seus versos foram gravados por grandes artistas da MPB (Zé Ramalho, Alceu Valença, Marília Pêra, Ruy Maurity).Em 2005 gravou seu primeiro CD intitulado “Zé Vicente da Paraíba, Viola e Amigos”, com um perfil inovador nesse gênero musical, onde misturou poesias com violas, coco com Hip Hop, banda de pífano, dando uma nova sonoridade à cantoria. Esse trabalho contou com a participação de ilustres repentistas, tais como, Raulino Silva, Rogério Meneses, Hipólito Moura, Antônio Lisboa, Edmilson Ferreira, Raimundo Caetano, Severino Feitosa e Daudete Bandeira, Oliveira de Panelas, bandas de pífanos, o forrozeiro Valdir Santos, o grande João do Pife, Tavares da Gaita, gênios do improviso e da poesia nordestina. Figura lendária da tradicional cantoria paraibana e da cultura popular brasileira. “O velho cantador” permanece presente entre as novas gerações da viola como símbolo de grande representatividade artístico-cultural e exemplo de dom e talento.

VIOLETA FORMIGA(1951-1982)

Naturalidade: Pombal – PB. Nascimento: 28 de maio de 1951 / Falecimento: 21 de agosto de 1982. Atividade artístico – cultural: Poetisa. Violeta de Lourdes Gonçalves Formiga, nome completa da poetisa “Violeta Formiga”. Filha de José Formiga e Dona Prima Gonçalves Formiga. Passou a infância e adolescência na cidade de Pombal. Estudou no Colégio Diocesano e na Escola Normal Arruda Câmara na sua cidade natal. Em 1971, transferiu-se para a capital paraibana e ingressou na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no curso de Psicologia. Na Universidade, se notava suas tendências para a poesia, e ela começou a divulgar seus poemas nos jornais de João Pessoa, mais precisamente no Jornal A União, no suplemento Correio das Artes. A poetisa paraibana viveu apenas 31 anos, tinha quase a mesma idade de Augusto dos Anjos (30), e assim como ele, deixou apenas um livro publicado: “Contra Cena”, depois da sua morte, os amigos reuniram poemas inéditos e publicaram “Sensações”, uma edição póstuma, no ano de 1981, na Galeria Gamela. No livro “Sensações” vários poetas e amigos registraram depoimentos que ressaltam o valor de sua poesia e seu modo descontraído de ver e sentir o mundo, ou seja, foi feito um retrato físico e psicológico da poetisa. Violeta Formiga além de poetisa era psicóloga, uma mulher sensível, cuja poesia trazia nitidamente uma grande paixão pela vida, e teve uma forte atuação nas letras paraibanas. Seus poemas são curtos, versos simples, destacando aspectos da vida cotidiana. Para o crítico literário Hildeberto Barbosa Filho “A poesia de Violeta é rica, lírica, e confessional, mas não resvala para o subjetivismo, é uma poética que se centraliza no emissor no ‘eu- lírico’, com aspectos da vida cotidiana”. O jornalista Evandro Nóbrega trata o retrato físico de Violeta Formiga que pode ser confirmado pelo trabalho do artístico plástico Domingos Sávio: Morena, com ar de boneca ágil, pequena, sorridente, bonita a seu jeito, pulsante, de cor e energia. Os olhos pretos, vivos, penetrantes, prazenteiros, joviais. A poetisa foi brutamente assassinada, no dia 21 de agosto de 1982. Segundo depoimentos, Violeta sofria muito com o ciúme doentio do marido, que acabou ele próprio lhe tirando a vida. Altemir Garcia revela a frieza do assassino “… depois nem lavou as mãos. Ligou a vitrola e foi escutar Brahms. Anco Márcio destaca o local escolhido para alojar a bala assassina: “…Logo no coração. Meu Deus, no lugar onde ela guardava todo o seu estoque de poesia e ternura. O cronista Francisco Pereira Nóbrega deixou expresso nessas palavras, a maneira ser de Violeta e seu desejo de ser pássaro: Violeta onde estiver, estará repetindo a primeira frase que me disse: “ deixaram a gaiola aberta o passarinho voou. Achei foi bom”. Em maio de 2016, Violeta Formiga foi homenageada com uma peça “Liberdade para as Violetas”, texto escrito pelo dramaturgo Fábio Mozart. E foi apresentada dentro das comemorações de 40 anos do Grupo de Teatro Experimental de Itabaiana (Geti). A peça entrecruza depoimentos sobre a condição feminina e textos de Violeta. O espetáculo estreou na Universidade Federal da Paraíba no dia 27 de maio comemorando o aniversário natalício de Jandira Lucena, uma das fundadoras do grupo de teatro amador. Na ocasião, Jandira lançou seu livro “Uma homenagem a Violeta Formiga e outros escritos”, editado pelo Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFPB. O livro saiu pelo selo “Humanidades”, do CCHLA, que publica trabalhos que tenham interesse acadêmico e social, “que descortinem novos objetos, novos problemas e novas abordagens na área das humanas”. Para conhecer a poesia de Violeta Formiga é recomendável viajar pelos seus versos, diminutos em quantidade, mas ricos em qualidade literária. Os livros de Violeta não foram mais reeditados, só é possível encontrá-los em bibliotecas ou em sebos.

CELSO MARIZ(1885-1982)

Naturalidade: Souza – PB. Nascimento: 17 de dezembro de 1885 / Falecimento: 03 de novembro 1982. Atividade artístico – cultural: Escritor. Atividades Exercício – profissional: Diretor, secretário, inspetor, e político. Livros publicados: “Através do Sertão” (1910); “Apanhados Históricos da Paraíba” (1922); “Evolução Econômica da Paraíba” (1939); “Ibiapina, um apóstolo do Nordeste” (1942); “Cidades e homens” (1945); “Areia e Rebelião de 1848” (1946); “Memória da Assembleia Legislativa” (1946), “Notícia Histórica de Catolé do Rocha” (1956) e “Figuras e Fatos” 1976). Celso Mariz, filho do Dr. Manuel Dr. Manuel Maria Marques Mariz (advogado e político), e Dona Adelina de Aragão Mariz. Nasceu no sítio Escadinha, no Município de Sousa, Sertão da Paraíba. Após o falecimento de seu pai foi morar com seu padrinho Dr. Félix Joaquim Daltro Cavalcanti na cidade de Piancó, onde o mesmo exercia o cargo de Juiz Municipal. Mas não demorou muito por lá, pois o padrinho, Félix Daltro, foi nomeado Juiz de Direito da comarca de Taperoá, que havia sido criada pelo primeiro governador da Paraíba, do período republicano, o Dr. Venâncio Neiva, que trouxe o afilhado e filho de criação para Taperoá, e foi ali que o menino se fez estudante matriculado na escola do velho professor Minervino Cavalcanti. Costumava ler de um tudo, desde jornais entregues pelo correio, a livros do padrinho, ou até os que lhe dessem ou emprestassem. Foi um homem de muitas atividades, por volta dos dezesseis a dezessete anos, entrou para o Seminário na Diocese da Paraíba, localizada na capital do estado. Depois de adquirir um amplo conhecimento religioso, iniciou-se no Jornalismo em 1904, e se pôs nos caminhos da Hiléia beira-mar, onde se enfiou num vapor que conduzia passageiros e cargas, tocando de porto em porto, até alcançar o Pará. Deslocou-se depois para Manaus. Eram muitos paraibanos que se destacavam no Norte, notadamente em Belém, como advogados, magistrados, poetas, e jornalistas. Mas Celso acabou retornando à terra natal em 1907, aos 22 anos. Logo em seguida se tornou vereador (conselheiro municipal na época). Lecionou na Cidade de Catolé do Rocha, onde conheceu e casou com D. Santina Henriques de Sá, Celso também ensinou as primeiras palavras ao garoto Rui Carneiro, que com o tempo viria a se tornar senador, e posteriormente Governador do Estado da Paraíba. Nomeado Inspetor Regional de Ensino, percorreu todo o estado, sempre a cavalo. Ele conheceu cidades, vilas, povoados, e fazendas, e nestes percursos, devido ao penoso e constante trabalho de inspeção de escolas, colheu material para escrever o primeiro livro, que intitulou “Através do Sertão”, editado em 1910. Surgia o escritor com vocação para a sociologia e a história, descrevendo as localidades, seu passado e presente, figuras marcantes de sua progressão econômica e social. Em 1914 Celso e D. Santina fixaram-se em definitivo na capital paraibana. Foi nomeado Diretor da Secretaria da Assembleia Legislativa, e exerceu o cargo até 1930. Em 1915, fundou o jornal A NOTÍCIA, órgão que expressava as ideias dos chamados “jovens turcos”, grupo de plumitivos políticos, alguns já bem iniciados nas lides partidárias, filiados à orientação do grande Epitácio Pessoa. Celso Mariz escreveu “Apanhados Históricos da Paraíba”, editado em 1922, é um clássico, contendo o quadro histórico e geográfico do Estado, sua fundação, seu território, a guerra anti-holandesa, os acontecimentos merecedores de registro no século XVIII, a atuação da Igreja, o governo colonial, as revoluções, o império e o monarquismo, a política daqueles tempos, os governos e os legisladores, até à República. Foi deputado de 1924 a 1927, durante o governo de João Suassuna. Posteriormente quando João Pessoa assumiu o poder, o nomeou Diretor do jornal “A União”, permaneceu por pouco tempo no cargo, voltando ao seu cargo na direção da secretaria da assembleia Legislativa. Em fins de 1930, foi nomeado Inspetor Federal junto ao Liceu Paraibano. Tamanha era sua competência, que foi convidado pelo governador Argemiro de Figueiredo (1930-1940) para ocupar os cargos de Secretário do Governo e da Agricultura, Comércio, Viação e Obra Públicas, a pasta mais importante do estado. Também ocupou a Diretoria do Departamento de Educação. Encerrou suas atividades no Serviço público em 1950, como Secretário do Governo na gestão do governador José Targino da Consta (1950 – 1951).Em 1939, o mestre lançou “Evolução Econômica da Paraíba”, uma obra eclética nos relatos objetivos sobre a nossa geografia, hidrografia, agricultura e pecuária, ocupação dos espaços, evolução dos contingentes de trabalho, volumes de produção, nascimento e desenvolvimento das comunidades urbanas e rurais, tudo sequenciado com registros dos fatos, enriquecidos com dados estatísticos. O livro “Evolução Econômica da Paraíba” é considerado um primoroso estudo sobre a nossa colonização e civilização agrária, desde os primórdios, começando pelas primeiras culturas praticadas, os engenhos nascentes e moentes, a penetração dos colonizadores no Brejo, Cariri e Sertão, a escravidão, o surgimento e pujança do algodão, as crises, o advento de novas lavouras e das indústrias, abertura de caminhos, estradas de rodagem e de ferro, o porto, a mudança das estruturas rudimentares de trabalho e produção, as conquistas tecnológicas e fatores internos e externos que as influenciaram, as secas e seus efeitos catastróficos, as obras de combate às estiagens prolongadas, as realizações administrativas e os esforços para a geração de rendas públicas e privadas, o desenvolvimento urbano, notadamente o da Capital, tudo ilustrado com dados estatísticos, constituindo trabalho de fôlego e fonte de consulta a quantos se interessem pela história do desenvolvimento econômico e social da Paraíba. Segundo técnicos o livro oferecia subsídios valiosíssimos para a formação de uma política de apoio para o Nordeste. Particularizavam a riqueza do manancial de informes contidos na obra, e particularizavam a riqueza do manancial de informes contidos na obra de Celso Mariz. Ele era dono de invejável capacidade de redação e de bom tirocínio administrativo, dedicado ao jornalismo e às letras e conhecendo palmo a palmo a Paraíba escrevia sobre qualquer tema relacionado à administração e políticas públicas. Ele tinha memória prodigiosa a que aliava o gosto pelas anotações e pesquisa. Em qualquer ambiente era alvo das atenções dos circunstantes pela excelente prosa que sabia manter. Entremeava diálogos com boa verve. Nas visitas que fazia detinha-se por pouco tempo. Onde mais demorava era no Clube Cabo Branco, no centro da cidade, onde reencontrava amigos e velhos conhecidos e participando dos jogos de gamão e de cartas. Deixou um acervo valiosíssimo para a cultura e história da Paraíba. Escrevia ao correr da pena, em vernáculo simples e escorreito. Reconstituía fatos e personagens do passado, enriquecia as narrações com detalhes realísticos de acontecimentos marcantes. Seus livros são para qualquer geração. Faleceu em João Pessoa no dia 03 de novembro de 1982, aos 97 anos de idade, a doze dias de realizar, segundo ele, um grande sonho: votar em Antônio Mariz para governador da Paraíba.

GILVAN DE BRITO(1940)

Naturalidade: João Pessoa – PB. Nascimento: 1940. Formação artístico-educacional: Direito (UNIPÊ/1983). Atividades artístico-culturais: Escritor, poeta, teatrólogo, ensaísta, dramaturgo, letrista e ator. Atividades exercício – profissional: Jornalista e Advogado, Repórter (Rádio Tabajara da Paraíba), redator, colunista, editor, chefe de reportagem, e chefe de redação de jornal. Publicações/Outros: 135 livros escritos, 25 publicados, dentre eles: Opus Diaboli – A Lagoa e outras tragédias, O amigo do Rei, e Anjo Torto. Escreveu 15 roteiros para cinema e 25 peças de teatro. Gilvan Bezerra de Brito, de origem humilde, nasceu e cresceu no bairro da Torre, na capital paraibana, começou a trabalhar desde cedo, com 12 anos de idade, exercendo a função de auxiliar mecânico. Quando menino tinha muito interesse pela literatura e utilizava seu tempo livre para ir até a biblioteca municipal, e lia obras de distintos autores. Gilvan permaneceu no bairro da Torre até os seus 19 anos, logo em seguida mudou-se para Cajazeiras (PB). No Sertão Paraibano ele gerenciou um Departamento de Repartição Pública, e se casou. Sempre demonstrou total interesse pela área cultural, em 1965 entrou para a imprensa esportiva através de um colega da Repartição, que tinha ingressado na área há algum tempo, Marciano Soares. Inicialmente, pela Rádio Tabajara da Paraíba, participando de transmissões esportivas, logo após em 1969, iniciou sua carreira jornalística como repórter, logo em seguida atuou como redator, colunista, editor, chefe de reportagem, e chefe de redação. Gilvan de Brito recorda “no jornal eu fui tudo”, passou por todas as funções hierárquicas dentro da empresa jornalística. Logo após deixar o jornalismo, começou a escrever para o teatro, depois enveredou por outros caminhos literários, poesia, crônicas e contos. Teve peças censuradas pela opressão da ditadura militar. Seu primeiro escrito para teatro lhe rendeu um prêmio nacional, mas não chegou a ser diretor de peças de teatro. Em 2008, ele teve experiência na área cinematográfica, com algumas produções de longa metragem, entre os quais: “A inesperada visita do imperador”, que contou com a participação de alguns atores expressivos da época como: Norton Nascimento, Marcelo Escorel, Ana Couto e o próprio Gilvan de Brito, como ator, e ainda produziu o roteiro da obra, que foi divulgado em 89 países, e “Uma viagem desconhecida as Itacoatiaras do Ingá”.O multimídia Gilvan de Brito venceu dois festivais de música da MPB em parceria com Carlos Aranha e Zewagner (1971 e 1986). O artista possui 600 letras de música (62 gravadas em 14 discos de vinil, CD e DVD) com vários parceiros. Seu interesse pela área cultural é tão grande, que ele ressalta “Ainda quero pintar, arrumar um tempo para colocar umas ideias abstratas no papel”.

APOLÔNIO CARDOSO(1937-2014)

Naturalidade: Queimadas-PB. Nascimento: 14 de dezembro de 1937 / Falecimento: 22 de dezembro de 2014. Atividades artístico-culturais: Poeta, repentista e compositor. Atividades- Exercício profissional: Advogado, professor e radialista. Apolônio Cardoso começou a trabalhar ainda criança como engraxate. Iniciou-se na poesia ouvindo os grandes poetas: José Gonçalves, José Antônio Barbosa e Patativa do Assaré. Aos 18 anos mudou-se para Mossoró, no Rio Grande do Norte, em busca de oportunidade como violeiro e repentista; com isso, passou a tocar nos bares e na rádio difusora do município. Com o tempo, o artista concluir o curso de Direito. Conciliava as atividades profissionais de advogado, professor e poeta repentista. Foi articulista de jornais e locutor de rádio, onde apresentava um programa direcionado ao Folclore Nordestino. Como poeta repentista, criou e organizou o Primeiro Congresso Nacional de Violeiros, realizado em Campina Grande, no Teatro Municipal Severino Cabral, no ano de 1974. Escreveu sobre o folclore, e participou de inúmeros congressos nacionais de violeiros no país inteiro, concorrendo com grandes nomes, a exemplo de Ivanildo Vila Nova. Consagrou-se campeão em muitos deles. Apolônio Cardoso escreveu vários poemas e canções conhecidas nacionalmente, a exemplo de “Flor do Mocambo e Flor do Cascalho”, música tema do filme Romance (2008), do premiado cineasta Guel Arraes, com direção musical de Caetano Veloso. O poeta foi articulista por vários anos do extinto Diário da Borborema, além de apresentador do Programa Retalhos do Sertão, na Rádio Borborema. Em muitos dos seus poemas Apolônio fala de flores. Ele ficou conhecido como o “Poeta das flores”. Era casado com Maria Creuza da Silva, com quem tinha 10 filhos.

ANTÔNIO MOTA DA SILVA(1968)

Naturalidade: Mãe D’Água – PB. Nascimento: 1968. Atividades artístico-culturais: Cordelista e poeta. Antônio Mota da Silva, ou simplesmente Antônio Mota nasceu no berço da cantoria de viola, do cordel, na Região da Serra do Teixeira, mais precisamente em Mãe D’Água. Porém vive na cidade de Patos.O artista é professor da rede estadual e cresceu ouvindo as histórias e proezas dos poetas da terra, a exemplo de Nicandro e Ugulino, Francisco Romano e Severino Pirauá; além do pioneiro do cordel no Brasil, Leandro Gomes de Barros, que nasceu em Pombal, mas viveu até os quinze anos no município de Teixeira.O primeiro trabalho publicado de Antônio Mota, de Mãe D’Água, nome sugerido para que subscrevesse artisticamente suas poesias, foi o livro ICR-Intrínseco Coração Resignado, de poemas líricos, lançado pela UCPEL-Universidade Católica de Pelotas (RS), depois de um intercâmbio pedagógico de Mãe D’Água com o Governo Federal, através da referida universidade, no ano 2001.Depois o artista lançou o primeiro cordel: Judas ainda está vivo (uma série de críticas sociais, políticas e religiosas). O segundo de sete cordéis já publicados, “O casal que mais brigava na Paraíba do Norte”, que trata dos conflitos de um casal com intenso humor, é uma obra que vem sendo adaptada para o teatro em vários municípios como Patos, Condado, Santa Luzia e Mãe D’Água, encenada em escolas e faculdades sertanejas.Na sequência veio à publicação “Onde fica a caixa pregos”, em que o autor descobre que fica em Brasília, mais precisamente no Congresso Nacional, onde abusa, com certo sarcasmo, de nossos políticos.Seu quarto cordel, intitulado “Beijo de mulher bonita e carinho de mulher feia”, mesmo tratando com humor, conceitos e atitudes do público feminino, gerou polêmica.No Cordel “O Homem é quem vai parir”, onde Mota faz uma crítica social do mundo moderno, com grande pitada de humor, foi seu quinto cordel. O sexto folheto foi lançado mais como material de marketing do evento junino de Mãe D’Água: “João Pedro é só alegria em Mãe D’Água”.O último foi o “Jumento Que Advinha”. Que advinha era mesmo o nome do jumento, figura central de uma piada que corre na região. Mas o escritor, que não pode mais ser chamado de bancada, tendo em vista as novas ferramentas de montagem dos textos para irem à gráfica, não descansa enquanto não lança novos cordéis.Vale lembrar que nas capas não são usados mais os desenhos em xilogravura. Todo o material é produzido pelo designer gráfico e artista plástico Alex Souto.Todo o encanto e magia que existe na poesia oral ou de bancada presentes nessa cultura de raiz vem aos poucos tomando fôlego pela perseverança de alguns talentos de nossa terra, a exemplo de Antônio Mota, que enfrentam a era digital, a globalização e mantêm vivos antigos traços culturais, que na visão deles não podem morrer.

RAU FERREIRA

Naturalidade: Esperança – PB. Atividades artístico-culturais: Escritor, cordelista, poeta repentista e historiador.Livros: Silvino Olavo (2010) e João Benedito: O cantador de esperança (2011).Cordéis: Costumes tão diferentes; O homem e o tempo; A lógica maçônica Dorgival Costa Jubileu de Prata; Encontro dos memorialistas: história e cultura, Arte e poesia; Nas tranças de uma menina; O lugar que vivi, entre outros.Hasenclever Ferreira Costa, conhecido pelo nome artístico Rau Ferreira, casado com a professora Carmem Lúcia, pai de duas filhas, Hauane e Heloíse. É formado em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). O poeta exerce atividades profissionais de oficial de justiça.Rau Ferreira também é sócio correspondente do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG) e sócio Colaborador do Instituto Histórico e Geográfico (IHGP). Pesquisador dedicado que descobriu diversos papéis e documentos que remontam à formação do município de Esperança, desde a concessão das Sesmarias até a fundação da Fazenda Banabuyê Cariá, que foi a sua origem.Ele desenvolve um trabalho altruísta, sem fins lucrativos, no diário eletrônico de pesquisa, história esperancense, como fonte de pesquisa e construção da historicidade sobre a cidade de esperança. É editor do blog “História Esperancense”, e publica uma coluna no Jornal “A Folha de Esperança”.O escritor também foi prefaciador do livro Coronel Elísio Sobreira, escrito por Inácio Gonçalves de Souza/Idealgraf (2010). Escreveu o artigo de encerramento da obra “O Funeral de um Comandante”.Rau Ferreira enfatiza: “Sou historiador por amor e não tenho um critério científico, mas sempre respeitando o direito e a intimidade das pessoas… Sigo uma ordem de fatos com acontecimentos e datas, buscando ressaltar a importância do Município de Esperança e das pessoas que compõe este Município”.Como poeta participou do recital de poesia promovido pelo Departamento de Cultura no I EMPARPE/Encontro de Arte Popular de Esperança (2010) e integra o grupo denominado “Memorialistas” juntamente com Evaldo Brasil, Calos Almeida e Karl Marx Valentim, que realiza telúricas literárias na cidade.Raul Ferreira escreve sobre a experiência de um matuto que descobriu a rede mundial de computadores, o poema:

CONCEIÇÃO GAMA

Nasceu em Campina Grande – PB. A poetisa Conceição Gama reside em Natal-RN há mais de 22 anos. Além de empresária, atua como Ministra Extraordinária da Sagrada Comunhão Eucarística, na Paróquia de N. S. da Esperança, no Bairro da Cidade da Esperança. Também é coordenadora do Projeto “Língua Amiga”, em iniciação nas escolas de língua estrangeira, além de coordenar a Campanha “Cordel Solidário”, visando a promoção da cultura da paz e da solidariedade, com o incremento da poética. Seus cordéis são voltados para os temas cristãos, sobretudo, trazendo a reflexão sobre a conduta ética e os valores do ser humano, enfatizando o espírito solidário nas relações sociais. Para Conceição, é necessário enxergar além do horizonte e libertar-se desse mundo “engessado”, eis aí o segredo para “tocar”, “sentir”, “experienciar”, para que possamos observar e perceber a beleza que está contida em cada um de nós. Quão singular é esse beber…. Gosto dos versos livres! Assim como os pássaros, que foram feitos para voar e romper as fronteiras de seus ninhos – libertar-se das gaiolas que simulam beleza, e a liberdade da segurança dentro da óptica humana. A artista enfatiza “A poesia é um caminho que não exige regras para se fazer sentir. O seu sentido está em poder adentrar nas almas e lá encontrar um canteiro onde possa semear uma flor azul que traz a paz, o sonho, a real possibilidade de ser sempre melhor para si mesmo e para os outros”. Conceição destaca ainda que sente gosto pela literatura de cordel, que lhe proporciona uma peculiaridade própria.

ZABÉ DA LOCA(1924-2017)

Zabé da Loca nasceu em Buíque – PE / Radicada em Monteiro-PB, no dia 12 de janeiro de 1924 e morreu em Monteiro-PB, no dia 05 de agosto de 2017. Era uma exímia Instrumentista no trato com o Pífano. Isabel Marques da Silva tornou-se conhecida como Zabé da Loca quando morou por 25 anos numa loca (gruta). Retirou-se do Sertão pernambucano para a Paraíba ainda menina. Conheceu logo o trabalho rural, sem chances de frequentar a escola. Aos sete anos aprendeu a tocar “pife” com o irmão Aristides, do qual, já adulta, não soube mais o paradeiro. Dos 15 irmãos, Zabé viu morrer oito, de fome, sede e doença. Zabé da Loca passou a vida entre o trabalho com a enxada e o ofício do pífano. De aparência frágil, com 1 metro e meio de altura, olhos azuis e rosto, desde cedo, marcado pelo trabalho ao solo e por exposição constante ao Sol. Ela teve que conviver com o assédio dos donos das fazendas em que trabalhou quando jovem. Por conta desta situação, engravidou e deu a luz a uma menina. Mais tarde, encontrou seu companheiro, Delmiro, com quem teve dois filhos. Com grandes dificuldades de ordem financeira, ao ter sua casa desmoronada, Zabé foi morar com a família sob duas pedras na Serra do Tungão, permanecendo lá por 25 anos – algumas pessoas que a entrevistam acham que ela morou na gruta por volta de 50 anos. Precisando trabalhar na roça e não tendo com quem deixar as crianças, cavava buracos no chão, sob as sombras das árvores, cobrindo-os com trapos, para que ficassem ali protegidas até o fim de sua jornada de trabalho. Em 2003, passou a morar no assentamento Santa Catarina, município de Monteiro, Sertão do Cariri, na Paraíba, distante 322 quilômetros de João Pessoa. A loca de Zabé continua intocável e deve se transformar num ponto de visitação turística e de preservação cultural.

ALMIR NOGUEIRA DA COSTA (1955)

Almir Nogueira da Costa - Natural de Mossoró-RN, nascido a 23 de novembro de 1955, filho de PEDRO ELEUTÉRIO DA COSTA (20/02/1919) e de MARIA NOGUEIRA DA COSTA (09/04/1922). Almir já escreveu 11 livros, sendo que os dois últimos intitulados de MOSSORÓ NOSSA TERRA, volume um e dois, cujo segundo será lançado no final do mês de maio próximo, porém, tive o prazer de receber gratuitamente das mãos do autor um exemplar, veja a capa na próxima postagem. Trata-se de uma GRANDE pesquisa histórica do município de Mossoró. Posso afirmar categoricamente é a maior fonte de INFORMAÇÕES do passado e do presente da terra de SANTA LUZIA.

ANTÔNIO VIEIRA(1949-2007)

O poeta Antônio Vieira, pretenso cordelista( com todo a respeito a memória do mesmo) Antônio Vieira era de Santo Amaro da Purificação (19/02/49), ele faleceu no dia 10/06/2007. Antônio Vieira, baiano de Santo Amaro da Purificação, é compositor, poeta e cordelista. Seu trabalho denominado “O Cordel Remoçado” une música e literatura popular numa linguagem simples e contemporânea. Suas histórias e seus personagens retratam a forma de viver criativa e peculiar do povo brasileiro, tendo o seu foco na cultura nordestina.

JARID ARRAES (1991)

Jarid Arraes nasceu em Juazeiro do Norte, cidade localizada na região do Cariri, interior do Ceará, em 12 de Fevereiro de 1991. Desde a infância teve forte contato com a literatura, sobretudo pela influência do seu avô, Abraão Batista, e de seu pai, Hamurabi Batista, ambos cordelistas e xilogravadores. Cresceu entre manifestações de cultura tradicional nordestina, frequentando o Centro de Cultura Popular Mestre Noza, associação de artesãos que existe até hoje, mas suas influências literárias não se limitaram ao cordel; leitora de grandes poetas, buscava os livros de Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski, Manuel Bandeira e Ferreira Gullar como principais interesses. No entanto, foi percebendo, enquanto crescia, que seu acesso a obras de escritoras era precário, o que lhe trouxe motivação para pesquisar e conhecer mulheres que marcaram a história não só como autoras e poetas, mas nas mais diversas áreas do conhecimento, principalmente mulheres negras, que percebia serem ainda mais esquecidas das escolas e mídia. Começou a publicar seus escritos aos 20 anos de idade, no blog Mulher Dialética. Logo passou a colaborar em blogs como o Blogueiras feministas e o Blogueiras Negras e em 2013 se tornou colunista da Revista Fórum, onde manteve o blog Questão de Gênero até Fevereiro de 2016. Na Revista Fórum, atuava também como jornalista e escrevia matérias sobre as mais diversas ramificações dos Direitos Humanos, como feminismo, movimentos de luta contra o racismo, direitos LGBT, entre outros. Jarid morou em Juazeiro do Norte/CE até 2014 e participou de coletivos regionais, como o Pretas Simoa (Grupo de Mulheres Negras do Cariri) e o FEMICA (Feministas do Cariri), o qual fundou. Em dezembro de 2014 mudou-se para São Paulo, onde passou a fazer parte da ONG Casa de Lua até o seu fechamento. Em Julho de 2015, Jarid Arraes publicou “As Lendas de Dandara”, seu primeiro livro em prosa e em edição independente que contou com ilustrações de Aline Valek. Em menos de 1 ano, a tiragem foi completamente esgotada e a obra foi republicada em dezembro de 2016 pela Editora de Cultura. O livro nasceu da necessidade de resgatar a história de Dandara dos Palmares, contada como esposa de Zumbi dos Palmares, e tem a proposta de misturar lendas e fantasia com fatos históricos sobre a luta quilombola no período da escravidão no Brasil. Jarid Arraes também criou o Clube da Escrita Para Mulheres em outubro de 2015, realizando encontros periódicos com o objetivo de encorajar mulheres que escrevem ou desejavam começar a escrever. O Clube da Escrita Para Mulheres é um projeto gratuito que se expandiu em 2017 e se tornou um coletivo contando com a participação de outras integrantes e escritoras. Além do livro “As Lendas de Dandara”, suas obras mais conhecidas são os cordéis da Coleção Heroínas Negras da História do Brasil; neles, são resgatadas biografias de grandes mulheres negras que marcaram a história brasileira, como Antonieta de Barros, Carolina Maria de Jesus, Tereza de Benguela, Laudelina de Campos, entre outras. A autora também possui cordéis infantis, como “A menina que não queria ser princesa” e “A bailarina gorda” e “Os cachinhos encantados da princesa”. Em Junho de 2017, Jarid lançou o livro “Heroínas Negras Brasileiras em 15 cordéis” pela Pólen Livros e realizou eventos de lançamento em São Paulo e no Rio de Janeiro, ambos recorde de vendas da Blooks Livraria com exemplares totalmente esgotados.

MESTRE ZÉ BARBOSA

O poeta Zé Barbosa é, sem dúvida, a grande revelação da Literatura de Cordel de 2008. Poeta repentista desde a adolescência, de uns anos para cá, após perder a voz, tem-se dedicado a escrever romances e folhetos. Dessa vez lança pela Tupynanquim Editora o romance "Juliana e Juvenal ou O Louco do Cemitério, é uma obra de tirar o fôlego. José Barbosa de Sousa (Zé Barbosa) é natural de General Sampaio - CE, filho de João Vaz de Sousa e Maria Barbosa de Almeida. Radicado em Teresina há dezoito anos, é autor dos seguintes trabalhos em Cordel: ABC da Pobreza, Mensageiro da Cultura, Cordel na Sala de Aula, Agripino e Rizonete ou O Poder da Fada, Debate do Satanás com O Pai Eterno, Mensagem a Vicente Evangelista e Juliana e Juvenal ou o Louco do Cemitério, dentre outros.

OLEGÁRIO FERNANDES DA SILVA (1932-2002)

Olegário Fernandes da Silva, nasceu no dia 29 de março de 193, no Sítio Jacaré, grande área rural de caruaru-PE. Sua paixão pela literatura de cordel se deu desde a infância quando ele se perdia do seu pai na feira, e sempre o encontrava nas rodas de violeiros, repentistas e de emboladores. Começou a vender cordéis nas feiras ainda adolescente, mas foi com sua criatividade de escrever cordéis do tema ‘’jornalístico’’ que o poeta ganhou destaque. Uns dos seus cordéis mais conhecidos estão: A morte das mamonas Assassinas, A morte de Luiz Gonzaga, O atentado as torres gêmeas no dia 11 de setembro, falecimento de Frei Damião, Padre Cícero o Santo do juazeiro, a morte de Dom Helder. Nos anos 60 conseguiu montar uma ‘’tipografia’’, que é uma gráfica que geralmente utilizava maquinas manuais. E seu maior êxito em vida foi ter fundado o ‘’MUSEU DO CORDEL OLEGÁRIO FERNANDES’’, o primeiro museu do cordel do mundo. Olegário deixou mais de 200 cordéis publicados de vários gêneros, faleceu em 03 de Abril de 2002. Estaria completando hoje 85 anos, se vivo estivesse.

OLEGÁRIO FERNANDES DA SILVA FILHO (1980)

Olegário Fernandes da Silva Filho, nasceu no dia 17 de maio de 1980. Poeta cordelista, declamador e arte educador. Foi tesoureiro da ACLC academia de literatura de cordel de Caruaru em 2007 a 2009, e maio 2010 até outubro 2012 foi nomeado vise- presidente da ACLC academia caruaruense de literatura de cordel. Em novembro de 2012 foi nomeado presidente da ACLC. Tem mais de 20 cordéis publicados sendo de temas variados: cordéis de gracejo, educativo e fatos verídicos. E também ocupa o cargo de presidente do museu do cordel em Caruaru, de 2002 a 2017. Sendo também Olegário filho um dos novos poetas a ser homenageado em escolas públicas, particulares e eventos poéticos na cidade. E desde criança o mesmo trabalha com cordéis.

HÉLIO ALEXANDRE SILVEIRA E SOUZA

Nasceu no semiárido seridoense, Município de Caicó-RN, graduou-se em Direito na UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte e, atualmente, exerce a profissão de advogado. Com atuação no cenário da cultura popular, desenvolveu variados trabalhos gráficos e literários dispersos no Estado e ao território livre da grande rede. No campo das imagens, possui publicações representadas por xilogravuras, capas e ilustrações de livros. Cordéis de sua autoria: Seca, Poeira e Sertão (Em parceria com outros autores), Contatos Imediatos e a Cartilha do Cangaço, Jacobino Pirilampo e o Jegue Conservador e outros cordéis. Participa da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte e o Clube dos Trovadores do Seridó.

JOSÉ AMARO FILHO (1932)

O pernambucano, José Amaro Filho, nasceu no dia 11 de maio de 1932. É filho do Sr. José Amaro Silva e de D. Maria Francisca da Conceição. Chegando do estado de Pernambuco com 20 anos de idade e, ainda sem nenhum documento de identificação, foi para o sítio Pau Ferro, município de Batalha (AL). Sua esposa Maria Julieta de Menezes e sua filha Elza Maria formam uma dupla de Tuadeiras, com um CD e um DVD lançados. Zé Amaro apresentou diversos programas Na principais rádios do país. Em sua trajetória artística, fez parcerias com os seguintes artistas: Alagoanos: Darci Felix de Menezes / José Pequeno / Abelardio de Souza / José de Souza / José Francisco / José Gonzaga / Manoel Oliveira / João Caboclo Linho / Guarita / Benedito Pereira / Olegário / Barros Novais / Roxinó / Lourival / Antônio do Algodão Alfredo de Menezes / Duda Ferreira / José Ferreira / Antônio Minrin / Antônio Pinheiro / Lavandeira / João de Lima / Gilberto Calixto / José Calixto / Noel Calixto / Andorinha / Manoel de Góis / Patativa Branca / Patativa Preta / Dão. Pernambucanos: Raul Vicente / Lourival Barbosa / Manoel de Souza / Prigídio Bernardi / Ivanildo Vila Nova / José Lucas / Neve Branca / Curió. Baianos: Limeira da Bahia / Palmerinha da Bahia. AS RAÍZES DO REPENTE PERSISTEM EM ZÉ AMARO FILHO Aos 72 anos de idade, José Amaro Filho, fotógrafo aposentado, divide seu tempo entre fabricar remédios caseiros e escrever poesias. Para ele qualquer assunto pode se transformar numa trova, até mesmo com o nome do jornal: “Do Poeta José Amaro Filho / Repentista de verdade / Para o Jornal Alagoas em Tempo / Jornalismo com credibilidade / Veio para Arapiraca / Para o bem de nossa cidade”. Ele conta que começou a escrever versos e fazer repentes aos 20 anos de idade, junto com um amigo, que já faleceu. “O poeta tem o dom da vidência. O verso chega assim no pensamento e se ele não escrever o verso, o verso acaba indo embora. Mas como eu decoro fácil, algumas poesias eu sei de cabeça”, afirmou. Zé Amaro era fotógrafo, mas acabou sendo aposentado por invalidez. Quando ele ia revelar as fotos, manuseava o líquido revelador com as mãos e depois acabava esfregando nos olhos, o que acabou prejudicando a vista. Hoje ele tem que fabricar e vender remédios caseiros para completar a renda da família. “Realmente não há apoio para o artista popular. São poucos os que valorizam as coisas da própria terra, a maioria só gosta do que vem de fora”, disse. Ele conta que hoje não faz mais apresentações. “Já passei 20 anos fazendo programa numa rádio de Arapiraca, e porque deixei a mensalidade atrasar 15 dias, tiraram meu programa do ar, sem nenhuma explicação”, afirmou, contando que sempre que queria se apresentar em alguma rádio tinha que pagar um espaço.Fonte: Jornal “Alagoas Em Tempo”, edição de 15 a 30 de dezembro de 2003.

MARCIANO BATISTA DE MEDEIROS(1973)

Descendente de família de poetas, seu tio-avô pelo lado materno era repentista. Trata-se do senhor Francisco Salustino, que viveu numa bonita cidade potiguar, chamada Serra de São Bento. Marciano nasceu em Santo Antônio/RN aos 18 de setembro de 1973. É filho de João Batista de Medeiros e Francisca Viana Salustino Medeiros. Recentemente ficou em quarto lugar num concurso de cordel promovido pelo Centro de Tradições Nordestinas, sediado no Estado de São Paulo. Publicou vários cordéis biográficos onde homenageou personalidades ilustres a exemplo de: Teotônio Brandão Vilela – o Menestrel das Alagoas, Diógenes da Cunha Lima-o poeta do Baobá e presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras, a índia potiguar Clara Camarão, a poetisa paraibana Rita de Cássia Soares, o jornalista Joaquim Pinheiro, Os Nonatos, Ivanildo Vila Nova, o ex-governador do Rio Grande do Norte Vivaldo Costa e o poeta Abaeté, entre outros. Seu trabalho em cordel de maior destaque até agora tem o seguinte título: “Vida e Morte de Lampião”, no qual relata em versos as últimas 24 horas do famoso cangaceiro. O autor é membro da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel, onde ocupa a cadeira de número 31, cujo patrono é o poeta Luiz Gonzaga Felipe Neris. Nasceu em Santo Antônio/RN, em 18 de setembro de 1973. É filho de João Batista de Medeiros e de Francisca Viana Salustino Medeiros. O pai faleceu em 2005 e a mãe do autor reside em Serra de São Bento/RN. Marciano Medeiros publicou vários cordéis e inúmeros perfis biográficos de ilustres personalidades que fazem parte da história do Rio Grande do Norte. Se declara admirador da obra deixada pelo maior cordelista brasileiro, Leandro Gomes de Barros..

CÍCERO MANOEL(1990)

O cordelista Cícero Manoel, pseudônimo de Cícero Manoel de Lima Alves, nasceu em Garanhuns-Pernambuco em setembro de 1990. Cresceu ajudando os pais na roça no Sítio Ilha Grande zona rural de Santana do Mundaú, cidade da zona da mata alagoana onde reside hoje em dia. Começou a escrever poesia popular com dez anos de idade e aos dezesseis escreveu seus primeiros cordéis. Cícero Manoel já publicou mais de 20 cordéis e produz as gravuras que ilustram as capas de seus folhetos. O poeta tem dois livros publicados. “Versos de um cordelista”, lançado em 2014 e "Um cordel atrás do outro" lançado em 2017. Cícero Manoel é membro da AALC-Academia Alagoana de Literatura de Cordel, fundada por ele e outros cordelistas alagoanos em 2017. Atualmente ele cursa Letras (Vernáculas) no campus V da Universidade Estadual de Alagoas-UNEAL.

GILMARA CLÁUDIA SILVA(1974)

A famosa cordelista, conhecida como Anastácia, é baiana, nasceu no dia 10 de julho de 1974. Filiação: Filha de Dona Clara e neta de Dona Ana(in memorian)..mulheres guerreiras negras que deram educação a quatro filhos tendo como principal renda a QUEBRA DO LICURI. Vc terá acesso a alguns trabalhos meus no blog avidaemcordel.blogspot.com Mas gosto de me referi a outros trabalhos como A PELEJA INTERNÉTICA DE UMA MULHER ARRETADA COM DOIS CABRAS DA PESTE(com Jotacê Freitas e Antônio Barreto) ,A PELEJA DA CHAPEUZINHO VERMELHO COM O LOBO MAU,A INVEJA DE NICOLAU,UMA VISÃO FANTÁSTICA,A PALMATÓRIA DE HOJE EM DIA.

JOSÉ AUGUSTO DE BRITO(1919-2010)

O poeta José Augusto de Brito nasceu em Pilar (PB) em 01 de agosto de 1919 e morreu em 2010, na cidade de João Pessoa, com noventa e um anos de idade. José Augusto de Brito veio de uma família humilde, mas trabalhadora. Foi agricultor, professor, poeta, cronista, historiador, Coletor Fiscal, vereador e prefeito (por dois mandatos) da terra de José Lins do Rego. Cursou o primário na cidade onde nasceu na Escola da D. Palmira Leal da Silva Bezerra. Continuou os estudos no Liceu Paraibano local que teve seu primeiro contato com a literatura Clássica, lendo escritores como Homero e Virgílio e se apaixonando pela poesia. José Augusto de Brito tomou posse na Academia Paraibana de Poesia. Serviu às Forças Armadas na Segunda Guerra Mundial. Após ter sido afastado, passou no concurso para fiscal e chegou a ser coletor em sua cidade por vários anos. Sempre dedicado ao ensino, fundou juntamente com o professor Afonso Pereira, o Colégio José Lins do Rego em Pilar (primeiro colégio a oferecer o primeiro e segundo graus na cidade). E com auxílio de alguns amigos, fundou também o Colégio Cenecista nas cidades de Juripiranga, Gurinhém e São Miguel de Taipu. Também lecionou várias disciplinas, dentre elas: português, história, francês e geografia. Publicou sete livros de crônicas e poesias, são eles: Vidas Paralelas; Canções do Entardecer; Sem Água, Sem Rio Sem Verde; Pilar; Memórias de um Aprendiz de Nada; Pilar é História e Pingolenço - Um Tributo à Arte. Tornou-se membro da Academia Paraibana de Poesia. Durante vários anos foi cronista do Jornal O Norte, onde conquistou fieis leitores que adoravam as suas crônicas sobre “causos” acontecidos no Vale do Paraíba. Certa vez questionado sobre o que lhe motivava a publicar tantas crônicas na imprensa estadual, ele respondeu: “Tudo o que escrevo é para enaltecer a minha pequenina e gigante Pilar”. Foi um grande estudioso da obra de José Lins do Rego, para a qual dedicou alguns ensaios literários, publicado em seus dois livros de crônicas: Pilar, e Pilar é História. Os livros de “Zé Augusto”, como ele era chamado por populares, são de riquíssimo valor literário, e precisam ser reeditados e utilizados na rede municipal de ensino. É preciso que haja uma iniciativa, um projeto aprovado pela Câmara Municipal de Pilar e executado pelo poder executivo, para que a obra de nosso poeta seja estudada em sala de aula, pelos alunos de sua terra natal. “Zé Augusto” é digno também de outra homenagem expressiva: de um busto em uma praça. Pois todas as homenagens são poucas para quem tanto amou e cantou a sua terra natal, nos quatro cantos do Estado, como o seu maior tesouro.

ADAMANTINA NEVES(1905-2000)

Nasceu em João Pessoa no dia 26 de setembro de 1905 e morreu no dia 05 de janeiro de 2000. Filha de Arthur Jader de Carvalho Neves e Maria Gomes de Carvalho Neves, é a primeira filha de uma prole de 10 irmãos. Desde os 06 anos de idade declama, por influência de sua tia Fininha. Estudou na Escola Normal oficial do estado, onde recebeu o diploma de professora. Foi professora de várias gerações: da escola santa rosário ao grupo escolar Epitácio Pessoa no jardim de infância sua maior paixão. Entre seus alunos podemos citar pessoas como dr. Odilon Ribeiro Coutinho, a deputada Lúcia Braga, o deputado José Clerot, o prefeito Jader Pimentel, o jornalista e escritor Luiz Augusto Crispim, dr. Everaldo Soares Júnior, o jornalista e escritor Otávio Sintônio Pinto e muitos outros alunos. Sua juventude foi marcada com vários fatos, como por exemplo: o seu apoio a campanha de João Pessoa, foi liberal de corpo e alma. Para Adamantina o presidente João Pessoa foi um ídolo e continua sendo. Suas obras: “janelas” e “portas abertas” e “folhas de portas”, livro de poesias.

LÉO MANUEL (1994)

Léo Manuel Ferreira Santiago (em arte Léo Manuel) nasceu em Maranguape-CE, no dia 10 de abril de 1994. Filho de Raimundo Ferreira Santiago e Maria da Silva Santiago. Formou-se em gestão pública. Já publicou as obras: A vida do agricultor e a conversa do pidão, Evangelizando em cordel, A morte dos três bandidos ou o laço do diabo, A história de Zé Valente e a sexta feira 13, O livro do destino e Tuca o campeão da mentira.

ANTONIO DE PÁDUA BORGES DE QUEIRÓZ(1971)

Pádua de Queiróz, nascido no dia 16 de dezembro de 1971, no bairro do Putiú(baturité/CE). Andarilho do cordel, anda nos versos de cada sextilha, sete-pés sem parar. Segundo o próprio cordelista, seus versos versos vem e vão, trazendo todos os dias algo de novo.

MANUEL RAFAEL DE CARVALHO(1918-1981)

Ator, Poeta, Cordelista, Produtor e Dramaturgo, nasceu em Caiçara, PB, no dia 16 de fevereiro de 1918 e morreum em Salvador, BA, no dia 03 de maio de 1981. Aos quinze anos deixou seu estado e foi para Salvador e se tornou ator, produtor e dramaturgo, sempre preocupado com a cultura popular e suas manifestações. Na capital baiana ele venceu festivais interpretando poemas e escreveu o livro "Quadra Quadrilha" e duas peças. Estreou no cinema em "Aguenta o Rojão" (1958) e participou de "Um Candango na Belacap" (1961). Na TV, começou apenas em 1973, na telenovela "O Bem-Amado", interpretando o personagem Emiliano Medrado. Destacou-se nos filmes: "Macunaíma", "O Doce Esporte do Sexo", "O Trapalhão na Ilha do Tesouro", "Fogo Morto", "Crueldade Mortal", "Gargalhada Final", "Eles Não Usam Black-Tie" e "O Homem que Virou Suco". Na televisão teve papéis marcantes nas telenovelas O Bem-Amado (sua estreia na TV), Gabriela e Saramandaia (TV Globo), Cavalo Amarelo (ao lado de Dercy Gonçalves) e Rosa Baiana (TV Bandeirantes). Morreu vitimado por Infarto, logo depois de encerrar as filmagens de "O Baiano Fantasma", de Denoy de Oliveira.

ANTÔNIO LEITE DE LIMA

(em arte Antônio Leite) nasceu na cidade de Bonito de Santa Fé, estado da Paraíba. É filho de Genival Leite de Lima e Geni Leandro de Lima. Além de compositor é também poeta cordelista, sendo este seu primeiro trabalho editado pela Luzeiro. Tem músicas gravadas por vários interpretes como Frank Aguiar entre outros. É um dos autores da música O LIVRO gravada pela banda Limão Com Mel.

RIBAMAR LOPES(1932-2006)

Nasceu no dia 08 de novembro de 1932 em Pedreiras (Maranhão) e faleceu em Fortaleza (Ceará) aos 24 de janeiro de 2006. Contista, poeta, ensaísta e folclorista, nas últimas décadas vinha desenvolvendo grande atividade como pesquisador e, sobretudo, incentivador da Literatura de Cordel. Deixou publicados os seguintes livros: “Literatura de Cordel (Antologia)”, “Quinze Casos Contados” (Contos); “Sete Temas de Cordel” (Ensaio) e “Viola da Saudade” (Poesia – livro póstumo), além do inédito “O Dragão da Literatura de Cordel”, cujos originais foram confiados à Tupynanquim Editora.

CÍCERO PEREIRA DOS SANTOS

O cordelista é natural do Sítio Xique-Xique, município de Barro – CE tendo nascido em 02 de dezembro de 1978. Seus genitores são Constantino Victor dos Santos e Rosa Pereira Lucas. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar Amancio Bizil e concluiu o 2° Grau no Colégio XI de Agosto (hoje, Escola Dr. Jarismar Gonçalves Melo), em 1998. O seu interesse pela poesia foi despertado através do rádio onde este costumava ouvir outros poetas apresentarem seus poemas. Sendo um jovem de grande sensibilidade, sentiu-se motivado a compor seus próprios trabalhos o que redundou em belas composições que expoem o que há de mais singelo na alma humana. Atualmente trabalha na Rádio Acaban FM, radio ipaumirinense, onde concretiza um sonho que acalenta desde criança o de ser um radialista na verdadeira acepção da palavra.” (Biografia escrita por Luma Dore) Fonte: A arte da poesia, de Cícero Pereira dos Santos. Ipaumirim. 2008. Edição do autor.

CÍCERO GALINDO(1893-1983)

O poeta Cícero Galindo, nasceu em Alagoinha no dia 29 de outubro de 1893 e morreu no dia 12 de março de 1983, filho de Leonardo Pereira Torres Galindo e de Joaquina Oliveira Torres Galindo, teve como irmãos: Josué, João, Pedro (Juca), Sebastião, Antônio Joaquim, Águeda Ernestina e Maria Torres Galindo. Cícero Galindo era casado com Maria Rodrigues Galindo, onde tiveram um filho mais pelo acaso da vida morreu ainda pequeno.Como homem simples que era dedicou toda a sua vida a arte da poesia popular. Cícero tinha um dom inexplicável, ele conseguia fazer poesia com muita facilidade algumas composições tinha doçura mais outras muito expressivas com acentuadas complexidades em alguns trechos poéticos, onde retratava a razão de ser de sua existência, tão marcada pela pobreza. Isso mostrava como o poeta Cícero mesmo sendo uma pessoa de vida humilde sem ter uma vida acadêmica, sabia usar muito bem as palavras. Suas poesias são ricas em conteúdo de eloquência e sensibilidade, tocam diretamente aos corações de jovens, velhos ricos e pobres, enfim todo alagoinhense que conhece sua obra, vibra antes os belos emocionantes sonetos do poeta. O grande poeta Alagoinhense faleceu no dia 12 de março de 1983, deixando de luto a poesia popular de Alagoinha. Mais suas poesias e histórias que contavam o cotidiano do povo ficarão para a eternidade.

JOÃO VICENTE DA SILVA (1926-2017)

Nome completo João Vicente da Silva - Nascimento 09 de julho de 1926Guarabira, Paraíba - Morte 5 de julho de 2017 (90 anos) Campo Maior, Piauí - Nacionalidade Brasileiro - Ocupação Cordelista - Principais trabalhos O bárbaro crime da rua Apodi, Amor na luta , Os dramas da humanidade - Gênero literário Cordel Movimento literário Movimento Armorial. João Vicente da Silva (Guarabira, 9 de julho de 1926 - Campo Maior, 5 de julho de 2017 foi um cordelista brasileiro. Conhecido na literatura de cordel como João Vicente, nasceu em 1926 em Guarabira, Paraíba e escreveu seu primeiro cordel em 1949 e foi logo adquerido pelo ativista cultural e antropólogo Câmara Cascudo que o leu em uma emissora de rádio. Foi telegrafista ferroviário e em 1956 radica-se no Piauí, em Campo Maior . Tem mais de 210 mil exemplares de folhetos de cordel produzidos. Em 2011 torna-se membro da Academia de Letras do Território dos Carnaubais, no Piauí. Obras - Listagem a completar: O bárbaro crime da rua Apodi (1949), O fim do mundo está próximo (1955), Amor na luta, O mundo pegando fogo, O povo nas trevas, O homem que pregou-se numa palmeira pra zombar da mãe de Deus, O sacrifício do povo, O céu ameaça o mundo , O mundo não presta mais, A visita do papa em todo Brasil, Uma visão do inferno, A morte do Dr. Tancredo Neves e o sentimento do povo brasileiro, Os sermões do padre Cícero e as abelhas africanas. Estilo: Há nos cordéis temáticas da cultura popular e com variantes sociais, por exemplo, essa sextilha sobre reforma agrária.

NATANAEL LIMA JUNIOR

É pernambucano do Cabo de Santo Agostinho, cidade da região metropolitana do Recife e radicado em Jaboatão dos Guararapes. Membro da Academia de Estudos Literários e Linguisticos de Anapoles (GO) e da Academia Cabense de Letras (PE), é autor dos livros de poesia Clarear (Pirata, 1982), Universo dos meus versos (Grumete, 983), Folhas poéticas (Grumete, 1985) e À espera do último girassol & outros poemas (Bagaço, 2011). Ele também edita o blog Domingo Com Poesia.

EUVALDO LIMA(1962)

Euvaldo Lima dos Reis, nasceu no dia 13 de maio de 1962, em Aracaju-SE. Filho de Daniel Lima Dos Reis e Maria de Lourdes dos Reis Esposo de Marta Maria da Silva Reis. (Pedagoga aposentada.) Pai de: Lizze Fernanda (Bilariana) Brizza Danielle (Administradora de Empresa) Kaippe Reis – Formado em Áudio visual, estudante de jornalismo, e se Especializando-se no universo de cinema. Bárbara Kaizze – (Concluindo o curso de odontologia). Avô de: - Maria Lyz. Produção Literária cordel: Mais de 15 livros de cordéis já publicados, entre eles reconhecidos com repercussão: - “Conversão de um jovem ateu” - (1ª obra em 1983). “Gotinha de Luz” – (Homenagem a filha de um colaborador do projeto social. “Herói sem título” - (Homenagem ao home da roça). “Zé”, (Homenagem aos Zés da nossa cidade). “Um presente Secreto Almir do Picolé” (Resumo histórico do a Almir do picolé). Gota de Luz – (Homenagem ao vigário da cidade tido como um homem santo) - (Com previsão para ser lançado em marco próximo). Outros 15 cordéis escritos, aguardando o momento certo para serem produzidos. Dois Livros de poesia: Um sopro em Versos, memórias e poesias! Cinquenta Anos de Poesia. Umas 180 poesias a serem publicadas até 2019. Participação em mais de dez antologias regionais. E participação de uma antologia a nível Nacional. Por meio da editora Veloso no estado do Tocantin.E acabamos de lançar uma antologia internacional entre a nossa academina de letras, e a Academia de Leras Caboverdiana, com 14 escritores sergipanos e 14 de Cabo Verde na Africa.Sou um dos oito fundadores da primeira Academia de Letras do interior do estado de Sergipe. (AGL – Academia Glóriense de Letras.) E uma proposta para ingressa na Academia Sergipana de Literatura de Cordel. (Proposta por meio da Nobre Poetisa Izabel nascimento).Fui do Rotary Club.Dirigente do Lions Club da minha cidade.Primeiro presidente do Grupo de Escoteiros aqui na região do sertão sergipano.Fundador e dirigente do Grupo Espírita Luz e Caridade. (Continuo Expositor).Fundador e Dirigente do Grupo Espírita Yvonne Pereira. (Atualmente parte da Administração).Expositor Espírita.

Comerciante no segmento de panificação.Tel. 079 – 9.9939-1650Primeiro ocupante da Cadeira nº 06, cujo Patrono é o poeta cearense Patativa do Assaré. Natural de Feira Nova (SE). Estudante de Letras Português/Espanhol da Universidade Tiradentes, comerciante e poeta. Estreou na literatura aos 21 anos, com o lançamento de Conversão de um Jovem Ateu, o primeiro de uma série de cordéis, que se soma aos mais popularizados, Herói sem Titulo, Gotinha de Luz e Zé. Em 2008, ganhou o concurso de poesia organizado pela Federação Espírita de Sergipe com a poesia Viva Chico Xavier. Em 2009, lançou seu livro de poemas, Um sopro em Verso: Memória e Poesia (2.250 exemplares). Em 2010, no encontro cultural organizado pela Federação Espírita de Sergipe, classificou em primeiro lugar seu cordel: A peleja do instinto contra o sentimento. Também integrou as antologias Retalhos e Unidos na Fé, ambas publicadas em 2011. Em 2012, classificou quatro das cinco poesias que inscreveu no concurso nacional organizado pela Gráfica e Editora Veloso, que levou a publico a Antologia Veloso 2012. Ainda em 2012, idealizou e tornou-se Editor-chefe da Revista Mais Glória, empresa do grupo Enium Interativa, Portal e Revista Mais Glória. E-mail: euvaldolima_13@hotmail.com Leia mais: https://www.academiagloriensedeletras.org/products/euvaldo-lima-dos-reis/

MAÉRCIO LOPES SIQUEIRA(1977)

Nasceu em Santana do Cariri, aos 21 de novembro de 1977. Mora em Crato desde os cinco anos de idade. Graduou-se em Letras pela Universidade Regional do Cariri, em 2001. É mestrando em Filosofia na Universidade Federal da Paraíba. Professor, ingressou na Academia dos Cordelistas do Crato em 1999. Como artista plástico, dedica-se à xilogravura.Nasce em Santana do Cariri-CE, mas mora em Crato-CE desde 1983. Graduado em Letras (2001), iniciou xilogravura em 1999. Depois de um intervalo sem se dedicar a essa arte, a partir de 2006 voltou a gravar, estudando junto a Carlos Henrique as técnicas que esse artista desenvolveu. Em 2007, participou de uma exposição coletiva “Incisão”, no Centro Cultural Banco do Nordeste- Cariri. Juazeiro do Norte –CE. Sua primeira exposição individual foi Impressão de Mundos, 2008, no Sesc-Crato. Foi presidente da Academia dos Cordelistas do Crato em 2009. Atualmente cursa Mestrado em Filosofia, em João Pessoa.

DODÓ FELIX

Dodó Félix (José de Souza Félix) é natural de Bom Jardim/PE.Formado em Administração de Empresas pela Faculdade de Administração de Limoeiro.Funcionário público estadual aposentado.Ex-vereador de Bom Jardim.

Fundador da Casa da Cultura de Bom Jardim e da Rádio Cult FM desta cidade.

Membro da União Brasileira de Escritores, da União Brasileira de Trovadores, da Sociedade Poetas Vivos de Olinda e da Associação de Imprensa de Pernambuco. Participou do I, II e III Congresso Nacional de Escritores em Pernambuco.Integra a II, III, IV, V e VI Antologia dos Poetas Vivos.Integrou ainda a Antologia “Os Eus Poéticos”.É autor de vários folhetos de cordel, dos livros de poesia “Gorjeios” e “Bom Jardim dos Paus-D’Arco” e do livro de contos “Trovão Azul”.Filho de Severino Félix de Souza e Virgilina Maria de Souza.Casado com Maria Cabral Félix, pai de 10 filhos e avô, até agora, de 15 netos.

ADAILTON SILVA FERREIRA

Adailton Silva Ferreira é natural de Juazeiro do Norte, reside atualmente em São Paulo tem cerca de 30 cordéis escritos com a temática política e romântica, prepara seu livro “Meus versos e minhas prosas”

MANUEL MARIANO

O Blogueiro, radialista, político e poeta popular/repentista, Manuel Mariano, é sempre inovador natural do sítio Altos de Bom Jardim – PE, mas morador de Orobó há 23 anos. Iniciou sua carreira quando decidiu deixar a vida na roça e começar a fazer versos de repente e cantar canções de viola, seguindo a arte do seu papai Mariano do Sindicato, Guriatã do Norte, João Juvenal e tantos outros. Uma das características principais de seu trabalho é a luta pela preservação da cultura poética popular nordestina em Orobó e região que o acompanha desde o início de sua trajetória. O Novo trabalho musical tem como título “O Homem da Viola”, com 11 faixas, bem ao gosto popular. O CD de Manuel Mariano já está à venda. Vale conferir! Na verdade são dois (02) CDs lançados. Um com canções de viola e o outro com as músicas dos poetas/repentistas Raimundo Nonato e Nonato Costa “Os Nonatos” – Voz e Violão. Os quais foram lançados no dia (14/11) no Sítio Caraúbas – Orobó, numa cantoria de viola com Guriatã do Norte, Mariano José e participação dos poetas Roxinol da Floresta e Ramos da Saudade, na residência do Sr. Luizinho, agente de saúde, que é um defensor da cultura. E por incentivo dos católicos devotos de Nª Srª da Conceição e fãs, Manuel Mariano já está preparando um belo CD só com hinos da Mãe de Jesus.

EDILENE SOARES CORDELISTA(1976)

Edilene Soares Claudino nasceu no dia 27 de outubro de 1976, na Fazenda Água Branca no Município de Angelim-PE, filha de Eliseu Soares da Silva e Nair Soares da Silva. Reside atualmente na cidade de Garanhuns-PE, filha de Elizeu Soares e Nair Soares, tem sete irmãos, casada com Antônio Claudino. É Professora, Cordelista escritora, contadora de histórias, Empreendedora da Cultura e sócia da UBE_ União Brasileira dos Escritores. Sua relação com os livros sempre foi intensa, apaixonou-se pela poesia aos 07 anos de idade, quando seu pai a levava para as feiras, comprava folhetos de Cordel e a presenteava, a única exigência dele era que a mesma declamasse para a comunidade local onde morava e em seguida criasse outra história de cordel. Assim acontecia e de tanto lê, escrevia não somente cordel, mas, sobretudo histórias e poesias que não eram rimadas, no entanto, agradava a todos os públicos. Desde esta época já sonhava em ser professora e aos nove anos de idade ensinava na Igreja as outras crianças e apresentava-se para um número significativo de pessoas. A igreja e comunidade foram seu primeiro palco. Aos 14 anos de idade residindo em Garanhuns, a jovem convenceu a diretora da Escola Reino Infantil, a deixa-la ser ajudante de professora e realizar o sonho de está numa sala de aula, foi sua primeira experiência. Formou-se no magistério e pela Universidade de Pernambuco, fez licenciatura em geografia e especialização na mesma área, também se encantou pela Educação Especial e fez pela Universidade Federal do Ceará o curso de Atendimento Educacional Especializado-AEE. Foi professora de Escolas Particulares, da Rede Municipal, Estadual e da Universidade de Pernambuco. Outrossim, foi Professora e Coordenadora de Projetos Sociais, Na Cidade de Palmeirina trabalhou também como Diretora de Cultura e posteriormente assumiu a Secretaria de Ação Social. Ainda na Educação foi também Supervisora de Ensino. Em Garanhuns foi Gestora da Escola Artur Maia. Atualmente é Coordenadora da IDC_ Indústria do Conhecimento, uma iniciativa do SESI em parceria com a Prefeitura Municipal. Lecionou na Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II, EJA-Educação De Jovens e adultos, Ensino Médio, no antigo TELECURSO, no SUPLETIVO e no Curso Pré-Vestibular. Trabalhou durante alguns anos numa Sala de Recursos atendendo crianças com deficiência. Cabe salientar que na maioria das vezes suas aulas eram transformadas em poesias e paródias para facilitar a aprendizagem dos estudantes e informar a cerca de acontecimentos diversos, o que levou a professora a criar o Projeto Conhecendo Minha Cidade em Poesia, distribuindo cordéis e recitando em todas as escolas e em diversos eventos. A primeira a ser contemplada foi Palmeirina cidade que foi devastada pela cheia denominada de 40, onde levou grande parte de sua história. Diante de tal realidade reescreveu a história em poesia totalizando 100 páginas. Posteriormente foi a vez de Angelim sua cidade natal. Respirando poesia e alimentando-se cada dia dela, idealizou também o Projeto Oficina do Cordel, onde ensinou durante anos a inúmeras crianças e jovens sobre: conhecimentos gerais, inclusive assuntos da gramática em cordel, contribuindo desta forma para reforçar o ensino, como também para o ingresso de alguns jovens em universidades. Entre uma sala de aula e outra Edilene geralmente esteva envolvida com as comunidades em que estava inserida. As questões culturais e sociais do local e da região sempre fizeram parte de sua vida. Amante da arte e da Cultura fez alguns cursos dentre eles: Direção Teatral, Criação de Figurinos e Máscaras teatrais, além do curso Empreendedor da Cultura no ano de 2003 promovido pela Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Pernambuco/ FUNDARPE, em parceria com a Fundação Roberto Freyre e o SEBRAE. Após se tornar uma Empreendedora Cultural a mesma criou o Grupo Cultural Palmeirin`arte onde desenvolveu o Projeto: A arte e a Cultura para Construir um Mundo melhor, um trabalho voluntário com o apoio da sua família, sobretudo suas irmãs, ambas professoras Elissandra que fazia parte da Coordenação e Edilaine que colaborava nas atividades realizadas. Contava com muitos amigos nesse trabalho e dois dias na semana eram ofertadas atividades voltadas para a arte e a cultura. Atendia 120 crianças, jovens e adultos, principalmente aqueles em situação de vulnerabilidade social. Este Projeto foi destaque no Programa Minha Cidade da TV ASA BRANCA e foi fonte de pesquisa para um trabalho acadêmico (Monografia) de um grupo de estudantes da Universidade de Pernambuco. Professora concursada do Ensino Fundamental I e II do Município de Garanhuns já desenvolveu vários Projetos literatura como: A Inclusão através da Arte e da Cultura e o mais recente Projeto Leitura Encanta. Atualmente também trabalha com os Projetos a Cultura veio me visitar que tem o objetivo de levar a cultura a todas as pessoas e o Projeto Cordel Solidário que visa utilizar a renda dos seus Cordéis para ajudar os menos favorecidos. Já realizou várias apresentações em escolas, feiras, festa de padroeiros e eventos culturais em Pernambuco e em outros estados, como também participou de algumas edições do Festival de Inverno de Garanhuns na Praça da Palavra, através do Projeto Encontro de Poetas entre os Estados de Pernambuco e Alagoas. Outro momento importante na sua trajetória literária foi à participação em um Projeto de literatura do SESC- Garanhuns-PE declamando poesias ao lado de grandes poetas consagrados da região. Edilene é fascinada pela Literatura e ficou conhecida como Edilene Cordelista por ter dedicado sua vida a Literatura de Cordel, utilizando esta forma de arte para proporcionar uma vivência literária aqueles que muitas vezes não tinha acesso, sempre escreveu com amor e por amor não visando fins lucrativos. Escreve desde os 07 anos de idade tem vários cordéis publicados dentre ele um número significativo com temas voltados para Educação. Além de tantos outros relacionados à Cultura e as questões sociais. A exemplo de: A Cultura Veio Me Visitar, O Filho Tecnológico, A Lenda do Bumba Meu Boi, A História do Agricultor, Fábulas em Cordel, A Família Tecnológica, O filho tecnológico, O Nordeste e suas Gírias, Estrada é Vida, A Ingratidão com a Natureza a Resposta é o Calor, Jesus também é Cultura, Não venha falar em Crise, Cordel para Meditar, Cordel para Professor, Trânsito Humanizado, Cordel de Todas as toda horas, A vida na Roça. O menino que não Conhecia Frutas, Eu não tiro o Chapéu para... Eu tiro para... O CORDEL VEIO TE VISITAR é um projeto que trabalha com as instituições que não tem condições e nem acesso.

JOSÉ MILANEZ (1917-1986)

José Cosme da Silva Milanez, conhecido como "JOSÉ MILANEZ", nasceu em 09 de setembro de l917 no Sítio Boa Vista, de propriedade dos seus pais, no município de Cerro Corá/RN. Descobriu que era poeta quando estudava com o Professor Felisberto de Carvalho. Ainda criança começou a escrever versos e a improvisar do som da viola, presente do seu tio José Ribeiro, encantado com sua inteligência, desenvoltura e a maneira peculiar de relacionar-se com a poesia. Tornou-se assim, na juventude, um profissional da viola com a extrema capacidade de improvisação, alicerçada em conhecimentos adquiridos pela prática da leitura e da pesquisa escrevendo assim trabalhos científicos, históricos e religiosos. Foi um dos melhores cordelistas do seu tempo. Nas suas cantorias debateu com cantadores como os irmãos Batistas (Dimas, Otacílio e Lourival) José Alves Sobrinho, Josué da Silva, Domingos Tomaz, José Melquiades, entre outros, escreveu ainda trabalhos sobre Cosmografia Universal, a História de Moisés, do Judeu errantes, Samuel Bele-Beth.

Por muitos anos viajou, conhecendo diversos contextos culturais: Cantou seus versos para os mais variados públicos, conquistou amigos e provocou emoções. Nessas viagens, conheceu sua alma gêmea a, a Professora Maria Macedo Xavier Silva "Dona Nenzinha", assim chamada carinhosamente pelos familiares e amigos. Juntos realizaram seu maior sonho. A formação superior para seus 10 filhos. (7 mulheres e 3 homens) Como poeta e cordelista, publicou vários folhetos, entre os quais, se destacam: Abílio e Jovelina - O rapaz que enricou com 700 réis, Os heróis de Currais Novos (Francisco Xavier Batista e João Acioly) , Casamento Sertanejo , Pranteadas mortes de Cosme Domingos e Filhos , Lágrimas do Poeta , Triste morte de um vaqueiro , História verídica de dois amigos (Francisco Neto e José Pinheiro), O trabalhador Rural , Os suspiros da humanidade e os castigos de Deus, Publicados pela UFRN/Pró-Reitoria para Assuntos Universitários/ Projetos Universitários. Apoio: FUNARTE. Foi produtor e apresentador de um programa de Rádio, na Rádio Currais Novos durante 3 anos consecutivos, onde cantava e decantava em verso e prosa, o amor, às belezas do sertão, entre outras tantas temáticas. Foi líder político, sem cargo eletivo. Foi Funcionário Público Federal, onde exerceu suas funções da Casa da Lavoura na Cidade de Cerro Corá/RN. Foi também Funcionário da Mineração Tomaz Salustino (Mina Brejuí), onde residiu por muitos anos. Dedicou-se ao sindicalismo, atraído pelas injustiças sofridas, principalmente pelo homem do campo, uma vez que lá estavam suas raízes. Foi o fundador do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Currais Novos, uma entidade de classe fore e dinâmica com mais de 4.000 (quatro mil) associados, voltados exclusivamente para a organização e defesa dos interesses dos trabalhadores rurais, que tinham por seu líder, respeito e confiança, resultado do trabalho que vinha sendo efetuado, que ia além do atendimento diário nas áreas de assistência social, médica, odontológica e jurídica, mas sobretudo, pela abertura de caminhos que lhes proporcionavam através da informação para o exercício da cidadania. Como sindicalista, participava ativamente das lutas, mobilizações, congressos e seminários, tanto no âmbito estadual como nacional. Comumente era convidado para realizar palestras para alunos das redes de ensino estadual e municipal e da UFRN - Campus de Currais Novos e entidades comunitárias. Também foi responsável pela produção e apresentação de um programa semanal na Rádio Currais Novo, visando implementar e consolidar a organização e a conscientização dos trabalhadores rurais do município e da região do Seridó no tocante dos seus direitos sociais. Permaneceu por 14 anos seguidos na defesa do seu povo como Presidente do referido Sindicato, com sede própria à Rua São José. Hoje, Rua José Milanez, uma homenagem dos moradores após a sua morte, apoiada e referenciada pelo legislativo e executivo municipal. Assim de forma sucinta, foi sua trajetória de vida, serena, saudável, amorosa. Inteligente, idealista e sonhador, sempre realizou em prol dos mais necessitados. Foi amado, admirado, às vezes injustiçado, o que aumentava a sua convicção e disposição de luta, que tinha como arma o diálogo, a negociação. Mas a sua luta e seu trabalho edificante foram interrompidos, no dia 25 de agosto de 1986, aos 68 anos de idade, através das mãos de um insano covarde, cruel e malicioso, monstruoso, sem lhe dar nenhum direito de defesa e de um adeus a tantos quantos o amavam. ZÉ MILANEZ VIVE!

JOSÉ SALDANHA(1918-2011)

José Saldanha Menezes Sobrinho nasceu no sertão, Santana do Matos, mais precisamente na Fazenda Piató, interior do Rio Grande do Norte, no dia 23 de fevereiro de 1918. Dedé, como carinhosamente era chamado no seio família foi o primeiro filho do casal Francisco Saldanha e Rita Macedo, cresceu observando e vivendo o sertão. Não tardou para que a poesia que ele tanto contemplou se fizesse poema em forma de cordel, da oralidade do cantador de viola e da arte xilográfica, sendo um dos primeiros a trabalhar com a xilogravura na região do Seridó, conforme depoimento do filho Rosáfico Saldanha ao Historiador Gutenberg Costa. Zé Saldanha foi também vaqueiro, folheteiro, sapateiro, fabricou queijos, doces e cachaças, e quando veio morar em Natal-RN, fixou-se em Candelária onde instalou uma bodega/mercearia que batizou com o nome " Recanto do Seridó". Casou com a Professora Jovelina Dantas de Araújo, a quem carinhosamente chamava de Jove, ficando viúvo em 4 de outubro de 1995, quando desta forma foi forçado a ultimar um reinado de amor e união que durou 52 anos. Deste casamento nasceram nove filhos. Dois faleceram prematuramente. O cordelista morreu no dia 09 de agosto de 2011.

HELONIS BRANDÃO(1971)

Atalmente venho desenvolvendo a tese em História Social no PPGH\UFF, intitulada "Apropriações instituídas e a subversão do "popular": os diferenciados usos do cordel brasileiro (1955-2008), que está na fase de escrita dos capítulos. Escrevo cordel desde o ano de 1997, quando lançei 1000 exemplares de "A trágica morete de Chico Sciense a poucos metros do mangue", hoje esgotado. Seguem os dados solicitados: Antonio Helonis Borges Brandão (22\10\1971) - Crateús-CE, FILHO DE Lauro Brandão Lima e Antonia Arlete Borges Brandão. Principais trabalhos publicados em cordel: - A trágica morte de Chico Sciense a poucos metros do mangue; - A morte do índio pataxó queimado por moleques no Destrito Federal; - Que mal o jumento fez para ser tratado assim; - Crateús: a cidade mais piauense e bahiana do interior cearense; - Sextilhas a um puxa-saco, vulgo xeleléu, chaleira...; - Cento e oitenta e cinco anos em louvor à Crateús, dentre outros... Confirmo o desejo em trocar informações sobre o cordel no Nordeste, conheço a cena do cordel cearense e posso lhe enviar dados a respeito da mesma. Em breve estarei fazendo pesquisas sobre o cordel em Campina Grande e João Pessoa e podemos

ZÉ PEQUENO(1903-1994)

O bem-humorado poeta José Antônio da Silva,nascido em 1903, filho natural de Santa Cruz, após viver por mais de 9 décadas partiu em 02 de fevereiro de 1994 deixando muita saudade, 15 filhos e alguns cordéis de sua lavra carinhosamente guardados por sua numerosa prole. "Zé Pequeno" no apelido porém grande na inteligência e aptidão para memorizar, recitava seu cordel O PERIGO DO BUJÃO e arrancava aplausos e risos, mesmo perto do fim de seus dias.

1.11.15 Francisca Confessor, uma herança cultural

FRANCISQUINHA CONFESSOR(1913-2014)

Francisca Confessor, nascida em 12 de setembro de 1913, é filha de João Batista Confessor de Oliveira, um dos principais fundadores da cidade de Japi. “Dona Francisquinha Confessor”, como é conhecida, foi por muito tempo a maior e mais famosa costureira da localidade de Japi. Segundo João Pedra, muitas pessoas que vivenciaram e conheceram realmente de perto o trabalho dessa senhora, afirmam que naquela época ela era uma excelente profissional na arte de costurar e que a sua casa era enfeitada por uma diversidade de roupas: de crianças, jovens e adultos. Tanto ela fazia roupas por encomendas como também fazia roupas para vender a compradores eventuais. Na época em que Francisca Confessor costurava muito, a jovem de 15 anos, Maria Cassiano da Paz (Maria de Salvina), minha mãe, ajudava a senhora Francisca Confessor a fazer alguns trabalhos. Tanto na limpeza da casa como nos acabamentos das costuras. O informante disse também, que quando uma pessoa encomendava uma roupa, a costureira Francisca Confessor perguntava logo: “É para trabalhar ou para passear?”. Se fosse para trabalhar, ela ia à loja de Antônio Branco (loja de tecidos que existia na época em Japi), e comprava alguns metros de mescla azul ou marrom. Mas se fosse para passear, ela comprava alguns metros de linho branco ou outro tecido parecido e fazia a mais bela roupa do momento. A grande poetisa do Trairi. Dona Francisca Confessor, além de ser uma das melhores costureiras locais, ela também deu uma grande contribuição na parte literária. Participou da Literatura Potiguar, quando escreveu o poema EU SOU, o qual foi premiado por uma comissão do Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização). Vale salientar, que nessa época, isto é, em 1971, dona Francisca era aluna dessa modalidade de ensino supletivo. Francisca Confessor me disse no dia em que a visitei, que ela era amiga do maior folclorista e historiador potiguar, Luís da Câmara Cascudo. Disse-me ainda, que se encontrou algumas vezes com ele e, num desses encontros, ela chegou a fazer uns versos de improviso diante de Cascudo, com o tema “O Cascudo”. Veja as palavras do nosso grande historiador potiguar, quando ele se referiu a João Confessor, o pai da poetisa. Câmara Cascudo o descreveu assim: “A história de Japi é João Confessor”. Essa frase causou polêmica em Japi, assim falou a poetisa. Francisca Confessor escreveu lindos poemas, e escreveu também muitas poesias de cordel, sendo considerada, portanto, uma grande poetisa do Trairi. Quando fiz esta entrevista com dona Francisca Confessor, ela tinha 93 anos de idade. Dias depois de falar com ela, eu soube que ela sofrera um acidente e, por causa disso, não pôde mais andar, e consequentemente ela foi morar na casa de seu sobrinho Antônio Martins do Nascimento (Antônio Branco), onde faleceu em 28/10/2014. Ela foi um exemplo de vida e de cultura para todos os filhos desta cidade. Ela era uma pessoa íntegra, religiosa, conselheira, admiradora da poesia e da cultura popular. Ela era uma fonte viva de conhecimento.

JOAO MARIA DE MEDEIROS DANTAS(1963)

João Maria de Medeiros Dantas, nasceu no dia 10 de agosto de 1963, em Natal-RN, filho de José Estevam Neto e Maria das Dores de Medeiros(im memoriam). cordéis: A História de Santa Cruz em Cordel; Um Negro na Casa Branca; Michael Jacson: Herói ou Vilão?; A Luta dos Professores e o Valor que o Voto Tem.

JÉNERSON ALVES(1987)

Jénerson Alves de Oliveira nasceu no dia 20 de junho de 1987, em Palmares-PE. Porém, reside em Caruaru desde 1988. Aprendeu a ler sozinho, aos 4 anos de idade. Seus primeiros versos foram escritos aos 13, participando de festivais escolares. É autor de mais de uma dezena de cordéis e gravou dois CDs de poemas: ‘Sementes de Amor’ e ‘Do clássico ao matuto’, o último em parceria com o poeta Nerisvaldo Alves. Filho de Jessé Alves de Oliveira e Jacira Silva Alves de Oliveira. PRINCIPAIS CORDÉIS - Plantação de Pessoas; Tremores em Caruaru; A História da Reforma Protestante em Literatura de Cordel; Israel e Palestina: Razões do Conflito

JORGE HENRIQUE

Primeiro ocupante da Cadeira nº 04, cuja Patronesse é a poeta sergipana Iara Vieira. Natural de N. Sra. da Glória (SE). Mestre em Letras (UFS), especialista em Mídias em Educação (UFS), licenciado em Letras (UFS) e especialista em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa (FACINTER - PR). Professor, Poeta e membro correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni (MG). Tem duas obras individuais publicadas: Mutante in Sanidade (2001), seu livro de estreia, e "Glória" Cantada em Versos (2008), Literatura de cordel em que narra a história de seu município e cuja tiragem de 5.000 exemplares foi distribuída, gratuitamente, aos alunos das escolas públicas de N. Sra. da Glória. O poeta integra diversas antologias, dentre as quais se destacam o I Prêmio Banese de Literatura (2004) e a II Antologia de Poetas Lusófonos (2009), publicada na cidade de Leiria, em Portugal. Boa parte de sua obra está em diversos sites na rede mundial de computadore.

LUCAS DE OLIVEIRA

Lucas de Oliveira nasceu na fazenda Serra Branca, no interior do Rio Grande do Norte, mas ainda cedo, aos nove anos, desafiou a estrada e foi para a Capital do Estado. Em Natal, viveu nas ruas em condições de elevada vulnerabilidade social, trabalhou em oficina mecânica, onde ganhou amigos e foi acolhido por uma família que o adotou como filho. Aos dezoito anos, comprou o seu primeiro carro e resolveu visitar a família onde nasceu, surpreendendo todos os familiares e arrancando as lágrimas da mãe e as broncas do pai. Foi dia de festa no lugarejo. Mas era apenas uma visita. Logo ele retornou à estrada. Aos 25 anos casou-se e em seguida veio para terras baianas, onde trabalhou na TV Bahia e na antiga Telebahia. Como técnico na área de telecomunicações, viajou por quase todas as regiões baianas e mineiras. Mas foi com a região de Irecê que o poeta se encantou e onde fincou moradia por mais tempo, abrindo inclusive uma empresa de assistência técnica no ramo da sua especialidade. “Mas não aguentei os calotes das prefeituras e pouco tempo depois fechei as portas”, diz o poeta, rindo. Como artista, fez muitos shows na região, lançou CDs com antologias poéticas e cerca de 30 títulos de prosas em cordel, explorando temas do cotidiano das pessoas, das comunidades rurais e dos costumes sertanejos. Mas a sua sensibilidade para os problemas sociais e ambientais foi sempre muito aflorada, dedicando ele boa parte das suas produções a temas educativos, sobre condução defensiva no trânsito, meio ambiente, combate à Dengue, contra a violência doméstica e outros. Lucas de Oliveira também realizou diversas oficinas nas escolas da região, formando crianças na elaboração de repentes e no dedilhar de uma afinada viola. Na região de Irecê ele destaca vários amigos e artistas com quem compartilhou importantes momentos, como André Marques e especialmente Clendson Barreto. Lucas também fez temporada com a mais reconhecida repentista do Brasil, Mocinha de Passira e o seu amigo matogrossensse Juvenal dos Santos, da cidade de Anastácia (MS). Lucas participou de eventos marcantes para ele, como o seminário de cordel promovido pelo Campus XVI da Uneb e o X Festival Baiano de Cordel, onde travou boas pelejas repentistas com Paraíba da Viola, Antonio Queiroz e o próprio Bule-Bule, sendo aplaudido de pé e ganhando menção honrosa pelo trabalho realizado na promoção da arte e da cultura popular através do repente e do cordel.

ANTÔNIA PATRÍCIA OLIVEIRA DA SILVA(1976)

Professora baiana de Feira de Santana-BA, nasceu em 04 de junho de 1976 e começou a escrever folhetos da literatura de cordel em 2004 quando seu pai Jurivaldo Alves da Silva, também cordelista, pediu-lhe para fazer uma pesquisa sobre Lampião. A partir daí, escreveu: Lampião Entre o Amor e Cangaço, O Cangaceiro Jesuino Brilhante entre outros. Seus cordéis poderão ser encontrados em frente ao Mercado de Arte Popular de Feira de Santana na Bahia.

JURIVALDO ALVES DA SILVA(1946)

Baiano da cidade de Baixa Grande. Nasceu em 1946, filho de família pobre, estudou até a 5ª Série do Ensino Fundamental. Trabalhou na agricultura e aos 17 anos veio para Feira de Santana para continuar os estudos, mas por falta de condições e orientação não conseguiu. Exerceu várias funções, desde auxiliar de serviços gerais a mecânico, motorista de circo e também comerciante. Passou a ser folheteiro e começou a vender cordéis e hoje além de cordelista, dedica-se exclusivamente a literatura de cordel, dispõe de vários exemplares e está instalado na Praça J.Pedreira em frente ao Mercado de Arte de Feira de Santana.

CARLOS GILDEMAR PONTES

Escritor e Poeta. Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, Campus de Cajazeiras. Editor da Revista Acauã, Mestre em Letras. Tem 27 títulos publicados, entre Poemas, Contos, Ensaios, Crítica Literária, em 21 livros, e 7 cordéis.É traduzido para o espanhol e publicado em Cuba nas Revistas Bohemia e Antenas. Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais.Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais. Foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo.É articulista/ colunista do Gazeta do Alto Piranhas e do Sitewww.diariodosertao.com.brBlog: http://rastros.zip.net E-mail: gilpoeta@yahoo.it - Faixa Preta de Karate Shotokan – 3º Dan/ CKIBCoordenador do Projeto Karate Campeão, da UFCG.FORMAÇÃO ESCOLARPrimeiro/ Segundo Graus: Colégio Militar de Fortaleza/Colégio Rui Barbosa - 1980 Curso Básico de Língua Francesa: Casa de Cultura Francesa da Universidade Federal do Ceará. Carga Horária: 420 h/a,Curso Superior: LETRAS - Universidade Federal do Ceará. 1986Especialização em Literatura Brasileira – Universidade Federal da Paraíba, 1989.Mestrado em Letras - Área Literatura - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. 2011. LIVROS: Lesco-Lesco: a lida cotidiana - poesia, 1984.Canção à lua - poesia, 1984.Caixa postal – poemas postais, 1986Metafísica das partes – poesia, 1991.O olhar de Narciso – poesia, 1995O silêncio – conto/ literatura infantil, 1996.A miragem do espelho – conto, 1998Super Dicionário de Cearensês, 2000Literatura (quase sempre) Marginal – ensaios, 2002Os gestos do amor: magia e ritual – poesia, 2004Diálogo com a arte: vanguarda, história e imagens, ensaios, 2005Quando o amor acontece... – poesia, 2006Travessia de mundos paralelos – crítica literária, 2007Da arte de fazer aeroplanos – conto, 2008Melhor seria ser pardal – poesia, 2009.A literatura e seus tentáculos (Org.) – ensaios, 2011.Amor, verbo de se fazer – poesia, 2013.Seres ordinários: o anão e outros pobres diabos na literatura - Ensaio, 2014.A essência filosófica do amor - fragmentos, 2014.Poesia na bagagem, (Antologia poética, vol 1), 2018 Cordéis:Da roça pro viaduto, 2ª ed. 1998As aventuras de Zé Severino, 2004A queda do Zé Severino, 2005Bush vai reinar no inferno, 2007O delegado que roubava livros, 2008A morte do rei do Pop Michael Jackson, 2010. A casa de Josenir (é a casa da poesia).

JOSÉ RIBAMAR(1962)

José Ribamar de Carvalho Alves, conhecido como José Ribamar, nascido a 16 de março de 1962, Caraúbas - RN. Mas seu registro, por interesse da política interiorana, acabou dando seu nascimento como tendo sido em Severiano Melo - RN, onde residiu até os 16 anos. Depois residiu em Baixa Branca, município de Baraúna - RN, onde se casou com Rita de Oliveira Carvalho, mãe de seus quatro filhos. Isaías, Itamar, Itamara e Taumaturgo. De uma família de 10 irmãos, um (in memorian)Cantador repentista profissional desde 1983 e escritor desde 2001. Principais cordéis: Armadilha do destino, Confusão no cemitério, Escolhas das mãos humanas, Mistérios de um transplante, Debate do professor com o pai do estudante, A outra face da fé, Escravidão de menores, Pela vida do planeta, Visões da vida, A trajetória cristã de João Paulo II, Vozes do além, Documentário da vida de Elizeu Ventania. Deveres do cidadão e tantos outros. Áreas de Atuação como poeta: Poeta Repentista e Cantador profissional- Canta desde 1983. Escritor de bancada de Literatura de Cordel Desde 2001. Também é compositor de músicas populares. José Ribamar é autor de várias canções e vários poemas inéditos.Participação em Congressos e Festivais:Este é um pequeno resumo, mas por descuido não foram registrados. .Congresso Potiguar de Repentistas Nordestinos – Mossoró-RN.Festival de Violeiros de Planaltina – Goiás.Festival de Repentistas de Pombal – Paraíba.Festival de Violeiros de Alto Santo – Ceará.Festival de Violeiros de Tabuleiro do Norte – Ceará.Festival de Repentistas de São José do Seridó – RN.Festival de Violeiros de Catolé do Rocha – Paraíba.Congresso de Repentistas de Martins – RN.Congresso de Repentistas de Caicó – RN.Festival de Violeiros de Caraúbas – RN.Festival de repentistas de Natal – RN.Programas de Rádio: Programa na Rádio Centenário de Caraúbas, em parceria com Chicó Gomes e Raimundo Lira; (duração mais de 3 anos.Programa na Rádio Libertadora, com Raimundo Lira, durante dois anos e quatro meses. Programa na Rádio Rural, com Raimundo Lira, durante um ano e seis meses. Programa na Rádio Tapuyo, com Severino Inácio, durante dois meses. Por último Ribamar passou muito tempo como titular do Programa-VIOLAS E REPENTES Pela Rádio Rural de Mossoró com o Poeta Raimundo Lira. Aos Sábados e Domingos: das 05 e30 às 06 da Manhã. Reside em Mossoró desde 1989. Participação em outros eventos culturais: .Auto da Liberdade. Lançamento do Projeto Arca das Letras (Natal).Projeto Quartinha Cultural da Petrobrás. Projeto Canto Potiguar. FESTUERN, Por duas vezes. Participação no PRÊMIO FOMENTO DE LITERATURA DE CORDEL – EDIÇÃO 2006, tendo obtido a 2ª. Colocação. .Participação no PRÊMIO FOMENTO DE LITERATURA DE .CORDEL – EDIÇÃO 2007, tendo obtido a 6ª. Colocação .Em 2010, Teve o Cordel Pela Vida do Planeta escolhido Pelo PNUD, Programa das Nações Unidas. Ainda em 2010, o Cordel Pela Vida do Planeta- Foi contemplado pelo Ministério da Cultura através do Edital Patativa do Assaré.

FERNANDO CORDELISTA(1976)

Fernando José dos Santos, popularmente conhecido como Fernando Cordelista, nasceu em Ibirataia –BA, no dia 02 de maio de 1976, filho de Maria Analia dos Santos Olávo José dos Santos e escreveu os cordéis: A História da Dengue,O Fim da Picada e o Valor de um Professor Moacir Cosme de Lima nasceu no dia 13 fevereiro 1945 em Paulista, Estado da Paraíba, passou a infância num sitio ,e com oito anos de idade, já trabalhava com o gado e participava das plantações . Incentivado pelo o pai que cantava e fazia poesias,tendo mesmo livros de cordel,com nove anos, Moacir Já cantava repentes.Em sua infância, ainda teve oportunidade de ouvir os cantadores que utilizavam os temas tradicionais:temas bíblicos, históricos,geográficos,estes intimamente relacionados ao sertão,à natureza em geral.

MOACIR LAURENTINO(1945)

Moacir Cosme de Lima nasceu no dia 13 fevereiro 1945 em Paulista, Estado da Paraíba, passou a infância num sitio ,e com oito anos de idade, já trabalhava com o gado e participava das plantações . Incentivado pelo o pai que cantava e fazia poesias,tendo mesmo livros de cordel,com nove anos, Moacir Já cantava repentes.Em sua infância, ainda teve oportunidade de ouvir os cantadores que utilizavam os temas tradicionais:temas bíblicos, históricos,geográficos,estes intimamente relacionados ao sertão,à natureza em geral. Com dezessete anos,Moacir mudou-se para Mossoró (RGN) onde colocou um programa na Rádio Tapuio, “Retalhos do Nordeste”,fazendo dupla com um cantador famoso na época, justo Amorim. A partir de 1966, fazendo muitas apresentações em festas em cidades vizinhas, passou a se dedicar, totalmente, à poesia e á música. De 1970 á 1974 manteve,em Limoeiro do Norte (CE),o programa “Viola e Violeiros” na Rádio Vale do Jaguaribe depois em Iguatu (CE), o programa “Trovas do Nordeste” na Rádio Iracema;em Afogados de Ingazeira(PE), na Rádio Pajeú, passou o ano de 1976, indo, em seguida, para Campina Grande(PB),onde está até hoje. A partir de 1975 começou a cantar com Sebastião da Silva e, no dia 1º de janeiro de 1978 os dois iniciaram um programa na Rádio Espinhares de Patos, que ainda mantém no ar.

SEBASTIÃO SILVESTRE(1970)

Sebastião Silvestre Silva (o Tiãozinho do Riacho), nasceu no dia 03 de janeiro de 1970 em Ceará – Mirim, Rio Grande do Norte. Participou de vários saraus, publicou poesias, poemas, trovas e versos em jornais tais como: Tribuna do Norte, O Poti, Tribuna do Vale, O LITORAL e O Vale. Iniciou sua carreira poética nos anos 90. Em 2000 publicou seu primeiro cordel contando a história do seu município. Em 2005 gravou um CD independente contando "causos matutos". Em 2006 ingressa na extinta FM 93,9, com o programa A sanfona e a viola; mas começou como radialista na extinta Rádio Novos Tempos, onde participava de um programa interpretando o personagem matuto Coroné Tiãozinho. Atualmente reside no distrito de Riacho da Goiabeira e apresenta o programa A Sanfona e a Viola na rádio 87 FM de Ceará – Mirim/ RN, aos sábados – de 5h00 as 7h30 da manhã.

ZACARIAS JOSÉ DOS SANTOS (1932-2012)

Severino José, cordelista do Copan. Zacarias José dos Santos tinha um tio que era cego. Para distraí-lo, lia literatura de cordel para ele. Na escola, Zacarias tinha uma professora que ensinava cantando. Por isso, desde cedo, acostumou-se às rimas e poesias. Nascido no povoado de Marcação, hoje município de General Maynard (SE), mudou-se jovem para Aracaju. Em 1953, veio a São Paulo trazendo o sonho de ser médico. "O que eu queria mesmo era fugir da sombra do velho", disse à Folha, em 2002. Filho de um comerciante, não queria o mesmo destino do pai.

Devido às dificuldades, desistiu da medicina e foi ser servidor da Justiça do Trabalho, onde ficou por 30 anos. Era um dos moradores mais antigos do edifício Copan, no centro de São Paulo, para onde se mudou em 1963. Viveu lá até o fim da vida.Na capital paulista, divulgava a cultura popular nordestina com cursos e palestras.E foi de pesquisador a poeta, adotando, em seus escritos, o nome de Severino José, por influência de "Morte e Vida Severina", de João Cabral.Escreveu seu primeiro cordel em 1977, "A Grande Paixão de Carlos Magno pela Princesa do Anel Encantado", que foi traduzido para o francês. Adaptou "A Divina Comédia" e teve uma coletânea lançada pela editora Hedra.Nos anos 70, cursou direito. Aposentou-se em 1986 e foi vender xilogravuras e cordéis na praça da República. Em 1993, teve um derrame e sua saúde só foi piorando. Morreu na terça (11 de setembro de 2012, aos 80 anos, de insuficiência cardiorrespiratória. Deixa mulher e três filhos. A missa do sétimo dia foi realizada em São Paulo, às 19h, na igreja da Consolação, no dia 17 de setembro de 2012.

ARTUR SILVA

Severino Artur da Silva (Artur Silva) nasceu em João Pessoa. Depois de terminar o curso de jornalismo, veio morar em Guarabira em 1993. No ano de 1996, fez a direção musical de um show de Tchero, dirigido por Nana Rodrigues. Também fez assistência de direção no espetáculo "Quebrou o Pau-Brasil", o qual foi apresentado na Alemanha. Em Guarabira ele cria um projeto intitulado: "No canto da sala", projeto cultural, educativo e voluntário, com artistas de várias áreas. Também colocou em ação o projeto: "Poesia na cabeça", com a participação de poetas de Guarabira e João Pessoa. Outro projeto de destaque foi "Poesia, todo dia é dia", pequenos "textículos", distribuímos em bares, repartições públicas, escolas, crianças colecionam os poemas até chegar no cd.

OTONIEL MENEZES(1895-1969)

Nasceu em Natal, a 10.03.1895, filho de João Felismino de Melo e d. Maria Clementina Menezes de Melo. Estudou nos Colégios Diocesano Santo Antônio e Atheneu Norte-rio-grandense, tornando-se a partir daí autodidata. Era, porém, possuidor de vasta cultura literária, conhecedor de autores franceses, ingleses e portugueses. Serviu ao Exército como sargento, participando da perseguição à Coluna Prestes (Piauí, 1926). Foi jornalista, escrevendo para quase todos os jornais locais e de alguns municípios do interior; Promotor Público (interino) em Macau; funcionário da Secretaria Geral do Estado e do Instituto do Sal. Publicou quatro livros: Gérmen (1918), Jardim Tropical (1923), Sertão de Espinho e Flor (1952) e A Canção da Montanha (1955), além de vários sonetos nos jornais em que colaborou. Deixou inéditos A Cidade Perdida e Desenho Animado. Produziu, também, o ensaio Ferreira Itajubá, o Drama da Vida de Província (1947). Sua popularidade deve-se, no entanto, sobretudo à composição da letra de “Praieira”. Entrou para a Academia Norte-rio-grandense de Letras em 1958, especialmente por imposição de amigos, segundo Veríssimo de Melo. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 19 de abril de 1969, sendo sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

JOSÉ DE SOUZA (1947)

Naturalidade: Guarabira – PB - Nascimento: 1947 - Atividades artístico – culturais: Poeta, escritor, autor de textos e apreciações críticas, e agitador cultural. José Belo de Souza reside na cidade de Joao Pessoa. Estudou no Seminário da Arquidiocese da Paraíba, e no Colégio Pio XII. O seu primeiro emprego foi de vendedor de livros. Ele trabalhou no Colégio Pio X, depois exerceu atividades de bancário, no Banco do Comércio e Indústria da Paraíba. Também trabalhou como Fotógrafo Profissional. Belo de Souza fez cursos de Artes Plásticas, Relações Humanas, e também de Cenografia. O artista considera-se um militante pacifista que defende os direitos de povos e nações. O poeta usa os seus versos como meio de luta pela defesa da paz e do meio ambiente. É admirado por sua sensibilidade e maneira peculiar de declamar os seus versos. Ele vendia pastel na praia do Cabo Branco, e aproveitava para recitar as suas poesias. Em 2005, lançou o seu primeiro livro intitulado de “Sentimento das Horas”, publicado pela editora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) já em quarta edição. José Belo deixou de vender pastéis para se dedicar a venda do seu livro. A obra reúne 54 poesias sobre o meio ambiente, religião e paz, além de uma homenagem ao poeta Augusto dos Anjos. Esta é a primeira vez que um livro da Editora Universitária alcança a sua 4ª tiragem. Sentimentos das horas já foi distribuído nacionalmente e publicado em outros países, como Suíça, França, Inglaterra e Espanha. Segundo o autor, as suas poesias possuem um estilo livre, remetendo à poesia clássica de Castro Alves e Gonçalves Dias, e ao modernismo de Carlos Drummond de Andrade. A ideia de escrever o livro surgiu há muito tempo, quando o artista declamava seus versos nas praias da capital paraibana. Nesta época ele conheceu o advogado e propagador cultural, Francisco Bauer, que ficou impressionado com as poesias de José Belo, e encaminhou à universidade o pedido de publicação do livro.José Belo foi eleito imortal pela Academia Paraibana de Poesia, em novembro de 2008, ocupando a cadeira de número 7, sob o patronato do poeta Theodoro Ferreira Neves Junior. O poeta direciona a sua poesia para a leveza e a simplicidade das exuberantes paisagens paraibanas.O artista participa de projetos relacionados à promoção do acesso da juventude pobre da cidade de João Pessoa, à literatura e defesa e preservação do meio ambiente.O poeta tem vários trabalhos publicados, em jornais de João Pessoa e do Brasil. Declama seus versos para os turistas realizando um trabalho nobre e voluntário, em favor da arte. O artista é reconhecido também por suas várias publicações na internet, sobre o tráfico de animais, que considera uma falta de ética para com a natureza. O artista declara “Gosto muito da leitura, pois por meio dela tenho adquirido muitos conhecimentos que tem enriquecido meu mundo de poeta e cidadão”.

EGÍDIO GOMES DE LIMA(1904-1965)

Egídio de Oliveira Lima era filho de Francisco Jesuíno de Lima e Rita Etelvina de Oliveira Lima. Nasceu em Esperança no dia 04 de junho de 1904 e faleceu na capital paraibana a 23 de fevereiro de 1965. Poeta popular, jornalista e autodidata destacou-se como folclorista e escritor de cordéis cuja maior parte fazem parte do acervo da Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Mudou-se para Campina em 1937 e nos anos 60 foi residir em João Pessoa. Escreveu diversos artigos sobre a literatura de cordel para as revistas Arius (Campina Grande) e Manaíra (João Pessoa), das quais foi colaborador e redator. Dirigiu a revista “As fogueiras de São João” (1941) e foi o responsável por colecionar as antigas edições dos folhetos de Leandro Gomes de Barros - festejado autor cordelista paraibano - e de outros autores, cedido posteriormente a Universidade da Paraíba.

SALOMÃO ROVEDO(1942)

Sá de João Pessoa, nasceu em 1942 na cidade de Rio Tinto (PB). Atualmente reside no Rio de Janeiro. Desde menino ouvia cantador dizer folheto, cuja estória sempre era interrompida do meio para o fim pra atrair o comprador. “Quer saber o final? Compra!” Sendo um liso, segundo o autor, ele ficava esperando todo mundo sair pra perguntar o final. Estabelecido no Rio, fez ponto na Feira de São Cristóvão (Rio de Janeiro) e não é de vender muito folheto, mas Franklin Maxado, Drummond, Zé Andrade, Gonçalo, Orígenes Lessa e mamãe, gostaram, e ele resolveu escrever alguns. Bibliografia: A corrupção hoje em dia; Brizola presidente, pra dar jeito no Brasil; Debate entre Paulo Maluf e Ibrahim Sued; Maxado pra presidente!; O discurso do candidato; Franklin Maxado à presidência; O mundo de Zé Andrade; Partidos em Kordel (sic); Seca, Fome e Miséria; Os milagres de São Tancredo (com Franklin Maxado); Tancredo: 39 dias de agonia; A vitória de Tancredo Neves à Presidência da República; A morte de Pedro Nava; Vida e morte de Orígenes Lessa; O vampiro de Santa Teresa; O louco do volante; Está fundada a ABC (Academia Brasileira de Cordel e Cachaça); A volta do cometa Halley; Vida e amores de Porcina, a viúva de Roque Santeiro; A volta de Roque Santeiro; ABC de Roque Santeiro; Corrupção, Democracia e Eleição; O amor de Xuxa e Pelé; Louvação pra Carlos Drummond de Andrade, entre outros.

CÁRLISSON BORGES TENÓRIO GALDINO (1981)

Nasceu em 24 de abril de 1981 na Maternidade Nossa Senhora de Fátima, Município de Arapiraca, interior de Alagoas. Filho do Sr. Cícero Galdino dos Santos, ex-professor de Ciências, ex-bancário do Banco do Brasil e atuamente empresário e de Dona Eunice Maria Borges Tenório Galdino, professora de Portugês com especialização em Psicopedagogia.

JOSÉ ELMAR DE MÉLO CARVALHO (1956)

Nasceu em Campo Maior – PI, em 09 de abril de 1956. Poeta, cronista, contista e crítico literário. Juiz de Direito. Bacharel em Direito e em Administração de Empresas. Presidiu o Diretório Acadêmico “3 de Março”, a União Brasileira de Escritores do Piauí e o Conselho Editorial da Fundação Cultural Monsenhor Chaves. Foi membro do Conselho Editorial da Universidade Federal do Piauí. Publicou os livros “A rosa dos ventos gerais”, “Cromos de Campo Maior”, “Noturno de Oeiras”, “Sete Cidades – roteiro de um passeio poético e sentimental” e "Lira dos Cinqüentanos". Participou de várias coletâneas e antologias. Citado em diversos livros e dicionários. Colaborador das principais revistas e jornais do Piauí. Membro de diversas entidades literárias e culturais. Detentor de várias honrarias e distinções culturais. Seu livro “A rosa dos ventos gerais” recebeu o Prêmio Ribeiro Couto (poesia reunida), conferido pela União Brasileira de Escritores – Rio de Janeiro. Membro da Academia Piauiense de Letras.

PEDRO ERNESTO FILHO

Natural do município do Barro, estado do Ceará. Filho de Pedro Ernesto de Aquino e Efigênia Vieira de Aquino, o mais novo de uma família de 14 irmãos. Menino do campo, nascido no sítio Timbaúba, onde vivi minha infância e desenvolvi por algum tempo a atividade rural. Ali fui alfabetizado, continuando minha escolaridade na sede do município, principalmente no Grupo Justino Alves Feitosa e Ginásio Santo Antônio. Fiz o curso de técnico em agropecuária na Escola Agrotécnica Federal do Crato. Sou advogado, bacharelado pela Universidade Regional do Cariri. Como poeta, sou autor de vários títulos, com mais de 30 (trinta) cordéis publicados, e lancei ultimamente o livro Cidadania do Repente. Com as graças de Deus, fui vencedor em vários certames literários, merecendo destaque: “O Prêmio Anual de Literatura de Cordel” promovido pelo SESC de Juazeiro do Norte (2005), “O sonho de um Nordeste melhor” (2006), idealizado pela AFBNB e “I Concurso Literário da CAPEF” (2007). Prestei serviços à Organização das Cooperativas do Ceará – OCEC e ao Banco do Estado do Ceará – BEC. Atualmente, sou advogado do quadro jurídico do Banco do Nordeste do Brasil S/A. Com muita honra, sou membro da Academia dos Cordelistas do Crato, ocupando a cadeira nº 15, onde tenho como patrono o mestre Hugolino Nunes da Costa. Por indicação e através de concorrência, consegui ingressar no ICVC – Instituto Cultural do Vale Caririense, ocupando a cadeira nº 31, cujo patrono é José Joaquim Teles Marrocos (Zé Marrocos). Sou casado com Gizelda Tavares, pai de três filhos (Pedro Wendell, Pedro Bruno e Pedro Brenno) e resido na cidade de Juazeiro do Norte-CE. Stênio Diniz é mestre da cultura do Cariri, a região com maior registro de Tesouros Vivos. Atualmente, são 20 mestres reconhecidos pela Secult na região ( FOTO: JL ROSA. Ao fim dos eventos em que participa, o mestre da cultura José Stênio Diniz espalha dezenas de xilogravuras sobre a mesa. O trabalho artístico ao qual se aventura desde os 15 anos traz a memória do sertanejo, das secas e do cotidiano caririense. Mestre da cultura há três anos, ele mora na região cearense que tem o maior número de reconhecidos como Tesouros Vivos: o Cariri. E é de lá que tira a inspiração para trabalhar e o incômodo para lutar por uma cultura mais democrática e acessível. "As mãos do Estado não alcançam o Interior. Lá, a gente praticamente não vê a atuação da Secretaria da Cultura", reclama.

STÊNIO DINIZ(1953)

Nascido em 1953, Stênio Diniz é xilógrafo, dramaturgo, compositor, pintor, intérprete, alquimista, tipógrafo e cordelista. Imerso na cultura tradicional popular, ele é consciente do valor que tem para o patrimônio imaterial do Estado. E por isso mesmo, as palavras lhe saem em posição de luta: por estrutura, por espaço para apresentação da arte, pela ponte que precisa ser construída para ligar duas pontas fundamentais da cadeia cultural - artista e público. Stênio não é homem de esperar convite, por isso luta para viabilizar suas mostras de xilogravura, embora guarde algum receio sobre a omissão do Poder Público nessa questão. Aos 63 anos, ele contabiliza uma centena de exposições no Brasil e no Exterior. A relação do mestre com as artes gráficas é herança de família. O avô de Stênio, José Bernardo da Silva, foi fundador da Tipografia São Francisco, que deu origem à Lira Nordestina. Ainda criança, Stênio se encantava pelo trabalho de Mestre Noza, que lhe influenciou no trabalho posterior de ilustrar capas de cordel. O mestre Walderêdo Gonçalves foi outra influência marcante.Stênio recriou, em xilogravuras de maiores dimensões, capas de clássicos do cordel, como "Proezas de João Grilo" e "A chegada de Lampião ao inferno".

JOSÉ JUNQUEIRA DE OLIVEIRA (1950)

Popularmente conhecido como Beija Flôr Da Bahia. Nascido Em Serrinha-BA, em 1950. Foi Criado Por Miguelzinho Violeiro, A Quem O A Tem Como Pai. Beija-Flor, Aprendeu Muito Cêdo A Lição De Casa, Na Arte Do Repente E Da Poesia. Fez Dupla Com O Pai Miguelzinho Por Muitos Anos, E Depois Com Zé Pedreira, Antonio Queiroz, Lavandeira, Paraiba Da Viola, E Muitos Outros Repentistas. Tarbalhou Nos Anos 80 Na Antiga E Saudosa Rádio Difusôra De Serrinha, E Na Radio Melodia Fm, De Vitória Da Conquista-Ba. Cidade Onde Foi Morar Exeçêndo A Profissão De Técnico Em Epidênmias, Da Funasa. Atualmente Mora Em Lafaite Coutinho... Acima Vê-Se Foto De Guilherme Machado E Beija-Flôr, Abaixo Foto Do Artista, Em Festivais,Mais Abaixo Capa Do Seu Cd De Poemas Matúto, Gravado E Produzido Por Museu Do Gonzagão De Serrinha.

RAUL VICENTE DE QUEIROZ(1928-2014)

O cordelista, repentista Raul Vicente de Queiroz, morreu no dia 01 de novembro de 2014 em decorrência de problemas pulmonares. Segundo o colega Neildo Marcelino Dantas, presidente da Associação dos Trovadores e Violeiros de Alagoas, há quatro meses Queiroz “não estava bem de saúde”. “Desde então, ele ficou de cama, isso depois que fez uma cirurgia de próstata”, declarou Dantas à agência de notícias do governo. "É uma grande perda para a nossa cultura. Foi um grande homem." Aos 86 anos, Queiroz mantinha-se na ativa como violeiro, escritor e repentista. Era um dos baluartes da cultura popular na região metropolitana de Maceió, tendo sido reconhecido pelo Estado, em agosto de 2010, como “Patrimônio Vivo” de Alagoas. De acordo com a Secult, Queiroz, natural de Pernambuco, veio para Alagoas com um objetivo: fundar a Associação dos Trovadores e Violeiros, o que efetivamente realizou, mantendo-se na presidência da associação durante 16 anos. “Ele nasceu com o dom da poesia e já escreveu vários cordéis. Em 2008 editou o livro ‘Brasão poético de Cultura Popular’. Começou a tocar com 20 anos e há mais de 50 era repentista. Mestre Raul Vicente de Queiroz representou Alagoas em diversos festivais e vários eventos em municípios alagoanos”, informou a agência Alagoas.

BETO DE MEIRÚS(1943)

Pão de Açúcar - Alagoas - Região da Bacia Leiteira - Nome: José Roberto A da Silva - Nome artístico: Beto de Meirús - Data de nascimento: 07/04/1943 - Endereço: Rua Coronel Manoel Antônio Machado, s/n – Centro - Localidade: Pão de Açúcar - Alagoas - Região da Bacia Leiteira - Contato: (82) 3624-1890 / 9322-1009 - Histórico: Artesão carnavalesco, poeta popular e repentista. Beto Meirús passeia por diversos segmentos artísticos. No artesanato ele produz peças em couro e esculturas de cimento. Em 1990, Beto de Meirús foi o segundo colocado no Concurso de Literatura de Cordel que acontece em Xingó, com a poesia "O Fusquinha Imacumbado". É dono e coordenador do Bloco de Carnaval Chaleirinha e Jaraguá. Foi agraciado com o prêmio Culturas Populares 2007 - Mestre Duda - 100 anos de Frevo.

EVÂNIO TEIXEIRA (1979)

O Poeta Evânio Teixeira é natural de Pilar, município do Estado da Paraíba, conhecida como sendo berço do escritor José Lins do Rego. Nasceu no dia 27 de outubro de 1979. O escritor tem trabalhos publicados no Recanto das Letras, como trabalhos os mais variados, Cordel, Poemas e outros.

DAUDETH BANDEIRA(1945)

Manuel Bandeira de Caldas, poeta, repentista, cantador, compositor e advogado, nascido no sítio Riacho da Boa Vista, São José de Piranhas - PB, filho de Tobias Pereira de Caldas e Maria de França Bandeira, neto do imortal cantador, Manuel Galdino Bandeira e irmão dos também não menos cantadores: Pedro, Francisco e João Bandeira. Nascido em 1945, membro caçula de uma família de poetas, Daudeth começou logo cedo engendrar seus versos, manusear as rimas e familiarizar-se com o som da viola. Como repentista profissional, participou e continua participando de muitos torneios, congressos e festivais de cantadores, por este Brasil afora, tendo conquistado excelentes colocações em muitos deles, sendo reputado, pelos seus ouvintes, apologistas e seus próprios colegas, como um dos mais abalizados vates da sua geração. Como cultuador e colaborador dessa primorosa arte, gravou vários discos, tais como: um vôo na poesia, capim verdão, o grande desafio, frenacrep, Cantares da terra, Estação Nordeste(Lançamento) etc, tudo com cantadores do quilate de Louro Branco, Benoni Conrado, Pedro Bandeira, Juvenal Evangelista e outros. Além disso, tem vários trabalhos gravados por outros baluartes da poesia, visto ser autor de muitos poemas, como por exemplo: conversando com as águas; o preço do nosso amor; o pai, o filho e o carro; adeus do nordestino; o plantador de milho; nordestinação; a manicure; sorte de vaqueiro; pássaro rural entre outros, a grande maioria constante deste livro. Dentre elas, algumas foram gravadas, alcançando verdadeiros sucessos no cenário da música brasileira. Além da inerente faculdade poética, naturalmente concebida, Daudeth Bandeira é titular de outra formação, bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade Federal da Paraíba, em 1985, residindo na capital João Pessoa, onde, além de desenvolver os seus trabalhos relacionados à poesia, mantém a sua banca de advogados, cujo tempo é muito bem preenchido, da viola para o computador e do plenário do júri para as noitadas de cantoria.

ZEZÉ LULU (1916-

O poeta repentista José Gomes do Amaral, o famoso Zezé Lulu, nasceu em 04 de dezembro de 1916, no Sítio Serrinha, distrito de São José do Egito - PE. Era filho de Luiz Ferreira Gomes e Maria José de Santana, ambos agricultores.Com apenas seis anos de idade, Zezé Lulu já assistia às noitadas de cantoria do poeta Antônio Marinho, seu tio por afinidade, quem mais tarde teria como referencial poético. Luiz Ferreira, pai de Zezé, grande incentivador do filho, foi quem realizou o sonho do filho nas cordas da viola e no verso do repente. Zezé Lulu Iniciou sua carreira em 1940, participando em sua primeira cantoria na residência do Sr. José Bento, no Sítio Serrinha, lugar onde nasceu, cantando com o poeta Amaro Bernardino, também filho da região. Sua grande fonte de inspiração são coisas simples do sertão. Zezé se casou no ano de 1937 com Laura Gomes dos Anjos, com quem teve duas filhas: Maria Zélia Gomes e Maria Rosélia Gomes. Zezé Lulu era analfabeto. Não deixou livros publicados. Foi premiado em vários concursos poéticos. Deixou apenas um cordel em parceria com Manoel Xudú Sobrinho. Sua primeira poesia: A noite estava dormindo, Canta o galo dando hora, Me levantei saí fora,A lua vinha saindo. Aquele clarão tão lindo,fiquei prestando atenção, Pensei em forrar o chão,E me deitar na calçada,Vendo a lua debruçada,Na janela do sertão. Zezé cantando com João Severo, esse ultimo poeta terminou um verso assim: “Você é muito poeta,Porém não tem ciência” Zezé Lulú desceu feito um raio e registrou essa pérola:“Esta palavra ciência,Deus a mim não concedeu, A minha mão não escreve, Minha boca nunca leu, Mas vivo estudando os livros Que a natureza me deu”.

EDGAR NUNES BATISTA(1924-1999)

Gravataense, nascido aos 21 de novembro de 1924, filho de João Batista da Silva e Cosma Nunes de Melo. De origem humilde, estudou no Grupo Escolar Tenente Cleto Campelo com a professora Maria José Lira. Mostrando desde cedo suas qualidades de fazer cordéis, talento este despertado de uma brincadeira com o pai. Aos 8 anos de idade já trabalhava por conta própria, fazendo mamulengos, carrinhos de brinquedo, papagaios, carimbos de borracha e outras novidades para vender na feira. Aos 13 anos, fugiu de casa para acompanhar o Gran Circo Ilusionista, onde aperfeiçoou seus dotes de humorista, mágico, poeta popular, equilibrista, músico, pintor, mamulengueiro, desenhista e fazedor de bonecos. Aos 15 anos já abria letreiros nas paredes das casas comerciais para ajudar a mãe nas despesas da casa. Aos 19 anos obteve seu primeiro emprego num salão de bilhar. Trabalhou ainda como sapateiro, alfaiate, pintor e depois conseguiu um emprego de garçom no Recife. De volta a Gravatá foi indicado ao cargo de escrivão de polícia, função desempenhada por apenas cinco meses, pois foi convidado a trabalhar na Prefeitura Municipal. Lá, foi nomeado porteiro contínuo e cobrador de impostos. Depois trabalhou no setor de arquivos, almoxarifado e encarregado do Departamento de Propagandas. No ano de 1951 foi convidado a voltar ao setor de fiscalização, como inspetor fiscal e escriturário da Receita. Dando continuidade aos estudos, foi promovido diretor de rendas, função exercida até a data de sua aposentadoria, completando 35 anos de trabalho efetivo. Faleceu aos 11 de novembro de 1999.

CHARLES CESAR DOS SANTOS

Charles Cesar dos Santos é professor e reside no Povoado Areia Branca, no município de Santana do Ipanema – AL. O cordelista utiliza os seus cordéis como mais um recurso didático para alfabetizar seus alunos. Seu comprometimento com o processo de ensino/aprendizagem o fez ter a percepção de que a arte poética que possui, falando sobre pessoas e coisas por meio de versos rimados, na estrutura de cordéis, poderia ajudar os discentes a desenvolver habilidades de comunicação e de escrita. Os alunos, nas aulas do cordelista Charles, realizavam comumente recitais poéticos, escreviam e apresentavam cordéis na estrutura de sextilhas, com muita desenvoltura. Uma propagação e um fortalecimento importante desta cultura literária. Este interesse dos alunos evidencia o que o que coloca Luyten (1987, p. 9), ao afirmar que “entre as expressões de cunho popular, as que mais interesse oferecem são as modalidade comunicativas. E entre estas, a poesia ocupa um lugar de destaque pela sua dinamicidade e força de expressão”. Seu trabalho vem proporcionando uma grande conquista no processo de aprendizagem daqueles alunos e que, consequentemente vai muito além dos aspectos mecânicos linguísticos que há anos afligem à educação. É uma procura por um melhor uso da língua, focado em uma melhor forma de expressão e desinibição na aprendizagem, uma busca pela melhoria da qualidade de leitura, escrita e produção textual criativa.

PAULO MATRICÓ(1959)

Paulo Roberto Pereira dos Santos, conhecido na cena artística como Paulo Matricó, nasceu em janeiro de 1959, no Sítio Fazenda Nova, município de Tabira, no Vale do Rio Pajeú, alto Sertão de Pernambuco. Filho de agricultores, viveu até os 18 anos na roça, onde teve os primeiros contatos com a poesia e a cultura do Sertão. Conheceu e conviveu com grandes nomes da cantoria do repente, como: Lourival Batista (Louro do Pajeú), Jób Patriota, Pinto de Monteiro e tantos outros menestréis, além de seu pai, também poeta, formando uma base poética cunhada na rima e na métrica e que são a fonte de inspiração para seu trabalho autoral. Os primeiros passos com a música aconteceram no início da década de 80, na cidade pernambucana de Cabo de Santo Agostinho, onde integrou um grupo chamado “Nossas Raízes”. Também foi vocalista da Orquestra cabense de Frevo e Forró, do maestro Rogélio. Na mesma época também surgiram as primeiras composições, quando residiu na região de Caruaru e conheceu o também sertanejo Anchieta Carvalho (Anchieta Dali). Juntos, fundaram o Grupo Matricó. O nome foi inspirado numa composição do poeta Zé Marcolino, intitulada “Currupio, gravada na voz de Genival Lacerda”. A poesia descreve um artifício usado pelos sertanejos para gerar fogo a partir do atrito entre duas pedras, o “Matricó” ou “ Corrimboque”, espécie de isqueiro primitivo. O Grupo Matricó, formado por Paulo Matricó, Anchieta Dali, Sevi Nascimento e Evaldo Cavalcanti, durou dois anos, aproximadamente, e foi premiado em vários festivais de música no Nordeste e outras regiões brasileiras. Quando o grupo se desfez, Paulo seguiu carreira solo estabelecendo-se por alguns meses na Bahia, em Vitória da Conquista | Salvador. Depois, percorreu algumas regiões do interior baiano, retornando posteriormente a Pernambuco e depois para Brasilia | Distrito Federal. Foi em Brasília, a partir de 1993, que Paulo Matricó se fortaleceu como artista e publicou seus primeiros trabalhos. Em 1994, lançou o livro de poemas “Dois Versus Ser Tão Louco”. Em 1995, publicou, com apoio do FAC – Secretaria de Cultura do DF, o seu primeiro CD OUTRO VERSO, um trabalho que recebeu a assinatura de Manassés de Sousa, instrumentista de renome nacional. No ano de 1996, rompeu as fronteiras do Brasil e aportou por quatro meses na Alemanha, iniciando uma parceria com a Banda “Menino”, grupo formado por alemães que apoia projetos sociais com as crianças de rua no Brasil. Neste mesmo ano, se apresentou na Itália, na cidade de Vicença. Em 1997, de volta ao Recife, lançou seu segundo CD JUNHO TAMBÉM, com direção de Anchieta Dali e Luciano Magno. Neste mesmo ano, reata a parceria com Dali, no espetáculo “Em Cantoria”, percorrendo várias cidades como Recife, Caruaru, Salvador, Porto Seguro e Brasília. Ainda em 1997, realiza em parceria com a Banda alemã “Menino”, uma turnê pelo Brasil, apresentando-se em Tabira, Olinda, Maceió, Salvador e Brasília. Em 1998, transferiu-se novamente para a Alemanha iniciando sua primeira turnê na Europa, tocando em 30 cidades alemãs e em Birgminghem, na Inglaterra. Logo, realizou outras parcerias e fundou seu próprio grupo: “Meninos no Forró”, apresentando-se em diversos eventos culturais e em casas de shows como Café Hann, em Koblenz e Harmonie, na cidade de Bonn, tendo este último sido transmitido pela TV alemã SWR. Em 1999, gravou um CD em parceria com o Alemão Stephan Maria, intitulado MARIA PEREIRA, uma mistura de ritmos brasileiros com o pop europeu. Em 2000, Paulo retorna ao Brasil e continua seu trabalho no Recife produzindo o CD FORROZEIO, com direção do parceiro Anchieta Dali. Em 2001, realizou memorável concerto no Teatro do Parque, que deu origem ao seu quinto CD EM CANTO DO SERTÃO. Em 2002 volta à Brasília – DF e lança, com apoio do FAC – Fundo de Apoio à Cultura, o CD MATRICÓ EM CANTO DO SERTÃO. Em 2005, participou do “Projeto Seis e Meia”, no Teatro do Parque (Recife|PE), ao lado do cantador baiano Xangai. Em 2006, produziu a coletânea de forró MATRICÓ NO PÉ DE SERRA, consolidando assim, também, seu perfil de forrozeiro. Em 2007, produz seu sétimo álbum CLARO – O CORAÇÃO NO CERRADO, que traz canções e apelos em defesa do meio ambiente e do Cerrado brasileiro, além de temas espirituais com a participação de grandes músicos como Ocelo Mendonça, Genaro e do compositor e cantador mineiro Dércio Marques. Ainda em 2007, Matricó representou o Brasil na Espanha, participando do Festival “Focus Brasil”, nas cidades de Madrid e Sevilha, onde realizou importantes concertos, ministrando também oficinas de forró para músicos e o público em geral. Em 2009, realizou em Brasília, um concerto para a gravação de seu primeiro DVD CLARO – O CORAÇÃO NO CERRADO, com produção concluída em dezembro de 2010. Lançou em 2011, na Livraria Cultura, em Brasília, o DVD e algumas de seus trabalhos anteriores, com a participação de importantes músicos, como Dércio Marques, Ocelo Mendonça, além de sua filha Meriele Pereira.Em 2012, escreveu e publicou, pela Ensinamento Editora, o livro em formato de cordel “Luiz Lua Alegria”, numa homenagem ao centenário do Rei Luiz Gonzaga. O referido trabalho deu origem a um espetáculo operístico. Nesse mesmo ano o diretor e apresentador do programa Sr. BRASIL, Rolando Boldrin escolheu como principais atrações Paulo Matricó e Vital Farias para participarem como convidados especiais da estreia do novo cenário – ecologicamente correto – de seu programa na TV Cultura, pautado nos ritmos e temas regionais brasileiros.Em 2013, Paulo Matricó volta para Pernambuco, residindo e trabalhando na produção de suas obras e projetos, quando então concebe a primeira edição da Ópera Cordelista Lua Alegria, um espetáculo narrado de forma inusitada, na linguagem do cordel, unindo dramaturgia, canto e música, sob o fio condutor de trilha musical pesquisada e produzida sob a influência da tradição popular de Pernambuco. Neste mesmo ano, em Brasília, foi ovacionado na apresentação de uma primeira versão da ópera, na Sala Funarte, e nas apresentações públicas em espaços abertos no Teatro da Praça e Teatro Guará.No ano de 2014 lançou o nono álbum de sua carreira, em show inesquecível no Teatro de Santa Isabel. O CD LAVRADORES é uma homenagem aos agricultores e um tributo à sua origem camponesa. Participou também de apresentações pelo Projeto Dandô, no Sul do país.Em 2015 realizou o lançamento da edição comemorativa de 20 anos do CD OUTRO VERSO e marca presença em importantes palcos e festivais, como no São João das cidades do Recife, Caruaru e Gravatá, além de apresentações pelo interior de Pernambuco, e em vários estados do território nacional. Atualmente se prepara para a segunda edição do espetáculo Lua Alegria, desta vez patrocinado pelo Fundo de Incentivo à Cultura – Funcultura, onde realizará temporada no Teatro Santa Isabel, em dezembro deste ano. Lua Alegria também fará parte da programação do Janeiro de Grandes Espetáculos de 2015.

ALTIMAR PIMENTEL (1936-2008)

Altimar de Alencar Pimentel, nasceu em Maceió-AL, no dia 30 de outubro de 1936 e morreu em João Pessoa-PB, no dia 21 de fevereiro de 2008. Era filho do comerciante Altino de Alencar Pimentel e Maria das Neves Batista Pimentel. Aos nove anos, em 1945, perdeu o pai, sendo ele o primeiro dos seis irmãos órfãos. Sua mãe, de origem paraibana, logo em seguida voltou para morar em João Pessoa, onde com dificuldades criou sua prole dentro dos princípios da moral e formação cristã, onde a felicidade é conquistada e não comprada. Altimar era casado com a professora Cleide Rocha da Silva Pimentel, e pai da economista Tatiana, do advogado Altino e de Hilda, licenciada em letras e informática. Iniciou seus estudos primários ainda na capital alagoana, concluindo o ginasial e o clássico no Lyceu Paraibano, antigo Colégio Estadual da Paraíba. Pela Universidade Federal da Paraíba, em 1971, concluiu o curso de Licenciatura em Letras – Vernáculo e pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília, bacharelou-se em Comunicação Social – Jornalismo, em 1976. Dedicado ao teatro, Altimar fez curso de especialização em Direção Teatral na Federação das Escolas Isoladas do Rio de Janeiro e na Universidade Federal da Paraíba, em 1978. Ainda em 1975 ingressou no magistério do 2° grau, tornando-se professor de Educação Artística no Lyceu Paraibano e na cidade de Cabedelo. Daí foi um passo para ingressar no magistério superior, lecionando as disciplinas Evolução do Teatro e Dança (1977) e Introdução às Técnicas de Comunicação (1979), na Universidade Federal da Paraíba. Foi Diretor do Teatro Santa Rosa, Diretor do Departamento de Extensão Cultural do Estado, Coordenador do Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular da UFPB e Diretor da Rádio Correio da Paraíba. Participou de vários colegiados, entre eles o Conselho Estadual de Cultura, a Comissão Executiva do IV Centenário da Paraíba, o Conselho da Lei Viva a Cultura, na Paraíba, e foi Secretário do Conselho Consultivo de Alto Nível do Instituto Nacional do Livro, no Rio de Janeiro. No jornalismo também sua atuação foi brilhante. Como teatrólogo foi autor de inúmeras peças, muitas delas consagradas nacionalmente. Presidente da Comissão Paraibana de Folclore publicou 17 livros sobre temas folclóricos. Dedicou-se, também, à história paraibana, com vários livros publicados, o último dos quais, denominado: CABEDELO, alcançou grande receptividade nos meios culturais e educacionais. Bastante premiado por seus trabalhos, foi sócio efetivo do IHGP-Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, o que ocorreu no dia 22 de novembro de 2002, quando passou a ocupar a cadeira n° 10, sucedendo ao historiador José Pedro Nicodemos, sendo saudado pelo consócio Guilherme Gomes da Silveira d’Avila Lins. Além dos livros, publicou vários artigos em revistas e jornais. No Folclore, destacou-se: O Coco Praieiro – Uma Dança de Umbigada, Editora Universitária/UFPB, João Pessoa, 1ª. ed., 1966, 2ª. ed., 1968; O Diabo e Outras Entidades Míticas no Conto Popular, Coordenada Editora, Brasília, 1969; O Mundo Mágico de João Redondo, Serviço Nacional do Teatro, Rio de Janeiro, 1971; Saruâ, lendas de árvores e plantas do Brasil, Editora Cátedra, Rio de Janeiro, 1977; Sol e Chuva: ritos e tradições, Thesaurus, Brasília, 1981; O Mundo Mágico de João Redondo, 2ª edição revista e ampliada, Ministério da Cultura, Rio de Janeiro, 1988; Incantations, Thesaurus Publishing Co., Miami, Flórida, 1995; Contos Populares de Brasília, Editora Thesaurus, Brasília; Estórias de Luzia Teresa, vol. I, Editora Thesaurus, Brasília, 1995 e vol. II, Editora Thesaurus, Brasília, 2001; Barca, Bois de Reis e Coco de Roda, João Pessoa, FIC, 2005. No Teatro, entre as peças de sua autoria já encenadas na Paraíba e outros Estados, registramos 20 peças, entre elas Auto da Cobiça, Auto de Maria Mestra, Viva a Nau Catarineta, Lampião vai ao inferno buscar Maria Bonita, Coiteiros. Registramos um destaque especial para a peça Como nasce um cabra da peste, adaptação da obra homônima de Mário Souto Maior, a qual conquistou mais de 40 prêmios em festivais na Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e realizou vinte apresentações em Portugal e uma em Cabo Verde. Possui dez peças inéditas. Em História, o destaque é sua obra Cabedelo, em dois volumes, publicados em 2001 e 2002. Foi pesquisador, diretor de teatro e jornalista, além de ter pertencido a várias entidades culturais e ter recebido, por sua vitoriosa carreira, elogiosas críticas, prêmios e condecorações. Na política, exerceu o cargo de Secretário de Cultura do Município de Cabedelo, Paraíba. Ele viveu de 1952 a 21/02/2008 na Paraíba, além de professor e jornalista, foi dramaturgo e folclorista, deixou um acervo de várias centenas de artigos, peças teatrais e livros sobre teatro, folclore, ensaio literário e história. Como autor teatral, a sua produção é comparada com as importantes produções de Luiz Marinho e do grande paraibano Ariano Suassuna. Ele foi, essencialmente, um homem de teatro, sem deixar de ser um dos mais notáveis folcloristas com que o Brasil contou do século XX e inicio do século XXI. Pesquisador incansável, sempre deixou marcas superlativas em tudo o que fez. É dele – porque a obteve praticamente sozinho – a maior coleta do conto popular realizada no Brasil, assim como a das rondas infantis (feita com a parceria da esposa, dona Cleide Pimentel). Pesquisou e produziu obras fundamentais sobre o coco-de-roda, o boi-de-reis, a ciranda de adultos. Ultimava, com outros parceiros, a edição de um livro dedicado à coleta do romanceiro tradicional ibérico na Paraíba. Esta biografia inicialmente teve a colaboração do Membro da Academia de Letras do Brasil e Academia Paraibana de Poesia, Francisco de Paula Melo Aguiar. Para esta biografia faz-se necessário o discurso do eminente deputado federal pela Paraíba, no ano de 2008, em Brasília-DF, quando assim pronunciou sobre a morte de Altimar Pimentel. “Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna hoje para prestar homenagem póstuma àquele que foi meu grande amigo: Altimar de Alencar Pimentel, falecido ontem, 21 do corrente, em João Pessoa, Estado da Paraíba. Altimar de Alencar Pimentel nasceu a 30 de outubro de 1936, na cidade de Maceió, Capital de Alagoas. Filho do comerciante Altino de Alencar Pimentel e de Maria das Neves Batista Pimentel, Altimar, aos 9 anos de idade, em 1945, perdeu o pai, sendo ele o primeiro dos 6 irmãos órfãos. Sua mãe, paraibana, logo em seguida voltou para João Pessoa, onde, arrostando dificuldades, criou a sua prole. Altimar era casado com D. Cleide Rocha da Silva Pimentel, formada em Letras. Foi casado em primeiras núpcias com a Dra. Elenilde Figueiredo Pimentel, conceituada médica, de cuja união teve os seguintes filhos: Tatiana, economista; Altino, advogado; e Hilda, titulada em Letras e Informática. Iniciou seus estudos primários ainda na Capital alagoana, concluindo o ginasial e o clássico no Colégio Estadual da Paraíba. Pela Universidade Federal da Paraíba, em 1971, concluiu o Curso de Licenciatura em Letras/Vernáculo, e, pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília, bacharelou-se em Comunicação Social/Jornalismo, em 1976. Dedicado ao Teatro, Altimar fez curso de especialização em Direção Teatral na Federação das Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro e na Universidade Federal da Paraíba, em 1978. Ainda em 1975 ingressou no magistério do 2º Grau, tornando-se professor de Educação Artística no Colégio Estadual da Paraíba, em Cabedelo. Daí foi um passo para ingressar no magistério superior, lecionando as disciplinas Evolução do Teatro e Dança (1977) e Introdução às Técnicas de Comunicação (1979), na Universidade Federal da Paraíba. Foi Diretor do Teatro Santa Rosa, Diretor do Departamento de Extensão Cultural do Estado, Coordenador do Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular da UFPB e Diretor da Rádio Correio da Paraíba. Membro da Academia Paraibana de Letras, Altimar também participou de vários colegiados, entre eles o Conselho Estadual de Cultura, a Comissão Executiva do IV Centenário da Paraíba, o Conselho da Lei Viva a Cultura, na Paraíba, e foi Secretário do Conselho Consultivo de Alto Nível do Instituto Nacional do Livro, no Rio de Janeiro. No jornalismo também a sua atuação foi brilhante. Na qualidade de teatrólogo, foi autor de inúmeras peças, muitas delas consagradas nacionalmente. Presidente da Comissão Paraibana de Folclore, Altimar Pimentel teve 17 livros publicados sobre temas folclóricos. Dedicou-se também à história paraibana, com vários livros publicados, tendo o último deles — Cabedelo — alcançado grande receptividade nos meios culturais. Bastante premiado por seus trabalhos, era natural o seu ingresso como sócio efetivo no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, o que ocorreu no dia 22 de novembro de 2002, quando passou a ocupar a Cadeira nº1, de Augusto dos Anjos, sucedendo o historiador José Pedro Nicodemos e sendo saudado pelo consórcio Guilherme Gomes da Silveira d'Ávila Lins. Além de publicações em revistas e jornais, lançou dezenas de livros. No folclore, destacam-se O Coco Praieiro — Uma Dança de Umbigada, Editora Universitária, João Pessoa, 1ª ed., 1966, 2ª ed., 1968; O Diabo e Outras Entidades Míticas no Conto Popular, Coordenada Editora, Brasília, 1969; O Mundo Mágico de João Redondo, Serviço Nacional do Teatro, Rio de Janeiro, 1971; Saruã, Lendas de Árvores e Plantas do Brasil, Editora Cátedra, Rio de Janeiro, 1977; Sol e Chuva: Ritos e Tradições, Editora Thesaurus, Brasília,1981; O Mundo Mágico de João Redondo, 2ª edição revista e ampliada, Ministério da Cultura, Rio de Janeiro, 1988; Incantations, Thesaurus Publishing Co., Miami, Flórida, 1955; Contos Populares de Brasília, Editora Thesaurus, Brasília; Estórias de Luzia Teresa, vol. I, Editora Thesaurus, Brasília, 1995, e vol. II, Editora Thesaurus, Brasília, 2001; Barca, Bois de Reis e Coco de Roda, João Pessoa, FIC, 2005. No Teatro, entre as peças de sua autoria já encenadas na Paraíba e outros Estados, registramos 20, entre elas Auto da Cobiça, Auto de Maria Mestra, Viva a Nau Catarineta, Lampião Vai ao Inferno Buscar Maria Bonita, Coiteiros. Registramos, com destaque especial, a peça Como Nasce um Cabra da Peste, adaptação da obra homônima de Mário Souto Maior, que conquistou mais de 40 prêmios em festivais na Paraíba, em Pernambuco, noRio de Janeiro, em São Paulo, no Ceará, com 20 apresentações em Portugal e 1 em Cabo Verde. Altimar Pimentel foi assessor administrativo e assessor de divulgação de imprensa e relações públicas da Câmara dos Deputados. Na minha gestão como 1º Secretário da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, Altimar Pimentel trabalhou como assessor daquela Secretaria, à qual prestou relevantes serviços. Altimar foi um dos maiores pesquisadores do folclore nordestino. Com a sua morte, perde não só a Paraíba, mas também o Brasil, um grande folclorista e um ilustre homem de letras. Deixa junto a todos nós, seus amigos e seus familiares, uma grande lacuna, pela perda irreparável e definitiva. Aos familiares enlutados presto sentida homenagem, ao mesmo tempo apresentando-lhes a minha mais sincera expressão de dor e saudade. Requeiro, Sr. Presidente, que o meu pronunciamento seja consignado nos Anais da Casa e transmitido à viúva, Dra. Cleide Rocha da Silva Pimentel. Era o que tinha a dizer. Muito obrigado”.

MARIA DAS NEVES BATISTA PIMENTEL (ALTINO ALAGOANO)

Altino Alagoano foi o pseudônimo utilizado por Maria das Neves Batista Pimentel para publicar seus cordéis a partir de 1938. Ela nasceu em João Pessoa-PB, no ano de 1913. Poucos pesquisadores falarão dela e de sua importância. Se hoje há uma lista de mulheres escrevendo cordel, essas deveriam louvar a memória da desbravadora. Utilizando-se do nome do marido, publicou primeiramente O Violino do Diabo ou O Preço da Honestidade. Maria das Neves era filha de Franscisco das Chagas Batista, um dos pais do cordel brasileiro, acompanhou-o em sua escalada na instalação da Popular Editora em João Pessoa-PB, foi testemunha da construção do cordel no Nordeste. Publicou ainda O Amor Nunca Morre e O Corcunda de Notre Dame. Os três folhetos todos transposições de clássicos da literatura universal, o que coloca por terra a tese elitista de que quem fazia cordel era analfabeto ou semi-analfabeto. Ora, o processo histórico do cordel brasileiro seguiu os mesmos passos da literatura oficial: as mulheres foram sufocadas. Reconhece Maria da Neves: "Todos os folhetos que foram vendidos na Livraria do meu pai ou que foram impressos, tinham nome de homem, eram homens que faziam..."

ANNE FERREIRA

Anne Ferreira Costa tem 25 anos, é natural de Campina Grande, mas sempre residiu em Queimadas, onde mora, atualmente, na zona rural. É graduada no Curso de Letras/Espanhol pela Universidade Estadual da Paraíba (2015). Titular do Projeto Monitoria Virtual nesta Instituição, foi monitora da Disciplina de Língua Espanhola I (2013) e é membro do Grupo de Pesquisa Formação Docente em Línguas Estrangeiras (LE), cadastrado junto ao Diretório de Grupos do CNPq – UEPB (estudante). Toca violão, guitarra, teclado e violino. É artesã miniaturista autodidata desde novembro de 2013. Em 2014, pelo Clube de Autores, publicou o livro “Alzheimer é como ser mãe, não vem com manual: eu, minha mãe e o nascimento de Baby”, nas versões impressa e e-book. Sua última obra foi uma piscina sobreposta, em forma de piano de cauda, feita em tijolo, concreto e cerâmica, medindo 4m x 5m e 1m de altura. Obra esta, que a fez representar a Paraíba em nível nacional através da maior TV aberta do país. Recentemente fez exposição de suas miniaturas no Cine Teatro São José, durante o curso de verão em Campina Grande.

ANDRACI(1937)

Assis José de Andrade, filho de Manoel José de Andrade e de Josefa Gomes de Andrade. Nascido em Lagoa Nova (PB), em 17/06/1937. Trabalhou na agricultura. Tendo vocação para escrita, publicou seus primeiros trabalhos de literatura de cordel com os títulos: "A Convivência do Caçote com Dona Sapa" e "O Filho que Matou o Pai Ébrio ou Tentado por Satanás". Vendia seus exemplares em praças públicas e em feiras livres do nordeste. Fazia aglomerações de pessoas e cantava seus versos, naquele estilo de repentista, sem o acompanhamento da viola, com sua voz harmoniosa. Ele veio para São Paulo e sempre trabalhou por conta própria.

Em São Paulo publicou os seguintes trabalhos: "Os Sinais do Fim da Era com os Horrores no Mundo", "O Salário Está Tardando e o Pobre Passando Fome", "Severina e Seu Casamento", "Pelezão e Sua História", "A Morte de um Presidente" e "O Sofrimento dos Aidéticos". Já essa página eletrônica apresenta cinco trabalhos inéditos de Andraci: "Peleja entre Téo Azevedo e Andraci", "O Seqüestro de Uma Moça e o Desespero de um Pai", "O Espírito Fora do Corpo", "Pense Antes de Fazer" e "Presidente Lula em Literatura de Cordel". O poeta paraibano Assis José de Andrade, conhecido no mundo cordeliano como Andraci, é um desbravador. Nascido em 1937 em Alagoa Nova, município do brejo paraibano, Andraci radicou-se em São Paulo onde conseguiu certo prestígio com seus folhetos e com suas músicas. Um pouco cansado pela idade, nos encontramos no final de 2012 meio às comemorações do aniversário da Caravana do Cordel. Esquecido pela nova geração, e até desconhecido dela, Andraci é o autor de Os Sinais do Fim da Era Com os Horrores no Mundo. Texto inicialmente enviado pelo cordelista paraibano, Aderaldo Luciano. Essa página eletrônica é um esforço para reunir os poemas do escritor Assis José de Andrade, que assina seus trabalhos como Andraci. Poeta popular, Andraci retrata em suas rimas os fatos do cotidiano, as figuras importantes da política e da cultura nacionais e expressa os sentimentos populares e pessoais.Em versos simples, mas cheios de verdade, Andraci conta, de sua forma, a história e as transformações que ocorreram em nosso país nos últimos anos.Um artista do povo.

ORLANDO AIRES (1962)

Orlando Aires da Nóbrega, nasceu no dia 12 de agosto de 1962. Natural da Cidade de Patos na Paraíba. Filho de Jose Aires da Nóbrega e Maria de Lourdes Nóbrega. Já participou de prêmios literários, sendo classificado em alguns deles e tem algumas participações em antologias. É formado em Letras Português/ Inglês pela universidade Paulista – UNIP.

MANUEL DE AZEVEDO(1962)

Manoel Azevedo nasceu em 8 de dezembro de 1962. Nordestino potiguar, nasceu na cidade de Santana do Mato, estado do Rio Grande do Norte. Além de poeta, é músico e professor lecionando aulas de línguas portuguesa e inglesa. Apaixonado pela arte desde sua infância, ele admirava e se encantava pela narrativa dos versos de cordel, ouvida pelo rádio ou nas feiras livres, onde se deleitava contemplando as estórias contadas pelos cordelistas. De acordo com Lima (2014), Manoel de Azevedo saiu aos nove anos de idade de sua terra natal, rumo à capital do Rio Grande do Norte, onde fez seus estudos básicos e despontou para a música, poesia e para o magistério. Ao longo de sua trajetória no universo artístico e educacional, Manoel de Azevedo recebeu vários prêmios e homenagens por sua dedicação à cultura popular, além de sua contribuição também para a educação. Foi contemplado também no Festival de Música Potiguar Brasileira 2011, ficando em 3º lugar, com a música Aurora na Serra de Santana, que remete à sua cidade natal. Esse festival foi promovido pela FM Universitária Lima (2014) afirma que Manoel de Azevedo é um exemplo pouco comum de artista versátil. Segundo o autor, essa versatilidade está relacionada ao próprio itinerário existencial do poeta Manoel que percorreu na vida, como estações principais, Santana do Matos, Natal, e Londres. Esse trajeto reflete profundamente a sua produção poética, ressalta Lima (2014). Dentro de seu contexto literário, Manoel parece explorar suas obras em três estações, a saber: a primeira delas por influência de sua cidade natal, Santana do Matos, período em que o poeta remonta ao sertão, ressignificando suas lembranças. Posteriormente, ele penetra no universo do novo convívio, a cidade de Natal, no qual Lima (2014) intitula, um novo amor, uma nova musa, a cidade de Natal, retratando suas paisagens lírica, física, humana. E, a terceira estação, em que o poeta desabrocha-se em poemas de feição erudita, alguns escritos em inglês como Ode to Vivaldi e outros de alma inglesa, Liverpooliana, como Lennon in the sky with diamonds. Mergullhou no universo dos cordéis no ano de 2000, ano em que Manoel Azevedo fez o seu primeiro cordel intitulado: O Misto, no Projeto Chico Traíra. Entre as suas produções mais recentes está o cordel intitulado: A Tragédia do Nyenburg (Episódio dos Tempos Coloniais no Rio Grande do Norte), lançado pela Editora Luzeiro. Neste, o poeta descreve em linguagem de cordel uma tragédia marítima ocorrida com um navio holandês, em 1763. Manoel de Azevedo narra a desventura do NYENBURG.

MARCONI PEREIRA DE ARAÚJO (1963)

O cordelista Marconi Pereira de Araújo, nasceu no dia 06 de julho de 1963, na cidade de Campina Grande-PB, filho de Mário de Souza Araújo e Osminda Pereira de Araújo. Escreveu os seguintes cordéis: Musa do Serrotão, O Cangaço e Seu Significado, A Feira e Suas Mercadorias, Metas de Família, Juizados Especiais Federais, Cordel da Conciliação, o Perito e o Defensor Público, Paraíba Judiciária e outros.

BARTOLOMEU XAVIER DA COSTA (BARTÔ)

O cordelista Bartolomeu Xavier de Araújo, nasceu no dia 02 de dezembro de 1948, na cidade de Belém-PB, filho de Manoel Xavier da Costa e Maria Denise da Costa. Escreveu os seguintes cordéis: A História da Pedra do Pão de Açucar, Dr. Walderedo Ismael, um Pioneiro da Psicanálise, Rafael de Carvalho, o Multiartista Caiçarense, Tributo a Antônio Xavier, o Filho que Matou a Mãe, Bil Valentão e outros.

THIAGO ALVES

O cordelista Antônio Joaquim Alves, conhecido no meio poético como, THIAGO ALVES, nasceu no dia 01 de maio de 1960, na cidade de Itabaiana-PB, filho de Manoel Joaquim Alves e Maria da Soledade Alves. Escreveu os seguintes cordéis: O Hino Nacional, O Sermão da Montanha, A Anunciação de Jesus, o Nascimento de Jesus, O Mito da Caverna, a Morte de São Sobera e outros.

TIAGO MONTEIRO (1984)

Tiago Monteiro Pereira é natural de Pocinhos, município do Estado da Paraíba, nascido a 25 de janeiro de 1984, filho de Francisco José Pereira e Maria Djanete Monteiro Pereira. Na condição de cordelista tem os seguintes cordéis produzidos: O Velho no Cabaré, Minha Jumenta Filó, O Futuro a Deus Pertence, O Castigo pra Invejoso, dentre outros.

BOB MOTA (1949-2017)

Roberto Coutinho da Mota, era integrante da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte, da União Brasileira de Trovadores, do Instituto Histórico e Geográfico do RN e do grupo da Casa do Cordel. Bob Motta estava internado no Hospital Onofre Lopes se tratando de um câncer. O velório ocorrerá no cemitério Morada da Paz da rua São José, em Natal, a partir das 14 hs. Bob Mota nasceu no dia 09 de agosto de 1948 e morreu no dia 07 de julho de 2017. O corpo será cremado na manhã de sábado (08.07). No ano passado, o seu livro mais conhecido, “Preservando o Matutês”, ganhou uma terceira edição, com 7.124 verbetes. A obra reúne as expressões que estão na boca do povo nordestino. A primeira edição foi lançada em 2001 com 3.153 palavras já conhecidas pelo autor. Em 2004, para ajudar a aumentar o vocabulário matuto, Motta optou por realizar pesquisa de campo e bibliográfica, conseguindo publicar um total de 5.169 verbetes. Para isso, viajou pelos sertões de Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. Filho de João Francisco da Motta e de Dona Severina Coutinho da Motta, nascido no dia 09 de agosto de 1948, na cidade do Natal-RN; é casado com Dona Adele Mara Lima da Motta, pai de Alexandre, Fabiano e Ana Cláudia; e avô de Rafaela, Willian Richard, Maria Clara e Maria Fernanda. Pertence à Academia de Trovas do Rio Grande do Norte - ATRN, à União Brasileira de Trovadores-UBT e à Academia de Cordel do Vale do Paraíba. É autor de 13 (treze) livros, aproximadamente 220 títulos de Literatura de Cordel, dos quais tem apenas trinta por cento editados; além de 5 (cinco) CD’s gravados ...

CARLOS MOSSIM

O poeta Carlos Alberto Rodrigues, Carlos Mossim, de Itatuba, foi empossado na Academia de Cordel do Vale do Paraíba no dia 11 de julho de 2015, realizada na Academia Paraibana de Letras, em cerimônia que começou às 14 horas, com as presenças de cento e vinte poetas, convidados e “imortais” da APL, à frente seu Presidente Damião Ramos Cavalcanti. Carlos Alberto Rodrigues é professor e começou a ter contato com literatura de cordel através de sua mãe, incentivadora e amante dessa arte, e com seu irmão, o também poeta Pádua Gorrion. O poeta já escreveu diversos cordéis, entre eles A saga de Felisberto; A visita de João Monjolo ao cabaré; Cordel da inquisição; A vida do agricultor: Vamos cuidar do planeta: Vou beber todo tipo de aguardente pra poder sufocar minha paixão, entre outros. A plenária da Academia de Cordel do Vale do Paraíba ofereceu ainda oficina de xilogravura com o gravurista Josafá de Orós, palestras com o poeta Bob Motta, de Natal, e a pesquisadora Beth Baltar, além de recital com os poetas presentes.

RUI VIEIRA

Natural de Remígio, radicado em Campina Grande, Rui Vieira é formado em Jornalismo pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), funcionário do Banco do Brasil aposentado, escritor, pesquisador da literatura popular, é membro da ACI (Associação Campinense de Imprensa) e sócio da Casa do Poeta de Campina Grande. Sua principal atividade hoje é pesquisar a poesia popular, causos e muito humor. Em janeiro de 2015 passou a integrar a academia de cordel do Vale do Paraíba. O trabalho de Rui Vieira é considerado de muita valia para pesquisadores da poesia popular nordestina. Rui Carlos Gomes Viera nasceu em 15 de Setembro de 1947 na cidade de Remígio na Paraíba, filho de José Félix Vieira e Teresa Gomes Viera. Veio para Campina Grande com três anos de idade, Rui conta que seu pai tinha uma biblioteca admirável, o que possibilitou seu contato com a leitura, desde muito cedo. Algumas das obras do poeta Rui Vieira que marcaram sua carreira enquanto literário. O poeta Rui Vieira, lembra que começou a escrever poesia ainda na escola aos 13 anos de idade, “quando menino era apaixonado por uma garota na escola em que estudava, e fiz uma poesia para a garota e foi assim que tudo começou”. O escritor teve influência do poeta Jansen Filho e na prosa poética ele se inspirou em Humberto de Campos. Sua paixão pela cultura popular nordestina surgiu ao acompanhar as cantorias na cidade de cajazeiras. Ao relembrar o inicio de seu trabalho e suas inspirações, Rui define o ser poeta com uma citação de Plínio Salgado , “Os Poetas nascem feitos e os oradores os fazem ser poeta”. O poeta tem três livros publicados, o primeiro deles intitulado como “Grito” foi lançado em 1992 e reúne uma seleção de poemas que marcam a sua juventude. Seu segundo trabalho foi publicado em 2008, o “Baú de Putaria” é um livro de causos cômicos, dos poetas populares usando o vocabulário próprio ou impróprio dos versos de improviso. Em 2012 lançou o “Dicionário Temático Da Poesia Popular Do Nordeste”, O dicionário é resultado de cinco anos de pesquisa. Escultura que retrata Rui Vieira elaborada pelo renomado escultor Isaías Alves da Costa (Mestre Zaia) Além das obras de sua autoria, Rui participou de edições de livros regionais e nacionais como “A Paraíba 500 anos do Brasil” de 2000, e a coletânea “Inventário Lírico” de 2014. Além de edições de cordéis com temas políticos, esportivos e contra o trabalho infantil. Futuramente o poeta pretende lançar um livro com suas crônicas publicadas na coluna “Raízes e Histórias”, pelo já extinto Jornal Diário da Borborema. “Presepadas para Gente Grande” é seu mais novo livro que será lançado entre o final de junho e o começo de julho de 2015, a obra é uma coletânea de poesias em cordel e presepadas como já define o sugestivo título do livro. Rui Vieira destaca a importância do poeta e cordelista Manoel Monteiro e do Bibliófilo, Historiador e Professor Átila de Almeida, e os define como divulgadores da cultura popular em Campina Grande e na Paraíba. Manoel através dos seus cordéis e Átila por sua pesquisa e coleção de títulos e obras de caráter raro. A falta de incentivo e divulgação da cultura popular na infância é uma crítica de Rui Vieira. “Falta mais divulgação e apoio para a cultura popular, falta poesia nas escolas e nas Universidades”, lamenta o poeta. Ele ainda defende a existência de uma disciplina escolar dedicada a cultura popular para que nossas raízes poéticas e culturais não sejam esquecidas.

MAURÍCIO LUIZ LIMA DA SILVA(1979)

Pseudônimo de Antônio Alves da Silva, que nasceu no dia 30 de agosto de 1979, nascido em Itatuba-PB, filho de Maria Lúcia Rosa de Lima, tem como títulos os seguintes cordéis: O Burro que Morreu em Frente a Igreja, A Vingança, História de Maurício Lima. É músico, compositor, Grupo de Pagode, com o título de Solteirões do Pagode.

JOSAFÁ DE ORÓS (1965)

Josafá Paulino de Lima, pseudônimo de Josafá de Orós, que é um dos municípios do Estado do Ceará. Nasceu no dia 21 de abril de 1965, em Orós-CE, filho de José Paulino de Lima e Francisca Xavier de Lima. Os seus cordéis tem enquanto título os seguintes nomes: História da Feira de Campina Grande, Paraíba Grandes Nomes Vol I, II, A Pedrinha Preciosa e outros.

JOÃO THEOTÔNIO DE CARVALHO (1928)

Popularmente conhecido como Théo, o cordelista paraibano nasceu em Rio Tinto, no dia 22 de janeiro de 1928. Filho de Ildefonso Theotônio de Carvalho. Tem como cordéis os seguintes títulos: A Importância do Livro, 62 Anos de Emancipação de Belém. Na realidade o cordelista gostaria de desenvolver esta base da poesia nas escolas com os jovens e com as crianças, tem projeto de incentivo à leitura “Abra o Livro e Leia”.

EL GORRIÓN (1968)

Antônio de Pádua Gomes da Silva, é poeta, cordelista e produtor e divulgador da literatura de cordel, produzindo suas próprias obras por intermédio de sua editora e gráfica. O cordelista nasceu no dia 20 de janeiro de 1968, na cidade de Itatuba-PB, filho de José Antõnio da Silva e Terezinha de Jesus. O poeta sente a necessidade do cordel ter uma maior divulgação com mais incentivo do poder público aos poetas populares.

FRANCISCO XAVIER MONTEIRO DA FRANCA (1773-1851)

Nasceu na capital da Paraíba, a 15 de junho de 1773, c faleceu a 16 de junho de 1851. Era filho do Capitão José Vicente Monteiro da Franca e D. Francisca Xavier da Conceição Teixeira. Seu genro e particular amigo, o Major Manuel Caetano Veloso. Paraíba, J. R. da Costa, 1854, in 4.°, de XIV págs., 1 fl. 82 págs. e 1 fl. O volume contém a biografia do autor, pelo genro, seis odes, uma epístola, uma elegia, quarenta e sete sonetos e outras poesias diversas. Algumas ficaram fora da coleção, por não as haver encontrado o Major Veloso. N.° 15.584 do Catálogo da Exposição e n.° 1.684 da Bib. Brasileira. Não foi encontrado no Estado de São Paulo a obra póstuma de Monteiro da Franca e o seu pesquisador se encontrou impossibilitado de aquilatar o seu valor. Da parte biográfica sabe-se que os seus pais o destinavam à vida eclesiástica, a cujos estudos se devotou, chegando a receber as primeiras ordens. Arrependeu-se, no entanto, e estudou advocacia. Encontra-se o seu nome registrado nas páginas da história da revolução de 1817, a que aderiu, na qualidade de um dos cinco membros do governo provisório. Por esse motivo foi preso e condenado à pena de morte. Comutaram-lhe a pena e depois lhe deram anistia, em 1821, quando foi posto em liberdade. Representou a sua província junto às cortes portuguesas, em 1822,, e foi membro da assembléia brasileira, em sua primeira legislatura. Também foi conselheiro do governo. Ocupou os cargos de inspetor do açúcar e do algodão, em 1837, e de presidente da Paraíba, em 1840. Era capitão-mor de milícias e oficial da ordem da Rosa. Mas só a circunstância de haver sido poeta lhe dá entrada nesta obra.

AMÉRICO FALCÃO (1880-1942)

AMÉRICO Augusto de Sousa FALCÃO — Fez os estudos primários e secundários em João Pessoa, formando-se, em 1908, pela Faculdade de Direito do Recife. Redator de A União e diretor da Biblioteca Pública do Estado da Paraíba. Sócio do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. “Poeta magnífico,” afirma Edgard Rezende (Os Mais…, pág. 179) — “produziu composições impregnadas de lirismo suave e encantador.” Era-lhe, porém, a trova um dos gêneros prediletos, e Luiz Pinto (Ant. da Paraíba, pág. 23) afirma ter sido ele, A. Falcão, “um repentista temido e de incomparável fecundidade”, a manejar com inteligência a sátira, sua insuperável arma de combate. (Praia de Lucena, Município de Santa Rita, Paraíba, 11 de Fevereiro de 1880 — João Pessoa, Paraíba, 9 de Abril de 1942.) BIBLIOGRAFIA: Auras Paraibanas; Visões de Outrora; Soluços de Realejo; etc. AMÉRICO Augusto de Souza FALCÃO: Poeta, jornalista advogado pela Faculdade de Direito do Recife, diretor da Biblioteca do Estado da Paraíba e sócio do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Considerado por Guimarães Barreto o maior trovador da Paraíba, aliando, “à altiloquência das imagens, uma simplicidade comovente em seu despretensioso versejar”. BIBLIOGRAFIA: Náufragos, A Rosa de Alençon, Paraíba, Soluços de Realejo, etc. (Praia de Lucena, Município de Santa Rita, Pb, 11 de Fevereiro de 1880 — João Pessoa, Pb, 9 de Abril de 1942). Américo Augusto de Souza Falcão, nasceu na Praia de Lucena - PB, a 11 de fevereiro de 1880. Descendia de Mariano de Souza Falcão e Deolinda Zeferina de Carvalho Falcão. Nas suas peregrinações à terra de José de Alencar, faz publicar o seu primeiro livro - Auras Paraibanas, prefaciado por Álvaro Martins e Fernando Heyne. Regressando à gleba, ingressou, mais tarde, na Faculdade de Direito do Recife, onde se bacharelou. De volta a Paraíba, exerceu indiscutível influência nos nossos meios intelectuais. Ainda, publicou: ‘Rosas de Alençon’ e ‘Soluços de Rea­lejos’. Colaborou em vários jornais e revistas que se editavam nessa capital, inclusive na Era Nova. Foi Diretor da Biblioteca Pública do Estado, onde conseguiu com o brilho de sua 4tteligência uma fase áurea à nossa casa de consulta. Poeta por vocação e índole, faleceu em João Pessoa a 19 de abril de 1942. Que todos os poetas do mundo se abracem num elo unitico, formando uma roda sem barreiras de climas contrários, sem distân­cias opostas, porque a poesia não desintegra, mas une, anima a força do espírito, e todos assim confraternizados, se considerem irmãos.

ASCENDINO LEITE (1915-2010)

Paraibano, natural do município de Conceição do Piancó, Ascendino Leite nasceu em 23 de junho de 1915, em meio a uma seca arrasadora. Escritor nato, ele se destacou como crítico, romancista, jornalista, poeta e memorista. Dedicou-se ao jornalismo até 1961 não apenas escrevendo, mas também gerindo: ele dirigiu jornais na Paraíba, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Entretanto, a literatura não foi passageira na sua vida. Desde cedo ele começou a produzir seus primeiros trabalhos, para não mais parar. Como romancista, sua obra inicial foi o “A viúva branca”. Depois dela, veio uma série de outros títulos, que ascenderam o nome de Ascendino Leitte entre os melhores autores nacionais. Suas obras são várias e bem acolhidas pela crítica, passando por poesias e diários. Ganham destaque, em ordem cronológica, os trabalhos: O Salto Mortal; A Prisão; As Coisas Feitas; O Brasileiro; Durações; Sonho de uma noite de verão; Poesia reunida; e Poemas do fim comum. Ascendino, também fez história com a publicação de seu Jornal Literário, projeto de grande importância, que rendeu ao autor prêmios como o Pen Clube do Brasil e o de Joaquim Nabuco. O paraibano faleceu em 13 de junho de 2010, vítima de insuficiência respiratória. Ainda em vida, entretanto, ele teve a satisfação de ser conhecido e respeitado como um dos grandes nomes da literatura brasileira. Ascendino Leite nasceu em Conceição do Piancó (PB), em 1915, o ano da terrível seca que inspirou o famoso romance de Rachel de Queiroz. A infância modesta e a paisagem flagelada do Nordeste marcaram profundamente sua alma. Crítico, jornalista, romancista, memorista e poeta.Dirigiu e chefiou a redação de vários jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Em João Pessoa, passou pelo jornal O Norte, Correio da Paraíba e foi diretor do jornal A União. Entre os jornais de mais destaques estão: Diário de Notícias (1930), Diário Carioca (1928), Jornal do Brasil (1891), A Manhã (1925), e depois como dirigente da sucursal do grupo Folhas (1921), com três edições diárias (Folha da Manhã, Folha da Tarde e Folha da Noite), em 1942.O escritor casou-se com Maria Rosa Franca em 1936, com quem teve cinco filhos (Alice, Isolda, Maria das Neves, Lúcio e Vera Lúcia). Iniciou sua carreira como funcionário público e passou a atuar como jornalista em 1931, quando morava em Cajazeiras. Ele exerceu funções públicas no Estado da Paraíba até 1943.Estreou com o romance A Viúva Branca, em 1952. Em seguida, inicia a publicação de seu Jornal Literário. Como serventuário da Justiça, trabalhou no tribunal do Rio de Janeiro.Foi o idealizador da revista semestral de poesia “Augusta”, lançada no ano 2000, cujo título homenageia a memória do poeta Augusto dos Anjos. Integrante da Academia Paraibana de Letras desde 2002, sócio fundador da Associação Paraibana de Imprensa, API e um dos maiores romancistas do país.Em 2007, Ascendino lançou “Na Ciência dos Fatos” – Jornal Literário. O livro traz, entre outros temas, uma coletânea de crônicas, poemas e depoimentos sobre o cotidiano.Ascendino foi um homem de muitos talentos e que conseguiu destaque no cenário nacional graças a sua competência, inteligência e ousadia. Recebeu prêmios como o de Joaquim Nabuco, do Pen Clube do Brasil, pelo seu Jornal Literário. Foi condecorado pela Marinha brasileira e de Portugal. Seu Jornal foi de grande importância como apreciações de fatos e pessoas. Seu trabalho foi bem acolhido por parte da crítica, que o colocou entre os melhores autores nacionais. Assim, onde houver uma sombra que agasalhe a boa literatura, a poesia, a arte de escrever, o ofício do jornalismo, a prática da crítica literária, a análise e interpretação do fato político, ele está lá. Presente com a sua escrita.Em sua longa existência, conviveu e privou da amizade e do respeito das maiores estrelas da literatura brasileira do século XX. Faleceu em 13 de junho de 2010 em plena atividade.

IRINEU JÓFFILY (1843-1902)

Naturalidade: Pocinhos-PB - Nascimento: 15 de dezembro de 1843 / Falecimento: 08 de fevereiro de 1902 - Atividades – Exercício profissional: Foi jornalista, redator, advogado, político, geógrafo, juiz e promotor de justiça. Patrono da cadeira número 2 do IHGP (Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba) que tem como fundador Celso Mariz e Diana Soares de Galiza como atual ocupante. Irineu Ceciliano Pereira Jóffily, conhecido por Irineu Jóffily, nasceu na Fazenda Lajedo, no município de Pocinhos. Filho do segundo matrimônio do tenente-coronel José Luis Pereira da Costa com dona Isabel Americana. Iniciou seus estudos na Cidade de Cajazeiras onde, na sua linha ascendente paterna havia Bárbara Maria da Pobreza – proprietária de terras no Sítio Gravatazinho em Esperança e metade do Sítio Oriá (Areial), nas testadas do olho d’água do Brabo -, de onde surge Manoel do Brabo – vaqueiro de confiança de Zé Luiz e responsável por levar o pequeno Irineu à escola do Padre Rolim, em Cajazeiras. Esta viagem fez brotar no garoto o seu amor pela geografia paraibana, onde de acordo com a seguinte nota: “A afirmar essa sua vocação exótica ou inesperada pela geografia está aquela sua primeira viagem, que, por oito dias, fez, a cavalo de Esperança a Cajazeiras, quando, ainda menino de 12 anos, ou seja, em 1885, foi, sob a guarda de Manuel do Brabo, internar-se no colégio do Padre Rolim” (PB-Letras: 2003). Irineu seguiu para Recife para concluir o secundário e o bacharel em ciências políticas e sociais, nesse período da faculdade fundou o jornal “O acadêmico parahybano”, tinha como intuito publicar pequenas biografias dos seus conterrâneos e reivindicava os benefícios que a Paraíba precisava; exemplo a demarcação dos limites entre Pernambuco e Paraíba, uma associação comercial e a navegação do rio Mamanguape. O Estado da Paraíba deve o seu contorno geográfico atual graças aos trabalhos deste incansável pesquisador.Já formado, voltou para a Paraíba, casa-se em Alagoa Nova com Rachel Olegária, filha do Capitão João Martins Torres, criador de gado e proprietário das terras no Sítio Riacho Amarelo, em Esperança. Segundo os mais antigos vinha sempre a Esperança visitar o seu cunhado Bento Olímpio Torres, que residia no casarão construído no final da rua Banabuyé (atual Silvino Olavo). Na política, foi nomeado Promotor público de São João do Cariri e Juiz de direito de Campina Grande. Aperfeiçoou-se nas Ciências Jurídicas, na História, Geografia e Paleontologia e tornou-se um grande historiador. Enveredando na política partidária elegeu-se vereador em Campina Grande e em 1868 foi eleito deputado provincial em várias legislaturas. Em 1888, fundou o jornal A Gazeta do Sertão, em Campina Grande. Era sócio correspondente do Instituto Histórico e Arqueológico Pernambucano e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Escreveu: “Notas sobre a Parayba” e “Sinopsis das Sesmarias”, publicados em 1892 e 1894. Já em 1889 foi eleito deputado geral, mas por causa do advento da republica não assumiu a cadeira voltando à Paraíba e em sociedade com Francisco Soares Retumba instalou uma tipografia em Campina Grande, nela circulava as primeiras edições do “A Gazeta do Sertão”. Irineu Jóffily faleceu em sua residência, na Praça Municipal, atualmente Av. Marechal Floriano Peixoto em Campina Grande, no dia 7 de fevereiro de 1902.

ANAYDE BEIRIZ (1905-1930)

Naturalidade: João Pessoa – PB - Nascimento:18 de fevereiro de 1905 / Falecimento: 22 de outubro de 1930. Atividades artísticas- culturais: Poetisa e professora. Anayde Beiriz chocou a sociedade da Paraíba dos anos de 1920, com o seu vanguardismo; usava pintura no rosto, cabelo curto, saía às ruas sozinha, fumava, não queria casar nem ter filhos, escrevia versos que causavam impacto na intelectualidade paraibana e escrevia para os jornais. Anayde se destacou muito durante seus estudos, formando-se na escola normal em maio de 1922, com dezessete anos de idade. A partir de então passou a lecionar, a pescadores da vila de Cabedelo. Jovem e muito linda, Anayde foi vencedora de um concurso de beleza promovido por um jornal local em 1925. Uma coisa que muito chamava a atenção nela era a cor negra dos seus olhos, que lhe renderam o apelido de “Pantera dos olhos dormentes”. Para a mente conservadora da sociedade brasileira da época, principalmente na Paraíba, Anayde não era bem vista por conta de suas ideias progressistas que apoiava. Como poetisa participava de movimentos intelectuais e estava sempre atenta aos acontecimentos artísticos, além de frequentar saraus literários. Anayde defendia a participação das mulheres na política, em um tempo que as mulheres não podiam nem votar. A poetisa mantinha um caso secreto com João Dantas, político que era ligado ao Partido Republicano Paulista (PRP), que era o partido de oposição ao de João Pessoa do Partido Liberal (PL). Quando começou a Guerra de Princesa, Dantas acabou se mudando para o Recife e mantendo o relacionamento com Anayde, a distância, por cartas. Temendo uma revolta armada por parte de João Dantas, João Pessoa ordenou a polícia que revistasse vários locais, incluindo o escritório de João Dantas. Não acharam armas, porém quando arrombaram um cofre que lá havia, encontraram cartas de amor de Anayde para João Dantas. No dia seguinte os jornais já expunham o descobrimento dessas cartas visando atingir a honra de Dantas. Em decorrência disso, Dantas com a honra manchada, soube que João Pessoa estava na Confeitaria Glória, em Recife e foi até o local, onde matou João Pessoa. Criticada publicamente por razões morais e políticas, Anayde sentiu-se acuada após o assassinato de João Pessoa, que causou comoção popular. Desse modo, abandonou a sua residência na Paraíba e foi morar em um abrigo no Recife, onde passou a visitar João Dantas, detido em flagrante e recolhido à Casa de Detenção naquela cidade. Dantas acabou sendo degolado e pouco depois, Anayde se suicidou e foi enterrada como indigente no cemitério de Santo Amaro. Sua imagem só se tronou emblemática quando foi eleita como uma das personagens míticas da história do Brasil, pelo movimento feminista.

YOLANDA QUEIROGA DE ASSIS

Paraibana, natural de Pombal - sertão da Paraíba, membra associada da Academia Paraibana de Poesia, é uma das mais prolíficas autoras em atuação no cenário literário do deste estado. Seus livros, em grande maioria, saíram publicados pela editora Ideia (João Pessoa/PB) e somam o número de 18 obras. São elas: Psicose(1987), Árvore Cortada(1988), Espectros(1990), Estepe(1991), Fantasmas Dispersos(1989), Fiapos de minhavida (s/d), Encruzilhada de Emoções (1993), Feixe Desfeito (1995), Soprar dos Ventos(1996), Sombras(1998), Palco do Meu Eu(1998), Disfarces do Destino(1998), Flor sem Haste (1999), Eu em Mim (2001), Sonhos do Destino (s/d), Visões (s/d), Recortes da Alma(2006), Ventania e Momentos(s/d).Na carreira como poetisa, recebeu inúmeros prêmios literários e condecorações que dignificaram seu estado de produtora de conteúdo literário. Dentre os organismos que promoveram tais hon

rarias estão o Clube Literário de Brasília e a própria Academia Paraibana de Poesia, da qual faz parte. No campo da arte, além o trabalho com a literatura, a poetisa é desenhista e pintora. A propósito disso, algumas capas de seus livros recebem ilustraçãocomposta pelas suas próprias mãos.Observando as associações ao qual a autora faz parte, além da já citada academia de poesia, encontramos também filiação da poetisa à União Brasileira de Escritores - UBE e à Associação Paraibana de Imprensa.

TEREZINHA FERREIRA DA SILVA

Terezinha, mais conhecida por amigos e companheiros de luta por Dona Terezinha – é chamada por alguns até de mãe, pois sempre se põe a cuidar do outro e esse é um dos seus atributos, que aparece desde o começo de sua história, quando criança, que no decorrer do texto ficará mais claro. Desde infância ela se considera negra e ama os cachos dos seus cabelos, mas durante a vida a menina/mulher se deparou com olhares preconceituosos. Foi excluída por ser no mato, negra, mulher e pobre. Sobre sua infância, Terezinha teve que cuidar dos seus sete irmãos, ela era a mais velha dos filhos de José Luiz da Silva e Alexandrina Ferreira da Silva. “O que eu mais gostava era de brincar, mas tinha que cuidar dos meus irmãos, fazia isso com muito afeto”, relembrou Terezinha. Foi sua mãe que mostrou as primeiras letras, ensinando a ler e escrever, pois naquela época a educação não era tão acessível. Foi nesse momento que Terezinha conheceu a literatura de cordel, poesias, versos de músicas e peças de teatro. “Éramos filhos de pais pobres, negros e sertanejos, e morávamos em uma casa de taipa, ao lado de um pé de juazeiro (comi muito juás), mas lembro que a casa era bastante limpa e organizada. Amava muito estar ali com minha família”, relembra Terezinha.Foi em sua própria casa que ela nasceu, no sítio Figueira, no município de Santana de Mangueira, no alto sertão da Paraíba. Durante o dia o calor era muito forte, aquele sol do sertão reinava no seu cotidiano, mas às vezes as noites eram frias. Todos os dias, à noite, Terezinha e sua mãe rezavam o terço e no sábado o oficio de Nossa Senhora. Quando tinha um tempo livre, a menina de cabelos cacheados gostava muito de brincar com as cinco pedrinhas, de boneca de milho, de “casinha” e boneca de pano “Eu brincava tanto nos tempos livres que nunca arrumava tempo para pentear os cabelos e só gostava de andar descalço”. Ela diz rindo, antes de mexer os cabelos, que ainda, mesmo depois de tantos anos, não estava penteado. Na sua região a fome era grande, a falta de educação também e por causa da falta dos estudos que Terezinha saiu do aconchego dos pais e da companhia dos seus irmãos, a força por estudar era mais forte que tudo. Mas ela ainda tinha que usar essa força para convencer os pais a deixá-la seguir seus próprios passos. Ela foi convincente e logo eles deixaram. Ela achava que seu maior problema era à distância dos pais, mas chegando à cidade grande (Serra Talhada), em 1970, aquela, agora jovem, se deparou com o desprezo das pessoas: “Eu era tímida, medrosa, matuta, magra, negra, cabelo de ‘fuá’, dentuça e me sentia diferente”. Mas ela não perdia o foco, começou a estudar e aos poucos foi se familiarizando com o novo formato de estudos, pois antes era a sua mãe e agora se deparava com uma professora que nunca viu, ao lado de várias pessoas que não se relacionava bem. Ela fazia a quarta série com 15 anos de idade. Sua diretora viu o potencial dela e logo adiantou seus estudos, chegando a terminar o Ensino Fundamental em um ano. Ainda na cidade grande, Terezinha começou o curso de Letras e trabalhava em uma escola da cidade, ela precisa ganhar dinheiro para se manter e também ter experiência. Terminando o curso e precisando trabalhar, ela teve que sair de Serra Talhada para morar na cidade de Conceição e lá começou a dá aula, por cinco anos, na Escola Maestro José Siqueira. Nesta escola, a professora negra sofreu alguns preconceitos por sua cor. Alguns pais não queriam que seus filhos estudassem com ela, mas com um tempo, com muita luta, a aceitação foi acontecendo. A violência estava forte naquela época em Conceição, deixando a professora com medo e levando a se mudar para João Pessoa. Cheia de esperança em sua nova morada, Terezinha fez as malas com sua família – sua filha Michelle, seu filho Michael e seu marido Manoel Rabelo, e veio morar na capital. Chegando a João Pessoa, a filha de José Luiz logo se envolveu com o trabalha na Igreja e começou a desenvolver atividades com os necessitados jovens daquela região: “Fui convidada para ir ao grupo carismático e lá vi o aviso que na quarta-feira iria ter uma visita a favela do bairro dos Funcionários III”. Foi nesse momento que a professora conheceu a, hoje conhecida, Comunidade Maria de Nazaré. Lá ela se deparou com toda a pobreza, fome, falta de infra-estrutura, saúde, educação e outros problemas sociais. “Não poderia apenas rezar naquela favela, eu tinha que ajudar de alguma forma a mudar aquela realidade” afirmou com muita força em sua sala. – Conheci a comunidade em 1990. Além de ser professora, Terezinha sonhava em ser psicóloga, mas por falta de condições naquela época, ela não conseguiu pagar a faculdade. A ex-estudante de Psicologia queria muito ajudar, através do estuda da mente, aquelas pessoas que já sofriam em várias áreas de suas vidas. Diante de tantos problemas naquela comunidade, logo ela se envolveu e comprou a luta para ajudar aquelas pessoas. Deixando sua casa e indo morar dentro da comunidade, Terezinha logo criou um grupo escolar para levar as crianças e adolescentes a conhecer os estudos, pois boa parte nunca tinha frequentado uma escola. Mas o grande sonho da atual líder comunitária era urbanizar a comunidade, pois seus becos eram cheios de esgotos e as casas eram quase todas de taipa. “Juntei todos os membros da associação comunitária e pensamos em enviar uma carta e um projeto para o governo federal, para trazer a tão sonhada urbanização para nossa região”. Muitos diziam que ela era louca, mas ela nunca se quer pensou em desistir. Muitos anos se passaram e Dona Terezinha ainda esperava com esperança por uma resposta. A resposta veio. Em uma tarde de segunda-feira, em sua casa tomando café, Terezinha estava sentada na sala olhando para suas fotos, que estava em cima de alguns móveis. Ela ouviu que o funcionário do Correio tinha deixado algo em sua casa, ela ansiosa foi verificar. Foi neste momento que ela leu o que queria ver a tantos anos, o Governo respondeu e seu projeto tinha sido aprovado. “A comunidade vai ser urbanizada” gritava muito na janela de sua casa. “Hoje espero ansiosa para o termino de tudo lá, mas já conseguimos idealizar tudo pronto – as ruas mais abertas, sem esgoto a céu aberto, com escola, praça, casas melhores e posto de saúde”. Terezinha Ferreira da Silva, mas conhecida como guerreira, realizou um dos maiores sonhos relacionado à luta comunitária. Hoje, aposentada, ao lado de seu marido, Terezinha já pensa em fazer alguns cursos para não parar e sonha em continuar na luta, ajudando os moradores daquela comunidade que ela aprendeu a amar. “Às vezes penso em voltar para o Sertão, mas vejo que minha missão aqui não acabou – quem sabe quando eu passar dos setenta” afirmou com o sorriso no rosto e um olhar cheio de esperança. Atualmente Terezinha já passou dos 60 anos e comemora os seus 30 anos de luta comunitária. “Nunca vou parar de sonhar e só Deus sabe onde vou parar”, declarou.

PADRE IBIAPINA(1806-1883)

O seu nome verdadeiro era José Antônio Maria. Ele nasceu no Ceará no dia 05 de agosto de 1806, e o sobrenome Ibiapina veio em homenagem à vila em que morou. Ali, José Antônio Maria exerceu primeiramente as funções de juiz de Direito e chefe de polícia. Ao fazer a opção pela vida religiosa e se tornar padre, tempos depois, o seu apostolado se destacaria pelo incentivo à educação. Neste sentido, ele avivava algumas crenças nos sertanejos, na tentativa de afastá-los do bacamarte e da superstição. O Padre Ibiapina realizou muitas peregrinações, construiu mais de vinte edificações - denominadas “casas da caridade” - recolheu e educou milhares de órfãs carentes do sertão para atuar na esfera privada, batizou e casou um elevado contingente de pessoas nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, enfim, lutou muito por seu ideal cristão no Nordeste. O religioso faleceu no dia 19 de janeiro de 1883, na Casa de Caridade Santa Fé, no Estado da Paraíba.

DOM VITAL(1844- 1878

O seu nome completo era Vital Maria Gonçalves de Oliveira. Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira Júnior. Capuchinho – Bispo de Olinda. Ele nasceu no dia 27 de novembro de 1844, em um engenho de açúcar, em Pernambuco e morreu em Paris-França, no dia 04 de julho de 1878). O futuro religioso estudou primeiro no Seminário de Olinda e, depois, viajou para Paris, onde freqüentou o Seminário de Saint Sulpice. Foi lá que ele decidiu se tornar um capuchinho, um religioso pertencente à ordem franciscana. O padre capuchinho foi preso e perseguido, tendo lutado contra a maçonaria. Ele entraria para o Convento Franciscano de Perpignan e, em seguida, para o Seminário de Toulouse, onde ocorreu a sua ordenação, no dia 02 de agosto de 1868. No final desse mesmo ano, Dom Vital voltaria ao Brasil, seguindo para o Convento dos Franciscanos, em São Paulo, local onde iria lecionar. Em março de 1872, por indicação do Governo do Império do Brasil, Dom Vital foi consagrado bispo. No entanto, o Papa Pio IX tardou em aceitá-lo, porque ele tinha apenas 28 anos de idade. Frente à hesitação de Roma, Dom Vital escreveu uma carta ao Papa, solicitando a dispensa do cargo e confirmando o desejo de se manter, somente, como um simples religioso que era. Percebendo todo o desprendimento do capuchinho, o Papa decidiu logo nomeá-lo, o que ocorreu no dia 24 de maio de 1872, data em que Dom Vital se tornou bispo de Olinda e Recife. O local em que o Dom Frei Vital nasceu na época pertencia ao Estado de Pernambuco, atualmente é de solo paraibano, município de Pedra de Fogo.

FREI DAMIÃO (1898-1997)

Filho de camponeses humildes e devotos, Pio Giannotti nasceu em Bozzano, um vilarejo da cidade de Massarosa, na Itália, no dia 05 de novembro de 1898. Demonstrando inclinação para o sacerdócio, ele iniciou, aos 12 anos de idade, os estudos religiosos na Escola Seráfica de Camigliano. Anos depois, ingressou na Ordem dos Capuchinhos, no Convento de Vila Basílica e, ao receber o hábito, escolheu para si o nome de Damião. Em 1917, Frei Damião foi convocado pela Força Militar do Exército para servir na frente de batalha da Primeira Guerra Mundial, juntamente com os demais padres capuchinhos. E, após o fim da guerra, permaneceria por mais três anos acampado na região de Zarra, na fronteira da Itália. A vivência da carnificina produzida pela Grande Guerra lhe deixaria profundas e amargas recordações para o resto da vida. No ano de 1931, Frei Damião foi intimado por seus superiores a fazer uma escolha: permanecer na Itália e ser um professor, ou viajar para o Brasil e se tornar um missionário. Ele seguiu a voz do seu coração, decidindo-se pela missão de evangelizar e, dias depois, embarcou para o Recife. Aqui chegando, ele adotaria definitivamente o nome Frei Damião, com o designativo Bozzano, relativo à sua terra natal. Frei Damião fazia batismos e casamentos coletivos, dava sermões e ouvia confissões. Saindo em procissão pelas ruas e estradas, em busca das comunidades mais distantes e carentes, ele iniciava sua peregrinação às quatro horas da madrugada, acordando a todos com cânticos, orações e o badalar de um sino. Devido às constantes pregações pelo interior do país, ficou sendo chamado de o andarilho de Deus. Foi o costume de ouvir os fiéis que lhe deu um grande prestígio pessoal. Através de sua dedicação ao próximo, então, ele conquistaria a admiração da população católica. Em suas missões e romarias, Frei Damião reunia milhares de fiéis e romeiros, os quais caminhavam longos trajetos a pé, ou viajavam em cima de caminhões, com o intuito de assistir aos seus atos religiosos. Ele foi, ainda, o único pregador que visitou o Nordeste em uma missão franciscana. Por todo esse trabalho, o Frei receberia várias medalhas e condecorações e, inclusive, o título de cidadão honorário em 27 cidades brasileiras. Na literatura de cordel, Frei Damião representou uma fonte de inspiração para trovadores e cordelistas que, sobre ele, escreveriam centenas de folhetos narrando a sua vida missionária, os seus milagres e o seu imenso prestígio popular. No entanto, a falta de cuidados pessoais, durante a intensa vida missionária, repercutiu negativamente na saúde do missionário: ele adquirira uma deformação progressiva, causada por problemas de cifose (corcunda) e escoliose, o que lhe causaria dificuldades para falar e respirar. Por outro lado, desde jovem, ele sofria de erisipela e de uma certa insuficiência cardiovascular periférica, problemas que só se agravariam com as suas longas peregrinações. Apesar de todos os problemas de saúde, Frei Damião de Bozzano foi bastante longevo: ele faleceu no dia 31 de maio de 1997, no Hospital Real Português, no Recife, aos 98 anos de idade.

PADRE CÍCERO(1844-1934)

Sem sombra de dúvida, no Nordeste do Brasil, o mais famoso e popular, dentre os santos católicos não-canônicos, continua sendo o Padre Cícero Romão Batista. Ele nasceu no Crato, Estado do Ceará, no dia 24 de março de 1844, e ordenou-se capelão em 1870, quando Juazeiro do Norte ainda era chamado pelo nome de Tabuleiro Grande e, em seu povoado, existiam somente 32 casebres de taipa e palha, além de uma igrejinha sob a invocação de Nossa Senhora das Dores. Padre Cícero não se dedicou apenas ao culto: ensinou a lavrar a terra, tratou as doenças das pessoas, cuidou da bicheira do gado, ensinou os cearenses a trabalhar com diversos materiais, a exemplo do couro, da palha, do barro e da fibra. Um certo dia, a beata Maria de Araújo fez sangrar a hóstia que Padre Cícero lhe colocou na boca. A partir desse episódio, o fato milagroso foi espalhado, não mais cessando as romarias para Juazeiro do Norte, com o objetivo de verem de perto a eleita do Senhor. Com a chegada de tantas pessoas, a cidade cresceu muito. Junto às ocupações masculinas surgiram oficinas de sapateiro, funileiro, seleiro, ferreiro; e, junto às femininas, surgiram rendeiras, fiandeiras, chapeleiras, oleiras. Uma Comissão de Inquérito foi formada, então, para apurar os fatos. Mas, quando chamaram a beata Maria e lhe ministraram uma hóstia, ela não mais sangrou. Sendo assim, os religiosos julgaram o ocorrido como um grande engano, o capelão ficou proibido de falar sobre milagres e de atender aos romeiros. Entretanto, como as romarias continuavam, os superiores religiosos tomaram uma outra decisão: proibiram o Padre Cícero de exercer as funções eclesiásticas, o que permaneceu por mais de duas décadas. No dia 20 de julho de 1934, quando o padre morreu aos 90 anos de idade, mais de 70 mil pessoas acompanharam o seu sepultamento. Daquele dia em diante, mensalmente, a cada dia 20, os fiéis se reúnem em torno da capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde repousam os restos mortais daquele sacerdote carismático, amável, paciente, hospitaleiro, modesto e empreendedor. E, em Juazeiro do Norte, em uma área de 100 metros quadrados, foi erigido um grande monumento em homenagem ao Padre Cícero. Junto com o pedestal, o monumento apresenta 25 metros de altura. A estátua propriamente dita, contudo, possui 17 metros de altura, 7 metros de diâmetro, e pesa 357 toneladas. Nas romarias, Juazeiro do Norte recebe centenas de milhares de peregrinos, que chegam de ônibus, carros e caminhões, ou mesmo a pé.

MARI BALILA PALMEIRA (1926)

Nasceu em Patos, cidade do sertão paraibano, no dia 12 de março de 1926; filha do casal José da Costa Palmeira e Leontina Xavier de Melo Palmeira. Balila é viúva.

Estudou no Colégio Cristo Rei, de sua cidade natal, desde o jardim de infância até o curso secundário. Formou-se em Pedagogia na Universidade Federal da Paraíba, tendo sido a oradora da turma. Além do curso de Pedagogia, Balila possui vários outros: Artes Industriais (curta duração na UFPB); Especialização em Suprimento em elaboração de material institucional para Educação – Preparação do livro didático; Francês para estrangeiros, feito na Aliança Francesa, em Paris; Estudo sobre Segurança, na ADESG/1984, tendo sido coordenadora do trabalho A Mulher na Comunidade. Foi professora de Sociologia da Educação na Universidade Federal da Paraíba e professora de Língua Espanhola, no SENAC e no APEE/PB.

Balila Palmeira, mulher dinâmica, corajosa e destemida, está sempre em permanente atividade, ora participando de encontros, eventos literários, pedagógicos ou sociais. Em 2004, Balila fundou a Academia Feminina de Letras e Artes da Paraíba, da qual é Presidente de Honra. Pertence às seguintes entidades: Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro – Núcleo da Paraíba, Academia Paraibana de Poesia, Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica, Associação Paraibana de Imprensa, Academia Feminina de Cultura, União Brasileira de Escritores, Associação dos Moradores do Bairro de Miramar, Santa Casa de Misericórdia, Cruz Vermelha/PB, Companheiros das Américas, Fundação Fortaleza Santa Catarina e da Associação dos Professores de Espanhol do Estado da Paraíba. Recebeu, como honraria, o Troféu “Bivar Pinto”, o título de Cidadã Pessoense, a Comenda do Mérito Cultural “José Maria dos Santos”, conferida pelo IHGP e a Medalha Epitácio Pessoa. Palestras, conferências e seminários realizados pela professora Balila Palmeira: Escravidão, Racismo e Abolição, UFPB, 1988; Racismo e preconceito na obra de José Lins do Rego, Fundação Espaço Cultural, 1944; Vida e obra do escritor Ernani Sátiro, Fundação Ernani Sátiro, Patos, 1993; Poesia e Literatura Brasileira, Colégio Pio X, João Pessoa, 1994. Colaborou na edição de Capítulos da Paraíba, 1987 e na plaqueta em homenagem a Heráclito Cavalcanti Carneiro Monteiro, da Academia de Poesia, e na homenagem ao desembargador Orlando Jansen. Livros publicados: Devaneios, 1982; Barão do Abiahy – Sua vida, sua obra, seus descendentes – Biografia Genealógica; Infinito e Poesia, 1987; Misticismo e Cangaço em Pedra Bonita, (Ensaio sobre José Lins do Rego), 1988; A Menina e a Boneca, 1991; Destino Cruel, 1993; Dez Contas e uma saudade, 1993; Caixa Econômica Federal - sua história na Paraíba, em parceria com Messina Palmeira Dias, 1996; Bairro do Miramar, em parceria com Messina Palmeira Dias, 1997; Maria Eudócia de Queiroz Fernandes – Uma educadora – um exemplo de vida, 1998; Os Teatros da Paraíba, 1999. Balila Palmeira ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano em 10 de abril de 1992.

RAYMOND CANTEL (1914-1986)

Raymond Cantel (1914-1986), eminente professor e pesquisador francês, lecionou durante anos na Universidade de Poitiers, onde dirigiu a faculdade de Letras e fundou o Centre de Recherches Latino-Américaines (CRLA), antes de concluir sua carreira em Paris na Universidade da Sorbonne. Entre os anos 1950 e 1960, após análises marcantes sobre o padre Antônio Vieira, começou a reunir uma coleção de folhetos, e diversos materiais relativos à literatura de cordel produzida no Brasil (gravações etc.) Desde então, a paixão de Cantel pela cultura popular brasileira tornou-se cada vez mais forte, desdobrando-se em uma série de estudos, e, principalmente, não cessando de alimentar sua coleção de cordel, que cresceu ao longo de inúmeras viagens e por intermédio de uma ampla rede de contatos naquele país. Com o passar dos anos, tal acervo, hoje sob a guarda do CRLA desde a doação oficial em 2002, transformou-se em uma das mais importantes coleções europeias de literatura de cordel brasileira, e constitui um testemunho ímpar da história da produção do cordel. A valorização deste patrimônio permite interrogar a noção de cultura “popular” e adotar uma perspectiva multidisciplinar quanto à diversidade dos suportes semióticos em jogo: folheto, cantoria, desenho, gravura. Nesse conjunto, a noção de “literatura de cordel” remete hoje para uma constelação de expressões dentro da qual a “cantoria” ocupa um lugar central desde o século XIX, o que confere às gravações sonoras e aos vídeos do acervo Raymond Cantel um valor essencial. Foi em grande parte graças ao trabalho de Cantel que a literatura de cordel ganhou reconhecimento internacional e passou a ser vista como tema digno de estudo por pesquisadores do mundo inteiro. A Universidade de Poitiers desempenhou desde os anos 1990 um papel decisivo na divulgação deste trabalho e na revalorização do cordel em Poitiers, enquanto, paralelamente, começava no Rio de Janeiro a digitalização do acervo da Fundação Casa Rui Barbosa.

OLIVEIRA DE PANELAS(1946)

Pseudônimo de Oliveira Francisco de Melo, nascido na cidade pernambucana de Panelas, no dia 24 de maio do ano de 1946. Aos nove anos de idade, já fazia seus primeiros versos. Aos 12 anos cantou pela primeira vez, na sua cidade, juntamente com Josué Rufino. Seu pai, Sr. Antônio Francisco de melo Filho foi o grande incentivador de todo o seu trabalho. Em 1975, gravou seu primeiro disco na "Coletânea de Repentistas", da Série "Brasil Caboclo", cantando em vinte e quatro gêneros do repente. Dono de uma voz forte e afinada, foi considerado um renovador da cantoria devido aos temas modernos abordados e pela técnica usada na arte de fazer versos. Cantou para presidentes de países estrangeiros, a exemplo de Mário Soares e Fidel Castro, além de várias personalidades do mundo artístico, político e social. Cantou para o Papa João Paulo II, pelo microfone da Rádio Globo, quando de sua segundo visita a Argentina. Apesar de sua obra estar firmemente ancorada na defesa dos valores tradicionais de sua terra, Oliveira de Panelas canta, também, a temática amorosa e a política. Atividades Exercício – profissional: Ministra palestras e simpósios sobre o Cordel e a história da cantoria e do repente, faz cantoria-espetáculo e apresentações didáticas para eventos em escolas e universidades, ele também é mestre de cerimônia animador. Publicou vários livros: O comandante do Planeta Médio, Tipografia Alvorada (1977); Poesia e Liberdade, Editora Jaguará (1979); Poemas Iluminados, Editora A União (1983); Poemas Alternativos, Unigraf (1984), este em parceria com Zé de Sousa; Na cadência do Martelo, Gráfica Boa Impressão (1993); Dois Poetas do Povo e da Viola, Funesc (1996), em parceria com Otacílio Batista, O poeta Gozador, Editora A União (1998). Ano de 2001: Vida de José Lins do Rego, Funesc e Cordel, Editora Edra. Em 2002, Um Tributo a Nossa Senhora – A Tecelã das Flores, Editora Ideia; Os Maristas na Bahia e Cantando a História pela Editora Bargaço. No ano de 2003, Os Irmãos Maristas em Taguatinga, pela Editora-Edições Bagaço e o Legado de Uma Maria, Gráfica Santa Marta. O livro Deus Me Fez Cantador, Editora Manufatura (2005). Cordéis publicados: Nas Pegadas de Champagnat; Setenta Anos dos Maristas no Brasil; Quem Trabalha tem Direito; Gigante dos Pés de Barro; Lugar de Criança é na Escola; Estatuto da Criança e do Adolescente. Álbuns: Gravou onze LPs e cerca de seis CDs. Compôs e cantou para três filmes nacionais: Deus deu a Terra e o Diabo cercou; Os dez últimos dias de Lampião; Chatô o Rei do Brasil. Prêmios: Em 1997, foi vencedor do Primeiro Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas, no Memorial da América Latina, em São Paulo-SP, concorrendo com 108 artistas de todo o território nacional; e 2001 venceu o 1º Desafio Nordestino, concorrendo com 70 dos maiores cantadores nordestinos, realizado em Recife-PE. Participou de 298 Congressos de Cantoria do Repente, sendo classificado em primeiro lugar em 185 deles. Títulos/Medalhas/Outros: Cidadão paraibano, pessoense; campinense e garanhuense. Medalha Augusto dos Anjos. É membro da União Brasileira de Escritores (UBE). E em 09 de novembro de 2006, tornou-se membro da Academia de Letras do Nordeste (ALANE) ocupando a cadeira de nº 29, tendo como Patrono Eujalose Dias de Araújo, entre outros. Oliveira Francisco de Melo também conhecido por seu nome artístico “Oliveira de Panelas”, filho de Antônio Francisco de Melo Filho e de Maria Virtuoza dos Santos, seus pais foram grandes incentivadores de todo seu trabalho. Foi adotado pela Paraíba, onde reside há 30 anos. Aos 08 anos de idade já fazia seus primeiros versos, e em 1958, com apenas 12 anos, ele cantou pela primeira vez em público, no município de Panelas, sua terra natal, com Josué Rufino e João Vicente. Tornou-se profissional aos 14 anos, viajando por todo o estado de Pernambuco, parte de Alagoas e Paraíba com vários poetas-cantadores, entre eles: João Vicente e Manoel Hermínio filhos de Panelas e Cupira respectivamente. Oliveira de Panelas atuou durante oito anos, em emissoras de rádio de Garanhuns, tendo participado em dezenas de outras rádios em todo o estado de Pernambuco e fora dele, a exemplo de Caruaru, Belo Jardim, Pesqueira entre outras. Viajou pelo Brasil inteiro sempre divulgando a riqueza, a história, a cultura e os costumes do leão pernambucano. Já se apresentou em todo país, representando o Nordeste, foi jurado convidado pela Rede Globo, no Festival MPB-SHELL, tendo seu nome alinhado aos melhores músicos brasileiros. Residiu em São Paulo, capital, por volta do ano de 1971, sendo sócio fundador de várias agremiações artístico-culturais, permanecendo lá até 1975 onde gravou seu primeiro disco intitulado “Coletânea de Repentista”, na série Brasil Caboclo, cantando em vinte e quatro gêneros de repente e com vários cantadores. Dono de uma voz forte e afinada foi considerado um renovador da cantoria pelos temas modernos abordados e pela técnica usada na sua arte de fazer versos. É considerado o Pavarotti do Sertão. Em 1976, passou a viver em João Pessoa-PB. Em diversas ocasiões foi convidado a fazer apresentações para presidentes do Brasil, e, também para estrangeiros, como Mário Soares (Portugal) e Fidel Castro (Cuba) além de várias personalidades do mundo artístico e social. Cantou para o papa João Paulo II, enquanto ele fez a sua segunda visita à Argentina. Oliveira também compartilhou os palcos com o cantor Roberto Carlos por nada menos que quatro vezes. Presidiu por oito anos, a Associação de Poetas Repentistas do Brasil, sediada em João Pessoa. Promoveu do primeiro ao décimo primeiro Encontro Nacional de Poetas Repentistas do Brasil. Abriu espaço para os novos artistas do gênero, sendo considerado, um dos maiores representantes da geração de Poetas Cantadores. Incorporou-se em inúmeras campanhas de utilidade pública de caráter social promovida por Ministérios e Secretarias, como: Anistia geral e restrita; Reforma agrária; Campanha de prevenção contra doenças contagiosas; Arte e Saúde; Etc. Nos anos de 1996, 1997, 1998 e 2001, respectivamente, quando esteve se apresentando em Portugal, Cuba, França e Estados Unidos teve o seu trabalho reconhecido internacionalmente pela imprensa internacional. Em 2005, ano do Brasil na França, a convite das autoridades organizadoras, apresentou-se por duas vezes, em outubro (Poitiers-Paris) e novembro (Toulouse-Paris). Esteve no mesmo mês de Outubro em Quito no Equador, se apresentando a convite da Conferência Internacional: PELA QUESTÃO INSTITUCIONAL DA EDUCAÇÃO PARA A AMÉRICA LATINA. No ano de 2006 esteve em Vannes e Paris, onde realizou apresentações e ainda neste ano, em 09 de novembro tornou-se membro da Academia de Letras e Artes do Nordeste-ALANE, ocupando a cadeira 29, tendo como Patrono Eulajose Dias de Araújo. Como profissional do repente, sempre demonstrou, de forma didática, os seus principais gêneros a origem e atuação da cantoria no Nordeste. Divulga desde o início a valorização do cordel como um símbolo de resistência e arte aos costumes de nossa gente, somando-se a total divulgação das canções e das toadas de todo reino do repente nordestino. Oliveira de Panelas é membro integrante da ONG e do Projeto Malagueta, que trabalha pela divulgação do acervo histórico, turístico e cultural da Paraíba, promovendo sua música regional, tendo parceria com órgãos como o SESC da Paraíba, o Governo do Estado, e a Secretaria de Educação e Cultura, entre outros. Com a experiência acumulada como Presidente da Associação de Poetas Repentistas do Brasil, sediada em João Pessoa, como membro do Conselho de Cultura da Paraíba e membro da União Brasileira de Escritores de Recife (UBE), o repentista dá andamento a uma série de projetos. Segundo Oliveira de Panelas estão previstos os lançamentos do documentário especial da arte da cantoria Nós: Nós mesmos, Nós na América Latina, Nós no Brasil, Nós no Nordeste, Nós no Sertão, Nós em Qualquer Lugar, com tradução de José de Sousa, PhD em Ciência e Tecnologia da Comunicação. O projeto Ópera Nordestina também deve ser lançado em breve. No dia 14 de dezembro de 2014, Oliveira de Panelas comemorou 50 anos de carreira artística, e aproveitou para fazer o lançamento do CD “50 anos de Arte no Reino da Cantoria”. Oliveira reuniu seus amigos, fãs e convidados,na Estação Cabo Branco Ciência Cultura e Arte de João Pessoa. Na oportunidade o artista festejou “meio século vivendo da arte e para a arte”, fazendo seus improvisos e versos ao som da viola. O Álbum de 50 anos de Oliveira de Panelas foi produzido com arranjos e direção musical do Maestro Carlos Anísio, o disco trouxe 10 canções referenciais da sua trajetória de música e poesia, e referências a outros gêneros da musicalidade nordestina. O artista inovou neste novo trabalho, trazendo em meio à base tradicional da cantoria, o som do pífano representado pela flauta, e o instrumento símbolo do forró “a sanfona”. O projeto recebeu o patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura- Augusto dos Anjos, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Paraíba, entre outros.

XEXEU(1938)

João Gomes Sobrinho nasceu no dia 13 de Maio de 1938, Filho de Elizeu Gomes de Carvalho e Jesuína Gomes de Carvalho que tiveram dezessete filhos que só criou-se o casula João Gomes Sobrinho (xexéu). Seu primeiro casamento foi no dia 05 de Fevereiro de 1960 com Srª. Margarida Vicente da Silva que deste matrimônio nasceram 16 filhos, no dia 03 de Junho de 1986 em trágico acidente na RN Santo Antônio a Goianinha sua esposa foi a óbito. Veio seu segundo casamento com Srª. Severina Pedro dos Santos que nasceram 09 filhos. Desde criança, Xexéu é fascinado pelo universo da literatura. Essa paixão pelas letras o fez buscar por conta própria o conhecimento. “Nascido e criado no sítio de Lajes, no município de Santo Antônio do Salto da Onça”, como faz questão de dizer, o poeta conta que queria muito aprender a ler: “Lá não tinha escola, e eu tinha muita inveja de quem sabia ler e escrever. Então eu comprei uma cartilha de ABC, botei dentro do chapéu e saí procurando alguém para me ensinar. Quando encontrava alguém que sabia ler, pedia uma explicação”.E foi assim que Xexéu descobriu os cordéis. Andando pelas feiras do seu interior em busca de alguém para lhe dar explicações, viu os folhetos à venda e logo se interessou por eles. Aos nove anos de idade, já fazia versos de improviso. Para “aprender mais”, leu livros de Casimiro de Abreu e de Machado de Assis.Hoje, aos 72 anos, o poeta é um escritor de versos respeitado, com direito à história contada até em documentário. No ano passado, o curta Xexéu, um poeta potiguar foi premiado na I Mostra de Curtas Nordestinos do Festival de Cinema de Natal. Xexéu apresenta como temas centrais de sua obra o amor, os problemas sociais e a preservação da natureza. Em Vozes da Natureza, o poeta narra as lembranças do sítio em que viveu, a mangueira rosa que inspirou os seus primeiros versos, a tamarineira que uma vizinha sua derrubou e os passarinhos que ele observava no interior. “No poema A fauna pedindo paz eu comparo a vida do passarinho preso com a vida do passarinho livre. Eu me inspiro o tempo todo na natureza, que é a minha maior musa.”Em outros cordéis, Xexéu fez poesias sociais, de amor, de ilusões e de saudades. A sua primeira esposa, que faleceu em um acidente há vinte e quatro anos continua inspirando-o. “O povo diz que o amor só termina com a morte... Só se for pros outros. A minha primeira mulher ainda me inspira. O cheiro dela nunca saiu do meu nariz”, afirma o cordelista.O Sertão nordestino e o sofrimento do povo que sobrevive do trabalho agrícola também são temas constantes em seus cordéis. Xexéu, além de poeta, é agricultor e conhece bem os problemas enfrentados pelos trabalhadores do campo.Xexéu já realizou apresentações em vários lugares do Brasil, como São Bernardo do Campo, Curitiba, e Brasília. Em Natal e no interior do RN, sempre recita os seus versos.A coletânea será distribuída nas feiras livres, nas bibliotecas do Estado, nos sebos e nas livrarias. Os interessados também podem adquirir o cordel gratuitamente na Capitania das Artes. A literatura de cordel representa uma forma de criação popular em verso, impressa artesanalmente em papel jornal e ilustrada com xilogravuras. Os folhetos de cordel começaram vendidos nas feiras livres do Nordeste brasileiro, expostos pendurados em cordões, surgindo daí o nome “cordel”.

BOQUINHA DE MEL

Quem passa pelo Alecrim, no cruzamento da Avenida Sete com a Avenida Dois (Rua dos Caicós com a Rua Presidente Bandeira) pode ver uma grande banca de camelô na calçada, cheia de folhetos de cordéis. É próximo ao povo que o poeta cordelista Elinaldo Gomes de Medeiros, conhecido no mundo literário com o sugestivo nome de Boquinha de Mel, gosta de vender e declamar seus poemas. Boquinha de Mel faz versos de cordéis por diletantismo, sua intenção é divulgar a Literatura de Cordel para todas as camadas sociais, resgatando as raízes sertanejas do povo e ajudando a estimular a prática de leitura entre os jovens. O poeta é casado com dona Jaqueline, tem uma filha chamada Juliana e tem como principal objetivo “levar conhecimento àquelas mentes sedentas de informações e também para aquelas calejadas de saber”. “Se a pessoa não tem dinheiro para comprar meus versos, mesmo assim ela leva os cordéis para casa. Esse ano, minha meta é distribuir 10 mil cordéis gratuitamente. Se essas pessoas passarem os versos para outras pessoas, não há jeito de contar quantos poderão ler”, disse o poeta cheio de entusiasmos. Há 30 anos o poeta mora no bairro do Alecrim e se diz apaixonado pelo lugar. “Fui uma vítima do êxodo rural. Migrei para a Capital Potiguar com minha mãe aos quatro anos de idade. Nós nos estabelecemos no Alecrim, que nos acolheu muito bem e hoje o bairro é uma das minhas maiores inspirações”, conta o poeta, lembrando com orgulho de Jardim de Piranhas, que teve que deixar por causa da seca. O poeta confessa que desde muito jovem gosta de poesia matuta, cordel, cantoria, desafio e outros gêneros poéticos, tipicamente do sertão. Fez seus primeiros versos de cordéis por influência das poesias que lia e tentava imitar. Como morador do bairro do Alecrim, o poeta procurou um folheto que tivesse como tema a famosa Feira do Alecrim, mas nunca encontrou. Então, resolveu escrever, em versos de cordéis, sobre as peculiaridades desta tradicional feira natalense. Seus versos contam a história da feira, que foi criada em 1920 e ainda mantém uma padronização quase medieval. Conforme o poeta, o fundador foi o feirante José Francisco dos Santos, cujos filhos e netos ainda trabalham na feira, mantendo a tradição familiar. Conforme Boquinha de Mel lembra, em Jardim de Piranhas era comum as pessoas comprarem os versos de cordel na feira e, em casa, aprendiam a ler, além de levar informação à casa do humilde lavrador, pois não havia jornais ou televisão. “As pessoas mais sabidas decoravam os versos para declamar em outros lugares e com isso espalhava a informação para outros povoados”, disse. Com nove títulos publicados, o cordelista reclama da falta de incentivo financeiro que os órgãos públicos deveriam dar à cultura, já que é uma forma barata de leitura. Boquinha de Mel ressalta orgulhoso por está participando do livro “Dicionário de Cordel”, do folclorista e escritor Gutenberg Costa. A maioria dos seus cordéis, que são distribuídos gratuitamente, conta as aventuras dos feirantes, personagens preferidos do poeta, entre eles: “A Feira do Alecrim”, “As Aventuras de Juju”, “O Amor de Bosta de Burro e Boca de Fossa”, “As proezas de Chico Tripa”, entre outros. Com seus versos de cordel circulando pelo mundo, Boquinha de Mel já está sendo conhecido no exterior, com livros em vários países da Europa e América do Sul. “Talvez eu seja o único habitante de Jardim de Piranhas com fama internacional”, disse Boquinha de Mel com toda a propriedade que lhe é peculiar.

NATALÍCIO NEVES (1914-1972)

Natalício Augusto Neves que adotava o pseudônimo literário de Lycio Neves, nasceu na cidade de Brejo da Madre de Deus (PE), no dia 04 de maio de 1914. Era funcionário da Sucam (Superintendência de Campanhas de Saúde Pública) e sócio efetivo da Associação de Imprensa de Pernambuco. O poeta colaborou em suplementos literários e artísticos em jornais de Caruaru e até do exterior.Publicou quatro livros: "Lâmpada Suspensa" (1946), "A Bem-Amada Quitéria" (1949), "O Sacristão" (1954) e "As Construções" (1963), em edições resumidas. Participou duas vezes (1961-1962) do Festival do Escritor Brasileiro, na Guanabara. Em Caruaru, dirigiu a Casa da Poesia, ponto de reunião de intelectuais da Capital do Agreste. Morreu vítima de coma diabético, no dia 21 de setembro de 1972.

CHICO MULUNGU (1965)

Chico Mulungu, pseudônimo de Francisco Severino de Assis é um paraibano que nasceu aos 24 de agosto de 1965, em uma viagem de trem as margens do rio Paraíba, mais precisamente na estação Paula Cavalcante, no município de Cruz do Espírito Santo. O seu nascimento se deu quando os seus pais viajavam entre Crato-CE e Mulungu-PB, a terra natal de sua família e onde viveu toda sua infância. Aos treze anos de idade, Chico Mulungu é levado por parentes para João Pessoa, para trabalhar e também continuar os seus estudos. Sendo que o destino quis que o jovem adolescente fosse morar em repúblicas com amigos, onde simplesmente comeu o pão que o diabo amassou na capital paraibana, ao mesmo tempo em que começou fazer suas poesias. Aos dezessete anos de idade, partiu para São Paulo pela primeira vez, cidade onde trabalhou e viveu por vários anos. Em 1987 publicou um pequeno livro de poemas, chamado “Toque de União” , fez lançamentos do mesmo em Bayeux e em Mulungu sua boa terra. Casou-se em 1988, no Rio de Janeiro, com uma jovem também paraibana de Guarabira, cidade onde fixou residência e atualmente vive com sua família constituída. Apesar de ter se ausentado por cerca de duas décadas da sua vida literária, Chico Mulungu incentivado por familiares e amigos, resolveu retomar sua literatura no ano de 2014, quando começou vasculhar as suas gavetas e revirar os escritos seus. Em 2015, publicou o livro “Fio-fio Cabelos de Sapo em A Multiplicação do Ovo”, o qual lançou em sua terra Mulungu. Ainda em 2014, começou a se interessar também por Literatura de Cordel, influenciado por novos amigos cordelistas. Atualmente tem 18 cordéis publicados e é membro acadêmico da Academia de Cordel do Vale do Paraíba ocupando a cadeira 23. Também tem participação em várias Antologias Poéticas, entre elas, os vol. 03 e 08 da coleção “Dez Poetas e Eu”, “Chuva Literária”, “O Poeta é Um Fingidor” e a “II Antologia AVL”, publicação da Academia Virtual de Letras, da qual também é membro acadêmico ocupando a cadeira 24. Recentemente participou da “Coletânea Cordelistas Contemporâneos – 2017”, uma obra com a participação de 53 cordelistas de várias regiões do Brasil.

RUBÊNIO MARCELO (1961)

Rubenio Marcelo (1961), bacharelado em Direito e em Engenharia, é cearense, poeta-escritor, músico-compositor, ativista cultural e revisor. Autor de quatro livros publicados: “Fragmentos de Mim”, “Cantar Pra Viver”, “Estigmas do Tempo”, e “Reticências... Sonetos, Cordéis & Outros Poemas”, já lançou também dois CDs musicais e vários folhetos de Literatura de Cordel. Tem diversas premiações em concursos literários. Mora em Campo Grande (MS) há mais de 15 anos.

CONSTANTINO CARTAXO (1933)

Naturalidade: Cajazeiras – PB. Nascimento: 05 de julho de 1933 - Atividades artístico-culturais: Poeta e escritor. Principais obras: “Emoções aos Pedaços” (2001), “Engenho de Pau” (2007) e CD “Recital”, com algumas de suas poesias. Constantino Cartaxo, ou “Tantino”, como é chamado pelos amigos mais próximos, nasceu no Sitio Prensa, localizado na zona rural cajazeirense. Quando criança, sonhava em ser vaqueiro, devido à paixão pela vida no campo. Durante a adolescência, passou a admirar a profissão de engenheiro, mas teve que deixar o sonho de lado ao prestar um concurso para o Banco do Brasil, onde trabalhou por 33 anos. Carrega no sangue o talento literário do pai, o poeta e político Cristiano Cartaxo, falecido em 1975. A paixão pela cidade de origem rendeu a Constantino Cartaxo a inspiração para escrever o poema “Pôr do sol em Cajazeiras”. Foi jogador de futebol e chegou a dirigir os clubes Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), Campestre e Tênis, além de ter sido vice-governador do Time Lions. O poeta Patativa do Assaré, quando visitava Cajazeiras, fazia questão de se hospedar na casa do escritor.

GONZAGA VIEIRA (1946-2017)

José Maria Gonzaga Vieira, nasceu em Canindé no dia 20 de setembro de 1946 e morreu no dia 16 de abril de 2017. Autodidata, milita na imprensa escrita e falada. Pertence à Associação de Arte e Cultura de Canindé. É correspondente de vários grêmios culturais de Fortaleza, Natal, Campina Grande e Brasília. É autor de quase duas dezenas de folhetos rimados, com destaque para A história de Aparecida e A menina perdida nas matas do Amazonas. Participa do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, criado pelo poeta Arievaldo Viana e implantado em Canindé, em parceria com a Secretaria de Educação do Município. Começou escrevendo folhetos de oito páginas, principalmente no gênero ABC, tendo publicado O ABC do MOBRAL, dos Tubarões, do Consumidor e outros de cunho político e social. No gênero romance, seu melhor trabalho é A lida de Conrado e a honradez sertaneja, que foi ampliado de 16 para 32 páginas pelo poeta Arievaldo Viana. Habitante de um dos maiores centros religiosos do Nordeste, já escreveu diversos folhetos tendo São Francisco das Chagas de Canindé como tema principal. É citado em artigo da escritora francesa Sylvie Deb’s, publicado na revista Latitude, da Universidade de Sorbonne. Também já teve a sua obra pesquisada por outra francesa, Martine Kunz, que reside atualmente em Fortaleza. É também conhecido como Gonzaga Vieira ou Gonzaga de Canindé.

JOÃO SAPATEIRO(1918-2008)

João Silva Franco (João Sapateiro) nasceu na cidade de Riachuelo, interior de Sergipe, em 20 de junho de 1918. Em busca de melhores dias, sua família mudou-se para a capital do Estado, em 1935, e em 1938, transferiram-se de vez para Laranjeiras, onde permaneceu por setenta anos, dedicando-se a arte de consertar sapatos, como amava a literatura, aproveitava seu espaço de trabalho para pregar cartolinas com suas poesia e trovas nas paredes para que o público pudesse apreciá-las. Além dos vários amigos, turistas e personalidades de várias partes do mundo visitavam a Tenda do João Sapateiro para saber mais sobre o humilde e talentoso poeta. No dia 9 de outubro de 2008, o Poeta do Povo, partiu, deixando um legado invejável, para quem estudou apenas seis meses, e aprendeu a escrever o seu nome com letras minúsculas. Este trabalho tem por objetivo analisar as contribuições de João Sapateiro para a cultura Sergipana, fazendo uma análise e reflexiva sobre o que é cultura, e como esse poeta contribuiu para o enriquecimento da cultura de nosso estado. Visto que as manifestações artísticas são inerentes à própria vida social, não havendo sociedade que não as manifeste como elemento necessário à sua sobrevivência. Para tanto, pesquisa a sites, estudos de obras teóricas, foram as ferramentas metodológicas utilizadas para alcançar o objetivo proposto. Cultura s.f. 1. Acervo intelectual e espiritual. 2. Conjunto de conhecimentos adquiridos; instrução, saber. 3. Conhecimentos em um domínio particular. 4. Conjunto de estruturas sociais, religiosas, etc., de manifestações intelectuais, artísticas, etc., que caracterizam uma sociedade. (Larousse, p. 262, 2001) “literatura” é arte que tem por matéria prima a palavra, e utilizando-se de técnicas faz-se da palavra um instrumento poderoso na construção do que se pretende - recriar a realidade. A poesia está nesse contexto literário, pois, entende-se por poesia uma obra literária em versos, ou seja: Poesia s.f. (gr. Poieses, criação), 1. Forma de expressão lingüística destinada a evocar sensações, impressões e emoções por meio da união de sons, ritmos e harmonia, geralmente em versos. (Larousse, p. 777, 2001) João Silva Franco. Negro, quase dois metros de altura, teve a vida marcada pelo sobrenome postiço. Profissionalizou-se como sapateiro, remendando o couro, trocando o salto, pondo meia sola nos sapatos da população. Discreto, mas de boa conversa, o sapateiro exibia na sua oficina de trabalho, folhas de papel pautado, repletas de palavras escritas em letras de forma, fixadas nas paredes e nos poucos móveis do seu canto laboral. Eram trovas, pequenos e longos poemas, que surpreendiam a freguesia. João Silva Franco passou a ser conhecido como João Sapateiro, e reconhecido como o sapateiro poeta. Vimos um pouco da biografia deste autor. Com isso pudemos refletir como este homem, sem condições (em se tratando de condições financeiras) conseguiu produzir tantas poesias em meio à correria da vida de trabalhador e chefe de família. Sendo, portanto, um vencedor, um exemplo de persistência, de amor a arte. Pesquisando as expressões culturais de Sergipe, vimos que é de uma grandeza relevante, visto que somos o menor Estado da Federação. Pesquisamos e vimos a literatura folclórica, com seus versos, cordéis, cantoria de improviso, as lendas, os mitos, adivinhações, contos, nomes de famosos como Tobias Barreto, Silvio Romero, enfim, vários nomes, várias manifestações, mas de tudo que pesquisamos, nada, ou quase nada encontramos para situar o nosso poeta João Sapateiro nessa cultura. Subtende-se que este modesto e brilhante poeta não foi reconhecido o suficiente para ter seu nome estampado em livros, situando-o como pertencente à cultura de elite ou popular. Restando o questionamento: Suas poesias são consideradas literatura? Lembrando que “literatura” é arte que tem por matéria prima a palavra, e utilizando-se de técnicas faz-se da palavra um instrumento poderoso na construção do que se pretende - recriar a realidade. Separamos, para análise reflexiva, o poema abaixo, a fim de entendermos o fundamento das produções de João Sapateiro. Este que reproduziu em seus trabalhos, seus sentimentos, suas ideologias. Sendo, portanto, um brilhante poeta, ainda que não reconhecido no meio literário. Percebe-se que o poema “Cântico aos Laranjeirenses” trata-se de um poema laudatório, que João, filho adotivo da cidade de laranjeiras, produziu enaltecendo sua terra querida. João inicia os versos exaltando a terra de lindas palmeiras, com belos campos e aves mandadas por Deus. Ele fala da Igreja Matriz com seu belo cruzeiro, que o faz lembrar o Monte Calvário, das manifestações artísticas – a taieira, o candomblé, a dança de São Gonçalo; expressa ainda seu carinho pelo rio com seu barro vermelho que vivia a mirar, pelo povo daquela terra- povo gentil, os prédios antigos com sua beleza lírica encravada em sua história. Enfim, João expressa em cada verso seu amor pela terra que o acolheu, e em gratidão o tornou um filho ilustre. Finalizando este singelo trabalho, temos então o conhecimento de que cultura, ou manifestações artísticas, são inerentes à prática social, não havendo sociedade, portanto, que não às manifeste. Sendo, portanto, um elemento necessário para a efetivação da expressão humana. E que poesia é uma arte literária em forma de versos que tem como objetivo expressar e evocar sensações, emoções. Conhecemos, ainda, um pouco deste ilustre sergipano - João Silva Franco - que com sua arte compôs muitos poemas em meio à sua rotina de sapateiro, utilizando-se da arte para expressa-se e manifestar seus mais profundos desejos e pensamentos acerca de diversos temas. Podemos então concluir que este sergipano, adotado por uma cidade rica em cultura, soube aproveitar cada elemento a ele oferecido transformando em arte e revelando-se através de suas poesias. Podemos, então, responder ao questionamento proposto anteriormente: Suas poesias são consideradas texto poético? Ou apenas um trovador que compunha ao exercer seu ofício de sapateiro? As poesias de João são consideradas parte da cultura popular sergipana. Embora não tenha se tornado um nome famoso entre os nomes de literários como Silvio Romero, Tobias Barreto, Hermes Fontes, sua poesia é de grande importância para a consolidação de nossa cultura. A exemplo desse reconhecimento lembremos que seu nome foi o escolhido para estampar o I Prêmio de Poesia Popular João Sapateiro em 2009.

MARCOS MAIRTON (1966)

Marcos Mairton da Silva, autor deste blog, iniciou sua obra literária no campo da Literatura de Cordel, passando depois a publicar obras em prosa e canções, sendo autor de letras e melodias. Nasceu em Fortaleza, capital do Estado do Ceará, no dia 17 de agosto de 1966. Seu histórico escolar registra que iniciou sua alfabetização em uma escola pública de Fortaleza, em 1971, quando tinha apenas quatro anos, mas consta que, por esse tempo, já lia fluentemente, pois, segundo seus pais, aprendeu a ler aos três anos de idade. Sua formação acadêmica é em Direito, sendo Bacharel pela Universidade de Fortaleza - UNIFOR, mestre em Direito Público pela Universidade Federal do Ceará - UFC, e MBA em Gestão do Poder Judiciário, pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. Juiz Federal desde abril de 2001, antes foi Advogado, Procurador do Banco Central e Advogado da União. Desde 2005 vem ampliando cada vez mais sua produção literária. Eis aqui alguns momentos relevantes de sua carreira como escritor, poeta e compositor: JUNHO/2005 - Publicação de "O advogado, o diabo e a bengala encantada", cordel editado pela Lira Nordestina, Juazeiro do Norte, Ceará.

CHIQUINHO DO ALÉM MAR

Francisco Passos Santos, popularmente conhecido por Chiquinho do Além Mar, é cordelista, músico, professor e um defensor ferrenho da Cultura Popular. No resgate histórico de Sergipe, dá rima a casos, vida e obra de personalidades do estado. Recentemente foi para Áustria, onde trouxe na bagagem o certificado internacional de ‘bairrista’, como ele mesmo se define. Na música, tem pelo autêntico forró pé de serra uma grande paixão, o que fez surgir o forró Mala e Cuia. Inquieto e com fôlego de sobra para difundir a cultura sergipana, transita pelas salas de aula para despertar o gosto pela história, pelo cordel, pelas manifestações populares (re) existentes no estado. Foi com esse artista multifacetado que o JORNAL DA CIDADE conversou sobre trabalho, projetos e muitos mais. Boa leitura! Chiquinho do Além Mar tem trabalhado em prol do fortalecimento do cordel no seu estado. Como músico, faz parte do movimento do Forró Pé de Serra e é um defensor da manutenção e pesquisa acerca dos grandes autores e intérpretes deste segmento. É autor e idealizador do Forró da Comunidade, projeto de formação de plateia que tem como finalidade fazer uma socialização entre os forrozeiros e a comunidade, oferecendo um palco e o público. Isso acontece fora do ciclo junino para que o artista possa se apresentar e mostrar a sua arte.

ROBSON JAMPA

Nasceu em João Pessoa-PB, desde cedo mexeu com a escrita e a comunicação, também muito interessado pela história e tradições paraibanas, é um militante das causas sociais, defensor da cultura e da história do nosso estado, atuante na área de comunicação, trabalhou no rádio e na televisão, editando também em redação, assessor de imprensa em diversos trabalhos, sempre pautou pela ética e profissionalismo responsável. Optou pelo Cordel como forma de expor ainda mais seu lado cultural, para divulgar esta tradição.

EDSON RIBEIRO DE OLIVEIRA NETO

Popularmente conhecido como Edson Neto, é bacharel em Teologia. Nasceu em Fortaleza-CE, no dia 14 de março de 1970. Filho de José Alves de Oliveira e Maria Stela Silva de Oliveira. É casado com Gardênia Amorim de Oliveira com a qual tem um casal de filhos (Edgar e Elisiane). Edson Neto tem contribuído para a divulgação desta literatura de cordel desde o ano de 1999 quando lançou seu primeiro cordel dando então prosseguimento para a realização de outros temas. Ele é membro da CECORDEL, também passou um ano e três meses gerenciando uma banca de cordéis em Fortaleza-Ceará.

EDUARDO VIANA DE MELO

Natural de um sítio no município de Zabelê, Estado da Paraíba. Trabalhou na CHESF, onde foi técnico de telecomunicações e aposentou-se. Morou em Zabelê-PB, Paulo Afonso-BA. Residente atualmente em Recife-PE. Na infância sempre admirou a arte dos cordéis e continua em parceria. É chegado a um tom humorístico nas suas escritas. Escreve quase que por diversão e passatempo.

NELSON BARBOSA DE ARAÚJO

Nasceu no dia 27 de maio de 1962, no sítio Carneiro, município de Princesa Isabel-PB, filho de João Barbosa de Lima e Anália Alves de Araújo. É de uma família de poetas e escreveu ‘ A Caipora e o Fim do Mundo’, que narra aquelas histórias da zona rural nordestina, como é o caso do Cumade Fulosinha.

HAMURÁBI BEZERRA BATISTA (1971)

Poeta popular, escultor, xilógrafo e produtor cultural, Hamurábi Bezerra Batista, nasceu em 1971, na Capital da Fé, Juazeiro do Norte (CE). Em entrevista concedida a Alexandre Lucas, em janeiro de 2011, assim se autodefiniu: “Poeta, xilógrafo, bicho do mato, fruto da década mentirosa, pós-ditadura, punk da década de 80 em Juazeiro do Norte” (BATISTA, 2011).

Filho do consagrado artista farmacêutico Abraão Batista, homem de múltiplas aptidões artísticas manifestas nas artes plásticas (pintura e escultura), no cordel e xilogravura, cujos trabalhos xilográficos compõem o acervo da Galeria Brasiliana, foi urdido nas teias da valorização e difusão da cultura popular nordestina. Aos 10 anos, começou a auxiliar o pai em seus trabalhos de xilogravura, em cujo ateliê também aprendeu o processo de modelagem da argila e, em 1991 (20 anos) mergulhou em suas próprias produções xilográficas, retratando folia de reis e ilustrando seus poemas, lança seu primeiro folheto A verdadeira história das falsas religiões que lutam contra a verdade. Além das esculturas em madeira, Hamurábi pesquisa técnicas de colagem e papel machê. Influenciado apenas pelo pai, Hamurábi Batista assinala como sua produção artística é influenciada pelo “dia a dia, o rock’n roll, o jazz, o blues, os telejornais, a cultura popular, Augusto dos Anjos, Drummond, Bandeira, Abraão Batista, Mestre Noza, Chico Buarque de Holanda… Tom Zé, revolução” (BATISTA, 2011). Hamurábi Batista utilizou alguns codinomes, tais como Francisco de Assis da Silva, Manoel Messias e Francisco Matêu. Em 1992, assinando como Francisco de Assis da Silva, lançou: O dia em que o camaleão virou o diabo – profanação e desrespeito ao romeiro e à Mãe das Dores e mais oito outros trabalhos; e como Manuel Messias, Mentira tem perna curta – o verdadeiro acordão. Em 1993, com o heterônimo de Francisco Matêu lançou o folheto Quando o camaleão mudou de cor contra o povo de Juazeiro. A partir de 1995, passou a assinar como Hamurábi Batista (SANTOS, 2009).

JORGE FILÓ (1969)

Conhecido como Poeta Jorge Filó, Jorge Renato de Menezes, nasceu no Recife-PE em junho de 1969 e antes de terminar o ano já morava em Tuparetama, sertão do Pajeú pernambucano, terra de grandes repentistas e poetas populares. Trabalha com produção cultural. Poeta cordelista e produtor cultural, Jorge Renato de Menezes viveu a infância entre as cidades de Recife, Tuparetama, São José do Egito e Arcoverde. Nesta última, viveu da adolescência à fase adulta, quando se mudou para o Recife. É membro da Unicordel – União dos Cordelistas de Pernambuco, é também produtor da banda Vates e Violas. Como gosta de dizer, Jorge Filó é neto, filho, sobrinho, irmão e amigo de poetas e toca sua vida “respirando e transpirando poesia”. É filho de um grande nome da poesia popular nordestina, Manoel Filó, que faz parte da família poética do Pajeú, região do sertão pernambucano farta em bons poetas e repentistas. Além de escrever cordéis, Jorge é um hábil sonetista e escreve seus sonetos sob o pseudônimo ou quem sabe heterônimo de Anacreonte Sordano, a exemplo do Poema da meia idade: Atualmente, mora no Recife onde cursa a Faculdade de Direito e faz do dia-a-dia um exercício contínuo de criação poética.

DEDÉ DA MULATINHA (1914-1998)

José Patrício de Souza, popularmente conhecido como Dedé da Mulatinha, nasceu em Esperança-PB. O poeta-repentista deixa sempre um legado inestimável. Com efeito, a poesia popular é cheia de sabedoria e transmite muito conhecimento. Aliás, este ao que parece, foi a sua origem, maquiada que fora pela cultura nordestina, era o meio de comunicação dos sertões. Esperança sempre foi terra de grandes cantadores, a exemplo de Campo Alegre e João Benedito. Neste torrão se reuniam para fazerem a “praça”, nas esquinas do Super Esperança ou da Farmácia de Milena, referências atuais que nos remontam à antiga feira livre. O encordoamento para a viola era vendido na miudeza de seu Patrício Bastos, razão pela qual acorriam para lá muito dos repentistas, que faziam deste município a sua segunda morada. Assim foi com Josué da Cruz, que por um tempo residiu na rua João Mendes. Dedé da Mulatinha. Batizado José Patrício de Souza, e com a alcunha de “Dedé”, o poeta nasceu no Sítio Mulatinha, zona rural de Esperança, por volta de 1914. Começou a cantar com 12 anos de idade na feira livre de Esperança. De sua autoria podemos citar: História Sagrada: As sete espadas de dores de Maria Imaculada; Romeiros do Padre Cícero do Juazeiro do Norte.

ANTÔNIO DA MULATINHA (1927-2016)

Antonio Patrício nasceu no dia 22 de outubro de 1927, irmão do famoso Dedé da Mulatinha e outros nove irmãos, este agricultor da Mulatinha, município de Esperança/PB, aprendeu apenas as primeiras letras do ABC. No entanto, estas lhe foram suficientes para ganhar o mundo e a fama, e em especial, a cultura popular. Começou a cantar coco em 1940 e em 45 já publicava seu primeiro cordel: “A Viagem Sagrada”, seguindo-se outros oitenta e tantos títulos. Pai de dez filhos, não obteve o retorno do bem que fez a cultura popular, mas guarda no seu âmago as lembranças das viagens que fez pelo Brasil com seu irmão Dedé. Ele gravou dois LPs e recebeu homenagens em Pernambuco e em Brasília. Os seus versos sempre foram elogiados pelo povo e pelos estudiosos da cultura popular. O cordelista morreu no dia 10 de fevereiro de 2016.

PAULO NUNES BATISTA (1924)

Paulo Nunes Batista nasceu no dia 02 de agosto de 1924, na capital do Estado da Paraíba. O cordelista tem cerca de 319 escritos entre cordéis, obras publicadas e inéditas. É bacharel em direito e jornalista profissional. Trabalhou como vendedor ambulante de folhetos de cordel e livros. Conquistou vários prêmios literários. É citado na enciclopédia Delta Larousse. Tem poemas traduzidos para o espanhol, inglês e japonês e mais de dez livros publicados. O cordelista já nasceu circundado por intelectuais e cordelista e tem como pai o famoso cordelista, Francisco das Chagas Batista. Na década de 1930, foi preso em diversas cidades brasileiras, pela sua participação e envolvimento com o Partido Comunista. desta forma, seus escritos estão presentes na literatura brasileira. Sua formação intelectual teve inicio em João Pessoa onde estudou o primário e, em Goiânia concluiu o curso de Madureza, “do curso de educação de jovens e adultos Após – e também do exame final de aprovação do curso – que ministrava disciplinas dos antigos ginásio e colegial, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1961.” formou-se em Direito, na Faculdade de Direito de Anápolis, em 1977. Em 1969, por concurso público, ingressou no Fisco Estadual e trabalhou em diversas cidades goianas. Após morar em vários estados do Nordeste: Alagoas e Bahia, Sudoeste: Rio de Janeiro e São Paulo e Minas Gerais. Em 1947 fixou residência em Anápolis no estado de Goiás. Ali, em 1949, publicou o seu primeiro folheto de cordel pela Tipografia do jornal: A luta.

FRANCISCO FIRMINO DE PAULA (1911-1967)

O cordelista nasceu em Pilar-PB, no dia 02 de abril de 1911, tendo falecido no Recife em 03 de dezembro de 1967. Como todo cordelista da velha geração, Francisco era amante da arte tipográfica e da poesia popular, tendo construído sua própria impressora. Começou a escrever por volta de 1926. Dentre seus folhetos, destacam-se História do Boi Leitão ou O Vaqueiro que não Mente e O Herói do Ar.

JOSÉ ALVES PONTES (1920-2009)

O cordelista paraibano nasceu no dia 08 de fevereiro de 1920 e faleceu em 11 de novembro de 2009. José Alves tinha pais agricultores, trabalhou na roça até os 23 anos de idade. Com a morte do pai em 1948, veio morar em Itabaiana, onde arrumou emprego na tipografia “A Folha”. Foi aí que aprendeu a arte tipográfica. Em 1951 foi morar em Guarabira, passando a trabalhar na gráfica de outro importante cordelista, Manoel Camilo dos Santos. Depois, montou sua própria tipografia. Escreveu apenas dois folhetos: História de Geraldo e Silvina e Ronaldo e Antonieta, os quais tiveram grande sucesso, com milhares de exemplares impressos e várias edições esgotadas.

ISMAEL FREIRE DA SILVA (1924)

Nasceu no ano de 1924 em Bananeiras-PB. Filho de José Belmiro Freire e Josefa Freire, tem seis irmãos. É casado e pai de nove filhos. Viveu parte da sua infância em Bananeiras. Em 1940 passou a residir em Belém-PB e chegou a Guarabira em 1940, passando a morar na Serra da Jurema. Já em 1945 desceu a Serra, vindo residir no Bairro do Rosário (fixando residência ali por 17 anos). Também residiu em Campina Grande e em outros bairros de Guarabira, a exemplo do Centro, na Rua Coronel Francisco Dias (Rua do Arame), na Rua do Capim, no Conjunto Assis Chateaubriand, e, finalmente no Bairro do Nordeste I. Não frequentou escolas, apenas aprendeu o "ABC" quando passou por Belém-PB, em 1939. Em 1950, conseguiu aprender a escrever seu nome. Começou a compor suas primeiras poesias em 1940, enquanto que seus primeiros cordéis datam de 1952 " o primeiro deles intitulado "Profecia de um velho mensageiro". Seu trabalho poético é citado em várias obras e por poetas de renome, a exemplo de Chico Pedrosa - um dos guarabirenses (nasceu no distrito do Pirpiri, área rural de Guarabira) mais destacados na poesia popular e cantoria de viola do Nordeste brasileiro. Ismael já exerceu várias profissões: fogueteiro, ferreiro, agricultor, funileiro, além de ser poeta de qualidade ímpar. A arte da xilogravura também exerceu com maestria, ilustrando folhetos importantes. Ele vendeu cordéis na feira livre de Guarabira, cidades vizinhas e de outros Estados, como o Rio Grande do Norte. Nessas feiras, ele declamava as histórias presentes nos cordéis, a exemplo do "Romance do Pavão Misterioso", do seu amigo José Camelo de Melo.Pessoas importantes na sua vida: Seu pai e sua mãe, além dos poetas: Francisco Pedro (Pedrosa), Joaquim Perventino, Manoel Camilo, José Alves de Pontes, Francisco Borges e Luis Gomes.Também foi integrante de uma sociedade de violeiros (já extinta) em Guarabira e de outra sociedade de poesia do vizinho Estado do Rio Grande do Norte.

CHICO PEDROSA (1936)

Chico Pedrosa nasceu Francisco Pedrosa Galvão, no município de Guarabira, Paraíba, no sítio Pirpiri, a 14 de março de 1936 (Dia da Poesia e de aniversário de Castro Alves), poeta popular e declamador. Seu pai Avelino Pedro Galvão era cantador de coco e agricultor conhecido por Mestre Avelino; sua mãe Ana Maria da Cruz era dona-de-casa e prima legítima do cantador Josué Alves da Cruz. Estudou na escola do sítio onde morava até o terceiro ano primário quando sofreu a injustiça de ser afastado pela professora, incidente relatado no poema "Revolta dum Estudante". Começou a escrever folhetos de cordel aos 18 anos sob a influência do ambiente que encontrava em casa. Junto com seu amigo e poeta Ismael Freire cantava e vendia seus folhetos nas feiras da região. Além de folheteiro foi camelô. Também trabalhou como representante de vendas durante muitos anos. É pai de dois filhos: Francisco Carlos Galvão e Flávio do Nascimento Galvão. Pedro Henrique, um de seus netos, já aos cinco anos começou a demonstrar tendência para a arte do avô. Morou em Feira de Santana por 32 anos. Chico Pedrosa tem três livros publicados (Pilão de Pedra I I e II, Raízes da Terra, Raízes do Chão Caboclo - Retalhos da Minha Vida) e vários cordéis escritos. Tem poemas e músicas gravadas por cantores e cantadores como Téo Azevedo, Moacir Laurentino, Sebastião da Silva, Geraldo do Norte, Lirinha dentre outros. Lançou três CDs, chamados "Sertão Caboclo", "Paisagem Sertaneja" e "No meu sertão é assim", registrando assim a sua poesia oral. Ele é cultuado hoje pela geração nova, como o pessoal do "Cordel do Fogo Encantado", que em seus shows declamam poemas desse "poeta matuto". Nos últimos anos, tem participado de diversos shows, apresentando sua poesia ao público nacional, em especial nas grandes capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Recife. O seu poema mais conhecido é "Briga na Procissão", também chamado "Jesus na cadeia".

IZAÍAS GOMES DE ASSIS (1977)

Izaias é natural de Macau-RN, no dia 24 de fevereiro de 1977, mas viveu quase toda sua infância e adolescência nos municípios de Pedro Velho e Montanhas, ambos no Agreste Potiguar, ele é um autêntico norte-rio-grandense, como gosta de ser chamado. Também é o criador do personagem Chico Catatau, o cabra que apronta as mais loucas aventuras na Terra, no Céu, no Purgatório e no Inferno.

SILVINO PIRAUÁ (1848-1913)

Silvino Pirauá de Lima nasceu em 1848 no município de Patos, na Paraíba. na seca de 1898 emigrou para o Recife, onde fixou residência. Ele é um dos primeiros poetas populares da tradição do cordel nordestino. Tocava viola muito bem e era um grande improvisador. Ele compunha seus versos misturando assuntos variados. Um de seus poemas mais famosos é “Historia de Crispim e Raimundo”, escrito e publicado em 1909. Outros são: “Historia do capitão do navio”; “Historia das três moças que queriam se casar com um só moço”; “Zezinho e Mariquinha”, entre outros. Silvino morreu cantando, merecendo o ofício, na cidade de Bezerros, PE, em 1913, vítima da varíola. Silvino Pirauá de Lima, situa-se entre os primeiros poetas populares da tradição do Cordel nordestino. Discípulo amado de Francisco Romano Caluete, percorreu com ele vários Estados como o Pará, Amazonas e Maranhão, e recriou o célebre desafio ocorrido em Patos entre seu mestre e Ignácio da Catingueira, que teria durado oito dias! Francisco das Chagas Batista, em Cantadores e poetas populares, atribui a Silvino Pirauá qualidades raras: a de ser exímio violeiro e grande repentista, igualando-o a antecessores ilustres da Serra do Teixeira, como Agostinho Nunes da Costa e seus filhos Nicandro e Ugolino.

JOSÉ GALDINO DA SILVA (DUDA) (1866 – 1931)

Nasceu em 1866 no município de Itabaiana na Paraíba, mas foi em Recife que ganhou fama como violeiro e repentista. Morreu em 1931, consagrado como mestre dos cantadores. Gostava de ser chamado de Zé Duda e, no seu folheto de cordel Encontro de Antonio Marinho com Zé Duda no Recife em 1915 registra uma de suas pelejas mais notáveis. Foi almocreve e comboieiro, tendo se tornado depois cantador famoso. É o autor da História de D. Genevra, versada de um trecho do Decameron de Giovanni Boccacio, com uma fidelidade que surpreendeu o folclorista Luís da Câmara Cascudo.

MANOEL BONFIM (1868-1932)

Manoel Bomfim, nasceu em Aracaju-SE, no dia 08 de agosto de 1868 e morreu no Rio de Janeiro, no dia 21 de abril de 1932. Foi um médico, psicólogo, pedagogista, sociólogo, historiador e intelectual brasileiro. Este é mais um título dos novos cordéis lançados pela Luzeiro, e seu autor vem lá das bandas do Norte e que atualmente reside em Goiânia. Assim não podemos dizer que o cordel atualmente é uma cultura apenas do Nordeste, mas sim de todo Brasil. Nessa história o autor discorre a respeito de Tereza, uma jovem temente a Deus e que encontra um rapaz por quem se encanta, pensando ser o amor de sua vida. Tereza se lança nessa aventura, e como toda aventura, esta também continha os riscos inerentes. A desobediência pode trazer riscos terríveis para qualquer pessoa.

VANDERLEY BRITO DE CARVALHO (1978)

Vanderley Brito de Carvalho nasceu em 29 de janeiro de 1978 na cidade de Augustinópolis no estado do Tocantins. É filho de Vanderli Brito de Carvalho e Luzimar Brito de Carvalho. Aprendeu gostar de cordel por incentivo de seu pai, tendo escrito cerca de 11 obras. É cantor, compositor, músico e professor de teologia. Além do cordel, escreve também outros estilos poéticos tais como: Sonetos. Escreveu vários livros de temática teológica. Como cantor, já participou de programas de televisão em nível nacional, e gravou dois trabalhos em Cd. Vive em Goiânia e trabalha no Centro de Estudos Teológicos Brasileiro.

VARNECI SANTOS DO NASCIMENTO (1978)

Varneci Santos do Nascimento, ou simplesmente Varneci Nascimento, é filho de Alôncio Chaves do Nascimento e Rita Evangelista dos Santos. Conheceu a arte do cordel em seu próprio lar, através de seu pai, que sempre lia os cordéis e fazia os repentes em família, motivando o gosto de Varneci por esta encantadora forma de versejar. Graduado em História pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Varneci, além de historiador, é escritor, cordelista e palestrante, proferindo palestras sobre a arte do cordel. Inclusive, o autor utiliza em suas apresentações os recursos do stand-up para aproximar e estimular os jovens a lerem este gênero literário. Varneci Nascimento pode ser considerado um verdadeiro semeador da arte do cordel, pois se dedica a divulgar esta arte em escolas, saraus, universidades etc. Haurélio (2011) salienta que este autor é considerado como uma verdadeira revelação da poesia popular. Assim como outros poetas, Varneci acredita que o cordel pode e deve ser usado como instrumento paradidático na educação brasileira, estimulando a leitura nos estudantes. É autor de mais de 200 obras escritas em cordel sobre as mais variadas temáticas, inclusive muitos de seus cordéis versejam sobre histórias bíblicas. Foi classificado em 5º lugar no Concurso Nacional de Cordel promovido pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e em 2ª colocação em outro concurso na Bahia, com o romance O Amor Vence o Racismo. Em 2001, a pedido da Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo, escreveu o cordel Paulo Freire: Um Educador Diferente, para a abertura da semana Paulo Freire. O poeta teve uma de suas obras publicadas pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, o livro intitulado: Jorge Amado: o Amado do Brasil. Esta obra lhe rendeu uma carta de agradecimento da escritora Zélia Gattai. Em 2008, Verneci Nascimento lança um cordel intitulado: Memórias Póstumas de Brás Cubas em cordel. Dessa feita, ele lança este cordel da obra de Machado de Assis, o qual compõe a coleção Clássicos em Cordel. Este cordel foi selecionado para a feira de Bolonha, em 2009, e comprado pela Biblioteca Nacional. Em 2009 participou, com outros escritores, de um encontro nacional de poetas cordelistas com o presidente Lula objetivando discutir políticas de incentivo ao cordel. Em 2011, o poeta lança A escrava Isaura em cordel. Um de seus trabalhos que obtiveram destaque foi o cordel O Cangaço Sustentado pelos Coronéis. Este, por sua vez, foi estudado em uma universidade da Alemanha pela professora Ingrid Hapke. O cordelista Varneci Nascimento, semeador de cordéis, continua sua trajetória disseminando a arte em versos, atuando inclusive em um projeto pioneiro da Prefeitura de São Paulo, projeto intitulado Ônibus Biblioteca, no qual proferiu inúmeras palestras. Varneci Nascimento nasceu na cidade de Banzaê – BA, a 24 de abril de 1978. Filho de Aloncio Chaves do Nascimento e Rita Evangelista dos Santos. Graduado em História pela Universidade Estadual da Paraíba-PB, é autor de mais de 200 folhetos de Cordel. Ministra palestras sobre essa arte em universidades, associações, escolas, bibliotecas, casas de cultura etc. Editou 52 obras, entre as quais citamos O Massacre de Canudos; Visita de Lampião a Padre Cícero no Céu, Peleja de Aloncio com Dezinho e Dez Mandamentos do Preguiçoso (Ed. Luzeiro). Histórias Bíblicas em Cordel; Jonas e Eleazar e outras Histórias em cordel (Cebi). Para a coleção Clássicos em Cordel adaptou Memórias Póstumas de Brás Cubas (Nova Alexandria). O Pequeno Polegar e a Branca de Neve (Panda Books). Integra o movimento Caravana de Cordel, um dos mais conhecidos no Brasil.

SEBASTIÃO NUNES BATISTA

Casou-se em 1909 com sua prima Hugolina Nunes Batista, filha do famoso cantador Ugolino Nunes da Costa (1832-1895) Residiu em Guarabira e depois na capital paraibana — João Pessoa, onde se estabeleceu com a Livraria "Popular Editora", que existiu até Luís, Maria das Neves, Pedro Werta, Maria Leonor, Maria das Dores, Sebastião, João, José e Paulo Nunes Batista, quase todos dedicados à

LUCAROCAS(1957)

Luis Carlos Rolim de Castro – Lucarocas. É Professor, poeta, comunicólogo, artista eclético. Nasceu e Fortaleza – Ceará a 30 de maio de 1957. No sangue traz a nuance da arte, da criação e diversidade produtiva, elementos herdados do pai artista circense. Desde cedo tinha a leitura como hábito. Cresceu lendo e ouvindo literatura. Na sua trajetória desenhou, pintou, atuou e escreveu. Produziu arte. Graduou-se em Letras pela Universidade Estadual do Ceará – UECE, com habilitação em Português e Literatura. Especializou-se em Metodologia do Ensino fundamental e Médio, também em Administração escolar pela Universidade Vale do Acaraú – UVA e em Magistério no Instituto de Educação do Ceará – IEC Atuou na Rede Pública Estadual de Ensino como Professor de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio. Foi professor de Literatura das Escolas Christus e Professor de Artes do Colégio Piamarta Agunambi. Ministra aulas nas disciplinas da área de Língua Portuguesa e Literatura na Universidade Vale do Acaraú – UVA. Assumiu, temporariamente, a coordenação escolar da E.E.F.M João Paulo II, em Fortaleza, onde atualmente é Diretor. Poeta e Escritor é Membro do Centro de Cordelista do Nordeste – CECORDEL, da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – AMLEF – onde ocupa a cadeira de nO 11 e tem como Patrono Patativa do Assaré. Da Associação Cearense de Escritores – ACE. Membro coordenador do Pró-cordel, o Cordel em movimento. O Lucarocas escritor caminha por várias vertentes da arte de escrever. Iniciou seu trajeto com a poesia romântica cheia de lirismo e sensualidade quando publicou seu primeiro livro ÍNTIMO AMOR UTÓPICO. Ainda com nuances romântica colocou os pés na estrada literária com o segundo livro: PASSOS DA IMAGINAÇÃO OS AMORES DO POETA. Mudou de rumo sem nunca perder o foco. Escreveu crônicas, contos, teatro e arrancou as raízes sertanejas ao começar a escrever Literatura de Cordel, hoje são mais de cento e cinquenta títulos, dentre eles O Povo sem Patativa, O Santo Jesus Agreste, Amazônia Não Senhor, Reclame de Trabalhador, O sonho de Itamar, O Mistério do Ovo Quadrado, O Professor 6%, No Circo da Educação – Brincando de Avaliar, Este é o meu País, Desocupado Professor ou Deputado, As Travessuras do Menino Mágico de Raquel de Queiroz. Dentre as publicações destaque para algumas premiações: 1994 – 1° Lugar – Literatura de Cordel – Crateús – CE. 1997 – 4º Lugar – Literatura de Cordel – Rio de Janeiro – RJ. 2000 – 1º Lugar – Literatura de Cordel – Rio de Janeiro – RJ. 2000 – 3º Lugar – Soneto – Portugal, 2001 – Menção Honrosa – Cordel – Rio de Janeiro – RJ. 2001 – Destaque Especial – Poesia – Cruz Alta – RS. Mesclando seu estilo entre as diferentes formas de escrever trouxe à mostra texto e poemas de um lirismo manifesto nas entranhas da sensualidade e beleza com o seu terceiro livro na linha romântica: SEDUÇÃO PRAZER DO AMOR. Em breve Lucarocas tocará nas lembranças da saudade com o seu novo livro ALÉM DO FIM, UM ENCONTRO DE SAUDADE. No campo das Artes, destaque para a Pintura, Escultura, Serigrafia e Xilogravura.Lucarocas pseudônimo de Luis Carlos Rolim de Castro nasceu na cidade de Fortaleza, CE, escritor, poeta, pintor, xilógrafo, escultor e serigrafista, tem em seu currículo uma vasta produção literária de quantidade e qualidade eclética, herança herdada de seu pai artista circense. Graduado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com habilitação em literatura e língua português, além de possuir especialização em Metodologia do Ensino Fundamental e Médio e Administração Escolar. Sua produção literária se materializa em formato de cordel obedecendo as rimas, e as métricas necessárias aos grandes escritores desse gênero entre outros como crônicas, contos, teatro e poesia de forte lirismo e sensualidade, todavia é nas raízes nordestinas e sertanejas que debruça-se de forma mais frequente, adotando inclusive em sala de aula o cordel como ferramenta de ensino aprendizagem, mantendo viva a tradição popular. O poeta múltiplo é membro do Centro de Cordelista do Nordeste (CECORDEL); da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF), onde ocupa a cadeira de no 11 e tem como patrono Patativa do Assaré; da Associação Cearense de Escritores (ACE) e Membro coordenador do Pró-cordel, o Cordel em movimento. Reconhecido na arte do cordel, Lucasrocas recebeu vários reconhecimentos. LUÍS CARLOS ROLIM DE CASTRO Lucarocas pseudônimo de LuÍs Carlos Rolim de Castro nasceu na cidade de Fortaleza, CE, escritor, poeta, pintor, xilógrafo, escultor e serigrafista, tem em seu currículo uma vasta produção literária de quantidade e qualidade eclética, herança herdada de seu pai artista circense.Graduado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com habilitação em literatura e língua português, além de possuir especialização em Metodologia do Ensino Fundamental e Médio e Administração Escolar.Sua produção literária se materializa em formato de cordel obedecendo as rimas, e as métricas necessárias aos grandes escritores desse gênero entre outros como crônicas, contos, teatro e poesia de forte lirismo e sensualidade, todavia é nas raízes nordestinas e sertanejas que debruça-se de forma mais frequente, adotando inclusive em sala de aula o cordel como ferramenta de ensino aprendizagem, mantendo viva a tradição popular.O poeta múltiplo é membro do Centro de Cordelista do Nordeste (CECORDEL); da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF), onde ocupa a cadeira de no 11 e tem como patrono Patativa do Assaré; da Associação Cearense de Escritores (ACE) e Membro coordenador do Pró-cordel, o Cordel em movimento. Reconhecido na arte do cordel, Lucarocas recebeu vários reconhecimentos.

MARCELO ALVES SOARES (1955)ABLC

Um dos mais significativos poetas cordelistas da atualidade, Marcelo Alves Soares, nasceu no dia 23 de dezembro de 1955. Herdou de seu pai, José Soares, o poeta-repórter (1914-1981) o faro jornalístico e o senso crítico que, aliados a uma incrível variedade de estilos e modalidades na arte de versejar, tornam seus cordéis leitura deliciosa, sobretudo pelo domínio e o conhecimento que demonstra possuir em rima, verso e oração. Adota vários pseudônimos em sua obra tais como: H. Romeu, H. Tadeu Luz, Pessoa dos Anjos, Ad. Vinhão Vidente, Joaquim Quincas e Marcelo Olecram, conforme informe do próprio autor a Maria Alice Amorim. O artista poeta, residente na cidade João Pessoa, Paraíba, destaca-se ainda nas artes gráficas, pelo desenho, pela pintura cujo talento levou-o a criação de capas e ilustrações para livros, discos, cartazes de filmes, shows, espetáculos teatrais, destacando-se, sobretudo pelas xilogravuras. Inclui ainda em seu vasto currículo sua verve poética, editor, educador e músico na categoria de forró. Seu talento o levou a atuar em várias editoras Brasiliense, ltatiaia, Prelo, Paulinas, Contexto e Global e para jornais como O Globo, Jornal do Brasil, O Pasquim, Jornal do Commercio, Diário de Pernambuco. Seu trabalho teve o reconhecimento de Ariano Suassuna com quem trabalhou por quatro anos consecutivos. Como xilógrafo iniciou sua carreira com o primeiro curso realizado na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1984), ensinou na Escolinha de Arte do Brasil (1984-1985) e trabalhou no ateliê de Augusto Rodrigues (1987-1991). Retornando a Pernambuco, Marcelo tornou-se Diretor de Cultura do Município de Timbaúba (1992-1996), fundou a Folheteria Cordel (1997), trabalhou com Ariano Suassuna (1994-1998), ministrou oficinas de gravura, no Brasil e nas cidades de Marseille, Toulon, Poitiers e Paris, em 2005, durante as comemorações do Ano do Brasil na França, e na Universidade do Porto, em Portugal, em 2007. Em 2008, tornou-se Artista Visitante na Universidade do Rio de Janeiro (UERJ). Em 2009 viajou aos EUA para participar da Folk Art International Market em Santa Fé, New México. Na atualidade destaca-se como um dos mais talentosos e indiscutivelmente, um dos grandes xilogravuristas e cordelistas, divulgador e conservador das tradições culturais nordestinas. Sua poética rica de um lirismo peculiar, o xilógrafo-poeta ou poeta artista, carrega em suas criações as relações com o cotidiano, trazendo a lume temáticas revestidas de um certo criticismo ao momento histórico, político e cultural do país, sem deixar de lado o aspecto humorístico presente em suas produções. O xilógrafo poeta é ainda membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel em Pernambuco desde 2011.

ZÉ DANTAS (1954)

José de Sousa Dantas, mais conhecido como Zé Dantas, nasceu no dia 21 de novembro de 1954, no sítio São João, em Pombal - PB. Poeta, escritor, cordelista, Engº Civil, funcionário público estadual. Autor do livro “A História do Meu Lugar” e do livreto “Pombal Cantado em Cordel”, além das seguintes produções literárias em parceria com o poeta repentista Daudeth Bandeira, sendo os LIVROS DE POESIAS: Nas Águas da Poesia, Dias D’Versos, Atrativos Turísticos da Paraíba – Decantados em Poesia e Invenções e Descobertas em Estilo de Cordel, e os CORDÉIS: Fatos em Foco, Proezas dos Animais, Cenários do Interior, O Santuário da Penha, As Superstições do Povo, Brincadeiras de Criança, Crimes Bárbaros no Brasil, Copa Mundi no Brasil, Igualdade de Direitos. Conquistou o 1º lugar com o poema O Construtor da Poesia, no VII FESERP, Prêmio Augusto dos Anjos, em 1999, em Aparecida – PB. Tem estrofes e poemas, em livros, cordéis, revistas e sites.

HERMES RODRIGUES CARDOSO VIEIRA – (1911-2000)

Hermes Rodrigues Cardoso Vieira é de Elesbão Veloso. Nasceu a 23 de setembro de 1911 na Fazenda Caiçara e morreu em Fortaleza-CE, no dia 17 de julho de 2000, com 89 anos de idade. Fez apenas o primário, forte crise financeira não o deixou prosseguir com os estudos. Ainda pequeno foi morar em Palmeirais, de onde seguiu para Parnaíba e em seguida para Teresina, onde fixou residência. Poeta regionalista dos mais festejados, autor de vários poemas cantados por todo o nordeste brasileiro, tem aquela verse contagiante de Catulo da Paixão Cearense e o lirismo fascinante e simples de Hermínio Castelo Branco. Foi o acompanhando nas pescarias das lagoas adjacentes dos rios Poty e Parnaíba e nas caçadas em noites enluaradas que aprendi a gostar de sua poética e admirá-lo muito mais. Constituía tudo isso em pano de fundo para que nos jogos sutis do raciocínio aflorasse a espontânea, habilidosa e atraente poesia,na linguagem expressiva do homem do campo .

QUELYNO SOUZA (1966)

Terceiro filho de uma prole de cinco, o poeta e cordelista Jacquelino Souza do Nascimento, pseudônimo de Quelyno Souza nasceu sob a constelação do signo de gêmeos, na cidade de Guarabira-PB, no dia 03 de junho de 1966. O poeta tem publicado os livros O meu amor é cego (2013), e Meio a meio (2017), e oito folhetos de cordéis: Vida nova (1986) e Criaturas (1990), Radialistas em campo (2001), Terra Paraíba (2011), Botafogo – Uma história em jogo (2011), e A peleja do solteiro contra o casado (2011), Pré-carnaval na capital (2017) e 4 Cantadores (2017). Em 1998, apresentou o recital de poesia Cá entre nós, no teatro Lima Penante. Em 1991, participou do V Festival de Música do SESC, com a letra: Como diz o Boris Casoy “Isto é uma vergonha”, no ano seguinte com a poesia Falando de economia, conquistou o 3º Lugar no Concurso de Letras de Músicas da gravadora Golden Music. Em 2001 no Shopping SEBRAE expôs: Sensibilidade, no final desse mesmo ano arrebatou o prêmio Pedra do Reino na categoria poesia. Em 2008, expôs na Biblioteca Publica Estadual: Quiça – O amor e suas diversas faces, a exposição recebeu Moção de Aplauso da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba. Premiado em 2010, pelo Ministério de Cultura com o Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel – Edição Patativa de Assaré.

Em 2017, o seu nome virou nome da biblioteca da Escola Técnica Estadual Pastor João Gomes Pereira Filho. Biblioteca poeta Quelyno Souza, assim passou a ser chamada a biblioteca da Escola Técnica de Mangabeira.

Em parceria com Marta Nascimento criou a música: Sem você tudo é mentira. E com a cantora e compositora Jô Mendonça a música Anjo e anjinha, uma homenagem ao bloco carnavalesco Anjo Azul.

IVAMBERTO OLIVEIRA (1950)

Ivamberto Albuquerque de Oliveira, nasceu no dia 25 de maio de 1950, em Zumbi distrito de Alagoa Grande PB, veio para Rio de Janeiro 1969, fez vários cursos no Senai técnico em Mecânica pelo ...IVAMBERTO ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA, alagoagrandense do Distrito de Zumbi, professor no Rio de Janeiro há 35 anos. O mesmo também é CORDELISTA com vários trabalhos publicados e membro da ACADEMIA DE LITERATURA DE CORDEL com sede no Bairro de Santa Tereza, RJ. "A PARAÍBA TEM"; um dos cordéis do poeta. Além de professor da FAETEC/RJ na área do Ensino Técnico Industrial, o mesmo, que já tem vários trabalhos publicados, também se dedica ao estudo e divulgação da Literatura de Cordel onde vive a dar palestras sobre a mesma. IVAMBERTO é um cidadão que se pode chamar de “UM SOLDADO DIVULGADOR DA CULTURA NORDESTINA”. Socialista convicto Ele tem por lema “sonhar com um mundo socialista, fraterno e igualitário, em que o homem não sinta a angustia de viver, mas sim a necessidade de realizar-se como ser humano” como pregava um de seus ídolos dos tempos das Ligas Camponesas, Dr. Francisco Julião (1915 – 1999). Para saber mais sobre o professor da terra do também famoso Cordelista Manoel D’almeida Filho, Veja um excelente documentário sobre o ilustre alagoagrandense no site - http://vimeo.com/96030049 ou entre em contato com o mesmo pelo email: ivambertoao@yahoo.com.br

AROLDO CAMELO DE MELO

O escritor pilõezinhense Aroldo Camelo de Melo lança na próxima quinta-feira, dia 17, no Teatro Geraldo Alverga, em Guarabira, o livro ‘Ruminâncias do tempo’. Em 122 páginas, o livro apresenta dezenas de poemas eruditos que revelam o cotidiano do poeta em sua terra natal e sua vivência ao longo dos anos. Este é o terceiro trabalho do poeta paraibano, funcionário aposentado do banco Central do Brasil. Antes, Aroldo publicou “Do homem ao computador” (1976) e “Nas asas do pavão misterioso” (2009), este último, referência ao seu tio, José Camelo de Melo Resende, um dos mais importantes poetas populares de todos os tempos e autor do clássico, “O Pavão Misterioso”. Atuando na área de Ciências da Computação, Aroldo começou a escrever poemas aos 12 anos. “Minha principal influência naquele tempo foi Augusto dos Anjos”, revela. Apesar da referência familiar, Aroldo não faz poesia influenciado pela tradição popular. “Minha poesia é universal; não tem nada de regional”, explica. Em entrevista aos radialistas Jota Alves e Fabiano Lima, da Rádio Rural de Guarabira, Aroldo disse que o lançamento do seu mais novo livro é uma oportunidade de reunir amigos de infância e prosear sobre os mais diferentes temas. A apresentação do livro ficará a cargo do também escritor, Vicente Barbosa.

JOTACÊ FREITAS (1964)

Jotacê Freitas, é pseudônimo de José Carlos de Freitas, natural de Senhor do Bonfim, Bahia, nascido a 06 de março de 1964. Seu interesse pela literatura surgiu aos 15 anos, tendo conhecido o Cordel através da mãe, Dona Izabel, que comprava folhetos sobre Padre Cícero, Lampião e Bocage. Iniciou sua obra com versos livres e publicou seis livros em que experimenta desde o concretismo ao hai-kai e recebeu, em 1992, 2 prêmios da ACLASB – Academia de Ciências, Letras e Artes de Senhor do Bonfim. Dirigiu e escreveu espetáculos teatrais recebendo prêmios por atuação e direção no Grupo Teatral Nós-Nas-Tripas. Tem mais de 100 folhetos publicados e venceu o Prêmio Nacional de Literatura de Cordel – 2005 da Fundação Cultural do Estado da Bahia, com “Panvermina e Zabelê nas quebradas do Sertão”; e o Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 – Edição Patativa do Assaré, promovido pelo MINC, com o romance “O Rei Cego e os Filhos Maus”. Também foi repórter nos jornais O Lapa-pau, Nossa Gente, Correio dos Sertões, Jornal de Juazeiro e colunista do tablóide literário SOPA. Fez graduação em Pedagogia na UNEB; iniciou o curso de Letras na UFBa e foi pesquisador do PEPLP – Programa de Estudos e Pesquisas da Literatura Popular, sob a orientação da Profª Doralice Xavier Alcoforado, e Diretor da Comissão Baiana de Folclore. É especialista em Artes na Educação pela FAAC-ES. Atualmente exerce a função de professor na Rede Municipal de Salvador. Entre outros, comercializa e realiza leituras dramáticas dos seguintes folhetos: O JUMENTO QUE ENTROU NA FACULDADE, A MULHER QUE TROCOU O MARIDO POR UM COMPUTADOR, TETRALOGIA LULÁSTICA, A PELEJA ENTRE A MULHER E O MARIDO PREGUIÇOSO, O SUMIÇO DAS CUECAS QUASE ENDOIDECE O MARIDO, NO TEMPO EM QUE BOCAIS MATAVA CACHORRO A GRITO, A MIJADA DO BAIANO DERRUBA CONCRETO ARMADO, HOMEM QUE MIJA SENTADO DÁ MAIS PRAZER À MULHER, O PRAZER QUE O PEIDO DÁ, OUVIDO VIROU PENICO NAS CIDADES DA BAHIA, O CÃO QUE LEVAVA O DONO PRA FAZER COCÔ NA RUA, A INVASÃO DOS ETS LÁ EM SENHOR DO BONFIM. Lançou na Bienal do Livro da Bahia, em 2010, o livro BAIANICES, BAIANADAS E BAIANIDADES, com as seguintes histórias: O pastor que virou acarajé, Os vereadores fujões, O buraco do metrô arrombou com Salvador, Estudantes da Bahia dão lição em professor, Iemanjá foi embora com um turista Francês, Mudo falou demais e causou um arrastão, Quando o Bahia for D, o Vitória vai fazer o Curso A, O Velho que comprou uma mulher na Feira, O Negão que se deu bem, Os Gays que quebram o pau numa praia da Bahia, A Baleia que encalhou no dia da Parada Gay, O Padre que deu o santo numa Igreja da Lapinha, A Garota de Programa que se entregou a Jesus, Corrente da viadagem causou confusão em bar, Os dentes da Galinha, A briga da Besta com o Buzu, O Baba em que Bobô babou, O Guarda que deu pra trás, O Tabaréu que comprou um pé de arranha-céu, O Prefeito que arrancou o pau dos velhos, Colorido comeu crua a fogueira do Prefeito.

ANTÔNIO BARRETO

Antonio Carlos de Oliveira Barreto nasceu na fazenda Boa Vista, Santa Bárbara-BA e reside em Salvador desde 1975. Ainda criança, ali no sertão baiano, teve o privilégio de conviver com as mais variadas formas de manifestações populares.

Professor, poeta e cordelista com vários trabalhos publicados em jornais, revistas e antologias. Publicou dois livros de poesia: “Uns versus Outros e Flores de Umburana”, fez a adaptação do conto de Machado de Assis “A Cartomante” para o cordel, pela editora Nova Alexandria, além da publicação de quatro cordéis ilustrados: “O cravo brigou com a Rosa”, “Atirei o pau no gato”, “Pai Francisco entrou na roda” e “ Se essa rua fosse minha…” Já publicou (até janeiro de 2015) 160 folhetos de cordel, com destaque para o cordel intitulado “Big Brother Brasil: um programa imbecil”, de grande repercussão no Brasil inteiro.

Os temas abordados no cordel de Antonio Barreto são: crítica social, educação, futebol, humor, biografias e cultura popular. Faz palestras, recitais e oficinas nas escolas, universidades e outras instituições, além de participar de colóquios, seminários, congressos e festivais de poesia e cultura pelo mundo afora.

J. BORGES (1935-2024)

Considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco – título outorgado pelo Governo do Estado – José Francisco Borges, mais conhecido como J. Borges é um dos mestres do cordel, um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina e o xilogravurista brasileiro mais reconhecido no mundo. Ele nasceu em 20 de dezembro de 1935 e faleceu no ano de 2024 em Bezerros, Pernambuco. Filho de agricultores, J. Borges começou a trabalhar aos dez anos de idade na roça, e negociava nas feiras da região, vendendo colheres de pau que ele mesmo fabricava. Autodidata, o gosto pela poesia fez encontrar nos folhetos de cordel um substituto para os livros escolares. Em 1964 começou a escrever folhetos de cordel; foi quando fez “O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina”, xilogravada por Mestre Dila, que vendeu mais de cinco mil exemplares em dois meses. Animado com o resultado, escreveu o segundo folheto intitulado “O Verdadeiro Aviso de Frei Damião Sobre os Castigos que Vêm”, que o conduziu pela primeira vez à xilogravura. Como não tinha dinheiro para pagar um ilustrador, J. Borges resolveu fazer ele mesmo: começou a entalhar na madeira a fachada da igreja de Bezerros, que usou no seu segundo folheto de cordel. Desde então, começou a fazer matrizes por encomenda e também para ilustrar os mais de 200 cordéis que lançou ao longo da vida. Hoje essas xilogravuras são impressas em grande quantidade, em diversos tamanhos, e vendidas a intelectuais, artistas e colecionadores de arte. J. Borges tem recebido vários prêmios e distinções, entre os quais se destacam os concedidos pela Fundação Pró-Memória (Brasília, 1984), pela Fundação Joaquim Nabuco (Recife, 1990), pela V Bienal Internacional Salvador Valero (Trujilo/Venezuela, 1995), a comenda da Ordem do Mérito Cultural (Ministério da Cultura, 1999), recebeu o prêmio UNESCO na categoria Ação Educativa/Cultural. Em 2002, foi um dos treze artistas escolhidos para ilustrar o calendário anual das Nações Unidas, com a xilogravura “A Vida na Floresta”. Em 2006, foi tema de reportagem no The New York Times. (fonte: ArtepopulardoBrasil. blogspot.com.br)

GONÇALO FERREIRA DA SILVA (1937)

Gonçalo Ferreira da Silva nasceu na cidade de Ipu, Ceará, em 20 de Dezembro de 1937, e foi morar no Rio de Janeiro aos 14 anos de idade. Por conta de uma paralisia infantil foi trabalhar em “casa de família”, sem salário. Porém, logo tornou-se o filho mais velho da família que bancou os seus estudos. Formou-se bacharel em Letras Clássicas pela Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1952. Sua atividade como cordelista só se deu muito tempo depois, em 1972 (inclusive o poeta já escrevia livros sobre temas diversos). Na feira de São Cristóvão, começou a conviver com grandes figuras do Cordel, como Apolônio Alves dos Santos e Mestre Azulão, fazendo mesas de glosas. É o fundador e o presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, que foi inaugurada em 1988, e já produziu mais de 300 folhetos sobre temas diversos. Seu primeiro texto no gênero foi “O triunfo do amor de Valério e Violeta”. É o autor de “Vertentes e Evolução da Literatura de Cordel”, “Dicionário Brasileiro de Literatura de Cordel” – em parceria com outros autores – e já lançou diversas antologias pelo mundo, divulgando apaixonadamente essa arte tão popular no Brasil.

FRANCISCO DE SALLES ARAÚJO (1951)

O Carioca Nordestino Francisco de Salles Araújo, conhecido como Chico Salles, nasceu no sertão paraibano, em São Francisco do Chabocão, naquela época município de Sousa, no ano de 1951. Este cantor e compositor de forró e samba, além de poeta e cordelista, radicou-se no Rio de Janeiro aos dezoito anos de idade (1970), onde inicialmente trabalhou na construção civil. Para legitimar a carioquice deste paraibano, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro concedeu-lhe o título de Cidadão Honorário de Rio de Janeiro, dando-lhe, oficialmente, a condição de carioca (RIO DE JANEIRO, 2008). Nos escritos biográficos em sua página pessoal, assim declarou-se carioca: “Sou carioca da clara, porque o carioca da gema é o que nasce no Rio. Sou da clara, mas estou dentro do ovo” (SALLES, 2010). As influências musicais nordestinas, misturadas aos sambas de Paulinho da Viola, Chico Buarque e Martinho da Vila, faziam parte das trilhas sonoras da época em que cursava Engenharia Civil. Ao conhecer o trapalhão Mussum, eles compõem músicas carnavalescas e fundam o bloco Elas e Elas (1985) em Jacarepaguá, bairro do Rio, onde residem e são vizinhos. Incentivado pelo maestro Anselmo Mazzoni (1997), inicia carreira de cantor, vindo a gravar, ao vivo, seu primeiro trabalho – Confissões (1999), lançado no ano subsequente; o segundo disco foi intitulado Nordestino Carioca (2002), produção ditada nas origens do seu acervo cultural, nos xotes, xaxados, baiões e forrós, homenageando a Cidade Maravilhosa e o amigo Mussum, ao cantar o xote composto pela dupla – Pinto no Xerém. Na bagagem cultural também trouxe o cordel. Reconhecido, torna-se membro (2007) e Diretor Cultural (2009) da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), ocupando a cadeira número 10, cujo patrono é Catulo da Paixão Cearense. Sua visibilidade na esfera literária ocorreu quando publicou o livro infantojuvenil cordelizado, CORDELinho (EDITORA ROVELLE, 2009), premiado como melhor livro infantojuvenil pela Academia Brasileira de Letras (ABL). A sua cordelteca disponível em http://www.chicosalles.com.br/ consta de 21 títulos, tais como: Salim, Jacó, Joaquim; Os caminhos do Brasil; O tigre que virou doutor; O pai do vento;O maior inimigo do cachorro; Sivuca, entre outros.Parece que o substantivo preferido desse poeta é homenagem, pois Chico está sempre evidenciando alguém por meio de seus versos, suspeita confirmada em As dedicatórias de Chico Salles, sextilhas produzidas por ele ao longo da sua carreira de cordelista, onde homenageia pessoas significativas, da esposa Lúcia Helena a personalidades: Mestre Azulão, Rachel de Queiroz, Rouxinol do Rinaré, Patativa do Assaré, Jessier Quirino, e outros.

EDIVALDO DE LIMA

Edivaldo de Lima, pernambucano, filho de Goiana, além de escritor, revela-se também como educador. Fez o curso de licenciatura em História, na Faculdade de Formação de Professor de Goiana (FFPG), onde escreveu o seu primeiro poema no ventre de sua vida acadêmica. Após produzi-lo, escreveu seu poema no IV Concurso Literário ocorrido na sua cidade natal. Neste evento, Edivaldo de Lima foi premiado na segunda colocação. Este prêmio foi o ponto de partida para estimular a sua veia poética, sendo, a partir daí, o início da produção de diversos poemas. Seu contato com o universo dos cordéis se deu no ano de 2007 a partir do encontro com o cordelista Davi Teixeira, com quem teve os seus primeiros passos para escrever cordéis, transformando o seu primeiro poema em cordel (PEREIRA, 2012). Edivaldo de Lima publica em seus cordéis temas variados, abordando desde romances, histórias cômicas, além do universo didático e o viés memorialístico com pilares de homenagens, como é o caso do Cordel intitulado “Zé do Carmo – Artesão dos Anjos“, publicado em 2014, em homenagem ao ceramista brasileiro, Zé do Carmo. O viés didático de seus folhetos merece destaque, tendo em vista que estes assumem um caráter educacional vinculado à arte do cordel, com a arte de educar. Nesse contexto, destacamos alguns cordéis de sua produção, entre eles: A ponte caiu e a água faltou, A criança no trânsito, Aborto Não: Diga Sim à Vida. Vejamos, a seguir, alguns versos desta obra: Aborto Não: Diga Sim à Vida

ANTÔNIO FRANCISCO TEIXEIRA DE MELO (1949)

Nasceu no dia 21 de outubro de 1949, um cordelista potiguar. Filho de Francisco Petronilo de Melo e Pêdra Teixeira de Melo. Graduado em História pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Poeta popular, cordelista, xilógrafo e compositor, ainda confecciona placas. Aos 46 anos, muito tardiamente, começou sua carreira literária, já que era dedicado ao esporte, fazia muitas viagens de bicicleta pelo Nordeste e não tinha tempo para outras atividades. Muitos de seus poemas já são alvo de estudo de vários compositores do Rio Grande do Norte e de outros estados brasileiros, interessados na grande musicalidade que possuem ele estudou na escola situada em Mossoró, na (UERN). Em 15 de Maio de 2006, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na cadeira de número 15, cujo patrono é o saudoso poeta cearense Patativa do Assaré. A partir daí, já vem sendo chamado de o “novo Patativa do Assaré”, devido à cadeira que ocupa e à qualidade de seus versos.

JOÃO GOMES SOBRINHO – XEXÉU (1938)

Nasceu no dia 13 de maio de 1938, em Santo Antônio-RN, o Poeta, Cordelista, no Sítio Lages, município de Santo Antonio. Filho de Elizeu Gomes de Carvalho e Genuína Gomes de Carvalho. Começou a escrever e recitar versos na adolescência, influenciado pela poesia cantada ao som da viola por alguns importantes nomes da época. Sua experiência inicia-se no autodidatismo, conforme diz: “Lá não tinha escola” – refere-se ao lugar de nascimento – “e eu tinha muita inveja de quem sabia ler e escrever. Então comprei uma cartilha de ABC, botei dentro do chapéu e saí, procurando alguém para me ensinar. Quando encontrava quem sabia ler pedia uma explicação”. Aos nove anos de idade já fazia versos de improviso. Leu Castro Alves, Casimiro de Abreu e Machado de Assis. Tendo na natureza sua maior musa (“Vozes da Natureza” é poema inspirado em reminiscências do sítio em que viveu a infância), seus cordéis também abordam questões sociais e afetivas. Xexéu, que também é agricultor, continua morando em seu sítio, ao lado de sua segunda mulher e de 12 dos 19 filhos, e prossegue trabalhando na lavoura. Já fez apresentações em várias cidades, dentre as quais São Bernardo do Campo-SP, Curitiba-PR e Brasília-DF, e o documentário “XEXÉU, um poeta potiguar”, narrando sua história, foi premiado na I Mostra Nordestina de Curta-metragem no Festival de Cinema de Natal (2005). Dentre os seus trabalhos de maior repercussão, destacam--se: Retirante da Seca, Caboclo Sonhador, Flor da Mangueira Rosa, Voz da Tamarineira e Beija-flor mensageiro.

JOSÉ ANTÔNIO DOS SANTOS

O cordelista nasceu em Oiteiros , povoado de Moita Bonita /SE filho de pequenos agricultores. É licenciado em História pela U.F.S. professor da rede pública estadual. Além de militante de movimentos populares. Zé Antonio tem proferido palestras sobre Literatura de Cordel em escolas das redes públicas e particular de ensino. Em 1999 recebeu o prêmio Albert de Cultura, do colégio Albert Einstein ( atual Colégio Intellectus) e outros.

CÍCERO DO MARANHÃO

O seu nome é Cicero Bastos Melo, mas já é bem conhecido por Cicero do Maranhão. É filho de cearense com maranhense e devoto do Padim Ciço, lá do Juazeiro do Norte – Ceará. Começou fazer cordel, há bem pouco tempo, na sua melhor idade, aproveitando seu tino nordestino. Sua terra natal é Caxias, do saudoso Maranhão, terra do poeta Gonçalves Dias. É radicado nesse bom Rio de Janeiro, há mais de meio século - onde mora. É casado e têm dois filhos, seus amores cariocas. É diplomado em Cordel, num raro curso que fez, promovido pela Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) - Rio de Janeiro) Algumas (dezenas) de Cordéis já conseguiu produzir e publicá-los, pretendendo continuar - até quando Deus quiser. É maranhense da gema, piauiense por criação e se tornou carioca por pura predileção. Já se tornou conhecido como cabra destemido, Cicero do Maranhão.

PEDRO NONATO COSTA (1960-2017)

Nasceu no dia 05 de abril de 1960 e morreu no dia 11 de março de 2017, em Alto Longá, Estado do Piauí, com 54 anos. O cordelista sofria já há alguns anos os efeitos do diabetes. Há duas semanas, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (e veio a morrer na sede da Fundação Nordestina do Cordel (Funcor), fundada por ele mesmo. O corpo do poeta foi velado na sede da Funcor, como era seu desejo e teve o seu sepultamento no cemitério do bairro Renascença. Pedro Nonato Costa foi um dos mais ativos poetas de sua geração. Além de repentista, era ator e produtor cultural. Conquistou várias premiações nacionais, inclusive do Ministério da Cultura. Ele fundou também a revista “De Repente”, a única do gênero em circulação há 20 anos. O poeta foi membro do Conselho Estadual de Cultura. Era membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e de várias academias regionais de letras, entre elas a do Vale do Longá. Seus trabalhos foram divulgados em todo o Brasil através do Pedro Costa - O Dom Quixote do cordel. O Governo do que foi um nome expressivo para cultura piauiense, editou a Revista De Repente, uma das publicações mais tradicionais da cultura popular e representou, com muita responsabilidade e serenidade, os poetas, cantadores e toda classe artística no Conselho Estadual de Cultura. A Prefeitura de Teresina também manifestou pesar pelo inesperado falecimento do poeta, violeiro e cordelista.

PEDRO MONTEIRO DE CARVALHO (1956)

Nasceu no dia 25 de março de 1956, em Campo Maior, município do Piauí. Filho dos lavradores Raimundo Monteiro de Carvalho e Maria Verônica de Carvalho. O famoso cordelista piauiense teve uma infância tipicamente roceira ouvindo contos e histórias à luz de lamparina e, principalmente, nos terreiros enluarados. Têm raízes fincadas nas coisas do nosso Nordeste, onde viveu até seus dezessete anos, e depois, na periferia paulistana, adquirindo largas experiências, inserido nas lutas por justiça social e desenvolvimento humano. Tudo isso, acrescido de muito esforço na observação dos sentidos e nas centenas de livros devorados caprichosamente. Apreciador e divulgador do cordel, do teatro, e de outras formas de expressão da arte e da cultura popular. O nobre escritor é também ator e já atuou em vários espetáculos, conservando a sua naturalidade dessa gente que defende a cultura brasileira, como assim defendeu o querido mestre Ariano Suassuna. A sua veia poética está assim bem definida neste belo cordel intitulado: “João Grilo um Presepeiro no Palácio”.

FRANCISCO PEREZ DE SOUSA (CHICO DO ROMANCE) (1939)

Diariamente pela manhã ele está na Praça do Mercado Municipal de Piripiri onde numa pequena banquinha vende, com o auxílio de um microfone, os seus incontáveis livretos de cordel. Simpático, atencioso e muito conversador, Francisco Perez de Sousa, o Chico do Romance é um dos maiores cordelistas do Nordeste, sendo suas obras estudadas por várias universidades do Brasil, da França, Japão, Holanda e estados Unidos. CHICO DO ROMANCE NA SUA LABUTA DIÁRIA NA ÁREA DO MERCADO MUNICIPAL DE PIRIPIRI. Nascido no local Retiro, município de Piracuruca-PI, em 01 de abril de 1939, filho de Gerviz Rosa de Sousa e Paulo Pereira Neres, Chico do Romance aparenta uma jovialidade na sua narração diária de seus cordéis e na presteza com que atende seus clientes. Se for entrevista se prepare para passar a manhã toda... É que ele se sente orgulhoso aos extremos de sua obra literária. Perdendo a mãe quando tinha apenas um ano de idade, o futuro cordelista foi morar em com a avó materna, a qual também faleceu cedo, quando Chico tinha apenas seis anos. Mais um golpe na vida do pequeno Francisco Perez. Mas sua predestinação lhe reservava um futuro gratificante. Sua biografia, que consta em seus “romances” diz: Pequeno, ajudava seu pai na lavoura, mas logo veio morar em Piripiri, onde começou a cantar folhetos para os amigos, daí surgiu sua paixão pela literatura de cordel, onde descobriu que em si brotava a poesia, morando com sua tia Cecília em Piripiri e cantando nas casas de fazenda. Viajando para Fortaleza, depois com os melhores poetas da época, viajou pelo Piauí, Ceará, Maranhão, Goiás e Pará. Nas estradas de chão tudo isso dos 10 aos 30 anos. Depois passou uns tempos em Fortaleza-Ceará, onde afirma ter penado muito, sem dinheiro e sem ter onde morar, fazendo bicos para sobreviver. Redigindo seus textos fantásticos e sempre cativantes, Chico do Romance estreou como cordelista com 15 anos de idade, e hoje já contabiliza mais de 200 obras editadas. A princípio os cordéis eram impressos pelo tradicional método da xilogravura, ou seja, a matriz de impressão eram chapas de madeira esculpidas. É que as impressões tipográficas eram muito caras nos tempos idos. A partir do início dos anos 1970, com a disseminação do sistema offset, que barateou os custos elevados do sistema tipográfico, Chico do Romance passou a imprimir seus trabalhos na gráfica de Gilberto Mendes (em Campo Maior) e posteriormente, na gráfica do ex-prefeito de Piripiri, Arimatéia Melo. Hoje seus trabalhos são impressos em impressoras de computador. Destacam-se, nas suas centenas de obras: História das Sete Cidades e a Deusa da Encantada; Padre Domingos de Freitas e Silva-Fundador de Piripiri; Homenagem ao Piripiri do Século; Pequenos Dados Biográficos de Virgulino Ferreira da Silva- O Lampião; História do Catirina (Lenda de Sete Cidades); As Bravuras de José Pela princesa Franluzia, etc. Piripiri se orgulha de ter entre seus filhos adotivos um dos maiores nomes da literatura cordelista do Brasil.

JOSÉ WALTER PIRES (ZEWALTER), BAIANO (ABLC)

Sociólogo, advogado, educador, ituaçuense, cidadão brumadense, cordelista por paixão, busca o seu espaço dentro da tendência do novo cordel, com as suas produções sobre o imaginário sertanejo, além de temas sociais, educativos, históricos e de conteúdos específicos, vertentes estas que crescem na atualidade. Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, ocupando a cadeira 21, patronímica de Joaquim Batista de Sena, com posse em 21 de agosto de 2010, na Plenária realizada em João Pessoa, sendo recepcionado pelo consagrado poeta cordelista Manoel Monteiro, de Campina Grande-PB e Moraes Moreira, cantor e compositor, Sócio Correspondente do Instituto Histórico Geográfico de Montes Claros/MG, com mais de cinquenta títulos publicados, inclusive em grandes editoras nacionais, um defensor ardoroso do cordel de qualidade, tendo gravado no dia 15/09/12 uma memória literária para o IPHAN, dentro do Projeto “Mestres do Cordel”, comemorativo dos vinte anos da ABLC, tendo participado da Bienal Internacional do Livro do Ceará, em novembro/12, com o lançamento do livro “As noventa e nove moedas de ouro”, pela Editora Armazém da Cultura e do IV Aniversário da Caravana do Cordel, no Memorial da América Latina, em dezembro, lançamento de “O Segredo do Quintal” , Editora IMEPH – Fortaleza, Exaltação a Mário Rizério Leite, EDUNEB, 2014, além de crônicas do cotidiano em jornais regionais, revistas, blogs e outros.

ARIEVALDO VIANA LIMA (1967) ABLC

Poeta popular, radialista e publicitário, nasceu em Fazenda Ouro Preto, Quixeramobim-CE, aos 18 de setembro de 1967. Desde criança exercita sua verve poética, mas só começou a publicar seus folhetos em 1989, quando lançou, juntamente com o poeta Pedro Paulo Paulino, uma caixa com 10 títulos chamada Coleção Cancão de Fogo. É o criador do Projeto ACORDA CORDEL na Sala de Aula, que utiliza a poesia popular na alfabetização de jovens e adultos. Em 2000, foi eleito membro da ABLC, na qual ocupa a cadeira de nº 40, patronímica de João Melchíades Ferreira. Tem cerca de 50 folhetos e dois livros públicados: O Baú da Gaiatice e São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel.

CEGO ADERALDO

Cantador famoso, voz excelente, veia política apreciável. Era um dos mais inspirados de quantos que existiram nos sertões do Ceará. "Aderaldo Ferreira Araújo" era seu verdadeiro nome. Nasceu no Crato, viveu em Quixadá e morreu em Fortaleza, beirando os 90 anos, em 1967. Tomou parte em cantorias que marcaram épocas. Os versos que escreveu são lidos e conhecido em todo o Brasil. Célebre por suas cantorias, Aderaldo Ferreira Araújo, o “Cego Aderaldo” como era conhecido, nasceu no Crato, Ceará, em torno de 1880 e faleceu em Fortaleza em 1967 com quase 90 anos de idade. Seus versos e sua fama percorreram todo Brasil. Em um de seus folhetos, homenageia o político carioca Carlos Lacerda: “ABC de Lacerda – a história do político e jornalista que nunca se vendeu”

PATATIVA DO ASSARÉ (1909-2002)

Antônio Gonçalves da Silva, filho de Pedro Gonçalves da Silva, e de Maria Pereira da Silva, nasci aqui a 05 de março de 1909, no Sítio denominado Serra de Santana, que dista três léguas da cidade de Assaré. Com a idade de doze anos, freqüentei uma escola muito atrasada, na qual passei quatro meses, porém sem interromper muito o trabalho de agricultor. Saí da escola lendo o segundo livro de Felisberto de Carvalho e daquele tempo para cá não freqüentei mais escola nenhuma. Com 16 anos de idade, comprei uma viola e comecei a cantar de improviso, pois naquele tempo eu já improvisava, glosando os motes que os interessados me apresentavam. Nunca quis fazer profissão de minha musa, sempre tenho cantado, glosado e recitado, quando alguém me convida para este fim."

Antonio Gonçalves da Silva nasceu no Ceará, em 1909, na cidade de Assaré. Tendo frequentado uma escola por apenas quatro meses, aos 12 anos de idade, Patativa, aos 16, começou a cantar de improviso, glosando os motes que lhe eram sugeridos. Sem nunca ter interrompido seu trabalho como agricultor, o poeta, que costumava compor seus versos de cabeça enquanto lavrava a terra, se celebrizou por uma obra marcada pelos tons de denúncia social. Consagrado na voz de Luiz Gonzaga, seu poema, “A triste partida”, o tornou conhecido em todo Brasil. Faleceu em 2002 na mesma cidade em que nasceu deixando uma obra extensa e variada, composta tanto de poemas de cunho político e social quanto de histórias de aventuras como a narrada no romance “A lâmpada de Aladim”, de 32 páginas.

ABRAÃO BEZERRA BATISTA (1935)

Cearense de Juazeiro do Norte, Abraão Batista, nasceu em 1935 e além de poeta é conhecido por suas xilogravuras. Em sua obra predominam os temas cômicos e a inserção de personagens típicos da cultura de massa no universo da literatura de cordel como no folheto “Encontro de Lampião com Kung Fu em Juazeiro do Norte, Ceará”. Outros pontos fortes de sua obra são as atualidades e a crítica de costumes, presentes nos folhetos: “O entrechoque do divórcio na sociedade brasileira” e “Discussão de um rapaz velho com uma coroa cafona”

ANTONIO TEODORO DOS SANTOS (1916-1981)

Antônio Teodoro dos Santos, nasceu no dia 24 de março de 1916 e morreu no dia 23 de outubro de 1981. O cordelista teve o início e o fim da sua trajetória terrena acontecida em um dia especial, pois nasceu e morreu em uma sexta-feira, que no dito popular é assinalado como o melhor dia da semana, por ser o último dia de trabalho e véspera de muitas promessas, pois no fim de semana todos querem diversão. O imaginário se estendeu ao seu apelido, da experiência na aventura e a proeza na busca por substâncias minerais valiosas, quando jovem ao exercer a função de garimpeiro, o que deu origem à alcunha de Poeta Garimpeiro. Antonio Teodoro dos Santos, conhecido como Poeta Garimpeiro, nasceu em 1916 no município de Jaguarari na Bahia. Autor de uma extensa lista de títulos, a maioria dos quais lançados pela antiga editora Prelúdio, o poeta ficou famoso por seu poema “Vida e tragédia do presidente Getúlio Vargas” com 280 mil exemplares vendidos. Seus folhetos se ocupam, em geral, da história de heróis ou anti-heróis, reais ou imaginários. Entre estes se destacam: “A vida criminosa de Antonio Silvino”, “A vida de Pedro Malazarte” e “A vida de Pedro Sem e sua chegada ao céu”

CAETANO COSME DA SILVA (1927)

Nascido em Nazaré da Mata, Pernambuco, no ano de 1927, Caetano Cosme da Silva residiu em Paudalho (PE) e Itabaiana (SE) antes de se fixar em Campina Grande (PB) em 1976. Além de poeta foi agente da editora de João José da Silva, por onde publicou a maior parte de sua obra. Em 1966 fundou sua própria editora: a Folheteria São Caetano. Entre seus temas preferidos constam as profecias como se observa em inúmeros folhetos de sua autoria. Entre estes, se destacam: “A carta do apóstolo Paulo ao mundo sobre os sinais do fim da era” e “A verdadeira profecia e almanaque de Frei Vidal da Penha, o profeta da verdade para o ano de 1982”.

CUÍCA DE SANTO AMARO (1907-1964)

Nascido em Salvador em 1907, Cuíca de Santo Amaro, nome artístico de José Gomes, Salvador, 19 de março de 1907 - 23 de janeiro de 1964 , foi um poeta, cordelista e trovador brasileiro, nomeado por Jorge Amado como o Trovador da Bahia. José Gomes, o famoso Cuíca de Santo Amaro, foi um dos cordelistas mais populares da Bahia. Fazia ponto no Elevador Lacerda onde vendia seus folhetos, atividade da qual sobreviveu até a sua morte em 1964. Foi uma espécie de repórter e cronista do cotidiano da cidade. Seus versos relatavam casos e espalhavam fofocas. Nada escapava ao seu registro bem humorado: um fato intrigante, um assassinato, um marido traído, o caso de um patrão com uma empregada. Exótico, sempre vestido de fraque e cartola, “Ele, o tal” (como costumava se autodenominar) acabou entrando para a história. No cinema participou do filme “A Grande Feira” de Roberto Pires e inspirou o personagem Dedé Cospe Rima de “O pagador de promessas” dirigido por Anselmo Duarte. Inspirou também personagens de vários romances de Jorge Amado. Sua forma jocosa de retratar o cotidiano é exemplificada em folhetos como: “A greve de ônibus por Ele, o tal”, “A mulher que deixou o marido desarmado”, “A mulher que adulterou o esposo”, entre outros.

ENÉIAS TAVARES DOS SANTOS (1931)

Enéias Tavares dos Santos nasceu em Marechal Deodoro, Alagoas, no ano de 1931. Em 1947, na Bahia, tornou-se vendedor de folhetos. Seu primeiro poema foi escrito em 1953. Realizou também inúmeros trabalhos em xilogravura, entre os quais uma Via Sacra para a Galeria de Arte de Aracaju. Seus poemas versam, em geral, sobre moralidades, animais, casos extraordinários e aberrações: “A discussão de dois matutos por causa de um jumento” e “A recompensa do diabo ou o castigo da falsidade.”

EXPEDITO FREIRE SILVA (1933)

Expedito Freire Silva nasceu na cidade de Belo Jardim, em Pernambuco no ano de 1933. Entrou na literatura de cordel ainda criança, como vendedor de folhetos. Aos 17 anos escreveu seu primeiro poema. Tornou-se conhecido na década de 1960 com um folheto sobre o presidente John Kennedy. Em 1965 foi para a Bahia e em seguida para o Rio de Janeiro onde atuou como membro da Ordem Brasileira dos Poetas de Literatura de Cordel e na Feira de São Cristóvão, como vendedor de cordéis e divulgador da cultura nordestina. Sua presença no Rio de Janeiro é visível nos folhetos que escreve, voltados ao relato de casos ocorridos na cidade como “O grande incêndio do Museu de Arte Moderna” ou à busca de comparação entre o Rio e o Nordeste como, por exemplo, em “No sertão é tudo direito, no Rio tudo é errado.”

FIRMINO TEIXEIRA DO AMARAL (1896-1926)

Piauiense da cidade de Luis Correia, Firmino Teixeira do Amaral mudou-se ainda jovem para Belém do Pará, onde compôs toda a sua obra. Principal poeta da Editora Guajarina, de propriedade de Francisco Lopes, entre seus títulos mais conhecidos destaca-se a famosa “Peleja de Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum”, gravada por Nara Leão e João do Vale no disco Opinião. Ao poeta é atribuída a invenção de um novo gênero na cantoria, o trava-língua. Os seus temas preferidos são as histórias de amor e as de animais, estas últimas exemplificadas em “A festa dos bichos ou as aventuras de um porco embriagado” e “O casamento do bode com a raposa: história completa”

FRANKLIN MACHADO (1943)

Franklin de Cerqueira Machado, nasceu em Feira de Santa-BA, no dia 15 de março de 1943. “Maxado Nordestino, foi seu nome quando se lançou profissionalmente no cordel. Franklin Maxado é seu nome artístico e literário, daí Franklin Machado Nordestino. Em xilogravura assina F. Maxado ou somente F.M. pois diminui o número de letras para cortar na madeira. Maxado para fixar uma marca e Nordestino porque no sul me identificaram como “o nordestino” e isso reafirma minhas origens e cultura”. Aos 16 anos foi para o Rio de Janeiro onde viveu alguns meses. Voltou para a Salvador, e terminou o curso secundário no Colégio da Bahia. Ficou um ano sem estudar, Depois, ingressou na Universidade Católica e na Universidade Federal da Bahia onde cursou, respectivamente, direito e jornalismo. Fez teatro com Diolindo Checucci, escreveu uma peça, “A Guerrinha des Boneques” (que permaneceu inédita), e publicou dois livros: “Album de Feira de Santana” (desenhos e história) e “Protesto à Desuman-Idade” (poemas). Formado, militou na imprensa baiana, trabalhando no “Jornal da Bahia”, de tradicional família feirense. Fundou a primeira sucursal dum jornal e de uma emissora de rádio no interior do estado (da qual foi diretor durante três anos). Depois, a convite do jornalista Juarez Bahia, mudou-se para São Paulo, onde passou quinze anos. Em São Paulo enfrentou dificuldades. “Muitas, confessa, principalmente por contestar muitas ordens em locais de trabalho”. E justifica, dizendo: “A gente já chegou formado, com uma cultura de raiz ou de resistência, e isso contrariava muitos conceitos dos filhos de estrangeiros que ganhavam dinheiro no sul e se achavam donos da verdade. Podia dizer que também era de formação socialista e, naquele foco do Capitalismo, em pleno “Milagre Econômico”, não podia discutir minhas idéias e pensamentos livremente. Trabalhei um ano na Folha de São Paulo, no Diário Popular, na sucursal de A Tribuna, de Santos, e no Diário do Grande ABC, onde vi iniciar a carreira do sindicalista Lula. As redações eram censuradas e a notícia tinha que ser objetiva e direta. Certos fatos não se podiam dar, isso chocava com a minha formação de repórter da escola do Jornal da Bahia, dirigido por João Falcão e Florisvaldo Matos, que era a de noticiar o que se sabia e se via com palavras de uso corrente e sem termos difíceis”.. Retornando á Feira de Santana, passou a se dedicar integralmente à xilogravura e à poesia de cordel. Seus versos, sem perder suas origens jornalísticas, abordam temas de caráter social e político, quase sempre satíricos. São assuntos os mais diversos, histórias infanto-juvenis, lendas, casos escabrosos, romances exóticos, denúncias, temas históricos e opiniões pessoais. São exemplos: “Eu quero ser madamo e casar com feminista”, “Debate de Lampião com uma turista americana”O Sapo que desgraça o Corinthians” “O Japonês que ficou roxo pela mulata”, “O crioulo doido que era um poeta popular”, “O jumento que virou gente”, “Vaquejada de sete peões pra derrubar uma mineira”, “O romance do vaqueiro marciano da égua”, “Carta dum Pau-de-arara apaixonado pra sua noiva”, “Maria Quitéria, heroína baiana que foi homem”, “Profecias de Antonio Conselheiro – O sertão já virou mar”, “A alma de Lampião faz misérias no Nordeste”, “A Volta do Pavão Misterioso”, “Papagaio e as macacas que não estão na mata (uma fábula urbana de bichos)” e “O pulo do Gato-Mestre”, etc. Seus folhetos são vendidos pelo país inteiro. Escreveu também livros sobre poesia popular: “O que é a literatura de cordel”, “O cordel televisivo – futuro, presente e passado da literatura de cordel” e“Cordel, xilogravura e ilustrações”. Quase todos esgotados, são de leitura obrigatória para pesqusadpres e curiosos. A Editora Hedra organizou uma antologia com cinco dos seus mais de duzentos trabalhos produzidos em trinta e três anos de profissão. Sempre se orgulhou de defender minorias. “Viajei muito pelo Brasil, diz ele, me divulgando e pesquisando, principalmente pelo Nordeste. Dizem que renovei o cordel, que estava moribundo, trazendo temas novos, recriando antigos e dando consciência aos profissionais, estimulando os mais velhos a publicar, tanto que o prof. Raymond Cantel da Universidade francesa da Sorbonne me colocou como um divisor entre o velho e o novo Cordel. E assim sou, estudado, traduzido e publicado na França, onde o cordel já acabou e é só reminiscência”. A infância e da adolescência estão bem vivos em sua memória. Com nostalgia, recorda: “Feira de Santana, tinha a sua grande-feira livre com cegos cantadores, forrós pé de serra, sanfoneiros e cantores, principalmente vindos de outros estados nordestinos, o que nos deixava um sotaque mais característico, diferenciando nós, feirenses, do falar dos baianos da capital, embora seja a distância geográfica pequena. Tive influencias em contato com vaqueiros, camelôs, feirantes, empregadas negras e gente de Candomblé e de Capoeira, com os poetas Antonio Alves, com o pernambucano João Ferreira da Silva, Erotildes Miranda e mais cearenses, potiguares, piauienses, sergipanos, alagoanos, paraibanos. O que me fez inspirar e compor depois a música “Onde o Nordeste se Encontra no Nordeste”, que mistura cordel, xaxado, chula, aboios e samba de roça e que foi finalista no Festival “Vozes da Terra” da Prefeitura de Feira”. Assim são Franklin Maxado, sua grandeza, seu cordel, sua xilografia.

JOÃO ANTONIO DE BARROS (JOTABARROS) (1935)

João Antonio de Barros, mais conhecido como Jotabarros, nasceu em 1935 no município de Glória do Goitá em Pernambuco. Em 1973 transferiu-se para São Paulo onde residiu até a sua morte, no início do presente ano (2009). Vivendo exclusivamente da arte popular, Jotabarros, que se tornou famoso graças à xilogravura, atuou também como repentista e poeta. Muitos de seus folhetos servem como registro do olhar do migrante nordestino sobre a cidade de São Paulo, retratada, com freqüência, em sua obra: “A metamorfose é só em São Paulo” e “Bebê diabo apareceu em São Paulo”.

JOÃO JOSÉ DA SILVA (1922-1997)

João José da Silva nasceu em 1922 em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Ainda criança já improvisava versos. Escreveu seu primeiro poema “O macaco misterioso” em 1947. O poeta, que residiu durante a maior parte de sua vida na cidade de Recife, onde faleceu em 1997, trabalhou exclusivamente no ramo da literatura de cordel, atuando como cordelista e editor. Sua obra, publicada pela Folheteria Luzeiro do Norte, de sua propriedade, tem como destaque o personagem Chico Vira-Mundo e outros da mesma linhagem do anti-herói exagerado que servem de título a inúmeros folhetos de sua autoria: “Arrebente-Mundo”, “Bate-Mundo”, “Cava-Mundo”, “Fura-Mundo” e “Lasca-Mundo”. João José da Silva (24/06/1922 – 1997)

João José da Silva nasceu na cidade de Vitória de Santo Antão em 24 de junho de 1922. Filho de agricultores, ainda criança, a sua verve de poeta aflorou. No entanto, devido às minguadas posses dos seus genitores, teve que abandonar os estudos para só retornar na meia idade através dos próprios esforços. Nessa ocasião é que mostra a sua influência na literatura de cordel no que diz respeito à sua capacidade de compor e editar. Sua vida de poeta foi marcada pela produção de mais de 164 peças, dentre elas as mais procuradas são “O macaco misterioso” e “A fera de Petrolina”.Durante o tempo que viveu em Recife /PE, aliou a chefia da família com o trabalho na área de literatura de cordel na tipografia de Luzeiro do Norte, editora que também publicou seus folhetos.

JOÃO SEVERINO DE LIMA (1909)

João Severino de Lima nasceu em 1909 na cidade de Patos na Paraíba. Em 1935 começou a escrever poesias e a cantar. Seus folhetos tratam, sobretudo, de temas relacionados à moral, à religião e à história. Entre estes se destacam: “A história de Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes” e “A história do homem que quis matar Frei Damião.”

JOSÉ BERNARDO DA SILVA (1901 – 1971)

José Bernardo da Silva nasceu em Alagoas a 02 de novembro de 1901. Filho de pequeno sitiante, segundo apuraram os mais acreditados pesquisadores da Literatura de Cordel, emigrou com seu pai na seca de 1915 para Pernambuco, instalando-se inicialmente na cidade de Vitória do Santo Antão, onde trabalhava na lavoura. Em 1924, casa-se com Ana Vicência de Arruda e Silva. Veio pela primeira vez ao Juazeiro do Norte em 1926, numa romaria, percorrendo todo o trajeto a pé em companhia da mulher e da filha mais velha. Chegando na Meca do Cariri, travou conhecimento com o grande Patriarca do Juazeiro e resolveu fixar-se na cidade, onde começou a trabalhar como vendedor ambulante de raízes e outros produtos medicinais usados pelo povo. Notando o interesse dos romeiros pela poesia popular, começou a vender os primeiros folhetos, seus e de outros autores, no final daquela década. Padre Cícero era um grande incentivador dos poetas cordelistas, conforme atestava João de Cristo Rei e outros vates que tiveram a graça de conhecer “meu padrinho”. Em suas constantes viagens ao Recife, José Bernardo adquiria folhetos editados por João Martins de Athayde, de quem acabaria se tornando o maior revendedor (ou agente), como eram chamados os folheteiros. Até 1936, José Bernardo editava seus folhetos na gráfica do Bispo do Crato. Naquele ano, a conselho do mesmo, adquiriu sua primeira máquina – uma rudimentar impressora de pedal – que foi paga parceladamente. Começa então sua atividade editorial, que alcançaria o apogeu em 1949, quando João Martins de Athayde encerrou as atividades de sua editora e vendeu todo o acervo da mesma a José Bernardo, inclusive a obra do grande poeta Leandro Gomes de Barros, cujos direitos autorais pertenciam a Athayde. Nos anos 50, Juazeiro do Norte publicava os maiores clássicos do cordel: Pavão Mysterioso, Alonso e Marina, Juvenal e o Dragão, Cancão de Fogo, João Grilo, Donzela Teodora e outras estórias que faziam parte do acervo comprado legalmente por José Bernardo.Poeta e editor popular de prestígio, José Bernardo da Silva saiu de Alagoas, seu estado natal, em meados dos anos 1920 para fixar-se em Juazeiro do Norte, no Ceará onde fundou a mais renomada editora popular de todos os tempos. Inicialmente voltada à impressão dos folhetos do próprio José Bernardo e de outros poetas da região, a Tipografia São Francisco ganhou impulso extraordinário com a aquisição dos direitos autorais das obras editadas por João Martins Ataíde entre as quais as de Leandro Gomes de Barros. Devido a essa prática, antigamente comum na literatura de cordel, de transferência de direitos autorais de um autor para um editor, o nome de José Bernardo aparece em inúmeros folhetos de autoria alheia o que torna difícil precisar os que foram efetivamente escritos por ele. O seu acervo de mais de 200 obras passou, com o fim da Tipografia São Francisco, para Lira Nordestina, hoje subordinada a URCA - Universidade Regional do Cariri.

LUIZ NUNES ALVES (SEVERINO SERTANEJO) (1934)

Luiz Nunes Alves, conhecido como Severino Sertanejo, nasceu em 1934 no município de Água Branca, na Paraíba. Formado em direito, trabalhou na Receita Federal, no Banco do Nordeste do Brasil e na Universidade Federal da Paraíba onde atuou como professor de Direito Financeiro. Em 1979 ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano onde recebeu a Comenda do Mérito Cultural. Sua obra se destaca pelo interesse pela temática histórica presente, por exemplo, em “A morte de João Pessoa e a Revolução de 30” e “História da Paraíba em versos”.

PACÍFICO PACATO CORDEIRO MANSO (1865-1931)

Pacífico Pacato Cordeiro Manso. Com um vulgo artístico tão emblemático - seu nome de batismo era Pacífico da Silva -, esta figura, nascida na Fazenda Pimenteira, no povoado de Boa Vista, município de Quebrangulo, em 17 de junho de 1865, só poderia ter a assinatura gravada nos anais da história da cultura nacional. Além de ser considerado um dos mais importantes poetas populares do País, Cordeiro Manso foi o responsável por introduzir a tipografia para cordéis em Alagoas, no início da década de 1910. Autor de apreciações críticas sobre a literatura de cordel e de livros como Iniciação ao Folclore e O Mundo Maravilhoso da Literatura de Cordel, o historiador alagoano José Maria Tenório referendou a importância do cordelista na obra Cordeiro Manso, Grande Poeta Menor. O pesquisador aponta Manso - que morreu em Maceió, em 09 de maio de 1931 - como pioneiro na cultura dos folhetos no Estado. Apesar de não preservar a tradição, Alagoas viu nascer renomados poetas populares até hoje cultuados. Na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, quatro alagoanos estão entre os imortais: Rodolfo Coelho Cavalcanti, José Bernardo da Silva, Cordeiro Manso e José Pacheco. No caso deste último, há uma controvérsia quanto ao local de seu nascimento. Para alguns estudiosos, o autor de A Chegada de Lampião no Inferno nasceu na cidade de Correntes, Pernambuco, e não em Porto Calvo, como registrado em algumas antologias.

SEVERINO BORGES DA SILVA (1919-1991)

Severino Borges da Silva nasceu em Aliança, Pernambuco em 1919. Passou a maior parte de sua vida em Timbaúba (PE) trabalhando como violeiro, cantador e poeta popular. Apesar de ter escritos inúmeros folhetos, quase todos publicados pela Folheteria Luzeiro do Norte, foi como repentista que se tornou conhecido no Nordeste. Entre seus folhetos se destacam: “A princesa Maricruz e o cavaleiro do ar”, “Aladim e a lâmpada maravilhosa” e “As bravuras de um sertanejo” Nasceu no dia 08 de outubro de 1919, em Aliança, PE. Faleceu em 1991. Violeiro improvisador e poeta popular, criou e versou muitos folhetos de Literatura de Cordel. Estudioso e inteligente, era um dos mais inspirados improvisadores do nordeste. Vendia folhetos, esporadicamente, pois sua maior fonte de renda era a viola, da qual tirava a manutenção de sua numerosa família. Residia em Timbaúba, PE. Entre suas inúmeras obras, destacam-se : O verdadeiro romance do herói João de Calais, A princesa do reino do Mar Sem Fim, O valente Felisberto e Amor de mãe. Faleceu em 1991. Folhetos lançados pela Editora Luzeiro : A Princesa Anabela e o filho do lenhador, Amor de mãe, O cavaleiro das flores, O romance da Princesa do Reino do Mar Sem Fim, O valente Felisberto ou O Reino dos Encantos, O verdadeiro romance do herói João de Calais.

SEVERINO LOURENÇO DA SILVA PINTO (PINTO DO MONTEIRO) (1895-1990)

Severino Lourenço da Silva Pinto nasceu em 1895, no município de Monteiro na Paraíba. Respeitado entre os cantadores, Pinto do Monteiro, apelidado de “cascavel do repente” foi imbatível no seu ofício. Morto em 1990, o poeta foi homenageado em 2006, no projeto Paraíba com Memória que publicou no Jornal da Paraíba um caderno especial sobre sua vida e sua arte. Uma de suas mais notáveis pelejas foi reproduzida no folheto: “Peleja de Severino Milanês com Severino Pinto”

VALERIANO FELIX DOS SANTOS (1926-)

Valeriano Félix dos Santos nasceu no Distrito de Igreja Velha, atual Palmares em Sergipe no ano de 1926. Foi educado no Exército, onde fundou o jornal “O carteiro” e, em seguida, trabalhou como funcionário público. Apesar de nunca ter se dedicado exclusivamente à literatura de cordel, é autor de uma quantidade considerável de folhetos com temas diversificados que variam entre o amor, o humor e a política, sempre observada de um ponto de vista otimista e patriótico como, por exemplo, em: “Somos brasileiros livres e cheios de fé no Brasil” e “Tancredo Neves, um novo presidente”

JOSÉ ALVES SOBRINHO (1921-2011)

O cordelista e repentista nasceu na cidade de Pedra Lavrada , município do Estado da Paraíba, no dia 25 de junho de 1921 e morreu no dia 17 de setembro de 2011. Atividades artístico – culturais: Poeta, cordelista, repentista e pesquisador da cultura popular. Obras: Lampião e Zé Saturnino; Glossário da Poesia Popular; Sabedoria de caboco; História de Campina Grande em Versos; Matulão de um Andarilho, e Cantadores e Repentistas e Poetas Populares. José Clementino de Souto, e que ficou conhecido pelo nome artístico de “José Alves Sobrinho” nasceu no município de Picuí, na Fazenda Pedro Paulo, de propriedade dos seus pais, atualmente pertence ao município de Pedra Lavrada. Foi um mestre na arte da cantoria, desde cedo demonstrou ter vocação para o verso e para a viola. Aos 11 anos ele assistiu uma cantoria pela primeira vez, e aos 13 já estava fazendo cantorias pela região. O menino José construiu uma violinha a partir de uma caixa de charutos, até que ganhou de um vizinho uma viola de verdade. No passado distante, ser cantador não era profissão de muito prestígio, por esse motivo seu pai quebrou uma viola em sua cabeça quando ele tinha treze anos, inconformado com a realidade de que um filho seu fosse um repentista. O pai obrigou a mudar o nome para “evitar constrangimentos”. Assim é que “José Clementino de Souto” (ou Zuzu para os conterrâneos) tornou-se “José Alves Sobrinho”, nome artístico que iria acompanhá-lo para o resto da vida. Aos quinze anos, não suportando a opressão paterna, ele saiu de casa. Em 1938 escreveu o seu primeiro folheto, cujo título era “Quem matou também morreu”, sobre Lampião que tinha morrido há pouco. Durante muitos anos teve programas de poesia popular em diversas rádios do Nordeste, cantou na Rádio Clube de Pernambuco, na Rádio Tabajara da Paraíba. Cantou para Assis Chateaubriand, José Lins do Rego entre outras personalidades. José Alves Sobrinho cantou com 91 cantadores. Aos 38 anos perdeu a voz por um problema nas cordas vocais, mas voltou a recuperar. Faleceu aos 90 anos (2011), na cidade de Campina Grande, em decorrência de um câncer, deixando uma vasta bibliografia que inclui folhetos de cordel e algumas obras de referência como o Dicionário Bio-bibliográfico de Repentista e Poetas de Bancada (Editora da UFPB, 1978), que assinou em coautoria com Átila Almeida (1923-1991). O dicionário é considerado uma referência obrigatória na pesquisa do cordel e da cantoria. Ele foi um dos poucos cantadores de viola que, além de dominar esta difícil arte, conseguiu transmitir todo o seu conhecimento e experiência em seus livros. Entre anotações e lembranças, livros e fotografias, José Alves possui um dos maiores arquivos de Cultura Popular do Brasil. O poeta gostava muito de frequentar a feira livre de Campina Grande, ia a feira como se fosse a uma festa. Ganhou o Prêmio Leandro Gomes de Barros pela Secretaria de Educação e Cultura do Município do Recife (PE), foi Sócio Fundador da Associação de Poetas e Folcloristas do Brasil, Cidadão da Poesia pela Ordem Brasileira de Literatura de Cordel, Membro Fundador da Comissão Paraibana de Folclore. Em 2004, José Alves recebeu a Medalha Honra ao Mérito Cel. Elísio Sobreira e em 2006, assumiu a cadeira de número 1 da Academia Paraibana de Literatura de Cordel. José Alves Sobrinho foi um dos maiores repentistas de todos os tempos no mundo da cantoria, e um respeitado pesquisador da cultura do repente e da Literatura de Cordel. Estudiosos do Brasil, dos Estados Unidos, da França, da Alemanha, dentre outros, vieram até ele em busca da sua experiência e do seu saber. Dezenas de teses de mestrado e de doutorado se inspiraram dos seus saberes folclóricos e musicais. Os seus conhecimentos provocaram a criação de uma cátedra na Universidade de Tolouse (França). O artista foi correspondente das universidades de Poitiers e de Montpelier (França) e de San Francisco (EUA). E uma pesquisadora, não satisfeita com o que aprendeu do mestre, resolveu escrever a sua biografia em alemão. E como um tributo a José Alves Sobrinho, no ano de 2007, foi feito um vídeo documentário intitulado “A voz do poeta” mostrando a sua trajetória artística.

APOLÔNIO ALVES DOS SANTOS(1926-1998)

Apolônio Alves dos Santos, nasceu no dia 20 de setembro de 1926 e morreu no ano de 1998.Cordelista paraibano, nascido aos 20 de setembro de 1926, em Serraria, município caracterizado pela paisagem serrana e clima agradável, por isso é reconhecida como Princesa do Brejo ou Suíça paraibana. Algumas fontes afirmam que Apolônio nasceu em Guarabira, Paraíba, mas na realidade esta foi a cidade onde os pais, Francisco Alves dos Santos e Antônia Maria da Conceição, criaram o poeta. Faleceu aos 72 anos, na cidade de Campina Grande, Paraíba, no ano de 1998. Iniciou a vida literária aos 20 anos. Escreveu e não pôde publicar seu primeiro romance: Maria Cara de Pau e o Príncipe Gregoriano, o qual foi vendido, em 1948, para José Alves Pontes, sendo publicado no ano seguinte, em Guarabira, Paraíba. Nos idos de 1950, foi trabalhar na construção civil na Cidade Maravilhosa, como pedreiro e ladrilheiro; em 1960 trabalhou em Brasília, e inspirado escreveu A construção de Brasília e sua inauguração e, no ano seguinte, retornou para o Rio de Janeiro. Sua estada no Rio contextualizou o cordel Discussão do Carioca com o Pau-de-Arara: Nascido em Guarabira, na Paraíba, Apolônio Alves dos Santos transferiu-se em 1950 para o Rio de Janeiro onde trabalhou como pedreiro antes de começar a se dedicar ao cordel. Foi poeta atuante na Feira de São Cristóvão – RJ, por ele retratada no folheto “A feira dos nordestinos no Campo de São Cristóvão – RJ”. Morreu em 1998, em Campina Grande, na Paraíba deixando mais de 120 títulos publicados. Em sua obra, a imagem de um Rio de Janeiro marcado pela exclusão e pela exploração está presente em títulos como: “O agricultor nordestino que veio trabalhar na obra do Rio de Janeiro”, que conta a sua própria história, e “Greve, crise e carestia no Brasil dos tubarões”. Natural de Guarabira, PB, transferiu-se para o Rio de Janeiro no ano de 1950, onde exerceu a profissão de pedreiro, até viver da sua poesia. Seu primeiro folheto foi “MARIA CARA DE PAU E O PRÍNCIPE GREGORIANO”, publicado ainda em Guarabira.Faleceu em 1998, em Campina Grande, na Paraíba, deixando aproximadamente 120 folhetos publicados e acreditando ser o folheto “EPITÁCIO E MARINA”, o mais importante da sua carreira de poeta cordelista.

ELIAS ALVES DE CARVALHO (1918)

Elias Alves de Carvalho, poeta nascido em 26 de março de 1918 na cidade de Timbaúba, estado de Pernambuco. Nas criações de suas obras literárias, ele foi bastante entusiasta ao contar e encantar apresentando o seu Estado, o seu País. Considerado um artista de múltiplas facetas, além de poeta, era também sanfoneiro emérito, versejador e repentista, envolvendo-nos igualmente com a arte de cantar o repente. Cantava coco de embolada, mas por problemas na voz foi obrigado a deixar suas canções, passando a dedicar-se aos folhetos, dentre os quais, os mais vendidos foram “O Brasil de Ponta a Ponta” e “Desafio de Mulher” em 1982. Além de poeta, que com tanto entusiasmo contou e cantou as coisas do seu estado e do Brasil, foi também emérito sanfoneiro, repentista e versejador, sendo intensa a sua atividade, sem prejuízo para a profissão de enfermeiro, na qual era diplomado. Trabalhou no sanatório Alcides Carneiro, em Corrêas, na cidade de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro, ligação que lhe permitiu preparar um importante trabalho intitulado “O ABC do corpo humano”, entre os tantos outros que escreveu ao longo de sua vida. Elias de Carvalho Pernambucano de Timbaúba, Elias de Carvalho, viveu no Rio de Janeiro, na cidade de Petrópolis, onde trabalhou como enfermeiro em um sanatório. Sua experiência na área médica, sempre conciliada com as atividades de poeta, sanfoneiro e repentista, sobressai no folheto “O ABC do corpo humano – pequeno tratado de anatomia humana” que se destaca entre dezenas de outros títulos que publicou ao longo de sua vida. É visível também em sua obra o interesse por questões relacionadas ao cordel, manifestado em títulos como “Casa de Cultura São Saruê” dedicado ao espaço onde funciona a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, e “Memória de poetas inesquecíveis”.

FRANCISCO DAS CHAGAS BATISTA(1882-1930)

Publicou, em 1902, seu primeiro folheto, Saudades do Sertão, em Campina Grande, PB. Na década de 1910, trabalhou como carregador de água e lenha e operário da Estrada de Ferro de Alagoa Grande. Por volta de 1911 estabeleceu a livraria Popular Editora, em João Pessoa, PB. Em 1929, publicou Cantadores e Poetas Populares, pela Editora Batista Irmãos. Entre suas obras poéticas estão os folhetos A Vida de Antonio Silvino (1904), História Completa de Lampeão (1925), As Manhas de um Feiticeiro (1930) e A Escrava Isaura (1930). “Francisco das Chagas Batista não foi cantador mas um dos mais conhecidos poetas populares. Sua produção abundantíssima forneceu vasto material para a cantoria.” – Luís da Câmara Cascudo.

FRANCISCO SALES ARÊDA (1916-2006)

Francisco Sales Arêda (26/10/1916 – 20/12/2005). O repentista e cantador popular paraibano, Francisco Sales Arêda, nasceu na conhecida Rainha da Borborema, cidade de Campina Grande, no Sítio Covão, em 26 de outubro de 1916, mas conforme informação registrada no blog Retalhos históricos de Capina Grande,no batistério consta o ano de 1915 como de seu nascimento. Filho de agricultores, quando se mudou para Caruaru – PE (1927), veio a exercer outras atividades: lambe-lambe (fotógrafo ambulante), raizeiro, folheteiro e cantador de viola. Como cantador de viola, entre 1940 – 1954, desafiou Dimas e Lourival Batista, Zé Vicente da Paraíba, Pinto do Monteiro e José Soares do Nascimento, posteriormente dedicando-se, exclusivamente, à poesia de composição, vindo a publicar seu primeiro cordel em 1946, intitulado O casamento e herança de Chica Pançuda com Bernardo Pelado, porém iniciou na poesia aos 15 anos. Naturalidade: Campina Grande-PB Nascimento: 25 de outubro de 1916 / Falecimento: Janeiro de 2005. Atividades artístico-culturais: cantador de viola, cordelista, vendedor de folhetos e fotógrafo de feira (lambe-lambe). Filho de pais agricultores começou cedo a trabalhar no campo, tendo frequentado a escola por apenas três meses. Contudo, foi considerado um dos grandes expoentes do cordelismo, ao lado de Leandro Gomes de Barros, João Martins de Athayde e João Benedito. Em 1927, transferiu-se para Caruaru, agreste pernambucano, onde trabalhou entre outras coisas, como cantador de viola. Abandonou a Viola em 1954, oficio que exerceu durante catorze anos, desde então se dedicou à poesia de composição. Na poesia de composição os artistas são conhecidos como poetas de bancadas ou de cordel – pessoas que escrevem folhetos rimados, tradicionalmente vendidos em feiras populares expostos em fios de barbante. Seu primeiro folheto foi publicado em 1946 e se chamava “O casamento de Chica Pançuda com Bernardo Pelado”. Como os bons poetas, percorreu várias temáticas: aventura – As presepadas de Pedro Malazartes, em que aborda a astúcia e a malandragem; cantorias, desafios e emboladas – A malassombrada peleja de Francisco Sales com o Negro Visão. Dentre os temas mais recorrentes em seu trabalho, estava o romance e o conto de encantamento, nesse viés uma de suas obras mais celebres foi – O homem da vaca e o poder da fortuna, publicado em 1963 e adaptado para o teatro pelo Mestre Ariano Suassuna, dez anos depois. Além da obra adaptada por Ariano Suassuna, também tratou de fatos políticos, como no folheto A lamentável morte do presidente Getúlio Vargas. Sua obra é extensa passando de uma centena de títulos publicados por várias tipografias e editoras como a Folhetaria Borges, em Bezerros (PE); Art-Folheto São José, em Caruaru (PE); Luzeiro do Norte (PE); e, Luzeiro (SP). Costumava usar o acróstico FSALES no final de seus poemas. Faleceu em Caruaru (PE), em janeiro de 20015, na casa da filha.

JOÃO FERREIRA DE LIMA (1902-1972)

João Ferreira de Lima era pernambucano de São José do Egito, onde nasceu em 3 de novembro de 1902. Faleceu em Caruaru, Pernambuco, em 19 de agosto de 1972. Além de poeta, era astrólogo. Foi autor do mais célebre almanaque popular nordestino, o Almanaque de Pernambuco.

Em sua obra destacam-se, pelo menos, dois grandes clássicos da Literatura de Cordel: “Proezas de João Grilo” e “Romance de Mariquinha e José de Sousa Leão”. Sobre o folheto “As proezas de João Grilo” convém ressaltar o seguinte: João Ferreira de Lima o escreveu originalmente em sextilhas, num folheto de oito páginas, intitulado “As palhaçadas de João Grilo”. Por volta de 1948, a obra foi ampliada para 32 páginas na tipografia de João Martins de Athayde, pelo poeta Delarme Monteiro. As estrofes que foram acrescentadas são todas em setilhas, sendo fácil identificar quais são as de autoria de João Ferreira de Lima.

JOÃO MARTINS DE ATHAYDE (1880-1959)

Nasceu no dia 24 de junho de 1880, em Cachoeira da Cebola, no município de Ingá, Paraíba. Trabalhou como mascate e atraído pela febre da borracha, foi para o Amazonas onde teve 25 filhos com as caboclas das tabas indígenas. Retornou ao nordeste e transferiu-se para Recife, onde fez curso de enfermagem.

Em 1921, já com bela fortuna amealhada, comprou o famoso projeto editorial de Leandro Gomes de Barros, tornando-se o maior editor de literatura de cordel de todos os tempos. Vendo que oitenta por cento dos folhetos vendidos nas feiras era de humor ou de pelejas, e tendo especial vocação para duelos verbais, inclinou sua pena para esse tipo de produção. Usando personagens reais e fictícias, escreveu mais de uma dezena de pelejas até hoje muito procuradas e lidas, como a de “Serrador e Carneiro”.

JOÃO MELCHÍADES FERREIRA (1869-1933)

João Melchíades Ferreira da Silva nasceu em Bananeiras-PB aos 07 de setembro de 1869 e faleceu em João Pessoa-PB, no dia 10 de dezembro de 1933. Foi sargento do exército. Combateu na Guerra de Canudos e na questão do Acre. É autor do primeiro folheto sobre Antônio Conselheiro e de mais de 20 folhetos, dos quais destacamos “ROMANCE DO PAVÃO MYSTERIOZO”, “COMBATE DE JOSÉ COLATINO COM CARRANCA DO PIAUÍ”, “ROLDÃO NO LEÃO DE OURO”, “HISTÓRIA DO VALENTE ZÉ GARCIA” e “A GUERRA DE CANUDOS”. O poeta popular e cantador João Melchíades Ferreira da Silva nasceu em Bananeiras, Paraíba, em 7 de setembro de 1869. Filho de pequenos proprietários ficou órfão de pai muito cedo. Nunca freqüentou a escola. Aprendeu a ler com o beato Antônio Simão que pregava o catolicismo e alfabetizava adultos e crianças, por ordem do Padre Ibiapina. Entrou para o exército aos 19 anos e, cinco anos depois, foi promovido a sargento. Combateu os partidários de Antônio Conselheiro na Guerra de Canudos, em 1897, e participou das campanhas do Acre, na disputa de território entre o Brasil e a Bolívia, em 1903. Em 1904, depois de reformado do Exército voltou a morar na capital paraibana, onde casou e teve quatro filhos, tornando-se poeta popular e cantador. Segundo alguns, era mais poeta popular do que cantador, não se enquadrando como um repentista nato. Intitulava-se o Cantor da Borborema e é invocado, com nome e codinome, na obra de Ariano Suassuna A Pedra do Reino.

É autor do folheto A Guerra de Canudos, o primeiro cordel sobre Antônio Conselheiro, publicado no início do século XX que, apesar de não ter sido assinado, foi identificado como seu pelo pesquisador José Calasans. Os seus folhetos, na sua grande maioria, eram revisados e impressos na tipografia do seu amigo Francisco das Chagas Batista. Considerado um dos grandes poetas populares da primeira geração de cordelistas do Nordeste brasileiro, Melchíades já publicava folhetos com regularidade em 1914. Era um poeta-cronista da sua região de origem, principalmente da Serra da Borborema, narrando histórias e feitos dos seus habitantes, beatos, heróis e valentes, além de descrever seus usos e costumes.

Estima-se que seja autor de 36 cordéis. Da sua obra podem ser destacados, além d’A Guerra de Canudos, O Pavão Misterioso; História do valente sertanejo Zé Garcia; As quatro órfãs de Portugal ou o valor da honestidade; Combate de José Colatino com o Carranca do Piauí; História de Rosa Branca de castidade; História de Antonio Silvino; A história de Carlos Magno e os 12 pares de França; Peleja de Joaquim Jaqueira com João Melquíades; História do Rei do Meio Dia e a moça pobre; História sertaneja; Quinta peleja dos protestantes com João Melquíades; História do viadinho e a moça da floresta; O príncipe Roldão no Leão de Ouro; A besta de sete cabeças; As quatro moças do céu: fé, esperança, caridade e formosura. João Melchíades Ferreira da Silva morreu em João Pessoa no dia 10 de dezembro de 1933.

JOAQUIM BATISTA DE SENA (1912-1990)

Joaquim Batista de Sena nasceu no dia 21 de maio de 1912, em Fazenda Velha, do termo de Bananeiras, hoje pertencente ao município de Solânea-PB. Faleceu no distrito de Antônio Diogo (Redenção-CE) no início da década de 90. Autodidata, adquiriu vasto conhecimento sobre cultura popular e era um defensor intransigente da poesia popular nordestina. Começou como cantador de viola, permanecendo três anos neste ofício, no final da década de 30. Sena era um grande poeta, de verve apurada e rico vocabulário. Conhecia bem os costumes, a fauna, a flora e a geografia nordestina, motivo pelo qual seus romances eram ricos em descrições dessa natureza. Pode-se dizer que com a sua morte, fechou-se um ciclo na poesia popular nordestina e o gênero “romance” perdeu um de seus maiores poetas.

JOSÉ CAMELO DE MELO RESENDE (1885-1964)

Os pesquisadores Átila de Almeida e José Alves Sobrinho, em sua obra Marcos e Vantagens, de 1981, assinalam que José Camelo de Melo Resende nasceu a 20 de abril de 1885, em Pilõezinhos, Paraíba, e faleceu em Rio Tinto, Paraíba, em 1964. Poeta fecundo, de fértil imaginação, bom de métrica, rima e oração, compôs verdadeiros clássicos da literatura de cordel. Pertence a segunda geração dos grandes poetas populares nordestinos, ao lado de Manoel Camilo dos Santos, Severino Borges e João José da Silva. Sua obra mais famosa, “Romance do pavão mysteriozo”, tem uma história controversa. Segundo os pesquisadores, esse folheto foi escrito originalmente com 40 páginas, em 1923 para ser cantado em suas apresentações. João Melchíades Ferreira, ajudado por Romano Elias da Paz, obteve uma cópia do mesmo e o reescreveu com apenas 32 páginas, publicando como obra de sua autoria. Consta que José Camelo, desgostoso com o sucesso obtido por Melchíades, findou rasgando os seus originais.

JOSÉ PACHECO(1890-1954)

Há controvérsia sobre o lugar de nascimento de José Pacheco. Para alguns, ele nasceu em Porto Calvo, Alagoas; há quem firme ter sido o autor de “A Chegada de Lampião no Inferno”, pernambucano de Correntes. A verdade é que José Pacheco, que teria nascido em 1890, faleceu em Maceió na década de 50, havendo quem informe a data de 27 de abril de 1954, como a do seu falecimento. Seu gênero preferido parece ter sido o gracejo, no qual nos deu verdadeiros clássicos. Escreveu também folhetos de outros gêneros.

LEANDRO GOMES DE BARROS (1865-1918)

O paraibano Leandro Gomes de Barros, pioneiro na publicação de folhetos rimados, é autor de uma obra vastíssima e da mais alta qualidade, o que lhe confere, sem exageros, o título de poeta maior da Literatura de Cordel. Nascido em Pombal-PB, em 19 de novembro de 1865, faleceu no Recife-PE, em 04 de março de 1918, deixando um legado cerca de mil folhetos escritos, embora centro cultural algum registre tal façanha. Foi, porém, o maior editor antes de João Martins de Athayde, que o sucedeu. O vigoroso programa editorial de Leandro levou a Literatura de cordel às mais distantes regiões, graças ao bem sucedido projeto de redistribuição através dos chamados agentes.

MANOEL CAMILO DOS SANTOS (1905-1987) ABLC

Manoel Camilo dos Santos nasceu em Guarabora, Paraíba, no dia 9 de junho de 1905. Foi cantador na década de 30. Tendo de cantar em 1940, dedicou-se a escrever e editar folhetos. Iniciou as atividades editoriais em sua cidade natal, indo continuá-las em Campina Grande, onde reside. A Folhateria Santos, por ele fundada, cede, anos depois, seu lugar a A “ESTRELA” DA POESIA, que ele mantém mais como um símbolo, sob cuja égide vem fazendo publicar os raros folhetos que ainda escreve. Manoel é membro fundador da Academia Brasileira de Cordel, onde ocupa a cadeira nº 25, que tem como patrono Inácio Catingueira. Repentista e violeiro, é autor de mais de 80 folhetos. No dia 8 de abril de 1987, faleceu em Campina Grande.

MANOEL D’ALMEIDA FILHO (1936-1995) ABLC

Publicou em João Pessoa PB, em 1936, A Menina que Nasceu Pintada com as Unhas de Ponta e as Sobrancelhas Raspadas, seu primeiro folheto. Entre 1965 e 1995, trabalhou como selecionador de folhetos de cordel para a Luzeiro Editora, em São Paulo, o que lhe conferiu grande importância no mercado editorial do gênero. Em 1995 tornou-se membro da ABLC, no Rio de Janeiro. Escreveu dezenas de folhetos , entre os quais Vicente, o Rei dos Ladrões (1957), Peleja de Zé do Caixão com o Diabo (1972), Vida, Vingança e Morte de Corisco (1986 ), Briga de São Pedro com Jesus por Causa do Inverno. O Milagre da Apolo 13 (1986), Como Ser Feliz no Casamento (1988), Os Amigos do Barulho e o Bandido Carne Frita (1991) e A Afilhada da Virgem da Conceição (1995).

MANOEL MONTEIRO (1937-2016)ABLC

Manoel Monteiro da Silva ou simplesmente Manoel Monteiro, como assina seus trabalhos, nasceu em Bezerro, Pernambuco, no dia 4 de Fevereiro de 1937. É o mais importante cordelista brasileiro em atividade, com uma produção densa e diversificada, abarcando toda a área da atividade humana.

Seguro no ofício de escrever versos rimados e metrificados, suas narrativas são envolventes e prendem o leitor do princípio ao fim, além da influência verbal, própria dos grandes mestres. Em razão da qualidade de sua produção, a literatura de cordel está sendo indicada para a grade escolar de várias cidades brasileiras.

MESTRE AZULÃO (1932-2016)

José João dos Santos, Mestre Azulão, é natural de Sapé, Paraíba, onde nasceu aos 8 de janeiro de 1932 e morreu em Cantador de viola e poeta de bancada, autor de mais de 100 folhetos, vive há vários anos no Rio de Janeiro e atuou na famosa Feira de São Cristóvão, abrindo caminho para outros poetas nordestinos que lá se estabeleceram. É um dos poucos cantadores vivos que ainda cantam romances, sendo frequentemente convidado para apresentações em universidades brasileiras e até do exterior. Tem trabalhos publicados pela Tupynanquim Editora.

SEVERINO MILANÊS(1906-1967)

Severino Milanês da Silva nasceu em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Faleceu em seu estado natal, em 1956. Repentista e poeta de bancada, exerceu com aprumo sua atividade poética, tanto na cantoria quanto no folheto. De sua bibliografia constam vários títulos dos gêneros discussão e peleja. A considerar também a lista de romances de amor e histórias de princesas e príncipes encantados, é de se atribuir a Milanês predileção por esses dois temas. Severino Milanês Silva (1906 -1956 ou 1967) Severino Milanês da Silva é natural de Bezerros, Pernambuco. Ficou conhecido como poeta popular, cantador, repentista e romancista. Da sua morte, sabe-se que faleceu no município de Vitória de Santo Antão, entretanto, há controvérsia quanto ao ano chegando a ser uma diferença de 11 anos: 1956 ou 1967.De acordo com Benjamim, no site Casa de Rui Barbosa, “….produção é bastante diversificada. É autor do Forte Pernambucano, escrito na década de 40, um marco, gênero de poema mais longo realizado pelos poetas de gabinete, aqueles que só escreviam e em geral, não eram cantadores, ampliando ainda mais seu campo de ação, já que possuía fama de grande repentista e glosador”.Como romancista, ele imortalizou alguns na memória dos seus admiradores especialmente os que escolhiam as histórias de amor, de príncipe e princesa e reinados fictícios.Conforme o texto do blog Jornal de Besta Fubana de Luiz Berto reiterado pelo de Carlito Lima: “Milanês não era muito cuidadoso com a geografia nem com a história. Vez por outra abusava da “licença poética” na composição de seus romances, que às vezes beiram o surrealismo, mistura gênios e fadas com índios guerreiros e gigantes desaforados que chamam o herói de “cabrinha” e outros xingamentos tipicamente nordestinos no auge da luta”.

NIVALDO AMADOR DE SOUSA (1955)

Nivaldo Amador De Sousa. Data de nascimento:31/12/1955

Local de nascimento: Antenor Navarro /PB. É gerente do Balneário de Brejo das Freiras – Paraíba. Local de águas térmicas.

ZÉ DA LUZ (1904-1965)

Severino de Andrade Silva, nasceu em Itabaiana, PB, em 29/03/1904 e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, em 12/02/1965. O trabalho de Zé da Luz é conhecido pela linguagem matuta presente em seus cordéis.

ERIVALDO (1965)

Erivaldo Ferreira da Silva nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de maio de 1965. Filho de Expedito Ferreira da Silva, fez o curso de artes plásticas do MAM. Uma das figuras mais representativas da xilogravura brasileira, já ilustrou mais de uma centena de livros e folhetos de cordel.

STÊNIO (1953)

José Stênio Silva Dinis nasceu em Juazeiro do Norte, Ceará, em 26 de dezembro de 1953. Neto do famoso editor e poeta popular, José Bernardo da Silva, seu trabalho ilustra capas de folhetos e álbuns da antiga Tipografia São Francisco, de seu avô.

JOTABARROS (1935)

João de Barros, também conhecido por “J. Barros”, nasceu em Glória do Goitá, Pernambuco, em 1935. Marceneiro, entalhador e xilógrafo é também poeta popular, autor, entre outros, do folheto “O Rapaz que virou Cachorro porque zombou do Padre Cícero”.

JERÔNIMO SOARES

Jerônimo Soares nasceu em Recife, Pernambuco, em 1945. Filho do poeta popular José Soares, começou fazendo carimbos e depois xilogravuras para ilustrar folhetos de cordel. Hoje reside em São Paulo, capital.

FRANKLIN JORGE (1952)

Franklin Jorge do Nascimento Roque nasceu em Ceará-Mirim, Rio Grande do Norte, em 8 de setembro de 1952. Poeta, pintor, crítico de arte e professor, começou a pintar aos 16 anos e hoje tem várias de suas obras expostas em museus e coleções particulares.

CIRO FERNANDES (1942)

Ciro Fernandes nasceu em Uiraúna, Paraíba, em 31 de janeiro de 1942. Começou a desenhar ainda criança, pintando nas paredes da casa dos seus avós. Aos 17 anos veio para o Rio de Janeiro e desde então fez várias pinturas, desenhos e xilogravuras, inclusive capas de livros para Orígenes Lessa.

ARLINDO MARQUES DA SILVA(1953)

Arlindo Marques da Silva nasceu em Juazeiro do Norte, Ceará, no dia 10 de agosto de 1953, onde trabalha com o poeta-editor Manuel Caboclo e Silva. Começou a fazer clichês em madeira aos 17 anos. Ilustrou, entre outros, “A Tentação do Demônio – Um Rapaz Castrado no Assaré”.

ABDIAS CAMPOS

Natural do município de Amparo – Paraíba, localizado na microrregião do Cariri Ocidental. Abdias Campos inicia sua apreciação pela poética cordelista a partir de sua convivência com a feira e o mercado público da cidade interiorana como confessado por ele no folheto a História do Forró. Embora paraibano, foi em Pernambuco que Abdias Campos expandiu as fronteiras de seu talento e formação. Graduou-se em Administração de Empresas pela Universidade de Pernambuco, formação que contribuiu para o seu lado empreendedor. Traz em seu fazer poético a educação, ministrando oficinas, proferindo palestras e produzindo folhetos educativos com temas transversais, a exemplo dos cordéis: “Aquecimento global. É frescura ou a coisa esquentou mesmo?”, “Água”, “Poluição sonora”, “Lixo. Onde botar?”. Nos versos, o poeta apresenta uma relação direta do homem com a natureza e o meio ambiente. Sua produção, em linguagem coloquial, conduz os homens à reflexão, bem como trata de temas que versam questões da atualidade. Poeta, cordelista, violeiro, compositor, ator, declamador com uma carreira profícua, Abdias Campos alia tradição e contemporaneidade fazendo seus versos e produzindo seus textos com temas que relacionam tradição e atualidade. Apesar de trazer em sua poética a tradição característica da composição poética dos versos que emanam das estratégias de textualização escrita cujas raízes originam-se nos aspectos orais das cantorias, o mundo contemporâneo atrai Abdias Campos na junção. Nesse sentido, adota as tecnologias como meio de divulgar sua produção mantendo na Internet sua própria Livraria Virtual intitulada Abdias Campos nos “Campos de Versos: educando com Arte”, o que reitera o lado empreendedor do artista, bem como a possibilidade de dar a conhecer sua poética e, ao mesmo tempo, dela sobreviver. Muito embora o poeta atue em outras frentes simultaneamente com gravação de CDs, escreve artigos, ministra palestras e oficinas, trabalhou como ator na minissérie “A Pedra do Reino”, obra da autoria do também paraibano Ariano Suassuna, levada ao ar pela Rede Globo no ano de 2007. No mesmo ano, ele narrou, em cordel, o filme de animação “Até o Sol Raiá”, dos diretores Fernando Jorge e Leandro Amorim. Criativo, eclético, empreendedor são adjetivações que podem ser empregadas ao poeta cordelista Abdias Campos que também produz uma literatura educativa de cunho infantil, assim como em parcerias com outros autores, inclusive no campo da peleja característica que se tem pelo viés da oralidadade.

ADERALDO LUCIANO (1964)

Aderaldo Luciano é doutor e mestre em Ciência da Literatura, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor, poeta, escritor e músico trabalhando com os conceitos fundamentais da poética do nordeste brasileiro. Autor dos livros Anotações para uma história do cordel brasileiro (Conhecimento Editora, 2011, teoria), O Auto de Zé Limeira (Confraria do Vento, 2008, poesia). Co-autor em Violência simbólica e estratégias de dominação: produção poética de autoria feminina em dois tempos (Editora da Palavra, 2010, ensaios) e Quem Conta um Conto – Estudos Sobre Contistas Brasileiras Estreantes Nos Anos 90 e 2000 (Tempo Brasileiro, 2009, ensaios) ambos organizados pela professora Dra. Helena Parente Cunha. Até 2008 foi um dos editores e colunistas da Revista Confraria on line. Foi coordenador editorial da Editora Luzeiro LTDA, especializada em cordel. Coordena o projeto Roda de Cordel – Círculo de estudos sobre o cordel brasileiro, em São Paulo-SP, e Roda de Cordel – leituras, projeto de leitura de cordéis em escolas e comunidades rurais brasileiras. Como músico tem se dedicado a pesquisar a música formadora do Brasil profundo, notadamente a oriunda do nordeste brasileiro. Daí surgiram os projetos Cantos primevos para um Brasil profundo e POEZIA TRADICCIONAL DO NORDHESTE. É professor convidado da Universidade das Quebradas, curso de extensão do Projeto Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ. Naturalidade: Areia – PB / Radicado no Rio de Janeiro – RJ - Nascimento: 16 de agosto de 1964 Formação artístico–educacional: Doutor e mestre em Ciência da Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atividade artístico-cultural: Professor, poeta, escritor e músico. Livros e publicações: Apontamentos para uma História Crítica do Cordel Brasileiro (Edições Adaga/Editora Luzeiro, 2012), Anotações para uma história do cordel brasileiro (Conhecimento Editora, 2011, teoria), O Auto de Zé Limeira (Confraria do Vento, 2008, poesia). Coautor em Violência simbólica e estratégias de dominação: produção poética de autoria feminina em dois tempos (Editora da Palavra, 2010, ensaios) e Quem Conta um Conto – Estudos Sobre Contistas Brasileiras Estreantes Nos Anos 90 e 2000 (Tempo Brasileiro, 2009, ensaios). Aderaldo Luciano trabalha com os conceitos fundamentais da poética do nordeste brasileiro. Aos oito anos começou a sua sina de leitor, lendo avidamente durante dez anos, sem horário para iniciar ou terminar sua leitura, acordando tarde por ter adormecido mais tarde ainda. Devido ao seu comportamento, ficou conhecido em sua cidade como o “menino que não dormia” e como uma pessoa que não gostava de trabalhar, passando a imagem de um homem preguiçoso. Em 1972 tornou-se ajudante de feira, e ao final do dia, o dinheiro ganho servia para três coisas: ir ao cinema todos os dias do final de semana; fazer um lanche depois do cinema e comprar gibis e revistas. Um dia, nesse mesmo ano, essa constância foi quebrada pela presença, na feira, de um homem cantando e vendendo folhetos de cordel. Desse homem comprou o primeiro cordel: Vicente, “O Rei dos Ladrões”, de Manoel D’Almeida Filho. E esse foi o primeiro livro que determinou muita coisa em sua vida e o deslumbrou com o cordel brasileiro. Aderaldo é muito grato a essa pessoa, pois o tornou um estudioso dessa arte literária. Quando descobriu a biblioteca do Centro Social Pio XII, pertencente à paróquia da cidade de Areia, foi o seu paraíso. Todas as noites da semana, a partir das 19 horas, estava lá, onde leu pela primeira vez “20 Mil Léguas Submarinas”, de Júlio Verne. Leu a obra completa de Júlio Verne, mas a chave mestra foi 20 Mil Léguas e sua continuação, A Ilha Misteriosa, sendo esse o segundo livro mais importante de sua vida. Nessa mesma livraria descobriu a coleção completa das obras de Jorge Amado e Jubiabá, se apaixonando tanto da leitura e não conseguia parar de ler, chegando até a pedir à moça que tomava conta da biblioteca que o deixasse levar aquele livro para casa e, secretamente, ela o concedeu, contanto que ele trouxesse de volta no outro dia para que ninguém notasse a falta do exemplar na estante. Quando entrou na faculdade ficou decepcionado quando notou que ninguém estudava a obra do baiano. Passeando pelas estantes amarrotadas da instituição, descobriu no dorso voltado para dentro, um antigo exemplar de Zé Limeira, Poeta do Absurdo, de Orlando Tejo. Logo segurou aquele livro e sentou para começar a ler. Ganhou muitas vezes o prêmio de melhor aluno, mesmo não sendo um aluno estudioso. Nunca estudou em casa, nunca fez exercícios, resolvia tudo, sempre nos minutos anteriores às aulas e muita coisa entrava durantes esses minutos. O que ele gostava mesmo era de ler, se divertia fazendo desde leituras básicas as mais amenas. Migrou da biblioteca da paróquia para a Biblioteca Municipal e lá descobriu o livro do autor de romance policial Edgar A. Poe: “Histórias Extraordinárias”. Todo o universo noturno escrito por Poe em obras como “O Barril de Amontilado”, “O Poço e o Pêndulo”, e “A Queda da Casa de Usher” foi fantástico para ele. Mesmo toda vastidão de livros, tinha uma coisa que o deixava inquieto. Em sua cidade não havia ninguém para como quem pudesse trocar ideias e solitariamente sofria por conta de suas leituras, sem ter com quem falar. Foi lendo que conheceu Sebá e agora tendo alguém com quem conversar, trocavam ideias sobre suas novas descobertas no mundo da leitura. Enquanto caminhava encontrou a primeira edição do “EU”, de Augusto dos Anjos, ainda com páginas coladas. Com uma régua foi rasgando as dobraduras, e de dentro delas foram saltando os sonetos do poeta que o fez de refém. Quando tinha 16 anos, ainda no ensino médio, se preparando para o vestibular, teve a oportunidade de mudar de cidade. Resolveu que iria entrar para a Fraternidade Marista em Lagoa Seca, cidade próxima a Campina Grande. Foi estudar no Colégio Diocesano Pio XI, na Presidente Vargas, perto do Cine Avenida, em Campina. Pretendia cursar Comunicação Social, mas Adoniran, seu professor de História, despertou o jovem Aderaldo para outro universo. Aderaldo saía do mundo literário, da ficção, do cordel, das aventuras, da poesia, para a reflexão histórico-social e no final do ano, nem vestibular, nem Campina. Foi embora para Propriá, no Sergipe, viver a vida das comunidades eclesiais de base e a Teologia da Libertação. Até 2008 foi um dos editores e colunistas da Revista Confraria on-line. Foi coordenador editorial da Editora Luzeiro LTDA, especializada em cordel. Coordena atualmente o Projeto Roda de Cordel – Círculo de estudos sobre o cordel brasileiro, em São Paulo (SP), e Roda de Cordel – leituras, projeto de leitura de cordéis em escolas e comunidades rurais brasileiras. Em seu livro “Apontamentos para uma História Crítica do Cordel Brasileiro”, pela Editora Luzeiro, Aderaldo dedica-se a solucionar equívocos propagados sobre a história deste produto cultural. A obra é fruto de mais de uma década de pesquisas do autor, e também foi sua tese de doutorado em Ciência da Literatura pela UFRJ. Em seu trabalho ele desconstrói, por exemplo, a ideia de que o cordel brasileiro é uma adaptação do português. E argumenta “A semelhança se limita ao aspecto físico e folhetos de baixo custo. Os cordéis portugueses eram na verdade obras diversas em um papel barato para serem vendidos a preços populares, enquanto que o cordel feito no Brasil tem um conteúdo poético, uma literatura própria”. Aderaldo defende que o cordel é um gênero genuinamente brasileiro, talvez o único realmente fundado e praticado no país. Segundo ele, ao contrário do que muitos acreditam, o cordel não é uma cantoria transcrita. “Essa associação não é válida. A sextilha do cordel não é mesma da cantoria, possuem estruturas diferentes. É importante que se tenha a noção do que são gêneros distintos, embora ambos façam parte do universo da cultura popular”. Como músico tem se dedicado a pesquisar a música formadora do Brasil profundo, notadamente a oriunda do nordeste brasileiro. Daí é que surgiram os projetos: Cantos primevos para um Brasil profundo e Poezia Tradiccional do Nordheste. É professor convidado da Universidade das Quebradas, curso de extensão do Projeto Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ.

JOSÉ COSTA LEITE

Artista da poesia, do almanaque e da xilogravura. Eleito patrimônio vivo de Pernambuco em 2005. Vive do cordel e da xilogravura desde os anos 40 e a partir de 1960 publica um almanaque popular. Não freqüentou nenhum dia de escola, alfabetizou-se no mesmo ambiente onde morava, aprendeu o suficiente para criar autonomia em saberes disponíveis apenas aos iniciados no letramento, o que significou, por exemplo, inventar histórias em versos escritos e publicá-las, expandir-se nos segredos da astrologia e editar o Calendário Nordestino. Andarilho das tradições, é testemunho vivo de mais de sessenta anos de peregrinação por feiras e mercados de Pernambuco, Paraíba, Ceará. Costa Leite nasceu em 27 de julho de 1927. Tem um vigor físico e disposição suficientes para enfrentar pelo menos duas viagens por semana: a Itambé e Itabaiana, na segunda e terça-feira, respectivamente, a fim de comercializar os folhetos que faz. Xilogravura não leva, pois o público das gravuras de parede está muito mais nas galerias de arte do que ali, no meio dos bancos de feira. Nascido em Sapé, Paraíba, radicado na Mata Norte pernambucana desde o final da década 30. A partir de 1955 estabeleceu-se de vez na cidade de Condado. José Costa Leite nasceu em Sapé, Paraíba, aos 27 de julho de 1927. Escreve desde os 20 anos de idade e é autor de centenas de títulos. É também um festejado xilógrafo, com técnica muito pessoal e apurada. Dentre os títulos de sua produção destacam-se “A FILHA QUE MATOU O PAI POR CAUSA DE UMA PITOMBA”, “A MOÇA QUE PISOU SANTO ANTÔNIO NO PILÀO PRA CASAR COM O BOIADEIRO”, “A VIDA DE JOÃO MALAZARTE”,”O CONSELHO DA MOCIDADE”, entre outros.

ANTÔNIO RIBEIRO DA CONCEIÇÃO (1947)

O Antônio-cardosense Bule-Bule (pseudônimo de Antônio Ribeiro da Conceição) nasceu aos 22 de outubro de 1947. De ascendência africana, nato da região de Expansão Metropolitana de Feira de Santana na Bahia, é um ator, cantador, compositor, cordelista, escritor, poeta, repentista e músico, respeitado não só por seus múltiplos talentos, mas por manter as tradições musicais sertanejas baianas: samba rural baiano (samba sertanejo) e coco. Antônio Ribeiro da Conceição teve sua trajetória retratada no primeiro episódio do documentário Visceral Brasil – as veias abertas da música. Dirigido pela cineasta Márcia Paraíso e codirigido por Carla Joner, o capítulo intitulado O trovador, o cabra e os mundos apresentou formação artística de Bule-Bule, que “sem romper com as origens, extrapolara a visibilidade regional e torna-se referência para a MPB” (O TROVADOR, 2014).

OTACÍLIO BATISTA PATRIOTA(1923-2003)

Poeta repentista, o mais novo dos três famosos irmãos Batista (além dele, Louro e Dimas), Otacílio Batista Patriota nasceu a 26 de setembro de 1923, na Vila Umburanas, São José do Egito, sertão pernambucano do Alto Pajeú. Filho de Raimundo Joaquim Patriota e Severina Guedes Patriota, ambos paraibanos, Otacílio participou pela primeira vez de uma cantoria em 1940, durante uma Festa de Reis em sua cidade natal. Daquele dia em diante, nunca mais abandonaria a vida de poeta popular. Em mais de meio século de repentes, participou de cantorias com celebridades como o Cego Aderaldo e outros. Conquistou vários festivais de cantadores realizados nos estado de Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo. Entre os folhetos de Cordel que Otacílio publicou estão os seguintes: A Morte do Ex-Governador Dix-Sept Rosado; Versos a Câmara Cascudo; Peleja de Zé Limeira com Zé Mandioca; Peleja do Imperador Pedro II com o Rei Pelé. Todos consagrados junto aos leitores nordestinos. Otacílio Batista publicou, ainda, vários livros. Entre os quais, destacam-se: Poemas que o Povo Pede; Rir Até Cair de Costas; Poema e Canções; e Antologia Ilustrada dos Cantadores, este último com F. Linhares. Versos de Otacílio foram musicados pelo compositor Zé Ramalho, dando origem à canção ?Mulher Nova Bonita e Carinhosa?, gravada inicialmente pela cantora Amelinha e depois pelo próprio Zé Ramalho. A canção foi tema de uma filme brasileiro sobre Lampião, o Rei do Cangaço. Otacílio Batista Patriota morreu a 05 de agosto de 2003, na cidade de João Pessoa, Paraíba.

DINIZ VITORINO (1940-2010)

Diniz Vitorino, nasceu no dia 06/ de maio de 1940 e morreu no dia 05 de junho de 2010. Paraibano de Lagoa de Monteiro, gravou 2 LPs e 1 Cd, participou de vários festivais de violeiros, conseguindo 23 primeiros lugares. Publicou 4 livros de poesias, três romances e vários córdeis. Um dos grandes mestres de uma geração de repentistas históricos. Era de família de poetas, filho de Joaquim Vitorino e irmão do também poeta Lourinaldo Vitorino. Diniz foi parceiro de nomes clássicos da nossa cantoria de repente, entre eles, e é impossível citar todos, estão; Manuel Xudú, os irmãos Batista, Pinto do Monteiro, Jó Patriota, Ivanildo Vilanova, Geraldo Amâncio, Oliveira de Panelas, entre tantos outros. O mestre Diniz era dono de uma das vozes mais fortes do repente. De uma linhagem de poetas eruditos e letrados, com um vocabulário rebuscado tanto no falar como no modo de cantar de improviso, ou escrevendo seus sonetos.

JOSÉ MARIA GONZAGA VIEIRA – (1946-2017)

Nasceu em Canindé no dia 20 de setembro de 1946, morreu em 14 de abril de 2017. Autodidata, milita na imprensa escrita e falada. Pertence à Associação de Arte e Cultura de Canindé. É correspondente de vários grêmios culturais de Fortaleza, Natal, Campina Grande e Brasília. É autor de quase duas dezenas de folhetos rimados, com destaque para A história de Aparecida e A menina perdida nas matas do Amazonas. Participa do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, criado pelo poeta Arievaldo Viana e implantado em Canindé, em parceria com a Secretaria de Educação do Município. Começou escrevendo folhetos de oito páginas, principalmente no gênero ABC, tendo publicado O ABC do MOBRAL, dos Tubarões, do Consumidor e outros de cunho político e social. No gênero romance, seu melhor trabalho é A lida de Conrado e a honradez sertaneja, que foi ampliado de 16 para 32 páginas pelo poeta Arievaldo Viana. Habitante de um dos maiores centros religiosos do Nordeste, já escreveu diversos folhetos tendo São Francisco das Chagas de Canindé como tema principal. É citado em artigo da escritora francesa Sylvie Deb’s, publicado na revista Latitude, da Universidade de Sorbonne. Também já teve a sua obra pesquisada por outra francesa, Martine Kunz, que reside atualmente em Fortaleza. É também conhecido como Gonzaga Vieira ou Gonzaga de Canindé De 1995 para cá, João Batista se tornou o cordelista mais querido de Niterói: tem mais de cem livretos publicados, bate ponto aos sábados e domingos no Campo de São Bento, cumprimenta com um sorriso largo todos os que o saúdam — apesar de, visivelmente, não se lembrar da maioria que o conhece — e recita versinhos a cada meia dúzia de frases. Quando alguém se aproxima, puxa logo um banquinho que guarda debaixo da banca, para bater, com o visitante, dois dedinhos de prosa. — O segredo do cordelista é viver com os olhos abertos para o mundo. Escrevo a toda hora, sempre quando um tema me provoca. Fico doidinho até botar a ideia no papel — diz ele, que é fã de Victor Hugo e José de Alencar. — Cheguei à conclusão que todos nós gostamos de ser enganados, desde que sejamos bem ludibriados. E a literatura faz isso. Quero fazer agora um cordel épico. Apesar de a revelação só ter chegado com a vermelhidão da pele, provocada pelo lanche do pernilongo, a sementinha da rima já havia sido plantada quando João era menino. Lá no sertão do Sergipe, num lugarejo chamado Terra Vermelha, Seu Francisco não esperava nem o galo cantar, antes de sacudir seus seis filhos para lavrar a terra. Eles comiam cuscuz amarelo, bebiam café e iam para o alto da colina, de onde só saíam quando escutavam a mãe bater com a colher de pau na bacia. De barriga cheia, as crianças voltavam a cavucar a terra com a enxada, enquanto escutavam Seu Francisco — que só sabia assinar o próprio nome — recitar o cordel do “Valentão do mundo”. Nos fins de semana, não era diferente. Quando a família ia para Itabaianinha trocar o feijão pelo milho, João era o primeiro a se prostrar em frente aos trovadores para escutar os versos da semana. — O sujeito que nasce no sertão, que passa necessidade e que dorme abraçado numa novela de cavalaria tem uma certa genialidade. Mas eu só fui “desasnar” mesmo quando tinha 12 anos. Meu pai tinha morrido, e fomos para a cidade de Estância, onde fui trabalhar em fábrica e estudar numa escola grande — conta. João diz ter tido nove profissões, mas é bem provável que tenham sido mais. A primeira delas foi com 6 anos, como espantalho de uma plantação, batendo lata e atirando pedra nos passarinhos. Depois, foi lavrador, operário de fábrica, vendedor, bancário, funcionário público, metalúrgico e porteiro de hotel. Ainda em Sergipe, quando trabalhava em banco e já havia abandonado os tamancos, a calça pesca-siri e o chapéu de palha, ele ouviu falar em um concurso de cordéis. Lembrou das aulas da professorinha e escreveu “A caneta e a enxada”, obra que lhe rendeu o primeiro lugar da competição e um radinho moderno de pilha. Seu Francisco, apesar de não ter sido um homem letrado, sempre repetia para os filhos que um bom cidadão precisa de três coisas: ser bom no que faz, fazer amigos e ser atuante. E nessa história de se engajar, João se tornou sindicalista. Acabou sendo perseguido e se viu obrigado a deixar Sergipe, rumo ao Rio de Janeiro. Foi morar às margens da Avenida Brasil com a mulher, dona Maria José, que conheceu “nos tempos de correria”. A família só desembarcou em Niterói em 1995, quando João, em busca de uma vida mais tranquila para os dois filhos, encontrou uma casinha na Região oceânica.

JOSÉ PEDRO DE LIMA

O Índio lá de Gramame, já escreveu mais de 60 folhetos de cordel. Foi o vencedor do Concurso Novos Escritos da Funjope em 2007. Divulga o folheto em escolas, emissoras de rádio, tv, bancas de revista, feiras e eventos. Rua Barra de Gramame S/N, (83) 3212-5519 / 3212-5537 – Barra de Gramame – João Pessoa-PB.

MEDEIROS BRAGA

Av. Marechal Hermes da Fonseca, 1147, Bessa, CEP.: 58.035-190, João Pessoa-PB. E-mail: medeirosbragab@bol.com.br - Fones: (83) 3245-1555 / 3045-0796 / 9109-0101 / 8806-5453. Cordelista, romancista, economista e técnico de campo junto a pequenas comunidades rurais. Natural de Nazarezinho-PB é escritor de mais de 60 obras de cordel, cujo teor versa sobre política e educação. Retrata em cordel personalidades como Bertold Brecht, Anita Garibaldi, Simon Bolívar, Castro Alves, Monteiro Lobato, dentre outros tantos. Escreveu textos dirigidos aos pequenos produtores agrícolas, apicultores, adubação orgânica, etc. Percorre escolas fazendo palestras sobre cordel e expõe seus textos em bancas de revista e livrarias. Natural de Nazarezinho, reside atualmente em João Pessoa.

MANOEL AMARO

86 anos, vendedor de folhetos nas feiras desde 1947, começou a atuar como cantador em 1949. Viajou quase todo o Estado da Paraíba comercializando histórias em verso e realizando cantorias. Chegou a decorar 84 folhetos de 8, 16 e 32 páginas. Reside em Bayeux-PB.

MANOEL BELIZÁRIO

Natural de Aguiar-PB é estudante de Letras, campus I, da UFPB. Trabalhou com o cordel entre jovens do Programa Agente Jovem. Em 2008 foi o vencedor do Concurso Novos Escritos da Funjope. É um dos novos valores do cordel paraibano. (83) 3233- 0857 / 8701-0697.

MARCO DI AURÉLIO

Marcos Aurélio Gomes de Carvalho, nascido na cidade de Bodocó-PE, alto sertão pernambucano, o poeta Marco Di Aurélio inclui em seu currículo vasta experiência profissional que o tornara poeta de um lirismo límpido sensível às causas sociais e ao próximo, razão que provavelmente conduz a sua entrega total as raízes e a cultura popular nordestina. Sua verve poética e artística o conduz pelas artes plásticas, pelo cinema, pela fotografia pelos palcos, pelos contos e, sobretudo pela poética. Gerado nas madornas de um Abril dos tempos. Gestado vagarosamente nas manhãs do mundo. Nascido sertanejo sob um céu de luz num Janeiro azul e ensolarado, solfeja em seus versos o que vem de dentro. Marcos Aurélio Gomes de Carvalho, filho de Aurélio e de Ester, por isso o “Marco di Aurélio”, nascido na cidade de Bodocó, alto sertão pernambucano, se entrega de corpo e alma à poesia nordestina. Hoje, no alto de sua idade mais propositiva, encarna um regionalismo nativista, sem radicalismos nem barreiras conservadoras. Flui do cordel ao soneto, do aboio à poesia moderna, das incelências aos musicais. Autor da primeira edição de literatura de cordel no sistema Braille no Brasil, transita pelas artes plásticas, pelo cinema, pela fotografia, pelos palcos e pelos contos. Se perde na vastidão da vida, vencendo porteiras e cercas de sua própria busca. Um nordestinado... Um ajuntador de palavras, um tangerino de sonhos... (83) 3244-2067 Rua José Florentino Júnior, 526, Tambauzinho, 58042-040. marcodiaurelio@hotmail.com / marcodiaurelio@uol.com.br Texto extraído de: www.marcodiaurelio.com

VALENTIM QUARESMA

Poeta de cordel, professor de Português e Diretor da Escola Estadual de Ensino Fundamental Monsenhor Manoel Carlos de Morais, Umari-CE - Fone: (88)3578-1133. É co-produtor do site: www.projetocordel.com.br , que há 8 anos no ar tem uma média de visitantes de 100 internautas por dia. Já escreveu dezenas de folhetos, dentre eles, o premiado nacionalmente: Amarrado em Nada.

GIBA DE UMARI

Repentista de pé de parede, homem do campo, de poucas letras, autêntico representante da poesia feita pelo e para o povo sertanejo. Freqüenta os alpendres e terreiros das casas interioranas cantando as dores e sonhos populares. Fone para contato: (88)3578-1133.

JOSÉ FRANCISCO SOARES DA SILVA (1937)

Xilogravurista e poeta de cordel, José Soares da Silva, que também assina José Cavalcanti e Ferreira, José Ferreira da Silva ou apenas Dila, nasceu no município de Bom Jardim, Pernambuco, no dia 23 de setembro de 1937, filho de Domingos Soares da Silva e Josefa Maria da Silva. Vendia folhetos de cordel nas feiras de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Ceará. Diz ter chegado em Caruaru, local em que mora até hoje, em 1952. Trabalhou para os jornais Vanguarda e Defesa, onde imprimia seus cordéis. Chegou até a compor página montada na madeira, no jornal Agreste, onde fazia carimbo e xilogravura. Posteriormente, montou uma pequena oficina gráfica, a Art Folheto São José, que virou Gráfica São José ou Gráfica Sabaó ou Preéllo Santa Bárbara ou ainda Flòlhéteria Càra d`Dillas. Gravador de diversas capas de folheto e álbuns em policromia, rótulos de bebida e de remédios, ilustrador de livros e fabricante de carimbos, é um dos poucos poetas populares que utiliza a borracha ou linóleo, além da madeira, para talhar xilogravuras com uma lâmina de barbear. As primeiras xilogravuras foram feitas para cordéis de sua autoria e de outros poetas, como Francisco Sales Arêda, Vicente Vitorino, Chico Sales, J. Borges, João José da Silva. Dila não gosta dos folhetos de épocas que narram os fatos do dia-a-dia da comunidade. Seus temas preferidos são o cangaço, as aventuras do cangaceiro Lampião e os milagres do Padre Cícero. Dono de grande imaginação, tudo que conta é uma mistura de realidade e ficção. Suas fantasias o levam a dizer que é filho de um holandês chamado Euclides Oliveira Figueiredo, que era proprietário de 112 usinas de açúcar, utilizou 17 nomes para separar as famílias, teve 63 mulheres, 130 filhos homens e 127 mulheres e deixou tudo isso escrito em um catálogo. Entre seus irmãos, encontrados por acaso, estão Lampião, Padre Cícero e Miguel Arraes. Atualmente, sua gráfica atende encomendas para confecção de carimbos e rótulos de cachaça, vinagre, doces e outros produtos de pequenos fabricantes. Sua casa, situada no bairro de Nossa Senhora das Dores, em Caruaru, além de seu local de trabalho, é também um ponto de atração turística da cidade. Dila foi um dos contemplados como Patrimônio Vivo de Pernambuco, através da Lei estadual nº 12.196 de 2 de maio de 2002. José Cavalcanti e Ferreira (Mestre Dila) José Soares da Silva, ou Mestre Dila, como costuma ser chamado, vive há mais de 50 anos na cidade de Caruaru, Pernambuco, onde trabalha como poeta e xilogravurista. Famoso pelos poemas dedicados à Lampião, Dila é autor de uma extensa produção, cujo tema predominante é o cangaço, representado em seus folhetos em versos e gravuras que, além das capas, ilustram, também, as páginas interiores. Segundo o poeta, o cangaço, independente do cangaceiro ou da façanha praticada, esteve sempre associado à figura de Virgulino Ferreira. Porém, lembra ele em um de seus folhetos “Nem tudo foi Lampião”. Conhecido como multiplicador de Lampiões, Dila, a exemplo de seu personagem favorito, também é múltiplo. Apesar das diversas assinaturas adotadas, foi como José Cavalcanti e Ferreira Dila que ele assinou a maior parte de seus folhetos, vinculando-se, através do sobrenome Ferreira, à legenda de Lampião. Entre seus inúmeros folhetos dedicados ao cangaço destancam-se: “Os lampiões”, “Dila o ex-cangaceiro”, “Cangaceiros e revoltosos”, “Amantes de cangaceiro”, entre outros. É sobrinho do famoso poeta, Inácio da Catingueira.

JOSÉ MEDEIROS DE LACERDA (1947)

Nasceu em Santa Luzia-PB, no dia 24 de outubro de 1947, um galego descendente de Holandesa com Português e uma bisneta de Índia Panati, nasceu José Medeiros de Lacerda, mais um descendente das sete irmãs da Cacimba da Velha. Aos 8 anos, já escrevia estórias do seu imaginário, como O Aventureiro, descrevendo a saga de um garoto criado entre as matas da Várzea Comprida na Fazenda Passagem do Meio, de seus avós maternos. Com 12 anos, extremamente amante dos estudos, viu seu sonho desmoronar-se. Só homem já feito conseguiu voltar às salas de aula, de onde nunca mais saiu. Primeiro como aluno, depois professor. O sangue de Tropeiro da Borborema herdado do pai, o fez percorrer o Brasil, de Roraima ao Paraná, carregando seus sonhos, compondo seus poemas, idealizando seus cordéis. No teatro foi ator, dançarino, coreógrafo, autor, na poesia um aprendiz, do Cordel é professor. Em Santa Luzia, constituiu família, em Patos concluiu seu curso de Letras na atual FIP. Hoje se realiza vendo seus cordéis lidos, em todos os Estados do Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste brasileiros. E mais feliz fica, vendo várias escolas pelo Brasil a fora vivenciando sua poesia em sala de aula. Seus cordéis têm cunho educativo, informativo, histórico, nunca usados como desabafos íntimos, válvulas de escape diante das pressões existenciais. Hoje com mais 400 folhetos escritos, faz da poesia sua terapia ocupacional. Seus netos, e sua primeira bisnetinha lhes proporcionam tudo que ainda lhe resta para se emocionar, procurando dar-lhes o que ele não teve direito em sua infância... Seus pais, de saudosa memória, foram apenas o começo de sua história!!!...

JOSÉ ANTÔNIO TORRES (ZÉ CATOLÉ)

poeta popular conhecido também como “Zé Catolé", teve seus livros publicados no Estado de Pernambuco. Escreveu: História de Três Caçadores e um Padre, História d'um Homem que Tinha Fé em Deus, Os Milagres de São Severino dos Ramos e O que Eu Herdei do Meu Defunto Avô. Não se têm mais informações sobre esse autor. JOSÉ ANTÔNIO TORRES – o popular ZÉ CATOLÉ -, cordelista inspirado, consagrado com o Cordel O VELHO QUE ENGANOU O DIABO – ver volume II de Bezerros, Seus Fatos e Sua Gente, 2010, editado na íntegra; ainda encontramos o cordelista e cantador JOÃO FERREIRA DE LIMA, QUE CONSAGROU-SE LOGO COM SEU PRIMEIRO Cordel AS PROEZAS DE JOÃO GRILO, também editado no livro acima citado; e o saudoso cordelista TOBIAS LUCENA, que na sua inspiração poética, ao se referir sobre Serra Negra, assim se expressou na primeira estrofe – “Admiro Serra Negra / toda hora, todo dia,/alí canta o sabiá / todo mundo tem alegria / ouve o grito do roxinho / e a brisa passa mansa e fria”. Na neblina do Tempo, quando o Sol acha uma janela, eis que surge uma grande poetisa, que não sendo bezerrense, escolheu nossa Santa Terra para viver e morrer, deixando um legado poético de imensa luminosidade – JUDITH COSTA -, que no verso A VOZ DO POVO assim se expressa – “Venho de longe – errante caminheira / Já tenho os pés sangrando e a alma tão fria!/ Fria “E eu choro mais triste dia a dia, / Desde que veio a lágrima primeira”. A lista é interminável, todos participando ativamente das atividades culturais, reuniões, encontros poéticos entre as famílias bezerrenses, uma cultura literária efervescente, borbulhante, brilhando além das fronteiras bezerrenses. E não poderia deixar de citar outro nome feminino que brilhou nos salões socioculturais de nossa encantada Bezerros: ANA SALOMÉ TORRES,(FOTO) em cujo coração residia a FADA DA POESIA, bezerrense nata, dentre seus versos escolhemos a poesia BEZERROS –dedicada a velha e querida Bezerros –“ Terra de meu sonho! Bezerros bela / Eu vejo em ti, cidade honesta e boa. / A carinhosa mãe que os filhos vela / E erguendo a mão a todos abençoa”.

E os nossos cronistas? Aqueles que, através dos jornais, deixaram um luminoso rastro no mundo literário, e logo veremos um MANOEL ALVES, que nas páginas do jornal O PORTA-VOZ, 1915, assim, ao concluir o seu texto, se expressou – “Há muito, nas dobras da distancia e da amplidão da noite escura, desappareceram as cândidas e pitorescas praias, que nos fazem lembrar uns poéticos thálamos, onde as ondas, em seus empíricos hymeus, vão, fugaces, rolar, como que fulminadas por extazes germinaes…” (sic). Da cronista HELOÍSA CHAGAS, registramos – “A tristeza violáceo-cinzenta deste dia que morre envolto num lençol de bruma, em plena cidade”! e assim, nessa caminhada, nos deparamos com CACILDA SANTOS – “ Não se precisa de muita argúcia e inteligência para a percepção de que se o trabalhador aninha na terra a semente, rega e aduba o solo que a encerra, alimenta-a já árvore, com o melhor dos seus esforços e seus amores, tem direito, muito justamente, aos frutos que da sua canseira advirem. É ou não muito lógico e natural? E no entanto…A nossa terra brasileira e, nela, a nossa Bezerros, teve também, como terreno exuberante e livre, quem se lembrasse de lançar-lhe o germem da Verdade: as doutrinas da Religião Católica” e no final assim diz: – “E nós, católicos, que faremos? Sem sairmos dos postos de combate, serena e destimidamente, lutemos com armas de amor, não de ódio, pelo saneamento moral, pelas reivindicações religiosas. “Fides intrépida”! Ação social católica! É justo, é urgente, é lícito que não cedamos terreno!”.

SÁVIO PINHEIRO

Médico e cordelista, natural de Várzea Alegre-CE, que segundo notícia do Jornal A Praça, de Iguatu-CE, de 25.08.2007, vem usando a literatura de cordel para divulgar seus projetos na área da saúde da família.

MESTRE PORFÍRIO (1926)

Alberto Porfírio da Silva, nasceu em Quixadá-CE, no dia 23 de dezembro de 1926. Filho de Porfírio Sabino da Silva e Maria Joana do E. Santo. Dona Moça. Cantador-Violeiro e Cordelista, escreveu quase 100 folhetos de cordel. É autor, também, dos livros POETA POPULARES E CANTADORES DO CEARÁ, LIVRO DA CANTORIA – metodologia do repente e do cordel. AS NOITES DAS VIOLAS NA CASA DE JUVENAL GALENO, OS 100 MELHORES SONETOS DE ALBERTO PORFÍRIO. Atualmente está trabalhando no livro: HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA. É uma auto-biografia.

MIGUEL NASCIMENTO (1969)

Nascido em Maceió, mas riolarguense de coração. Dois filhos, Bergson Airan e Bryan Hudson, esposa Renilda são hoje 75% de minha vida. Adoro a minha família, militante político. Nascido em 1969. Gosto de escrever e ler Tamme. Funcionário Público do Município de Rio Largo - AL. Escrevo Literatura de cordel de forma especial, não menos prezando outras formas poéticas. Já publiquei de forma independente: A vida e o Fim de SADDAM, Quando SADDAM HUSSEIM chegou no céu, A gata que pariu cachorro, corno e traição na televisão e um em parceria com Anderson Santos de Sergipe: A Peleja entre o alagoano e o sergipano. Meu grande sonho é escrever um livro e publicar é claro. CORDEL: O MOTORISTA CAGÃO

VALDECK ALMEIDA DE JESUS(1966)

Funcionário público federal, nasceu a 15 de fevereiro de 1966 em Jequié/BA. Reside em Salvador desde fevereiro de 1993. Suas habilidades na área literária valeram: Menção Honrosa em 1989 no 1° Concurso Nacional de Poesia, promovido pelo Instituto Internacional da Poesia, de Porto Alegre/RS; e no Concurso Literário Oswald de Andrade, promovido pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em 1990, em Jequié. Possui poemas publicados nas antologias: "Poetas Brasileiros de Hoje -1984", Editora Shogun Arte, Rio de Janeiro, 1984; "Transcendental", Editora Gráfica da Bahia, Salvador, 1996; "II Antologia Cultural: 500 Anos de Língua Portuguesa no Brasil", Editora Clube de Letras, Barra Bonita/SP, 2005; "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 14º volume", Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro, 2005; "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 15º volume", Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro, 2005,; "Letras Libertas - Contos, Crônicas e Poesias - Vol 2", Editora Ilha das Letras, Santa Catarina, 2005; "XV Concurso Internacional Literário de Verão", Editora Agiraldo, São Paulo, 2005; "Palavras que Falam", Scortecci, São Paulo, 2005; "Todas as Formas de Amar", Casa do Novo Autor Editora, São Paulo, 2005; "O Amor na Literatura", São Paulo, Casa do Novo Autor Editora, 2005; "Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea", Câmara Brasileira do Jovem Escritor, Rio de Janeiro, 2005; "VII Antologia Nau Literária", Komedi, São Paulo, 2005; "Ensaios Poéticos", Academia Virtual Brasileira de Letras, 2005; "Poetry Vibes", Editora Poetry Vibes, Ohio, USA, 2005; "20 Anos de Poesia - Caderno 32", Oficina Editores, Rio de Janeiro, 2005; "Pérgula Literária - VII", Editora EVSA, Rio de Janeiro, 2005; "Amor, Sublime Amor", Editora Litteris, Rio de Janeiro, 2006; "Sangue, Suor e Lágrimas", Arnaldo Giraldo Editor, São Paulo, 2006; Livros publicados: "Heartache Poems. A Brazilian Gay Man Coming Out from the Closet", Editora iUniverse, New York, USA, 2004; (poemas); "Feitiço Contra o Feiticeiro", Editora Scortecci, São Paulo, 2005; (poemas); "Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden", Editora Scortecci, São Paulo, 2005; (autobiografia romanceada). Editor da "1ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus", publicada pela Casa do Novo Autor Editora, São Paulo, 2006; Projeto de apoio e incentivo a escritores e poetas anônimos, com previsão de lançar um exemplar a cada ano. Expositor, como escritor independente, na Bienal do Livro da Bahia em 2005. Tem poemas publicados nos jornais de grande circulação do estado da Bahia e em Brasília/DF; Membro da Federação Canadense de Poetas desde 2004 e da União Brasileira de Escritores-UBE, colunista em vários sites. Em 1987 foi eleito o primeiro diretor de imprensa e um dos fundadores do Grêmio Estudantil Dinaelza Coqueiro, do Instituto de Educação Régis Pacheco, sendo o fundador do jornal Jornada Estudantil. Fundador do fã-clube do Jean Wyllys.

ROBERTO RIBEIRO(1954)

Nascido em Campina Grande / PB, em 1ºde Abril de 1954. Filho de André Porto Sales, trabalhador da construção civil. Aos vinte e sete anos ingressei no SENAI como professor do ramo da construção civil, mas sempre interessei-me por poesia popular, estilo cordel. Lia muito, e de tanto ler, decidi escrever alguns versos e mostrar para pessoas que de cara faziam suas criticas. Umas elogiavam, outras criticavam. Mas como eu tenho esse hobby apenas como "passa-tempo" nunca desisti e continuo escrevendo meus textos, e que já tenho aproximadamente uns cem trabalho. Uns falam sobre cidadania,outros sobre a política social de nosso país, os times de futebol de nossa cidade,e de muita homenagem na minha profissão.

GUSTAVO DOURADO

É baiano mas vive em Brasília há 31 anos. Foi fundador e Diretor do Centro Acadêmico de Letras da UnB. É autor de onze livros, alguns premiados e com poemas traduzidos em cinco idiomas. É professor de Português, Literatura, Lingüística, Redação, Religião, Agrícultura e Folclore Brasileiro. Lecionou no Colégio Elefante Branco, na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, no Gama, Ceilândia, Taguatinga, LBA e no Hospital Sarah. Atuou como delegado e militante do Sindicato dos Professores, Senalba, Sindsep e Sindicato dos Escritores. Em Taguatinga dirigiu o CineClube Gritto, participou da Associação dos Moradores da QNG, Grupo de Jovens da QNG, do Grupo Caxadágua e da Associação de Arte e Cultura / FACULTA. É produtor cultural e de eventos e membro do Fórum Brasília. Faz parte de academias e entidades socioculturais. Presidente da Academia de Letras e Música do Brasil e membro do Instituto Histórico e Geográfico(DF) e da Academia Internacional de Lutèce, Paris, França. Pesquisador cinematográfico, fez a pesquisa biográfica e literária do filme "Castro Alves", de Silvio Tendler, prêmio Margarida de Prata da CNBB, em 1999. Assessor de Literatura e Gerente de Projetos da Fundação Cultural do Distrito Federal e Presidente do Sindicato dos Escritores do DF(1996/2004). Representante da União Brasileira de Escritores. Filiado à Associação de Imprensa de Brasília. Pós-graduado em Gestão (ONU), Literatura, Educação, Folclore, Cultura Popular, Linguagem Teatral e Linguagens Artísticas.Foi Conselheiro da Revista DF Letras, do Concurso de Redação da S/A Correio Braziliense / Fundação Assis Chateaubriand, prêmio Estadão de Cultura/jornal O Estado de São Paulo, Imprensa Nacional, entre outros. Autor de centenas de folhetos de Cordel, contos, crônicas, ensaios, romances e roteiros cinematográficos. No GDF criou /coordenou diversos projetos lítero-culturais. Participou ativamente da Feira do Livro de Brasília, Festivais de Cinema, Classe Arte,Temporadas Populares, Hora do Trabalhador, Almoço com o Escritor, Bienais Internacionais do Livro do Rio e de São Paulo. Improvisador, repentista, declamador. Participou de mais de 500 recitais poéticos e de diversas antologias, jornais e revistas no Brasil e no exterior. O seu livro Phalábora foi selecionado pela Comissão Editorial Letras da Bahia para ser divulgado no Projeto Brasil 500 Anos e foi objeto de estudo do Professor Ilton Cerqueira no Mestrado de História da Universidade Federal de Ouro Preto, em 1999. Em 2000 inaugurou com o reitor da Universidade de Brasília, Prof. Lauro Morhy, a Estante do Escritor Brasiliense, na Biblioteca Central da UnB, com a participação de mais de 200 autores.Estudioso da História e da Literatura da Bahia e de Brasília-DF. Descendente de família de escritores, dos quais se destacam Autran Dourado, Ângelo Dourado, Alzira Dourado e o cartógrafo português Fernão Vaz Dourado,entre outros. Concluiu pós-graduação em Gestão Pública na Escola de Governo do Distrito Federal em Convênio com a ONU.

JOÃO BOSCO BEZERRA BONFIM(1961)

O poeta João Bosco Bezerra Bonfim nasceu no sertão do Ceará, em 1961, e reside em Brasília desde 1972, onde trabalha também como Consultor Legislativo. É graduado em Letras (UnB, 1986), Mestre (UnB, 2000) e Doutor em Linguística (UnB, 2009), com tese sobre a arte verbal do cordel.

NILSON RUTIZAT(1989)

Nilson Rutizat, nascido em Arame - MA em 01 de novembro de 1989. Mudou para Cajazeiras - PB em 30 de dezembro de 2008, onde viveu ate dezembro de 2011 se mudando para Sousa - PB onde vive ate hoje. Desde cedo gostou de ler e escrever, Publicou 3 livros "De repente amor" "O homem que fez o diabo chorar" e "Um amor de cordel". Hoje mantem vários perfis em diversos sites onde escreve a respeito de inúmeros assuntos, exemplo de: http://maniadefofocar.blogspot.com.br/ , http://loucosporcordel.blogspot.com.br/ , http://www.recantodasletras.com.br/autores/nilsonrutizat e outros.

SEPALO CAMPELO(1944)

Sepalo Campelo é potiguar, nascido em 1944. Estreou no cordel em 1985, com o folheto “O Rio que Nós Amamos”, trabalho premiado no I Concurso Estadual de Literatura de Cordel, promovido pela Casa de Cultura São Saruê, em convênio com a FUNARTE. A este seguiram-se “A Copa Oitenta e Seis das Oitavas de Final”, “Vila Isabel, do Barão a Noel Rosa” e “Zemanhof, O Homem que Inventou uma Língua para o Mundo”. Membro-fundador da ABLC, ocupa a cadeira nº 6, patronímica de Francisco Guerra Vaz Curado.

IVALDO BATISTA

Por intermédio do escritor e cordelista, Ivaldo Batista, o município de Salgueiro vai ganhar as páginas de um livro de cordel no próximo ano. Ivaldo é o idealizador do projeto “Minha Cidade em Cordel”, cuja finalidade é explorar de forma sintetizada, através de versos,quase todos os municípios pernambucanos. Com o apoio da editora ‘Coqueiro’, o cordelista vai iniciar o projeto pelas cidades do Sertão pernambucano. Batista já escreveu um livro de cordel até para a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, em homenagem aos seus 100 primeiros dias de mandato. A obra está preservada no Arquivo Histórico Nacional, em Brasília. Em visita a redação do blog de Alvinho Patriota na manhã desta quinta-feira (14), Batista disse que deseja lançar os cordéis sobre Salgueiro, Serrita, Granito, Exu, Bodocó e outros municípios da região, durante a 42ª edição da Missa do Vaqueiro, no ano de 2012, e nos festejos em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga, na cidade de Exu. O escritor está em Salgueiro desde o último dia 12, colhendo informações para começar o trabalho. “Todas as cidades do Sertão terão um cordel escrito por mim. Na Missa do Vaqueiro do próximo ano e na festa do centenário de Luiz Gonzaga, em Exu, haverá o lançamento desses cordéis”, detalhou Ivaldo. A meta do cordelista e escritor é confeccionar cordéis sobre 194 municípios pernambucanos num prazo máximo de 2 anos. “No primeiro ano nós vamos contemplar algumas cidades escolhidas pela sua importância na área regional. No Sertão nós elegemos dez, quinze cidades. No Agreste: Garanhuns, Caruaru, entre outras, e no ano seguinte a gente completa o projeto”, informou o escritor, que está aproveitando a visita ao município de Salgueiro para distribuir alguns de seus livros em instituições públicas, como bibliotecas e escolas, para socializar a leitura. As obras de Ivaldo não se resumem apenas ao cordel, o escritor nascido em Carpina, morador da Região Metropolitana de Recife, também é autor de livros publicados pela editora ‘Bagaço’, como “Abenção, Meu Padim Pade Ciço”, “Sete dias na Capital do Forró” e “Recife, uma fantasia para o mundo”. Ivaldo é formado em História pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Bacharel em Teologia pelo STBNB e Pós-graduado em História de Pernambuco. Atua há 16 anos com ensino Fundamental e Médio na Rede Oficial de Ensino, sendo diretor da Escola Padre Aurino Caracciolo, da cidade de Jaboatão dos Guararapes.

JORGE CALHEIROS

Em matéria de falar, o mestre cordelista Jorge Calheiros é imbatível. E o impacto da sua presença é ainda maior, especialmente quando ele garante que, apesar dos seus 70 e poucos anos de idade, sabe de cor as mais de 200 estrofes das 96 edições de cordéis de sua autoria. Com um repertório tão vasto, é compreensível que seja tomado pelo desejo de compartilhar tais histórias. Homem de riso fácil e de palavras na ponta da língua, Jorge faz questão de resgatar o seu passado, lembrando a infância pobre que não lhe permitiu frequentar a escola. “Meu filho, o dinheiro não dá. Você ou come ou estuda. Das duas uma”, conta ele, rindo, ao repetir o argumento de seu pai. Embora as dificuldades tentassem estancar a sua vocação, seu talento se sobressaiu. Ainda garoto, por volta dos 10 anos, ajudava ao seu pai e aos três irmãos a catar madeira no meio da mata para fazer carvão, depois vendido no comércio de Pilar. A lenha recolhida por eles era o único meio de sustento da família. Dos oitos filhos, apenas Zilda, a irmã mais velha, teve a oportunidade de estudar. Ela assumiu o compromisso de repassar tudo o que aprendia aos irmãos. Cansados, depois de um dia de trabalho, nem todos tinham o mesmo ânimo para aprender a ler e a escrever. Jorginho era a exceção. O caçula aguardava ansioso, toda a noite, as aulas particulares com Zilda. “O meu lápis era uma pedra de carvão e o terreiro de barro era o caderno. Foi assim que eu aprendi a fazer o meu nome e o mundo acabou de me ensinar o jeito de viver”, rememora. Foi naquela época em que teve o primeiro contato com a literatura de cordel. Ao redor de uma fogueira, à noite, os meninos se reuniam para assistir, fascinados, contações de histórias. “Ficávamos todos atentos, escutando e dando risada. Às vezes, quando a história era grande, passava-se até uma semana lendo um só livreto. Todos curiosos para saber o que ia acontecer no final”, conta. Foi daí que surgiu o seu interesse por esse gênero literário, e, após algumas tentativas, foi percebendo a facilidade que possuía para escrevê-lo. “O que não é nada fácil”, pontua. Quando o talento se sobressai Com familiaridade crescente com a literatura oral, era natural que Jorge acabasse tendo vontade de desenvolver sua própria produção poética. No entanto, a urgência de ter seu ganha pão o obrigou a abdicar do seu talento. Aos 11 anos, trabalhou, com carteira assinada, na construção do Edifício Brêda. “Juntava os pregos, pois não podia fazer outra coisa”. Aos 12, foi empregado de uma fábrica de tecidos em Fernão Velho. Em busca de melhores condições de vida, o mestre cordelista tornou-se um “andarilho”. Trabalhou em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Sobre esse período, ressalta com orgulho o fato de ter sido considerado um dos melhores marceneiros de Maceió. Mas com o peso da idade chegando, o seu corpo já não dava mais conta de certas atividades. “Foi quando não deu mais, nem pra vigia. Ninguém queria mais fichar um cabra de 60, 65 anos.” Mesmo que tivesse exercido ofícios que o afastava da sua derradeira paixão, Jorge nunca deixou de produzir os seus folhetos de cordel. Duvidando da qualidade do material e com receio de cometer gafes, caso os apresentasse em público, Jorge guardava seus escritos para si mesmo. Foi assim até que, numa dessas suas andanças pelo País, fez amizade com um cordelista que iria se apresentar durante um festival de poesia em Aracaju. “Conversando com ele comentei que achava bonito o cordel, tinha alguns já escritos, mas não possuía coragem de subir no palco. Ele me disse: ‘Se você nunca arriscar, não saberá se tem alguma coisa que preste’. Pedi para que ele conseguisse um espaço pra mim na programação. E lá mesmo me apresentei pela primeira vez. Tremendo, eu subi e recitei. O povo me aplaudiu e foi muito bom”, recorda.Daquele dia em diante, Jorge deixou de lado a sua insegurança e começou a divulgar o seu trabalho entre amigos e conhecidos. “As pessoas liam e gostavam dos meus cordéis. Aí eu pensei: Não vou mais procurar outra coisa, e já que trabalhar não vai dar mais, vou continuar escrevendo”, conta. Hoje, ele contabiliza cerca de 100 edições dos livretos. Entre os mais conhecidos, estão Maloqueiro Zé Catacra, Conselho de um Velho Pai, O Pobre e a Medicina e Brigas de Amor. Mas o reconhecimento do seu trabalho, ressalta o artista, veio aos poucos. O cordel O encontro de Tancredo com seu Pedro lá no Céu foi contemplado na categoria melhor crítica política, num prêmio concedido pelo Estado de Minas Gerais. O livro trata da ditadura militar e tece uma crítica sobre esse regime político. Sempre modesto, comenta: “Não sei se eu tenho capacidade de escrever uma história como aquela novamente, ficou muito boa.” Pelo conjunto do seu trabalho e pelo papel que desempenha na preservação da cultura oral nordestina, através dos seus cordéis, Jorge Calheiros foi agraciado em 2011 pelo Registro de Patrimônio Vivo de Alagoas (RPV/AL). E em 2010, a história do Matuto Zé Cará foi adaptada para o cinema, no curta-metragem alagoano narrado pelo próprio cordelista e ilustrado em forma de animações criadas pelo artista plástico Weber Bagetti. O cotidiano como inspiração. Gênero literário popular, também conhecido no Brasil como folheto, os cordéis são frequentemente escritos em rimas e possuem forte vínculo com a oralidade. Ao contrário do que se acredita, a construção narrativa dessas histórias vai além da aparente simplicidade dos seus versos. Conforme explica Jorge Calheiros, o bom cordel deve seguir uma métrica, como a sextilha, martelo galopado, martelo 30 por 100 entre outras. “A música sertaneja, por exemplo, é uma espécie de cordel. Se não tiver na sextilha, que é a métrica, jamais existiria a música sertaneja. Os folhetos têm a obrigação de serem recitados em dez ritmos diferentes. Se tiver uma letra a mais ou a menos, não será possível cantá-lo em ritmo de toada, um xote, embolada. O cordel só canta se tiver correto. Por isso, reviso umas 20 vezes os meus textos para que não fiquem fora da métrica”, conta ele, revelando sua fórmula. Literatura de Cordel . Os cordéis são frequentemente escritos em rimas e possuem forte vínculo com a oralidade (Imagem: Divulgação) A inspiração para os causos narrados em seus livros surgem dos fatos que presencia no cotidiano. Como forma de não esquecer o que lhe chama atenção, costuma anotar tudo num caderninho sempre à mãos. “Certa vez, numa brincadeira, criei a história Mulher Feia, dedicada à minha esposa”, conta. Na primeira estrofe do folheto, lê-se: Me chamo Jorge Calheiros poeta do Clima Bom Na casa 49, encostada a Mãe do John Mais feio do que Chico Lopez cantando fora do tom Minha mulher mais feia na boca só tem um dente Já nasceu com um peito só parecendo uma serpente O satanás veio pegou ela e me devolveu novamente Não à toa, sua mulher não levou a brincadeira na esportiva, rendendo-lhe alguns “aborrecimentos”. Paixão. Pai de oito filhos, o mestre cordelista confessa que gostaria de que algum deles se interessassem em produzir literatura de cordel. E ainda que não demonstrem tal inclinação, sente-se orgulhoso por tê-los dado a oportunidade de concluir os estudos. “Tenho filho professor, administrador, enfermeiro etc. Graças a Deus eles puderam frequentar a escola”, diz.Com o intuito de preservar a tradição da cultura oral, Jorge corre atrás de parcerias para desenvolver um projeto social, cujo propósito seria ensinar a crianças de rua a escrever e recitar cordéis. Ele também busca patrocínio para publicar três novas coletâneas de sua autoria. “Desejo imprimir esse material, mas não consigo por conta própria, porque o dinheiro é pouco. Mas estou batalhando”, afirma, sem aparentar desmotivar-se. Jorge só fica incomodado com a falta de espaço exclusivo para a divulgação da cultura popular alagoana. “Eu tive sorte do povo ter me acolhido. Eu agradeço muito por isso. Mas os órgãos oficiais têm que divulgar mais. Eu vejo eventos que tem tanta coisa e não aparece um poeta, um cordelista”, observa. Mas o pior mesmo, disse o poeta, é quando alguém não dá valor aos seus versos. Antes da entrevista ser finalizada, ele fez questão de ressaltar aquela que é uma de suas maiores paixões: Pilar, cidade situada 34km de Maceió.

AMARO PAULO DIAS (1934)

nasceu em 21 de setembro de 1934, no sítio Paquivira, município de Taquaritinga do Norte, estado de Pernambuco. Filho do casal de agricultores Joaquim Dias de Miranda e Severina Maria da Conceição. Residiu na Paquivira até os vinte anos de idade, mas em virtude das dificuldades de arranjar trabalho naquela época viajou para São Paulo em busca de sobrevivência, onde permaneceu até os vinte e oito anos de idade. Casou-se em 1965 com a brejeira Cleonice Gonçalves com quem vive até hoje. Desse casamento nasceram sete filhos: Claudenice (professora), Cloves (Tody, ex vereador), Carlos, Claudio, Claudemir, Clécio Dias (também poeta) e Cleber. Em São Paulo, iniciou sua carreira de violeiro-repentista. mas o sentimento de saudade da terra natal aflorou e ele voltou à Taquaritinga do Norte. Em 1963 fez parte do programa "A Voz do Sertão" na Rádio Difusora de Caruaru ao lado José Vicente da Paraíba e Aristo José dos Santos, ambos falecidos. Em 1968 foi morar em Campina Grande onde substituiu, por um bom período, o repentista José Gonçalves (já falecido). Nessa época, Amaro Dias fez dupla com Cícero Bernardes, já falecido. Nesse mesmo ano, foi residir em Pesqueira onde apresentou, ao lado de José Vicente da Paraíba e o cantador José Andorinha, um programa de cantoria. Em Belo Jardim, na Rádio Difusora Bituri, apresentou outro programa de violeiros ao lado de Manuel Pedro Clemente (poeta cego) e Manoel Paulino. Anos depois, se mudou para Santa Cruz do Capibaribe e criou o Programa Violeiros do Vale, na Rádio Vale do Capibaribe, programa que entrou no ar no mesmo dia em que a própria rádio (29 de dezembro de 1985). Neste programa, cantaram com ele José Bonifácio, José Luiz, Heleno Severino, Francisco de Assis, Roberto Queiroz, Louro Branco, Francisco de Assis, Zé Vicente da Paraíba, Paulo Jorge e Moreira do Caldeirão, entre outros., no entanto também cantou com Ivanildo Vila Nova, Oliveira de Panelas, João Furiba, Manoel Basílio, Raimundo João, Laranjinha, entre tantos outros. Em Pesqueira, participou de um programa na TV Pernambuco representando a cidade. Participou dos primeiros congressos de violeiros realizados em Campina Grande, tendo, inclusive, um de seus versos publicados num livreto sobre cantoria escrito por Bráulio Tavares, quando cantou com Manuel Pedro Clemente num congresso de violeiros em 1975. Em 2008 fez uma bela apresentação na Rede Globo de Televisão cantando as belezas e o abandono do Rio Capibaribe, tendo sido entrevistado pelo famoso jornalista Francisco José.Dentre os poemas que escreveu destacam-se: A morte de Zé Jorge, em parceria com Zé Vicente da paraíba, Teu aniversário, A morte de Heleno Severino, A mãe desapareceida, entre outros. No entanto, sua marca foi sempre os versos improvisados, com os quais se destacou em cantorias e congressos. A seguir, faz-se necessário trancrever alguns dos muitos versos improvisados pelo poeta Amaro Dias pelo Nordeste afora. Ceta vez, na ocasião, cantava com Zé Vicente da Paraíba num bar de um cidadão chamado Pinta-Cega, quando de repente chegou um funcionário da Cande (fábrica de Campina Grande) na Praça da Bandeira. Vale lembrar que a nota de cinco cruzeiros, na época, tinha a imagem de Tiradentes e os cantadores ficaram desejosos pela contribuição do funcionário da Cande. Zé Vicente terminou um verso da seguinte maneira:

PAULINHO DE CABACEIRAS

Oito títulos de folhetos de cordel, do Poeta Cabaceirense Paulo Sérgio Guimarães de Aguiar Campos, foram revertidos para o Sistema Braille pelo Centro de Integração e Apoio aos Deficientes Visuais e Auditivos-CIADEVA de Taboão da Serra, município do estado de São Paulo governado pelo médico, também, cabaceirense Evilásio Cavalcanti de Farias. A idealizadora do projeto foi a pedagoga Jurema Dantas que é diretora da retromencionada instituição. Paulinho de Cabaceiras é o primeiro poeta paraibano e o segundo no Brasil a ter seus cordéis escritos em Braille, uma vez que a primeira edição de literatura de cordel em Braille no Brasil foi realizada no ano de 2005 em João Pessoa, reunindo dez títulos do escritor, poeta e cordelista pernambucano Marcos di Aurélio. Os folhetos em Braille de Paulinho de Cabaceiras e de Marcos di Aurélio, são uma releitura de outros textos já publicados na versão tradicional, permitindo dessa forma que o deficiente visual tenha contato também com a nossa cultura popular. Segundo Marcos di Aurélio, o Rei D. João V de Portugal no início do seu reinado lançou mão de uma lei Imperial, determinando que a venda de folhetos de cordel fosse exclusividade comercial para os cegos e mesmo havendo uma grita enorme dos livreiros da época, Sua Alteza não revogou o tal Decreto e mesmo depois da sua morte essa lei perdurou por mais de 100 anos em Portugal. Reconhecendo que os cegos foram verdadeiros guardiões da referida literatura, Marcos di Aurélio resolveu verter para o Braille algumas das suas obras, devolvendo aos deficientes visuais uma vertente literária que através dos séculos fez parte de suas vidas, sendo agora acompanhado pelo poeta cabaceirense que é membro do Instituto Histórico e Geográphico do Cariry Parahybano, da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço e Correspondente da Academia Mageense de Letras/RJ, no momento exercendo a função de Chefe da Divisão de Cultura da Prefeitura Municipal de Cabaceiras, de onde recebe apoio para a publicação dos seus trabalhos literários, através da Secretaria de Educação, Cultura e Desportos. Em breve publicaremos alguns de seus cordéis em nosso blog. É aguardar! Paulo Sérgio Guimarães de Aguiar Campos - Paulinho de Cabaceiras - é poeta, cordelista, compositor, dramaturgo e historiador.

CLEYDSON MONTEIRO (1986)

Poeta, declamador, escritor, compositor, colunista cultural, membro da ATLAs – Academia Timbaubense de Letras e Artes, da SPVMT – Sociedade dos Poetas Vivos e Mortos de Timbaúba, FUNJADER – Fundação Jader de Andrade e UNICORDEL – União dos Cordelistas de Pernambuco. Nascido em 09 de fevereiro de 1986 em Timbaúba, zona da mata norte de Pernambuco, de onde retira a essência para a composição de suas obras que abrangem do popular ao clássico. Idealizador do Projeto Viva Cordel (2003) que profere minicursos e presta assessoria na aplicação de projetos destinados a difusão da Literatura de Cordel e Poesia Popular em escolas de Pernambuco e outros estados do nordeste. Além de apreciador e praticante das pelejas cibernéticas, mantém parcerias com vários canais de televisivos ligados a propagação da cultura nordestina, sendo também um dos autores da carta intitulada “O Manifesto do Juazeiro” em defesa da Literatura de Cordel feita em Juazeiro do Norte – CE em 2005. Avivado pelo senso crítico presente em sua obra, têm trabalhos citados em palestras, pesquisas e dissertações acadêmicas; contribuindo de maneira incisiva para a difusão da poética popular cordelina do nordeste brasileiro.

MARCO HAURÉLIO (1974)

Marcus Haurélio Fernandes Farias, natural de Ponta da Serra, município de Riacho de Santana no sertão baiano o poeta popular, folclorista, revisor e selecionador de textos para editoras brasileiras, palestrante, homem da palavra, que transita entre a teoria e a prática da literatura popular, nasceu no dia 05 de julho de 1974. Licenciado em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus VI – Caetité. O autor faz uso de seu conhecimento acadêmico, sem deixar de lado sua verve poética. Lança-se no mercado editorial brasileiro trabalhando com adaptações dos grandes Clássicos da Literatura, a exemplo da obra Lucíola de José de Alencar, A megera domada, de William Shakespeare, e O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, uma das obras ganhadoras do Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010, do Ministério da Cultura, na categoria Produção (livros e CDs) Sua produção de aceitação nacional, o faz reconhecido no campo dos estudos folclóricos e da literatura de cordel, tornando-se um dos escritores que desenvolve parcerias com grandes nomes da poética e da critica literária, bem como do jornalismo culto, a exemplo de Jô Soares. Vários dos livros de sua autoria foram selecionados por programas de governo, como o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), do Ministério da Educação, desenvolvido desde 1997, com o objetivo de promover o acesso à cultura e o incentivo à leitura de alunos e professores por meio da distribuição de acervos de obras de literatura, de pesquisa e de referência, Apoio ao Saber e Salas de Leitura, do Estado de São Paulo, Minha Biblioteca, da prefeitura paulistana, Leitura para a Cidadania, promovido pela Paulus Editora e o Programa Itaú Social. Nesse sentido, suas obras circulam o país atingindo e formando leitores em todas as faixas etárias. O poeta-escritor recebeu forte influência da poesia de Leandro Gomes de Barros poeta paraibano radicado no velho Recife, Minelvino Francisco Silva e Rodolfo Coelho Cavalcante, Manoel Pereira Sobrinho e Delarme Monteiro da Silva. É também o idealizador da coleção Fábulas do Brasil em Cordel, da editora Leya. É colaborador do Centro de Estudos Ataíde Oliveira, da Universidade do Algarve, Faro, Portugal.

ALFRÂNIO GOMES DE BRITO (1959)

Alfrânio Gomes de Brito, nascido no dia 10 de agosto de 1959, em Serra Branca – PB. Filho de Antônio Gomes de Brito Neto, natural de Brejinho - PE no sertão do Pajeú, e Maria do Carmo da Costa Brito, natural de Alagoa Grande no brejo paraibano. Reside atualmente em Campina Grande – PB. Casado com Maria do Socorro Vieira de Brito, natural de Campina grande, com quem teve três filhos: Alline Muriel Vieira de Brito, Áthilla Davidson Vieira de Brito e Ackylles Augustus Vieira de Brito. É Desenhista na Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, onde também cursa Letras. Começou a compor versos ainda no verdor da mocidade, influenciado pelos repentistas e emboladores de coco da sua região – muito embora tenha lido alguns poetas mais aprimorados nas letras, a exemplo de Augusto dos Anjos, Casimiro de Abreu, Tomás Antônio Gonzaga, Castro Alves, entre outros. Todavia, sua grande paixão é pelos versos do cancioneiro popular nordestino: as grandes criações dos repentistas, dos vaqueiros cantadores, emboladores de coco, poetas declamadores, poetas cordelistas, apologistas, etc.

É sempre visto na companhia do poeta popular José Laurentino, de quem se diz ser fã incondicional, e com quem firmara parceria, declamando em algumas cantorias de repente e eventos afins. Publicou alguns trabalhos em parceria com o poeta cordelista Manoel Monteiro – membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), e expõe seus poemas, sonetos e cordéis no seu blog: http://alfrapoemas.blogspot.com/, sempre aberto a quem se interessar possa pelos seus trabalhos.

MANOEL CÂNDIDO DA SILVA (1922)

Nasceu em Piancó, Paraíba, aos 10 de setembro de 1922. Depois de ser poeta popular, vendedor de folhetos e ourives, atualmente é pastor evangélico. No tempo em que vendia folhetos pelas feiras, foi muito querido pelos poetas, seus colegas e pelo público em geral. Reside na rua Alto do Aracaju, nº 299, Propriá, Sergipe. Entre suas obras, destacam-se: Jônatas e Mauriéia, Edgar e Estelita, Risoleta e Juvino e Manassés e Marili. ( MANOEL CÂNDIDO, nos acrósticos ) nasceu em Piancó, PB, aos 10 de setembro de 1922, e faleceu a 22 de agosto de 2005, após um longo período internado. Foi poeta popular, vendedor de folhetos e ourives e, depois, pastor evangélico. No tempo em que vendia folhetos pelas feiras, era muito querido por seus colegas poetas e pelo público em geral. Residia à Rua Alto de Aracaju, 229, em Propriá, Sergipe. Segundo informação do vate sergipano, João Firmino Cabral, Manoel Cândido faleceu recentemente. Entre suas obras, destacam-se : Jônatas e Mauricéia, Edgar e Estelita, Risoleta e Juvino, Manassés e Marili.

JOÃO LUCAS EVANGELISTA (1937)

Nasceu em 6 de maio de 1937, em Crateús, Ceará. Aos 19 anos, abandonou todas as outras atividades para viver somente de literatura de cordel. Tem mais de 60 trabalhos publicados, entre poemas, folhetos e romances, todos de grande aceitação popular, tendo também gravado dois discos de poemas populares. Além de poeta, é compositor, cantor, violonista, pintor e sócio da U.P.I. (União dos Profissionais da Imprensa). Viveu durantes muitos anos em Taguatinga do Norte, Distrito Federal, usando como transporte uma perua, transformada em biblioteca volante da cultura popular, a qual era equipada para ser sua hospedagem e palco de trabalho. Participa ativamente na divulgação da poesia popular, fazendo palestras e seminários em escolas de todos os níveis. Hoje, reside em sua cidade natal.

NATANAEL DE LIMA (1922)

Natanael de Lima nasceu aos 11 de janeiro de 1922, na então vila de Fagundes, no Planalto da Borborema na Serra do Bodopitá, atualmente cidade da região metropolitana de Campina Grande, Paraíba. Este paraibano, de família pobre, começou a vida como um agricultor enfrentando a dura lida no cultivo da terra. Não teve acesso ao ensino formal e ainda jovem, aos 18 anos (1940), cantava emboladas, mas em 1942 comprou uma viola, influenciado pelo repentista Manoel Fabrício da Silva (Asa Branca), com quem formou dupla e ficaram conhecidos. Aos 24 anos (1946), publicou seu primeiro livro, O Brasil em decadência, posteriormenteZuzu e Carmelita, Josino e Nestorina, João sem Direção, Genival e Belinha e muitos outros. Em seus cordéis, ele usava o acróstico NDELIMA. Foi premiado em primeiro lugar cantando no programa Onde está o poeta, de Almirante (1950), na cidade do Rio de Janeiro, onde ganhou um prêmio, desafiando seis poetas cantadores na sala de espetáculo João Caetano. Ao retornar à Paraíba, passou a trabalhar como carpinteiro, na construção civil, deixando de lado a poesia.

JOSÉ LAURENTINO(1943-2016)

Naturalidade: Puxinanã – PB. Atividades artístico – culturais: Poeta, cordelista e escritor. Nascimento: 11 de abril 1943 / Falecimento: 15 de setembro 2016. Livros publicados: Coletânea Poética de Zé Laurentino; Sertão, humor e Poesia/5 edições (1990); Poemas, prosas e glosas (1988); Meus Versos Feitos na Roça; Carta de Matuto; Na Cadeira do Dentista; Poesia do Sertão; Dois Poetas Dois Cantares (Parceria Edvaldo Perico); A Grande História de Amor de Edmundo e Maria (Cordel); Poemas, Prosas e Glosas [1988]. (Maria do Socorro Cardoso Xavier). E Balada de um poeta cego. José Laurentino, ou Zé Laurentino nasceu no Sítio Antas em Puxinanã. Ele começou a fazer seus primeiros versos aos 12 anos de idade. Sua mãe gostava muito de ler cordéis, e cantava as histórias contidas na literatura de Cordel. Como estudante, foi representante de classe, e demonstrou uma certa liderança. Ele foi presidente do Grêmio Estudantil do Ginásio Comercial Plínio Lemos. Zé Laurentino recebeu influências do poeta Zé Prachedes, (Cerro Corá/ Rio Grande do Norte) e Zé da Luz, poeta paraibano nascido na cidade de Itabaiana, no Vale do Rio Paraíba. Segundo ele, foi com estes mestres que aprendeu alguma coisa no mundo da poesia popular. O artista foi agricultor, plantador de batatinha até o ano de 1975, e conseguia conciliar a vida na agricultura e poesia. Nos dias de folga aproveitava e ia para a cidade de Campina Grande se apresentar nos programas de rádio, mais precisamente no Programa Retalhos do Sertão e Manhã Sertaneja. No ano de 1972, Laurentino entrou na política, e se candidatou a vereador, e foi eleito sendo o segundo mais votado. Nos palanques recitava os versos, impressionando o público com um dos seus primeiros poemas, “Retorno à casa Paterna”. A primeira vez que José Laurentino apresentou-se em um palco foi no primeiro Congresso Nacional de Violeiros, evento que aconteceu no Teatro Severino Cabral de Campina Grande, no ano de 1974, ele diz “ Foi ali que eu apareci mesmo, e fui me tornar notado”. José Laurentino foi desenvolvendo sua criação poética e não parou mais, ele tinha uma inteligência por demais privilegiada, e colocava a serviço do seu povo, fazendo rir e tirando lições dos acontecimentos, e cotidiano caipira. Nas suas apresentações conseguia prender a atenção do público, ao declamar suas poesias matutas, cascateadas de humor caboclo. O escritor exerceu a função de presidente da Casa do Poeta Repentista de Campina Grande (Casa do Cantador) por mais de uma vez. Foi Membro da Academia de Letras de Campina Grande. Fez várias parcerias ao longo de sua carreira. Com Tião Lima gravou dois CDs e com o poeta Edvaldo Perico escreveu “Dois poetas, dois Cantares”. No começo dos anos 2000, representou o Brasil em um congresso sobre latinidade em Santiago de Compostela, na Espanha. Devido a um sério problema de catarata, José Laurentino ficou cego durante três anos. O poetinha, como também era conhecido, para os amigos mais chegados, suportou com muita paciência os momentos sem enxergar. Porém muitas vezes ficava angustiado, mas não desistiu da sua arte, ele continuou criando lindos versos. O poeta relembra o momento tão difícil quando ficou sem a visão; “Foi de muita tristeza. Sentia falta da lua, das estrelas… Eu ia para a praia e não via o mar, não via as mulheres. Eu fiz até um soneto intitulado ‘Olhos Castanhos’ que diz: Eu não sei se lunar ou se solar, o eclipse que me apareceu. Eu só sei que o mundo escureceu, não avisto a terra, o céu e o mar. Só restou um bordão pra me apoiar e o ombro de um grande amigo meu que de graça a mim se ofereceu no momento em que eu mais precisar. Sinto inveja daquele vagalume que esnobe voeja no alto cume, tem luz própria e não dar luz a ninguém. Minha luz apagou-se o lampejo. Sinto pena de mim porque não vejo os dois olhos castanhos do meu bem.” Após a cegueira José Laurentino produziu a Obra “Balada de um poeta cego”. No ano de 2015, aos 72 anos, o poeta realizou uma cirurgia nos olhos, e para sua alegria voltou a enxergar. José Laurentino é considerado um dos maiores expoentes da cultura nordestina. Faleceu no dia 15 de setembro de 2016, em Campina Grande, aos 73 anos, vítima de uma câncer no fígado. E deixou um legado importante para a literatura paraibana. O poeta representa a essência do interior nordestino, a forma de viver o rústico, forte, telúrico e pândego ao mesmo tempo. Coletânea Poética de Zé Laurentino: Nesta obra estão reunidos mais de 200 poemas escritos durante a vida desse paraibano. “É um resumo de tudo que senti, de tudo que vivi, as saudades, as tristezas e as emoções ainda contidas dentro desse velho peito”, sintetizou o poeta. Nas 416 páginas da Coletânea estão os poemas mais conhecidos de Zé Laurentino, como Eu, a cama e Nobelina, O mal se paga como o bem, Mudança de Chico Bento, Esmola pra São José, Matuto no futebol, entre outros, publicados anteriormente nos seus nove livros.

JOÃO PARAIBANO(1952-2014)

Naturalidade: Princesa Isabel – PB. Nascimento: 1952 / Falecimento: 2014. Atividades artístico-culturais: Poeta popular, repentista.. João Pereira da Luz, mas conhecido como João Paraibano foi um poeta e repentista paraibano, que viveu muitos anos em Afogados da Ingazeira no Sertão Pernambucano. João nunca frequentou escola, mas sempre criou seus versos de improviso, foi um dos principais repentistas do país, e participou de dezenas de festivais pelo Brasil inteiro. João Paraibano é considerado por muitos apologistas e admiradores da cantoria e do repente, um dos maiores cantadores de repente no braço da viola. Sua grandeza fica ainda maior quando o tema refere-se ao Sertão, onde ao longo desses anos tornou-se especialista no tema. Entretanto, foi um grande poeta cantando tantos outros assuntos da cultura popular de improviso. O repentista foi ganhador de vários festivais de violeiros, com três participações no Fantástico pela Rede Globo de Televisão, juntamente com o poeta Sebastião Dias, e recentemente no final de 2010 fez a despedida do ex-presidente Lula com o poeta Valdir Teles. Este nobre poeta fez várias apresentações com diversos cantadores da viola, como, por exemplo: Ivanildo Vilanova, Sebastião da Silva, Sebastião Dias, Valdir Teles, Severino Ferreira, Severino Feitosa, Moacir Laurentino, Geraldo Amâncio, Raimundo Caetano, Nonato Costa e Raimundo Nonato (Os Nonatos), entre outros tantos gênios poetas do improviso. Sebastião Dias foi quem mais o acompanhou em congressos e cantorias “pé-de-parede”, por esse Brasil afora. O poeta certo dia estava em uma festa e devido a uma briga com sua esposa, por motivos de ciúmes, foi preso. Conta-se que quando se viu preso o poeta aos prantos e em estado de embriaguez, declamou os seguintes versos de improviso para o delegado: João Pereira da Luz faleceu em 1º de setembro de 2014 após passar 21 dias internado na UTI do Hospital Alfa, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, lutando contra uma infecção contraída durante o tratamento de um coágulo na cabeça surgido depois de um acidente em agosto. O poeta deixou esposa, três filhos e três netos. O corpo foi levado para Afogados da Ingazeira.

ESPEDITO SOBRINHO(1939-1981)

Naturalidade: Baixio – Ceará / Radicou-se na Paraíba. Nascimento: 1939 / Falecimento: 1981. Atividades artístico-culturais: Repentista, violeiro e poeta popular. Espedito Alves da Silva Sobrinho, popularmente chamado “Espedito Sobrinho”, natural da cidade de Baixio, no estado do Ceará, mas escolheu a cidade de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, como seu segundo lar. E foi em solo sertanejo que o repentista exerceu sua carreira artística, como também de radialista e homem público. O artista era muito querido pelos cajazeirenses e outros cidadãos das cidades vizinhas do Sertão Paraibano. Além de repentista, ele era conhecido pelas locuções em programas de radiodifusão sonora: Rádio Difusora de Cajazeiras e Rádio Alto Piranhas, ambas transmitiam em (Amplitude Modulada-AM). O repentista com sua voz inconfundível, lançou um disco em parceria com o poeta Lourival Batista. Além dos shows, Espedito animava os comícios da época, como o do político Bosco Barreto. O artista era autêntico, humanista, entre outras qualidades que lhe eram atribuídas. E acabou entrando na política exercendo o cargo de vereador. No final dos anos de 1970, ele foi o vereador mais bem votado, pelo partido do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro). Em 1981, o poeta dirigia um Opala próximo a cidade de Cajazeiras, quando se chocou com um carro tanque. O acidente tirou a vida do artista, aos 42 anos (1981), deixando para trás esposa e filhos. Espedito Sobrinho pode ser lembrado não só pelos discos que foram lançados ou em poemas escritos, mas pelos seus atos e virtudes, sobretudo pela plasticidade que o artista dispunha para compor e improvisar, principalmente na lembrança de todos aqueles que viram e ouviram, nas suas atuações, e que conheceram e apreciaram o seu trabalho, que não foram poucos, pois a sua memória perdura intensamente até a atualidade. O legado deixado pelo artista é de grande relevância à poesia popular nordestina. As lembranças de Espedito Sobrinho permanecem vivas para os seus admiradores. Respeitado em todo o Nordeste do Brasil pela capacidade que tinha de improvisar versos, sem a preparação prévia, em ocasiões festivas e encontros com outros repentistas, a exemplo de Lourival Pereira.

BELARMINO FERNANDES DE FRANÇA(1894-1982)

Naturalidade: Pombal – PB. Nascimento: 26 de dezembro de 1894 / Falecimento: 20 de março de 1982. Atividades artístico-culturais: Poeta, cantador e repentista. Belarmino Fernandes de França nasceu em Pombal, no sítio Várzea da Serra, no antigo distrito de Paulista (o qual foi elevada à categoria de cidade em 1961), era filho de Vicente Manoel de França e Maria Benvinda Fernandes. Seu Belo, como era carinhosamente conhecido, veio de uma família simples, como ele mesmo dizia em seus versos: “Lá em casa uns tinham rede / Outros dormiam no chão / Ou numa cama de varas / Sem coberta nem colchão / Mas ali ninguém ouvia / Nem reclamação… Mesa lá não existia / na hora da refeição / Todos ao redor da panela / Sentado em cepo ou no chão / Botava o prato entre as pernas / Comia à satisfação…”. Até aos 12 anos de idade nunca tinha ouvido falar em estudos, durante esse tempo dedicou-se somente ao trabalho no campo. Devido à um convite de um tio, passou 26 dias estudando com um professor particular, e só vindo estudar novamente com 22 anos, estudou num período de 19 dias, totalizando 45 dias de estudos formais, o resto aprendeu sozinho.Era detentor de uma memória fotográfica singular, tudo que lia ficava em sua mente, quando terminou o seu segundo período de estudos procurou ler de tudo: jornais, revistas, livros, cordéis, enfim tudo que tivesse letras. Descobriu os seus dotes para a poesia aos 13 anos de idade, surgido meio que por acaso, quando era dia de feira, ele sempre que tinha que tomar conta da casa, e preparando a comida, razão pela qual estava impedido de acompanhar a família.Começou sua carreira fazendo versos na feira da cidade. Depois, tornou-se um grande e respeitado poeta, cantador e repentista, vencedor de cantorias e de pelejas. Era ao mesmo tempo admirado e temidos pelos cantadores que com ele duelavam. Com tudo, nunca deixou de lado a sua profissão de lavrador e criador, de onde realmente tirava o sustento da família, já que cantava mais por amor à arte da poesia e do improviso. Autêntico repentista, imbatível em desafios, tocava viola e sabia cantar e descrever, magistralmente, em versos de improviso, os mais diversos assuntos, numa linguagem espontânea, poética e transparente. Estava sempre alegre e de bem com a vida, improvisando versos e repentes que representava os gritos da sua alma, a memória do seu povo, o ardente amor à natureza, o cotidiano da vida sertaneja, tudo inspirado, cantado e decantado em versos e prosas, legado que ficará para sempre na memória dos amantes da poesia popular nordestina. Ao longo da vida, como autodidata que era, adquiriu incomensurável cultura, para o que foram indispensáveis sua grande força de vontade, descomunal inteligência e fabulosa memória. E isto fica muito claro ao se ter conhecimento de depoimento seu, quando afirmou: “Tive apenas 45 dias de aulas. E o pouco que aprendi e do muito que hoje sei foi desembestado por conta própria, comigo mesmo. Entendo do Apocalipse, sei da passagem da Divina Comédia de Dante, sirvo-me de Aristóteles, de Cícero e de Péricles. Luís de Camões é gato de casa e Cleópatra a face da beleza que vespertinamente encontro no poente, em nuvens, ensanguentada”. Aos 83 anos de idade, cinco anos antes de sua morte, sentindo o peso da idade Belarmino improvisou: “Na mocidade sadia / O poeta é um herói / Mas lhe chegando a velhice / Definha e tudo lhe dói / O que a mocidade cria / Sempre a velhice destrói… A velhice nos corrói / Saúde, força e lembrança / O moço a tudo resiste / O velho com tudo se cansa / E é isto que está se dando / Com Belarmino de França”. Faleceu aos 88 anos de idade, com longevidade para os de sua geração. Morreu satisfeito. Isso por ter amado, sido amado, deixado uma prole, ter aprendido a ler e por ser portador de conhecimentos mil. Por ser poeta, cantador e repentista. Por ter legado ao mundo a sua poesia e o seu saber. E por ter dado sua contribuição à cultura do seu povo. Ou seja, satisfeito pela vida que teve. Berlarmino de França após uma visita a cidade vizinha de Patos, depois de trinta e um anos que ali estivera (antes de falecer, em 1958).

IRANI MEDEIROS(1961)

Naturalidade: Pombal – PB. Nascimento: 27 de novembro de 1961. Atividades artístico-culturais: poeta, escritor, biógrafo, pesquisador e filósofo. Nascido em Pombal (PB), Irani é professor da UFPB, poeta e pesquisador da cultura popular. Seus livros traduzem com clareza e riqueza de detalhes o universo da poesia sertaneja, resgatando a história dos pioneiros menestréis, divulgando com estilo e perspicácia, os detalhes e encantos de cada verso, de cada cordel, de cada repente, reavivando a memória e reativando o gosto pelo pelos nomes de expressão da poesia sertaneja. Dentre seus livros publicados contém diversas biografias de nomes importantes para a cultura regional. A exemplo de “Fabião das Queimadas – de Vaqueiro a Cantador” que foi um rabequeiro e poeta popular que nasceu escravo em 1848, na Fazenda de Queimadas, no atual município de Lagoa de Velhos. De acordo com o escritor e especialista em literatura norte-riograndense, Thiago Gonzada, Fabião foi responsável pela primeira manifestação literária negra que se tem registro em solo potiguar. Escreveu também a história do Cego Aderaldo e Cego Sinfrônio, no livro “Dois Cegos Cantadores”. Embalado pelas lembranças de criança quando se encantava com os diversos cantadores cegos, personagens conhecidos das feiras livres do sertão nordestino, o biógrafo Irani Medeiros lança esse livro, que é seu segundo. Nascido no Crato, interior do Ceará no ano de 1878, o “Cego Aderaldo” começou a cantar pelo sertão nordestino após um sonho no qual descobriu que sabia criar versos e tocar rabeca. Já Sinfrônio, nascido por volta de 1888, em Fortaleza, ficou cego com um ano de idade e viajou depois de moço por praticamente todo o Nordeste, sendo reconhecido como um excelente improvisador, mesmo sendo analfabeto. Além desses dois livros, Irani Medeiros conta com outros livros biográficos de personagens importantes da cultura regional, mas também livros de poesia, como o “Todas as Ilhas”. O autor também organizou a terceira edição de uma publicação que homenageia o paraibano Leandro Gomes de Barros, figura importante para a difusão do cordel enquanto literatura no país. O livro conta com textos sobre Leando escritos por Astier Basílio, João Martins de Ataíde, Arlindo Pereira de Almeida e Carlos Drummond de Andrade, que, de acordo com o editor da Patmos, Carlos Alberto Oliveira, chegou a considera-lo o maior poeta de sua geração.

BETO BRITO (1962)

Edilberto Cipriano de Brito, popularmente conhecido como Beto Brito, nasceu em Santo Antônio de Lisboa, município do Estado do Piauí, no dia 02 de fevereiro de 1962, filho de João Cipriano Filho e Antônia Maria da Conceição. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e tem vários cordéis publicados. É músico, poeta, compositor, artista multi-mídia.

SANDER BROW (1988)

Sanderli José da Silva Segundo, nasceu no dia 12 de dezembro de 1988, na cidade de João Pessoa, município do Estado da Paraíba, filho de Sanderli José da Silva e Luciene Soares Costa da Silva. É poeta, cordelista e declamador.

LUIZ GONZAGA DOS SANTOS (1952)

Luiz Gonzaga dos Santos, nasceu em João Pessoa, Estado da Paraíba, no dia 01 de dezembro de 1952, na Maternidade Cândida Vargas, filho de Leonízia Galdino da Costa e José Francisco dos Santos. Criou-se no Sítio Lagoa da Mata, Município de Duas Estradas-PB. É cordelista, poeta popular com vários trabalhos publicados, entre eles, Luiz Gonzaga, Rei do Baião, escrito no ano 2000.

ANTÔNIO EUGÊNIO DA SILVA

Antônio Eugênio da Silva, nasceu na região do brejo, no Estado da Paraíba (Chã do Campestre), Areia ou município de Esperança). Vive presentemente em Solânea, antiga Chã do Moreno, naquele Estado. É cantador. Escreveu, entre outras, as seguintes histórias mais conhecidas: História completa do Cavalheiro Roldão, Romance de Sandorval e Anita e A Vida de Maria Madalena.

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VICENTE VITORINO DE MELO (16/11/1917)

O cordelista, cantador e astrólogo popular, Vicente Vitorino de Melo, nasceu no agreste pernambucano, na conhecida Princesa do Capibaribe, em Limoeiro, Pernambuco, no dia 16 de novembro de 1917 e radicou-se em outro município do Estado, Caruaru.Vicente foi cantador de viola até os 33 anos de idade (1950), passando a dedicar-se às três outras tradições populares do nordeste: o cordel, a astrologia popular e o almanaque. Em 1952, em Caruaru, lançou o Almanaque do Nordeste, publicação anual, impresso nas folheterias de cordel, visando os agricultores e chegando aos seus leitores por meio da feira e do rádio.Em 1948, publicou seu primeiro folheto cujo tema foi Frei Damião: O exemplo da asa branca profetizado por Frei Damião. O tema está presente em mais dois cordéis de Vicente: Exemplo da crente que profanou frei Damião e Horrores que a Asa Branca traz profetizado pelo Frade Frei Damião (publicado em 1948, em Caruaru, Pernambuco e reeditado no ano de 1954, em Campina Grande, Paraíba. Neste trabalho, o poeta atribui ao baião Asa Branca (1947), de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, a causa de muitos desastres naturais, por entender que a canção faz apologia ao inferno e a satanás (HAURÉLIO, 2011; NÓBREGA, 2012).

PEDRO PAULO PAULINO(1967)

Nascido no ano em 1967, é poeta cordelista, com vários folhetos publicados e participação em diversos livros e outras publicações, como jornais, revistas e

internet. Mantém o blog VILA CAMPOS ONLINE de Informação e Cultura Regional. Jornalista prático e escritor, é profissional em artes gráficas. Reside em Vila Campos, zona rural do município de Canindé, Estado do Ceará.

JOÃO FIRMINO CABRAL (1940 –2013)

No primeiro dia de janeiro de 1940, nasce João Firmino Cabral em Itabaiana, Sergipe e morreu no dia 01 de fevereiro de 2013. Filho de Pedro Firmino Cabral (cantador de feira e embolador) e Tercília da Conceição (roceira). Seu pai foi repentista e sustentou a família cantando embolada nas feiras de Itabaiana/SE, Pernambuco, Paraíba e Ceará. Morreu quando o filho contava com 11 anos de idade e, João Firmino passou a ser criado pelo repentista Manoel de Almeida Filho, um nome de destaque na literatura de cordel em Sergipe e no Brasil. Aos 14 anos de idade já estava vendendo os clássicos livretos de literatura de cordel de autoria de Manoel de Almeida, onde o cordelista instalava seu pequeno serviço de alto-falante na proximidade do relógio do Mercado Antônio Franco e ficava cantado suas obras. No mesmo local, outros poetas da época marcavam presença na área na venda de seus trabalhos, a exemplo de Pedro Armando dos Santos, falecido há mais de 30 anos, Genésio Gonçalves de Jesus, José Aristides e outros.Aos 16 anos, após pedir consentimento a Manoel de Almeida, parte para a cidade de Alagoinhas, na Bahia, para vender folhetos da literatura de cordel, onde aluga um pequeno quarto e, ao retornar, resolve fazer seus folhetos.O título do seu primeiro folheto impresso na cidade de Alagoinha, na Tipografia Comunista Vanguarda, foi “As bravuras de Miguel o valente sem igual”. Como não sabia como era o processo de impressão, recebeu a ajuda de um dono da gráfica que fez uso de um clichê já utilizado em outra impressão para ilustrar a capa do folheto. No livro havia mais erros ortográficos do que acertos; mesmo assim, vendeu bem seu trabalho na cidade baiana.Tem como segundo folheto “A Profecia Sagrada do Padre Cícero Romão” e, para desenvolver o trabalho poético, fez uso das muitas histórias que sua avó e sua mãe contavam sobre o padre. O livro foi revisado e impresso em Aracaju, precisamente, na então Tipografia J. Andrade, hoje uma das mais qualificadas gráficas de Sergipe.Em Aracaju, viveu exclusivamente da literatura de cordel e manteve a única banca fixa de folhetos cordelianos de Sergipe, localizada na Passarela das Flores do Mercado Antônio Franco, onde frequentemente recebia com carinho poetas sergipanos e de outros Estados, como também estudantes, professores, pesquisadores e turistas do Brasil e do mundo. Já escreveu diversos folhetos educativos a pedido de escolas e entidades públicas e privadas.Com sua literatura de cordel, percorreu quase todas as cidades do Nordeste. Publicou 450 títulos em literatura de cordel, um número expressivo que mostra, de fato, seu valor na literatura de cordel no Brasil. Faleceu em 01 de fevereiro de 2013.

RODOLFO COELHO CAVALCANTE (1917-1987)

Nasceu em Rio Largo, AL, aos 12 de março de 1919, sendo filho de Artur de Holanda Cavalcante e Maria Coelho Cavalcante. Morreu atropelado, em 1987. Aos 13 anos de idade, deixou a casa paterna. Percorreu todo o interior dos estados de Alagoas, Sergipe, Ceará, Piauí e Maranhão, como propagandista, palhaço de circo e camelô. Fixando-se em Salvador, BA, desde 1945 escreve suas histórias em versos e milita no jornalismo. Era membro fundador da Associação de Imprensa Periódica da Bahia, e filiado à Associação Baiana de Imprensa. Trovador entusiasta, fundou A voz do trovador, O trovador e Brasil poético, órgãos do movimento trovadoresco. Tem idealizado e realizado muitos movimentos, visando à união dos cantadores. Em julho de 1955, com Manoel D'Almeida Filho e outros expoentes da poesia popular, realizou o 1º Congresso Nacional de Trovadores e Violeiros, ocasião em que foi fundada a Associação Nacional de Trovadores e Violeiros, hoje Grêmio Brasileiro de Trovadores, com sede em Salvador, BA. Sua obra é extensa e das mais variadas. Bibliografia básica : A chegada de Lampião no céu, ABC dos namorados, do amor, do beijo, da dança, História do Príncipe Formoso, O mundo vai se acabar, Quem ama mulher casada não tem a vida segura, A moça que bateu na mãe e virou cachorra. Percorreu vários temas da literatura de cordel, os mais recorrentes foram os abecês,biografias, cantorias e fatos do cotidiano. Foi também tema de vários poetas epesquisadores da literatura de cordel.Folhetos artesanaisSeus folhetos, em sua maioria, de oito páginas, com capas em xilogravuras ou clichês, eramconfeccionados artesanalmente, com a ajuda dos filhos. Somente a impressão era feita emtipografias.Publica o primeiro folheto, Os clamores dos incêndios em Teresina. Publica o ABC de OtávioMangabeira, em 1949; ABC da praça Cayrú, [19--]; ABC de Getúlio Vargas, [19--]. Seuprimeiro grande sucesso de vendas foi A volta de Getúlio, de 1950. Na Prelúdio (SP), osfolhetos ABC dos namorados, do Amor, do Beijo e da Dança e A Chegada de Lampião noCéu, ambos em 1959. Morreu em 1986. Pouco antes, enviou trova para o II Concurso de Trovas de Belém do Pará: “Quando este mundo eu deixar / A ninguém direi adeus / Dos poetas quero levar / Suas trovas para Deus.”

WILLIAM JOSÉ GOMES PINTO(1953)

Nasceu no município de Palmeira dos Índios - Alagoas, aos 21 de março de 1953. É poeta Cordelista e membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Reside hoje na Cidade do Rio de Janeiro. O nome Literatura de Cordel provem de Portugal e data do século XVII. Este nome deve-se ao cordão ou barbante em que os folhetos ficavam pendurados em exposição. No nordeste brasileiro manteve-se o costume e o nome. Nas pequenas cidades os folhetos são expostos à venda, pendurados e presos por pregadores de roupa em barbantes esticados.

LUIZ DA COSTA PINHEIRO (ABLC)

Potiguar, o poeta-editor Luiz da Costa Pinheiro nasceu no município de Goianinha, Rio Grande do Norte e radicou-se em Fortaleza, Ceará. Patrono da cadeira 9 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), ocupada por Olegário Alfredo, é autor de grandes romances, com ricos enredos onde sobressaem elementos culturais indígenas, européias a africanas no Ceará (SOUSA, 2009). É autor de várias obras, entre elas; Perdidos no Deserto, ABC da Saudade, História de João Jogador, O Casamento de Lusbel, O Papagaio Misterioso, e muitas outras. Morreu em Fortaleza, CE. Sua obra-prima, Boi Mandigueiro e o Cavalo Misterioso, foi escrito em dois volumes de 32 páginas, do qual extraímos a primeira página:

JOSÉ ANTONIO DOS SANTOS

José Antonio dos Santos nasceu em Oiteiros , povoado de Moita Bonita /SE filho de pequenos agricultores. É licenciado em História pela U.F.S. professor da rede pública estadual. Além de militante de movimentos populares. Zé Antonio tem proferido palestras sobre Literatura de Cordel em escolas das redes públicas e particular de ensino. Em 1999 recebeu o prêmio Albert de Cultura, do colégio Albert Einstein ( atual Colégio Intellectus).

FRANCISCO DINIZ(1967)

Professor e Cordelista, nascido no dia 19 de agosto de 1967, na cidade de Santa Helena-PB. Francisco Ferreira Filho Diniz, cordelista Francisco Diniz, paraibano, sertanejo de Santa Helena, autor de 70 folhetos, é professor de educação física da escola municipal Instituto São Marcus, em Santa Rita-PB e desenvolve um trabalho de valorização e divulgação do folheto de cordel nas escolas de Santa Rita, Bayeux, Cabedelo e João Pessoa desde o ano 2000. Através de palestras e oficinas expõe como produzir um texto observando a rima, a métrica e as estrofes em sextilha, sétima, décima e quadra. Já percorreu mais de 300 salas de aula com essa iniciativa, além de se apresentar em praças, feiras, teatros, bares, supermercados realizando exposições de literatura de cordel. Expõe os seus trabalhos e de seus parceiros desde 2001 no site da internet: http://www.projetocordel.com.br. Gravou 4 cds nos anos de 2003, 2004, 2006 e 2011. Os cds são vendidos a preços populares e/ou trocados nas escolas por resmas de papel ofício/jornal/colorido para produção de folhetos, que são distribuídos, gratuitamente, em escolas públicas. Teve o projeto Literatura de Cordel na Escola aprovado pela lei estadual de incentivo à cultura em 2002 e, através deste projeto, distribuiu em 2003 uma coletânea de 20 folhetos, em parceria com Valentim Martins Quaresma Neto, para 189 escolas estaduais de João Pessoa e Santa Rita, além de 75 instituições culturais da Paraíba. Em 2007 conseguiu a aprovação do Projeto Cordel através do FMC- Fundo Municipal de Cultura - da Prefeitura de João Pessoa, para se apresentar em 48 escolas municipais com o grupo de música regional, composto de sanfona, gaita, 3 violões, zabumba, percussão em tubadoras e triângulo, fazer palestra sobre o cordel e distribuir gratuitamente, em cada escola, 500 folhetos de sua autoria, sendo 10 títulos diferentes e totalizando 24 mil exemplares. Idealizador e coordenador da Tenda do Cordel em 2007, atração da festa de São João (de 23 a 29 de junho), realizada pela prefeitura de João Pessoa, que reuniu 17 cordelistas de João Pessoa, do interior da Paraíba, de Pernambuco, Ceará e São Paulo. Coordenador da Tenda do Cordel durante a Festa das Neves de 30 de julho a 05 de agosto e que reuniu mais de uma dezena de artistas populares.

LOURIVAL BATISTA PATRIOTA(1915)

Louro nasceu em São José do Egito, sertão de Pernambuco, a 06 de janeiro de 1915. Concluiu o curso ginasial em 1933, no Recife, de onde saiu com a viola nas costas, para fazer cantorias. Foi um dos mais afamados poetas populares do Nordeste e, além da cantoria, a outra única atividade que exerceu foi a de banqueiro de jogo do bicho, mas sem sucesso.

Irmão de outros dois repentistas famosos (Dimas e Otacílio Batista) e genro do poeta Antônio Marinho (a "Águia do sertão"), foi um dos grandes parceiros do paraibano Pinto do Monteiro. Satírico e rápido no improviso, era temido por seus competidores.

DIMAS BATISTA PATRIOTA(1921-1986)

Naturalidade: Itapetim-PE Nascimento: 17 de julho de 1921 / Falecimento: 1986 Atividades artístico-culturais: Poeta e repentista. Atividades Exercício-profissional: Historiador, geógrafo e professor universitário.Principais obras: Jesus Filho de Maria; História da CNEC (Em versos); As Três cruzes; Desafio (Dimas e Cabeleira); entre outras. Dimas Batista Patriota, mais conhecido por Dimas Batista, pernambucano da Vila Umburanas em Itapetim, antigamente município de São José do Egito, atuou como repentista em toda à Paraíba. Filho de Raimundo Joaquim Patriota e Severina Batista Patriota. Dimas participou de sua primeira cantoria aos 15 anos de idade (1936), em São José do Egito. É de uma família de poetas e cantadores; sua mãe era sobrinha de Ugolino do Sabugi, irmão dos poetas Nicardio Nunes da Costa e Agostinho Nunes da Costa Filho, em toda a família existe mais de cem cantadores. Ao longo de sua carreira enfrentou mais de 300 repentistas, ganhou o título de “Príncipe dos violeiros do Nordeste”. Seu nome consta na Enciclopédia Delta Larousse, vol. II, pág. 800, ano 1971.Formou-se em Letras aos 50 anos de idade e era considerado um dos mais cultos cantadores nordestinos. Além de repentista renomado, era historiador geógrafo e poliglota. Foi um defensor ferrenho da nossa Cultura Popular e dono de uma mente privilegiada, ele deixou verdadeiras obras de arte em forma de poemas/composições. Teve repercussão nacional quando cantou no Palácio do Catete, Rio de Janeiro, para o então Presidente Eurico Gaspar Dutra e deixou de bocas abertas a intelectualidade e os políticos da época. Dimas Batista era mestre também no quadrão trocado, um dos gêneros mais difíceis da poesia popular. Com um belo timbre de voz, melodiosa e forte, Dimas, não conseguindo sobreviver de sua Arte, abandonou a viola, casou-se, entrou para o comércio e fixou residência em Ibicuipeba, Ceará. Faleceu em Fortaleza em 1986, vítima de acidente vascular cerebral; sepultou-se em tabuleiro do Norte, local onde residia.

CATULO DA PAIXÃO CEARENSE(1863-1943)

Catulo da Paixão Cearense (1863-1943) nasceu em Saõ Luis do Maranhão. Dos 10 aos 17 anos morou no Ceará. Mudou-se com a familia para o Rio de Janeiro em 1886.Trabalhou no cais do porto como estivador e escriturario.No começo do seculo ja tinha fama como poeta e autor de diversos livros de modinha. Com Catulo, o violão desprezado e perseguido vai-se tornando conhecido e adquirindo prestigio nos salões da elite.Em 1914 a convite de Nair de Tefé toca no Catete para o presidente Hermes da Fonseca. É então reconhecido e aplaudido como o grande poeta nacional, o mais autentico. "Catulo é bem a voz da terra brasilica"escreve Monteiro Lobato.Tão grande quanto seu talento era sua notória vaidade. Morava em uma casa de madeira em Engenho de Dentro que chamava hiperbólicamente de Palácio Choupanal. Nele recebia visitas de grandes nomes das letras, das artes e da política,Ao falecer ja tinha assistido a inauguração de seu busto e era uma indiscutivel gloria nacional.

RAIMUNDO LUIZ DO NASCIMENTO (1926)

Raimundo Luiz do Nascimento, poeta popular mais conhecido como Raimundo Santa Helena ou apenas Santa Helena nasceu no município de Santa Helena localizado no extremo Oeste da Paraíba, limita-se ao Norte com a cidade de Triunfo, ao Sul com Bom Jesus e Cajazeiras, ao Leste com São João do Rio do Peixe e a Oeste com o Baixio e Umarí no Estado do Ceará, no dia 06 de abril de 1926. Razão pela qual levou o poeta a intitular-se de paraibense. De acordo com a Simone Mendes (Fundação Casa de Rui Barbosa) seus folhetos retratam uma face autobiográfica, reforçando a construção de uma escrita de si, que tem como ponto de partida o assassinato de seu pai pelos cangaceiros de Lampião quando invadiram o sertão cajazeirense, Paraíba, em 09 de junho de 1927. Em razão do fatídico episódio Santa Helena foi forçado a fugir de casa com apenas 11 anos de idade rumo a Fortaleza local em que fora acolhido por uma professora que o incentivou a estudar e trabalhar, atuando como cobrador de ônibus, garçom, engraxate entre outras atividades convergindo para seu ingresso em 1943 na Escola de Aprendizes de Marinheiro do Ceará. Na Marinha participou da Segunda Guerra Mundial, vindo a ser condecorado pelo Presidente da República. Seu primeiro cordel foi declamado em 1945, a bordo do navio Bracuí, após o fim da segunda grande guerra, intitulando-o de “Fim da Guerra”. Para alguns de seus biógrafos esta data é reiterada como sendo a data de publicação de seu primeiro cordel. Do ponto de vista de sua narrativa o poeta possui uma variedade temática em sua poética que vai desde o cangaço, meio ambiente, educação sexual, saúde, biografias de personalidades, a exemplo de Tancredo Neves, Getúlio Vargas, Chico Buarque de Holanda entre outros, conforme revela a sextilha transcrita em homenagem aos cinquenta anos do cantor e poeta:

MARCUS LUCENNA (1959)

Marcus Lucenna (o cantador dos Quatro Cantos) Marcos António de Queiroz Lucena, nasceu em Mossoró- RN, no dia 31 de dezembro de 1959. Filho de António Lucena Barreto (famoso cantador e violeiro "Lucena do Mossoró) e Aldenir Queiroz Lucena. Radicou-se no Rio de Janeiro e faz parte da nova geração de artistas, que estão capitaneando a nave do forró que desembarca no nosso tempo, com o poder de revigorar a tradicional música Nordestina, e injetar na sanfona, zabumba e triângulo.

JANDUHI DANTAS

Autor do conhecido livro A Gramática no Cordel, já escreveu vários folhetos, e se apresenta em escolas de Patos, Juazeirinho, João Pessoa, dentre outras cidades. Rua João Capitulino, 49, Juazeirinho-PB, CEP.: 58.660-000 - Fone: (83) 3421-8977 - jdantasn@yahoo.com.br

INÁCIO CARIOCA(1932)

Nasceu em Carpina, Pernambuco, a 22 de fevereiro de 1932. Seu nome de Batismo é Ailton Francisco da Silva, sendo mudado para Inácio Francisco da Silva e, por fim, Inácio Carioca. Sua obra mais conhecida é o Romance de João Cambadinho e a Princesa do Reino de Mira-Mar, negociado com João José da Silva, então diretor da tipografia Luzeiro do Norte. Outros títulos de sua bibliografia: o Amor de Juvanete e a Ingratidão do Príncipe Lourival, Os Homens Voadores da Terra até a Lua, Sidraque e Juscelina.

Folheto lançado pela Editora Luzeiro: Romance de João Cambadinho e a.

MINELVINO FRANCISCO SILVA (1926-1998)

nasceu na Fazenda Olhos D'água de Belém, município de Mundo Novo, BA, aos 29 de novembro de 1926, e faleceu no dia 29 de novembro de 1998. Além de trovador, era xilógrafo, fotógrafo e tipógrafo. Incansável batalhador pelos direitos dos poetas populares, em 1956 apresentou um projeto à Câmara de Vereadores de Itabuna, BA, dando a denominação de Rua dos Trovadores a uma das vias públicas da cidade. Lutou também para conseguir o direito de aposentadoria para os trovadores. Profundamente religioso, místico até, denominava-se O Trovador Apóstolo. Muito fecundo, sua obra aproxima de meio milhar de folhetos. Folhetos lançados pela Editora Luzeiro: A segunda vida de Cancão de Fogo, Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos, Encontro de Cancão de Fogo com Pedro Malazarte, História do bicho de sete cabeças, História do gigante Quebra-Osso e o castelo mal-assombrado, História do valente João Acaba-Mundo e a serpente negra, História do vaqueiro Damião, João Valente e a montanha maldita, O Cangaceiro do Nordeste, O Martim Tomba-Serra e o gigante do deserto. Trovador, xilógrafo, fotógrafo e tipógrafo, Minelvino Francisco Silva, nasceu na fazenda Olhos D’água de Belém, localizada no povoado de Palmeiral, em Mundo Novo, Bahia, no dia 29 de novembro de 1926. Criado na cidade do ouro, Jacobina, Bahia, veio a ser garimpeiro. Minelvino faleceu aos 72 anos, No dia 29 de novembro de 1998, no dia do seu aniversário, em Itabuna, Bahia, cidade em que se radicou e procurou homenagear os trovadores apresentando projeto à Câmara de Vereadores, dando a denominação de Rua dos Trovadores a uma de suas vias públicas; plano aprovado em 1956, pelo prefeito Francisco Ferreira da Silva, passou à antiga Avenida Itajuípe para denominação proposta. Rodrigues (2010) ainda pormenoriza que a “nomeação da rua se deu por conta das reuniões que aconteciam na residência do poeta popular com demais artistas: trovadores, violeiros e repentistas.” Pelo reconhecimento e direitos dos poetas populares, Minelvino também lutou para que os trovadores tivessem direito à aposentadoria. Produtor profícuo de cordéis, escreveu aproximadamente 500 folhetos, vários deles lançados pela Editora Luzeiro. Pinto (2014) afirma que o primeiro contato de Minelvino com a literatura de cordel foi com o clássico Pavão misterioso, vindo a versar sua primeira sextilha aos 22 anos, por ocasião do I Congresso Nacional de Trovadores e Violeiros (1955), dedicada a João Martins de Ataíde. Mas sua primeira publicação ocorreu 6 anos antes, em 1949, quando publicou A enchente de Miguel Calmon e o desastre do trem de Água Baixa, editado pelo amigo, cordelista e editor de folhetos populares, Rodolfo Coelho Cavalcante. Ganhador do concurso de Literatura de Cordel, promovido pelo Núcleo de Pesquisa e Cultura da Literatura de Cordel (1980) como parte das comemorações do centenário de João Martins de Ataíde, com o folheto Vida, profissão e morte, de João Martins de Ataíde.

ROUXINOL DO RINARÉ(1966)

Nasceu em Rinaré, Quixadá-CE, aos 28 de setembro de 1966. Recebeu na pia batismal o nome de Antonio Carlos da Silva. Poeta cordelista, com mais de 50 títulos publicados em cordel, a maioria pela Tupynanquim Editora. Seu trabalho como cordelista já foi citado nos principais jornais e revistas do Brasil, e também na França nas revistas Latitudes, Quadrant e Infos Brésil. Seu cordel Antonio Conselheiro e a guerra de Canudos (em parceria com Queiroz de França) foi citado numa prova de história do vestibular da UFC. Foi premiado nacionalmente com o 1º lugar no I Concurso Paulista de Literatura de Cordel (2002) e 2º lugar na segunda edição do mesmo concurso, em 2003. Entre outras atividades ministra oficinas de Literatura de Cordel. Três títulos de sua autoria figuram, certamente, entre os clássicos do cordel: O Justiceiro do Norte, O Alienista e O Guarda-Floresta e o Capitão de Ladrões.

SÁTYRO XAVIER BRANDÃO

é um poeta popular natural de Propriá, SE. Costuma assinar suas obras simplesmente como Sátyro. Faleceu na primeira metade do século XX, tendo registrado boa parte de sua sofrida existência no folheto O Exemplo da Mocidade. Fez parte das levas de sergipanos pioneiros que desbravaram o sul da Bahia, quando da introdução da cultura do cacau. Seu maior sucesso, ainda hoje editado é A Triste Sorte de Jovelina.

SEVERINO BORGES SILVA91919-1991)

Nasceu no dia 08 de outubro de 1919, em Aliança, PE. Faleceu em 1991. Violeiro improvisador e poeta popular, criou e versou muitos folhetos de Literatura de Cordel. Estudioso e inteligente, era um dos mais inspirados improvisadores do nordeste. Vendia folhetos, esporadicamente, pois sua maior fonte de renda era a viola, da qual tirava a manutenção de sua numerosa família. Residia em Timbaúba, PE. Entre suas inúmeras obras, destacam-se : O verdadeiro romance do herói João de Calais, A princesa do reino do Mar Sem Fim, O valente Felisberto e Amor de mãe. Faleceu em 1991. Folhetos lançados pela Editora Luzeiro : A Princesa Anabela e o filho do lenhador, Amor de mãe, O cavaleiro das flores, O romance da Princesa do Reino do Mar Sem Fim, O valente Felisberto ou O Reino dos Encantos, O verdadeiro romance do herói João de Calais.

SEVERINO GONÇALVES DE OLIVEIRA

Também conhecido por Cirilo de Oliveira, ou simplesmente Cirilo, como usava nos acrósticos ), foi xilógrafo e trovador. Na temática de suas obras de Literatura de Cordel, predominam a religião e a bravura. Morreu assassinado no município de Gravatá, estado de Pernambuco. É autor dos clássicos : A vitória do príncipe Roldão no Reino do Pensamento, As perguntas do rei e as respostas de Camões, Cidrão e Helena.

ZÉ LIMEIRA(1886-1954)

Um mito no universo do cordel. Assim se consagrou o paraibano Zé Limeira. Ele nasceu e cresceu no sítio Tauá, no município de Teixeira, em 1886. Apesar de ser uma pequena cidade do sertão da Paraíba, ela era tratada como o principal reduto de cordelistas do Estado, no Século XIX. E, neste cenário, Zé Limeira se tornou uma referência e ficou conhecido como o “Poeta do Absurdo”.O apelido não era em vão. Ele teve origem nas particularidades das criações do artista. Os temas que abordava em suas poesias e repentes eram variados e chegavam, muitas vezes, ao delírio. Pornografia era um tema recorrente, mas Zé Limeira ficou conhecido como "Poeta do Absurdo" por suas distorções históricas, poesias recheadas de surrealismo e nonsense, e pelos neologismos esdrúxulos que criava.Sua característica física também fortalecia o apelido. O poeta vestia-se de forma berrante, com enormes óculos escuros e anéis em todos os dedos, e saía pelos caminhos de sua vida, cantando e versando. Ele faleceu em 1954.

HOMERO DO REGO

O cordelista Homero do Rêgo Barros, conhecido como "trovador de Olinda e Recife", escreveu 18 livros e mais de 100 folhetos, chegando a ser premiado pela Academia Pernambucana de Letras. Olindense, nasceu em 4 de Julho de 1919 e faleceu em Recife aos 93 anos. Pesquisadores e admiradores de sua obra encontram no Arquivo este cordel e outros 31 títulos do autor.

MOREIRA DE ACOPIARA(1961)

Moreira de Acopiara - Nasceu no município de Acopiara, no dia 23 de julho de 1961, no interior do Ceará, onde viveu até os 20 anos de idade e onde foi alfabetizado pela mãe, entre os trabalhos na fazenda e a leitura de livros de autores como Graciliano Ramos, Machado de Assis, Patativa do Assaré, Fernando Pessoa, Castro Alves, Camões, a literatura de cordel e os versos dos cantadores repentistas da região. Poeta e escritor, estudioso e conhecedor da cultura popular brasileira, declamador, já publicou dezenas de cordéis. Em 2004 foi eleito para ocupar a cadeira de número 4 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), entidade fundada em 1981 e sediada no Rio de Janeiro. Transita com tranqüilidade pelo conto e pelo teatro, gravou dois CDs com poemas de sua autoria e tem trabalhos musicados e gravados por artistas como Téo Azevedo, Jackson Antunes e Chico Galvão e Zé Viola, dentre outros. Tem vários livros publicados: Meu Jeito de Ser Feliz,Cidadão Nordestino, Ai Que Saudade Que Tenho e Com o Pé Direito na Frente. O poeta e músico cearense, Manoel Moreira Júnior, cujo sobrenome artístico – Moreira Acopiara, indica sua naturalidade, Acopiara, Ceará, desde 2005 ocupa a cadeira de número quatro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC). Escritor profícuo, vivendo de sua obra e apaixonado por poesia popular, segundo Bezerra (2014) “hesita em assumir o título de cordelista. […] vê nas métricas do cordel uma limitação à escrita criativa”, por trabalhar com palavras, prefere emoldurar esta matéria-prima nos mais diversos estilos, porém não há como não vincularmos a ele a denominação, pois já publicou mais de cem cordéis, dentre eles Cordel em arte e versos (DUNA DUETO, 2008), que narra um pouco da história do cordel no Brasil, explica as linguagens do cordel e da xilogravura através de versos, apresentando a produção desse gênero literário, livro que em 2008 “foi um dos escolhidos pelo MEC para nutrir bibliotecas” (MINDRISZ, 2008), selecionado entre mais de dois mil inscritos no Programa Nacional Biblioteca da Escola, do Ministério da Educação e Cultura (MEC), incluído no gênero literário de cultura popular. Outros quatro livros do autor foram eleitos para compor o acervo do mesmo programa, outros três pela Secretaria de Educação de São Paulo, para a rede municipal de ensino da cidade e quatro títulos pela Secretaria de Educação da sua cidade natal.O poeta e declamador que viveu no interior do Ceará, no Sítio Cantinho, até os 20 anos, vindo a radicar-se em Diadema, São Paulo, tem sido convidado para proferir palestras, ministrar oficinas e workshops sobre literatura de cordel, xilogravura e repente, em diversas regiões do Brasil.A mãe, que era professora, não só alfabetizou Moreira, como desenvolveu o hábito de leitura do menino, apresentou-o a grandes autores, como Graciliano Ramos, Machado de Assis, Patativa do Assaré, entre outros. Dos livros aos cordéis, Moreira recebeu boas influências literárias.Em parceria com cantadores sertanejos, como as duplas – Mococa e Paraíso (Fortuna Musical Edições – 2013), e Teodoro e Sampaio, Caju (in memoriam) e Castanha e pelo ator Jackson Antunes, suas músicas têm sido gravadas.

ZÉ VICENTE DO PARANÁ

O paraense Lindolfo Marques de Mesquita, ou Zé Vicente, poeta cordelista emérito e jornalista vocacionado, comportava-se em seus folhetos como ativista político. Engajado no "baratismo", expressão política local desvinculada da classe dominante, criticou os interesses econômicos externos que, a partir da Segunda Guerra Mundial, submeteu o mundo à hegemonia capitalista. Sua contribuição mostra que Zé Vicente foi um dos poetas mais vigorosos, criativos e originais da literatura popular brasileira.O poeta popular paraense Zé Vicente, pseudônimo de Lindolfo Marques de Mesquita, nasceu em Belém, no dia 11 de janeiro de 1898.Na década de 1920, fez carreira no jornalismo. Trabalhou como repórter da Folha do Norte, onde criou uma coluna com crônicas humorísticas, intitulada Na Polícia e nas Ruas, sob o pseudônimo de Zé Vicente, passando depois a colaborar com O Estado do Pará, também como cronista-humorista. Com a Revolução de 1930, perdeu o emprego no jornal, por ser funcionário público e se identificar com o regime deposto.

FRANCISCO DE SOUZA CAMPOS (1926)

Natural da cidade de Timbaúba, localizada na Zona da Mata Norte do estado de Pernambuco, Francisco de Souza Campos, poeta popular, nasceu em 26 de setembro de 1926. Integrante de uma família cuja verve poética parece estar na genética. Irmão dos poetas Manoel de Souza Campos e José de Souza Campos, Francisco traz em seus escritos temáticas tradicionais, em sua maioria em folhetos de 8 páginas, tendo sido considerado como uma de suas mais significativas obras o Cordel lançado pela Editora Luzeiro intitulado “Enfrentando a Morte”. Como exemplo de seus escritos, registramos As Bravuras de Maria Jararaca, extraído da Revista Jangada do Brasil.

ANTONIO MARINHO DO NASCIMENTO9(1987)

É natural de São José do Egito, terra da poesia. Fruto de uma família de tradição poética, é filho de Zeto e Bia Marinho, neto de Lourival Batista, bisneto de Antonio Marinho, sobrinho de Otacílio e Dimas Batista, de Graça Nascimento e de Job Patriota (por emoção). Nasceu em 1987. Declamando desde os três e escrevendo desde os seis anos, lança aos dezesseis anos, seu primeiro livro: Nascimento. Reside no Recife e faz recitais por todo o Brasil. Quem trouxe o jovem poeta a Brasília foi o organizador da FLIPORTO Antonio Campos, como atração durante o lançamento da Fliporto 2009 no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), quando o conhecemos. Aqui vai esta primeira mostra de versos do jovem talentoso e performático, que o público aplaudiu com entusiasmo. Os poemas a seguir foram extraídos de seu primeiro livro – NASCIMENTO (Recife: Bagaço, 2003) que reúne os poemas do jovem poeta escritos do 6 aos 16 anos de idade.

CHICO CALDA

calda@ronet.com.br - CALDA, Francisco Alves de – natural de Bonito de Santa Fé - Pb, nascido em 25.01.50, filho de Solon Alves de Calda e de Firmina Borges de Almeida. Sendo por isso, em sua cidade natal, como é costume na região, conhecido como “Chico de Mestre Solon”. É casado com Geralda Torquato de Calda com quem teve três filhas: Renata, Germana e Caroline. Passou a infância ouvindo o pai recitar, de cor ou lendo, os grandes romances de cordel, que tinha aos montes. Daí o gosto, e, mais tarde, sua inclinação para essa forma de poesia. O primeiro poeta lido, aos treze anos, além dos de cordel, foi Augusto dos Anjos. Talvez por isso, também, sua primeira incursão na poesia tenha sido, depois de alguns acrósticos, um soneto intitulado REVOLTA, desabafo solitário sobre o tratamento dispensado pelos médicos ao seu pai, na “Casa do Padre Zé Coutinho”, um abrigo para pobres em João Pessoa, escrito em 05.01.72. Após este soneto, por longo tempo, nada mais escreveu. Morto o pai a prioridade era sustentar a mãe e mais sete irmãos menores. Com uma vida meio nômade, mas, ao contrário do “artista que vai aonde o povo está”, indo aonde havia trabalho, estudou quando este permitia.Tendo iniciado no Ginásio Comercial Monsenhor Moraes, em Bonito de Santa Fé, continuado no Ginásio Comercial Monsenhor Dantas, em Boaventura, também na Paraíba, concluiu o ginasial em 1972, no Ginásio Santo Antônio, em Barro-Ce. O segundo grau estudou no Colégio Rio Branco, em Fortaleza, formando-se em Direito, em 05.08.83, pela UNIFOR. E, após militar na advocacia, ter exercido o magistério jurídico na Universidade Federal de Rondônia é hoje Juiz do Trabalho, presidente da Junta de Conciliação e Julgamento de

Jaru-Ro.

FRANCISCO AGRIPINO DE ALCANIZ - CHICO TRAIRA

Francisco Agripino de Alcaniz é o nome de registro de Chico Traira, um dos maiores poetas cordelistas que o Nordeste já teve. Alguns acham que ele, Traira, é natural do Assu, onde viveu parte da sua juventude e os finais de sua vida. Porém nasceu no sítio Pau de Jucá, povoado de Sacramento, hoje município de Ipanguaçu (RN). O Nordeste, a exemplo do poeta matuto Renato Caldas e de tantos outros, conheceu de ponta a ponta "nas suas intermináveis andanças", apresentando as suas cantorias, acompanhado da sua inseparável viola que um dia, teve que vendê-la por necessidade. Pois bem, certo ocasião, viajando com destino a litorânea cidade de Macau (RN), para apresentar uma cantoria, em companhia do seu colega chamado Patativa que, em razão da trepidante estrada esburaca que viajava

CARTUXO CORDELISTA

Valdemir Ferreira, conhecido como Cartuxo Cordelista, é filho de D. Flora (costureira) e do saudoso Sr.Emídio (mecânico). Passou toda a sua infância e adolescência na rua Boa Vista e atualmente reside na rua Estudante José de Oliveira Leite, centro de nossa metrópole. Começou a trabalhar aos 11 anos de idade vendendo picolés; aos 13 entregava botijões de gás. Antes de ingressar no Banco do Brasil – onde trabalhou de 1981 a 1997, lecionou Matemática na Escola Hugo Lima e trabalhou em uma empresa multinacional de benefciiamento de tabaco. Valdemir é casado com D. Zélia, é pai de quatro filhos e avô de João Vinícius. São 70 cordéis produzidos e conta com a assinatura dos desenhos e ilustrações das capas de Paulinho da Julita, que reside em Girau do Ponciano/AL. Cartuxo do Cordel continua na luta pela realização de seu sonho de ver os seus cordéis publicados, dando assim a sua contribuição para o crescimento cultural de todos nós. Ele é um grande divulgador da Literatura de Cordel, que nasceu em Portugal e se tornou popular aqui no Nordeste brasileiro, ajudando a ensinar, durante décadas, o nordestino a ler. Atualmente, a sua meta é conseguir um patrocinador que esteja interessado em divulgar esta belíssima e importante arte popular.

NECO MARTINS(1865-1940)

Neco Martins é uma referência da voz, legitimada pela palavra impressa. Folcloristas do final do século XIX, como Rodrigues de Carvalho, incluíram-no em seus estudos, assim como alguns dos mais notáveis estudiosos da cultura popular, como Leonardo Mota e Câmara Cascudo, que se referiu a ele em “Vaqueiros e Cantadores” (1939), como o rival vitorioso de Barrosa, e transcreveu sextilhas do seu embate com o Cego Francisco Sales. Esta é a primeira antologia representativa de sua obra. Doze de dezembro de 1865, terça-feira, José Martins de Oliveira alinhou seis pedras de sal sobre a tábua, que colocaria, boca da noite, sobre o peitoril da janela de sua fazenda, em Sítios Novos, Soure (hoje Caucaia). A mulher, Francisca, começava a sentir as dores do parto. A experiência de Santa Luzia iria prever se o próximo ano seria chuvoso. Virgem e mártir. Luzia teve os olhos arrancados, no século IV, (nas imagens, ela os exibe sobre bandeja) sendo a protetora da visão, pelo martírio ou pela luz do seu nome. O menino Manoel Martins de Oliveira nasceu no último dia da novena, marcado pela polifonia das rezas, o canto châo dos benditos e a chama das velas votivas, ainda sob os ecos da festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Sitios Novos. O jornal O Cearense desse dia estampava a chegada das fragatas de guerra norte-americanas Vanderbilt e Monaduoch, que poderiam ser visitadas. Na manhã do dia treze, o fazendeiro José Martins constataria, pelas pedras de sal derretidas pelo sereno da noite, que 1866 seria chuvoso, mantendo o longo período (1846 a 1876) de um Ceará sem secas, no século XIX. O exemplar do jornal A Constituição, alardeava o crescimento da produção de algodão, pedia mais armazéns para a comercialização do produto, e a redução dos impostos. O sistema métrico decimal seria implantado em janeiro de 1866. O movimento abolicionista dava sinais de articulação. Em anúncio publicado em 11 de fevereiro em O cearense, Albano e Irmão “declararão aos seus fregueses do interior da província que não se encarregarão de venda nem embarque de escravos”. Juvenal Galeno publicava Lendas e canções populares, poesia fundada na tradição popular. Sugestão de Gonçalves Dias, que estivera no Ceará, em 1859, integrando uma Comissão Científica. No plano nacional, a Guerra do Paraguai gerava seus heróis cearenses: tribúrcio da batalha do Riachuelo; Sampaio, do Tuyuti, e a donzela guerreira, Jovita Feitosa, que não chegou a ir para o front. A casa dos Sítios Novos se revezava na atenção à sinhá e ao infante. As galinhas do resguardo cacarejavam no poleiro e seriam servidas à mulher parida. A garapa de cana ou a rapadura raspada asseguraria a fartura do leite materno. O enxoval, guardado no baú de couro, recendia a alfazema. Um bordado delicado sobre a cambraia, como na roupa para o batizado. José Martins, fazendeiro e pecuarista de ascendência portuguesa, era um homem de posses. A família que constituíra era pequena para os padrões da época: Manoel, que viria a ser o coronel Neco; João, que foi coronel da Guarda Nacional, briguento e muito ligado ao irmão; Herminia, que se casaria com Antonio Batista de Sousa; e Francisca, que se uniria a Domingos, dos Brasileiro (descendente dos Abreu Tranca, de Portugal), que vieram da Paraíba para Sítios Novos e se espalharam pela região. Apesar de alguns autores (como Átila de Almeida) declararem que Manoel nascera em Fortaleza, ele veio ao mundo na fazenda. Não era costume da época procurar assistência médica, nesses casos, e a parteira era legitimada pelo saber tradicional. Os Martins não tinham casa na capital, é o que dizem os que guardaram essas histórias, como se tivessem esperado a vida inteira para contá-las. Quem colocasse um búzio junto ao ouvido na fazenda, poderia ouvir o mar a quebrar, nas praias paradisíacas. Sol de litoral, claridade intensa, onde a vegetação começa a fazer a transição para o sertão (ninguém sabe onde começa ou termina o sertão). O boqueirão de Araras, pórtico de pedra, dá acesso ao oeste do Ceará. Ao longe, o contorno azulado das serras de Maranguape e Aratanha, onde, durante multo tempo, se acreditou que existisse prata. Hoje, o carro segue pela BR-222, esburacada e com tráfego pesado. As placas indicam Sítios Novos, subúrbio de Fortaleza, à qual está ligado pela Viação Vitória. Sítios Novos vive da fabricação de telhas e tijolos. Uma visita ao povoado passa pela capela, mercearias, forró, posto de saúde, escola. A sensação de que o tempo parou, em um domingo interminável como os trilhos do trem que corta o distrito. Ainda é possível encontrar pessoas velhas, que conheceram o coronel, e cadernos com anotações de suas cantorias. Outros repetem o que ouviram contar / cantar e rememoram fatos imprecisos. A biografia de Neco Martins é o desafio de armar o quebra-cabeças compor o mosaico, ou costurar os retalhos do patchwork de uma vida inteira. A fazenda, hoje chamada Alvorada, não pertence mais à família. É uma referência nostálgica (um retrato na parede), no limite com o município de Pentecoste. Um grande açude foi construído para assegurar o abastecimento da siderúrgica e refinaria que prometem se instalar no porto do r recém, em São Gonçalo do Amarante, cidade que o coronel Neco fundou, quando lá chegou, a 17 de janeiro de 1891, já casado com a professora Filomena Brígido Pinto. Anotações feitas, impressões registradas, hora de iniciar este relato biográfico, evangelho laico e romance de cavalaria apócrifo, do coronel Neco Martins, que fez fama pela valentia e pelo toque da viola, na peleja interminável que travou consigo mesmo e com todos aqueles que o enfrentaram no repente. A chegada de Neco ao sítio, que hoje constitui São Gonçalo, pode-se inscrever como a necessidade de ampliação de espaços, a intrepidez e a determinação, que contribuem para o estereótipo da cearensidade. O Siará Grande, vasto areal entre Pernambuco e o Maranhão, não despertara a cobiça do primeiro donatário da capitania, Antonio Cardoso de Barros, que sequer visitou o quinhão que ganhara da Coroa portuguesa. Em 1680, é possível comprovar pelo registro das sesmarias, as terras do Siupé, pertencentes a Filipe Coelho, começavam a ser ocupadas. A construção da Igreja de Nossa Senhora da Soledade, entre 1730 e 1737, marca a migraçao portuguesa e, em volta do templo, se constituía o aldeamento. A chegada de Neco, às margens da lagoa da Prejubaca, atraído pelos ventos favoráveis do lugar, Ihe dá o caráter de fundador. Enquanto Neco, voz afinada da narrativa oral, chegava às suas terras, Alvaro Martins, nascido no Trairi, em 1868, da Padania Espiritual (1892), e do Centro Literário (1894), escrevia o poema Os pescadores da TaIba, publicado em 1895, inserindo essa praia (hoje municipio de São Gonçalo) na historia literária cearense. Diz a Igreja que Gonçalo, da nobre familia dos Pereira, nasceu em Arriconha, freguesia de Tagilde, perto de Guimarães, no inicio do século XIII. Destinado à vida eclesiástica, iniciou-se no convento beneditino do Pombeiro, foi para Braga, onde se ordenou presbítero e foi nomeado abade de São Paio da Riba Vizela, junto à sua cidade natal. Peregninou a Roma e Jerusalém e, na volta, fez prédicas e milagres nas terras de Entre-Douro-Minho e professou no convento dominicano de Guimarães. É quando se instala em Amarante e edifica a Capela Real de Nossa Senhora da Assunção, num rochedo suspenso sobre o Tâmega. A ele é atribuida a construçäo de uma ponte sobre esse mesmo rio. Foi protetor dos humildes e dos enfermos. Os milagres que praticou atraíram peregrinos, a vila se repovoou e ele passou a ser considerado seu segundo fundador. Morreu, aproximadamente, em 1262.Segundo a tradição popular portuguesa, seu culto seria marcado pelo erotismo e as mulheres que desejam ter filhos tocam o bastão de sua imagem, dão a volta ao mausoléu e depositam, como ex-votos, seios e pernas de cera em tamanho natural. No Brasil, diz a lenda, contada pelo povo, que Gonçalo era um jovem nobre, a quem Deus chamou para seu serviço e que passou a tocar viola, para converter as prostitutas e, quanto mais ele tocava, mais elas dançavam. Como ele era muito bonito, elas se fascinavam por aquele violeiro e não paravam de dançar, até que se convertiam à religião. Joaquim Pedro (1916-2001), alagoano de Ouro Branco, mestre rabequciro da dança de São Gonçalo da ladeira do Horto, em Juazeiro do Norte, dizia: “não é dança, é penitência”. Formam-se fileiras de seis homens e seis mulheres, descalços, vestidos de branco, e, à frente, alguém toca a viola ou rabeca, diante do altar do santo. Muitos consideram-na uma manifestação do folclore, outros, um ritual que une sagrado e profano. Não foi à toa que Neco Martins, violeiro, de bem como a vida, se esquecendo do tempo em intermináveis pelejas, ajudou a construir, auxiliado por Procópio Alcântara, a vila de São Gonçalo, representado, tanto por um trovador medieval, de cabelos longos, chapéu, capa, botas, de viola na mão (na tradição popular brasileira), quanto por um dominicano (ordem fundada em 1215), na versão oficial, com cajado de peregrino e tendo sob seus pés a ponte que construíra. Ponte como ligação dos homens com Deus, passagem do pecado para a salvação. Indício da formação enciclopédica de um período em que a técnica se fundia com a filosofia, a teologia, as artes e a retórica, em uma erudição a toda prova. Essa dualidade de representações iconográficas do santo ­­— o povo insistindo na viola, a Igreja querendo um dos seus —, fez com que o templo da vila do coração de Neco tivesse uma imagem da representação oficial, que foi tratada, por muitos, como um equivoco de quem a trouxera (o vulto, no dito popular, não se compra, se troca). Mais recentemente, a igreja ganhou seu santo violeiro, para alegria de todos e em homenagem a Neco, violeiro como ele (ou por causa dele). Se é a aldeia que faz seu santo, o coronel queria que a povoação tivesse São Gonçalo como seu padroeiro. E assim se deu. Neco, fazendeiro, homem poderoso, fez fortuna no tempo do algodão, quando o Ceará conheceu algum fausto. Em 1809, iniciou-se a ligação marítima Fortaleza-Londres, com todas as dificuldades decorrentes dos empecilhos para as embarcações atracarem. O algodão ganhou importância no mercado internacional como a guerra civil norte-americana e a busca da Europa por alternativas. O Ceará foi uma delas e sua produção dera um salto a partir de 1865. Desde a Colônia o algodão nativo era usado pelos índios para tecer suas redes e dormir, ou como moeda de troca, os nimbós (novelos de fios). Essa matéria-prima foi decisiva para a urbanização de Fortaleza, o esvaziamento das vilas até então mais importantes (Aracati, Icó) e a formação das elites da capital. Neco comprava a safra de algodão da região e, depois de beneficiá-la na usina de Procópio Alcântara e do Major Adelino, preparava os fardos para exportação. A industrialização do Ceará começou com a tecelagem e fiação, na fábrica dos Pompeu e Nogueira Acioly, em 1883. Na segunda metade do século XX, uma praga do bicudo dizimou a cultura de algodão do Estado, provocando a crise da indústria têxtil e a perda com o que se deixava de vender para o mercado exterior. Neco também se envolveu na extração, refino e comercialização da cera de carnaúba, extraída das folhas, cortadas e murchas, batidas para que saísse o pó, levadas ao fogo para derreter e se coagular a frio, com a cor amarelo-claro, como escreveu Cascudo. Ainda hoje o acesso a São Gonçalo pela Rota do Sol Poente (ou Rodovia Estruturante), a cerca de 60 km de Fortaleza, é pontilhado por essa palmeira de tronco escamado (copernicia cerifera, segundo Von Martius). O rio Anil vem de Canindé, passa por Sitios Novos e se lança ao rio São Gonçalo, antes de desembocar no Atlântico. O armazém de Neco abastecia o embrião da vila e a população dos sítios e fazendas, como um entreposto dos bens de consumo.

Herói civilizador, era proprietário de toda a área onde hoje se situa a cidade. Quem quisesse se estabelecer, tinha de Ihe pedir autorização e ele não vendia terras, permitia sua ocupação, cobrando apenas lealdade. Respaldado por sua condição favorável, Neco passou a ser uma liderança forte na região e quis sua parcela do poder, então concentrado de modo autoritário nas mãos da família Correia que, a partir de Soure, dominava grande parte do litoral oeste. Num episódio até hoje nebuloso, depois de ser chamado de ladrão, jurado de morte e ter a mulher ameaçada de arrancar mata-pasto nas ruas de Soure, Neco teria morto, dia 4 de maio de 1914, o coronel e deputado Antonio José Correia (nascido em 1839), numa emboscada junto às pontes, a meio caminho entre a capital e seu feudo. O coronel voltara de Fortaleza, acompanhado pelo neto Arlindo Correia e, alvejado a tiros, tombou morto. Intriga política com desfecho trágico. Clima político tenso. Franco Rabelo, que sucedera ao babaquara Acioli, deposto por um movimento das camadas médias da capital, em 1912, fora também derrubado, a 24 de março de 1914. Tentaram dar uma dimensão maior à emboscada envolvendo os rabelistas, que não aceitaram a adesão do oligarca, e a Assembleia do Juazeiro (do Padre Cicero), na qual Correia tomara assento, voltando a Soure, vitorioso, quando da queda de Rabelo. O móvel do crime parece ter sido, no entanto, a disputa pelo poder local. Diz a tradição que colocaram uma moeda na boca do defunto. Na mitologia, o pagamento ao barqueiro Caronte, que transportava os mortos para o Hades. A finalidade, aqui, seria deixar o criminoso e seu bando areados. A morte do Coronel Correia desencadeou uma perseguição desenfreada aos seus adversários. A emboscada dificultava a identificação dos pistoleiros, Arlindo correu com medo de voltar a Fortaleza e, apesar dos comentários de que teriam sido artes de Neco, com a cumplicidade do irmão e lugar-tenente, João, faltavam provas para incriminá-los. João Brígido, opositor de Acioli e aliado de Rabelo, com quem depois romperia, escreveu a 10 de junho, no Unitário, que “os déspotas do rabelismo mataram, há menos de um mês, no caminho de Soure (dois quilômetros da capital) o setuagenário coronel Antonio José Correia”. Rodolpho Teóphilo, defensor de Franco Rabelo, em A sedição de Juazeiro (primeira edição de 1922) assegurou: “o assassino ou os assassinos do Coronel Correia não foram descobertos”. Mesmo assim, Neco esteve escondido, durante uns quatro anos, nas matas e locas de pedra. Os Correia trouxeram bandos de jagunços para atemorizar a população de São Gonçalo. As vinditas entre as famílias Monte e Feitosa, nos Inhamuns (CE), ou Alencar e Sampaio, em Exu (PE), foram exemplos da permanência dessas disputas.Dona Filomena e os filhos foram trazidos para Fortaleza, pelo Presidente da Província, como forma de assegurar a integridade física da família. Feito bicho do mato, Neco dormia nas casas de compadres, parentes e aderentes e criava-se um escudo invisível para sua proteção. Dizem que utilizava palha de carnaúba, amarrada à montaria, para varrer o local por onde passava e apagar os rastros. Ou que vestia a roupa às avessas para se tornar invisível aos inimigos. Talvez recorresse à reza forte. Quatro anos depois, ele se apresentou à justiça, em Soure, e pôde voltar a São Gonçalo. Foi dada a denominação de rua Coronel Correia à antiga BR-222 que, na década de 1980, desviada, aliviou o trânsito pesado do centro da cidade.A luta pelo poder passava (às vezes, ainda passa) pelo sangue e as oligarquias continuaram fortes durante a República Velha, e mesmo após o movimento de outubro de 1930, que pretendia implantar novas práticas. Durante a Revolução dos Tenentes, ele juntou seus aliados e minou para a capital, para apoiar o Presidente do Estado. Tarde demais. Matos Peixoto fugira para o Rio de Janeiro, dia 8 de outubro, a bordo do paquete Afonso Pena. O interventor Fernandes Távora mandou chamar Neco, que reiterou seu apoio ao líder deposto. Não foi preso, mas ganhou a cidade como ménage ou merdagem, como ele disse, enfezado, quando soube que não estaria livre para voltar a São Gonçalo.A permanência do modelo oligárquico gerou os chamados currais eleitorais. Neco era dono de grande parte dos votos de cabresto de sua região, tendo sido uma eminência parda da política do municipio. Liderança dividida com os Alcântara, aparentados e adversários políticos, ligados a Menezes Pimentel, governador e depois interventor do Estado (1935-1945). Quando da redemocratização, em 1945, os Martins se filiaram à UDN (União Democrática Nacional, mesmo partido dos Correia), elegendo José Eretides, filho de Neco, deputado estadual, a 19 de janeiro de 1947, com 3137 votos. Os Alcântara, ligados ao PSD (Partido Social Democrata), tinham no Dr. Waldemar, eleito com 5375 votos, uma liderança emergente.No Ceará, no final do século XX, o desmonte do clientelismo era bandeira do empresário Tasso Jereissati, eleito governador do Estado, em 1986, em oposição aos coronéis (Virgílio Távora, César Cals e Adauto Bezerra). O homem alto, magro, calado, de pouco riso, que falava de sopapo (aos jorros) usava chapéu de massa e camisa de mangas compridas de pano passado, perdia a conta do número dos afilhados. Teve vários filhos fora do casamento, os apanhados, que, mesmo não reconhecidos, se orgulhavam (muito) de terem um pai todo poderoso. O exercício do poder passava pelo estabelecimento de relações de compadrio, reforço do mandonismo. Não era diferente com Neco. Implacável com os adversários, passava o dedo em volta do olho, para sinalizar desaprovação, que podia valer como sentença de morte. Olho que lacrimejava, quando tinha ódio. Era compassivo com os que dependiam dele, relações marcadas pela admiração, respeito e medo.De acordo com os depoimentos, não era homem de ter bando de jagunços, ainda que não descuidasse de sua segurança pessoal, e nada o impedia de recrutar parentes, amigos e aliados, quando necessário. São Gonçalo era terra de Neco Martins. A fase da clandestinidade deve ter sido difícil para a família, principalmente para Dona Filomena, mulher letrada, procedente de Cascavel (litoral leste do Ceará), tratada por professora, forma irônica de ressaltar seus conhecimentos e deixar claro que Neco estudara pouco, apesar de fazer versos, e que não era o marido da professora, expressão usada para depreciar o homem cuja mulher trabalhava.Com a bonança, o coronel pôde usufruir de seu prestigio e de sua fortuna. Dona Filomena não era uma mulher bonita, levando-se em conta os velhos álbuns de família. Viveram em harmonia, como os casais daquele tempo, de uniões indissolúveis, e de muiher submissa, ainda que, como professora, antecipasse conquistas e, durante mais de trinta anos, tenha alfabetizado a população do lugarejo. Tiveram sete fiihos: José Eretides, fazendeiro e político que cuidava dos negócios do pai; José Demóstenes, bacharel em direito, casado (por pouco tempo) com uma filha de Menezes Pimentel e Oficial de Registro de Imóveis da 1º zona de Fortaleza; José Martins, fiscal do consumo; Lourdes, professora; Ester, também professora, com fama de ser autoritária como o pai, casada com José Brasileiro (que depois mudou o nome de família para Riomar); Mariinha, esposa de Saul Gomes e José Aristocles, o Tote.Dona Filomena detestava cantoria. E Neco foi um dos grandes repentistas de seu tempo, dos mais afamados. Era por onde dava vazão à possibilidade de deixar de ser o senhor, para se igualar ao rival, na luta pelas palavras. Era lazer; liberdade e catarse. A mulher pedia que ele largasse o repente, que a incomodava mais que as traições e que não se misturasse com a gentalha. Seu viés elitista de professora, defensora da norma culta e dos bons costumes, não devia suportar ver o marido, viola em punho, noites inteiras desafiando a gente do povo, em um desrespeito à sua condição social. O improviso era o repouso do guerreiro. Neco largava seu rifle e se armava da viola, aparentemente inofensiva, mas cáustica, quando argumentava, acuava o adversário e atacava impiedosa.A bebida era liberada, para maior desespero de sua mulher, e, muitas vezes, a cantoria era entremeada pelo jogo. Aliás, a cantoria era um jogo, onde o prazer da vitória era fugaz e a derrota, motivo para apupos, gargalhadas e vaias. O repente é o que vale a pena recuperar da trajetória deste homem, cuja voz venceu o tempo e o esquecimento, se presentificou na memória dos que o ouviram e no que se fixou na escrita de seus desafios, marcos e cantigas. Na cantoria, a voz ecoa a tradiço. O repertório pode incorporar foros motes, mas a forma é ancestral. Poesia que se perfaz na voz, cabendo à fala enunciar o mundo. Atualização dos relatos míticos, que explicavam a gênese de tudo e compunham uma cosmogonia. Tradição que marcou a vida de todos os povos e herança do canto, como ato seminal.Cantar como cantaram os aedos, e Homero pode ter sido um, ou vários, no jogo de espelhos e de ressonâncias em que a voz se desdobra, se amplia e se difunde. O canto das sereias era acompanhado por violas e as cordas de arame faziam os dedos sangrar. Canto que chegou à Europa medieval, com seus trovadores, jograis e menestréis — não que a Idade Média se transplantasse para o ser tão —, mas dizer que constitui um legado. As mil e uma noites sertanejas são um ponteio sem fim, e Neco é uma voz que tece essa trama e nos enreda. A circularidade da cultura passa pelos mitos indígenas, os orikis africanos e as xácaras, romances e parlendas dos portugueses. O desafio é compreender o sincretismo e a adaptação de tudo isso às condições locais.Caucaia (mato queimado), rebatizada de Soure, foi um dos principais aldeamentos indígenas do Ceará. Ali os jesuítas catequizavam e ensinavam ofícios, até serem expulsos pelo Marquês de Pombal, em 1759. Sítios Novos era território dos primeiros donos da terra. A valentia de Neco Martins tinha traços de Jesuíno Brilhante e Antonio Silvino, rebeldes primitivos, que anteciparam Lampião. Valentia ligada a Carlos Magno e seus doze pares de França, jagunços sertanejos, perdidos no areal da costa cearense, ou à cantiga do Vilela, depois fixada pela literatura de folhetos. Para o senso comum, os violeiros tinham como livros de consulta a Bíblia, dicionários, compêndios de geografia e história, o Lunário Perpétuo e os almanaques. Assim, eles se preparavam para cantar peixes, frutas, feras, insetos, aves e pássaros (Como Neco em seu Marco da Divisão), ou para enumerar acidentes geográficos, descrever episódios ou personagens históricos. Assim ganhavam tempo, com os refrões, enquanto armavam o bote e alguns, menos talentosos, inseriam os balaios, versos feitos de antemão, como estratégia para ludibriar a platéia e o contendor. Neco Martins é uma referência da voz, legitimada pela palavra impressa. Folcloristas do final do século XIX, como Rodrigues de Carvalho, incluiram-no em seus estudos. No Cancioneiro do Norte, publicado em 1903, ele é citado como o cantador de Paracuru, então sede do município de São Gonçalo. Leonardo Mota em Cantadores (1921), transcreveu fragmentos de seu desafio com Xica Barrosa e do Marco da Divisão, Câmara Cascudo se referiu a ele em Vaqueiros e Cantadores (1939), como o rival vitorioso de Barrosa, e transcreveu sextilhas do seu embate com o Cego Francisco Sales. Neco também é verbete do Dicionário bio-bibliográfico dos repentistas e poetas de bancada, de Atila de Almeida e José Alves Sobrinho (1978), que lamentam que Mota, que esteve com os manuscritos do Marco em mãos, tenha perdido tempo com obscuros cantadores de feira. E, no Romanceiro popular do Nordeste — Marcos e vantagens (1981), transcrevem partes do Marco da Divisão.Também falam de Neco a Antologia do folclore cearense, de Florival Serraine (1968), a Antologia ilustrada dos cantadores, de Francisco Linhares e Otacílio Batista (1976), o Dossiê do Fonseca, de Antonio Carlos Barreto(1991) e o De repente cantoria, de Geraldo Amâncio e Wanderley Pereira (1995). Importante a recolha dos que não contavam com os avanços da tecnologia e copiavam ou taquigrafavam os desafios ou o que a memória coletiva retinha dessas refregas. Muitas estrofes ou fragmentos de impacto, de tão repetidos, eram memorizados e circulavam sertão adentro. A produção de Neco foi preservada por estes livros, recolhida em cadernos de anotações, registro de apologistas(fãs de cantorias) ou parentes que sabiam estar diante de um material fugaz, que se perderia não fosse a escrita.O espetáculo nunca seria capturado em sua essência: faltariam a voz, os gestos e a expressão facial dos repentistas. Impossível dissociar a transcrição de interferências dos pesquisadores, preenchendo lacunas, corrigindo ortografias e concordâncias e gerando um texto à margem do original. O que foi retido diz de sua importância no universo do repente, em uma fase em que os violeiros, nômades, percorriam o sertão, passando a bacia para as gratificações da platéia e fazendo jus ao acertado com o promotor da cantoria. Neco Martins, fazendeiro bem sucedido, convidava parceiros e os pagava para cantar, não porque fosse medíocre, mas generoso, sabedor das dificuldades dos repentistas, que ficavam com o que tilintasse na bacia.Muitas vezes, para não aborrecer (ou para se livrar de)Dona Filomena, ia visitar suas propriedades e, na fazenda do Siupé, cantava ao som da viola. Foi lá que encontrou Xica Barrosa, em 1910, nina das pelejas mais importantes que venceu, segundo a voz geral. O álibi para a escapulida foi a venda de umas vacas paridas. Xica Barrosa ou Francisca Maria da Conceição (segundo Linhares e Batista), cantadora paraibana, “alta, robusta, mulata simpática, bebia e jogava com qualquer boêmio”, de acordo com Rodrigues de Carvalho, foi morta em um samba (festa da gentalha), em Patos (PB), em 1916. Curiosa a presença feminina na cantoria, ao contrário do mundo do folheto, onde uma das poucas mulheres atuantes, na primeira metade do século XX, Maria das Neves Batista Pimentel (1913-1994), se escondia no pseudônimo de Altino Alagoano. À margem do que foi registrado, o chiste de Neco, que se disseminou oralmente: Quando ela morreu de pneumonia, em 6 de junho de 1938, em Fortaleza, na casa da filha Lourdes, ele ficou muito triste. Dizem que todo final de tarde saía para um passeio pela cidade, segurando um facão de cabo branco. Por volta das cinco horas, devagarzinho, de alpercata de rabicho, ia dar uma olhada no carnaubal. Muitos juravam que o passeio terminava no túmulo de Dona Filomena, outros diziam que ele passava, cabisbaixo, pelo cemitério. Assim, ele purgava sua saudade. Como dizem os sertanejos, ele tinha aprumo. Muitos vinham se queixar a ele e seu chamado era uma ordem. Uns juram que ele pacificou São Gonçalo: questão de ponto de vista. O certo é que fundou a cidade e foi um dos seus nomes mais ilustres. E assim se passou o tempo, lentamente, cíclico, se renovando na plantação, colheita, festas e medo das secas, marcado pelo som da viola que emudecera, para tristeza de São Gonçalo (o santo). Neco Martins morreu a 08 de abril de 1940, uma terça-feira (ele também nasceu em um dia de Marte, deus da guerra), na força da lua nova, dedicado a Santo Izidoro de Sevilha (proposto como patrono da Internet). O convite para o enterro saiu na edição da matutina Gazeta de Notícias do dia seguinte, onde os membros da família, consternados, comunicavam o sepultamento que aconteceria às 15 horas, no cemitério em São Gonçalo (junto à cova de dona Filomena). O convite da missa de sétimo dia, publicado pelo vespertino Correio do (‘card, do dia 13 de abril, informava que o ato religioso seria celebrado, simultaneamente, em Fortaleza (Igreja do Coração de Jesus) e na matriz de São Gonçalo. Hoje, a rua Cel. Seco Martins sedia o Centro Social Urbano e a escola Adelino Alcântara, enquanto na rua Filomena Martins ensaia a Banda Municipal de São Gonçalo.A vida continuava. A preocupação do mundo livre era saber se havia possibilidade de a Alemanha vencer a guerra. O objeto de desejo de muita gente era uma máquina de escrever Royal ou um Radioplayer Phillips. Os cinemas exibiam A legião da Índia e A grande valsa. Os jornais traziam anúncios da Aba Film e a notícia de que as equipes de Huracan e de Caucaia se enfrentaram rio Campo do Alagadiço. A primeira emissora de rádio cearense, a PRE-9, fora inaugurada em 1934 e os violeiros continuavam fazendo apresentações nos sítios e fazendas, acentuando o caráter rural que então se mantinha. Neco partiu, mas a tradição permaneceu com o Cego Aderaldo (1892-1967) e chegou a Patativa do Assaré (1909-2002), Siqueira do Amorim (19 13-1996), Antonio Ferreira(1926), Pedro Bandeira (1938) e Geraldo Amâncio (1946), ponteando pelo mundo afora. As novas tecnologias foram apropriadas e depois de terem ocupado tempo no rádio, têm acesso ao compact disc, em que feixes de luzes lêem o que foi gravado, nos festivais organizados por eles, nos clubes, teatros e casas de shows das cidades. Chegam a comandar programas de televisão (Geraldo Amâncio Tv Jangadeiro, Fortaleza).

CONSTANTINO CARTAXO

Poeta como seu pai, Dr. Cristiano Cartaxo. Praticamente, como seu genitor, viveu sempre em sua terra natal. Participa de todos os eventos culturais da região e do estado da Paraíba. Quando não presidente, é diretor social dos clubes locais: AABB, Campestre e Tênis. Foi, inclusive, vice-governador do Lions, regional L-25. Seus versos são eruditos, sertanejo-folclóricos e “de ocasião”. Patativa do Assaré, em indo a Cajazeiras, fazia questão de se hospedar em sua casa. É quase um mecenas para boêmios, músicos, amantes das artes, incentivando-os e patrocinando, nas noites enluaradas do sertão, memoráveis serestas, serenatas e perambulações pelos botequins da vida. Mas vamos à sua poesia. Depois, sugiro um clique na página do poeta máximo dos sertões paraibanos, Dr. Cristiano Cartaxo. Nascimento: 05.07.1933 - Cajazeiras-Paraíba.

JOÃO CESÁRIO BARBOSA(1922)

João Cesário Barbosa nasceu a 26 de novembro de 1922 em Espírito Santo (RN). Seus pais: João Barbosa dos Santos e Marcionila Cesária da Conceição. Agricultor e vaqueiro, sempre gostou de cantorias, tendo participado de várias pelejas e encontros de violeiros na região. Escreveu vários poemas e folhetos, mas só agora [1980] são publicados: Vaqueiro Amoroso ao Gado, Canção Livrinho do Amor e A Paixão do Vaqueiro.

GERARDO TEODÓSIO DOS SANTOS

A inscrição está desbotando, mas o dono da casa faz gosto em apresentar: Estrela da Poesia, estabelecimento onde os amantes da cantoria e pelejas de viola podem encontrar quase tudo que foi gravado em disco, além das fitas-cassete onde estão registrados encontros e festivais de cantadores, acontecidos por este Brasil a dentro. Ele é Gerardo Teodósio dos Santos, 53 anos, ferroviário aposentado, poeta e autor de diversos folhetos circunstanciais, pai de quatro filhos com sua Maria Nair. Um casamento começado na adolescência e que nem as muitas viagens, quando era violeiro, arrefeceu. Gerardo Teodósio deixou de cantar faz tempo, mas cultiva com dedicação a maestria dos poetas populares. Os discos e as fitas são acondicionados em pequenos baús de madeira, que desvenda generoso para os amigos e todos que compartilham com ele o apreço pela arte da improvisação. Vida & Arte - Como o senhor começou sua coleção de cantoria? Gerardo Teodósio dos Santos - Olha, é o seguinte, não sabe? Isso aí depende muito do gosto. Que compro disco não é quando tenho condições, é quando eu encontro. Tenho muitos amigos, eles sabem que eu gosto e zelo, quando aparece qualquer trabalho eles encaminham pra mim: Geraldo Amâncio, Sebastião Dias, Pedro Bandeira, Valdir Teles... São 300 cantadores, conheço tudim ao vivo. Ah, sim, o começo, né? Eu era criança, um padrinho meu foi, me deu um presente, uma cabritinha. Quando foi com seis anos, tinha 12 cabeças. Aí ele trocou por uma bezerra. Isso foi em 57. Em 58, houve uma mortandade muito grande de gado, só minha bezerrinha ficou. Pra não ficar sem a marca, meu padrinho deu 1.200 reais na novilha. Comprei uma roupa pra papai, um vestido pra mamãe, dois alqueires de feijão, botei em casa. E comprei um violão. Desse violão, comecei a brincar na casa dos amigos, e o povo achava que a gente entendia alguma coisa, começamos a viajar. Saí de casa com 12 anos, improvisando com todos os cantadores que existia. Comecei com os pequeninim, depois apareceu os maiores, assim foi indo. Quando eu tava com 28 anos, parei, já casado. Casei com 17 anos. Trabalhava com agricultura no inverno, no verão saía. É certo que, depois, comecei a escrever folheto, eu tinha inteligência pra fazer. Pois bem, o primeiro disco que comprei foi Moacir Laurentino e Sebastião da Silva, sem ter radiola. Imaginei o seguinte: se eu possuir uma sela, um dia o cavalo vem. A oportunidade compra outra, não é? Trouxe o disco, mandei rodar na casa de um amigo, ele achou bonito demais. Com quatro dias, Deus deu um jeito, comprei a radiola. V&A - Quando começou mesmo a sua coleção? É fácil adquirir os discos?

Gerardo Teodósio - Há 20 anos, mais ou menos, mas eu não sou pesquisador, sou escolhedor. Cheguei a possuir oito discos de Moacir Laurentino e Sebastião da Silva e nenhum de outras pessoas. Eles tinham mais facilidade, foram gravando. Quando foi depois apareceu Ivanildo Vilanova e Geraldo Amâncio. Muito bom disco. Depois encontrei um disco muito importante, Pedro Bandeira com Otacílio Batista, bom demais. Fui comprando, devagarinho. Comecei a ir em Fortaleza, comprava e encomendava mais. Fui pro Juazeiro, em 80. Levei uns folhetos da visita do Papa, com retrato dele. Eu tenho uma carta do Papa, isso é muito importante. Quando eu tava comprando um carrego de pilha numa bodega, um rapaz viu o romance do Papa, tava assim na minha pasta. Ele disse, me diga uma coisa, quem é o autor desse trabalho? Eu disse, eu mesmo que fiz. E ele, olhe rapaz, bem aqui assim mora um poeta, na rua da Conceição, 446. Fui bater lá. Era a casa de Pedro Bandeira. Cheguei, estavam lá Otacílio Batista e o João Bandeira, irmão do Pedro. Houve uma cantoria muito linda e tudo, gravei. Pedro Bandeira me disse, vou lhe mostrar minha discoteca. O que você não tiver lá, você leva, quando eu for a Itapipoca procuro sua casa e trago os que eu não tiver. Encontrei quatro discos que eu não tinha. Era confiança, nera? Agradeci muito, deixei tudo embaladim. Fui na rua São Pedro, nas casas de disco encontrei os quatro pra vender. Tinha levado dinheiro, inda comprei de outras qualidades. Entreguei a Pedro Bandeira os dele, agradeci muito e disse, olhe, lá em Itapipoca, na hora que o senhor quiser, pode pegar os discos, porque a consideração que o senhor teve a mim está valendo. Mas ele nunca veio. Devagarim, fui comprando, comprando. V&A - Onde tiver uma peleja de viola, o senhor leva o gravador. Quantas fitas até o momento? Gerardo Teodósio - Tenho 800 fitas, só de cantoria. Eu vendo fita dos grandes cantadores porque não tem quem tenha os discos. Hoje em dia, o povo não sabe o valor que tem na poesia. Um cantador como Geraldo Amâncio, pra mim é mais do que um médico. Porque o doutor só tem uma área só, e o cantador mexe nas áreas dos outros. O cantador é vaqueiro, é padre, é um jornalista. O cantador é a natureza. Cantar ou fazer versos não é querer. Tenho um rapaz aqui de 20 anos. Desde criança que ele peleja pra fazer um verso e não faz. Eu tenho grau pouco de conhecimento escolar, mas a natureza é superior a tudo. A cantoria, a antiga mesmo, são 36 estilos, e cada estilo se divide em vários. A vida do cantador eu fiz assim, em dez linhas: Cantador é homem folclorista/ incansável na luta de improviso/ trabalhando com os dedos e com o juízo/ vai levando uma vida de artista.// Desempenha o papel de repentista/ e é querido em todas capitais/ toda moça que o vê lhe dá cartaz/ é inspirado pelo dom da natura/ que um doutor, com a mais alta formatura/ ainda não faz o trabalho que ele faz. V&A - Qual o estilo mais difícil, na sua opinião? Gerardo Teodósio - Galope a beira-mar, é a coisa mais difícil de fazer. Porque o beira-mar precisa de português limpo e a pessoa ter lembrança, as palavras que disser à direita tem que dizer às avessas. Vou citar um, pra senhora: É difícil, precisa ter a língua desenrolada. Galope não é pra todo mundo. Tenho um disco aqui do Sebastião Dias e Ivanildo Vilanova, dos melhores que tem no país, num galope a beira-mar assoletrado. Isso aí não sei fazer, não senhora, sou consciente. Só sei aquela medida que eu sei. Aí é um trabalho que não é somente de poesia, é um conhecimento muito alto. V&A - E por que o senhor deixou a vida de cantador?

Gerardo Teodósio - Quando me empreguei na Rffsa, vendi a viola. Meu chefe disse, Gerardo, não é pra fazer isso. Mas, doutor, é o seguinte: eu sei que o senhor não diz, mas as pessoas dizem assim, como é que a pessoa é empregado e quer a vida de malandragem? Porque o pessoal acha. E outra coisa, a poesia tem isso: se a pessoa começar a viajar sábado, domingo, quando é segunda não quer trabalhar, não, quer de jeito nenhum. Porque para quem sabe andar no mundo, a vida é muito boa. Pra quem não sabe, é um precipício. Nasci a duas léguas e meia daqui distante, num mato, onde o povo era selvagem. Por eu me desenvolver, arranjei foi intriga. Eu não aceitava aquele estilo de lá, um povo que não sabia de nada, não votava. Era uma tribo de índio, pode-se dizer. Um dia, foram dizer que a pessoa falava no telefone, saía do outro lado o bafo. Eu podia aguentar um negócio desse? Fui, disse assim: Zezim, tu tá pensando que o telefone é um cano de mamoeiro que se fala aqui, sai o bafo do outro lado? Aquilo ali é coisa elétrica, Zezim, que ninguém pode nem entender, nem ocado é, é fio enroladozim, coberto com plástico, Zezim. Eles se zangaram, ele tinha um problema de loucura, ele disse, pois é, no dia que eu enlouquecer, vou quebrar sua casa. E foi dito e certo. Passaram a me perseguir. Se eu plantava um roçado, eles botavam 14 vacas pra invadir. Trabalhei cinco anos perdidos. Fiz uma casa, de taipa, a mais bonita do mundo, em cima dum alto, botei oito janelas, quatro dum lado, quatro do outro. E todo domingo tinha cantador. Quanto mais animação na minha casa, maior era a questão. Eu ia dormir de noite, na hora que começava a dormir, sonhava matando eles, eles me matando. Quando acordava, era com dor de cabeça. Quando ia dormir pra passar a dor de cabeça, era sonhando com eles. Eu digo, vou ficar doido. Nunca no mundo gostei de agravar ninguém. Vi que não tinha condições, mudei minha casa, trouxe nas costas pra Itapipoca. Vendi a telha, trouxe a madeira todinha, fiz uma casa aqui. Aí a gente continuou pra frente o barco, me empreguei na Rffsa. Tudo que estou contando pra senhora é coisa que aconteceu.

ZE PRAXEDE

Nasceu em Natal e morreu no Rio de Janeiro. Era chamado o POETA VAQUEIRO, recitando poesias nas rádios do Nordeste, nos circos, nos teatros, na Festa da Mocidade, na Feira de São Cristóvão.

GERARDO CARVALHO FROTA (1957)

O professor, escritor, poeta, cordelista e trovador Gerardo Carvalho Frota, também conhecido como Pardal, nasceu em 1957 no município de Campo Maior (PI). Gerardo é graduado em Filosofia e Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade Federal do Ceará (UFC, 2004); especialista em Tecnologia Educacional. Pardal é sócio-fundador do Centro Cultural dos Cordelistas do Nordeste (CECORDEL) localizado em Fortaleza (CE). Representou a entidade no 1º Congresso Internacional de Literatura de Cordel (João Pessoa, PB, 2005). Foi premiado com o 1º lugar em concurso promovido pela Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC, 1991), com o cordel A Morte da Natureza. Premiado nos Jogos Florais da União Brasileira de Trovadores (UBT) em 1992, 93, 94 e 95. Foi com sua publicação Cultivos da Terra cantados em versos populares, que recebeu o Prêmio Mais Cultura Patativa do Assaré (MEC, 2010), e com o cordel A borboleta Lilica e o grilo Criqui (PAIC prosa e poesia), da Seduc, Ceará, ganhou o prêmio PAIC.

JOSE ACACI

José Acaci é professor, compositor e poeta cordelista. Nascido em Macaíba, Rio Grande do Norte, Acaci herdou do pai, Chagas Ramalho, o dom e a paixão pela literatura de cordel e, da mãe, Dona Mariquinha, a sabedoria e a garra para enfrentar as batalhas da vida sempre sorrindo. Membro da ANLIC – Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel, da SPVA – Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte, e da Associação Internacional Poetas Del Mundo, o poeta recebeu o título Consul Poetas Del Mundo, pela Associação Internacional Poetas Del Mundo, com sede no Chile, o Mérito Luiz da Câmara Cascudo, pela Academia Caxambuense de Letras, em Caxambu, Minas Gerais, e o Mérito Noel Rosa, pela Associação Brasileira de Dentistas Escritores, São Paulo/SP, e, no ano 2011, José Acaci representou a cultura potiguar no XV Congresso Brasileiro de Folclore, que aconteceu em São José dos Campos, São Paulo, a convite da Comissão Brasileira de Folclore. O seu primeiro livro foi Histórias de Rio pequeno – Uma Viagem Poética sobre a História de Parnamirim. Autor também dos CDs Cordas e Cordéis e Do Cordel à Embolada e de mais de sessenta folhetos de literatura de cordel, Acaci lança agora a segunda edição de Conselhos Pra Juventude. Em sua poética, José Acaci traz a lume discussões de caráter acadêmico, a exemplo do cordel Sobre o Direito Romano, como se pode verificar nos fragmentos que seguem: “Pedro Bandeira Pereira de Caldas, nasceu a 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, no município paraibano de São José de Piranhas, sendo filho de Tobias Pereira de Caldas (falecido) e da poetisa Maria Bandeira de França. É neto materno do famoso cantador nordestino Manuel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento de repentista.

Aos 6 anos de idade fá fazia versos, e aos 19 tornou-se cantador profissional, apreciado e aplaudido por quantos o ouvissem, vez que os improvisos, nas várias modalidades da poesia popular: mourão, martelo agalopado, galope alagoano, galope à beira-mar, quadrão, gemedeira, etc., lhe jorravam da boca, aos borbotões...”

PEDRO BANDEIRA PEREIRA DE CALDAS (1938)

Pedro Bandeira, além de ser Poeta e Repentista, é licenciado em Letras, bacharelado em Direito, e fez parte do Poder Legislativo, como Vereador da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte – Ceará. Pedro Bandeira Pereira de Caldas, nasceu a 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, no município paraibano de São José de Piranhas, sendo filho de Tobias Pereira de Caldas (falecido) e da poetisa Maria Bandeira de França. É neto materno do famoso cantador nordestino Manuel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento de repentista. Aos 6 anos de idade fá fazia versos, e aos 19 tornou-se cantador profissional, apreciado e aplaudido por quantos o ouvissem, vez que os improvisos, nas várias modalidades da poesia popular: mourão, martelo agalopado, galope alagoano, galope à beira-mar, quadrão, gemedeira, etc., lhe jorravam da boca, aos borbotões...” O poeta Pedro Bandeira Pereira de Caldas nasceu a 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, no município paraibano de São José de Piranhas, sendo filho de Tobias Pereira de Caldas e da poetisa Maria Bandeira de França. É neto materno do famoso cantador nordestino Manoel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento repentista. Aos 6 anos de idade já fazia versos e aos 17 tornou-se cantador profissional, apreciado e aplaudido por quantos o ouvissem, vez que os improvisos, nas várias modalidades tradicionais da poesia popular (mourão, martelo agalopado, galope alagoano, galope à beira-mar, quadrão, gemedeira...) jorravam-lhe da boca aos borbotões. Até então permanecera no sítio onde viu a luz do dia, transferindo-se para Cajazeiras, donde, em 1961, mudou-se para Juazeiro do Norte, fixando residência. Aos 5 de setembro de 1963, casou-se com Helena Ferreira de Caldas, icoense, filha de Francisco das Chagas do Nascimento e Ana Ferreira do Nascimento, advindo dessa união duas filhas, Íria e Analica. Cantador profissional, cordelista e escritor, autor de mais de mil folhetos e centenas de poemas, com livros publicados e e muitos LPs e CDs gravados, pertence Pedro Bandeira a várias sociedades culturais, filantrópicas e recreativas, entre elas a Associação dos Violeiros, Poetas Populares e Folcloristas do Cariri - AVPPFC, da qual é o fundador. É portador de dezenas de diplomas, medalhas de mérito, com quase duas centenas de troféus de 1º lugar, e tanso outros de segundos, terceiros, quartos, quintos e sextos lugares e até desclassificações, que também fazem parte da carreira dos grandes cantadores, em festivais ocorrido em todo o Brasil. É radialista profissional, com programas diários em rádio e semanais em televisão, com auditório próprio na cidade em que reside. Tornou-se um dos poetas populares mais citados de sua geração. Pedro Bandeira – Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste. Licenciado em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia do Crato, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Crato, e bacharel em Teologia pela Universidade Vale do Acaraú. Pedro Bandeira cantou para o papa João Paulo II; cantou para os ex-presidentes Castelo Branco, Costa e Silva, João Figueiredo, Fernando Collor e José Sarney. Pedro Bandeira foi citado e elogiado por Luis Câmara Cascudo, José Américo de Almeida, Jorge Amado, Teo Brandão, Rodolfo Coelho Cavalcante, e tantos outros escritores do Brasil e do exterior. Foi convidado pelo Dr. José Aparecido para ir a Portugal com o poeta Geraldo Amâncio, fez várias apresentações, inclusive no palácio do governo, a convite do próprio presidente Dr. Mário Soares. É um orador diserto, palavra fácil e sonorizada. Eleito vereador em duas legislaturas em Juazeiro do Norte onde durante dez anos exerceu o mandato com dignidade e dedicação. Espírito de luta e de visão. Fundador da Missa do Vaqueiro em parceria com padre João Câncio e Luiz Gonzaga “ Rei do Baião”, no Sertão do Pernambuco. Idealizou e criou os jornais periódicos Voz do Folclore, Voz da Nova República e O Crajubar. Membro Fundador da Câmara Junior de Juazeiro do Norte, ao lado de vultos como Aldemir Sobreira, Vicente Magalhães e outros. Pertenceu também aos LIONS CLUB internacional.Pedro Bandeira é o único violeiro de sua safra, que vem acompanhado a ascensão da categoria nos últimos tempos, enfrentando todos os cantadores velhos e novos do Nordeste, sem perder espaço, nem fama de grande cantador e autêntico repentista. Verso fácil e burilado, cantando do pé de parede aos festivais, com gosto e responsabilidade.Pedro Bandeira tem a honra de ter sido tema para um livro do professor e escritor Joaryvar Macedo, “Pedro Bandeira, príncipe dos poetas populares”, quando este era secretário de cultura do Ceará. Foi enfocado em vários filmes e documentários de curta metragem, inclusive por Ipojuca Pontes.Tem músicas gravados por Luis Gonzaga, Fagner, Luis Vieira, Alcimar Monteiro, Trio Nordestino, entre outros. Foi prefaciado por Padre Antônio Vieira, e foi apresentado ao Brasil pela mão de Carlos Drumonnd de Andrade, em crônica publicada no jornal do Brasil, Rio de Janeiro, quinta-feira, 07 de maio de 1970.Seu grande momento de realização: Cantoria. Como ele faz questão de salientar freqüentemente: ”O que gosto mesmo é de cantar e escrever”.

ODILON NUNES DE SÁ – (1900-1997)

Naturalidade: Patos – PB - Nascimento: 8 de dezembro de 1900 / Falecimento: 16 de maio de 1997 - Atividades artístico-culturais: Poeta, repentista e cantador. Principais obras: Detalhes de um Poeta; Vida, Destino e Sorte; O Silêncio e a Poesia. Odilon Nunes de Sá foi um dos mais importantes nomes da poesia popular na Paraíba. Era impecável no seu linguajar. Seus versos são revestidos por uma atualidade constante podendo ser recitados em qualquer época. Filho de Celso Nunes de Sá e Maria Nunes do Espírito Santo, aos 13 anos de idade, ficou órfão de pai e mãe, junto com seus cinco irmãos menores, tendo que trabalhar desde muito jovem para garantir o sustento da família. Por conta disso, não conseguiu continuar frequentando a escola. O próprio poeta contou detalhes sobre essa fase de sua vida. “Como criança de poucas condições financeiras, tive que me contentar com o quarto ano primário, cujo grau escolar representava uma grande conquista”. Sua infância foi vivida na zona rural, onde trabalhou na agricultura. Mesmo em meio à dura rotina no campo, encontrou tempo para aprender a tocar sanfona, adquirindo excelente prática no instrumento musical. Odilon alegrava as noites do Sertão se apresentando e em troca ganhava um pouco de dinheiro. Em sua juventude, foi o maior tocador da região das Espinharas. No entanto, percebeu ao longo do tempo que o que mais o fascinava era a poesia, dom que descobriu desde criança. Em 1936, passou a exercer as profissões de tocador e cantador. O artista se apresentava nas feiras do Sertão das Espinharas. No ano seguinte, levado pelas dificuldades da vida, foi para o interior da Bahia, por onde ficou por dois anos, trabalhando com sua arte para conseguir se manter. Foi nessa época que Odilon Nunes se firmou como poeta dos versos cantados, tendo aceitado um desafio com Manoel Campina, que era na época o melhor poeta da Paraíba.No ano de 1939, Odilon estava de volta ao Sertão das Espinharas, onde em 9 de novembro do mesmo ano, se casou com Maria Camboim Nunes de Sá, com quem teve onze filhos: Natividade, Luís, Conceição, Celso, Moisés, Raimundo, Socorro, Fátima, Terezinha, Arimatéia e Geraldo, que faleceu quando ainda era criança.Em busca do sucesso, o poeta fez apresentações em várias capitais brasileiras, entre elas João Pessoa, Natal, Curitiba, Fortaleza, Belém, Salvador e São Paulo, onde também participou de diversos congressos de violeiros e festivais de poesia popular.Em 1954, se apresentou em um festival junino realizado na sede social do Náutico Esporte Clube, em Recife, oportunidade em que foi aplaudido de pé por todos da plateia, ao declamar algumas de suas belas composições.Em sintonia com tudo que era relacionado à poesia popular, Odilon esteve presente em diversos eventos festivos do gênero, além de participar de programas nas Rádios Tabajara, em João Pessoa; Borborema, em Campina Grande; e Espinharas, de Patos.Retornou para a Bahia em 1960, onde cantou em várias cidades do estado. Ingressou na vida pública sendo eleito vereador do município de Santa Terezinha, na Paraíba, dando significativa contribuição à cidade.Odilon Nunes de Sá faleceu em Patos, onde residia desde 1980. Com sua morte, “a Paraíba perdeu um ídolo da poesia”, conforme afirmou em versos o também poeta Edísio Soares Pequeno, bisneto do famoso poeta Romano de Mãe-D’Água.Sua produção poética é extensa e valiosa, formada por inúmeros folhetos de cordéis e livros. Em 1995, o escritor e advogado cearense Solano Mota Alexandrino reuniu no volume “Grandes Momentos de Odilon Nunes de Sá”, alguns poemas desse mestre dos versos. A obra, que se constitui num resumo de todos os outros livros e folhetos escritos por Odilon, é uma preciosa antologia do autor.Em 1999, no Grande Encontro de Poetas e Repentistas, realizado em João Pessoa, de 30 de abril a 1º de maio, Odilon Nunes de Sá foi um dos homenageados e grande parte de sua produção poética foi inserida nos anais do evento, que teve como coordenador o poeta José de Sousa Dantas.Dotado de uma inteligência fértil, a grandeza de suas obras permanecem intactas, aguardando algum estudioso que valorize o que foi produzido pelo repentista. Apaixonado pela arte de rimar, suas últimas produções foram reunidas no livro “A Pátria, o Livro e a Espada’, organizado por seus familiares. Odilon era mestre na arte de brincar com as palavras e improvisar, tinha uma inspiração e criatividade inesgotável que lhe dava o dom de fazer rimas sobre os mais variados temas, se tornando um dos principais nomes da cantoria nordestina.

CHICO SALVINO

Recentemente visitei o poeta Chico Salvino. Apesar do mal de Parkinson, que dificulta seus movimentos, a memória está preservada. Ficou muito feliz, como era de se esperar. Pensava que se achava esquecido dos amigos poetas. Contou causos e recitou poemas. Salvino nasceu e se criou na localidade de Fechado em Acopiara, Ceará, em 17 de agosto de 1948. Começou a carreira poética escrevendo letra musical, mas sem obter êxito. Em 1977 mudou-se para Fortaleza. Nos anos 90, tomou conhecimento do Cecordel e a partir de então foi aconselhado a escrever cordel. Aceitou o desafio. Tem uma produção de 60 títulos e alguns inéditos. Em 2001 conquistou o 1º lugar no Concurso de Literatura de Cordel, realizado pela Casa de Juvenal Galeno, em homenagem aos 100 anos de nascimento do poeta Jáder de Carvalho.

JOSÉ DE JATI

Durante a infância, o desejo de José Anchieta Dantas Araújo (foto) era um só: "Quando eu me aposentar, qualquer tempo de vida que me restar pela frente eu vou me dedicar para a literatura?. E após algumas décadas, o que era apenas um pensamento de criança acabou se tornando realidade. Apaixonado por literatura desde pequeno, José Anchieta viu na literatura de cordel um meio de simplificar todas as suas ideias. "Desde pequeno lia e escrevia bastante. Com 14 anos de idade eu já gostava de ler os poemas de Castro Alves. Desde essa época eu tinha vontade de publicar meus pensamentos e percebi que no cordel podia fazer minhas críticas, mas sempre com humor?, comenta. Natural da cidade de Jati, José foi morar em São Paulo no ano de 1976 com 20 anos de idade. Durante esse período, trabalhou como agente administrativo do Banco Real e do Banco Boavista. Nessa mesma época já escrevia seus próprios poemas. Em 1980, ele volta para Fortaleza e no ano seguinte publica seu primeiro livro intitulado "Nós e a Metrópole?, onde abordava a relação do ser humano com a cidade grande. Hoje, o poeta já possui mais de 20 trabalhos assinados por ele. Dentre suas obras em destaque, podemos citar ´Passageiro do Tempo´ (1988); e ´Rancho Nova Esperança´ (2002). O poeta e o artista Zé do JatI. Desde a infância, José Anchieta já era envolvido com as artes. Quando mais jovem já fazia locuções numa difusora em sua cidade natal. "Adorava fazer interpretações e brincadeiras simulando a ?Escolinha do Professor Raimundo?, era bem divertido?, recorda. Cordelista desde o ano de 1999, Seu José ficou famoso com o personagem Zé do Jati que criou na época que participava do programa "Nas Garras da Patrulha?, da TV Diário. "Fui parar lá através do meu amigo Edilmar Norões que já conhecia meu trabalho com os cordéis. Comecei lá sendo redator do programa, mas depois vi que o programa precisava de um personagem que tocasse viola e aí criei o Zé do Jati, o tocador de viola?, lembra. Com mais de 10 anos de experiência na literatura de cordel, José de Jati acabou utilizando o nome do personagem para assinar seus cordéis. Atualmente, José - ou melhor dizendo Zé do Jati - orgulha-se dos seus mais de 70 cordéis publicados. "Adoro literatura de cordel, curto mesmo. Graças a Deus almoço, janto e vou dormir pensando em literatura de cordel?, afirma. Suas obras podem ser encontradas em bancas de jornal, nos aeroportos, livrarias, em estabelecimentos da praia de Canoa Quebrada, na cidade de Aquiraz e no Mercado Central de Fortaleza. Para criar seus versos, o silêncio e tranquilidade são fatores importantes para Zé do Jati. "Gosto mais de escrever durante a madrugada por causa do silêncio e a mente tá mais calma. Tenho uma casinha que mandei construir na parte alta do meu terreno, porque lá tem um visual lindo. Na hora de me concentrar eu corro pra lá. Mas às vezes acontece que as ideias aparecem do nada e aí tenho que anotar tudo pra não esquecer. Já aconteceu de eu ter umas ideias durante minhas viagens e até quando estou dirigindo?, diz. Nas horas vagas, ele gosta de passear no seu rancho vendo suas plantações de milho e feijão crescerem. Mas também não deixa os poemas de lado, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Fernando Pessoa são poetas que estão sempre nas leituras de Zé do Jati.

MERLÂNIO MAIA (1961)

Merlânio Maia Barbosa nasceu no dia 16 de outubro de 1961, em Itaporanga-PB. É poeta desde menino, lida com versos e canções desde a mais tenra idade. Teve sua iniciação, lá na cidade de Itaporanga, no sertão paraibano, onde nasceu e cresceu ouvindo os cantadores, emboladores, declamadores, poetas e cordelistas, quando aportavam nas feiras e na rádio local. Seu pai, Natércio Maia era um poeta e declamador de toda obra do poeta Zé da Luz e sempre era convidado a se apresentar nas rádios do Sertão da Paraíba e nos terreiros dos sítios levando esta poética fabulosa. E é nesse contexto que o poeta menino se apaixonou pela cultura popular brasileira. Ali mesmo sua verve desenvolveu na infância, onde declamava poemas na escola, encomendados para as datas comemorativas pelo padre José Sinfrônio de Assis, diretor e fundador do Ginásio Diocesano aonde estudava. Na adolescência escrevia poemas e glosava os motes com seus colegas e conhecidos e escrevia os causos da cidade em Cordel. Em 1978 vai estudar no Colégio Lyceu Paraibano, na Capital João Pessoa/PB. E é nesse contexto que tem contato com o Teatro e se inicia na arte dramática, encontra nos Sebos Culturais as obras literárias dos poetas brasileiros, especialmente os nordestinos. Ali começa a ler Castro Alves, Patativa do Assaré, Pompílio Diniz, Jansen Filho e se integra ao Grupo Folclórico do Lyceu Paraibano, sob a batuta de Dona Dinalva França, Dona Didi. Com o Grupo, faz apresentações e viaja para outras cidades levando a nossa cultura. Em 1980 vai trabalhar no Banorte-Banco Nacional do Norte e dedica-se mais fortemente a atuar como ator, no Teatro Santa Rosa com o Grupo de Teatro MUEIC, fundado por Francisco Medeiros, aí começa a pesquisar escrever textos de teatro e poemas, que mais tarde seria sua paixão do dia a dia, a poesia popular nordestina. Em 1982 passa no vestibular para Bacharelado em Filosofia, pela UFPB e mantém-se atuando e escrevendo peças para grupos de teatro. Em 1987 se casa com Raquel Maia com quem teve dois filhos e uma filha, que são os seus poemas mais belos.

ALFREDO RICARDO DO NASCIMENTO – ZÉ DO NORTE (1908-1979)

Nasceu em Cajazeiras (PB), em 18 de dezembro de 1908. Era cantor, compositor, poeta, folclorista e escritor, mas antes de desenvolver tantas atividades intelectuais, pegou no pesado. Trabalhou desde os nove anos na enxada, no sertão do Estado. Depois foi apanhador de algodão e tropeiro. Sempre cantou, mas não imaginava que isso iria tornar-se uma atividade profissional. Em 1921, foi para Fortaleza, alistou-se no Exército e acabou indo servir no Rio de Janeiro, morando, mais tarde, próximo ao morro de Mangueira. Convidado por Joracy Camargo, atuou no show Aldeia Portuguesa, obtendo grande sucesso com uma embolada de sua autoria. Acabou sendo levado para a Rádio Tupi onde cantou adotando o pseudônimo de Zé do Norte, em 1940. No ano seguinte, foi para a Rádio Transmissora Brasileira (atual Rádio Globo) e participou de programas, como Desligue, Faz Favor e Hora Sertaneja. Passou depois para as rádios Fluminense, Clube do Brasil, Guanabara (onde teve como sanfoneiro um iniciante João Donato) e Tamoio – nessa última, atuando como animador, organizador, cantor e declamador. Zé do Norte publicou o livro Brasil Sertanejo em 1948 e, cinco anos depois, atuou como consultor do linguajar nortista e compositor num clássico do cinema brasileiro. Sua música Mulher Rendeira ficou mundialmente conhecida após ser incluída na trilha sonora do referido filme. "Olê muié rendera, olê muié rendá. Tu me ensina a fazê renda, que eu te ensino a namorá". Quem nunca cantarolou essa me3lodia? Ela é atribuída a personalidade de Virgulino Ferreira, "o Lampião", no filme "O Cangaceiro", de Lima Barreto, de 1953, que foi considerado o melhor filme de aventura do Festival de Cannes daquele ano.Mesmo nordestina, a música de Zé do Norte é tão enraizada no imaginário coletivo, que a maioria das pessoas interpreta "Mulher Rendeira", como herança folclórica, de domínio público e autor desconhecido. A trilha do filme, que tem parte das músicas de outros autores, em muito contribuiu para tornar a música de Zé conhecida em todo mundo, já que, na época, a obra foi assistida em mais de 80 países e por quase 50 milhões de expectadores.Entre as suas mais de 100 composições, a segunda mais famosa é "Sodade Meu Bem, Sodade" (1953), gravada pela primeira vez pela cantora, atriz e diretora brasileira, Vanja Orico. Foi regravada por vários artistas como Nana Caymmi, Maria Bethânia, Raul Seixas, Geraldo Azevedo, e ainda por estrangeiros, como a cantora folkamericana Joan Baez. É dele também "Meu Pião", gravada em 1971 e imortalizada na voz de Geraldo Azevedo.Por volta dos anos 60, vários artistas, como Bob Dylan e a própria Baez foram buscar no folclore americano e na música da América Latina fonte de inspiração. E é num de seus primeiros discos, o "Joan Baez 5", que encontramos a "Mulher Rendeira", com o título de "O Cangaceiro" e com os créditos de Zé do Norte, atribuídos ao seu nome de batismo, Alfredo Ricardo do Nascimento.Suas músicas, além de atribuídas as coisas sertanejas, têm muito lirismo, como se vê em "Sapato de algodão ("eu fui dançar/ com meu sapato de algodão/ o sapato pegou fogo/ eu fiquei de pé no chão"), outra, de versos singelos, que também é atribuída em várias regiões do Nordeste, como música do folclore, é "Lua bonita", em parceria com Zé Martins, também de 1953 e regravada por Raul Seixas no disco "A Pedra do Gênesis" (1988).Boa parte de suas composições ainda necessitam de um trabalho de catalogação. Sua obra é cantada hoje no Brasil e no exterior, embora nem sempre a fonte seja citada. É o caso por exemplo de Caetano Veloso "It's a long way" (disco "Transa" - 1972) em que no meio da canção versos de Zé do Norte são citados ("os óios de cobra verde/ hoje foi que arreparei/ se arreparasse há mais tempo/ não amava quem amei (...) arrenego de quem diz/ que o nosso amor se acabou/ ele agora está mais firme do que quando começou"), mas, nos créditos da música, eles são atribuídos ao compositor baiano.Além de cantor e compositor, como folclorista Zé do Norte desempenhou um grande trabalho de pesquisa sobre o ritmo do "Coco", chegando a lançar vários "LPs". "Muitas vezes ele pegava as letras das músicas cantadas pelos cangaceiros, adaptava e registrava como dele. Mas antes que alguém o questionasse, ele dizia que se não fizesse isso, as belas canções se perderiam no tempo", afirmou o jornalista e crítico musical, Ricardo Anísio. O cantor e compositor baiano Xangai, já confirmou o lançamento de um disco totalmente dedicado às composições de coco compostos pelo poeta e folclorista paraibano. Zé do Norte faleceu no Rio de Janeiro, em 1979.

BIRA DELGADO(1955)

Bira Delgado é natural do Moxotó nascido em 27 de oputubro de 1955, sertão de Pernambuco, mas há mais 40 anos mora em João Pessoa-Paraíba. É um cantor, compositor, poeta e professor de História. Na área musical, participou do CD Do Mato, de Bebé de Natércio, Coletânea da Só Forró-PB/2008. Já participou de vários trabalhos com o mestre Ariano Suassuna, na qual era um grande amigo e tem muitas histórias ao lado do escritor. Também participou com outros trabalhos musicais com Oliveira de Panelas, Dominguinhos, Clã Brasil, Daudeth Bandeira, Jessier Quirino. Bira Delgado vem se destacando pelo autêntico forró. O forró e a cultura nordestina estão sendo muito bem representados por ele, que desde pequeno foi apaixonado pela música e pela poesia. É também um destaque na Paraíba por divulgar o melhor Forró regional do Brasil. O grupo que acompanha Bira Delgado é formado por jovens músicos, que há quatro anos vem fazendo espetáculos musicais na Paraíba e em outras cidades do Nordeste. Com este trabalho, o grupo pretende dar prosseguimento à profissionalização, divulgação e valorização da cultura nordestina. Bira Delgado é uma grata surpresa na música nordestina. Forrozeiro autêntico, de raiz mesmo, vem mostrando todo seu talento nos seus trabalhos e em suas apresentações por aqui na grande João Pessoa-PB, Recife-Pe, e em vários outros estados nordestinos. Em 2011, na abertura do São João da Capital, ele lançou o seu CD, intitulado, NA BATIDA DA CANCELA. O trabalho tem a direção e produção do compositor e cantor Bebé de Natércio e apresentação do poeta, escritor e crítico literário, Hildeberto Barbosa Filho. Neste primeiro trabalho interpreta canções de nomes consagrados do xote e do baião, como Maciel Melo, Zé Marcolino, Zé Dantas, Luiz Gonzaga, Xico Bizerra, Bráulio Medeiros, além de Bebé de Natércio e Chico de Pombal. Em 08 de março de 2012 fez o lançamento de seu DVD “Forró tem que ser assim“ gravado na Estação Ciência em João Pessoa-PB. Bira Delgado já participou de diversos programas em emissoras de tv a exemplo do Programa Sala de Reboco com aparesentação de AMAZAN na Tv Tambaú, do quadro “Raízes na Nossa Terra” do Programa Criador & Cia na TV Tambaú apresentado por Júnior Limeira, do Programa Paraíba e seus artistas na Tv Assembléia apresentado por Kátia Pinheiro e do Programa Diversidade onde foi entrevistado. Bira também faz show no Terraço Brasil e já se apresentou em shows solidários, fez show em Bananeiras e participou de show no Cantinho da feijoada.

TICO AMARO(1948)

Tico Amaro, pseudônimo de Francisco Leite Bezerra, nasceu em 28 de agosto de 1948, no Sítio Trasmonte na cidade de São José de Piranhas, alto sertão paraibano. Filho de Amaro Leite de Figueiredo e Rita Bezerra de Figueiredo, casal de agricultores, dedicou a maior parte de seu tempo ao serviço do roçado. Mesmo diante das dificuldades aprendeu a ler e escrever. Vindo de família de poeta, seu pai não viveu de cantar, mas era um menestrel, e seu irmão João Amaro já falecido, viveu da arte de cantar 42 anos.

EVARISTO GERALDO DA SILVA (1968)

Evaristo Geraldo da Silva nasceu no dia 28 de setembro de 1968, na cidade de Quixadá, interior cearense, filho de uma família de 11 irmãos, em que cinco são poetas. Com Evaristo não poderia ser diferente (HAURÉLIO, 2011). No ano de 2006, teve o cordel A incrível história da imperatriz Porcina selecionado pela Secretaria da Educação do Estado do Ceará para a biblioteca da EJA – Educação de Jovens e Adultos. Em 2008, o livro João e Maria (Editora IMEPH) foi selecionado pelo PAIC – Programa de Alfabetização na Idade Certa para compor o acervo das bibliotecas escolares. O poeta fez uma adaptação do clássico A dama das camélias para a linguagem do cordel, pela Editora Nova Alexandria. Em 2010, obteve novamente o reconhecimento de suas obras com O fogo de Minarã e Rachel de Queiroz – a dama do romance que foram premiadas no Edital para autores cearenses, na categoria Prêmio Rachel de Queiroz de Literatura Infantil, evento promovido pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. Em 17 de novembro de 2012, ocorreu a X Bienal Internacional do Livro do Ceará, em Fortaleza, na Praça do Cordel, onde foi lançada a Coleção Reinos do Cordel. Entre os cinco livros editados pela Editora Armazém da Cultura, estava o livro intitulado: O Conde Mendigo e a Princesa Orgulhosa, do poeta Evaristo Geraldo da Silva, que remonta um cenário de magia e encantamento, realizando um cruzamento com assuntos da atualidade, da vida real. Esta obra tecida com fios de humor e diversão traz, paralelamente, uma reflexão sobre a maneira como as pessoas lidam com o dinheiro, e sobre quais são as nossas prioridades na vida.

COSTA SENA(1955)

Francisco Helio da Costa, em arte Costa Senna - Pai: Joaquim Raimundo da Costa

Mãe: Raimunda Sena da Costa - Data de nascimento: 30 / 11 / 1955 – Fortaleza – CE Endereço: Rua Águanambi, 33 Bl. 5 Apartamento 4 - Bairro: Vila Popular - Cep: 08461 – 140 São Paulo – SP E-mail: costasenna@gmail.com - Blog: poetacostasenna.blogspot.com Costa Senna é cearense de Fortaleza, apesar de ter vivido parte de sua infância e adolescência no Choró Limão, região de Quixadá. Ingressou na arte em 1980 e atuou nas peças teatrais A noite seca, Barrela, Deus lhe pague e O Caldeirão. Em 1990 muda-se para São Paulo, onde foi um dos precursores da nova face da literatura de cordel. Escreveu O doido, viagem ao centro da Terra (adaptação do clássico de Júlio Verne), Jesus brasileiro (em parceria com Marco Haurélio), Raul Seixas entre Deus e o Diabo, Jararaca, o bandido santo, A maldita ilusão, As lágrimas de Lampião, Escreveu, não leu, o pau comeu, entre outros. Cantor e compositor, Costa Senna funde o universal ao regional, com influências tão inusitadas como Luiz Gonzaga, Raul Seixas, Belchior, Alceu Valença, o rap urbano e o repente dos grandes cantadores nordestinos. Tem gravados os CDs Moço das estrelas, Costa Senna em cena e Fábrica de unir versos. Humorista, fez sucesso com o espetáculo cômico Ria até cair de Costa, de grande repercussão nos anos 1990. É um dos poetas pioneiros na utilização de temas ligados à educação na literatura de cordel. Em 2008, em reconhecimento à sua atuação, Costa Senna foi indicado, pela Câmara Municipal de São Paulo, para receber o título de Cidadão Paulistano. Costa Senna é cantor, ator e poeta. O seu trabalho é composto por literatura de cordel, música, provérbios, 'causos', informações e brincadeiras que formam o universo cultural brasileiro. Receita certa para fortalecer o conhecimento de estudantes, educadores e apreciadores da cultura popular. Sua proposta é interpretar, de maneira poética, lúdica e engraçada, as composições extraídas das estrofes, rimas e métricas do cordel. Por meio dessa ferramenta cria-se um caminho facilitafor no trabalho com a matemática, gramática, história, geogragia, humanismo social e a sustentabilidade do planeta. Costa Senna é autor de diversos livros e dezenas de folhetos de literatura de cordel; trabalhou em várias peças teatrais; compôs e gravou dezenas de músicas; até então com quatro cd's e um dvd gravados. Recentemente participou da gravação de um vídeo-documentário sobre Paulo Freire, 'Educar para transformar', da cineasta Tânia Quaresma.

MANUEL PEREIRA SOBRINHO(1918-1995)

Manuel Pereira Sobrinho nasce em 8 de agosto de 1918, no distrito de Passagem, município de Patos, no sertão paraibano. Não se sabe quando e como se inicia na poesia popular, mas em 1948, está instalado em Campina Grande, onde funda sua própria editora de folhetos, a Casa Pereira. Em torno desta, associa-se a Manoel d’Almeida Filho e Francisco Sales Arêda, formando uma aliança comercial que duraria até cerca de 1952. A Casa Pereira continua funcionando, porém, até 1956. A vasta obra poética de Manoel Pereira Sobrinho pode ser dividida em duas categorias principais. A primeira, pouco extensa, corresponde aos folhetos políticos, em que ousa atacar figuras importantes da época, como o governador da Paraíba (Dr. Promessa) e o prefeito de Campina Grande (Afirma o deputado Elpídio de Almeida, Desmascarando o mentiroso Plínio Lemos). Nestes, utiliza uma linguagem particularmente violenta, que lhe rende inimizades e alguns problemas, como os dias passados na prisão, por ter insultado a polícia em Dr. Promessa. A segunda categoria de folhetos, majoritária, corresponde aos chamados “romances”, em que Manoel Pereira transpõe muitas vezes, para a linguagem popular, obras eruditas consagradas nacional ou internacionalmente: Os martírios de Jorge e Carolina é uma versão d’A viuvinha, de José de Alencar, enquanto que O castelo do homem sem alma retoma o romance homônimo do escossês A. J. Cronin. Por volta de 1959, Manoel Pereira muda-se para São Paulo, onde passa a trabalhar para a famosa Editora Prelúdio. Reescreve, então, vários sucessos da própria literatura de cordel brasileira, ajudando a editora a contornar o problema dos direitos autorais de clássicos como O cachorro dos mortos, de Leandro Gomes de Barros, ou Pedrinho e Julinha, de José Camelo de Melo Resende. Torna-se, com isso, alvo de severas críticas por parte dos poetas de cordel. Nos anos 1960, no entanto, Manoel Pereira Sobrinho desaparece sem deixar rastro. Segundo depoimentos, teria deixado a poesia popular para ser pedreiro, antes de morrer, anonimamente, em 1995.

JOSÉ BEZERRA DE CARVALHO(1929)

José Bezerra de Carvalho, nasceu em Ipueiras-CE, no dia 13 de março de 1929 , mais conhecido como Zé Bezerra ou O Águia de Prata, é um poeta cordelista brasileiro e encontra-se a várias décadas radicado em Teresina-PI. José Bezerra de Carvalho, poeta popular, 1º Sargento reformado da Polícia Militar do Piauí, membro e sócio fundador do Sindicato dos Cantadores e Poetas Populares do Piauí e Sócio da U.B.E. (União Brasileira de Escritores) do Estado do Piauí. Pensador pródigo, criou várias histórias fictícias de cantadores, romances, pelejas, poemas e sonetos, tendo já publicado 52 trabalhos pela Editora Gráfica Mendes, Gráfica Pinheiro, Editora Rima, Fundação Cultural Monsenhor Chaves (da Prefeitura de Teresina) e Editora COMEPI (Companhia Editora do Piauí). É natural do estado do Ceará, nascido em Ipueira a 13/03/1929, e radicado no Piauí desde os três anos de idade; é autodidata, admirador da natureza, da Flora e da Fauna brasileiras. Aos dez anos começou a fazer versos, é Católico de nascimento, escreve e proclama seus versos e poemas, Ministro Extraordinário da Eucaristia Comunitária, Vicentino e Membro do Apostolado da Oração e Coordenador da Pastoral Católica no bairro Aeroporto (Teresina - PI), onde reside. O poeta José Bezerra começou a escrever suas estórias em versos aos dez anos de idade, em 1940. É autodidata, mas só começou a publicar seus trabalhos no ano de 1985. A maioria de seus trabalhos foi impressa pela livraria, papelaria e gráfica Moderna, um livro de 100 páginas com o título de DELÍRIOS DE UM POETA, e um folheto de 60 páginas, editados pela Companhia Editora do Piauí (COMEPI). Três editados pela Gráfica Pinheiro, três pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves e dois pela Casa do Papel e Gráfica Esperança, e cinco pela GRÁFICA E EDITORA RIMA. Todas as suas obras feitas em cordel. Montou com seus trabalhos a BIBLIOTECA DA LITERATURA POPULAR "A VOZ DA POESIA" (Av. Centenário 1178 - Bairro Aeroporto, CEP 64003-700, em Teresina-PI), com acesso ao público escolar para pesquisa e leitura de toda classe estudantil, professores e dedicada aos amantes da cultura popular. Onde comercializa e distribui gratuitamente a maior parte de seus folhetos de cordel, é chamado pelos professores e alunos para proferir palestras nas escolas públicas e particulares e nas universidades federais.

EDMILSON SANTINI (1955)

Edmilson Santini nasceu em 01 de agosto de 1955, em Belas Águas, Pernambuco. Herdou do avô Antonio Santini, famoso contador de histórias da região, o gosto pela rima e pelos versos. No início dos anos 1970, migrou para o Sudeste. Em São José dos Campos iniciou sua carreira de ator, que lhe rendeu, em 1980, prêmio no festival de teatro de Guaratinguetá, SP. Em 1988, foi para o Rio de Janeiro, onde ingressou de vez no universo do cordel. Atualmente se dedica ao Teatro em Cordel (www.teatroemcordel.com.br), projeto de cunho educativo que idealizou com o objetivo de transmitir informações sobre a cultura brasileira de forma dinâmica, “sem esquecer o lado da diversão e do lazer”, através do teatro. No âmbito do projeto, a equipe realiza oficinas de contação, encenação e recriação de histórias em cordel. O grupo também prepara textos por encomenda, em verso ou em prosa, que podem ser encenados e cantados.

ZEZÉ DE BOQUIM (1938)

José Marciano dos Santos, pseudônimo: Zezé de Boquim, nasceu em Pururuca, Lagarto-SE, no dia 19 de março de 1938. Foi criado com a avó devido a falta de estrutura social da sua época. Teve pouco acesso aos estudos. Aprendeu a ler através do cordel. Casou-se aos 23 anos com Dona Dalva, Pai de 09 filhos, netos e bisnetos, passou a ser evangélico aos 36 anos. Ministra palestras em igrejas, escolas e é autor de cento e tantos títulos de Literatura de Cordel. Zezé de Boquim tem uma vasta produção de cordéis, sempre atuando em feiras e outros eventos.

Rogaciano Bezerra Leite (São José do Egito, sítio Cacimba Nova- Atualmente, município de Itapetim-PE 1 de julho de 1920 — Rio de Janeiro, 7 de outubro de 1969) foi um poeta brasileiro.

ROGACIANO LEITE ( 1920-1969)

Filho dos agricultores Manoel Francisco Bezerra e de Maria Rita Serqueira Leite, iniciou a carreira de poeta-violeiro aos 15 anos de idade, quando desafiou, na cidade paraibana de Patos, o cantador Amaro Bernadino. Em seguida, Rogaciano Leite foi para o Rio Grande do Norte, onde conheceu e iniciou amizade com o renomado poeta recifense Manuel Bandeira. Aos 23 anos de idade mudou-se para Caruaru, no agreste pernambucano, onde apresentou um programa diário de rádio. De Caruaru, seguiu para Fortaleza, onde tornou-se bancário. Entre 1950 e 1955, Rogaciano residiu nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. No Rio casou-se com Maria José Ramos Cavalcante, com quem teve os filhos Rogaciano Filho, Anita Garibaldi, Roberto Lincoln, Helena Roraima, Rosana Cristina e Ricardo Wagner. Em 1968 deixou o Brasil para uma temporada na França e outros países da Europa. Na Rússia deixou gravado, em monumento na Praça de Moscou, o poema Os Trabalhadores. Alguns dos poemas mais conhecidos de Rogaciano Leite são Acorda Castro Alves, Dois de Dezembro, Poemas escolhidos, Carne e Alma, Os Trabalhadores e "Eulália. Rogaciano faleceu, de enfarte do miocárdio, no Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro. O corpo do poeta está sepultado no cemitério São João Batista, em Fortaleza, Ceará. Rogaciano Leite foi, ainda, jornalista e era formado em Direito e Letras. Em dezembro de 2007 foi lançado em Pernambuco na cidade de Itapetim pela jornalista Tacianna Lopes o documentário "Reminiscência em Prosa e Versos",o vídeo conta um pouco da história de Rogaciano Leite. Um trabalho inédito, um curta-metragem de aproximadamente 23 minutos e que conta com a participação de familiares, admiradores e amigos contemporâneo do Poeta, entre eles está o escritor Ariano Suassuna, que junto com Rogaciano na década de 40 foi responsável pela realização do I Congresso de Cantadores Repentistas do Brasil. Ele nasceu em junho de 1920 no Sítio Cacimba Nova, nas Umburanas, hoje pertencente a Itapetim, mas quando ele nasceu pertencia a São José do Egito, então pela obviedade em seu registro ele é egipsiense. Morreu no dia 7 de outubro de 1969 no Rio, seu corpo foi levado ao Ceará, onde foi enterrado em Fortaleza cidade em que viveu.

ARTHUR ALVES DE OLIVEIRA (1918-1957)

Nasceu em Pesqueira, Estado de Pernambuco, no ano de 1918 e morreu em Paulo Afonso, Estado da Bahia, no ano de 1957. Um dos seus mais famosos cordéis, intitula-se: O Protestante que fez a Barba de Frei Damião.

ADOLPHO PAULINO DE FIGUEIREDO (POTIGUAR)

Nasceu no Rio Grande do Norte, onde escreveu o seu famoso cordel por nome: A Verdadeira Biografia do Profeta do Nordeste. Não se tem mais dados do cordelista.

ISMAEL GAIÃO DA COSTA (1961)

O poeta declamador Ismael Gaião da Costa nasceu na terra do Cavalo Marinho, folguedo folclórico tradicional da Zona da Mata de Pernambuco, no município de Condado, no mês mariano, no dia 07 de maio do ano de 1961. Ismael Gaião reside no Recife, Pernambuco, é engenheiro agrônomo, mestre em Melhoramento Genético de Plantas, servidor público da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), da Estação Experimental de Cana-de-açúcar de Carpina.

Autor de inúmeros cordéis e poesias, Gaião é afiliado à União dos Cordelistas de Pernambuco (UNICORDEL), como poeta declamador, cujo primeiro livro publicado foi: Uma colcha – cem retalhos (CEPE, 2011). Apresentou espetáculo em parceria com outros colegas poetas: Estandi-upi de Poesia Matuta, com o poeta Felipe Júnior. A comédia apresenta fatos e eventos cotidianos; e Tripé da Rima, com a poetisa Susana Morais e o poeta Felipe Júnior. Ainda com a parceria de Felipe Júnior, lançou o CD de poesias declamadas, Causos e cordéis (2010).

PEDRO JACÓ DE MEDEIROS (1922)

Pedro Jacó de Medeiros, nasceu em Natal-RN, no dia 25 de setembro de 1922.

CHICO MOTA (1924-2011)

Naturalidade: Catolé do Rocha – PB - Nascimento: 23 de outubro de 1924 / Falecimento: 5 de junho de 2011 - Atividades artístico-culturais: Poeta, violeiro, repentista e cordelista. Livros: Veredas Nordestinas (1987), Trovas… Etc. e Contos (1994), Violas e Cantadores (2002), A Saga de um Bandoleiro no Oeste Potiguar: A trajetória de Lampião quando do ataque à cidade de Mossoró em 1927 (2010). Cordéis: O Lamentável Desastre Rodoviário Ocorrido em Currais Novos (1974), Homenagem ao Deputado Vivaldo Costa: o Líder do Seridó (1978), A Seca do Nordeste (1980/2002), O Sofrimento do Jumento (1980), Homenagem a Frei Damião: o Santo do Nordeste (1980), Por Que Deixei de Beber (1980), As Consequências do Fumo (sd), Em Prol da Candidatura de Djalma Mota (2008). Discografia: Cantiga Sertaneja: volume 1 (1999), Cantiga Sertaneja: volume 2 (2000), Cantigas da Nossa Terra, com o poeta Antônio Silva (2002), Pelos Campos do Repente, com o poeta Antônio Silva (2003) Chico Motta e Suas Canções (2006). Premiações: Comenda de Honra ao Mérito Vila do Príncipe, concedida pela Câmara de Caicó (RN), em julho de 2007. Francisco Fernandes da Mota, mais conhecido como Chico Mota foi um paraibano que se tornou célebre no Seridó do Rio Grande do Norte, especialmente na cidade de Caicó, onde viveu a maior parte de sua vida. Era filho de Henrique Ferreira da Motta e Maria Elvira Fernandes. Passou a infância e a adolescência na cidade de Brejo do Cruz, na Paraíba. Aos 10 anos começou a trabalhar na agricultura. Em 1949, deu início a sua trajetória como violeiro no Sitio Bom Jesus, no município de Augusto Severo (RN). No ano de 1955, na cidade de São Bento (PB), casou-se com Hermínia Joaquina Alves, com quem teve 10 filhos e viveu até o dia de seu falecimento. Até 1963 morou na zona rural. Em 1º de maio de 1963, criou juntamente com o violeiro-repentista José Soares Sobrinho, o programa de rádio Violeiros do Seridó. Todos os dias pela manhã pegava sua viola e divulgava a cultura popular fazendo versos de improviso e cantando canções na Emissora de Educação Rural de Caicó. Formou em conjunto com o também violeiro e poeta Cícero Nascimento uma das duplas mais famosas do rádio norte-rio-grandense. Esteve à frente do programa durante 48 anos. Na sua carreira como poeta foi autor de vários cordéis. Publicou 4 livros, gravou 5 CDs, sendo 4 em parceria com outros cantadores. Em 2005, foi protagonista do documentário “O lugar da Morte de Jesuíno Brilhante”, de autoria do médico psiquiatra Epitácio de Andrade Filho. Chico Mota ocupou a cadeira número 9 do Clube dos Trovadores do Seridó (CTS). Na Academia de Trovas do Rio Grande do Norte (ATRM), era ocupante da cadeira número 38. Em 2010, aos 86 anos de idade, em Caicó (RN), cometeu suicídio, em decorrência de um estado depressivo. A repercussão de seu falecimento foi sentida na homenagem prestada pela Rádio Rural. No horário matutino, em que ele costumava cantar diariamente, violeiros compuseram versos com o mote “A viola nordestina / Mais uma vez enlutada”. Na missa de seu sepultamento, vários colegas poetas o entoaram em temas de sete linhas. Chico Mota deixou um grande legado para a poesia popular. Sua obra compõe livros, CDs, cordéis e uma imensa quantidade de manuscritos não publicados. Além das incalculáveis cantorias realizadas em todo o Nordeste e no rádio, participou de centenas de festivais de poetas repentistas. Também realizou muitos desses encontros de cantadores nordestinos. O repentista dá nome a Casa da Cultura e a Biblioteca de Caicó. Francisco Fernandes da Mota, mas todos o conheciam por Chico Mota. É poeta, violeiro, repentista e cordelista. Meu pai é um jovem de 84 anos. Todos os dias às 06h00 da manhã, pega sua viola e divulga a cultura popular fazendo versos de improviso e cantando canções na Emissora de Educação Rural de Caicó-RN, até às 07h00. Faz isso há exatos 46 anos, festejados nesse Primeiro de Maio, dia que também coincide com o aniversário da referida Rádio. No mesmo dia em que a emissora foi inaugurada, meu pai estreou o programa “Violeiros do Seridó”. É o programa de rádio do gênero mais antigo do Brasil. Para comemorar essa data, há doze anos, ele e o meu irmão, o locutor do Programa, organizam um Encontro de Poetas, que conta com a participação de repentistas renomados de vários estados e também da região. Ei-lo aqui, no seu porte elegante, todo no linho branco, pronto para receber os amigos poetas repentistas, que outrora contaram e ainda contam com a nossa casa como apoio e o programa como instrumento de difusão de sua arte pela região.

DJALMA MOTA (1964)

Djalma Alves da Mota , nasceu no dia 17 de novembro de 1964 , em Caicó – RN.

É poeta e cordelista. Ministra palestras e dá oficinas sobre Literatura de Cordel. Um dos seus cordéis famosos, tem enquanto título: As Proezas de Zé Carcará – “O Barro e o Jarro”.

BRÁULIO BESSA

Escritor, Poeta cordelista, Empreendedor social, Palestrante, nasceu em Alto Santo/CE. Bráulio Bessa, começou a sua carreira artística alguns anos atrás. Ele defende o orgulho de ser nordestino e alcança mais de 20 milhões de brasileiros na internet. O velho Lua, rei do baião, ficou conhecido no Brasil e no exterior por levar a cultura do Nordeste por onde andou. Muita coisa mudou do tempo de Luiz Gonzaga até hoje, mas o que prevalece no nordestino – isso ninguém tira – é o sentimento de orgulho de onde nasceu. Com fala mansa e sotaque carregado, o nordestino arretado Bráulio Bessa transformou sua trajetória na defesa da cultura regional nas redes sociais em palestras, contando em forma de causos, sua história desde criança no sertão do Ceará.

ANTÔNIO LUCENA (1931-2005)

Naturalidade: Cajazeiras - Nascimento: 6 de novembro em 1931 - Falecimento: Novembro de 2005 - Atividades artístico-culturais: Cordelista, poeta e xilógrafo Folhetos de sua autoria: O Sabiá da Palmeira, As proezas de João Grilo Neto, Capitão Virgulino montado no Capiroto, Corisco, Notícias de outro mundo, O Cão que dançou lambada no Maior São João do Mundo, O Jeca que casou com uma Jega!, O pastor que virou bode, Revolta de Lampião para governar o céu, Severino tira-fama, Uma excursão ao passado, Zefinha & Sebastião e Vaqueiro velho & patrão, entre outros. O poeta Antônio Araújo de Lucena residiu boa parte da sua vida em Campina Grande (PB). Destacou-se entre os poetas paraibanos pelas funções que exercia, o de escritor e xilógrafo. Além de trabalhar como cordelista, ele era carpinteiro de coberta, forro, estruturas e obras de artes. Seu trabalho como carpinteiro era divulgado em uma das páginas de seus cordéis. Na página, era informado o endereço, contato e tipo de trabalho realizado. Um Mestre nas Artes. Seus folhetos abordaram diversos temas recorrentes da literatura de cordel. O poeta Antônio Lucena escrevia com uma linguagem bem-humorada e fantasiosa. O sacarmos e a ironia presentes em suas obras despertavam o riso dos leitores. No folheto “Zefinha e Sebastião”, o poeta conta a história de um nordestino traído. Essa situação, para muitos, era motivo de chacotas porque indicavam que o “cabra-macho” não dominava e nem provia sexualmente a mulher. Em seus cordéis, o escritor gostava de falar sobre essa temática, e explorava a criatividade nessas situações.

GILMAR SANTANA FERREIRA (1971)

Gilmar Ferreira nasceu em Aracaju em 19 de julho de 1971. Iniciou na Literatura de Cordel com a obra “São Francisco”, O Santo Rio do Brasil: História & Importância. Vem, nos últimos 15 anos, desenvolvendo uma intensa pesquisa que busca registrar a história da Literatura de Cordel no Estado de Sergipe. Gilmar Santana Ferreira. Adotou o sobrenome "Santana" em homenagem a sua mãe, que se chama Maria do Socorro "Santana" Ferreira (in memória), pois no nome de seu pai, Daniel Ferreira, não consta sobrenome "Santana". Iniciou na Literatura de Cordel com a obra "São Francisco, o santo rio do Brasil: História & Importância". Vem, Nos ultimos anos, desenvolvendo uma intensa pesquisa que busca mapear a Literatura de Cordel no Estado de Sergipe na atualidade. É criador da 1ª CORDELTECA do Brasil, instalada nas depêndencias da Biblioteca Municipal Clodomir Silva, no bairro Siqueira Campos, na cidade de Aracaju . Em 2003 foi classificado em 7º lugar no "2º concurso Paulista de Literatura de Cordel", que contou com a participação de 176 cordelista de todo o Brasil. Licenciado em LETRAS; coordena o projeto MOVA-Brasil Desemvolvimento & Cidadania, a serviço do Instituto Paulo Freire, de São Paulo. È membro ocupante da Segunda Cadeira da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, situado no Rio de Janeiro. Vem proferindo palestras em universidades, escolas públicas/paticulares e entidades interessadas na Literatura de Cordel. Tem participado como jurado ou convidado especial de diversos eventos culturais.

FÉLIX PACHECO (1879-1935)

José Felix Alves Pacheco, nasceu em Teresina, Piauí, no dia 02 de agosto de 1879, escreveu, entre outros, CHICOTADAS(Poesias-1897), VIA CRUCIS(Poesias-1900), MORS-AMOR(Poesias-1904), BAUDELAIRE E OS GATOS(Crítica-1934), sem dados biográficos completos nos livros e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via textos editados. Filho do magistrado Gabriel Luiz Ferreira e de Maria Benedita Candida da Conceição Pacheco. Após os estudos primários no Colégio Kardec em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde também estudou. Em 1890 foi para o Rio de Janeiro, levado pelo seu tio e protetor, o senador Teodoro Alves Pacheco. Em homenagem a ele adotou o “PACHECO” em seu nome. Com 12 anos de idade, em 1891, matriculou-se no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde fez humanidades, e depois cursou a Faculdade de Direito. Em 1897, com 18 anos, ingressou no jornalismo, como repórter de O Debate. Dois anos depois, pela extinção daquele periódico, passou para o Jornal do Commercio, do qual se tornou diretor-proprietário. Em 1908, com 29 anos, casou-se com Dora Rodrigues, com quem teve as filhas Ignez (Ignezita) e Martha. Foi o fundador e primeiro diretor do Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal, hoje Instituto Félix Pacheco. Foi o introdutor, no Brasil, do sistema datiloscópico. Jornalista, político, poeta e tradutor. Senador e Deputado Federal. Representou por muitos anos o Estado do Piauí, primeiro na Câmara e depois no Senado da República. No governo de Artur Bernardes, foi ministro das Relações Exteriores. Colaborou ativamente na revista Rosa-Cruz, de Saturnino de Meireles. Traduziu a obra de Baudelaire, comentou e estudou a sua obra, do ponto de vista biobibliográfico, crítico e literário. Essa atividade literária foi coroada com o discurso que o tradutor pronunciou em 24 de novembro de 1932, intitulado “Baudelaire e os milagres do poder da imaginação”, publicado no ano seguinte, quando também publicou os volumes O mar através de Baudelaire e Valéry, Paul Valéry e o monumento a Baudelaire em Paris e Baudelaire e os gatos. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 06.12.1935. Segundo ocupante da Cadeira 16, eleito em 11.05.1912, na sucessão de Araripe Júnior e recebido pelo Acadêmico Sousa Bandeira em 14.08.1913. Recebeu o Acadêmico Constâncio Alves. Sua Cadeira 16 na Academia tem como Patrono Gregório de Matos, Fundador Araripe Júnior, sendo também ocupada por Pedro Calmon e Lygia Fagundes Telles.

FRANCISCO GUERRA VASCURADO (1896)

FRANCISCO GUERRA VASCURADO, Pernambucano, de Nazaré, 09.03.l896, escreveu, entre outros, "A BOMBA ATÔMICA", "A COMUNICAÇÃO DE LAMPIÃO", "AS CURAS DO CARMELITO", folhetos de cordel. Viveu em Anápolis e em diversas cidades do interior de Goiás.

ANTÔNIO AMÉRICO DE MEDEIROS (1930-2014)

Antônio Américo de Medeiros, nasceu no dia 07 de fevereiro de 1930 e morreu no dia 21 de janeiro de 2014. Cantador, cordelista, editor, folhetista, vendedor e precursor de programa radiofônico, o norte-rio-grandense Antônio Américo de Medeiros nasceu no município de São João do Sabugi, Rio Grande do Norte, no dia 7 de fevereiro de 1930, vindo a falecer aos 84 anos, em uma terça-feira, 21 de janeiro de 2014, na cidade de Patos, Paraíba.Poeta, cantando seus próprios versos ao som da viola, ainda adolescente (15 anos), começou a viajar pelo Nordeste como cantador profissional. Radicou-se em Patos, município da mesorregião do sertão paraibano, onde criou o programa radiofônico Violas e Repentes (1960), que ficou no ar por 23 anos, na Rádio Espinharas, onde trabalhou com José Batista.História completa da Cruz da Menina (1977) foi seu primeiro romance. Possuindo a arte de criar, também passou a transferir emoções ao dedicar-se a outras artes, como editor e vendedor de cordel, para divulgar produto cultural pouco apreciado pela mídia de massa. Na sua afamada banca de folhetos, localizada no Box 2 do antigo Mercado Público de Patos, disponibilizou trabalhos poéticos de outros consagrados artistas populares, como: Leandro Gomes de Barros, José Pacheco e José Camelo de Melo Resende. Teve cordéis publicados pela Tipografia Pontes (Guarabira, Paraíba), pelas Editoras Coqueiro (Recife, Pernambuco) e Luzeiro (São Paulo, São Paulo) e pela Fundação Ernany Sátiro teve sua coletânea Vida, Verso e Viola na qual se encontra seu primeiro folheto romance, que faz referência ao Santuário da Cruz da Menina, construído para a Santa do Povo, a menina Francisca, que foi assassinada (1923) por seus pais adotivos.Antônio parou de cantar aos 58 anos, mas comercializou cordéis até os 75 anos de idade. A Paraíba reconheceu a dedicação deste potiguar em prol da cultura popular local e, no ano de 2003, Américo foi agraciado com a Medalha Ednaldo do Egypto, da Assembleia Legislativa do Estado.

DELARME MONTEIRO DA SILVA (1918-1994)

Delarme Monteiro da Silva nasceu na capital pernambucana, em 17 de abril de 1918. Em 1938, no seio de sua juventude aos 20 anos de vida, Delarme, publicou o seu primeiro romance em verso, A feiticeira do Bosque. O mesmo foi impresso na tipografia de João Martins de Athayde, representando o início de uma parceria traçada entre Delarme e Athayde que, a partir de então, passa a trabalhar como aprendiz de tipógrafo, editando paralelamente os seus trabalhos, assinados e revendidos por ele mesmo em formato de folhetos. Nascido e vivido no ventre da cidade de Recife, o poeta fez de lá também a sua morada final, falecendo no ano de 1994.Sua trajetória literária é marcada por uma vasta produção, reconhecida por sua qualidade, destacando-se pelos temas de mistério e encantamento, presentes em vários de seus folhetos. Keller (2013) destaca o potencial jornalístico que pode ser agregado ao cordel e, nesse sentido, ela esclarece trazendo como exemplo o cordel de autoria de Delarme, intitulado: A lamentável morte de Getúlio Vargas, feito pelo poeta, imediatamente, após escutar a notícia do suicídio do ex-presidente, veiculada pelo rádio na manhã de 24 de agosto de 1954. Ao saber da notícia, o poeta registrou o acontecimento tomado por uma intensa comoção. Esse cordel obteve grande repercussão; segundo a autora, o sucesso foi tão grande que ele vendeu milhares de exemplares em apenas dois dias.

DAVI TEIXEIRA (1959)

Nascido em 14 de fevereiro de 1959, na cidade de Bezerros, interior de Pernambuco, seus pais eram agricultores, plantavam milho e feijão para sobreviver. Nos anos em que não chovia ficavam sem saber o que fazer. A única saída que seu pai encontrou foi caçar com uma espingarda; mas a caça não dava para saciar a fome das oito pessoas da família. Através da indicação de outros agricultores seus pais foram trabalhar como bóias-frias numa usina de cana-de-açúcar. Quando a safra acabou, decidiram ir para Recife com esperança de melhorar a situação em que viviam. Sem dinheiro para a passagem ficaram na estrada pedindo carona; era quase noite quando conseguiram chegar até Gravatá, onde passaram a noite em um posto de combustíveis. Ao amanhecer pegaram outra carona até o Recife chegando ao bairro de Casa Amarela, na localidade do Córrego do Jenipapo. Seu pai fez amizade com um dos moradores, que ofereceu um quarto com meia parede e um portão, onde ele havia criado porcos. Sem opção, aceitou. Nesta mesma época seu pai estava com diabetes, mas ninguém sabia. Tempos depois a doença agravou-se e ele foi internado. Enquanto internado, ele recebeu a notícia de que seu filho caçula havia falecido. Por ironia do destino no dia seguinte faleceu uma das suas filhas. Ao receber esta notícia ele disse chorando: “Eu também estou neste caminho”. Sem dinheiro para fazer o enterro, sua mãe pediu ajuda aos moradores do bairro. Alguns anos depois seu pai faleceu. Para sustentar os quatro filhos sua mãe teve que trabalhar na casa de uma família, na qual a patroa se ofereceu a criar o filho mais novo e a irmã da patroa iria criar o outro filho. Em pouco tempo Davi e seu irmão mais velho começaram a trabalhar. Davi Teixeira construiu uma família com três filhos: Rodrigo, Ricardo e Alexandre. Trabalhou em várias empresas e, em 1998, foi convidado a trabalhar num posto de combustíveis no município de São Caetano, a 170 quilômetros do Recife. Voltava para casa aos sábados e retornava ao trabalho na segunda-feira às cinco horas da manhã. No início trabalhou à noite e, durante o dia, tirava algumas horas para conhecer o lugar e conversar com os agricultores. Não havendo emprego e sem chuva para plantar esses agricultores ficavam sem saber o que fazer. Observando esses trabalhadores Davi lembrou do passado, quando tinha sete anos de idade. Voltando para seu quarto, que ficava localizado dentro do posto, Davi começou a escrever, retratando aquilo que viu. Logo escreveu a primeira poesia: “Proteção Divina”; e com incentivo da família e inspiração nasceram outras poesias, algumas delas publicadas no jornal A Folha de Pernambuco.

FRANCISCO PAIVA DAS NEVES (1963)

Francisco Paiva das Neves, é natural do município de Cedro-CE, localizado no centro-sul do Ceará e nasceu no dia 01 de dezembro de 1963. Em 1978, adolescente, passou a residir na capital cearense, e aos 26 anos (1989) mudou-se para a maior cidade-dormitório do Ceará, Maracanaú, município da região metropolitana de Fortaleza. Das vivências e experiências com diversas manifestações culturais populares, como reisado, aboio, embolada, repente, histórias de trancoso e leituras de romance de cordel, forjou seu saber artístico poético.

HAILTON MANGABEIRA (1973)

Hailton Alves Ferreira, vulgo Hailton Mangabeira, nasceu em Macaíba no dia 09 de janeiro de 1973. É o filho mais novo de Manoel Francisco Ferreira (seu néo) e de Josefa Alves de Medeiros Ferreira (Dona Zefinha). Desde cedo começou a seguir os passos da mãe, professora da Rede Pública, e que também gostava da literatura de cordel. Vez por outra tinha a oportunidade de ler cordéis que sua mãe comprava na feira de Macaíba, daí o gosto desde de criança pela literatura de cordel. É pós- graduado em Educação, leciona em São Gonçalo do Amarante e em Macaíba.

HAMURÁBI BEZERRA BATISTA (1971)

Poeta popular, escultor, xilógrafo e produtor cultural, Hamurábi Bezerra Batista, nasceu em 1971, na Capital da Fé, Juazeiro do Norte (CE). Filho do consagrado artista farmacêutico Abraão Batista, homem de múltiplas aptidões artísticas manifestas nas artes plásticas (pintura e escultura), no cordel e xilogravura, cujos trabalhos xilográficos compõem o acervo da Galeria Brasiliana, foi urdido nas teias da valorização e difusão da cultura popular nordestina. Aos 10 anos, começou a auxiliar o pai em seus trabalhos de xilogravura, em cujo ateliê também aprendeu o processo de modelagem da argila e, em 1991 (20 anos) mergulhou em suas próprias produções xilográficas, retratando folia de reis e ilustrando seus poemas, lança seu primeiro folheto A verdadeira história das falsas religiões que lutam contra a verdade. Além das esculturas em madeira, Hamurábi pesquisa técnicas de colagem e papel machê. Influenciado apenas pelo pai, Hamurábi Batista assinala como sua produção artística é influenciada pelo dia a dia. Hamurábi Batista utilizou alguns codinomes, tais como Francisco de Assis da Silva, Manoel Messias e Francisco Matêu. Em 1992, assinando como Francisco de Assis da Silva, lançou: O dia em que o camaleão virou o diabo – profanação e desrespeito ao romeiro e à Mãe das Dores e mais oito outros trabalhos; e como Manuel Messias, Mentira tem perna curta – o verdadeiro acordão. Em 1993, com o heterônimo de Francisco Matêu lançou o folheto Quando o camaleão mudou de cor contra o povo de Juazeiro.

JOÃO PERON (1985)

João Peron de Lima, nascido em Recife aos 14 de agosto de 1985, solteiro, poeta escritor, curso da Ematerce, administração de empresa e concluiu o primeiro grau.

JOÃO PEREIRA DE LIMA

Nascido em Anadia/Alagoas e de infância pobre, o poeta teve seu primeiro par de sapato somente aos 16 anos e foi nessa mesma idade que João Pereira fugiu do sítio dos seus pais para subir em um pau-de-arara rumo ao interior de São Paulo. Lá ele trabalhou em campos de algodão, amendoim e cafezais, só retorna para sua terra aos 20 anos e vira mestre na arte de fazer versos e rimas com sua viola. João começou a fazer sucesso em Alagoas e, ainda nos anos 1970, marcou sua presença em programas de TV de repercussão nacional. No Rio de Janeiro/RJ foi para o trono do Show de Calouros de Cassino do Chacrinha. Fez várias gravações para o Projeto Minerva, com narração de Sérgio Chapelin, participou dos programas O Povo, no SBT e Sem Censura, na TV Educativa. Chegou às ondas das rádios Nacional, MEC, Globo, Tupi, Mauá e outras. Subiu também ao palco do Sílvio Santos e à poltrona do Jô Soares. Seus repentes e poesias também foram ouvidos por gente importante, como a atriz Sandra Brea, os ex-presidentes João Figueiredo e José Sarney, o jornalista Roberto Marinho, dentre outras personalidades das Artes e da política brasileira. Tudo devidamente documentado em fotos e reportagens em diversos jornais do país, em uma pasta que João levava debaixo do braço pra todo lado.

GUAIPUAN VIEIRA(1951)

Guaipuan Vieira nasceu em Teresina – Piauí, em 11 de setembro de 1951. Filho do poeta folclorista e indianista Hermes Vieira e de Maria José Sousa Rodrigues. É poeta cordelista, xilógrafo e radialista. É graduado em teologia pelo Instituto de Ciências Religiosas – ICRE. Graduando em História na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. É funcionário da Receita Federal. Aos dezesseis anos já improvisava versos, mas fora duramente repreendido pela mãe, pondo fim uma carreira poética. Desde 1976 se dedica à literatura de cordel. Autor de vários folhetos de cordel, alguns premiados e com destaque na impresa nacional e internacional. Cordéis que focalizam o apocalipse figuram no corpo da tese de doutorado da professora Emmanuelle Delebosse, da Universidade Antilles Guyane, de Martinique, França. Autor de canções gravadas pelos repentistas Antonio Jocélio e Zé Vicente. Tem um livro publicado, um no prelo e três inéditos. É correspondente da Revista Derepente e colaborador de jornal. Em 1987 fundou o Centro Cultural dos Cordelistas do Ceará – Cecordel, entidade que contribui sobremaneira para o enriquecimento do cordel no Nordeste. Atualmente, é presidente. No mesmo ano com apoio da iniciativa privada cria a Banca do Cordel, pioneira em praça pública no Brasil. Recebeu da Casa de Arte ASAUF (UFC) o certificado “Cidadão 92", destacando-se como poeta da resistência, por ter contribuído com o Movimento de Poesias do Ceará do Pólo Cultural do Benfica. Em abril de 2003, através de Requerimento Nº 0842/03, de autoria do Vereador José Maria Pontes, recebeu da Câmara Municipal de Fortaleza “Votos de Congratulações” pelo lançamento de seu mais novo folheto, que trata da guerra declarada pelos Estados Unidos à nação iraquiana, e que tem como título “Monstro americano destrói inocentes no Iraque”. Em 2004, no Festival Internacional de Cantadores, em Quixadá – Ceará, foi outorgado pela Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com a Medalha de Mérito pelo reconhecimento do trabalho prestado em prol da literatura de cordel no Ceará.

CHICO MULUNGU(1965)

Cordelista paraibano, Francisco Silva, natural de Mulungu. Nascido aos 24 de agosto de 1965. Viveu toda sua infância em sua terra natal, mas aos treze anos de idade, partiu para João Pessoa para trabalhar e continuar seus estudos. Publicou em 2015, o livro infanto-juvenil, “Fio-fio Cabelos de Sapo em A Multiplicação do Ovo”. Tem participação em várias Antologias Poéticas e entre elas, destaca os volumes 03 e 08 da coleção “Dez Poetas e Eu”, a “IIAntologia AVL”, publicação da Academia Virtual de Letras, da qual é membro acadêmico ocupando a cadeira 24. Destaca também as Antologias “Chuva Literária” e “O Poeta é Um Fingidor”. É cordelista e ocupa a cadeira 23 da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, tem vários folhetos publicados, entre estes, destaca seu último título editado: “Zezita Matos, A Outra Mãe de Domingos Montagner”. Tem participação na Coletânea“ Cordelistas Contemporâneos –2017, ao lado de mais 52 cordelistas de todas as regiões do Brasil.

JOÃO GOMES DE SÁ (1954)

João Gomes de Sá nasceu em Água Branca, no sertão alagoano, no dia 9 de maio de 1954, e mora em São Paulo. Em 1977, trabalhou no Museu de Antropologia e Folclore Dr. Théo Brandão, quando conheceu as manifestações de cultura espontânea de seu povo. É por isso que, volta e meia, o que escreve revela influência do folclore da região Nordeste. João Gomes, além de poeta, é dramaturgo e xilógrafo. Além das atividades como professor de Português, dá orientações técnicas sobre o folclore e ministra oficinas sobre cordel. Utilizando elementos da cultura popular escreveu Ressurreição do boi, Canto guerreiro, Meu bem-querer e os cordéis A briga de Zé Valente com a Leide Catapora, O Cordel: sua história, seus valores (com Marco Haurélio) e A luta de um cavaleiro contra o Bruxo Feiticeiro. Para a coleção Clássicos em Cordel (Nova Alexandria), adaptou O Corcunda de Notre-Dame, de Victor Hugo e Alice no País das Maravilhas em cordel.Nasceu em Água Branca, no sertão alagoano, e mora em São Paulo. É formado em Letras (Português-Inglês) pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), onde em 1977 trabalhou como bolsista da Funarte no Museu de Antropologia e Folclore Dr. Théo Brandão, dessa mesma universidade e conheceu as manifestações de cultura espontânea de seu povo. Além de suas atividades como professor de Português, dá orientações técnicas sobre o folclore e escreve poesia popular e literatura de cordel – muitas vezes, para ilustrar suas aulas.

SEVERINO HONORATO(1963)

Severino Honorato, também conhecido como Dom Severo, nascido de uma família de muitos Severinos em Mulungu, região da Caatinga, interior da Paraíba em 26 de janeiro de 1963, Severino Honorato, nosso Don Severo, tornou-se poeta, escritor de literatura infanto-juvenil, cordelista e palestrante, não por escolha, mas por necessidade pessoal. Segundo suas próprias palavras “ninguém faz História sem uma dose pessoal de sacrifício“, e por assim entender a vida, Severino caminha o caminho da Literatura Popular com humildade mas com a coragem que caracteriza o nordestino, homem forte que vence barreiras e dificuldades para divulgar sua arte.

SANDER LEE(1960)

Sanderli José da Silva, que escreve como Sander Lee (uma forma de brincar com os olhos puxados de oriental) nasceu na cidade de Itabaiana, Estado da Paraíba, terra do poeta popular Zé da Luz e do músico Sivuca, no dia 25 de janeiro de 1960. Filho de José Ferreira Silva e Arlinda Jandira da Silva. É bacharel em Biblioteconomia, pela UFPB, e estudante do curso de Direito, UFPB. É empregado público federal, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, desde 1985, onde exerceu as atividades de gerente de agências e gerente regional de vendas. É casado com a poetisa Luciene Soares, filha do poeta Severino Dias, e é pai de Piero Soares, Lorena Dias e Sander Brown, também poetas. Foi ator do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana - GETI, onde participou das montagens: "A peleja de Lampião com o Capeta", "O batalhão das sombras", "ABC de Zé da Luz o poeta do povão". É palestrante motivacional e já prestou serviços a empresas públicas e privadas, tratando de motivação nas vendas, endomarketing, estratégias competitivas, o segredo do sucesso e liderança. Sander Lee é um poeta da grande rede. A sua página no Recanto das Letras, http://www.recantodasletras.com.br/autores/sanderlee, disponibiliza para os internautas 1.176 textos, entre sonetos, cordéis, crônicas, pensamentos e homenagens, os quais receberam, até 28/08/2017, 50.174 leituras. É presidente da Associação Profissional de Bibliotecários da Paraíba, onde tem desenvolvido ações para o fortalecimento da classe e o respeito e cumprimento da Lei 12.244/10, que trata da universalização das bibliotecas escolares. Nessa liderança criou o Prêmio Jemima Marques, que identifica e reconhece os nomes das pessoas que trabalham em prol do acesso à leitura, livro, literatura e biblioteca. Como presidente da Academia de Cordel do Vale do Paraíba – ACVPB, instituição que foi criada por ocasião do sesquicentenário do poeta Leandro Gomes de Barros, considerado o pai da literatura de cordel no Brasil, tem desenvolvido atividades culturais, plenárias, saraus, mostras culturais, que desenvolvem o gosto pela literatura de cordel, entrelaçando esse segmento com a poesia contemporânea. O poeta, com o extremado zelo que tem pela riqueza do cordel, elaborou uma apostila de como construir um bom cordel, que a tem repassado aos poetas iniciantes, estudantes, pesquisadores e escolas. Em parceria com o SESC vem aplicando Oficinas de Cordel, treinamentos em que aponta a influência da Escola Leandro Gomes de Barros na poesia, nas letras, na música e na dança, além de ensinar a fazer um cordel dentro da estruturação de rimas e da metrificação exigidas para um folheto de excelência.Gosta de declamar poesias, em especial as de "linguagem matuta" e faz um trabalho voluntário junto aos colégios na disseminação da Literatura de Cordel.É coapresentador do Programa Alô Comunidade, na Rádio Tabajara AM, cujo cerne é divulgar o trabalho social prestado pelas rádios comunitárias. Considera-se cordelista virtual e como tal escreve no site Recanto das Letras. Na área de educação foi professor e superintendente de escolas bíblicas dominicais. Escreveu os seguintes cordéis: A Peleja de Fábio Mozart com Sander Lee e o Preço da Traição.

EXPEDITO SEBASTIÃO DA SILVA (1928 –1997)

Expedito Sebastião da Silva nasceu na terra de Padre Cícero, Juazeiro do Norte, Ceará, em 20 de janeiro de 1928, no dia de São Sebastião. Nesta terra tão devota, o poeta nasceu e viveu, até falecer no dia 8 de agosto de 1997. Carvalho (2008, p.70) relata que Expedito ficou órfão muito cedo e foi morar com uma tia que o registrou como filho. Começou a trabalhar, na década de 40, na Tipografia São Francisco de José Bernardo da Silva. Nesse sentido, além de poeta, foi tipógrafo e revisor da gráfica, tendo assumido, com a morte do seu proprietário, José Bernardo da Silva, a gerência da Tipografia São Francisco, reinaugurada na década de 70 como Literatura de Cordel José Bernardo da Silva e, posteriormente, como Lira Nordestina, permanecendo com esta denominação até os dias atuais. Viana [20–] descreve que o poeta tem origem camponesa, frequentando escola na qual concluiu a quarta série ginasial, sendo justamente nesse período escolar que Expedito deu os seus primeiros passos na literatura, escrevendo os seus primeiros poemas. Sua escrita despertou o interesse de José Bernardo da Silva, o grande editor de Juazeiro, possibilitando, assim, o seu ingresso na tipografia a convite do proprietário, que estava encantado com ele. De acordo com Carvalho (2008, p. 70), o fazer poético de Expedito, “surgia da inspiração natural e de uma vontade própria e auto didática na sua forma de escrever. Expedito usa da criatividade, transformando a poesia numa brincadeira de criança através de elementos da comédia e da sátira”. Seu primeiro folheto, intitulado “A moça que depois de morta dançou em São Paulo”, data de 1948. Nesse período, o poeta e xilógrafo Damásio Paulo da Silva incentivou o jovem Expedito a continuar produzindo (VIANA, [20—]). Com relação aos apoios e incentivos que Expedito obteve no início de sua carreira poética, Carvalho (2008, p. 70-71) acrescenta, relatando que: Segundo Expedito no início de sua formação ele teve um grande apoio do poeta Antonio Caetano de Palhares, que segundo ele foi um dos principais incentivadores na produção de uma verve poética na sua vida. Para Expedito, sua inserção no contexto da produção gráfica dos cordéis se deu pelo conhecimento que Antonio de Palhares tinha com José Bernardo da Silva que sempre encomendava e comprava os direitos autorais das histórias produzidas pelo poeta e que foi o responsável por apresentar o jovem poeta ao proprietário da Tipografia São Francisco. Cuidadoso com a rima e, principalmente, com a métrica, Expedito costumava revisar a obra de outros poetas que imprimiam seus folhetos na “Lira”. Chegou a receber elogios de Patativa do Assaré, que o comparou ao lendário João Martins de Athayde. Nas suas obras, Expedito expressa um universo social dividido entre o bem e o mal e, no contexto dessa dualidade, o poeta finca seus escritos no imaginário popular característico de uma memória de vida (CARVALHO, 2008). Viana [20–] menciona que, nos últimos anos de vida, o poeta mostrava-se triste com a decadência da literatura de cordel e da Lira Nordestina, empresa pela qual Expedito dedicou a sua vida. Ele foi parte dela, fez a sua história, contribuiu para erguer ainda mais os seus pilares desde a década de 40. Dentre as obras de sua autoria, destacamos entre elas: A bruxa da meia-noite ou o reino da maldição; Estória de Paulino e Madalena; A marcha dos cabeludos e os usos de hoje em dia; Calvário de uma mãe (ou o amor de Albertina); A opinião dos romeiros sobre a canonização do Pe. Cícero; As diabruras de Pedro Malazartes; Em defesa do Pe. Cícero – o apóstolo do Nordeste; História de São Pedro e o homem orgulhoso, entre outras.

MOACIR LAURENTINO(1945)

Moacir Cosme de Lima é o nome original de Moacir Laurentino, que nasceu no dia 13 fevereiro 1945 em Paulista, Estado da Paraíba. Passou a infância num sitio ,e com oito anos de idade, já trabalhava com o gado e participava das plantações .

Incentivado pelo o pai que cantava e fazia poesias, tendo mesmo livros de cordel, com nove anos, Moacir Já cantava repentes. Em sua infância, ainda teve oportunidade de ouvir os cantadores que utilizavam os temas tradicionais: temas bíblicos, históricos, geográficos, estes intimamente relacionados ao sertão, à natureza em geral. Com dezessete anos, Moacir mudou-se para Mossoró-RN, onde colocou um programa na Rádio Tapuio, “Retalhos do Nordeste”, fazendo dupla com um cantador famoso na época, Justo Amorim. A partir de 1966, fazendo muitas apresentações em festas em cidades vizinhas, passou a se dedicar, totalmente, à poesia e à música. De 1970 a 1974 manteve, em Limoeiro do Norte-CE,o programa “Viola e Violeiros” na Rádio Vale do Jaguaribe depois em Iguatu-CE, o programa “Trovas do Nordeste” na Rádio Iracema; em Afogados de Ingazeira-PE, na Rádio Pajeú, passou o ano de 1976, indo, em seguida, para Campina Grande-PB, onde está até hoje. A partir de 1975 começou a cantar com Sebastião da Silva e, no dia 1º de janeiro de 1978 os dois iniciaram um programa na Rádio Espinhares de Patos.

IVANILDO VILA NOVA (1945)

Nascido em Caruaru (PE), em 13 de outubro de 1945, Ivanildo Vila Nova cresceu acompanhando seu pai, o famoso cantador José Faustino Vila Nova, pelas noitadas de cantorias. Se a vida do repentista naquela época era extremamente espinhosa, para um menino, então, o sacrifício era extremo. Ao abraçar a Arte do Improviso, Ivanildo não queria apenas ser mais um no cenário da poesia. Era imperioso que o quadro existente fosse modificado para a sobrevivência da Cantoria. Antes de Ivanildo Vila Nova, a Cantoria era amadora, onde o compromisso era apenas com o divertimento, o lúdico, a boemia. Com ele, aconteceu a profissionalização, a elevação do cantador à categoria de artista. Os mais céticos apostavam que a cantoria, ao sair do sertão para ganhar espaço nos grandes centros, estaria fadada à extinção. Porém, com a ascensão de Ivanildo e dos cantadores de sua geração (Geraldo Amâncio, Moacir Laurentino, Sebastião Dias, Severino Ferreira e Sebastião da Silva, entre outros) abriu fronteiras. O trabalho dessa geração saiu do sertão para a cidade, saiu do Nordeste para outras regiões, chegando até a outros países. Tem início a carreira no ano de 1963, mas segundo o próprio Ivanildo, na verdade, começou no repente, em 1957. Seu pai, José Faustino Vilanova (1909-1968), foi um dos grandes do repente, contemporâneo de nomes como Pinto do Monteiro, os irmãos Batista (Dimas, Lourival e Otacílio), José Alves Sobrinho, Rogaciano Leite, Zé Vicente da Paraíba.

IPONAX VILA NOVA(1970)

Iponax Vila Nova , nasceu no dia 24 de Março de 1970, na cidade de Cajazeiras, no vale do rio Piranhas, no sertão paraibano. Conterrâneo do saudoso cantor e poeta Zé do Norte e Filho do Pernambucano Ivanildo Vila Nova, o maior dos repentistas contemporâneo e de Maria Lêda Borges. A poesia sempre fez parte da vida do garoto Iponax, que cresceu ouvindo o som da viola da 'Águia do Improviso', como é conhecido seu pai. A poesia e a viola de Ivanildo estava em todos os lugares da casa, e aos poucos foi despertando no menino o desejo de participar dessa disseminação da cultura popular. Foi ao terminar o curso superior que ele dedicou e deu inicio a carreira de declamador aos trinta anos de idade. Tal qual o pai, Iponax, tem formação acadêmica. Fez da poesia a régua e compasso no seu projeto de vida. Ainda muito jovem, levou sua arte para os mais distantes grotões do país, um verdadeiro ativista da cultura matuta, sempre presente e participando de festivais, seminários e cantorias de viola, como declamador ou jurado pelo nordeste afora, considerado um dos grandes nomes da poesia e da declamação dos nossos dias.

MANUEL APOLINÁRIO PEREIRA (-1955)

O poeta Manoel Apolinário Pereira, cujo acróstico é Manuel Apolinário, nasceu no Estado de Pernambuco e faleceu no ano de 1955, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará onde passou grande parte de sua vida. Manoel Apolinário foi um poeta popular de boa inspiração, que embora tenha se dedicado a gêneros variados, sobressaiu-se nos romances. Destacam-se entre eles dois, os quais foram relançados pela Editora Luzeiro: Horácio e Enedina entre o amor e o orgulho e O filho de Evangelista do Pavão Misterioso. Julita e Galdino foi também um dos cordéis, cuja temática é o romance, publicados por Manoel Apolinário, sendo editado por João José Silva.

ANTONIO ALVES DA SILVA (1928-2013)

Nasceu em Mata de São João - Bahia, no dia 07 de junho de 1928, e morreu aos 14 de agosto de 2013. Começou a escrever Literatura de Cordel aos 18 anos. Seus primeiros folhetos foram adquiridos por Rodolfo Coelho Cavalcante, poeta alagoano radicado em Salvador-BA. Antonio já morou na capital baiana e no Rio de Janeiro, onde trabalhou ao lado do lendário Mestre Azulão, seu melhor amigo no campo da poesia popular. Há mais de 40 anos reside em Feira de Santana-BA. Casado, era pai de seis filhos. Escreveu mais de 100 cordéis e já venceu cinco concursos do gênero, sendo três em Salvador, um em Feira de Santana, e o mais recente em São Paulo, no qual ganhou um computador completo. Todos os concursos foram vencidos em 1º lugar. Bibliografia básica: João Terrível e o dragão vermelho, Maria Besta Sabida, João Azarento na corte da rainha Maravilha, As palhaçadas de João Errado, Últimos dias de Antônio Conselheiro na Guerra de Canudos. Sua produção foi divulgada nacionalmente durante a passagem do poeta Marco Haurélio pela Luzeiro, entre os anos de 2005 e 2007.

JOÃO DAMASCENO NOBRE(1910)

nasceu a 6 de maio 1910, na Fazenda Bebedouro, distrito de Serraria, município de Inhambupe, estado da Bahia. Em 1917, acompanhando a família, foi trabalhar na lavoura cacaueira no mesmo estado em que nasceu. Em 1955, publicou seu primeiro folheto, As Aflições do Presente e as Glórias do Porvir. Editou pela extinta Editora Prelúdio, antecessora da Luzeiro, As Profecias do Boi Misterioso, A História do Perverso Barba Roxa e O Quengo de Pedro Malazarte no Fazendeiro.

JOAQUIM LUIZ SOBRINHO

Nasceu em Jatobá do Brejo, município de Belo Jardim, PE. Começou a vender folhetos de Literatura de Cordel na feira de Belo Jardim, ocasião em que escreveu a sua primeira obra, O Príncipe que trouxe a sina de morrer enforcado, conseguindo com ela muito sucesso. Dessa oportunidade em diante não parou mais de escrever. Muitos de seus folhetos ainda permanecem inéditos. Faleceu em idade bastante avançada. Bibliografia básica : História do menino dos bodinhos e a Princesa interesseira, O príncipe que Trouxe a sina de morrer enforcado, Os Martírios de uma Mãe ou A Desventura de um Filho Ingrato.

JOSÉ FAUSTINO VILA NOVA (1911-1969)

Nasceu em Caruaru, Pernambuco, a 30 de março de 1911 e morreu na mesma cidade, a 24 de abril de 1969. Cantador e poeta popular, pai do famoso repentista Ivanildo Vila Nova, seu forte eram as histórias de valentia.

Folhetos lançados pela Editora Luzeiro: O sertanejo Antônio Cobra Choca, Zé Mendonça, o Sertanejo Valente e O Nero do Amazonas.

JOÃO LOURENÇO

O poeta repentista João Lourenço da Silva nasceu em Pilar (PB), nas terras do Engenho Corredor, na mesma propriedade rural onde nasceu o grande romancista José Lins do Rego. Começou a cantar em 1977. Dedicou-se por sete anos ao coco e depois adotou a viola. Mudou-se para Pernambuco em 1984, quando começou a atuar em dupla com Rogério Menezes. Começou a carreira de repentista na zona rural e depois veio para a cidade com a intenção de se profissionalizar. A dupla João Lourenço e Rogério Menezes já ganhou mais de 50 congressos de violeiros em todo o Brasil. Atualmente João Lourenço reside em Caruaru/PE, onde faz dupla com o poeta Hipólito Moura. É considerado, pelos amantes da cantoria, como um dos melhores poetas cantadores do Nordeste. O poeta repentista João Lourenço da Silva nasceu em Pilar (PB), nas terras do Engenho Corredor, na mesma propriedade rural onde nasceu o grande romancista José Lins do Rego. Começou a cantar em 1977. Dedicou-se por sete anos ao coco e depois adotou a viola. Mudou-se para Pernambuco em 1984, quando começou a atuar em dupla com Rogério Menezes. Começou a carreira de repentista na zona rural e depois veio para a cidade com a intenção de se profissionalizar. A dupla João Lourenço e Rogério Menezes já ganhou mais de 50 congressos de violeiros em todo o Brasil. Atualmente João Lourenço reside em Caruarú-PE, onde faz dupla com o poeta Hipólito Moura. É considerado, pelos amantes da cantoria, como um dos melhores poetas cantadores do Nordeste.

ZEZÉ LULU (1916-1987)

Nasceu no dia 03 de dezembro de 1916 e morreu no dia 27 de outubro de 1987. No dia 03 de dezembro de 2016 foi realizada uma grande festa em homenagem aos 100 anos do repentista. O evento aconteceu no Sítio Serrinha, São José do Egito, local de nascimento de Zezé Lulu. O poeta repentista José Gomes do Amaral, o famoso Zezé Lulu, nasceu em 04 de dezembro de 1916, no Sítio Serrinha, distrito de São José do Egito - PE. Era filho de Luiz Ferreira Gomes e Maria José de Santana, ambos agricultores. Com apenas seis anos de idade, Zezé Lulu já assistia às noitadas de cantoria do poeta Antônio Marinho, seu tio por afinidade, quem mais tarde teria como referencial poético.

Luiz Ferreira, pai de Zezé, grande incentivador do filho, foi quem realizou o sonho do filho nas cordas da viola e no verso do repente. Zezé Lulu Iniciou sua carreira em 1940, participando em sua primeira cantoria na residência do Sr. José Bento, no Sítio Serrinha, lugar onde nasceu, cantando com o poeta Amaro Bernardino, também filho da região. Zezé realizou exatamente o que um verdadeiro poeta deve fazer em vida, imprimir sua alma em sua arte. Foi um dos grandes protagonistas dos espetáculos sertanejos: as cantorias de pé de parede, nos alpendres, nas salas, nas bodegas. Despediu-se da terra aos 70 anos, em 27 de outubro de 1987.

MANOEL DE ASSIS CAMPINA (1897-1952 )

Manoel de Assis Campina nasceu em Sergipe, no ano de 1897. Foi cantador, poeta cordelista e repentista. Autor de algumas obras como: Aventuras de Justino no reino de sete quartos; Aparecimento de Padre Cícero na Urucânia com o nome de Padre Antônio; A cheia de 48 e Discussão dum Fiscal com uma Fateira. Esta última já foi, muitas vezes, representada em círculos teatrais populares. Nesta obra, o autor ressignifica a raiva crescente da personagem com relação a um determinado fiscal do Estado. Nascido em 1897 em Sergipe e falecido em 1952, Manoel de Assis Campina foi um cantador, poeta cordelista e repentista. Autor de Aventuras de Justino no reino de sete quartos, Aparecimento de Padre Cícero na Urucânia com o nome de Padre Antônio e A cheia de 48, é também autor do “Discussão dum Fiscal com uma Fateira. Obra esta que já foi representada em círculos teatrais populares. Nesta obra, Campina demonstra uma raiva crescente na personagem da fateira sobre um fiscal. Como um agente do estado, o fiscal tenta de várias formas ter o pagamento da mulher mas o resultado termina de forma inesperada. A fateira, representando a raiva do povo pela imposição do estado, desafia o fiscal de modo corajoso. Vale muito a pena ler.

CHICO DE ASSIS (1956)

Filho de Francisco Paulo da Silva e Rita neves, Francisco de Assis Silva nasceu em 17 de outubro de 1956 na cidade de Ouro Velho, Paraíba. O universo poético sempre esteve presente na vida do Francisco de Assis desde a infância, pois os seus pais escreviam versos e estrofes que retratavam o cenário onde moravam, na cidade de Ouro Velho. Deste então, Francisco começou a desenvolver o dom e a prática de escrever poesias. Em 1976, quando se mudou para a cidade de Campina Grande, escrevia cartas para seus familiares em formas de versos, expressando a saudade que sentia da sua terra natal. Em 1978, o seu irmão Luís Paulo resolveu registrar todas as estrofes escritas por Francisco num caderno, formando o primeiro acervo de versos do poeta. Aos 22 anos, Francisco passou a ser conhecido como Chico de Assis, pois começou a escrever suas poesias com a intenção de publicá-las profissionalmente. Nesse período, ele conheceu o cordel através do romance “O Pavão Misterioso”, obra de José Camelo de Melo Rezende com mais de 90 anos. A partir do primeiro contato com o cordel aprimorou a leitura e aprofundou as suas produções no contexto da literatura popular. “Quanto mais eu me envolvia com a poesia, mais eu me aprofundava nas histórias dos meus cordéis”, afirmou o poeta. Para escrever as suas poesias, Francisco se inspira no sentimento da saudade que sente pela cidade de Ouro Velho. Segundo o poeta, seus primeiros versos foram surgindo devido às viagens que ele realizava em busca de trabalhos para oferecer uma qualidade de vida melhor para sua família. Com essa personalidade de viajante, Chico produziu os seus poemas e, até hoje, ainda continua a evidenciar o sentimento da saudade pelo cariri paraibano nos seus versos. O primeiro livro publicado foi publicado em 1984, chamado “Bom dia as coisas do mundo”. Em 1988, Chico de Assis firmou a sua carreira como cordelista em Campina Grande – PB. A sua família apoiou a iniciativa em disponibilizar para o mercado os seus cordéis e seus livros de poesia. Entre os seus trabalhos publicados também estão: “O pedaço do pão dela”, “Doutor Amatutado”, “O ‘Q‘ da minha história”, “Ideia de bicho”, “Sonho de paz” e “O baú da nega”. No cordel “Ideia de bicho”, cada página no cordel que Chico conta a história de algum animal, a poesia é acompanhada com uma ilustração e costuma ser lida pelo público infantil. Muitos contos escritos por Francisco surgem da experiência cotidiana e dos sonhos. “Minha criação vem daquilo que eu já vivi e do que costumo sonhar”, comentou o cordelista. Chico já recebeu homenagens na cidade de Ouro Velho, por sua autoria na criação da bandeira e do Hino da cidade. Além disso, chegou a ser condecorado pelos serviços prestados a cultura paraibana. No ano de 1984, Francisco de Assis participou de um concurso de poesia promovido pelo Serviço Social do Comércio (SESC), onde ganhou o primeiro lugar. Possui poemas na coletânea “Poética I”, em 2003, e no livro “Gotejar de Rimas” de Pedro Paulo da Silva, irmão de Chico e também escritor. Tem participação na coletânea “Poetas de Campina Grande” e é membro da Associação Campinense de Poetas e Escritores (ACPE). O poeta é sócio-fundador da Casa do Poeta Brasileiro (POEBRAS), seccional de Campina Grande – PB. Em 1986, participou do “Cadernos Literários”, nº 8, pela Edições Caravela. Em sua trajetória, o poeta construiu o Centro de Recreação e Atividade Infantil (CRAI), onde a sua esposa Suely Brasileiro e a equipe de professores trabalham com o ensino e a prática dos cordéis para as crianças. A escola foi fundada em 1999 e possui 15 anos de história. “O cordel deveria ser inserido nas escolas e devem trabalhados com bastante vigor nas aulas de literatura, pois é uma forma de valorizá-lo e trata-se de um trabalho que surgiu da cultura popular nordestina”, relata Francisco. Segundo Chico de Assis trabalhar apenas com o cordel é difícil. Logo, é necessário buscar atividades profissionais paralelas a sua produção de poesias. O repentista exerce atividades como eletricista, encanador e pedreiro, de onde ele retira o sustento da sua família e financia as publicações de seus cordéis e livros. Em seu novo trabalho: “Rima, Métrica e Conteúdo”, Chico apresenta uma produção crítica voltada para as práticas poéticas que saíram das escolas e o seu livro pretende proporcionar ensinamentos sobre as técnicas utilizadas para escrever um cordel. Para o escritor, esse trabalho constitui um manual para quem deseja produzir essa literatura popular e a publicação está prevista para o final de 2014, “o livro irá ajudar muitas pessoas que desejam escrever poesias, mas não sabe por onde começar”, comentou. Em suas visitas pelas escolas de Campina Grande – PB, já chegou a vender cerca de 100 cordéis em 40 minutos. Nas apresentações Chico de Assis declama e ensina para os jovens o que é uma quadra, uma trova, um quarteto, um terceto e um soneto nos textos poéticos. O repentista explica que a poesia, segundo o dicionário, é a arte de expressar o sentimento e a beleza através da palavra rimada.

Poesia: Beijando a fita da viola de "Preto Limão"

OTHONIEL MENEZES(1895-1969)

Nasceu em Natal-RN, no dia 10 de março de 1895, filho de João Felismino

de Melo e d. Maria Clementina Menezes de Melo. Estudou nos Colégios Diocesano Santo Antônio e Atheneu Norte-rio-grandense, tornando-se a partir daí autodidata. Era, porém, possuidor de vasta cultura literária, conhecedor de autores franceses, ingleses e portugueses. Serviu ao Exército como sargento, participando da perseguição à Coluna Prestes (Piauí, 1926). Foi jornalista, escrevendo para quase todos os jornais locais e de alguns municípios do interior; Promotor Público(interino) em Macau; funcionário da Secretaria Geral do Estado e do Instituto do Sal. Publicou quatro livros: Gérmen(1918), Jardim Tropical(1923), Sertão de Espinho e Flor

(1952) e A Canção da Montanha(1955), além de vários sonetos nos jornais em que colaborou. Deixou inéditos A Cidade Perdida e Desenho Animado. Produziu, também, o ensaio Ferreira Itajubá, o Drama da Vida de Província(1947). Sua popularidade deve-se, no entanto, sobretudo à composição da letra de “Praieira”.

Faleceu no Rio de Janeiro no dia 19 de abril de 1969, sendo sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

PRETO LIMÃO(1925-2016)

Emílio Leão Cavalcante, popularmente conhecido como Preto Limão, nasceu em Bom Conselho-PE, no ano de 1925 e morreu no dia 04 de junho de 2016, um dos personagens mais marcantes da cultura garanhuense e pernambucana, o artista e profeta tupiniquim Preto Limão, conhecido na cidade, num passado não tão distante, por suas emboladas, samba de coco, participação em programas de rádio e campanhas políticas, principalmente de Ivo Amaral, que sempre o prestigiou quando esteve no poder. Emílio Leão Cavalcante, o Preto Limão, nasceu em Bom Conselho, mas veio morar em Garanhuns ainda bastante jovem e tornou-se uma verdadeira lenda no município e região, graças aos seus programas na antiga Rádio Difusora, hoje Rádio Jornal.

JOÃO BENEDITO(1860-1943)

João Viana dos Santos, conhecido por “João Benedito”, nasceu em Esperança no ano de 1860 e faleceu na cidade de Remígio em 1943. Cantador e repentista residia na Rua do Boi (atual Av. Senador Epitácio) e trabalhava nas feiras livres da

região, sempre acompanhado de sua viola para qualquer ocasião. Era um moreno muito respeitado pela sua habilidade de criar versos e seu jeito irreverente. Diziam ainda que tinha boa memória e “peito fino”, que cantava e glosava abertamente.

O historiador, folclorista e antropólogo Luiz da Câmara Cascudo cita-o em seu livro “Vaqueiros e Cantadores”, e reproduz um desafio que o poeta popular manteve com Antônio Correia Bastos. Enquanto que o repentista Antônio Ferreira da Cruz chegou a colocá-lo em pé de igualdade com Joaquim Sem Fim, considerando-o um dos temíveis cantadores da sua época. Coutinho Filho por sua vez, relata em “Repentistas e Glosadores” que em palestras com Josué da Cruz a respeito dos

melhores poetas populares do seu tempo este colocou João Benedito entre os grandes, citando o mote que o velho repentista estabeleceu entre o homem e o tempo . Mesmo em idade avançada o cantador fazia suas rimas e brincava até com a sua condição, fazendo comparações de si com um jovem que lhe servia de companhia. Seus versos ainda ecoam nas feiras livres de Esperança, em conversas de botequim e nas palavras saudosistas de alguns esperancenses que o conheceram e reverenciam o seu nome como um dos mais importantes poetas populares da Paraíba.

CANHOTINHO(1912-1965)

Elísio Felix da Costa, mais conhecido por Canhotinho, é considerado um dos maiores repentistas de sua época. É um legítimo representante da cultura popular. Naturalidade: Taperoá – PB - Nascimento: 1912 / Falecimento: 05 de junho de 1965. Atividades artístico-culturais: Poeta e repentista. Embora canhoto, há relatos de que tocava viola com a mão direita também. Suas poesias eram pensadas e ditadas por ele para seu filho Antônio da Costa e o poeta as cantava de improviso. A obra poética de Canhotinho era marcada pelo sentimentalismo. Na composição dos seus versos, era um filósofo real, um fenômeno de pensador, um gênio sem letras, autêntico e puro como suas origens. Canhotinho viajou para cantar pelos estados do Nordeste sempre acompanhado de grandes nomes da música, como Pinto do Monteiro, Manoel Xudu, Otacílio Batista, Lourival Batista, Sebastião José, João Furiba, José Alves Sobrinho, entre outros. A poética do autor faz também alusão a temas religiosos. A linguagem expressa em seus versos não é absorvida com tanta facilidade. Deste modo, levanta questionamentos aos pesquisadores de sua obra pelo fato de ser iletrado. Alguns dos poucos poemas registrados do autor são “Inocência e Corrupção”, “Os Três Anjos”, “Veredas da Vida”, “Eu, Ela e a Padroeira”, “A Voz da Ilusão e a Ave-Maria” e “Martelo Agalopado”. O último faz evocação ao crepúsculo, combinado com uma série de reflexões poderosas sobre a vida, o esquecimento e a velhice. Essa melancolia e profundidade nos versos não é uma característica comum do repentista, o que singulariza ainda mais o talento de Canhotinho. Outras particularidades marcantes e louváveis do poeta analfabeto na caneta, mas dotado de conhecimento, eram a simplicidade e a humildade. Acompanhava qualquer cantador, não tinha vaidade nem boemia, apenas falava através dos versos sobre sua saudade, alegria e sua dor. Era um dos poetas mais requisitados para fazer cantorias. Existem poucos registros de Canhotinho disponíveis. Os únicos poemas e improvisações estão na “Antologia da Cantoria”, de Otacílio Batista e Francisco Linhares, de 1976. Nela, os autores frisam o contraste entre a ileteracidade e o estro poético do artista. Sendo negro, os temas racistas foram usados por seus adversários nos repentes e pelejas das quais participou. Foi chamado de Canhotinho porque era canhoto, mas existem relatos de que na cantoria ele tocava na viola dos dois lado, dando a entender que também era destro. Era poeta repentista, considerado um dos maiores cantadores da época, pelo fato de ser analfabeto, pobre e preto, essa última característica gerava um preconceito muito grande, perante a sociedade naquele tempo. Canhotinho viajou para cantar pelos Estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e praticamente em todo o Nordeste, sempre acompanhado de grandes nomes da cantoria, como Pinto do Monteiro, Manoel Xudu, Otacílio Batista, Lourival Batista, Sebastião José, João Furiba, José Alves Sobrinho, entre tantos outros.

VÂNIA FREITAS(1948)

Maria Vânia Freitas de Alencar Carvalho Frota, filha do poeta Alencar (1905-1959), nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1948. A arte pulsa em suas veias: é cordelista, trovadora, atriz, poetisa, artista plástica e, para além da arte, é também licenciada em Letras, especialista em Administração Pública e esposa do poeta cordelista Gerardo Carvalho (Pardal). Em 2005, a cordelista representou o Cecordel em 2005, no I Congresso Internacional de Literatura de Cordel em João Pessoa, Paraíba. Outros momentos importantes ocorreram em 2005 e 2007, quando Vânia Freitas representou a mesma entidade no Congresso Cearense de Folclore em Limoeiro do Norte, Ceará. A cordelista participou de eventos importantes no cenário literário, entre eles: o II Festival de Trovadores e Repentistas em Quixadá, Ceará e as Bienais Internacionais do Livro acontecidas, em 2006 e 2008, em Fortaleza, Ceará. Foi contemplada em 2007, com a estatueta de São Gonçalo no III Festival de Trovadores e Repentistas em Senador Pompeu, Ceará. No mesmo ano, ela recebeu também o I Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero na Cultura Popular Nordestina em João Pessoa, Paraíba. No tocante à temática abordada pela cordelista em seus versos, percebe-se que ela escreve em variados contextos, não se ancorando especificamente em uma única temática. Nesse sentido, sabendo-se que é comum na conteporaneidade nos depararmos com a narrativa de acontecimentos políticos, Ricarte (2009) relata que os fatos políticos abordados nos folhetos esbanjam sérias críticas a fatos, tais como corrupção, crimes e casos inusitados envolvendo políticos. A autora traz como exemplos deste tipo de cordel, três folhetos de Vânia Freitas, sendo eles: “Cuecão de dólares aperta a vida de cearense” e “A deputada que dançou porque dançou” e “No lamaçal do mensalão”, este último escrito por Vânia Freitas em parceria com Gerardo Pardal. Entre outras temáticas versejadas por Vânia Freitas, percebem-se: Folhetos educativos, com um viés memorialístico, e até mesmo de cunho religioso. Nesse contexto, é revelada a multiplicidade desta cordelista, isto é, desta artista nordestina.

ALLAN SALES CORDELISTA

Músico,Compositor e poeta. Natural do Crato-CE e radidcado no Recife-PE desde 1969.Dedica-se à música popular e à literatura de cordel e promove eventos poéticos musicais ecléticos na cidade do Recife. Também se dedica ao ensino de violão popular, sendo compositor de música instrumental em violão e viola sertaneja.

ANTÔNIO BAIXA FUNDA(1956)

Antônio Almeida, popularmente conhecido como Antônio dito Baixa Funda, nasceu em Viçosa-AL, no ano de 1956. Artista, xilógrafo, pintor e músico, participa de emboladas, como repentista popular. Sua produção artística aparece na obra ‘Xilogravuras Populares Alagoanas’, editada pelo Museu Théo Brandão. Seu ‘Soneto de um Enfermo Internado no Hospital Nossa Senhora da Conceição’, foi inserido na ‘Coletânea de Poetas Viçosenses’, organizada por João Leite Neto.

WILSON FREIRE(1959)

Wilson Freire de Lima nasceu em São José do Egito, Pernambuco, em 1959. Reside em Recife desde 1976. Médico, produtor cultural, poeta, cordelista, roteirista, cineasta e compositor. Artista de múltiplos talentos, Wilson Freire é nome bastante conhecido no cenário cultural de Pernambuco. Mudou-se ainda criança para a cidade pernambucana de Sertânia, que é considerada junto com sua terra natal uma das cidades de maior mobilização cultural do Sertão. Em Recife começou a militância artística junto ao Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco (MEIPE) participando de encontros e recitais.Seu livro Por que mãe Morena? foi um dos que obtiveram maior visibilidade na época e os martelos agalopados ganhavam vida na recitação do poeta. É um compositor refinado e tem como um dos seus parceiros o multiartista Antonio untitled (15)Carlos Nóbrega. Em 1996 sua composição Pancada do Ganzá”, que ganhou o Prêmio Sharp de melhor música e melhor CD na categoria regional, de 1996. A palavra continua sendo o fio condutor da obra desse poeta que a utiliza para fazer interfaces com as demais linguagens artísticas. Dentre seus livros destacam-se: Por que Mãe Morena? – poesias, 1979, Um Espaço de Ausência – poesias, 1983, Uma Festa no Céu – Literatura infantil, 2002, Retirando a Tarja Preta – 2002 , A única voz – Ficção – 2014. Como cordelista criou As Três Marias – Romance de Cordel, 2002, A Literatura de Cordel como Mensageira da Medicina Preventiva – ensaio, 2002, A Peleja do Velho Chico contra o Monstro da Destruição, 2002. Participou da coletânea Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco 1980/1988 (organizada por Francisco Espinhara) – Edição do Autor, 2000. Como roteirista e diretor tem em seu currículo Com a Mãe na Cabeça, Bastiões e A Fundação da Terra, além dos documentários Curuquê?, Dos mangues aos lixões, O Barro de Adão, A Pernalonga da História (Menção Honrosa Festival de Vídeo do Recife), Dor: Expressão e Superação, Miró: Preto, pobre, poeta e periférico (vencedor da Amostra Pernambucana de Vídeos do Cine PE – 2008), Feliciano espera a última sessão, vencedor do prêmio de melhor direção de arte do 1º Festival de Vídeo de Cascavel, PR.

ANTÔNIO CARNEIRO PORTELA (1950)

Nasceu em Coreaú, Ceará, a 15 de julho de 1950. Filho de Francisco Carneiro Portela e Tereza Bento Portela. Pesquisador, poeta, advogado, professor, contador, publicitário, radialista e músico. À frente do programa 'Nordeste Caboclo', Carneiro Portela é a voz da cultura cabocla, da essência da cultura nordestina. O apresentador teve que transpor barreiras para levar a cultura popular para a televisão. Ele se orgulha por ser o pioneiro a fazer um programa sertanejo. Formado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará, com licenciatura em Literatura e Língua Portuguesa. Membro fundador do Clube dos Poetas Cearenses, da Associação dos Escritores Profissionais do Estado do Ceará, da União Brasileira dos Trovadores. É sócio efetivo da Associação Cearense de Imprensa e da Associação Cearense de Jornalistas do Interior. Obras publicadas: “Poemas da Minha Terra”, “Tempos de Versos” (de parceria com Pádua Lima), “Mistério Trindático” (de parceria com Pádua Lima e Élder Ximenes), “Os Novos Poetas do Ceará” Vol. I, II e III, “Nova Poesia Cearense” (antologia), “Poesia Cearense de Hoje” (antologia), “O Poeta e a Noite”, “Canto de Busca”, “Cantos da Manhã Distante”, “Canção do Medo”, “Carneiro Portela” (antologia poética), “Poesia Cabocla” Vol. I, “Máximas, Adágios e Legendas de Caminhão”, “Balada para os Fantasmas” (poesia), “Poesia de Agora” (antologia), “Ceará Caboclo” (poesia matuta), “Antologia do Apelido”.”

FRANCISCO EGÍDIO(1944)

Francisco Egidio Aires Campos, nasceu em Juazeiro do Norte-CE, no dia 03 de março de 1944. Possui livros sobre peças teatrais, romances de aventuras, ficção e outras coisas. É filho de Francisco Aires Lobo e Maria Aires Campos.

É o quinto filho de uma família de nove irmãos, oito homens e uma única mulher.

Aos vinte e três anos foi morar no Estado do Pará, onde nasceram cinco dos meus dez filhos. Escrever poesia para Francisco Egídio é algo compulsivo, os versos brotam diuturnamente em sua mente.

JOÃO BATISTA DO NASCIMENTO FILHO (1914)

João Batista Filho, nasceu no dia 14 de agosto de 1914, em Valença-PI. Filho de João Batista do Nascimento E Joana Maria do Espírito Santo. João Batista dedicou-se à viola, levando para os amantes da cultura popular, o melhor da poesia. Foi um dos fundadores e presidente do Sindicato dos Cantadores, Poetas e Cordelistas do Estado do Piauí.

BEBÉ DE NATÉRCIO(1955)

Naturalidade: Itaporanga – PB - Nascimento: 15 de junho de 1955 - Atividades artístico-culturais: Músico, compositor, arranjador, maestro e cordelista. Composições: Choro; Ave Maria da Natureza; O Homem na Quarta Onda; Meu Peito Pra Você; Pátria Sem Nação; Sal da Saudade; Cantiga; Cantiga Pra Vida; Brechando a Lua; Vem Pra Cá; Do Mato; Bela Morena; Aboio em Sol Maior. Discos: O Canto de Itaporanga (1992); Do Mato (2004) Francisco Barbosa Sobrinho nasceu na cidade de Itaporanga, em 15 de junho de 1955. No entanto, seu pai trabalhava em Princesa Isabel e só veio conhecê-lo em janeiro de 1956. Até ser registrado o chamavam de Bebé de Natércio, apelido o qual ficou conhecido até hoje. Quando morava no Sítio São Bento, o Padre José Sinfônio de Assis Filho começou a observar sua desenvoltura em declamar poesias, então, incentivou a família de Bebé de Natércio a colocá-lo em uma escola particular. Apesar das dificuldades para ir ao colégio o compositor não desistiu, era curioso e gostava muito de estudar. Aos 14 anos, fez seu primeiro cordel que falava de um cachorro de feira. Suas inspirações vinham sempre de situações cotidianas, onde logo as datilografava e vendia por onde passasse. Na mesma idade, começou a se encantar pela música ao observar jovens ensaiarem na Filarmônica Cônego Manoel Firmino, criada pelo padre José Sinfônio em 1965, no Colégio Diocesano Dom João da Mata que, posteriormente, viria a ser Maestro da banda em Itaporanga. Em 1978, Bebé passou no vestibular de Música, entretanto, as adversidades da vida o fizeram desistir pouco tempo depois. Durante 14 anos ganhou a vida como professor de Literatura. O jogo de rimas, trocadilhos e o sentimento que as palavras transmitiam fez com que o rapaz se reaproximasse desse universo. Decidiu voltar a estudar Música quando passou no concurso público para o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) em João Pessoa, sendo transferido para Cajazeiras para coordenar a banda da instituição como Maestro Fundador. Nessa época aflorou seu talento adormecido, criando arranjos e composições, como o LP “O Canto de Itaporanga”, em 1992. Quando voltou para o IFPB em João Pessoa, passou a ser professor de Música da instituição. Em 2004 gravou o disco “Do Mato”, muito elogiado pela crítica. Como produtor cultural, já arranjou e produziu CDs de Bira Delgado, Chico de Pombal, Irah Caldeira, Daudeth Bandeira, Meire Lima, Oliveira de Panelas, Elpídio Ferreira, Xico Bizerra, Bob Laureano, Marcos Maia, Merlânio Maia, Magalhães e da Banda de Metais e Percussão do IFPB, entre outros. Em 2008, assumiu a Orquestra Nordestina Unha de Gato: Clarinete de 8 Baixos, o primeiro instrumento que aprendeu a tocar. Entretanto, por falta de apoio financeiro, o projeto cultural foi encerrado em 2012. Além de músico, Bebé de Natércio também é poeta cordelista, com 86 cordéis editados, pesquisador da cultura popular nordestina e pós-graduado em Gestão Pública pelo IFPB. É professor de música aposentado e se dedica a composições e arranjos em parceria com músicos e amigos de sua geração. Em 10 de março de 2016 seus amigos fizeram uma homenagem pelos seus 60 anos, ao som de suas principais músicas.

JOSENILDO LIMA - JOTA LIMA

Autor de 18 cordéis, dos quais 12 deles voltados para a popularização da ciência, o cordelista e servidor técnico administrativo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Josenildo Maria Lima, teve dois cordéis selecionados para compor o livro “Cordelistas Contemporâneos – Coletânea 2017”. O livro, publicado pela Editora Veloso e Nordestina Editora e organizado pelo poeta Zeca Pereira, reúne material literário de vários cordelistas de diversos cantos do Brasil. A coletânea contempla folhetos de poetas do Pará, Ceará, Bahia, Pernambuco, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Norte, Brasília, Tocantins, Alagoas, Piauí, São Paulo e Rio Grande do Sul. Cordelista em ascensão no mundo da literatura, Josenildo Lima, artisticamente conhecido como J. Lima, publicou dois cordéis na coletânea. Foram eles: “A história do filósofo Giordano Bruno e a Santa Inquisição”, e “O Cordel dos Números”. Com apoio da Fundação Nacional de Artes (Funarte), o livro produzido com mais de 500 páginas será lançado no dia 1º de junho, no Teatro Mamulengo, em Pernambuco. Em Campina Grande, a coletânea será lançada no dia 7 de junho, às 19h, no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), mais conhecido como Museu dos Três Pandeiros. Além de J.Lima, mais sete cordelistas da Paraíba estão presentes na coleção. São eles: Aderaldo Luciano, Anne Karolynne, Chico Mulungu, Pádua Gorrion, Sander Lee e F. Mozart, além de Tiago Monteiro. Josenildo Maria Lima é servidor do quadro técnico administrativo da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) e tem um amplo trabalho voltado para a literatura de cordel. Ele é Licenciado em Física, com especialização em Fundamentos da Educação e Práticas Pedagógicas Interdisciplinares, além de Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática, na área de concentração Ensino de Física, ambos realizados UEPB. Escreve folhetos da literatura de cordel com temas relacionados à ciência. A dissertação do seu mestrado teve como título “Literatura de Cordel e Ensino de Física: Uma Aproximação para a Popularização da Ciência”. Entre os cordéis que já escreveu destaques para “Ondas”, “Astronomia”, “Os segredos da Física”, “Eletricidade”, “A peleja de um físico antigo com um físico moderno”, “Calor e temperatura”, “Sistemas de medidas”, “Cinemática” e “UEPB 50 anos com você e ajudando a Paraíba a crescer”.

FRANCISCO AUSTERLIANO BANDEIRA DE MELLO(1936-2011)

O poeta, escritor e jornalista Francisco Austerliano Bandeira de Mello, nasceu no Recife-PE, no dia 24 de abril de 1936 e morreu no dia 07 de outubro de 2011. O poeta morreu vítima de um ataque de AVC no Hospital Santa Joana. Bandeirinha, como era conhecido, participou do projeto do Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon) e foi secretário de turismo, cultura e esportes”. Francisco Bandeira de Mello jamais foi conhecido como “Bandeirinha”, e assim era chamado pelos mais íntimos amigos e familiares. Escreveu Vicente do Rego Monteiro: “Queremos incluir entre os poetas da Escola do Recife, o nome do autor da “Máquina de Orfeu”, pequena máquina à retardement com percussão a distância e teleguiada. Francisco Bandeira de Mello que: ‘traz na bainha uma flecha de ouro,/ no brasão, em velhíssimo vermelho,/ um hierofante, uma moça nua”. Foi presidente da Empresa Pernambucana de Turismo e, depois, secretário de Turismo, Cultura e Esporte do Estado de Pernambuco. Em 1955: prêmio de Poesia do Estado de Pernambuco, com o livro “Pássaro Narciso”. Redator do Jornal do Comércio do Recife. Publicou, entre outros, o livro de poemas “A máquina de Orfeu”, “O Sol Amargo” e “Poemas Didáticos”. Era Membro da Academia Pernambucana de Letras.

MANUEL GALDINO BANDEIRA(1882-1955)

É avô dos também repentistas, Pedro Bandeira, Francisco, João e Daudeth Bandeira, filhos de uma de suas filhas, a poetisa Maria Bandeira de França. O poeta não era cajazeirense, mas considerava a cidade como sua terceira moradia, pois nela fizera muitos amigos, era conhecido e a tinha como uma oportunidade de se firmar entre os maiores repentistas do Nordeste. O lendário poeta tinha a feira livre de Cajazeiras , como ponto de referência para divulgação do seu trabalho, já que a mesma concentrava um grande número visitante advindos de boa parte das cidades do sertão nordestino. Cantador afamado, o velho Bandeira chegou até cantar para o Presidente Getúlio Vargas. As suas estrofes foram reproduzidas em diferentes livros sobre poesia popular, como por exemplo, o Dicionário Bio-bibliográfico de Repentistas e Poetas de Bancada, onde se encontra a estrofe com que iniciou uma peleja com Pinto do Monteiro. Manuel Bandeira nasceu em Patos, no ano de 1882, mas era radicado na vizinha cidade de São José de Piranhas, onde exercia as atividades de agricultor no Sitio Riacho da Boa Vista. Faleceu em 1955.

TÁRCIO COSTA

Em seus vinte anos de carreira atua na TV, teatro, música e literatura. Aprofundou-se na pesquisa da cultura popular mais precisamente a que diz respeito à literatura de cordel, trabalho esse que lhe rendeu reconhecimento internacional. Convidado a representar o Brasil na (Europalia) III Biennal de Artes Brasileiras de Bruxelas, promovido pela Casa do Livro de Saint gilles,em Bruxelas-Bélgica no mês de outubro de 2011, o artista apresentou sua obra inspirada na vida do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna denominada Ariano de Norte a Suassuna. Possui também, varias obras publicadas e premiadas nos principais concursos literários do território nacional. A poesia de folheto (Cordel), resultado da pesquisa da cultura popular realizada pelo artista, é apreciada por leitores assíduos em mais de seis países incluído os EUA. Suas obras lhe renderam o convite da difusão literária do SESI para a participação no projeto Literatura Viva no ano de 2011e 2012.No seu livro intitulado O cordãozinho (Nosso varal de sonhos) lançado em 2011, destaque para “Brincadeira de Criança” poema de cordel com tema focado na importância das brincadeiras populares, publicado também no mesmo ano nos livros: Eco Mirim 6, livro didático de língua portuguesa- 4 ano do ensino fundamental – autoria de Fernanda Covino, Editora Positivo e Livro de arte-1 ano- autoria de Claudia Carvalho Torres e Rodrigo Flávio de Melo Faleiro, Rede Pitágoras, Editora Educacional, ambos com distribuição em todo território nacional. Na música destaque para as quatro participações consecutivas no “Festival Viola de Todos os Cantos”, realizado anualmente pela EPTV (Retransmissora da Rede Globo de Televisão), festival esse que em 2012 comemora seus dez anos de existência apresentando dentre outras grandes atrações, o artista Tarcio Costa e suas intervenções poéticas. No universo da música infantil destaque para a composição Bate-Lata & Vira-Lata, selecionada para a elaboração do CD- Book denominado Canções para arteiros do Projeto Itaú Cultural 2009. Como dramaturgo participou de três importantes premiações no ano de 2009 voltadas ao público infantil: Prêmio CEPETIN, realizado pelo Centro de Pesquisas do Teatro infantil do Rio de Janeiro com o texto “O menino Machadinho”, (Obra inspirada na infância do escritor Machado de Assis), Considerado um dos dez melhores textos infantis produzidos no ano de 2009. Projeto de Obras Inéditas do SESI com o texto, direção musical e atuação em “Estrela de Papel”, (Obra inspirada no universo de Carlitos, personagem de Charlie Chaplin) Prêmio Cidade de Belo Horizonte com o texto “3001- Uma Odisseia no Meu Quarto.” Nas artes cênicas tarcio Costa assume também a coordenação do núcleo de teatro da empresa IESA e do espaço tarcio Costa de Teatro na cidade de Américo Brasiliense.

ZECA PEREIRA(1977)

Zeca Pereira, pseudônimo de José Pereira dos Anjos , filho de Cezário Pereira dos Anjos e Domingas Maria dos Anjos, nasceu em 12 de maio de1977, no povoado Ilha do Vítor, município de São Desidério-BA. Na década de 1980, migrou para Barreiras- Ba, onde reside até hoje. Em 1993, iniciou sua vida de folheteiro com uma lona pelo chão nas feiras livres, aos sábados, em Barreiras e, aos domingos, em São Desidério. Em 2002, editou o seu primeiro cordel intitulado: Os lamentos de um ancião no asilo. Apesar de alguns erros de métrica, aos poucos, foi aprendendo a desenvolver melhor os versos e hoje ministra palestras e oficinas de cordel. No ano de 2011, fez uma parceria com o poeta Flaviano Medeiros e juntos estiveram vendendo cordéis em cerca de 200 municípios nos estados: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Sergipe, Piauí, Maranhão, Ceará e Pernambuco. Em 2016, parou com as viagens para dedicar-se aos estudos e, neste mesmo período, fundou a Nordestina Editora, que vem editando cordelistas de todo o país. Zeca Pereira, em 2017, idealizou e organizou o livro: CORDELISTAS CONTEMPORÂNEOS (COLETÂNEA 2017), reunindo mais de 50 cordelistas das cinco regiões do Brasil, o livro foi uma obra custeada pelos próprios autores e editado com os selos da NORDESTINA EDITORA e EDITORA VELOSO. O poeta é membro da Academia Barreirense de Letras (ABL), tendo como patrono o cordelista Antônio Teodoro dos Santos (O poeta Garimpeiro). Zeca mantém, atualmente, um programa na rádio comunitária Nova FM (ZECA PEREIRA NA NOVA FM), em Barreiras. O programa é voltado para as músicas dos repentistas, aboiadores e emboladores, indo ao ar todos os sábados, das 18h às 20h. Com suas inquietações, já está com outro livro em andamento com o título: Além do cordel (Antologia Versátil), contando com a participação de 30 autores, além de uma coleção de cordéis de terror (A CABANA MALDITA), escrita pro vários autores, cujos primeiros folhetos já estão no prelo.

SANTANINHA(1827-)

Bráulio Tavares nos conta que Arievaldo e Stelio trazem a figura de Santaninha, pseudônimo de João Sant’Anna de Maria, nascido no ano de 1827. Poeta popular, recitador, rabequeiro, nascido em Touros (RN), criado em Fortaleza, e que teve uma parte importante de sua carreira poética no Rio de Janeiro. A pesquisa está no recém-lançado Santaninha – Um Poeta Popular na Capital do Império (Fortaleza: Editora IMEPH, 2017). Por ter publicado no Rio, e não no Nordeste, Santaninha foi sempre um nome obscuro. Os cronistas cariocas registravam sua atividade; os autores do livro citam numerosas menções a ele e aos seus versos na imprensa da época. Mas nenhum usa o termo “cordel”, nem parece atribuir maior importância ao “pequeno poeta”, como ele se auto-denominava. Por outro lado, a maioria dos pesquisadores de cordel devem ter feito o que eu fiz, quando me meti a estudar o assunto: procurava menções nos jornais, catálogos e almanaques das grandes capitais nordestinas, e não do Rio. E assim Santaninha não foi alcançado pelo radar. Santaninha não consta a data de sua morte, parece ter sido um tipo muito carismático, que cantava acompanhando-se de uma rabeca (que chamava de “Paraibinha”, “Sombrinha” ou “Profetinha”) e vendia folhetos, tanto pessoalmente quanto em pontos de venda fixos, no centro da cidade. Já no Rio de Janeiro, eis um anúncio típico de sua atividade (Gazeta de Notícias, 5 e 16 de junho de 1881):[Os folhetos] acham-se à venda na estação da estrada de ferro D. P. II, no quiosque do Luiz de Camões, no largo de São Francisco de Paula, na praça da Harmonia n. 31, no ponto das barcas, num quiosque em Botafogo, no ponto dos bondes e na rua do Resende n. 107.Os primeiros registros ao seu respeito estão em jornais de Fortaleza em 1873, quando ele é descrito como “bem conhecido e popular”. Nessa época, teria possivelmente cantado para José de Alencar, que estava em visita a sua terra pesquisando para o romance O Sertanejo. De 1881 em diante ele já aparece na imprensa carioca, anunciando vendas de livretos e até de partituras. O cantador e cordelista Crispiniano Neto observa em seu prefácio: [Santaninha] não tinha com quem trocar idéias sobre a Poética desse tipo de poesia do povo, pois estava deslocado no centro efervescente que partia da Serra do Teixeira e invadia o Pajeú, os Cariris e as Borboremas, forjando uma Escola Literária, a mais produtiva e mais variada de todas. Os autores reproduzem capa de um folheto de Santaninha, do acervo da Biblioteca Nacional, impresso pela Livraria Editora Quaresma. Os quatro poemas vêm transcritos integralmente na segunda parte do livro de Arievaldo e Stelio. São poemas em sextilhas, com todas as características que viriam a aparecer 10 ou 12 anos depois nos folhetos de Leandro Gomes de Barros. Há erros ocasionais de ortografia, de rima ou de métrica (que encontramos também em Leandro). Mas o perfil do Romanceiro está ali, inconfundível e inegável. Não se tem notícia certa do ano da morte do poeta, mas os autores supõem que ele teria morrido antes de 1888-1889. Sabe-se que ele manifestou (na imprensa do Rio) a intenção de voltar a sua terra natal, e não se tem notícia de obra sua sobre dois fatos como a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República, sobre os quais um “poeta repórter” como ele não teria deixado de se manifestar poeticamente.Aqui, um anúncio típico dos que ele fazia publicar na imprensa. É do jornal Monitor Campista (Campos dos Goytacazes-RJ, 4-9-1881):O pequeno poeta João Sant’Anna de Maria, que toca e canta excelente[sic] versos ao som de sua rabeca Sombrinha, faz tenção, no hoje 4 do corrente, [de] divertir [pela] segunda vez no Hotel da Coroa, por isso faz saber ao respeitável público desta cidade que o divertimento principiará às 4 horas da tarde, e cantará outras variedades. Espera, pois, a muito digna coadjuvação do muito hospitaleiro e ilustrado povo campista. Faz ciente mais que o divertimento será no jardim do mesmo Hotel: a entrada de cada pessoa será de 500 rs. Se não chover. Santaninha foi aquilo que se costuma dizer agora “o ponto fora da curva”, um exemplo que se desvia notavelmente do comportamento mediano dos demais exemplos. Escrevia seus poemas, fazia imprimi-los e os vendia pessoalmente, cantando-os em público. Arievaldo Vianna e Stelio Torquato afirmam que lhe dão o nome de “Precursor e não de ‘Pai da Literatura de Cordel’, que julgamos ter sido merecidamente associado à figura do bardo de Pombal”. De fato, Santaninha foi um agente isolado, embora, a partir de agora, nomes semelhantes ao seu possam surgir de novas pesquisas agora direcionadas para o ambiente de onde ele surgiu. O papel crucial de Leandro não foi apenas a escritura de folhetos (outros os escreveram antes dele), mas a ação constante e incansável que acabou deixando de ser apenas a iniciativa de um indivíduo, e sim um “processo de consagração da poesia popular como mercadoria rentável e altamente popular”. Santaninha criou a própria obra, mas Leandro criou, com sua tenacidade e seu exemplo, gerações inteiras de – olha que ironia num país como os nossos – poetas que viveram da própria poesia.

FABIÃO DAS QUEIMADAS (1848-1928)

Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha - 1848 Santa Cruz, RN - 1928 Santa Cruz, RN - Poeta. Tocador de rabeca. Cantador. Instrumentista. Foi escravo, mas conseguiu comprar a alforria. Comprou também a alforria da mãe e de uma sobrinha com quem se casou. Nasceu escravo da Fazenda do Coronel Zé Ferreira. Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha nasceu escravo, em 1850, na Fazenda Queimadas, do coronel José Ferreira da Rocha, no atual município de Lagoa de Velhos (RN). Começou a cantar durante os trabalhos na roça. Tornou-se tocador de rabeca, tendo adquirido seu instrumento aos 15 anos, com o apoio do dono, que permitia e incentivava que ele cantasse nas casas dos mais abastados da região e nas feiras. Conseguiu angariar algum dinheiro que, aos 28 anos, possibilitou comprar a sua alforria. Era analfabeto, mas criava versos, como o “Romance do boi da mão de pau”, com 48 estrofes. Suas composições apresentam traços dos romances herdados da idade média. Em 1923, Fabião das Queimadas já era conhecido e respeitado no estado, onde no início do período republicano manteve ligações com políticos da terra, emprestando seus talentos ao criar versos que serviam, ora para enaltecer os amigos poderosos, ora para denegrir seus adversários. Já suas apresentações em Natal, aparentemente eram raras ou restritas a residências de particulares que gostavam da prosa sertaneja. “A Republica”, de 19 de dezembro, em novo texto assinado por “Jacinto da Purificação”, trouxe uma extensa reportagem sobre o cantador, onde buscavam apresentá-lo a cidade; comentou como no passado Fabião havia conquistado sua liberdade, “que a fama de Fabião corria mundo”, mas ressaltou “que o seu estrelato alcançava aquele mundo que não ultrapassava as fronteiras da nossa terra”. Em 1923, a expectativa de vida dos mais pobres no Brasil mal chegava aos 60 anos. Fabião, então, com sessenta e dois anos, era considerado com “ótima lucidez, perfeita memória e bom timbre de voz”. Afirmou-se que era “verdadeiramente um desses milagres para os quais a ciência não encontra explicação”. Informaram que “aquilo que Fabião chama de sua obra”, certamente daria um volume com mais de 300 páginas. Algumas destas obras haviam sido criadas pelo cantador 55 anos antes, em 1868. Para recitá-los ou cantá-los, junto com sua inseparável rabeca, ele utilizava apenas sua privilegiada memória. Uma passagem interessante comentava que certa ocasião, um amigo mais chegado lhe perguntou como ele criava e guardava seus versos. Na sua simplicidade, o cantador disse que “quando eu quero tirar uma obra, me deito na rede de papo prá riba, magino, magino e quando acabo de maginar, está maginado pru resto da vida”. Chamou atenção do autor do texto como Fabião era um sertanejo dotado de uma imensa bondade, pois lembrava saudosamente do seu antigo senhor, José Ferreira. Em uma passagem, o autor conta uma história onde Fabião rebate uma crítica feita ao seu antigo amo, por não tê-lo mandado à escola quando jovem, ao que o cantador comentou; “meu senhor foi sempre homem de muito tino e ele bem sabia que se me tivesse mandado ler e escrever, quem o vendia era eu”. O final do texto de “Jacinto da Purificação”, deixa transparecer um certo receio de fracasso ante a apresentação do poeta, que estava “descolado do seu meio”. Colocava entretanto que, “qualquer que seja a sorte da prova que se vai suceder, Fabião para nós será sempre o velho genial”. A festa começou às dezoito horas do dia 24 de dezembro, uma segunda-feira. Um dos paraninfos era o então governador Antônio José de Souza, que estava presente. Desde cedo começou a afluir uma grande multidão, calculada em torno de 4.000 pessoas. Com um caráter estritamente familiar, a festa mudou o quadro da principal praça da cidade, uma área que normalmente, após as oito da noite ficava deserta. Neste dia estava “exuberantemente iluminada e cheia de vida”. O Doutor Varela Santiago, sempre acompanhado de Palmyra Wanderley e de outras organizadoras, seguiam entre as barracas, agradecendo a participação de todos. Várias barracas estavam pela praça, todas com nomes bíblicos como ”Betesda”, “Carfanaum”, “Jericó” e, apesar do caráter religioso das festividades, o local mais freqüentado foi à barraca chamada “Poço do Jacó”, por vender bebidas geladas, principalmente cerveja. Em locais distintos tocavam as bandas marciais da Polícia Militar e da guarnição do quartel federal, o 29º Batalhão de Caçadores. Havia várias atividades atléticas, como um torneio de “queda de braço” e um concorrido torneio de bilhar, onde se destacaram os jovens José Wanderley e Francisco Lopes, tendo este último sido o vencedor. Em um palco armado foram se apresentando os seresteiros, cantores e tocadores da cidade, todos amadores. Uma delas foi a “senhorinha” Edith Pegado, que chamou a atenção de todos por cantar uma cantiga “roceira” chamada “Sá Zabê do Pará”. Mas a atração principal era “Fabião das Queimadas”. Ao subir no palco com sua inseparável rabeca, o trovador foi entusiástica e longamente aplaudido e desenvolveu uma apresentação que foi classificada pela “A Republica” como “magnífica”, composta de “repentes” e “louvoures”, que fizeram o deleite do público natalense naquela noite. Uma coluna publicada cinco anos depois, por ocasião da morte de Fabião, mostra a repercussão que esta festa teve. Um articulista que assinava simplesmente “R.S.” escreveu que “Ainda estamos bem lembrados daquela noite em que promovendo-se nesta capital uma festa, Fabião das Queimadas improvisava chistosos versos, magníficos na sua rudeza e simplicidade”. O articulista recordava alguns destes versos, que foram dirigidos aos espectadores mais ilustres, como o governador Antonio de Souza, Henrique Castriciano, Varela Santiago, Palmyra Wanderley e Eloy de Souza. A este último, devido a sua herança negra, Fabião soltou uma quadra que terminava assim; “Se o sinhô num fosse rico, era de nossa famía”. Nos outros dias, poucas notas são divulgadas pela imprensa sobre a quermesse, fazendo esta festa cair logo no esquecimento. Contudo, ao observarmos os detalhes existentes na elaboração e desenrolar desta iniciativa, vemos que as mulheres potiguares, sob o comando com Palmyra Wanderley, conseguiram muito mais do que a nobre causa de angariar fundos para o hospital do Dr. Varela Santiago. Com uma só ação, Palmyra e as outras mulheres, muitas certamente sem nem ao menos perceber o que estavam fazendo, atingiam em cheio aspectos negativos que permeavam a sociedade potiguar da sua época. Quem busca conhecer com maior profundidade o pensamento da sociedade potiguar do final da década de 10 e início dos anos 20 do século passado, encontra fortes traços de preconceito contra a mulher, machismo, racismo e a pouca referência sobre as camadas populares e suas manifestações tradicionais. Evidente que não seria esta quermesse de Natal de 1923 que mudaria uma sociedade com arraigados e antigos valores, mas iniciativas como esta ajudavam a criar mudanças. Para Fabião, ao tocar na capital, não fez nada diferente do que estava acostumado a fazer nas casas e nas feiras dos povoados do sertão, e nem poderia ser de outra forma. Fabião cantou a sua idéia de Mundo, as coisas da sua terra, da sua gente, trazendo para Natal, através dos seus versos, o que ele conhecia do sertão e assim se perpetuando na nossa memória. Fabião das Queimadas morreu em 1928, aos sessenta e oito anos, de tétano, em uma pequena fazendola de sua propriedade, chamada “Riacho Fundo”, próximo a Serra da Arara e ao Rio Potengi, na atual cidade de Barcelona (RN). Começou a cantar por volta dos 10 anos, durante os trabalhos na roça. Era tocador de rabeca. Adquiriu seu instrumento aos 15 anos, com dinheiro do trabalho na roça. Começou a cantar na região, com a permissão e o incentivo de seu dono. Cantando nas casas\ de ricos, conseguiu comprar sua alforria. Analfabeto, compôs o "Romance do boi da mão de pau", com 48 estrofes. Foi registrado por Luís da Câmara Cascudo em seu livro "Vaqueiros e cantadores". Em 1999, por ocasião dos 400 anos da cidade de Natal, teve seu "Romance do boi da mão de pau" recriado por Ariano Suassuna e por Antônio Nóbrega e pela primeira vez gravado no CD "Nação potiguar". Suas composições apresentam traços dos romances herdados da idade média. Em 2006, foi apresentado programa especial sobre sua vida e sua obra, na TV Futura. Obra: Morte do boi da mão de pau (c/ Ariano Suassuna e Antônio Nóbrega) Romance do boi da mão de pau - Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira - http://www.dicionariompb.com.br/fabiao-das-queimadas.

JOSÉ ALVES DOS SANTOS (1946-1999)

José Alves dos Santos (conhecido como: Ribamar Alves) Nasceu na localidade Varjota munícipio de Timon – MA. Dia 17 de março de 1946 e morreu no dia 11 de março de 1999. Era filho de Manoel Ferreira de Sousa e Maria Alves dos Santos. Foi Poeta repentista (cantador) cancioneiro e cordelista, escreveu folhetos em cordel, poemas vaquejadas e canções, entre elas destacamos: “Casa no espaço, Se eu pudesse voar, Só você serve pra mim, Nosso amor nasceu assim, Ausente da liberdade, Porque você não me quer, Homenagem a minha viola, Vendo você.” Poemas e vaquejadas destacamos: “Recordando Airton Sena, Pai falecido, Recordando a minha terra, Da Televisão pra cá, Declaração de vaqueiro, Eu nasci pra ser vaqueiro, Vaqueiro sente saudade, Vida e luta de Nonato”. E muitas outras! Ribamar viveu exclusivamente da profissão de cantador. Casou-se, com Maria de Fátima e tiveram 07 filhos, são eles: Elizabeth, Daniel, Teresa, José Carlos, Andréia, Adriano e Valquíria. Foi morador no Bairro São Benedito na Cidade de Timon , rua 15, onde a viúva ainda reside. Deixou gravações em sua voz feita em fitas cassetes, masterizadas mais tarde para Cds, com baixa qualidade por ser gravações feitas em gravadores muito usados nas décadas de 80 e 90. Recebeu uma Homenagem em 2007, da Casa do Cantador de Teresina, com a gravação de alguns trabalhos seus, em Cd, cantado por alguns poetas companheiros. Em 2008, Daniel Aracacy, Presidente da Fundação Municipal de Cultura, realizou o primeiro encontro de cantadores na praça do bairro São Benedito, fazendo uma homenagem a Ribamar, também foi feito o lançamento do Cd pelo Doutor Pedro Mendes Ribeiro, Presidente da AVIPOP – Associação dos Violeiros e Poetas Populares do Piauí.

JOSÉ EDIMAR MENDES BARBOSA(1957)

Nasceu no dia 07 de junho de 1957 em Piripiri - PI. Sendo o 4º filho do casal Manoel Mendes Barbosa e Francisca Pereira Mendes. Desde os 06 anos de idade começou a ouvir os vendedores de folhetos de cordel nas feiras livres que vendiam e cantavam seus romances como era conhecidos. Também começou a fazer suas leituras passando a ser contador de histórias de Trancoso, e gostar de cantorias de viola. Escreveu seu 1º folheto em 1973 "Terra de Fuxiqueiros" baseado em história real e ficando de 1976 a 1997 sem participar de nenhuma cantoria e sem ler mais nenhum folheto, somente a partir de então despertou novamente. Passando a participar dos Festivais de Violeiros na região e das cantorias é colaborador do mini-festival que acontece todas as quintas feiras na Casa do Cantador em Teresina - PI. Atualmente vive da arte da cantoria de viola é repentista canta de improviso os mais variados estilos é escritor cordelista já escreveu vários folhetos de cordel, poemas e vaquejadas. Fundou com vários Poetas a ASPOPOT- Associação dos Poetas Populares de Timon e Região dos Cocais. Foi por dois mandatos Presidente da ASPOPOT.

FÁBIO SOMBRA (1965)

O poeta, cordelista, repentista, violeiro, músico, ilustrador e pesquisador de cultura popular, Fábio Sombra, nasceu no Rio de Janeiro em 1965 e assim se apresenta em seu blog: “Eu adoro escrever, pintar, desenhar, tocar viola e contar histórias. Gostaria que o dia tivesse umas 36 horas só para dar tempo de fazer todas essas coisas ao mesmo tempo…rs.” Sombra é membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) e ocupa a cadeira 03, dedicada ao poeta Firmino Teixeira do Amaral. Em suas obras infantos juvenis, aborda temas da cultura popular, tais como as folias de reis, desafios em versos e cantorias de viola. Seus livros A lenda do violeiro invejoso (2005) e Vladimir e o navio voador (2014) foram premiados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), com os selos de Altamente recomendável para o jovem. Seu primeiro romance foi intitulado A lenda do violeiro invejoso (ROCCO, 2005) e o primeiro CD foi Manheceu (KUARUP, 2007), onde apresentou suas composições em ritmos tradicionais: catiras, cirandas, batuques, pagodes e modas de viola. Conheceu a vida da roça na infância, quando passava férias na fazenda de uma tia-avó no interior de Minas Gerais, local onde saboreou famosas histórias e causos contados à noite, ao pé de um fogão de lenha. Certamente este foi um dos principais temperos para os causos do Sombra. Seduzido pela literatura infanto juvenil a partir de um convite para ilustrar a adaptação, de Patativa do Assaré, de Aladim e a lâmpada maravilhosa. Das recordações de infância, das várias disputas de violeiros assistidas, nascem suas histórias, muitas publicadas e premiadas.

MANOEL AZEVEDO (1962)

Manoel Azevedo nasceu em 08 de dezembro de 1962. Nordestino potiguar, nasceu na cidade de Santana do Mato, estado do Rio Grande do Norte. Além de poeta, é músico e professor lecionando aulas de línguas portuguesa e inglesa. Apaixonado pela arte desde sua infância, ele admirava e se encantava pela narrativa dos versos de cordel, ouvida pelo rádio ou nas feiras livres, onde se deleitava contemplando as estórias contadas pelos cordelistas. De acordo com Lima (2014), Manoel de Azevedo saiu aos nove anos de idade de sua terra natal, rumo à capital do Rio Grande do Norte, onde fez seus estudos básicos e despontou para a música, poesia e para o magistério. Ao longo de sua trajetória no universo artístico e educacional, Manoel de Azevedo recebeu vários prêmios e homenagens por sua dedicação à cultura popular, além de sua contribuição também para a educação. Foi contemplado também no Festival de Música Potiguar Brasileira 2011, ficando em 3º lugar, com a música Aurora na Serra de Santana, que remete à sua cidade natal. Esse festival foi promovido pela FM Universitária Lima (2014) afirma que Manoel de Azevedo é um exemplo pouco comum de artista versátil. Segundo o autor, essa versatilidade está relacionada ao próprio itinerário existencial do poeta Manoel que percorreu na vida, como estações principais, Santana do Matos, Natal, e Londres. Esse trajeto reflete profundamente a sua produção poética, ressalta Lima (2014). Dentro de seu contexto literário, Manoel parece explorar suas obras em três estações, a saber: a primeira delas por influência de sua cidade natal, Santana do Matos, período em que o poeta remonta ao sertão, ressignificando suas lembranças. Posteriormente, ele penetra no universo do novo convívio, a cidade de Natal, no qual Lima (2014) intitula, um novo amor, uma nova musa, a cidade de Natal, retratando suas paisagens lírica, física, humana. E, a terceira estação, em que o poeta desabrocha-se em poemas de feição erudita, alguns escritos em inglês como Ode to Vivaldi e outros de alma inglesa, Liverpooliana, como Lennon in the sky with diamonds. Mergullhou no universo dos cordéis no ano de 2000, ano em que Manoel Azevedo fez o seu primeiro cordel intitulado: O Misto, no Projeto Chico Traíra. Entre as suas produções mais recentes está o cordel intitulado: A Tragédia do Nyenburg (Episódio dos Tempos Coloniais no Rio Grande do Norte), lançado pela Editora Luzeiro. Neste, o poeta descreve em linguagem de cordel uma tragédia marítima ocorrida com um navio holandês, em 1763. Manoel de Azevedo narra a desventura do NYENBURG.

CIRO FERNANDES(1942)

Nasceu em Uiraúna - PB , no dia 31 de janeiro de 1942. Escritor, poeta, gravurista e pintor. Desenhista e gravador, começou no mundo do desenho quando ainda era criança. Como muitos nordestinos da época, Ciro se mudou para São Paulo aos 17 anos de idade, onde foi operário e desenhista de bois nos açougues da zona leste da cidade. Mudou-se depois para o Rio de Janeiro e na feira de São Cristovão, importante reduto da cultura nordestina na capital fluminense, começou a fazer xilogravuras gratuitas para os poetas de cordel. Chegou a trabalhar com José Altino de João Pessoa, com quem aperfeiçoou sua técnica da xilogravura. Mestre Zé Altino, de João Pessoa, re-ensinou-lhe os segredos da xilogravura que, no Nordeste, é feita em casca de cajá e imburana, pequena árvore da caatinga, preferida pelos artistas por causa de sua constituição mole, facilmente domesticável pelo cinzel do criador. Frequentou ainda o atelier de Augusto Rodrigues, o de litogravura no Parque Lage com Edgar e gravura em metal com Rossine e Lena Bergstein no MAM (Museu de Arte Moderna).Foi ilustrador do Jornal do Brasil e fez modelo vivo com o pintor Bandeira de Melo. Fez pintura, desenho e xilogravura, inclusive capas de livros para Orígenes Lessa, Raquel de Queiroz, Ana Maria Machado, Gilberto Freire etc. Participou de muitas exposições como o Salão Carioca de Arte, Salão Nacional de Artes Plásticas além de exposições na Suíça, Alemanha, Dinamarca e Brasil. Suas obras estão diretamente ligadas ao mundo da literatura de cordel, as crenças e costumes nordestinos. Seus trabalhos encontra-se no acervo da Casa da Gravura de Curitiba e Museu Nacional de Belas Artes. Walmir Ayala em 1983, sintetizou a obra de Ciro por ocasião de uma exposição de pinturas: “O que eu não poderia imaginar é que, além do xilogravador dos melhores de sua geração, houvesse nele ainda um pintor. Um pintor de um expressionismo dramático, cortando as figuras num entintamento apaixonado, como se cortasse os perfis em madeira. Uma relação entre o xilogravador e o pintor? Certamente – e isto reforça em termos de íntima coerência, a produção deste artista vigoroso e determinado, que equilibra o suor diário, do ofício, com a percepção iluminada. Acrescente-se à isso, que Ciro Fernandes realiza o retrato da vida brasileira.” Ilustrou os livros “O menino que virou escritor” (sobre a infância de José Lins do Rego), de Ana Maria Machado, e “Romances de cordel”, de Ferreira Gullar, entre outros. Foi menino de engenho, pois o Sítio Canadá, onde nasceu, foi banguê de dar cana, rapadura e melado. Lá, nas mãos do seu tio Zuza, reconhecido por Lampião, e nos dedos ágeis do instrumentista Chico de Marocas, aprendeu o trabalho artesanal. Ex-operário (foi soldador em São Paulo) e pintor de bois nas paredes dos açougues na Zona Leste. Começou sua carreira pintando preços em cartazes de lojas no Rio. Foi daí que passou para a Ducal, porta de acesso à publicidade, que o fez layoutman e diretor de arte de três agências. Escreveu poemas, que ilustrou, resultando o livro “A rua”, com temática urbano-carioca.

FÁBIO MOZART(1955)

Fábio Mozart Costa, nasceu em Timbaúba – PE, no dia 25 de outubro de 1955, radicado na Paraíba desde a década de 1960. Filho de Arnaud Costa e Iraci Marinho Costa. Os seus títulos dos cordéis são: A Peleja de Fábio Mozart com Sander Lee na Feira de Itabaiana, A Chegada de Bob Motta no Céu , O Sebo Cultural. Biu Pacatuba e tantos outros. É escritor, poeta, diretor teatral, cordelista, dramaturgo, jornalista e radialista. Fábio Mozart desde cedo transita por várias artes. Um de seus maiores destaques ficou no jornalismo, fundando em 1970, época de ditadura militar, o “Jornal Alvorada” em Itabaiana, com o slogan: “Aqui vendem-se espaço, não ideias”. Depois de prisões e processos por contestar o status quo vigente no Regime de exceção, ainda fundou os jornais “Folha de Sapé”, “O Monitor Maçônico” e “Tribuna do Vale”, este último que circulou em 12 cidades do Vale do Paraíba. Ainda no jornalismo, colaborou no Timbaúba Jornal, A Folha (Itabaiana), Alquimia do Verbo, Umari Notícias, Força de Expressão (Sapé), Itabaiana Hoje e ainda fez parte da equipe de jornalismo do Portal “Conhecendo a Paraíba”, na Internet. Fábio também trabalhou como tipógrafo na Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz, em Itabaiana. Foi diretor de imprensa do Sindicato dos Ferroviários e repórter do jornal O Norte na década de 1970, indicado pelo jornalista Cecílio Batista, também itabaianense. A partir daí, o jornalista continuou publicando crônicas e comentários esporadicamente em jornais e revistas, versando sobre arte, fatos locais, apreciação histórica, sociológica ou mera composição literária. Mas nem só de jornalismo se constrói a trajetória de Fábio Mozart, mas de teatro e rádio também. No teatro, fundou o Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana (GETI) e o Coletivo Dramático de Mari – CODRAMA, além de ter escrito várias peças teatrais. Dentre elas: “A Peleja de Lampião com o Capeta” (1° Lugar no Concurso CONHEÇA A PARAÍBA, do antigo MOBRAL), “O Batalhão das Sombras”, “Vozes da Vida e da Morte”, “A Federal Tragédia da Novela das Oito” e “Cantiga de Ninar na Rua”, esta última premiada pela UNICEF e reconhecida como espetáculo didático de alto nível pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente da Paraíba, tendo alcançado o recorde de apresentações ininterruptas durante sete anos neste Estado. Como radialista, foi um dos pioneiros da radiofonia itabaianense, tendo atuado no setor de jornalismo da extinta Rádio Difusora Nazaré, uma das primeiras experiências radiofônicas na terra de Zé da Luz. E ainda fundou a Rádio Comunitária Araçá, de Mari (1998), a Rádio Comunitária Vale do Paraíba em Itabaiana (2004) e a Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, em João Pessoa (2005). Além de ser membro da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Estado da Paraíba – ABRAÇO-PB. Também é autor de várias publicações como: “Liras Desvairadas” de 1985 e “Pátria Amada” de 1998, ambos livros de poemas; “Democracia no Ar”, que conta as histórias da luta pela radiodifusão comunitária na Paraíba, de 2004; “Manoel Xudu, o Príncipe dos Poetas Repentistas”, de 2006; “História de Itabaiana em versos e algumas crônicas ‘reais’”, de 2007; e “Biu Pacatuba um herói do nosso tempo”, de 2010. Neste último, Fábio conta a história de Severino Barbosa, primeiro presidente das Ligas Camponesas em Sapé. Pacatuba foi vítima da ditadura militar, sofrendo prisões e perseguições pelo Regime Militar. O trabalho recebeu o Prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel, patrocinado pelo Ministério da Cultura. O rádio-telegrafista aposentado, militante do movimento de rádios livres e comunitárias, dramaturgo e diretor teatral atualmente escreve continuamente poesias, crônicas, textos de humor, haicais e mais gêneros para sua página no Recanto das Letras, além de atuar como apresentador do programa “Alô, Comunidade!” da Rádio Tabajara, que está no ar há mais de 6 anos. Também mantém um blog sempre atualizado, o Toca do Leão.

ANTÔNIO COSTTA (1972)

Antônio Costa é natural da cidade de Pilar – PB e nasceu no dia 24 de abril de 1972. Possui as seguintes obras: Um Juntador de Palavras (2003), Poesia Nordestina (2004), Coletânea Poética (2009), Chuva de Poesias (2011), Lira dos Quarenta Anos (2012), Poesia Cristã (2014), O Poder do Amor (2014), A Moça do Coreto (2015), Poesia Comentada (2015), Poesia Reunida (2016), 30 Sonetos de Amor e Outros Poemas Sentimentais (2016), No Chão da Memória (2016), Sonetos (2016) e Trovas e Pensamentos (2016). Antônio da Costa Silva, ou simplesmente Antônio Costta, nasceu no Sitio Chã de Areia, em Pilar. O poeta é filho do agricultor Severino Honorato da Silva e da dona de casa Maria José da Costa Silva. No Sítio Chã de Areia aprendeu as primeiras letras com a professora “Dona Antônia Matos”, lembrada em alguns de suas obras. Ainda na infância, o seu interesse pela arte era visível nos traços de seus desenhos. Em 1986, Antônio Costta cursava a sétima série do 1º grau, no Colégio Estadual José Lins do Rego em Pilar, quando uma furiosa enchente do Rio Paraíba arrancou a ponte que ligava a zona rural à sede do município, impossibilitando-o assim a continuar seus estudos na sua cidade, tendo que ser transferido junto com seu irmão Evando, mais velho, para estudar na cidade vizinha de Itabaiana. Em Itabaiana concluiu o segundo grau no Colégio Estadual de 1º e 2º graus Dr. Antônio Batista Santiago, em 1990. No município, não seria mais o desenhista que chamaria a atenção de seus colegas, mas o seu grande interesse pela literatura brasileira. Antônio Costta escreveu seus primeiros poemas e publicou no jornal A FOLHA, da cidade. O poeta começou uma carreira política em 1992, quando foi eleito vereador por sua terra natal e reeleito em 1996. Em 1993, Antônio Costta se converteu ao cristianismo na Igreja Evangélica Cristã de Pilar, fato que marca profundamente a sua poesia. Em 1995 casa-se com a pilarense Francileide de Sousa Dias, que faleceu em 1997, deixando como fruto dessa união (com apenas dois meses de nascida) sua filha Alana Dias da Costa. Em 1999, casou com a Itabaianense Ivoneide Altino Silva de cuja união nasceria Letícia Pillar Altino Costa e Antônio da Costa Silva Júnior.No ano de 2000, o poeta deu um tempo na carreira política, dedicando-se mais ao trabalho, à família, a Deus e à poesia. Em 2001, fixou residência na cidade de Itabaiana, onde mantém uma escola de cursos profissionalizantes. Mais tarde, exerceu no município o cargo de Secretário Adjunto de Cultura, entre o período de 2009 a 2012.Em maio de 2012, Antônio Costta recebeu o Título de Cidadão Itabaianense, concedido pela Câmara Municipal, e tornou-se presbítero da Igreja Assembleia de Deus.O poeta Antônio Costta é autor da letra do Hino Oficial de Pilar, de dois CDs de poesias recitadas e de quatorze livros de poemas. O primeiro livro publicado foi “Um Juntador de Palavras”, em 2003. Logo depois, Poesia Nordestina (2004) e Poesia Cristã (2014), com poemas que glorificam a Deus. A antologia poética, intitulada “O Poder do Amor”, está sendo preparada por Costta em parceria com quatros poetas estrangeiros: Maria Petronilho (Portugal), Alma Velazquez de la Mora (México), Cristino Vidal Benavente (Espanha) e Teresa Ovejero de Vinciguerra (Argentina). Costta também está preparando outro livro de crônicas e poesias, sobre a sua terra natal, intitulado “Pilar em Prosa e Verso”. O poeta Antônio Costta participa de vários fóruns literários em língua portuguesa e espanhola, através da internet, a exemplo do “Poesia Pura”, “Poetas do Amor e da Paz” e “Recanto das Letras”. Em 2015, teve seu poema “Verde que te quero verde” selecionado no concurso nacional de poesia “Prêmio Sarau Brasil 2015” e o soneto “Viver é Amar” também classificado em outro concurso nacional o “Prêmio Poetise 2016″, ambos organizados pela Editora Vivara.Seu trabalho é reconhecido por vários escritores e jornalistas nacionais internacionais. Antônio Costta em fevereiro de 2015 tornou-se membro daAcademia de Cordel do Vale do Paraíba.

JOSÉ FRANCISCO DAS CHAGAS(1924-2014)

José Francisco das Chagas, nasceu em Piancó – PB, no dia 29 de outubro de 1924 e morreu no dia 13 de maio de 2014. Suas obras publicadas: Canção da Expectativa; Canhões do Silêncio; Os Telhados, Azulejos do Tempo; Apanhados do Chão, Maré – Memória” e Colégio do Vento (soneto).José Francisco das Chagas começou a trabalhar na agricultura ainda um menino, ajudando o pai. Passou a frequentar a escola na adolescência, iniciando o 2º grau em Teresina (PI), e concluiu em São Luís.Chagas viveu toda sua juventude na cidade de Pedreiras, um município brasileiro do Estado do Maranhão, porém mudou-se para São Luiz do Maranhão, em 1948, e criou um vínculo tão forte com a cidade, tornando-a fonte inesgotável de inspiração para a escrita de seus textos. O interesse em escrever versos abrigou forte influência dos repentistas e violeiros da época. Ao longo de sua trajetória intelectual, conquistou o reconhecimento através de uma extensa bibliografia em poesia e prosa, e pela incansável colaboração de décadas como cronista de diversos jornais maranhenses. Estreou como escritor aos 31 anos, com a publicação de “Canção da Expectativa” pela Tipografia São José, em 1955. É autor de muitos livros de poesia, possuindo uma vasta bibliografia. Dentre suas principais obras destacam-se: “Canhões do Silêncio; Os Telhados, Azulejos do Tempo; Apanhados do Chão e Maré – Memória”. O escritor tornou-se membro da Academia Maranhense de Letras. No conjunto da obra de José Chagas, a coletânea de sonetos Colégio do Vento, lançada em 1974. Destaca-se por resgatar as lembranças da origem pobre no interior da Paraíba, quando o menino acompanhava o pai à lavoura e tinha de conciliar a dureza da realidade com as fantasias e sonhos da poesia. Em 1994, José Chagas foi enredo da Escola Favela do Samba, que utilizou uma das obras do escritor “Os Canhões do Silêncio”, para desfilar no carnaval. Em outubro de 2013, Chagas foi homenageado pela Academia Maranhense de Letras (AML), onde ocupava a cadeira de número 28. No dia em que completou 89 anos (2013), a AML presenteou o autor com a reedição do livro ‘Colégio do Vento’. Na ocasião, escritores da Academia se reuniram na casa de José Chagas para celebrar o aniversário do escritor e entregar a reedição do livro de sonetos. Em dezembro de 2014 ele recebeu outra homenagem. Desta vez, poemas seus foram musicados e viraram canções gravadas por cantores maranhenses e nomes importantes da MPB, no disco “A Palavra Acesa de José Chagas”. O disco uma verdadeira obra-prima é de autoria de Zeca Baleiro e do poeta Celso Borges que, entusiasmados com a poesia de Chagas, chamaram músicos e cantores para transformar 14 de seus poemas em canções. O resultado foi um trabalho belíssimo que coloca em evidência o talento do paraibano/maranhense. Dois poemas de Chagas já haviam ganhado versão musical nos anos de 1970: “A Palafita” e “Palavra Acesa”, feitas pelo grupo Quinteto Violado, essa última ficou conhecida quando tocou na novela Global “Renascer”, em 1993. E foi o tema do personagem Tião Galinha. Sua preocupação social lhe rendeu a representação popular como vereador em São Luís e significativa contribuição no ofício de jornalista. Chagas era um dos principais cronistas dos jornais impressos do estado. José Chagas veio a óbito em São Luís do Maranhão, vítima de complicações de um acidente vascular cerebral – AVC. Vários literatos, artistas, professores e intelectuais maranhenses foram dar o último adeus a José Chagas na AML.

EDNO PAULINO DE LUNA(1982)

Naturalidade: João Pessoa – PB. Nascimento: 19 de dezembro de 1982. Atividades artístico-culturais: Músico, cantor, compositor, cordelista e xilógrafo. Formação: Capacitação de Professores em Tecnologia Assistiva, Licenciatura Plena em Geografia, pela Universidade Estadual da Paraíba (2008) e Especialização em Geografia e território: planejamento urbano, rural e ambiental (UEPB). Edno Paulino de Luna nasceu na capital paraibana, mas vive no município de Sobrado (localizado na microrregião de Sapé). Especializado em geografia, e atuando principalmente nos seguintes temas: território, campo, questão agrária, meio ambiente e sustentabilidade. Também tem uma veia artística muito presente na sua vida. Edno trabalha em diversos segmentos da arte, e tem a música como um dos seus hobbys. E surgiu no meio familiar, através de uma tia que o incentivou a tocar violão, e depois criou um grupo musical o “Baião da Viola”. O artista é reconhecido como um dos compositores da nova geração, e ficou em segundo lugar no Forró Fest 2014, no município de Sapé, com a música de sua autoria “Utopia Nordestina”. Edno Paulino defendeu a cidade de Sobrado na 4ª eliminatória, realizada na cidade de Itabaiana, no dia 24 de maio de 2014. Ainda em 2014, Edno Paulino ficou em segundo lugar com a sua composição “A tapera abandonada” no Sapé Fest, evento que aconteceu no dia 21 de junho, e que foi inserido na programação do São João 2014, do município. O artista tem sido exemplo para os jovens da sua localidade. A sua persistência e determinação; além do seu talento incontestável tem sido referências na sua vida profissional e artística. Edno atualmente canta junto com um grupo de amigos, numa banda formada por eles, a “Banda Rock Rota 80”, que apresenta no repertorio: flashback, hits românticos, dançantes, e sucessos que marcaram a década. A literatura de cordel e a poesia surgiram na vida de Edno Paulino segundo ele, através da cultura local e suas histórias vivenciadas. O artista por ser diversificado nas atividades artísticas começou a se destacar na sua comunidade. Edno também é professor de geografia no município de Sobrado, e xilógrafo, e também trabalha com pesquisas e mapeamentos culturais na sua cidade, e tem a pretensão de criar uma Organização não Governamental (ONG), com o objetivo de preservar a cultura local. Com muita dedicação consegue conciliar todas estas atividades com a música. Edno Paulino realiza apresentações voz e violão, e juntamente com a sua banda, na cidade de Sobrado e nos municípios circunvizinhos.

ARMANDO FERNANDES COSTA

Naturalidade: Santa Rita – PB. Atividades artístico-culturais: Poeta, cordelista e declamador. Premiação: 5° colocado do Concurso Novos Escritores da FUNJOPE Títulos: Amar, Frase de Conforto, A mais Pura Verdade, O homem que quis ir ao inferno, Os homens paqueradores, Mentiras da internet, Um dia de travessuras, O meu velho carro, Peleja de Manoel do Riachão e o anjo mensageiro, Amor, Perda, Crepúsculo, Criador, Lágrimas, Uma viagem a Pombal 1° parte, Mulher, Infância, e Solidão, entre outros. Armando Fernandes Costa reside na cidade de João Pessoa (PB). O cordelista além de exercer a sua arte é também agente de saúde em Várzea Nova, pertencente ao município de Santa Rita. Ele aproveita as horas vagas para se deleitar no mundo da poesia. O artista em seus poemas assina como Armando Costa, ou Nando Fernandes. A declamação é uma das paixões do poeta. É adepto aos versos simples e improvisados, e expõe suas obras em eventos culturais. Em 2008, apresentou seus cordéis no concurso “Novos Escritos da FUNJOPE “(Fundação Municipal de Cultura), no Circuito Cultural das Praças. O poeta aborda em suas poesias situações do cotidiano, relacionamentos amorosos, entre outros temas. O artista se inspira nos seus sentimentos para escrever suas rimas. No meio artístico da capital paraibana, Armando Costa é conhecido como “Máquina de decorar verso”.

BRÁULIO TAVARES(1950)

Naturalidade: Campina Grande – PB. Radicado no Rio de Janeiro, desde o ano de 1982. Nascimento: 1950. Atividades artístico-culturais: Compositor, poeta, letrista, pesquisador de ficção científica e literatura fantástica, escritor, tradutor, colunista de jornal e escreve roteiro para shows, cinema e televisão. Publicações: A Máquina Voadora (Romance), Os martelos de Trupizupe, O Homem Artificial-Rio de Janeiro: Sette Letras (1999-Poesia), A Nuvem de Hoje-Campina Grande: Eduepb (2011-Crônicas), e os ensaios: O Anjo Exterminador-Rio de Janeiro: Rocco (2002) e O Que é Ficção Científica-São Paulo: Editora Brasiliense (1986). Contos: A Espinha Dorsal da Memória. Caminho (1989); Vencedora do Prêmio Editorial Caminho de Ficção Científica (1989); Mundo Fantasmo-Lisboa: Editorial Caminho (1994); Mundo Fantasmo: A espinha dorsal da memória, Rio de Janeiro: Rocco (1996); Sete Monstros Brasileiros, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2014); Contos Obscuros de Edgar Allan Poe, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2010); Freud e o Estranho: Contos fantásticos do inconsciente, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2007); Páginas de sombra: Contos fantásticos brasileiros, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2003); Detetives do Sobrenatural: Contos fantásticos de mistério, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2014); Contos Fantásticos no Labirinto de Borges, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2005); O País dos Cegos e outras histórias – H.G. Wells. Rio de Janeiro: Objetiva (2014); Páginas do Futuro: Contos brasileiros de ficção científica, Rio de Janeiro: Casa da Palavra, (2011); Histórias Para Lembrar Dormindo. Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2013); e Contos Fantásticos de Amor e Sexo. Rio de Janeiro: Ímã, (2011). Folhetos de sua autoria: Cabeça elétrica e coração acústico, no ano de 1981. Composições: Em 1980, Elba Ramalho gravou de sua autoria “Caldeirão dos mitos” no LP “Capim do vale”. No ano de 1983, Tadeu Mathias interpretou de sua autoria “Anotações para um adeus” e ainda a “Última estação”, uma parceria de ambos. No ano de 1989, para o Bloco Carnavalesco Suvaco de Cristo, compôs com Lenine o samba-enredo “República dos Vira latas”. Em 1990, sua composição “Meu nome é Trupizupe”, ganhou o festival “VIII FAMPOP” da cidade de Avaré, em São Paulo. No mesmo festival, o parceiro Lenine classificou-se em terceiro lugar com a música “Virou areia”, parceria de ambos. Neste mesmo ano foi lançando o disco homônimo do evento, no qual interpretou a composição vencedora e Lenine interpretou “Virou areia”. Em 1993, Lenine participou do disco do grupo Batacotô, no qual interpretou “Virou areia”, uma parceria de ambos. No ano seguinte, a cantora americana Dionne Warwick interpretou “Virou areia”, desta vez com a letra vertida para o inglês pela própria cantora. Nesse mesmo ano de 1994 Lenine interpretou várias parcerias de ambos, entre elas, “Acredite ou não”, “Miragem do porto”, “O que é bonito”, “Caribenha nação”, “Tuaregue e nagô” e ainda “Mais além”, esta última, parceria de Bráulio Tavares, Lenine Lula Queiroga e Ivan Santos, todas gravadas no CD “Olho de peixe”, de Lenine e Marcos Suzano, lançado pela Gravadora Velas. No ano seguinte, em 1995, Fátima Guedes gravou “O dia em que faremos contato” (com Lenine) no CD “Grande tempo”. Dois anos depois, Lenine lançou o CD “O dia em que faremos contato”, no qual além da faixa-título, foram incluídas “Bundalelê” e “O marco marciano”, todas, parcerias com Bráulio Tavares. Nesse mesmo ano, Virginia Rosa, no CD “Batuque”, incluiu duas composições suas em parcerias com Lenine: “Miragem do porto” e “Rita”. Em 1998, Elba Ramalho incluiu “Lavadeira do rio”, parceria com Lenine, no disco “Flor da Paraíba”. No mesmo ano sua composição “Na pressão”, parceria com Lenine e Sergio Natureza, deu título ao disco de Lenine. Ainda nesse disco foi incluída a canção “Eu sou meu guia” (com Lenine). No ano de 2001, sua composição “Miragem do porto” (com Lenine) foi incluída na trilha sonora do filme “Caramurú – A invenção do Brasil”, de Guel Arraes. Em 2002, pela gravadora BMG, Lenine lançou o CD “Falange canibal”, disco no qual interpretou “Sonhei” (Lenine, Ivan Santos e Bráulio Tavares), “Umbigo” (Lenine e Bráulio Tavares), faixa que contou com as participações da cantora americana, Ani Di Franco e do pianista Eumir Deodato. Neste disco também foi incluída a música “Lavadeira do rio”, interpretada pelo grupo Skank, Velha Guarda da Mangueira e Lenine. Ainda neste ano, Jorge Vercilo, no disco “Elo”, incluiu “Olhos de nunca mais”, parceria de ambos. No ano de 2004, Lenine apresentou-se no “Projeto Carte Blanche”, na casa de show Cité de La Musique, em Paris. No repertório do show, gravado e que gerou o primeiro CD ao vivo de Lenine, assim como o primeiro DVD, foram incluídas composições inéditas e releitura de outras músicas de vários discos anteriores, entre elas, “Caribenha nação”, “Tuareg e nagô”, “O marco marciano” e “Virou areia”, todas elas em parceria de Lenine e Bráulio Tavares. No ano de 2005, Zé Ramalho regravou “Meu nome é Trupizupe”. Em 2007, escreveu e publicou “O ABC de Ariano Suassuna”, lançado pela Editora José Olympio, no SESC-Flamengo, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano também trabalhou como roteirista do seriado “A pedra do reino”, com direção de Luiz Fernando Carvalho, baseada na obra “Romance d’a Pedra do Reino”, do paraibano Ariano Suassuna. Entre seus parceiros destacam-se Fuba (Flávio Eduardo) em “Temporal” e “A volta dos trovões”, Antônio Nóbrega, com quem tem várias parcerias lançadas em discos de Antônio Nóbrega e ainda Lenine, seu mais constante parceiro. Tem mais de 60 composições gravadas por vários artistas da MPB, entre eles MPB4 e artistas internacionais como a cantora norte-americana Dionne Warwick. Premiação portuguesa Caminho da Ficção Científica pelo livro de contos “A espinha dorsal da memória” (1989). No ano seguinte, sua composição “Meu nome é Trupizupe”, ganhou o festival “VIII FAMPOP” da cidade de Avaré, em São Paulo. E durante o ano de 2009 foi nomeado a personalidade do ano pelos editores do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica, venceu o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria de literatura infantil com o livro A invenção do mundo pelo Deus Curumim. Bráulio Tavares iniciou como sonetista aos oito anos de idade. Foi influenciado pelo seu pai (jornalista e poeta). Ao longo de sua carreira escreveu vários livros de poesias e ficção-científica editados; além de folhetos de cordel publicados pela editora Casa das Crianças, de Olinda, Pernambuco. Iniciou estudos de Cinema (Universidade Católica de Minas Gerais) e Ciências Sociais (Universidade Federal da Paraíba), mas não concluiu os cursos. Morando em Salvador a partir do ano de 1977, começou a compor e a escrever para o teatro. Participou em 1992 do projeto “O Escritor na Cidade” pelo Departamento Nacional do Livro da Biblioteca Nacional, e viajou pelos Estados do Espírito Santo, Paraná, Pará e Rio Grande do Norte, fazendo palestras em bibliotecas públicas da capital e do interior. Com forte influência da literatura de cordel, escreveu a peça “Folias Guanabara”, espetáculo dirigido por Ivaldo Bertazzo com o Corpo de Dança da Maré e a participação da atriz Rosi Campos e do ator, cantor e compositor Seu Jorge. Segundo Bráulio Tavares “Fazer música, escrever, fazer poesia, isso é a respiração da mente, é a entrada e saída de oxigênio e gás carbônico. Sem isso a mente para”.

SEBASTIÃO DA SILVA(1945)

Naturalidade: Pilõezinhos – PB. Nascimento: 06 de janeiro de 1945. Atividades artístico-culturais: Poeta, repentista e cantador. Sebastião da Silva iniciou no repente no final dos anos cinquenta. Ele começou a cantar com os seus primeiros mestres, os poetas Oscar Bento de Freitas, José Júlio do Nascimento, José Xavier e José Crispim. O repentista Passou 31 anos de sua carreira trabalhando em dupla com o poeta Moacir Laurentino, com quem tem vários trabalhos gravados, conseguiu mais de 200 primeiros lugares em festivais por todo o Brasil. Considerado por todos como um dos maiores nomes da cantoria de todos os tempos, Sebastião continua cantando por todo o país, e como ele mesmo disse certa vez: com muita lenha para queimar! Além de um extraordinário repentista é também um grande cancioneiro e autor de vários poemas e canções. Uma de suas canções mais marcantes “Criança morta”, que foi feita em homenagem a criança Edinete, que foi encontrada morta por falta de comida e água após se perder na Serra dos Bois em Riacho dos Cavalos-PB. Os mais céticos apostavam que a cantoria, ao sair do Sertão para ganhar espaço nos grandes centros, estaria fadada à extinção. Porém, a ascensão dos cantadores de sua geração (Geraldo Amâncio, Moacir Laurentino, Sebastião Dias, Severino Ferreira e Sebastião da Silva, entre outros) abriu fronteiras. O trabalho dessa geração saiu do Sertão para a cidade, saiu do Nordeste para outras regiões, chegando a outros países. O repentista reside no município de Caicó, no Estado do Rio Grande do Norte.

MANOEL XUDU(1932-1985)

Naturalidade: São José de Pilar – PB. Nascimento: 15 de março de 1932 / Falecimento: 1985. Atividades artístico-culturais: Poeta, cantador e repentista. Manoel Xudu Sobrinho foi um homem simples, generoso, eternamente cavalheiro, incapaz de um ato ríspido, mesmo nas horas em que sua tranquilidade corresse o risco de ser ameaçada. Nem por isso deixou de ser um poeta atormentado, de permeio, entre “o mundo e o nada”, o pranto e o riso. Conterrâneo de José Lins do Rego e de João Lourenço, violeiro em plena atividade profissional. Mas viveu grande parte de sua vida e faleceu, na cidade de Salgado de São Félix, situada às margens do Rio Paraíba. Segundo o pesquisador da cultura popular Ésio Rafael “A obra de Manoel Xudu exige um conhecimento maior desse gênio do repente. Cada estrofe é um monumento de Arte, a expressar uma cascata de emoções que despenca em uma alma profundamente humanística”. E acrescenta “O repentista preenche as exigências da categoria, no que concerne, o cantador, o poeta, e o repentista. O cantador canta em qualquer estilo, atende ao mercado, espreita os acontecimentos diários. O poeta não se explica, graças a Deus! “.Tudo tende à emoção. É o Arquiteto dos sonhos e da metáfora. O repentista é simplesmente maravilhoso! É a marca registrada do repente. É quem pega o fato no ar, muitas vezes sem saber nem o que vai dizer. “Ele pega de bote”. O poeta era tudo isso, dentro de uma simplicidade tamanha, ele abordava os temas mais profundos, com a maior presteza. A arte do improviso alimentava corpo e alma deste poeta, do “Pilar”. Bom tocador de viola, o que é um tanto raro dentre os repentistas. Ele e Severino Ferreira quando se deparavam, o “cancão piava”, no desafio só de viola. Gostava de uma “branquinha”. Às vezes os próprios colegas o prendiam num quarto, até de motel, contanto que ele estivesse bom para o desafio noturno dos “Festivais”. Manoel Xudu tinha o olho biônico. Seus versos eram recheados de carinho, paixão, desde quando necessários. Cantou com mais de cem, só perdeu para a jurubeba (pinga) que o levou ao túmulo. Virou repentista imortal, o maior de todos depois de Pinto do Monteiro, nesta arte extraordinária que é a poesia do repente é o grande poeta Manoel Xudu Sobrinho, Manoel Xudu, ou, simplesmente, Xudu.

ENOC FERREIRA(1940)

Naturalidade: São José dos Cordeiros – PB. Nascimento: 1940. Atividade artístico-culturais: Poeta, e na arte da carpintaria. Enoc Ferreira nasceu na região do Cariri Paraibano. É um dos brilhantes poetas paraibanos que integra o cenário cultural regional do país. Desde sua juventude era notório seu talento voltado para arte da poesia. Enoc durante sua infância trabalhou na agricultura juntamente com seu pai. No ano de 1963, Enoc estava com 23 anos de idade, e realizou a sua primeira cantoria. Passou dez anos cantando, de 1963 a 1973. Depois de deixar as cantorias, ele começou a escrever seus versos e aprimorar seus conhecimentos nos mais diversos temas contidos nos livros que conseguiu comprar com o pouco recurso que ganhava na profissão de carpinteiro, fazendo carro de boi, cancelas e telhados. Enoc é mestre no oficio e na arte da carpintaria, um exímio produtor de porteiras, e carros de bois, além de escrever versos. Carrega em sua coleção de obras belíssimos trabalhos, como: “Cariri do presente nem parece o do passado”, “divisões da vida”, também escreveu sobre a inconfidência mineira, a guerra de canudos, a guerra holandesa, o descobrimento do Brasil, entre outros temas. O artista foi homenageado numa solenidade que reuniu em Serra Branca importantes lideranças da sociedade de caririzeiros. O jornalista Evaldo Costa comandou a entrega da primeira edição do Troféu Gente do Cariri, por meio do qual foram premiadas 14 personalidades da região. Um dos brilhantes poetas paraibanos que integra a cultura regional do país. Enoc Ferreira é de um talento incomparável. O artista também demonstra peculiar precisão em seus trabalhos de carpintaria.

ZÉ VICENTE DA PARAÍBA(1922-2008)

Naturalidade: Pocinhos – PB. Nascimento: 07 de agosto de 1922 / Falecimento: 09 de maio de 2008. Atividade artístico-cultural: Repentista. Prêmios: Talentos da Maturidade, promovido pelo Banco Real, o artista concorreu na categoria Contador de História, com a história “Minha viola, minha vida”. Zé Vicente da Paraíba começou a tocar viola na adolescência, incentivado pelo pai, que o levava para assistir as cantorias de violeiros nas fazendas próximas a sua casa, tornou-se profissional nos anos de 1940, tocando ao lado dos Irmãos Batista e Pinto de Monteiro. Em 1955, gravou o primeiro LP de cantoria. Foi o primeiro do gênero gravado no Brasil, pela extinta gravadora pernambucana. Na década de 1970 seus versos foram gravados por grandes artistas da MPB (Zé Ramalho, Alceu Valença, Marília Pêra, Ruy Maurity).Em 2005 gravou seu primeiro CD intitulado “Zé Vicente da Paraíba, Viola e Amigos”, com um perfil inovador nesse gênero musical, onde misturou poesias com violas, coco com Hip Hop, banda de pífano, dando uma nova sonoridade à cantoria. Esse trabalho contou com a participação de ilustres repentistas, tais como, Raulino Silva, Rogério Meneses, Hipólito Moura, Antônio Lisboa, Edmilson Ferreira, Raimundo Caetano, Severino Feitosa e Daudete Bandeira, Oliveira de Panelas, bandas de pífanos, o forrozeiro Valdir Santos, o grande João do Pife, Tavares da Gaita, gênios do improviso e da poesia nordestina. Figura lendária da tradicional cantoria paraibana e da cultura popular brasileira. “O velho cantador” permanece presente entre as novas gerações da viola como símbolo de grande representatividade artístico-cultural e exemplo de dom e talento.

CELSO MARIZ(1885-1982)

Naturalidade: Souza – PB. Nascimento: 17 de dezembro de 1885 / Falecimento: 03 de novembro 1982. Atividade artístico – cultural: Escritor. Atividades Exercício – profissional: Diretor, secretário, inspetor, e político. Livros publicados: “Através do Sertão” (1910); “Apanhados Históricos da Paraíba” (1922); “Evolução Econômica da Paraíba” (1939); “Ibiapina, um apóstolo do Nordeste” (1942); “Cidades e homens” (1945); “Areia e Rebelião de 1848” (1946); “Memória da Assembleia Legislativa” (1946), “Notícia Histórica de Catolé do Rocha” (1956) e “Figuras e Fatos” 1976). Celso Mariz, filho do Dr. Manuel Dr. Manuel Maria Marques Mariz (advogado e político), e Dona Adelina de Aragão Mariz. Nasceu no sítio Escadinha, no Município de Sousa, Sertão da Paraíba. Após o falecimento de seu pai foi morar com seu padrinho Dr. Félix Joaquim Daltro Cavalcanti na cidade de Piancó, onde o mesmo exercia o cargo de Juiz Municipal. Mas não demorou muito por lá, pois o padrinho, Félix Daltro, foi nomeado Juiz de Direito da comarca de Taperoá, que havia sido criada pelo primeiro governador da Paraíba, do período republicano, o Dr. Venâncio Neiva, que trouxe o afilhado e filho de criação para Taperoá, e foi ali que o menino se fez estudante matriculado na escola do velho professor Minervino Cavalcanti. Costumava ler de um tudo, desde jornais entregues pelo correio, a livros do padrinho, ou até os que lhe dessem ou emprestassem. Foi um homem de muitas atividades, por volta dos dezesseis a dezessete anos, entrou para o Seminário na Diocese da Paraíba, localizada na capital do estado. Depois de adquirir um amplo conhecimento religioso, iniciou-se no Jornalismo em 1904, e se pôs nos caminhos da Hiléia beira-mar, onde se enfiou num vapor que conduzia passageiros e cargas, tocando de porto em porto, até alcançar o Pará. Deslocou-se depois para Manaus. Eram muitos paraibanos que se destacavam no Norte, notadamente em Belém, como advogados, magistrados, poetas, e jornalistas. Mas Celso acabou retornando à terra natal em 1907, aos 22 anos. Logo em seguida se tornou vereador (conselheiro municipal na época). Lecionou na Cidade de Catolé do Rocha, onde conheceu e casou com D. Santina Henriques de Sá, Celso também ensinou as primeiras palavras ao garoto Rui Carneiro, que com o tempo viria a se tornar senador, e posteriormente Governador do Estado da Paraíba. Nomeado Inspetor Regional de Ensino, percorreu todo o estado, sempre a cavalo. Ele conheceu cidades, vilas, povoados, e fazendas, e nestes percursos, devido ao penoso e constante trabalho de inspeção de escolas, colheu material para escrever o primeiro livro, que intitulou “Através do Sertão”, editado em 1910. Surgia o escritor com vocação para a sociologia e a história, descrevendo as localidades, seu passado e presente, figuras marcantes de sua progressão econômica e social. Em 1914 Celso e D. Santina fixaram-se em definitivo na capital paraibana. Foi nomeado Diretor da Secretaria da Assembleia Legislativa, e exerceu o cargo até 1930. Em 1915, fundou o jornal A NOTÍCIA, órgão que expressava as ideias dos chamados “jovens turcos”, grupo de plumitivos políticos, alguns já bem iniciados nas lides partidárias, filiados à orientação do grande Epitácio Pessoa. Celso Mariz escreveu “Apanhados Históricos da Paraíba”, editado em 1922, é um clássico, contendo o quadro histórico e geográfico do Estado, sua fundação, seu território, a guerra anti-holandesa, os acontecimentos merecedores de registro no século XVIII, a atuação da Igreja, o governo colonial, as revoluções, o império e o monarquismo, a política daqueles tempos, os governos e os legisladores, até à República. Foi deputado de 1924 a 1927, durante o governo de João Suassuna. Posteriormente quando João Pessoa assumiu o poder, o nomeou Diretor do jornal “A União”, permaneceu por pouco tempo no cargo, voltando ao seu cargo na direção da secretaria da assembleia Legislativa. Em fins de 1930, foi nomeado Inspetor Federal junto ao Liceu Paraibano. Tamanha era sua competência, que foi convidado pelo governador Argemiro de Figueiredo (1930-1940) para ocupar os cargos de Secretário do Governo e da Agricultura, Comércio, Viação e Obra Públicas, a pasta mais importante do estado. Também ocupou a Diretoria do Departamento de Educação. Encerrou suas atividades no Serviço público em 1950, como Secretário do Governo na gestão do governador José Targino da Consta (1950 – 1951).Em 1939, o mestre lançou “Evolução Econômica da Paraíba”, uma obra eclética nos relatos objetivos sobre a nossa geografia, hidrografia, agricultura e pecuária, ocupação dos espaços, evolução dos contingentes de trabalho, volumes de produção, nascimento e desenvolvimento das comunidades urbanas e rurais, tudo sequenciado com registros dos fatos, enriquecidos com dados estatísticos. O livro “Evolução Econômica da Paraíba” é considerado um primoroso estudo sobre a nossa colonização e civilização agrária, desde os primórdios, começando pelas primeiras culturas praticadas, os engenhos nascentes e moentes, a penetração dos colonizadores no Brejo, Cariri e Sertão, a escravidão, o surgimento e pujança do algodão, as crises, o advento de novas lavouras e das indústrias, abertura de caminhos, estradas de rodagem e de ferro, o porto, a mudança das estruturas rudimentares de trabalho e produção, as conquistas tecnológicas e fatores internos e externos que as influenciaram, as secas e seus efeitos catastróficos, as obras de combate às estiagens prolongadas, as realizações administrativas e os esforços para a geração de rendas públicas e privadas, o desenvolvimento urbano, notadamente o da Capital, tudo ilustrado com dados estatísticos, constituindo trabalho de fôlego e fonte de consulta a quantos se interessem pela história do desenvolvimento econômico e social da Paraíba. Segundo técnicos o livro oferecia subsídios valiosíssimos para a formação de uma política de apoio para o Nordeste. Particularizavam a riqueza do manancial de informes contidos na obra, e particularizavam a riqueza do manancial de informes contidos na obra de Celso Mariz. Ele era dono de invejável capacidade de redação e de bom tirocínio administrativo, dedicado ao jornalismo e às letras e conhecendo palmo a palmo a Paraíba escrevia sobre qualquer tema relacionado à administração e políticas públicas. Ele tinha memória prodigiosa a que aliava o gosto pelas anotações e pesquisa. Em qualquer ambiente era alvo das atenções dos circunstantes pela excelente prosa que sabia manter. Entremeava diálogos com boa verve. Nas visitas que fazia detinha-se por pouco tempo. Onde mais demorava era no Clube Cabo Branco, no centro da cidade, onde reencontrava amigos e velhos conhecidos e participando dos jogos de gamão e de cartas. Deixou um acervo valiosíssimo para a cultura e história da Paraíba. Escrevia ao correr da pena, em vernáculo simples e escorreito. Reconstituía fatos e personagens do passado, enriquecia as narrações com detalhes realísticos de acontecimentos marcantes. Seus livros são para qualquer geração. Faleceu em João Pessoa no dia 03 de novembro de 1982, aos 97 anos de idade, a doze dias de realizar, segundo ele, um grande sonho: votar em Antônio Mariz para governador da Paraíba.

GILVAN DE BRITO(1940)

Naturalidade: João Pessoa – PB. Nascimento: 1940. Formação artístico-educacional: Direito (UNIPÊ/1983). Atividades artístico-culturais: Escritor, poeta, teatrólogo, ensaísta, dramaturgo, letrista e ator. Atividades exercício – profissional: Jornalista e Advogado, Repórter (Rádio Tabajara da Paraíba), redator, colunista, editor, chefe de reportagem, e chefe de redação de jornal. Publicações/Outros: 135 livros escritos, 25 publicados, dentre eles: Opus Diaboli – A Lagoa e outras tragédias, O amigo do Rei, e Anjo Torto. Escreveu 15 roteiros para cinema e 25 peças de teatro. Gilvan Bezerra de Brito, de origem humilde, nasceu e cresceu no bairro da Torre, na capital paraibana, começou a trabalhar desde cedo, com 12 anos de idade, exercendo a função de auxiliar mecânico. Quando menino tinha muito interesse pela literatura e utilizava seu tempo livre para ir até a biblioteca municipal, e lia obras de distintos autores. Gilvan permaneceu no bairro da Torre até os seus 19 anos, logo em seguida mudou-se para Cajazeiras (PB). No Sertão Paraibano ele gerenciou um Departamento de Repartição Pública, e se casou. Sempre demonstrou total interesse pela área cultural, em 1965 entrou para a imprensa esportiva através de um colega da Repartição, que tinha ingressado na área há algum tempo, Marciano Soares. Inicialmente, pela Rádio Tabajara da Paraíba, participando de transmissões esportivas, logo após em 1969, iniciou sua carreira jornalística como repórter, logo em seguida atuou como redator, colunista, editor, chefe de reportagem, e chefe de redação. Gilvan de Brito recorda “no jornal eu fui tudo”, passou por todas as funções hierárquicas dentro da empresa jornalística. Logo após deixar o jornalismo, começou a escrever para o teatro, depois enveredou por outros caminhos literários, poesia, crônicas e contos. Teve peças censuradas pela opressão da ditadura militar. Seu primeiro escrito para teatro lhe rendeu um prêmio nacional, mas não chegou a ser diretor de peças de teatro. Em 2008, ele teve experiência na área cinematográfica, com algumas produções de longa metragem, entre os quais: “A inesperada visita do imperador”, que contou com a participação de alguns atores expressivos da época como: Norton Nascimento, Marcelo Escorel, Ana Couto e o próprio Gilvan de Brito, como ator, e ainda produziu o roteiro da obra, que foi divulgado em 89 países, e “Uma viagem desconhecida as Itacoatiaras do Ingá”.O multimídia Gilvan de Brito venceu dois festivais de música da MPB em parceria com Carlos Aranha e Zewagner (1971 e 1986). O artista possui 600 letras de música (62 gravadas em 14 discos de vinil, CD e DVD) com vários parceiros. Seu interesse pela área cultural é tão grande, que ele ressalta “Ainda quero pintar, arrumar um tempo para colocar umas ideias abstratas no papel”.

APOLÔNIO CARDOSO(1937-2014)

Naturalidade: Queimadas-PB. Nascimento: 14 de dezembro de 1937 / Falecimento: 22 de dezembro de 2014. Atividades artístico-culturais: Poeta, repentista e compositor. Atividades- Exercício profissional: Advogado, professor e radialista. Apolônio Cardoso começou a trabalhar ainda criança como engraxate. Iniciou-se na poesia ouvindo os grandes poetas: José Gonçalves, José Antônio Barbosa e Patativa do Assaré. Aos 18 anos mudou-se para Mossoró, no Rio Grande do Norte, em busca de oportunidade como violeiro e repentista; com isso, passou a tocar nos bares e na rádio difusora do município. Com o tempo, o artista concluir o curso de Direito. Conciliava as atividades profissionais de advogado, professor e poeta repentista. Foi articulista de jornais e locutor de rádio, onde apresentava um programa direcionado ao Folclore Nordestino. Como poeta repentista, criou e organizou o Primeiro Congresso Nacional de Violeiros, realizado em Campina Grande, no Teatro Municipal Severino Cabral, no ano de 1974. Escreveu sobre o folclore, e participou de inúmeros congressos nacionais de violeiros no país inteiro, concorrendo com grandes nomes, a exemplo de Ivanildo Vila Nova. Consagrou-se campeão em muitos deles. Apolônio Cardoso escreveu vários poemas e canções conhecidas nacionalmente, a exemplo de “Flor do Mocambo e Flor do Cascalho”, música tema do filme Romance (2008), do premiado cineasta Guel Arraes, com direção musical de Caetano Veloso. O poeta foi articulista por vários anos do extinto Diário da Borborema, além de apresentador do Programa Retalhos do Sertão, na Rádio Borborema. Em muitos dos seus poemas Apolônio fala de flores. Ele ficou conhecido como o “Poeta das flores”. Era casado com Maria Creuza da Silva, com quem tinha 10 filhos.

ANTÔNIO MOTA DA SILVA(1968)

Naturalidade: Mãe D’Água – PB. Nascimento: 1968. Atividades artístico-culturais: Cordelista e poeta. Antônio Mota da Silva, ou simplesmente Antônio Mota nasceu no berço da cantoria de viola, do cordel, na Região da Serra do Teixeira, mais precisamente em Mãe D’Água. Porém vive na cidade de Patos.O artista é professor da rede estadual e cresceu ouvindo as histórias e proezas dos poetas da terra, a exemplo de Nicandro e Ugulino, Francisco Romano e Severino Pirauá; além do pioneiro do cordel no Brasil, Leandro Gomes de Barros, que nasceu em Pombal, mas viveu até os quinze anos no município de Teixeira.O primeiro trabalho publicado de Antônio Mota, de Mãe D’Água, nome sugerido para que subscrevesse artisticamente suas poesias, foi o livro ICR-Intrínseco Coração Resignado, de poemas líricos, lançado pela UCPEL-Universidade Católica de Pelotas (RS), depois de um intercâmbio pedagógico de Mãe D’Água com o Governo Federal, através da referida universidade, no ano 2001.Depois o artista lançou o primeiro cordel: Judas ainda está vivo (uma série de críticas sociais, políticas e religiosas). O segundo de sete cordéis já publicados, “O casal que mais brigava na Paraíba do Norte”, que trata dos conflitos de um casal com intenso humor, é uma obra que vem sendo adaptada para o teatro em vários municípios como Patos, Condado, Santa Luzia e Mãe D’Água, encenada em escolas e faculdades sertanejas.Na sequência veio à publicação “Onde fica a caixa pregos”, em que o autor descobre que fica em Brasília, mais precisamente no Congresso Nacional, onde abusa, com certo sarcasmo, de nossos políticos.Seu quarto cordel, intitulado “Beijo de mulher bonita e carinho de mulher feia”, mesmo tratando com humor, conceitos e atitudes do público feminino, gerou polêmica.No Cordel “O Homem é quem vai parir”, onde Mota faz uma crítica social do mundo moderno, com grande pitada de humor, foi seu quinto cordel. O sexto folheto foi lançado mais como material de marketing do evento junino de Mãe D’Água: “João Pedro é só alegria em Mãe D’Água”.O último foi o “Jumento Que Advinha”. Que advinha era mesmo o nome do jumento, figura central de uma piada que corre na região. Mas o escritor, que não pode mais ser chamado de bancada, tendo em vista as novas ferramentas de montagem dos textos para irem à gráfica, não descansa enquanto não lança novos cordéis.Vale lembrar que nas capas não são usados mais os desenhos em xilogravura. Todo o material é produzido pelo designer gráfico e artista plástico Alex Souto.Todo o encanto e magia que existe na poesia oral ou de bancada presentes nessa cultura de raiz vem aos poucos tomando fôlego pela perseverança de alguns talentos de nossa terra, a exemplo de Antônio Mota, que enfrentam a era digital, a globalização e mantêm vivos antigos traços culturais, que na visão deles não podem morrer.

RAU FERREIRA

Naturalidade: Esperança – PB. Atividades artístico-culturais: Escritor, cordelista, poeta repentista e historiador.Livros: Silvino Olavo (2010) e João Benedito: O cantador de esperança (2011).Cordéis: Costumes tão diferentes; O homem e o tempo; A lógica maçônica Dorgival Costa Jubileu de Prata; Encontro dos memorialistas: história e cultura, Arte e poesia; Nas tranças de uma menina; O lugar que vivi, entre outros.Hasenclever Ferreira Costa, conhecido pelo nome artístico Rau Ferreira, casado com a professora Carmem Lúcia, pai de duas filhas, Hauane e Heloíse. É formado em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). O poeta exerce atividades profissionais de oficial de justiça.Rau Ferreira também é sócio correspondente do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG) e sócio Colaborador do Instituto Histórico e Geográfico (IHGP). Pesquisador dedicado que descobriu diversos papéis e documentos que remontam à formação do município de Esperança, desde a concessão das Sesmarias até a fundação da Fazenda Banabuyê Cariá, que foi a sua origem.Ele desenvolve um trabalho altruísta, sem fins lucrativos, no diário eletrônico de pesquisa, história esperancense, como fonte de pesquisa e construção da historicidade sobre a cidade de esperança. É editor do blog “História Esperancense”, e publica uma coluna no Jornal “A Folha de Esperança”.O escritor também foi prefaciador do livro Coronel Elísio Sobreira, escrito por Inácio Gonçalves de Souza/Idealgraf (2010). Escreveu o artigo de encerramento da obra “O Funeral de um Comandante”.Rau Ferreira enfatiza: “Sou historiador por amor e não tenho um critério científico, mas sempre respeitando o direito e a intimidade das pessoas… Sigo uma ordem de fatos com acontecimentos e datas, buscando ressaltar a importância do Município de Esperança e das pessoas que compõe este Município”.Como poeta participou do recital de poesia promovido pelo Departamento de Cultura no I EMPARPE/Encontro de Arte Popular de Esperança (2010) e integra o grupo denominado “Memorialistas” juntamente com Evaldo Brasil, Calos Almeida e Karl Marx Valentim, que realiza telúricas literárias na cidade.Raul Ferreira escreve sobre a experiência de um matuto que descobriu a rede mundial de computadores, o poema:

ALMIR NOGUEIRA DA COSTA (1955)

Almir Nogueira da Costa - Natural de Mossoró-RN, nascido a 23 de novembro de 1955, filho de PEDRO ELEUTÉRIO DA COSTA (20/02/1919) e de MARIA NOGUEIRA DA COSTA (09/04/1922). Almir já escreveu 11 livros, sendo que os dois últimos intitulados de MOSSORÓ NOSSA TERRA, volume um e dois, cujo segundo será lançado no final do mês de maio próximo, porém, tive o prazer de receber gratuitamente das mãos do autor um exemplar, veja a capa na próxima postagem. Trata-se de uma GRANDE pesquisa histórica do município de Mossoró. Posso afirmar categoricamente é a maior fonte de INFORMAÇÕES do passado e do presente da terra de SANTA LUZIA.

ANTÔNIO VIEIRA(1949-2007)

O poeta Antônio Vieira, pretenso cordelista( com todo a respeito a memória do mesmo) Antônio Vieira era de Santo Amaro da Purificação (19/02/49), ele faleceu no dia 10/06/2007. Antônio Vieira, baiano de Santo Amaro da Purificação, é compositor, poeta e cordelista. Seu trabalho denominado “O Cordel Remoçado” une música e literatura popular numa linguagem simples e contemporânea. Suas histórias e seus personagens retratam a forma de viver criativa e peculiar do povo brasileiro, tendo o seu foco na cultura nordestina.

JARID ARRAES (1991)

Jarid Arraes nasceu em Juazeiro do Norte, cidade localizada na região do Cariri, interior do Ceará, em 12 de Fevereiro de 1991. Desde a infância teve forte contato com a literatura, sobretudo pela influência do seu avô, Abraão Batista, e de seu pai, Hamurabi Batista, ambos cordelistas e xilogravadores. Cresceu entre manifestações de cultura tradicional nordestina, frequentando o Centro de Cultura Popular Mestre Noza, associação de artesãos que existe até hoje, mas suas influências literárias não se limitaram ao cordel; leitora de grandes poetas, buscava os livros de Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski, Manuel Bandeira e Ferreira Gullar como principais interesses. No entanto, foi percebendo, enquanto crescia, que seu acesso a obras de escritoras era precário, o que lhe trouxe motivação para pesquisar e conhecer mulheres que marcaram a história não só como autoras e poetas, mas nas mais diversas áreas do conhecimento, principalmente mulheres negras, que percebia serem ainda mais esquecidas das escolas e mídia. Começou a publicar seus escritos aos 20 anos de idade, no blog Mulher Dialética. Logo passou a colaborar em blogs como o Blogueiras feministas e o Blogueiras Negras e em 2013 se tornou colunista da Revista Fórum, onde manteve o blog Questão de Gênero até Fevereiro de 2016. Na Revista Fórum, atuava também como jornalista e escrevia matérias sobre as mais diversas ramificações dos Direitos Humanos, como feminismo, movimentos de luta contra o racismo, direitos LGBT, entre outros. Jarid morou em Juazeiro do Norte/CE até 2014 e participou de coletivos regionais, como o Pretas Simoa (Grupo de Mulheres Negras do Cariri) e o FEMICA (Feministas do Cariri), o qual fundou. Em dezembro de 2014 mudou-se para São Paulo, onde passou a fazer parte da ONG Casa de Lua até o seu fechamento. Em Julho de 2015, Jarid Arraes publicou “As Lendas de Dandara”, seu primeiro livro em prosa e em edição independente que contou com ilustrações de Aline Valek. Em menos de 1 ano, a tiragem foi completamente esgotada e a obra foi republicada em dezembro de 2016 pela Editora de Cultura. O livro nasceu da necessidade de resgatar a história de Dandara dos Palmares, contada como esposa de Zumbi dos Palmares, e tem a proposta de misturar lendas e fantasia com fatos históricos sobre a luta quilombola no período da escravidão no Brasil. Jarid Arraes também criou o Clube da Escrita Para Mulheres em outubro de 2015, realizando encontros periódicos com o objetivo de encorajar mulheres que escrevem ou desejavam começar a escrever. O Clube da Escrita Para Mulheres é um projeto gratuito que se expandiu em 2017 e se tornou um coletivo contando com a participação de outras integrantes e escritoras. Além do livro “As Lendas de Dandara”, suas obras mais conhecidas são os cordéis da Coleção Heroínas Negras da História do Brasil; neles, são resgatadas biografias de grandes mulheres negras que marcaram a história brasileira, como Antonieta de Barros, Carolina Maria de Jesus, Tereza de Benguela, Laudelina de Campos, entre outras. A autora também possui cordéis infantis, como “A menina que não queria ser princesa” e “A bailarina gorda” e “Os cachinhos encantados da princesa”. Em Junho de 2017, Jarid lançou o livro “Heroínas Negras Brasileiras em 15 cordéis” pela Pólen Livros e realizou eventos de lançamento em São Paulo e no Rio de Janeiro, ambos recorde de vendas da Blooks Livraria com exemplares totalmente esgotados.

MESTRE ZÉ BARBOSA

O poeta Zé Barbosa é, sem dúvida, a grande revelação da Literatura de Cordel de 2008. Poeta repentista desde a adolescência, de uns anos para cá, após perder a voz, tem-se dedicado a escrever romances e folhetos. Dessa vez lança pela Tupynanquim Editora o romance "Juliana e Juvenal ou O Louco do Cemitério, é uma obra de tirar o fôlego. José Barbosa de Sousa (Zé Barbosa) é natural de General Sampaio - CE, filho de João Vaz de Sousa e Maria Barbosa de Almeida. Radicado em Teresina há dezoito anos, é autor dos seguintes trabalhos em Cordel: ABC da Pobreza, Mensageiro da Cultura, Cordel na Sala de Aula, Agripino e Rizonete ou O Poder da Fada, Debate do Satanás com O Pai Eterno, Mensagem a Vicente Evangelista e Juliana e Juvenal ou o Louco do Cemitério, dentre outros.

OLEGÁRIO FERNANDES DA SILVA (1932-2002)

Olegário Fernandes da Silva, nasceu no dia 29 de março de 193, no Sítio Jacaré, grande área rural de caruaru-PE. Sua paixão pela literatura de cordel se deu desde a infância quando ele se perdia do seu pai na feira, e sempre o encontrava nas rodas de violeiros, repentistas e de emboladores. Começou a vender cordéis nas feiras ainda adolescente, mas foi com sua criatividade de escrever cordéis do tema ‘’jornalístico’’ que o poeta ganhou destaque. Uns dos seus cordéis mais conhecidos estão: A morte das mamonas Assassinas, A morte de Luiz Gonzaga, O atentado as torres gêmeas no dia 11 de setembro, falecimento de Frei Damião, Padre Cícero o Santo do juazeiro, a morte de Dom Helder. Nos anos 60 conseguiu montar uma ‘’tipografia’’, que é uma gráfica que geralmente utilizava maquinas manuais. E seu maior êxito em vida foi ter fundado o ‘’MUSEU DO CORDEL OLEGÁRIO FERNANDES’’, o primeiro museu do cordel do mundo. Olegário deixou mais de 200 cordéis publicados de vários gêneros, faleceu em 03 de Abril de 2002. Estaria completando hoje 85 anos, se vivo estivesse.

OLEGÁRIO FERNANDES DA SILVA FILHO (1980)

Olegário Fernandes da Silva Filho, nasceu no dia 17 de maio de 1980. Poeta cordelista, declamador e arte educador. Foi tesoureiro da ACLC academia de literatura de cordel de Caruaru em 2007 a 2009, e maio 2010 até outubro 2012 foi nomeado vise- presidente da ACLC academia caruaruense de literatura de cordel. Em novembro de 2012 foi nomeado presidente da ACLC. Tem mais de 20 cordéis publicados sendo de temas variados: cordéis de gracejo, educativo e fatos verídicos. E também ocupa o cargo de presidente do museu do cordel em Caruaru, de 2002 a 2017. Sendo também Olegário filho um dos novos poetas a ser homenageado em escolas públicas, particulares e eventos poéticos na cidade. E desde criança o mesmo trabalha com cordéis.

HÉLIO ALEXANDRE SILVEIRA E SOUZA

Nasceu no semiárido seridoense, Município de Caicó-RN, graduou-se em Direito na UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte e, atualmente, exerce a profissão de advogado. Com atuação no cenário da cultura popular, desenvolveu variados trabalhos gráficos e literários dispersos no Estado e ao território livre da grande rede. No campo das imagens, possui publicações representadas por xilogravuras, capas e ilustrações de livros. Cordéis de sua autoria: Seca, Poeira e Sertão (Em parceria com outros autores), Contatos Imediatos e a Cartilha do Cangaço, Jacobino Pirilampo e o Jegue Conservador e outros cordéis. Participa da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte e o Clube dos Trovadores do Seridó.

JOSÉ AMARO FILHO (1932)

O pernambucano, José Amaro Filho, nasceu no dia 11 de maio de 1932. É filho do Sr. José Amaro Silva e de D. Maria Francisca da Conceição. Chegando do estado de Pernambuco com 20 anos de idade e, ainda sem nenhum documento de identificação, foi para o sítio Pau Ferro, município de Batalha (AL). Sua esposa Maria Julieta de Menezes e sua filha Elza Maria formam uma dupla de Tuadeiras, com um CD e um DVD lançados. Zé Amaro apresentou diversos programas Na principais rádios do país. Em sua trajetória artística, fez parcerias com os seguintes artistas: Alagoanos: Darci Felix de Menezes / José Pequeno / Abelardio de Souza / José de Souza / José Francisco / José Gonzaga / Manoel Oliveira / João Caboclo Linho / Guarita / Benedito Pereira / Olegário / Barros Novais / Roxinó / Lourival / Antônio do Algodão Alfredo de Menezes / Duda Ferreira / José Ferreira / Antônio Minrin / Antônio Pinheiro / Lavandeira / João de Lima / Gilberto Calixto / José Calixto / Noel Calixto / Andorinha / Manoel de Góis / Patativa Branca / Patativa Preta / Dão. Pernambucanos: Raul Vicente / Lourival Barbosa / Manoel de Souza / Prigídio Bernardi / Ivanildo Vila Nova / José Lucas / Neve Branca / Curió. Baianos: Limeira da Bahia / Palmerinha da Bahia. AS RAÍZES DO REPENTE PERSISTEM EM ZÉ AMARO FILHO Aos 72 anos de idade, José Amaro Filho, fotógrafo aposentado, divide seu tempo entre fabricar remédios caseiros e escrever poesias. Para ele qualquer assunto pode se transformar numa trova, até mesmo com o nome do jornal: “Do Poeta José Amaro Filho / Repentista de verdade / Para o Jornal Alagoas em Tempo / Jornalismo com credibilidade / Veio para Arapiraca / Para o bem de nossa cidade”. Ele conta que começou a escrever versos e fazer repentes aos 20 anos de idade, junto com um amigo, que já faleceu. “O poeta tem o dom da vidência. O verso chega assim no pensamento e se ele não escrever o verso, o verso acaba indo embora. Mas como eu decoro fácil, algumas poesias eu sei de cabeça”, afirmou. Zé Amaro era fotógrafo, mas acabou sendo aposentado por invalidez. Quando ele ia revelar as fotos, manuseava o líquido revelador com as mãos e depois acabava esfregando nos olhos, o que acabou prejudicando a vista. Hoje ele tem que fabricar e vender remédios caseiros para completar a renda da família. “Realmente não há apoio para o artista popular. São poucos os que valorizam as coisas da própria terra, a maioria só gosta do que vem de fora”, disse. Ele conta que hoje não faz mais apresentações. “Já passei 20 anos fazendo programa numa rádio de Arapiraca, e porque deixei a mensalidade atrasar 15 dias, tiraram meu programa do ar, sem nenhuma explicação”, afirmou, contando que sempre que queria se apresentar em alguma rádio tinha que pagar um espaço.

MARCIANO BATISTA DE MEDEIROS(1973)

Descendente de família de poetas, seu tio-avô pelo lado materno era repentista. Trata-se do senhor Francisco Salustino, que viveu numa bonita cidade potiguar, chamada Serra de São Bento. Marciano nasceu em Santo Antônio/RN aos 18 de setembro de 1973. É filho de João Batista de Medeiros e Francisca Viana Salustino Medeiros. Recentemente ficou em quarto lugar num concurso de cordel promovido pelo Centro de Tradições Nordestinas, sediado no Estado de São Paulo. Publicou vários cordéis biográficos onde homenageou personalidades ilustres a exemplo de: Teotônio Brandão Vilela – o Menestrel das Alagoas, Diógenes da Cunha Lima-o poeta do Baobá e presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras, a índia potiguar Clara Camarão, a poetisa paraibana Rita de Cássia Soares, o jornalista Joaquim Pinheiro, Os Nonatos, Ivanildo Vila Nova, o ex-governador do Rio Grande do Norte Vivaldo Costa e o poeta Abaeté, entre outros. Seu trabalho em cordel de maior destaque até agora tem o seguinte título: “Vida e Morte de Lampião”, no qual relata em versos as últimas 24 horas do famoso cangaceiro. O autor é membro da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel, onde ocupa a cadeira de número 31, cujo patrono é o poeta Luiz Gonzaga Felipe Neris. Nasceu em Santo Antônio/RN, em 18 de setembro de 1973. É filho de João Batista de Medeiros e de Francisca Viana Salustino Medeiros. O pai faleceu em 2005 e a mãe do autor reside em Serra de São Bento/RN. Marciano Medeiros publicou vários cordéis e inúmeros perfis biográficos de ilustres personalidades que fazem parte da história do Rio Grande do Norte. Se declara admirador da obra deixada pelo maior cordelista brasileiro, Leandro Gomes de Barros..

CÍCERO MANOEL(1990)

O cordelista Cícero Manoel, pseudônimo de Cícero Manoel de Lima Alves, nasceu em Garanhuns-Pernambuco em setembro de 1990. Cresceu ajudando os pais na roça no Sítio Ilha Grande zona rural de Santana do Mundaú, cidade da zona da mata alagoana onde reside hoje em dia. Começou a escrever poesia popular com dez anos de idade e aos dezesseis escreveu seus primeiros cordéis. Cícero Manoel já publicou mais de 20 cordéis e produz as gravuras que ilustram as capas de seus folhetos. O poeta tem dois livros publicados. “Versos de um cordelista”, lançado em 2014 e "Um cordel atrás do outro" lançado em 2017. Cícero Manoel é membro da AALC-Academia Alagoana de Literatura de Cordel, fundada por ele e outros cordelistas alagoanos em 2017. Atualmente ele cursa Letras (Vernáculas) no campus V da Universidade Estadual de Alagoas-UNEAL.

JOSÉ AUGUSTO DE BRITO(1919-2010)

O poeta José Augusto de Brito nasceu em Pilar (PB) em 01 de agosto de 1919 e morreu em 2010, na cidade de João Pessoa, com noventa e um anos de idade. José Augusto de Brito veio de uma família humilde, mas trabalhadora. Foi agricultor, professor, poeta, cronista, historiador, Coletor Fiscal, vereador e prefeito (por dois mandatos) da terra de José Lins do Rego. Cursou o primário na cidade onde nasceu na Escola da D. Palmira Leal da Silva Bezerra. Continuou os estudos no Liceu Paraibano local que teve seu primeiro contato com a literatura Clássica, lendo escritores como Homero e Virgílio e se apaixonando pela poesia. José Augusto de Brito tomou posse na Academia Paraibana de Poesia. Serviu às Forças Armadas na Segunda Guerra Mundial. Após ter sido afastado, passou no concurso para fiscal e chegou a ser coletor em sua cidade por vários anos. Sempre dedicado ao ensino, fundou juntamente com o professor Afonso Pereira, o Colégio José Lins do Rego em Pilar (primeiro colégio a oferecer o primeiro e segundo graus na cidade). E com auxílio de alguns amigos, fundou também o Colégio Cenecista nas cidades de Juripiranga, Gurinhém e São Miguel de Taipu. Também lecionou várias disciplinas, dentre elas: português, história, francês e geografia. Publicou sete livros de crônicas e poesias, são eles: Vidas Paralelas; Canções do Entardecer; Sem Água, Sem Rio Sem Verde; Pilar; Memórias de um Aprendiz de Nada; Pilar é História e Pingolenço - Um Tributo à Arte. Tornou-se membro da Academia Paraibana de Poesia. Durante vários anos foi cronista do Jornal O Norte, onde conquistou fieis leitores que adoravam as suas crônicas sobre “causos” acontecidos no Vale do Paraíba. Certa vez questionado sobre o que lhe motivava a publicar tantas crônicas na imprensa estadual, ele respondeu: “Tudo o que escrevo é para enaltecer a minha pequenina e gigante Pilar”. Foi um grande estudioso da obra de José Lins do Rego, para a qual dedicou alguns ensaios literários, publicado em seus dois livros de crônicas: Pilar, e Pilar é História. Os livros de “Zé Augusto”, como ele era chamado por populares, são de riquíssimo valor literário, e precisam ser reeditados e utilizados na rede municipal de ensino. É preciso que haja uma iniciativa, um projeto aprovado pela Câmara Municipal de Pilar e executado pelo poder executivo, para que a obra de nosso poeta seja estudada em sala de aula, pelos alunos de sua terra natal. “Zé Augusto” é digno também de outra homenagem expressiva: de um busto em uma praça. Pois todas as homenagens são poucas para quem tanto amou e cantou a sua terra natal, nos quatro cantos do Estado, como o seu maior tesouro.

ADAMANTINA NEVES(1905-2000)

Nasceu em João Pessoa no dia 26 de setembro de 1905 e morreu no dia 05 de janeiro de 2000. Filha de Arthur Jader de Carvalho Neves e Maria Gomes de Carvalho Neves, é a primeira filha de uma prole de 10 irmãos. Desde os 06 anos de idade declama, por influência de sua tia Fininha. Estudou na Escola Normal oficial do estado, onde recebeu o diploma de professora. Foi professora de várias gerações: da escola santa rosário ao grupo escolar Epitácio Pessoa no jardim de infância sua maior paixão. Entre seus alunos podemos citar pessoas como dr. Odilon Ribeiro Coutinho, a deputada Lúcia Braga, o deputado José Clerot, o prefeito Jader Pimentel, o jornalista e escritor Luiz Augusto Crispim, dr. Everaldo Soares Júnior, o jornalista e escritor Otávio Sintônio Pinto e muitos outros alunos. Sua juventude foi marcada com vários fatos, como por exemplo: o seu apoio a campanha de João Pessoa, foi liberal de corpo e alma. Para Adamantina o presidente João Pessoa foi um ídolo e continua sendo. Suas obras: “janelas” e “portas abertas” e “folhas de portas”, livro de poesias.

LÉO MANUEL (1994)

Léo Manuel Ferreira Santiago (em arte Léo Manuel) nasceu em Maranguape-CE, no dia 10 de abril de 1994. Filho de Raimundo Ferreira Santiago e Maria da Silva Santiago. Formou-se em gestão pública. Já publicou as obras: A vida do agricultor e a conversa do pidão, Evangelizando em cordel, A morte dos três bandidos ou o laço do diabo, A história de Zé Valente e a sexta feira 13, O livro do destino e Tuca o campeão da mentira.

ANTONIO DE PÁDUA BORGES DE QUEIRÓZ(1971)

Pádua de Queiróz, nascido no dia 16 de dezembro de 1971, no bairro do Putiú(baturité/CE). Andarilho do cordel, anda nos versos de cada sextilha, sete-pés sem parar. Segundo o próprio cordelista, seus versos versos vem e vão, trazendo todos os dias algo de novo.

MANUEL RAFAEL DE CARVALHO(1918-1981)

Ator, Poeta, Cordelista, Produtor e Dramaturgo, nasceu em Caiçara, PB, no dia 16 de fevereiro de 1918 e morreu em Salvador, BA, no dia 03 de maio de 1981. Aos quinze anos deixou seu estado e foi para Salvador e se tornou ator, produtor e dramaturgo, sempre preocupado com a cultura popular e suas manifestações. Na capital baiana ele venceu festivais interpretando poemas e escreveu o livro "Quadra Quadrilha" e duas peças. Estreou no cinema em "Aguenta o Rojão" (1958) e participou de "Um Candango na Belacap" (1961). Na TV, começou apenas em 1973, na telenovela "O Bem-Amado", interpretando o personagem Emiliano Medrado. Destacou-se nos filmes: "Macunaíma", "O Doce Esporte do Sexo", "O Trapalhão na Ilha do Tesouro", "Fogo Morto", "Crueldade Mortal", "Gargalhada Final", "Eles Não Usam Black-Tie" e "O Homem que Virou Suco". Na televisão teve papéis marcantes nas telenovelas O Bem-Amado (sua estreia na TV), Gabriela e Saramandaia (TV Globo), Cavalo Amarelo (ao lado de Dercy Gonçalves) e Rosa Baiana (TV Bandeirantes). Morreu vitimado por Infarto, logo depois de encerrar as filmagens de "O Baiano Fantasma", de Denoy de Oliveira.

ANTÔNIO LEITE DE LIMA

(em arte Antônio Leite) nasceu na cidade de Bonito de Santa Fé, estado da Paraíba. É filho de Genival Leite de Lima e Geni Leandro de Lima. Além de compositor é também poeta cordelista, sendo este seu primeiro trabalho editado pela Luzeiro. Tem músicas gravadas por vários interpretes como Frank Aguiar entre outros. É um dos autores da música O LIVRO gravada pela banda Limão Com Mel.

RIBAMAR LOPES(1932-2006)

Nasceu no dia 08 de novembro de 1932 em Pedreiras (Maranhão) e faleceu em Fortaleza (Ceará) aos 24 de janeiro de 2006. Contista, poeta, ensaísta e folclorista, nas últimas décadas vinha desenvolvendo grande atividade como pesquisador e, sobretudo, incentivador da Literatura de Cordel. Deixou publicados os seguintes livros: “Literatura de Cordel (Antologia)”, “Quinze Casos Contados” (Contos); “Sete Temas de Cordel” (Ensaio) e “Viola da Saudade” (Poesia – livro póstumo), além do inédito “O Dragão da Literatura de Cordel”, cujos originais foram confiados à Tupynanquim Editora.

CÍCERO PEREIRA DOS SANTOS

O cordelista é natural do Sítio Xique-Xique, município de Barro – CE tendo nascido em 02 de dezembro de 1978. Seus genitores são Constantino Victor dos Santos e Rosa Pereira Lucas. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar Amancio Bizil e concluiu o 2° Grau no Colégio XI de Agosto (hoje, Escola Dr. Jarismar Gonçalves Melo), em 1998. O seu interesse pela poesia foi despertado através do rádio onde este costumava ouvir outros poetas apresentarem seus poemas. Sendo um jovem de grande sensibilidade, sentiu-se motivado a compor seus próprios trabalhos o que redundou em belas composições que expoem o que há de mais singelo na alma humana. Atualmente trabalha na Rádio Acaban FM, radio ipaumirinense, onde concretiza um sonho que acalenta desde criança o de ser um radialista na verdadeira acepção da palavra.” (Biografia escrita por Luma Dore) Fonte: A arte da poesia, de Cícero Pereira dos Santos. Ipaumirim. 2008. Edição do autor.

CÍCERO GALINDO(1893-1983)

O poeta Cícero Galindo, nasceu em Alagoinha no dia 29 de outubro de 1893 e morreu no dia 12 de março de 1983, filho de Leonardo Pereira Torres Galindo e de Joaquina Oliveira Torres Galindo, teve como irmãos: Josué, João, Pedro (Juca), Sebastião, Antônio Joaquim, Águeda Ernestina e Maria Torres Galindo. Cícero Galindo era casado com Maria Rodrigues Galindo, onde tiveram um filho mais pelo acaso da vida morreu ainda pequeno.Como homem simples que era dedicou toda a sua vida a arte da poesia popular. Cícero tinha um dom inexplicável, ele conseguia fazer poesia com muita facilidade algumas composições tinha doçura mais outras muito expressivas com acentuadas complexidades em alguns trechos poéticos, onde retratava a razão de ser de sua existência, tão marcada pela pobreza. Isso mostrava como o poeta Cícero mesmo sendo uma pessoa de vida humilde sem ter uma vida acadêmica, sabia usar muito bem as palavras. Suas poesias são ricas em conteúdo de eloquência e sensibilidade, tocam diretamente aos corações de jovens, velhos ricos e pobres, enfim todo alagoinhense que conhece sua obra, vibra antes os belos emocionantes sonetos do poeta. O grande poeta Alagoinhense faleceu no dia 12 de março de 1983, deixando de luto a poesia popular de Alagoinha. Mais suas poesias e histórias que contavam o cotidiano do povo ficarão para a eternidade.

JOÃO VICENTE DA SILVA (1926-2017)

Nome completo João Vicente da Silva - Nascimento 09 de julho de 1926

Guarabira, Paraíba - Morte 5 de julho de 2017 (90 anos) Campo Maior, Piauí - Nacionalidade Brasileiro - Ocupação Cordelista - Principais trabalhos O bárbaro crime da rua Apodi, Amor na luta , Os dramas da humanidade - Gênero literário Cordel Movimento literário Movimento Armorial. João Vicente da Silva (Guarabira, 9 de julho de 1926 - Campo Maior, 5 de julho de 2017 foi um cordelista brasileiro. Conhecido na literatura de cordel como João Vicente, nasceu em 1926 em Guarabira, Paraíba e escreveu seu primeiro cordel em 1949 e foi logo adquerido pelo ativista cultural e antropólogo Câmara Cascudo que o leu em uma emissora de rádio. Foi telegrafista ferroviário e em 1956 radica-se no Piauí, em Campo Maior . Tem mais de 210 mil exemplares de folhetos de cordel produzidos. Em 2011 torna-se membro da Academia de Letras do Território dos Carnaubais, no Piauí. Obras - Listagem a completar: O bárbaro crime da rua Apodi (1949), O fim do mundo está próximo (1955), Amor na luta, O mundo pegando fogo, O povo nas trevas, O homem que pregou-se numa palmeira pra zombar da mãe de Deus, O sacrifício do povo, O céu ameaça o mundo , O mundo não presta mais, A visita do papa em todo Brasil, Uma visão do inferno, A morte do Dr. Tancredo Neves e o sentimento do povo brasileiro, Os sermões do padre Cícero e as abelhas africanas. Estilo: Há nos cordéis temáticas da cultura popular e com variantes sociais, por exemplo, essa sextilha sobre reforma agrária.

NATANAEL LIMA JUNIOR

É pernambucano do Cabo de Santo Agostinho, cidade da região metropolitana do Recife e radicado em Jaboatão dos Guararapes. Membro da Academia de Estudos Literários e Linguisticos de Anapoles (GO) e da Academia Cabense de Letras (PE), é autor dos livros de poesia Clarear (Pirata, 1982), Universo dos meus versos (Grumete, 983), Folhas poéticas (Grumete, 1985) e À espera do último girassol & outros poemas (Bagaço, 2011). Ele também edita o blog Domingo Com Poesia.

EUVALDO LIMA(1962)

Euvaldo Lima dos Reis, nasceu no dia 13 de maio de 1962, em Aracaju-SE. Filho de Daniel Lima Dos Reis e Maria de Lourdes dos Reis Esposo de Marta Maria da Silva Reis. (Pedagoga aposentada.) Pai de: Lizze Fernanda (Bilariana) Brizza Danielle (Administradora de Empresa) Kaippe Reis – Formado em Áudio visual, estudante de jornalismo, e se Especializando-se no universo de cinema. Bárbara Kaizze – (Concluindo o curso de odontologia). Avô de: - Maria Lyz. Produção Literária cordel: Mais de 15 livros de cordéis já publicados, entre eles reconhecidos com repercussão: - “Conversão de um jovem ateu” - (1ª obra em 1983). “Gotinha de Luz” – (Homenagem a filha de um colaborador do projeto social. “Herói sem título” - (Homenagem ao home da roça). “Zé”, (Homenagem aos Zés da nossa cidade). “Um presente Secreto Almir do Picolé” (Resumo histórico do a Almir do picolé). Gota de Luz – (Homenagem ao vigário da cidade tido como um homem santo) - (Com previsão para ser lançado em marco próximo). Outros 15 cordéis escritos, aguardando o momento certo para serem produzidos. Dois Livros de poesia: Um sopro em Versos, memórias e poesias! Cinquenta Anos de Poesia. Umas 180 poesias a serem publicadas até 2019. Participação em mais de dez antologias regionais. E participação de uma antologia a nível Nacional. Por meio da editora Veloso no estado do Tocantin.E acabamos de lançar uma antologia internacional entre a nossa academina de letras, e a Academia de Leras Caboverdiana, com 14 escritores sergipanos e 14 de Cabo Verde na Africa.Sou um dos oito fundadores da primeira Academia de Letras do interior do estado de Sergipe. (AGL – Academia Glóriense de Letras.) E uma proposta para ingressa na Academia Sergipana de Literatura de Cordel. (Proposta por meio da Nobre Poetisa Izabel nascimento).Fui do Rotary Club.Dirigente do Lions Club da minha cidade.Primeiro presidente do Grupo de Escoteiros aqui na região do sertão sergipano.Fundador e dirigente do Grupo Espírita Luz e Caridade. (Continuo Expositor).Fundador e Dirigente do Grupo Espírita Yvonne Pereira. (Atualmente parte da Administração).Expositor Espírita.

Comerciante no segmento de panificação.Tel. 079 – 9.9939-1650Primeiro ocupante da Cadeira nº 06, cujo Patrono é o poeta cearense Patativa do Assaré. Natural de Feira Nova (SE). Estudante de Letras Português/Espanhol da Universidade Tiradentes, comerciante e poeta. Estreou na literatura aos 21 anos, com o lançamento de Conversão de um Jovem Ateu, o primeiro de uma série de cordéis, que se soma aos mais popularizados, Herói sem Titulo, Gotinha de Luz e Zé. Em 2008, ganhou o concurso de poesia organizado pela Federação Espírita de Sergipe com a poesia Viva Chico Xavier. Em 2009, lançou seu livro de poemas, Um sopro em Verso: Memória e Poesia (2.250 exemplares). Em 2010, no encontro cultural organizado pela Federação Espírita de Sergipe, classificou em primeiro lugar seu cordel: A peleja do instinto contra o sentimento. Também integrou as antologias Retalhos e Unidos na Fé, ambas publicadas em 2011. Em 2012, classificou quatro das cinco poesias que inscreveu no concurso nacional organizado pela Gráfica e Editora Veloso, que levou a publico a Antologia Veloso 2012. Ainda em 2012, idealizou e tornou-se Editor-chefe da Revista Mais Glória, empresa do grupo Enium Interativa.

MAÉRCIO LOPES SIQUEIRA(1977)

Nasceu em Santana do Cariri, aos 21 de novembro de 1977. Mora em Crato desde os cinco anos de idade. Graduou-se em Letras pela Universidade Regional do Cariri, em 2001. É mestrando em Filosofia na Universidade Federal da Paraíba. Professor, ingressou na Academia dos Cordelistas do Crato em 1999. Como artista plástico, dedica-se à xilogravura.Nasce em Santana do Cariri-CE, mas mora em Crato-CE desde 1983. Graduado em Letras (2001), iniciou xilogravura em 1999. Depois de um intervalo sem se dedicar a essa arte, a partir de 2006 voltou a gravar, estudando junto a Carlos Henrique as técnicas que esse artista desenvolveu. Em 2007, participou de uma exposição coletiva “Incisão”, no Centro Cultural Banco do Nordeste- Cariri. Juazeiro do Norte –CE. Sua primeira exposição individual foi Impressão de Mundos, 2008, no Sesc-Crato. Foi presidente da Academia dos Cordelistas do Crato em 2009. Atualmente cursa Mestrado em Filosofia, em João Pessoa.

DODÓ FELIX

Dodó Félix (José de Souza Félix) é natural de Bom Jardim/PE.Formado em Administração de Empresas pela Faculdade de Administração de Limoeiro.Funcionário público estadual aposentado.Ex-vereador de Bom Jardim.

Fundador da Casa da Cultura de Bom Jardim e da Rádio Cult FM desta cidade.

Membro da União Brasileira de Escritores, da União Brasileira de Trovadores, da Sociedade Poetas Vivos de Olinda e da Associação de Imprensa de Pernambuco. Participou do I, II e III Congresso Nacional de Escritores em Pernambuco.Integra a II, III, IV, V e VI Antologia dos Poetas Vivos.Integrou ainda a Antologia “Os Eus Poéticos”.É autor de vários folhetos de cordel, dos livros de poesia “Gorjeios” e “Bom Jardim dos Paus-D’Arco” e do livro de contos “Trovão Azul”.Filho de Severino Félix de Souza e Virgilina Maria de Souza.Casado com Maria Cabral Félix, pai de 10 filhos e avô, até agora, de 15 netos.

ADAILTON SILVA FERREIRA

Adailton Silva Ferreira é natural de Juazeiro do Norte, reside atualmente em São Paulo tem cerca de 30 cordéis escritos com a temática política e romântica, prepara seu livro “Meus versos e minhas prosas”

MANUEL MARIANO

O Blogueiro, radialista, político e poeta popular/repentista, Manuel Mariano, é sempre inovador natural do sítio Altos de Bom Jardim – PE, mas morador de Orobó há 23 anos. Iniciou sua carreira quando decidiu deixar a vida na roça e começar a fazer versos de repente e cantar canções de viola, seguindo a arte do seu papai Mariano do Sindicato, Guriatã do Norte, João Juvenal e tantos outros. Uma das características principais de seu trabalho é a luta pela preservação da cultura poética popular nordestina em Orobó e região que o acompanha desde o início de sua trajetória. O Novo trabalho musical tem como título “O Homem da Viola”, com 11 faixas, bem ao gosto popular. O CD de Manuel Mariano já está à venda. Vale conferir! Na verdade são dois (02) CDs lançados. Um com canções de viola e o outro com as músicas dos poetas/repentistas Raimundo Nonato e Nonato Costa “Os Nonatos” – Voz e Violão. Os quais foram lançados no dia (14/11) no Sítio Caraúbas – Orobó, numa cantoria de viola com Guriatã do Norte, Mariano José e participação dos poetas Roxinol da Floresta e Ramos da Saudade, na residência do Sr. Luizinho, agente de saúde, que é um defensor da cultura. E por incentivo dos católicos devotos de Nª Srª da Conceição e fãs, Manuel Mariano já está preparando um belo CD só com hinos da Mãe de Jesus.

JOSÉ MILANEZ (1917-1986)

José Cosme da Silva Milanez, conhecido como "JOSÉ MILANEZ", nasceu em 09 de setembro de l917 no Sítio Boa Vista, de propriedade dos seus pais, no município de Cerro Corá/RN. Descobriu que era poeta quando estudava com o Professor Felisberto de Carvalho. Ainda criança começou a escrever versos e a improvisar do som da viola, presente do seu tio José Ribeiro, encantado com sua inteligência, desenvoltura e a maneira peculiar de relacionar-se com a poesia. Tornou-se assim, na juventude, um profissional da viola com a extrema capacidade de improvisação, alicerçada em conhecimentos adquiridos pela prática da leitura e da pesquisa escrevendo assim trabalhos científicos, históricos e religiosos. Foi um dos melhores cordelistas do seu tempo. Nas suas cantorias debateu com cantadores como os irmãos Batistas (Dimas, Otacílio e Lourival) José Alves Sobrinho, Josué da Silva, Domingos Tomaz, José Melquiades, entre outros, escreveu ainda trabalhos sobre Cosmografia Universal, a História de Moisés, do Judeu errantes, Samuel Bele-Beth. Por muitos anos viajou, conhecendo diversos contextos culturais: Cantou seus versos para os mais variados públicos, conquistou amigos e provocou emoções. Nessas viagens, conheceu sua alma gêmea a, a Professora Maria Macedo Xavier Silva "Dona Nenzinha", assim chamada carinhosamente pelos familiares e amigos. Juntos realizaram seu maior sonho. A formação superior para seus 10 filhos. (7 mulheres e 3 homens) Como poeta e cordelista, publicou vários folhetos, entre os quais, se destacam: Abílio e Jovelina - O rapaz que enricou com 700 réis, Os heróis de Currais Novos (Francisco Xavier Batista e João Acioly) , Casamento Sertanejo , Pranteadas mortes de Cosme Domingos e Filhos , Lágrimas do Poeta , Triste morte de um vaqueiro , História verídica de dois amigos (Francisco Neto e José Pinheiro), O trabalhador Rural , Os suspiros da humanidade e os castigos de Deus, Publicados pela UFRN/Pró-Reitoria para Assuntos Universitários/ Projetos Universitários. Apoio: FUNARTE. Foi produtor e apresentador de um programa de Rádio, na Rádio Currais Novos durante 3 anos consecutivos, onde cantava e decantava em verso e prosa, o amor, às belezas do sertão, entre outras tantas temáticas. Foi líder político, sem cargo eletivo. Foi Funcionário Público Federal, onde exerceu suas funções da Casa da Lavoura na Cidade de Cerro Corá/RN. Foi também Funcionário da Mineração Tomaz Salustino (Mina Brejuí), onde residiu por muitos anos. Dedicou-se ao sindicalismo, atraído pelas injustiças sofridas, principalmente pelo homem do campo, uma vez que lá estavam suas raízes. Foi o fundador do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Currais Novos, uma entidade de classe fore e dinâmica com mais de 4.000 (quatro mil) associados, voltados exclusivamente para a organização e defesa dos interesses dos trabalhadores rurais, que tinham por seu líder, respeito e confiança, resultado do trabalho que vinha sendo efetuado, que ia além do atendimento diário nas áreas de assistência social, médica, odontológica e jurídica, mas sobretudo, pela abertura de caminhos que lhes proporcionavam através da informação para o exercício da cidadania. Como sindicalista, participava ativamente das lutas, mobilizações, congressos e seminários, tanto no âmbito estadual como nacional. Comumente era convidado para realizar palestras para alunos das redes de ensino estadual e municipal e da UFRN - Campus de Currais Novos e entidades comunitárias. Também foi responsável pela produção e apresentação de um programa semanal na Rádio Currais Novo, visando implementar e consolidar a organização e a conscientização dos trabalhadores rurais do município e da região do Seridó no tocante dos seus direitos sociais. Permaneceu por 14 anos seguidos na defesa do seu povo como Presidente do referido Sindicato, com sede própria à Rua São José. Hoje, Rua José Milanez, uma homenagem dos moradores após a sua morte, apoiada e referenciada pelo legislativo e executivo municipal. Assim de forma sucinta, foi sua trajetória de vida, serena, saudável, amorosa. Inteligente, idealista e sonhador, sempre realizou em prol dos mais necessitados. Foi amado, admirado, às vezes injustiçado, o que aumentava a sua convicção e disposição de luta, que tinha como arma o diálogo, a negociação. Mas a sua luta e seu trabalho edificante foram interrompidos, no dia 25 de agosto de 1986, aos 68 anos de idade, através das mãos de um insano covarde, cruel e malicioso, monstruoso, sem lhe dar nenhum direito de defesa e de um adeus a tantos quantos o amavam.

JOSÉ SALDANHA(1918-2011)

José Saldanha Menezes Sobrinho nasceu no sertão, Santana do Matos, mais precisamente na Fazenda Piató, interior do Rio Grande do Norte, no dia 23 de fevereiro de 1918. Dedé, como carinhosamente era chamado no seio família foi o primeiro filho do casal Francisco Saldanha e Rita Macedo, cresceu observando e vivendo o sertão. Não tardou para que a poesia que ele tanto contemplou se fizesse poema em forma de cordel, da oralidade do cantador de viola e da arte xilográfica, sendo um dos primeiros a trabalhar com a xilogravura na região do Seridó, conforme depoimento do filho Rosáfico Saldanha ao Historiador Gutenberg Costa. Zé Saldanha foi também vaqueiro, folheteiro, sapateiro, fabricou queijos, doces e cachaças, e quando veio morar em Natal-RN, fixou-se em Candelária onde instalou uma bodega/mercearia que batizou com o nome " Recanto do Seridó". Casou com a Professora Jovelina Dantas de Araújo, a quem carinhosamente chamava de Jove, ficando viúvo em 4 de outubro de 1995, quando desta forma foi forçado a ultimar um reinado de amor e união que durou 52 anos. Deste casamento nasceram nove filhos. Dois faleceram prematuramente. O cordelista morreu no dia 09 de agosto de 2011.

HELONIS BRANDÃO(1971)

Atalmente venho desenvolvendo a tese em História Social no PPGH\UFF, intitulada "Apropriações instituídas e a subversão do "popular": os diferenciados usos do cordel brasileiro (1955-2008), que está na fase de escrita dos capítulos. Escrevo cordel desde o ano de 1997, quando lançei 1000 exemplares de "A trágica morete de Chico Sciense a poucos metros do mangue", hoje esgotado. Seguem os dados solicitados: Antonio Helonis Borges Brandão (22\10\1971) - Crateús-CE, FILHO DE Lauro Brandão Lima e Antonia Arlete Borges Brandão. Principais trabalhos publicados em cordel: - A trágica morte de Chico Sciense a poucos metros do mangue; - A morte do índio pataxó queimado por moleques no Destrito Federal; - Que mal o jumento fez para ser tratado assim; - Crateús: a cidade mais piauense e bahiana do interior cearense; - Sextilhas a um puxa-saco, vulgo xeleléu, chaleira...; - Cento e oitenta e cinco anos em louvor à Crateús, dentre outros... Confirmo o desejo em trocar informações sobre o cordel no Nordeste, conheço a cena do cordel cearense e posso lhe enviar dados a respeito da mesma. Em breve estarei fazendo pesquisas sobre o cordel em Campina Grande e João Pessoa e podemos

ZÉ PEQUENO(1903-1994)

O bem-humorado poeta José Antônio da Silva,nascido em 1903, filho natural de Santa Cruz, após viver por mais de 9 décadas partiu em 02 de fevereiro de 1994 deixando muita saudade, 15 filhos e alguns cordéis de sua lavra carinhosamente guardados por sua numerosa prole. "Zé Pequeno" no apelido porém grande na inteligência e aptidão para memorizar, recitava seu cordel O PERIGO DO BUJÃO e arrancava aplausos e risos, mesmo perto do fim de seus dias.

1.11.15 Francisca Confessor, uma herança cultural

FRANCISQUINHA CONFESSOR(1913-2014)

Francisca Confessor, nascida em 12 de setembro de 1913, é filha de João Batista Confessor de Oliveira, um dos principais fundadores da cidade de Japi. “Dona Francisquinha Confessor”, como é conhecida, foi por muito tempo a maior e mais famosa costureira da localidade de Japi. Segundo João Pedra, muitas pessoas que vivenciaram e conheceram realmente de perto o trabalho dessa senhora, afirmam que naquela época ela era uma excelente profissional na arte de costurar e que a sua casa era enfeitada por uma diversidade de roupas: de crianças, jovens e adultos. Tanto ela fazia roupas por encomendas como também fazia roupas para vender a compradores eventuais. Na época em que Francisca Confessor costurava muito, a jovem de 15 anos, Maria Cassiano da Paz (Maria de Salvina), minha mãe, ajudava a senhora Francisca Confessor a fazer alguns trabalhos. Tanto na limpeza da casa como nos acabamentos das costuras. O informante disse também, que quando uma pessoa encomendava uma roupa, a costureira Francisca Confessor perguntava logo: “É para trabalhar ou para passear?”. Se fosse para trabalhar, ela ia à loja de Antônio Branco (loja de tecidos que existia na época em Japi), e comprava alguns metros de mescla azul ou marrom. Mas se fosse para passear, ela comprava alguns metros de linho branco ou outro tecido parecido e fazia a mais bela roupa do momento. A grande poetisa do Trairi. Dona Francisca Confessor, além de ser uma das melhores costureiras locais, ela também deu uma grande contribuição na parte literária. Participou da Literatura Potiguar, quando escreveu o poema EU SOU, o qual foi premiado por uma comissão do Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização). Vale salientar, que nessa época, isto é, em 1971, dona Francisca era aluna dessa modalidade de ensino supletivo. Francisca Confessor me disse no dia em que a visitei, que ela era amiga do maior folclorista e historiador potiguar, Luís da Câmara Cascudo. Disse-me ainda, que se encontrou algumas vezes com ele e, num desses encontros, ela chegou a fazer uns versos de improviso diante de Cascudo, com o tema “O Cascudo”. Veja as palavras do nosso grande historiador potiguar, quando ele se referiu a João Confessor, o pai da poetisa. Câmara Cascudo o descreveu assim: “A história de Japi é João Confessor”. Essa frase causou polêmica em Japi, assim falou a poetisa. Francisca Confessor escreveu lindos poemas, e escreveu também muitas poesias de cordel, sendo considerada, portanto, uma grande poetisa do Trairi. Quando fiz esta entrevista com dona Francisca Confessor, ela tinha 93 anos de idade. Dias depois de falar com ela, eu soube que ela sofrera um acidente e, por causa disso, não pôde mais andar, e consequentemente ela foi morar na casa de seu sobrinho Antônio Martins do Nascimento (Antônio Branco), onde faleceu em 28/10/2014. Ela foi um exemplo de vida e de cultura para todos os filhos desta cidade. Ela era uma pessoa íntegra, religiosa, conselheira, admiradora da poesia e da cultura popular. Ela era uma fonte viva de conhecimento.

JOAO MARIA DE MEDEIROS DANTAS(1963)

João Maria de Medeiros Dantas, nasceu no dia 10 de agosto de 1963, em Natal-RN, filho de José Estevam Neto e Maria das Dores de Medeiros(im memoriam). cordéis: A História de Santa Cruz em Cordel; Um Negro na Casa Branca; Michael Jacson: Herói ou Vilão?; A Luta dos Professores e o Valor que o Voto Tem.

JÉNERSON ALVES(1987)

Jénerson Alves de Oliveira nasceu no dia 20 de junho de 1987, em Palmares-PE. Porém, reside em Caruaru desde 1988. Aprendeu a ler sozinho, aos 4 anos de idade. Seus primeiros versos foram escritos aos 13, participando de festivais escolares. É autor de mais de uma dezena de cordéis e gravou dois CDs de poemas: ‘Sementes de Amor’ e ‘Do clássico ao matuto’, o último em parceria com o poeta Nerisvaldo Alves. Filho de Jessé Alves de Oliveira e Jacira Silva Alves de Oliveira. PRINCIPAIS CORDÉIS - Plantação de Pessoas; Tremores em Caruaru; A História da Reforma Protestante em Literatura de Cordel; Israel e Palestina: Razões do Conflito

JORGE HENRIQUE

Primeiro ocupante da Cadeira nº 04, cuja Patronesse é a poeta sergipana Iara Vieira. Natural de N. Sra. da Glória (SE). Mestre em Letras (UFS), especialista em Mídias em Educação (UFS), licenciado em Letras (UFS) e especialista em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa (FACINTER - PR). Professor, Poeta e membro correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni (MG). Tem duas obras individuais publicadas: Mutante in Sanidade (2001), seu livro de estreia, e "Glória" Cantada em Versos (2008), Literatura de cordel em que narra a história de seu município e cuja tiragem de 5.000 exemplares foi distribuída, gratuitamente, aos alunos das escolas públicas de N. Sra. da Glória. O poeta integra diversas antologias, dentre as quais se destacam o I Prêmio Banese de Literatura (2004) e a II Antologia de Poetas Lusófonos (2009), publicada na cidade de Leiria, em Portugal. Boa parte de sua obra está em diversos sites na rede mundial de computadore.

LUCAS DE OLIVEIRA

Lucas de Oliveira nasceu na fazenda Serra Branca, no interior do Rio Grande do Norte, mas ainda cedo, aos nove anos, desafiou a estrada e foi para a Capital do Estado. Em Natal, viveu nas ruas em condições de elevada vulnerabilidade social, trabalhou em oficina mecânica, onde ganhou amigos e foi acolhido por uma família que o adotou como filho. Aos dezoito anos, comprou o seu primeiro carro e resolveu visitar a família onde nasceu, surpreendendo todos os familiares e arrancando as lágrimas da mãe e as broncas do pai. Foi dia de festa no lugarejo. Mas era apenas uma visita. Logo ele retornou à estrada. Aos 25 anos casou-se e em seguida veio para terras baianas, onde trabalhou na TV Bahia e na antiga Telebahia. Como técnico na área de telecomunicações, viajou por quase todas as regiões baianas e mineiras. Mas foi com a região de Irecê que o poeta se encantou e onde fincou moradia por mais tempo, abrindo inclusive uma empresa de assistência técnica no ramo da sua especialidade. “Mas não aguentei os calotes das prefeituras e pouco tempo depois fechei as portas”, diz o poeta, rindo. Como artista, fez muitos shows na região, lançou CDs com antologias poéticas e cerca de 30 títulos de prosas em cordel, explorando temas do cotidiano das pessoas, das comunidades rurais e dos costumes sertanejos. Mas a sua sensibilidade para os problemas sociais e ambientais foi sempre muito aflorada, dedicando ele boa parte das suas produções a temas educativos, sobre condução defensiva no trânsito, meio ambiente, combate à Dengue, contra a violência doméstica e outros. Lucas de Oliveira também realizou diversas oficinas nas escolas da região, formando crianças na elaboração de repentes e no dedilhar de uma afinada viola. Na região de Irecê ele destaca vários amigos e artistas com quem compartilhou importantes momentos, como André Marques e especialmente Clendson Barreto. Lucas também fez temporada com a mais reconhecida repentista do Brasil, Mocinha de Passira e o seu amigo matogrossensse Juvenal dos Santos, da cidade de Anastácia (MS). Lucas participou de eventos marcantes para ele, como o seminário de cordel promovido pelo Campus XVI da Uneb e o X Festival Baiano de Cordel, onde travou boas pelejas repentistas com Paraíba da Viola, Antonio Queiroz e o próprio Bule-Bule, sendo aplaudido de pé e ganhando menção honrosa pelo trabalho realizado na promoção da arte e da cultura popular através do repente e do cordel.

JURIVALDO ALVES DA SILVA(1946)

Baiano da cidade de Baixa Grande. Nasceu em 1946, filho de família pobre, estudou até a 5ª Série do Ensino Fundamental. Trabalhou na agricultura e aos 17 anos veio para Feira de Santana para continuar os estudos, mas por falta de condições e orientação não conseguiu. Exerceu várias funções, desde auxiliar de serviços gerais a mecânico, motorista de circo e também comerciante. Passou a ser folheteiro e começou a vender cordéis e hoje além de cordelista, dedica-se exclusivamente a literatura de cordel, dispõe de vários exemplares e está instalado na Praça J.Pedreira em frente ao Mercado de Arte de Feira de Santana.

CARLOS GILDEMAR PONTES

Escritor e Poeta. Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, Campus de Cajazeiras. Editor da Revista Acauã, Mestre em Letras. Tem 27 títulos publicados, entre Poemas, Contos, Ensaios, Crítica Literária, em 21 livros, e 7 cordéis.É traduzido para o espanhol e publicado em Cuba nas Revistas Bohemia e Antenas. Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais.Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais. Foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo.É articulista/ colunista do Gazeta do Alto Piranhas e do Sitewww.diariodosertao.com.brBlog: http://rastros.zip.net E-mail: gilpoeta@yahoo.it - Faixa Preta de Karate Shotokan – 3º Dan/ CKIBCoordenador do Projeto Karate Campeão, da UFCG.FORMAÇÃO ESCOLARPrimeiro/ Segundo Graus: Colégio Militar de Fortaleza/Colégio Rui Barbosa - 1980 Curso Básico de Língua Francesa: Casa de Cultura Francesa da Universidade Federal do Ceará. Carga Horária: 420 h/a,Curso Superior: LETRAS - Universidade Federal do Ceará. 1986Especialização em Literatura Brasileira – Universidade Federal da Paraíba, 1989.Mestrado em Letras - Área Literatura - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. 2011. LIVROS: Lesco-Lesco: a lida cotidiana - poesia, 1984.Canção à lua - poesia, 1984.Caixa postal – poemas postais, 1986Metafísica das partes – poesia, 1991.O olhar de Narciso – poesia, 1995O silêncio – conto/ literatura infantil, 1996.A miragem do espelho – conto, 1998Super Dicionário de Cearensês, 2000Literatura (quase sempre) Marginal – ensaios, 2002Os gestos do amor: magia e ritual – poesia, 2004Diálogo com a arte: vanguarda, história e imagens, ensaios, 2005Quando o amor acontece... – poesia, 2006Travessia de mundos paralelos – crítica literária, 2007Da arte de fazer aeroplanos – conto, 2008Melhor seria ser pardal – poesia, 2009.A literatura e seus tentáculos (Org.) – ensaios, 2011.Amor, verbo de se fazer – poesia, 2013.Seres ordinários: o anão e outros pobres diabos na literatura - Ensaio, 2014.A essência filosófica do amor - fragmentos, 2014.Poesia na bagagem, (Antologia poética, vol 1), 2018 Cordéis:Da roça pro viaduto, 2ª ed. 1998As aventuras de Zé Severino, 2004A queda do Zé Severino, 2005Bush vai reinar no inferno, 2007O delegado que roubava livros, 2008A morte do rei do Pop Michael Jackson, 2010. A casa de Josenir (é a casa da poesia).

JOSÉ RIBAMAR(1962)

José Ribamar de Carvalho Alves, conhecido como José Ribamar, nascido a 16 de março de 1962, Caraúbas - RN. Mas seu registro, por interesse da política interiorana, acabou dando seu nascimento como tendo sido em Severiano Melo - RN, onde residiu até os 16 anos. Depois residiu em Baixa Branca, município de Baraúna - RN, onde se casou com Rita de Oliveira Carvalho, mãe de seus quatro filhos. Isaías, Itamar, Itamara e Taumaturgo. De uma família de 10 irmãos, um (in memorian)Cantador repentista profissional desde 1983 e escritor desde 2001. Principais cordéis: Armadilha do destino, Confusão no cemitério, Escolhas das mãos humanas, Mistérios de um transplante, Debate do professor com o pai do estudante, A outra face da fé, Escravidão de menores, Pela vida do planeta, Visões da vida, A trajetória cristã de João Paulo II, Vozes do além, Documentário da vida de Elizeu Ventania. Deveres do cidadão e tantos outros. Áreas de Atuação como poeta: Poeta Repentista e Cantador profissional- Canta desde 1983. Escritor de bancada de Literatura de Cordel Desde 2001. Também é compositor de músicas populares. José Ribamar é autor de várias canções e vários poemas inéditos.Participação em Congressos e Festivais:Este é um pequeno resumo, mas por descuido não foram registrados. .Congresso Potiguar de Repentistas Nordestinos – Mossoró-RN.Festival de Violeiros de Planaltina – Goiás.Festival de Repentistas de Pombal – Paraíba.Festival de Violeiros de Alto Santo – Ceará.Festival de Violeiros de Tabuleiro do Norte – Ceará.Festival de Repentistas de São José do Seridó – RN.Festival de Violeiros de Catolé do Rocha – Paraíba.Congresso de Repentistas de Martins – RN.Congresso de Repentistas de Caicó – RN.Festival de Violeiros de Caraúbas – RN.Festival de repentistas de Natal – RN.Programas de Rádio: Programa na Rádio Centenário de Caraúbas, em parceria com Chicó Gomes e Raimundo Lira; (duração mais de 3 anos.Programa na Rádio Libertadora, com Raimundo Lira, durante dois anos e quatro meses. Programa na Rádio Rural, com Raimundo Lira, durante um ano e seis meses. Programa na Rádio Tapuyo, com Severino Inácio, durante dois meses. Por último Ribamar passou muito tempo como titular do Programa-VIOLAS E REPENTES Pela Rádio Rural de Mossoró com o Poeta Raimundo Lira. Aos Sábados e Domingos: das 05 e30 às 06 da Manhã. Reside em Mossoró desde 1989. Participação em outros eventos culturais: .Auto da Liberdade. Lançamento do Projeto Arca das Letras (Natal).Projeto Quartinha Cultural da Petrobrás. Projeto Canto Potiguar. FESTUERN, Por duas vezes. Participação no PRÊMIO FOMENTO DE LITERATURA DE CORDEL – EDIÇÃO 2006, tendo obtido a 2ª. Colocação. .Participação no PRÊMIO FOMENTO DE LITERATURA DE .CORDEL – EDIÇÃO 2007, tendo obtido a 6ª. Colocação .Em 2010, Teve o Cordel Pela Vida do Planeta escolhido Pelo PNUD, Programa das Nações Unidas. Ainda em 2010, o Cordel Pela Vida do Planeta- Foi contemplado pelo Ministério da Cultura através do Edital Patativa do Assaré.

FERNANDO CORDELISTA(1976)

Fernando José dos Santos, popularmente conhecido como Fernando Cordelista, nasceu em Ibirataia –BA, no dia 02 de maio de 1976, filho de Maria Analia dos Santos Olávo José dos Santos e escreveu os cordéis: A História da Dengue,O Fim da Picada e o Valor de um Professor Moacir Cosme de Lima nasceu no dia 13 fevereiro 1945 em Paulista, Estado da Paraíba, passou a infância num sitio ,e com oito anos de idade, já trabalhava com o gado e participava das plantações . Incentivado pelo o pai que cantava e fazia poesias,tendo mesmo livros de cordel,com nove anos, Moacir Já cantava repentes.Em sua infância, ainda teve oportunidade de ouvir os cantadores que utilizavam os temas tradicionais:temas bíblicos, históricos,geográficos,estes intimamente relacionados ao sertão,à natureza em geral.

MOACIR LAURENTINO(1945)

Moacir Cosme de Lima nasceu no dia 13 fevereiro 1945 em Paulista, Estado da Paraíba, passou a infância num sitio ,e com oito anos de idade, já trabalhava com o gado e participava das plantações . Incentivado pelo o pai que cantava e fazia poesias,tendo mesmo livros de cordel,com nove anos, Moacir Já cantava repentes.Em sua infância, ainda teve oportunidade de ouvir os cantadores que utilizavam os temas tradicionais:temas bíblicos, históricos,geográficos,estes intimamente relacionados ao sertão,à natureza em geral. Com dezessete anos,Moacir mudou-se para Mossoró (RGN) onde colocou um programa na Rádio Tapuio, “Retalhos do Nordeste”,fazendo dupla com um cantador famoso na época, justo Amorim. A partir de 1966, fazendo muitas apresentações em festas em cidades vizinhas, passou a se dedicar, totalmente, à poesia e á música. De 1970 á 1974 manteve,em Limoeiro do Norte (CE),o programa “Viola e Violeiros” na Rádio Vale do Jaguaribe depois em Iguatu (CE), o programa “Trovas do Nordeste” na Rádio Iracema;em Afogados de Ingazeira(PE), na Rádio Pajeú, passou o ano de 1976, indo, em seguida, para Campina Grande(PB),onde está até hoje. A partir de 1975 começou a cantar com Sebastião da Silva e, no dia 1º de janeiro de 1978 os dois iniciaram um programa na Rádio Espinhares de Patos, que ainda mantém no ar.

SEBASTIÃO SILVESTRE(1970)

Sebastião Silvestre Silva (o Tiãozinho do Riacho), nasceu no dia 03 de janeiro de 1970 em Ceará – Mirim, Rio Grande do Norte. Participou de vários saraus, publicou poesias, poemas, trovas e versos em jornais tais como: Tribuna do Norte, O Poti, Tribuna do Vale, O LITORAL e O Vale. Iniciou sua carreira poética nos anos 90. Em 2000 publicou seu primeiro cordel contando a história do seu município. Em 2005 gravou um CD independente contando "causos matutos". Em 2006 ingressa na extinta FM 93,9, com o programa A sanfona e a viola; mas começou como radialista na extinta Rádio Novos Tempos, onde participava de um programa interpretando o personagem matuto Coroné Tiãozinho. Atualmente reside no distrito de Riacho da Goiabeira e apresenta o programa A Sanfona e a Viola na rádio 87 FM de Ceará – Mirim/ RN, aos sábados – de 5h00 as 7h30 da manhã.

ZACARIAS JOSÉ DOS SANTOS (1932-2012)

Severino José, cordelista do Copan. Zacarias José dos Santos tinha um tio que era cego. Para distraí-lo, lia literatura de cordel para ele. Na escola, Zacarias tinha uma professora que ensinava cantando. Por isso, desde cedo, acostumou-se às rimas e poesias. Nascido no povoado de Marcação, hoje município de General Maynard (SE), mudou-se jovem para Aracaju. Em 1953, veio a São Paulo trazendo o sonho de ser médico. "O que eu queria mesmo era fugir da sombra do velho", disse à Folha, em 2002. Filho de um comerciante, não queria o mesmo destino do pai. Devido às dificuldades, desistiu da medicina e foi ser servidor da Justiça do Trabalho, onde ficou por 30 anos. Era um dosmoradores mais antigos do edifício Copan, no centro de São Paulo, para onde se mudou em 1963. Viveu lá até o fim da vida.Na capital paulista, divulgava a cultura popular nordestina com cursos e palestras.E foi de pesquisador a poeta, adotando, em seus escritos, o nome de Severino José, por influência de "Morte e Vida Severina", de João Cabral.Escreveu seu primeiro cordel em 1977, "A Grande Paixão de Carlos Magno pela Princesa do Anel Encantado", que foi traduzido para o francês. Adaptou "A Divina Comédia" e teve uma coletânea lançada pela editora Hedra.Nos anos 70, cursou direito. Aposentou-se em 1986 e foi vender xilogravuras e cordéis na praça da República. Em 1993, teve um derrame e sua saúde só foi piorando. Morreu na terça (11 de setembro de 2012, aos 80 anos, de insuficiência cardiorrespiratória. Deixa mulher e três filhos. A missa do sétimo dia foi realizada em São Paulo, às 19h, na igreja da Consolação, no dia 17 de setembro de 2012.

ARTUR SILVA

Severino Artur da Silva (Artur Silva) nasceu em João Pessoa. Depois de terminar o curso de jornalismo, veio morar em Guarabira em 1993. No ano de 1996, fez a direção musical de um show de Tchero, dirigido por Nana Rodrigues. Também fez assistência de direção no espetáculo "Quebrou o Pau-Brasil", o qual foi apresentado na Alemanha. Em Guarabira ele cria um projeto intitulado: "No canto da sala", projeto cultural, educativo e voluntário, com artistas de várias áreas. Também colocou em ação o projeto: "Poesia na cabeça", com a participação de poetas de Guarabira e João Pessoa. Outro projeto de destaque foi "Poesia, todo dia é dia", pequenos "textículos", distribuímos em bares, repartições públicas, escolas, crianças colecionam os poemas até chegar no cd.

OTONIEL MENEZES(1895-1969)

Nasceu em Natal, a 10.03.1895, filho de João Felismino de Melo e d. Maria Clementina Menezes de Melo. Estudou nos Colégios Diocesano Santo Antônio e Atheneu Norte-rio-grandense, tornando-se a partir daí autodidata. Era, porém, possuidor de vasta cultura literária, conhecedor de autores franceses, ingleses e portugueses. Serviu ao Exército como sargento, participando da perseguição à Coluna Prestes (Piauí, 1926). Foi jornalista, escrevendo para quase todos os jornais locais e de alguns municípios do interior; Promotor Público (interino) em Macau; funcionário da Secretaria Geral do Estado e do Instituto do Sal. Publicou quatro livros: Gérmen (1918), Jardim Tropical (1923), Sertão de Espinho e Flor (1952) e A Canção da Montanha (1955), além de vários sonetos nos jornais em que colaborou. Deixou inéditos A Cidade Perdida e Desenho Animado. Produziu, também, o ensaio Ferreira Itajubá, o Drama da Vida de Província (1947). Sua popularidade deve-se, no entanto, sobretudo à composição da letra de “Praieira”. Entrou para a Academia Norte-rio-grandense de Letras em 1958, especialmente por imposição de amigos, segundo Veríssimo de Melo. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 19 de abril de 1969, sendo sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

JOSÉ DE SOUZA (1947)

Naturalidade: Guarabira – PB - Nascimento: 1947 - Atividades artístico – culturais: Poeta, escritor, autor de textos e apreciações críticas, e agitador cultural. José Belo de Souza reside na cidade de Joao Pessoa. Estudou no Seminário da Arquidiocese da Paraíba, e no Colégio Pio XII. O seu primeiro emprego foi de vendedor de livros. Ele trabalhou no Colégio Pio X, depois exerceu atividades de bancário, no Banco do Comércio e Indústria da Paraíba. Também trabalhou como Fotógrafo Profissional. Belo de Souza fez cursos de Artes Plásticas, Relações Humanas, e também de Cenografia. O artista considera-se um militante pacifista que defende os direitos de povos e nações. O poeta usa os seus versos como meio de luta pela defesa da paz e do meio ambiente. É admirado por sua sensibilidade e maneira peculiar de declamar os seus versos. Ele vendia pastel na praia do Cabo Branco, e aproveitava para recitar as suas poesias. Em 2005, lançou o seu primeiro livro intitulado de “Sentimento das Horas”, publicado pela editora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) já em quarta edição. José Belo deixou de vender pastéis para se dedicar a venda do seu livro. A obra reúne 54 poesias sobre o meio ambiente, religião e paz, além de uma homenagem ao poeta Augusto dos Anjos. Esta é a primeira vez que um livro da Editora Universitária alcança a sua 4ª tiragem. Sentimentos das horas já foi distribuído nacionalmente e publicado em outros países, como Suíça, França, Inglaterra e Espanha. Segundo o autor, as suas poesias possuem um estilo livre, remetendo à poesia clássica de Castro Alves e Gonçalves Dias, e ao modernismo de Carlos Drummond de Andrade. A ideia de escrever o livro surgiu há muito tempo, quando o artista declamava seus versos nas praias da capital paraibana. Nesta época ele conheceu o advogado e propagador cultural, Francisco Bauer, que ficou impressionado com as poesias de José Belo, e encaminhou à universidade o pedido de publicação do livro.José Belo foi eleito imortal pela Academia Paraibana de Poesia, em novembro de 2008, ocupando a cadeira de número 7, sob o patronato do poeta Theodoro Ferreira Neves Junior. O poeta direciona a sua poesia para a leveza e a simplicidade das exuberantes paisagens paraibanas.O artista participa de projetos relacionados à promoção do acesso da juventude pobre da cidade de João Pessoa, à literatura e defesa e preservação do meio ambiente.O poeta tem vários trabalhos publicados, em jornais de João Pessoa e do Brasil. Declama seus versos para os turistas realizando um trabalho nobre e voluntário, em favor da arte. O artista é reconhecido também por suas várias publicações na internet, sobre o tráfico de animais, que considera uma falta de ética para com a natureza. O artista declara “Gosto muito da leitura, pois por meio dela tenho adquirido muitos conhecimentos que tem enriquecido meu mundo de poeta e cidadão”.

EGÍDIO GOMES DE LIMA(1904-1965)

Egídio de Oliveira Lima era filho de Francisco Jesuíno de Lima e Rita Etelvina de Oliveira Lima. Nasceu em Esperança no dia 04 de junho de 1904 e faleceu na capital paraibana a 23 de fevereiro de 1965. Poeta popular, jornalista e autodidata destacou-se como folclorista e escritor de cordéis cuja maior parte fazem parte do acervo da Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Mudou-se para Campina em 1937 e nos anos 60 foi residir em João Pessoa. Escreveu diversos artigos sobre a literatura de cordel para as revistas Arius (Campina Grande) e Manaíra (João Pessoa), das quais foi colaborador e redator. Dirigiu a revista “As fogueiras de São João” (1941) e foi o responsável por colecionar as antigas edições dos folhetos de Leandro Gomes de Barros - festejado autor cordelista paraibano - e de outros autores, cedido posteriormente a Universidade da Paraíba.

SALOMÃO ROVEDO(1942)

Sá de João Pessoa, nasceu em 1942 na cidade de Rio Tinto (PB). Atualmente reside no Rio de Janeiro. Desde menino ouvia cantador dizer folheto, cuja estória sempre era interrompida do meio para o fim pra atrair o comprador. “Quer saber o final? Compra!” Sendo um liso, segundo o autor, ele ficava esperando todo mundo sair pra perguntar o final. Estabelecido no Rio, fez ponto na Feira de São Cristóvão (Rio de Janeiro) e não é de vender muito folheto, mas Franklin Maxado, Drummond, Zé Andrade, Gonçalo, Orígenes Lessa e mamãe, gostaram, e ele resolveu escrever alguns. Bibliografia: A corrupção hoje em dia; Brizola presidente, pra dar jeito no Brasil; Debate entre Paulo Maluf e Ibrahim Sued; Maxado pra presidente!; O discurso do candidato; Franklin Maxado à presidência; O mundo de Zé Andrade; Partidos em Kordel (sic); Seca, Fome e Miséria; Os milagres de São Tancredo (com Franklin Maxado); Tancredo: 39 dias de agonia; A vitória de Tancredo Neves à Presidência da República; A morte de Pedro Nava; Vida e morte de Orígenes Lessa; O vampiro de Santa Teresa; O louco do volante; Está fundada a ABC (Academia Brasileira de Cordel e Cachaça); A volta do cometa Halley; Vida e amores de Porcina, a viúva de Roque Santeiro; A volta de Roque Santeiro; ABC de Roque Santeiro; Corrupção, Democracia e Eleição; O amor de Xuxa e Pelé; Louvação pra Carlos Drummond de Andrade, entre outros.

CÁRLISSON BORGES TENÓRIO GALDINO (1981)

Nasceu em 24 de abril de 1981 na Maternidade Nossa Senhora de Fátima, Município de Arapiraca, interior de Alagoas. Filho do Sr. Cícero Galdino dos Santos, ex-professor de Ciências, ex-bancário do Banco do Brasil e atuamente empresário e de Dona Eunice Maria Borges Tenório Galdino, professora de Portugês com especialização em Psicopedagogia.

JOSÉ ELMAR DE MÉLO CARVALHO (1956)

Nasceu em Campo Maior – PI, em 09 de abril de 1956. Poeta, cronista, contista e crítico literário. Juiz de Direito. Bacharel em Direito e em Administração de Empresas. Presidiu o Diretório Acadêmico “3 de Março”, a União Brasileira de Escritores do Piauí e o Conselho Editorial da Fundação Cultural Monsenhor Chaves. Foi membro do Conselho Editorial da Universidade Federal do Piauí. Publicou os livros “A rosa dos ventos gerais”, “Cromos de Campo Maior”, “Noturno de Oeiras”, “Sete Cidades – roteiro de um passeio poético e sentimental” e "Lira dos Cinqüentanos". Participou de várias coletâneas e antologias. Citado em diversos livros e dicionários. Colaborador das principais revistas e jornais do Piauí. Membro de diversas entidades literárias e culturais. Detentor de várias honrarias e distinções culturais. Seu livro “A rosa dos ventos gerais” recebeu o Prêmio Ribeiro Couto (poesia reunida), conferido pela União Brasileira de Escritores – Rio de Janeiro. Membro da Academia Piauiense de Letras.

PEDRO ERNESTO FILHO

Natural do município do Barro, estado do Ceará. Filho de Pedro Ernesto de Aquino e Efigênia Vieira de Aquino, o mais novo de uma família de 14 irmãos. Menino do campo, nascido no sítio Timbaúba, onde vivi minha infância e desenvolvi por algum tempo a atividade rural. Ali fui alfabetizado, continuando minha escolaridade na sede do município, principalmente no Grupo Justino Alves Feitosa e Ginásio Santo Antônio. Fiz o curso de técnico em agropecuária na Escola Agrotécnica Federal do Crato. Sou advogado, bacharelado pela Universidade Regional do Cariri. Como poeta, sou autor de vários títulos, com mais de 30 (trinta) cordéis publicados, e lancei ultimamente o livro Cidadania do Repente. Com as graças de Deus, fui vencedor em vários certames literários, merecendo destaque: “O Prêmio Anual de Literatura de Cordel” promovido pelo SESC de Juazeiro do Norte (2005), “O sonho de um Nordeste melhor” (2006), idealizado pela AFBNB e “I Concurso Literário da CAPEF” (2007). Prestei serviços à Organização das Cooperativas do Ceará – OCEC e ao Banco do Estado do Ceará – BEC. Atualmente, sou advogado do quadro jurídico do Banco do Nordeste do Brasil S/A. Com muita honra, sou membro da Academia dos Cordelistas do Crato, ocupando a cadeira nº 15, onde tenho como patrono o mestre Hugolino Nunes da Costa. Por indicação e através de concorrência, consegui ingressar no ICVC – Instituto Cultural do Vale Caririense, ocupando a cadeira nº 31, cujo patrono é José Joaquim Teles Marrocos (Zé Marrocos). Sou casado com Gizelda Tavares, pai de três filhos (Pedro Wendell, Pedro Bruno e Pedro Brenno) e resido na cidade de Juazeiro do Norte-CE. Stênio Diniz é mestre da cultura do Cariri, a região com maior registro de Tesouros Vivos. Atualmente, são 20 mestres reconhecidos pela Secult na região ( FOTO: JL ROSA. Ao fim dos eventos em que participa, o mestre da cultura José Stênio Diniz espalha dezenas de xilogravuras sobre a mesa. O trabalho artístico ao qual se aventura desde os 15 anos traz a memória do sertanejo, das secas e do cotidiano caririense. Mestre da cultura há três anos, ele mora na região cearense que tem o maior número de reconhecidos como Tesouros Vivos: o Cariri. E é de lá que tira a inspiração para trabalhar e o incômodo para lutar por uma cultura mais democrática e acessível. "As mãos do Estado não alcançam o Interior. Lá, a gente praticamente não vê a atuação da Secretaria da Cultura", reclama.

STÊNIO DINIZ(1953)

Nascido em 1953, Stênio Diniz é xilógrafo, dramaturgo, compositor, pintor, intérprete, alquimista, tipógrafo e cordelista. Imerso na cultura tradicional popular, ele é consciente do valor que tem para o patrimônio imaterial do Estado. E por isso mesmo, as palavras lhe saem em posição de luta: por estrutura, por espaço para apresentação da arte, pela ponte que precisa ser construída para ligar duas pontas fundamentais da cadeia cultural - artista e público. Stênio não é homem de esperar convite, por isso luta para viabilizar suas mostras de xilogravura, embora guarde algum receio sobre a omissão do Poder Público nessa questão. Aos 63 anos, ele contabiliza uma centena de exposições no Brasil e no Exterior. A relação do mestre com as artes gráficas é herança de família. O avô de Stênio, José Bernardo da Silva, foi fundador da Tipografia São Francisco, que deu origem à Lira Nordestina. Ainda criança, Stênio se encantava pelo trabalho de Mestre Noza, que lhe influenciou no trabalho posterior de ilustrar capas de cordel. O mestre Walderêdo Gonçalves foi outra influência marcante.Stênio recriou, em xilogravuras de maiores dimensões, capas de clássicos do cordel, como "Proezas de João Grilo" e "A chegada de Lampião ao inferno".

JOSÉ JUNQUEIRA DE OLIVEIRA (1950)

Popularmente conhecido como Beija Flôr Da Bahia. Nascido Em Serrinha-BA, em 1950. Foi Criado Por Miguelzinho Violeiro, A Quem O A Tem Como Pai. Beija-Flor, Aprendeu Muito Cêdo A Lição De Casa, Na Arte Do Repente E Da Poesia. Fez Dupla Com O Pai Miguelzinho Por Muitos Anos, E Depois Com Zé Pedreira, Antonio Queiroz, Lavandeira, Paraiba Da Viola, E Muitos Outros Repentistas. Tarbalhou Nos Anos 80 Na Antiga E Saudosa Rádio Difusôra De Serrinha, E Na Radio Melodia Fm, De Vitória Da Conquista-Ba. Cidade Onde Foi Morar Exeçêndo A Profissão De Técnico Em Epidênmias, Da Funasa. Atualmente Mora Em Lafaite Coutinho... Acima Vê-Se Foto De Guilherme Machado E Beija-Flôr, Abaixo Foto Do Artista, Em Festivais,Mais Abaixo Capa Do Seu Cd De Poemas Matúto, Gravado E Produzido Por Museu Do Gonzagão De Serrinha.

RAUL VICENTE DE QUEIROZ(1928-2014)

O cordelista, repentista Raul Vicente de Queiroz, morreu no dia 01 de novembro de 2014 em decorrência de problemas pulmonares. Segundo o colega Neildo Marcelino Dantas, presidente da Associação dos Trovadores e Violeiros de Alagoas, há quatro meses Queiroz “não estava bem de saúde”. “Desde então, ele ficou de cama, isso depois que fez uma cirurgia de próstata”, declarou Dantas à agência de notícias do governo. "É uma grande perda para a nossa cultura. Foi um grande homem." Aos 86 anos, Queiroz mantinha-se na ativa como violeiro, escritor e repentista. Era um dos baluartes da cultura popular na região metropolitana de Maceió, tendo sido reconhecido pelo Estado, em agosto de 2010, como “Patrimônio Vivo” de Alagoas. De acordo com a Secult, Queiroz, natural de Pernambuco, veio para Alagoas com um objetivo: fundar a Associação dos Trovadores e Violeiros, o que efetivamente realizou, mantendo-se na presidência da associação durante 16 anos. “Ele nasceu com o dom da poesia e já escreveu vários cordéis. Em 2008 editou o livro ‘Brasão poético de Cultura Popular’. Começou a tocar com 20 anos e há mais de 50 era repentista. Mestre Raul Vicente de Queiroz representou Alagoas em diversos festivais e vários eventos em municípios alagoanos”, informou a agência Alagoas.

BETO DE MEIRÚS(1943)

Pão de Açúcar - Alagoas - Região da Bacia Leiteira - Nome: José Roberto A da Silva - Nome artístico: Beto de Meirús - Data de nascimento: 07/04/1943 - Endereço: Rua Coronel Manoel Antônio Machado, s/n – Centro - Localidade: Pão de Açúcar - Alagoas - Região da Bacia Leiteira - Contato: (82) 3624-1890 / 9322-1009 - Histórico: Artesão carnavalesco, poeta popular e repentista. Beto Meirús passeia por diversos segmentos artísticos. No artesanato ele produz peças em couro e esculturas de cimento. Em 1990, Beto de Meirús foi o segundo colocado no Concurso de Literatura de Cordel que acontece em Xingó, com a poesia "O Fusquinha Imacumbado". É dono e coordenador do Bloco de Carnaval Chaleirinha e Jaraguá. Foi agraciado com o prêmio Culturas Populares 2007 - Mestre Duda - 100 anos de Frevo.

EVÂNIO TEIXEIRA (1979)

O Poeta Evânio Teixeira é natural de Pilar, município do Estado da Paraíba, conhecida como sendo berço do escritor José Lins do Rego. Nasceu no dia 27 de outubro de 1979. O escritor tem trabalhos publicados no Recanto das Letras, como trabalhos os mais variados, Cordel, Poemas e outros.

DAUDETH BANDEIRA(1945)

Manuel Bandeira de Caldas, poeta, repentista, cantador, compositor e advogado, nascido no sítio Riacho da Boa Vista, São José de Piranhas - PB, filho de Tobias Pereira de Caldas e Maria de França Bandeira, neto do imortal cantador, Manuel Galdino Bandeira e irmão dos também não menos cantadores: Pedro, Francisco e João Bandeira. Nascido em 1945, membro caçula de uma família de poetas, Daudeth começou logo cedo engendrar seus versos, manusear as rimas e familiarizar-se com o som da viola. Como repentista profissional, participou e continua participando de muitos torneios, congressos e festivais de cantadores, por este Brasil afora, tendo conquistado excelentes colocações em muitos deles, sendo reputado, pelos seus ouvintes, apologistas e seus próprios colegas, como um dos mais abalizados vates da sua geração. Como cultuador e colaborador dessa primorosa arte, gravou vários discos, tais como: um vôo na poesia, capim verdão, o grande desafio, frenacrep, Cantares da terra, Estação Nordeste(Lançamento) etc, tudo com cantadores do quilate de Louro Branco, Benoni Conrado, Pedro Bandeira, Juvenal Evangelista e outros. Além disso, tem vários trabalhos gravados por outros baluartes da poesia, visto ser autor de muitos poemas, como por exemplo: conversando com as águas; o preço do nosso amor; o pai, o filho e o carro; adeus do nordestino; o plantador de milho; nordestinação; a manicure; sorte de vaqueiro; pássaro rural entre outros, a grande maioria constante deste livro. Dentre elas, algumas foram gravadas, alcançando verdadeiros sucessos no cenário da música brasileira. Além da inerente faculdade poética, naturalmente concebida, Daudeth Bandeira é titular de outra formação, bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade Federal da Paraíba, em 1985, residindo na capital João Pessoa, onde, além de desenvolver os seus trabalhos relacionados à poesia, mantém a sua banca de advogados, cujo tempo é muito bem preenchido, da viola para o computador e do plenário do júri para as noitadas de cantoria.

ZEZÉ LULU (1916-

O poeta repentista José Gomes do Amaral, o famoso Zezé Lulu, nasceu em 04 de dezembro de 1916, no Sítio Serrinha, distrito de São José do Egito - PE. Era filho de Luiz Ferreira Gomes e Maria José de Santana, ambos agricultores.Com apenas seis anos de idade, Zezé Lulu já assistia às noitadas de cantoria do poeta Antônio Marinho, seu tio por afinidade, quem mais tarde teria como referencial poético. Luiz Ferreira, pai de Zezé, grande incentivador do filho, foi quem realizou o sonho do filho nas cordas da viola e no verso do repente. Zezé Lulu Iniciou sua carreira em 1940, participando em sua primeira cantoria na residência do Sr. José Bento, no Sítio Serrinha, lugar onde nasceu, cantando com o poeta Amaro Bernardino, também filho da região. Sua grande fonte de inspiração são coisas simples do sertão. Zezé se casou no ano de 1937 com Laura Gomes dos Anjos, com quem teve duas filhas: Maria Zélia Gomes e Maria Rosélia Gomes. Zezé Lulu era analfabeto. Não deixou livros publicados. Foi premiado em vários concursos poéticos. Deixou apenas um cordel em parceria com Manoel Xudú Sobrinho. Sua primeira poesia: A noite estava dormindo, Canta o galo dando hora, Me levantei saí fora,A lua vinha saindo. Aquele clarão tão lindo,fiquei prestando atenção, Pensei em forrar o chão,E me deitar na calçada,Vendo a lua debruçada,Na janela do sertão. Zezé cantando com João Severo, esse ultimo poeta terminou um verso assim: “Você é muito poeta,Porém não tem ciência” Zezé Lulú desceu feito um raio e registrou essa pérola:“Esta palavra ciência,Deus a mim não concedeu, A minha mão não escreve, Minha boca nunca leu, Mas vivo estudando os livros Que a natureza me deu”.

EDGAR NUNES BATISTA(1924-1999)

Gravataense, nascido aos 21 de novembro de 1924, filho de João Batista da Silva e Cosma Nunes de Melo. De origem humilde, estudou no Grupo Escolar Tenente Cleto Campelo com a professora Maria José Lira. Mostrando desde cedo suas qualidades de fazer cordéis, talento este despertado de uma brincadeira com o pai. Aos 8 anos de idade já trabalhava por conta própria, fazendo mamulengos, carrinhos de brinquedo, papagaios, carimbos de borracha e outras novidades para vender na feira. Aos 13 anos, fugiu de casa para acompanhar o Gran Circo Ilusionista, onde aperfeiçoou seus dotes de humorista, mágico, poeta popular, equilibrista, músico, pintor, mamulengueiro, desenhista e fazedor de bonecos. Aos 15 anos já abria letreiros nas paredes das casas comerciais para ajudar a mãe nas despesas da casa. Aos 19 anos obteve seu primeiro emprego num salão de bilhar. Trabalhou ainda como sapateiro, alfaiate, pintor e depois conseguiu um emprego de garçom no Recife. De volta a Gravatá foi indicado ao cargo de escrivão de polícia, função desempenhada por apenas cinco meses, pois foi convidado a trabalhar na Prefeitura Municipal. Lá, foi nomeado porteiro contínuo e cobrador de impostos. Depois trabalhou no setor de arquivos, almoxarifado e encarregado do Departamento de Propagandas. No ano de 1951 foi convidado a voltar ao setor de fiscalização, como inspetor fiscal e escriturário da Receita. Dando continuidade aos estudos, foi promovido diretor de rendas, função exercida até a data de sua aposentadoria, completando 35 anos de trabalho efetivo. Faleceu aos 11 de novembro de 1999.

CHARLES CESAR DOS SANTOS

Charles Cesar dos Santos é professor e reside no Povoado Areia Branca, no município de Santana do Ipanema – AL. O cordelista utiliza os seus cordéis como mais um recurso didático para alfabetizar seus alunos. Seu comprometimento com o processo de ensino/aprendizagem o fez ter a percepção de que a arte poética que possui, falando sobre pessoas e coisas por meio de versos rimados, na estrutura de cordéis, poderia ajudar os discentes a desenvolver habilidades de comunicação e de escrita. Os alunos, nas aulas do cordelista Charles, realizavam comumente recitais poéticos, escreviam e apresentavam cordéis na estrutura de sextilhas, com muita desenvoltura. Uma propagação e um fortalecimento importante desta cultura literária. Este interesse dos alunos evidencia o que o que coloca Luyten (1987, p. 9), ao afirmar que “entre as expressões de cunho popular, as que mais interesse oferecem são as modalidade comunicativas. E entre estas, a poesia ocupa um lugar de destaque pela sua dinamicidade e força de expressão”. Seu trabalho vem proporcionando uma grande conquista no processo de aprendizagem daqueles alunos e que, consequentemente vai muito além dos aspectos mecânicos linguísticos que há anos afligem à educação. É uma procura por um melhor uso da língua, focado em uma melhor forma de expressão e desinibição na aprendizagem, uma busca pela melhoria da qualidade de leitura, escrita e produção textual criativa.

PAULO MATRICÓ(1959)

Paulo Roberto Pereira dos Santos, conhecido na cena artística como Paulo Matricó, nasceu em janeiro de 1959, no Sítio Fazenda Nova, município de Tabira, no Vale do Rio Pajeú, alto Sertão de Pernambuco. Filho de agricultores, viveu até os 18 anos na roça, onde teve os primeiros contatos com a poesia e a cultura do Sertão. Conheceu e conviveu com grandes nomes da cantoria do repente, como: Lourival Batista (Louro do Pajeú), Jób Patriota, Pinto de Monteiro e tantos outros menestréis, além de seu pai, também poeta, formando uma base poética cunhada na rima e na métrica e que são a fonte de inspiração para seu trabalho autoral. Os primeiros passos com a música aconteceram no início da década de 80, na cidade pernambucana de Cabo de Santo Agostinho, onde integrou um grupo chamado “Nossas Raízes”. Também foi vocalista da Orquestra cabense de Frevo e Forró, do maestro Rogélio. Na mesma época também surgiram as primeiras composições, quando residiu na região de Caruaru e conheceu o também sertanejo Anchieta Carvalho (Anchieta Dali). Juntos, fundaram o Grupo Matricó. O nome foi inspirado numa composição do poeta Zé Marcolino, intitulada “Currupio, gravada na voz de Genival Lacerda”. A poesia descreve um artifício usado pelos sertanejos para gerar fogo a partir do atrito entre duas pedras, o “Matricó” ou “ Corrimboque”, espécie de isqueiro primitivo. O Grupo Matricó, formado por Paulo Matricó, Anchieta Dali, Sevi Nascimento e Evaldo Cavalcanti, durou dois anos, aproximadamente, e foi premiado em vários festivais de música no Nordeste e outras regiões brasileiras. Quando o grupo se desfez, Paulo seguiu carreira solo estabelecendo-se por alguns meses na Bahia, em Vitória da Conquista | Salvador. Depois, percorreu algumas regiões do interior baiano, retornando posteriormente a Pernambuco e depois para Brasilia | Distrito Federal. Foi em Brasília, a partir de 1993, que Paulo Matricó se fortaleceu como artista e publicou seus primeiros trabalhos. Em 1994, lançou o livro de poemas “Dois Versus Ser Tão Louco”. Em 1995, publicou, com apoio do FAC – Secretaria de Cultura do DF, o seu primeiro CD OUTRO VERSO, um trabalho que recebeu a assinatura de Manassés de Sousa, instrumentista de renome nacional. No ano de 1996, rompeu as fronteiras do Brasil e aportou por quatro meses na Alemanha, iniciando uma parceria com a Banda “Menino”, grupo formado por alemães que apoia projetos sociais com as crianças de rua no Brasil. Neste mesmo ano, se apresentou na Itália, na cidade de Vicença. Em 1997, de volta ao Recife, lançou seu segundo CD JUNHO TAMBÉM, com direção de Anchieta Dali e Luciano Magno. Neste mesmo ano, reata a parceria com Dali, no espetáculo “Em Cantoria”, percorrendo várias cidades como Recife, Caruaru, Salvador, Porto Seguro e Brasília. Ainda em 1997, realiza em parceria com a Banda alemã “Menino”, uma turnê pelo Brasil, apresentando-se em Tabira, Olinda, Maceió, Salvador e Brasília. Em 1998, transferiu-se novamente para a Alemanha iniciando sua primeira turnê na Europa, tocando em 30 cidades alemãs e em Birgminghem, na Inglaterra. Logo, realizou outras parcerias e fundou seu próprio grupo: “Meninos no Forró”, apresentando-se em diversos eventos culturais e em casas de shows como Café Hann, em Koblenz e Harmonie, na cidade de Bonn, tendo este último sido transmitido pela TV alemã SWR. Em 1999, gravou um CD em parceria com o Alemão Stephan Maria, intitulado MARIA PEREIRA, uma mistura de ritmos brasileiros com o pop europeu. Em 2000, Paulo retorna ao Brasil e continua seu trabalho no Recife produzindo o CD FORROZEIO, com direção do parceiro Anchieta Dali. Em 2001, realizou memorável concerto no Teatro do Parque, que deu origem ao seu quinto CD EM CANTO DO SERTÃO. Em 2002 volta à Brasília – DF e lança, com apoio do FAC – Fundo de Apoio à Cultura, o CD MATRICÓ EM CANTO DO SERTÃO. Em 2005, participou do “Projeto Seis e Meia”, no Teatro do Parque (Recife|PE), ao lado do cantador baiano Xangai. Em 2006, produziu a coletânea de forró MATRICÓ NO PÉ DE SERRA, consolidando assim, também, seu perfil de forrozeiro. Em 2007, produz seu sétimo álbum CLARO – O CORAÇÃO NO CERRADO, que traz canções e apelos em defesa do meio ambiente e do Cerrado brasileiro, além de temas espirituais com a participação de grandes músicos como Ocelo Mendonça, Genaro e do compositor e cantador mineiro Dércio Marques. Ainda em 2007, Matricó representou o Brasil na Espanha, participando do Festival “Focus Brasil”, nas cidades de Madrid e Sevilha, onde realizou importantes concertos, ministrando também oficinas de forró para músicos e o público em geral. Em 2009, realizou em Brasília, um concerto para a gravação de seu primeiro DVD CLARO – O CORAÇÃO NO CERRADO, com produção concluída em dezembro de 2010. Lançou em 2011, na Livraria Cultura, em Brasília, o DVD e algumas de seus trabalhos anteriores, com a participação de importantes músicos, como Dércio Marques, Ocelo Mendonça, além de sua filha Meriele Pereira.Em 2012, escreveu e publicou, pela Ensinamento Editora, o livro em formato de cordel “Luiz Lua Alegria”, numa homenagem ao centenário do Rei Luiz Gonzaga. O referido trabalho deu origem a um espetáculo operístico. Nesse mesmo ano o diretor e apresentador do programa Sr. BRASIL, Rolando Boldrin escolheu como principais atrações Paulo Matricó e Vital Farias para participarem como convidados especiais da estreia do novo cenário – ecologicamente correto – de seu programa na TV Cultura, pautado nos ritmos e temas regionais brasileiros.Em 2013, Paulo Matricó volta para Pernambuco, residindo e trabalhando na produção de suas obras e projetos, quando então concebe a primeira edição da Ópera Cordelista Lua Alegria, um espetáculo narrado de forma inusitada, na linguagem do cordel, unindo dramaturgia, canto e música, sob o fio condutor de trilha musical pesquisada e produzida sob a influência da tradição popular de Pernambuco. Neste mesmo ano, em Brasília, foi ovacionado na apresentação de uma primeira versão da ópera, na Sala Funarte, e nas apresentações públicas em espaços abertos no Teatro da Praça e Teatro Guará.No ano de 2014 lançou o nono álbum de sua carreira, em show inesquecível no Teatro de Santa Isabel. O CD LAVRADORES é uma homenagem aos agricultores e um tributo à sua origem camponesa. Participou também de apresentações pelo Projeto Dandô, no Sul do país.Em 2015 realizou o lançamento da edição comemorativa de 20 anos do CD OUTRO VERSO e marca presença em importantes palcos e festivais, como no São João das cidades do Recife, Caruaru e Gravatá, além de apresentações pelo interior de Pernambuco, e em vários estados do território nacional. Atualmente se prepara para a segunda edição do espetáculo Lua Alegria, desta vez patrocinado pelo Fundo de Incentivo à Cultura – Funcultura, onde realizará temporada no Teatro Santa Isabel, em dezembro deste ano. Lua Alegria também fará parte da programação do Janeiro de Grandes Espetáculos de 2015.

ALTIMAR PIMENTEL (1936-2008)

Altimar de Alencar Pimentel, nasceu em Maceió-AL, no dia 30 de outubro de 1936 e morreu em João Pessoa-PB, no dia 21 de fevereiro de 2008. Era filho do comerciante Altino de Alencar Pimentel e Maria das Neves Batista Pimentel. Aos nove anos, em 1945, perdeu o pai, sendo ele o primeiro dos seis irmãos órfãos. Sua mãe, de origem paraibana, logo em seguida voltou para morar em João Pessoa, onde com dificuldades criou sua prole dentro dos princípios da moral e formação cristã, onde a felicidade é conquistada e não comprada. Altimar era casado com a professora Cleide Rocha da Silva Pimentel, e pai da economista Tatiana, do advogado Altino e de Hilda, licenciada em letras e informática. Iniciou seus estudos primários ainda na capital alagoana, concluindo o ginasial e o clássico no Lyceu Paraibano, antigo Colégio Estadual da Paraíba. Pela Universidade Federal da Paraíba, em 1971, concluiu o curso de Licenciatura em Letras – Vernáculo e pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília, bacharelou-se em Comunicação Social – Jornalismo, em 1976. Dedicado ao teatro, Altimar fez curso de especialização em Direção Teatral na Federação das Escolas Isoladas do Rio de Janeiro e na Universidade Federal da Paraíba, em 1978. Ainda em 1975 ingressou no magistério do 2° grau, tornando-se professor de Educação Artística no Lyceu Paraibano e na cidade de Cabedelo. Daí foi um passo para ingressar no magistério superior, lecionando as disciplinas Evolução do Teatro e Dança (1977) e Introdução às Técnicas de Comunicação (1979), na Universidade Federal da Paraíba. Foi Diretor do Teatro Santa Rosa, Diretor do Departamento de Extensão Cultural do Estado, Coordenador do Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular da UFPB e Diretor da Rádio Correio da Paraíba. Participou de vários colegiados, entre eles o Conselho Estadual de Cultura, a Comissão Executiva do IV Centenário da Paraíba, o Conselho da Lei Viva a Cultura, na Paraíba, e foi Secretário do Conselho Consultivo de Alto Nível do Instituto Nacional do Livro, no Rio de Janeiro. No jornalismo também sua atuação foi brilhante. Como teatrólogo foi autor de inúmeras peças, muitas delas consagradas nacionalmente. Presidente da Comissão Paraibana de Folclore publicou 17 livros sobre temas folclóricos. Dedicou-se, também, à história paraibana, com vários livros publicados, o último dos quais, denominado: CABEDELO, alcançou grande receptividade nos meios culturais e educacionais. Bastante premiado por seus trabalhos, foi sócio efetivo do IHGP-Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, o que ocorreu no dia 22 de novembro de 2002, quando passou a ocupar a cadeira n° 10, sucedendo ao historiador José Pedro Nicodemos, sendo saudado pelo consócio Guilherme Gomes da Silveira d’Avila Lins. Além dos livros, publicou vários artigos em revistas e jornais. No Folclore, destacou-se: O Coco Praieiro – Uma Dança de Umbigada, Editora Universitária/UFPB, João Pessoa, 1ª. ed., 1966, 2ª. ed., 1968; O Diabo e Outras Entidades Míticas no Conto Popular, Coordenada Editora, Brasília, 1969; O Mundo Mágico de João Redondo, Serviço Nacional do Teatro, Rio de Janeiro, 1971; Saruâ, lendas de árvores e plantas do Brasil, Editora Cátedra, Rio de Janeiro, 1977; Sol e Chuva: ritos e tradições, Thesaurus, Brasília, 1981; O Mundo Mágico de João Redondo, 2ª edição revista e ampliada, Ministério da Cultura, Rio de Janeiro, 1988; Incantations, Thesaurus Publishing Co., Miami, Flórida, 1995; Contos Populares de Brasília, Editora Thesaurus, Brasília; Estórias de Luzia Teresa, vol. I, Editora Thesaurus, Brasília, 1995 e vol. II, Editora Thesaurus, Brasília, 2001; Barca, Bois de Reis e Coco de Roda, João Pessoa, FIC, 2005. No Teatro, entre as peças de sua autoria já encenadas na Paraíba e outros Estados, registramos 20 peças, entre elas Auto da Cobiça, Auto de Maria Mestra, Viva a Nau Catarineta, Lampião vai ao inferno buscar Maria Bonita, Coiteiros. Registramos um destaque especial para a peça Como nasce um cabra da peste, adaptação da obra homônima de Mário Souto Maior, a qual conquistou mais de 40 prêmios em festivais na Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e realizou vinte apresentações em Portugal e uma em Cabo Verde. Possui dez peças inéditas. Em História, o destaque é sua obra Cabedelo, em dois volumes, publicados em 2001 e 2002. Foi pesquisador, diretor de teatro e jornalista, além de ter pertencido a várias entidades culturais e ter recebido, por sua vitoriosa carreira, elogiosas críticas, prêmios e condecorações. Na política, exerceu o cargo de Secretário de Cultura do Município de Cabedelo, Paraíba. Ele viveu de 1952 a 21/02/2008 na Paraíba, além de professor e jornalista, foi dramaturgo e folclorista, deixou um acervo de várias centenas de artigos, peças teatrais e livros sobre teatro, folclore, ensaio literário e história. Como autor teatral, a sua produção é comparada com as importantes produções de Luiz Marinho e do grande paraibano Ariano Suassuna. Ele foi, essencialmente, um homem de teatro, sem deixar de ser um dos mais notáveis folcloristas com que o Brasil contou do século XX e inicio do século XXI. Pesquisador incansável, sempre deixou marcas superlativas em tudo o que fez. É dele – porque a obteve praticamente sozinho – a maior coleta do conto popular realizada no Brasil, assim como a das rondas infantis (feita com a parceria da esposa, dona Cleide Pimentel). Pesquisou e produziu obras fundamentais sobre o coco-de-roda, o boi-de-reis, a ciranda de adultos. Ultimava, com outros parceiros, a edição de um livro dedicado à coleta do romanceiro tradicional ibérico na Paraíba. Esta biografia inicialmente teve a colaboração do Membro da Academia de Letras do Brasil e Academia Paraibana de Poesia, Francisco de Paula Melo Aguiar. Para esta biografia faz-se necessário o discurso do eminente deputado federal pela Paraíba, no ano de 2008, em Brasília-DF, quando assim pronunciou sobre a morte de Altimar Pimentel. “Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna hoje para prestar homenagem póstuma àquele que foi meu grande amigo: Altimar de Alencar Pimentel, falecido ontem, 21 do corrente, em João Pessoa, Estado da Paraíba. Altimar de Alencar Pimentel nasceu a 30 de outubro de 1936, na cidade de Maceió, Capital de Alagoas. Filho do comerciante Altino de Alencar Pimentel e de Maria das Neves Batista Pimentel, Altimar, aos 9 anos de idade, em 1945, perdeu o pai, sendo ele o primeiro dos 6 irmãos órfãos. Sua mãe, paraibana, logo em seguida voltou para João Pessoa, onde, arrostando dificuldades, criou a sua prole. Altimar era casado com D. Cleide Rocha da Silva Pimentel, formada em Letras. Foi casado em primeiras núpcias com a Dra. Elenilde Figueiredo Pimentel, conceituada médica, de cuja união teve os seguintes filhos: Tatiana, economista; Altino, advogado; e Hilda, titulada em Letras e Informática. Iniciou seus estudos primários ainda na Capital alagoana, concluindo o ginasial e o clássico no Colégio Estadual da Paraíba. Pela Universidade Federal da Paraíba, em 1971, concluiu o Curso de Licenciatura em Letras/Vernáculo, e, pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília, bacharelou-se em Comunicação Social/Jornalismo, em 1976. Dedicado ao Teatro, Altimar fez curso de especialização em Direção Teatral na Federação das Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro e na Universidade Federal da Paraíba, em 1978. Ainda em 1975 ingressou no magistério do 2º Grau, tornando-se professor de Educação Artística no Colégio Estadual da Paraíba, em Cabedelo. Daí foi um passo para ingressar no magistério superior, lecionando as disciplinas Evolução do Teatro e Dança (1977) e Introdução às Técnicas de Comunicação (1979), na Universidade Federal da Paraíba. Foi Diretor do Teatro Santa Rosa, Diretor do Departamento de Extensão Cultural do Estado, Coordenador do Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular da UFPB e Diretor da Rádio Correio da Paraíba. Membro da Academia Paraibana de Letras, Altimar também participou de vários colegiados, entre eles o Conselho Estadual de Cultura, a Comissão Executiva do IV Centenário da Paraíba, o Conselho da Lei Viva a Cultura, na Paraíba, e foi Secretário do Conselho Consultivo de Alto Nível do Instituto Nacional do Livro, no Rio de Janeiro. No jornalismo também a sua atuação foi brilhante. Na qualidade de teatrólogo, foi autor de inúmeras peças, muitas delas consagradas nacionalmente. Presidente da Comissão Paraibana de Folclore, Altimar Pimentel teve 17 livros publicados sobre temas folclóricos. Dedicou-se também à história paraibana, com vários livros publicados, tendo o último deles — Cabedelo — alcançado grande receptividade nos meios culturais. Bastante premiado por seus trabalhos, era natural o seu ingresso como sócio efetivo no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, o que ocorreu no dia 22 de novembro de 2002, quando passou a ocupar a Cadeira nº1, de Augusto dos Anjos, sucedendo o historiador José Pedro Nicodemos e sendo saudado pelo consórcio Guilherme Gomes da Silveira d'Ávila Lins. Além de publicações em revistas e jornais, lançou dezenas de livros. No folclore, destacam-se O Coco Praieiro — Uma Dança de Umbigada, Editora Universitária, João Pessoa, 1ª ed., 1966, 2ª ed., 1968; O Diabo e Outras Entidades Míticas no Conto Popular, Coordenada Editora, Brasília, 1969; O Mundo Mágico de João Redondo, Serviço Nacional do Teatro, Rio de Janeiro, 1971; Saruã, Lendas de Árvores e Plantas do Brasil, Editora Cátedra, Rio de Janeiro, 1977; Sol e Chuva: Ritos e Tradições, Editora Thesaurus, Brasília,1981; O Mundo Mágico de João Redondo, 2ª edição revista e ampliada, Ministério da Cultura, Rio de Janeiro, 1988; Incantations, Thesaurus Publishing Co., Miami, Flórida, 1955; Contos Populares de Brasília, Editora Thesaurus, Brasília; Estórias de Luzia Teresa, vol. I, Editora Thesaurus, Brasília, 1995, e vol. II, Editora Thesaurus, Brasília, 2001; Barca, Bois de Reis e Coco de Roda, João Pessoa, FIC, 2005. No Teatro, entre as peças de sua autoria já encenadas na Paraíba e outros Estados, registramos 20, entre elas Auto da Cobiça, Auto de Maria Mestra, Viva a Nau Catarineta, Lampião Vai ao Inferno Buscar Maria Bonita, Coiteiros. Registramos, com destaque especial, a peça Como Nasce um Cabra da Peste, adaptação da obra homônima de Mário Souto Maior, que conquistou mais de 40 prêmios em festivais na Paraíba, em Pernambuco, noRio de Janeiro, em São Paulo, no Ceará, com 20 apresentações em Portugal e 1 em Cabo Verde. Altimar Pimentel foi assessor administrativo e assessor de divulgação de imprensa e relações públicas da Câmara dos Deputados. Na minha gestão como 1º Secretário da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, Altimar Pimentel trabalhou como assessor daquela Secretaria, à qual prestou relevantes serviços. Altimar foi um dos maiores pesquisadores do folclore nordestino. Com a sua morte, perde não só a Paraíba, mas também o Brasil, um grande folclorista e um ilustre homem de letras. Deixa junto a todos nós, seus amigos e seus familiares, uma grande lacuna, pela perda irreparável e definitiva. Aos familiares enlutados presto sentida homenagem, ao mesmo tempo apresentando-lhes a minha mais sincera expressão de dor e saudade. Requeiro, Sr. Presidente, que o meu pronunciamento seja consignado nos Anais da Casa e transmitido à viúva, Dra. Cleide Rocha da Silva Pimentel. Era o que tinha a dizer. Muito obrigado”.

ANDRACI(1937)

Assis José de Andrade, filho de Manoel José de Andrade e de Josefa Gomes de Andrade. Nascido em Lagoa Nova (PB), em 17/06/1937. Trabalhou na agricultura. Tendo vocação para escrita, publicou seus primeiros trabalhos de literatura de cordel com os títulos: "A Convivência do Caçote com Dona Sapa" e "O Filho que Matou o Pai Ébrio ou Tentado por Satanás". Vendia seus exemplares em praças públicas e em feiras livres do nordeste. Fazia aglomerações de pessoas e cantava seus versos, naquele estilo de repentista, sem o acompanhamento da viola, com sua voz harmoniosa. Ele veio para São Paulo e sempre trabalhou por conta própria. Em São Paulo publicou os seguintes trabalhos: "Os Sinais do Fim da Era com os Horrores no Mundo", "O Salário Está Tardando e o Pobre Passando Fome", "Severina e Seu Casamento", "Pelezão e Sua História", "A Morte de um Presidente" e "O Sofrimento dos Aidéticos". Já essa página eletrônica apresenta cinco trabalhos inéditos de Andraci: "Peleja entre Téo Azevedo e Andraci", "O Seqüestro de Uma Moça e o Desespero de um Pai", "O Espírito Fora do Corpo", "Pense Antes de Fazer" e "Presidente Lula em Literatura de Cordel". O poeta paraibano Assis José de Andrade, conhecido no mundo cordeliano como Andraci, é um desbravador. Nascido em 1937 em Alagoa Nova, município do brejo paraibano, Andraci radicou-se em São Paulo onde conseguiu certo prestígio com seus folhetos e com suas músicas. Um pouco cansado pela idade, nos encontramos no final de 2012 meio às comemorações do aniversário da Caravana do Cordel. Esquecido pela nova geração, e até desconhecido dela, Andraci é o autor de Os Sinais do Fim da Era Com os Horrores no Mundo. Texto inicialmente enviado pelo cordelista paraibano, Aderaldo Luciano. Essa página eletrônica é um esforço para reunir os poemas do escritor Assis José de Andrade, que assina seus trabalhos como Andraci. Poeta popular, Andraci retrata em suas rimas os fatos do cotidiano, as figuras importantes da política e da cultura nacionais e expressa os sentimentos populares e pessoais.Em versos simples, mas cheios de verdade, Andraci conta, de sua forma, a história e as transformações que ocorreram em nosso país nos últimos anos.Um artista do povo.

ORLANDO AIRES (1962)

Orlando Aires da Nóbrega, nasceu no dia 12 de agosto de 1962. Natural da Cidade de Patos na Paraíba. Filho de Jose Aires da Nóbrega e Maria de Lourdes Nóbrega. Já participou de prêmios literários, sendo classificado em alguns deles e tem algumas participações em antologias. É formado em Letras Português/ Inglês pela universidade Paulista – UNIP.

MANUEL DE AZEVEDO(1962)

Manoel Azevedo nasceu em 8 de dezembro de 1962. Nordestino potiguar, nasceu na cidade de Santana do Mato, estado do Rio Grande do Norte. Além de poeta, é músico e professor lecionando aulas de línguas portuguesa e inglesa. Apaixonado pela arte desde sua infância, ele admirava e se encantava pela narrativa dos versos de cordel, ouvida pelo rádio ou nas feiras livres, onde se deleitava contemplando as estórias contadas pelos cordelistas. De acordo com Lima (2014), Manoel de Azevedo saiu aos nove anos de idade de sua terra natal, rumo à capital do Rio Grande do Norte, onde fez seus estudos básicos e despontou para a música, poesia e para o magistério. Ao longo de sua trajetória no universo artístico e educacional, Manoel de Azevedo recebeu vários prêmios e homenagens por sua dedicação à cultura popular, além de sua contribuição também para a educação. Foi contemplado também no Festival de Música Potiguar Brasileira 2011, ficando em 3º lugar, com a música Aurora na Serra de Santana, que remete à sua cidade natal. Esse festival foi promovido pela FM Universitária Lima (2014) afirma que Manoel de Azevedo é um exemplo pouco comum de artista versátil. Segundo o autor, essa versatilidade está relacionada ao próprio itinerário existencial do poeta Manoel que percorreu na vida, como estações principais, Santana do Matos, Natal, e Londres. Esse trajeto reflete profundamente a sua produção poética, ressalta Lima (2014). Dentro de seu contexto literário, Manoel parece explorar suas obras em três estações, a saber: a primeira delas por influência de sua cidade natal, Santana do Matos, período em que o poeta remonta ao sertão, ressignificando suas lembranças. Posteriormente, ele penetra no universo do novo convívio, a cidade de Natal, no qual Lima (2014) intitula, um novo amor, uma nova musa, a cidade de Natal, retratando suas paisagens lírica, física, humana. E, a terceira estação, em que o poeta desabrocha-se em poemas de feição erudita, alguns escritos em inglês como Ode to Vivaldi e outros de alma inglesa, Liverpooliana, como Lennon in the sky with diamonds. Mergullhou no universo dos cordéis no ano de 2000, ano em que Manoel Azevedo fez o seu primeiro cordel intitulado: O Misto, no Projeto Chico Traíra. Entre as suas produções mais recentes está o cordel intitulado: A Tragédia do Nyenburg (Episódio dos Tempos Coloniais no Rio Grande do Norte), lançado pela Editora Luzeiro. Neste, o poeta descreve em linguagem de cordel uma tragédia marítima ocorrida com um navio holandês, em 1763. Manoel de Azevedo narra a desventura do NYENBURG.

MARCONI PEREIRA DE ARAÚJO (1963)

O cordelista Marconi Pereira de Araújo, nasceu no dia 06 de julho de 1963, na cidade de Campina Grande-PB, filho de Mário de Souza Araújo e Osminda Pereira de Araújo. Escreveu os seguintes cordéis: Musa do Serrotão, O Cangaço e Seu Significado, A Feira e Suas Mercadorias, Metas de Família, Juizados Especiais Federais, Cordel da Conciliação, o Perito e o Defensor Público, Paraíba Judiciária e outros.

BARTOLOMEU XAVIER DA COSTA (BARTÔ)

O cordelista Bartolomeu Xavier de Araújo, nasceu no dia 02 de dezembro de 1948, na cidade de Belém-PB, filho de Manoel Xavier da Costa e Maria Denise da Costa. Escreveu os seguintes cordéis: A História da Pedra do Pão de Açucar, Dr. Walderedo Ismael, um Pioneiro da Psicanálise, Rafael de Carvalho, o Multiartista Caiçarense, Tributo a Antônio Xavier, o Filho que Matou a Mãe, Bil Valentão e outros.

THIAGO ALVES

O cordelista Antônio Joaquim Alves, conhecido no meio poético como, THIAGO ALVES, nasceu no dia 01 de maio de 1960, na cidade de Itabaiana-PB, filho de Manoel Joaquim Alves e Maria da Soledade Alves. Escreveu os seguintes cordéis: O Hino Nacional, O Sermão da Montanha, A Anunciação de Jesus, o Nascimento de Jesus, O Mito da Caverna, a Morte de São Sobera e outros.

TIAGO MONTEIRO (1984)

Tiago Monteiro Pereira é natural de Pocinhos, município do Estado da Paraíba, nascido a 25 de janeiro de 1984, filho de Francisco José Pereira e Maria Djanete Monteiro Pereira. Na condição de cordelista tem os seguintes cordéis produzidos: O Velho no Cabaré, Minha Jumenta Filó, O Futuro a Deus Pertence, O Castigo pra Invejoso, dentre outros.

BOB MOTA (1949-2017)

Roberto Coutinho da Mota, era integrante da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte, da União Brasileira de Trovadores, do Instituto Histórico e Geográfico do RN e do grupo da Casa do Cordel. Bob Motta estava internado no Hospital Onofre Lopes se tratando de um câncer. O velório ocorrerá no cemitério Morada da Paz da rua São José, em Natal, a partir das 14 hs. Bob Mota nasceu no dia 09 de agosto de 1948 e morreu no dia 07 de julho de 2017. O corpo será cremado na manhã de sábado (08.07). No ano passado, o seu livro mais conhecido, “Preservando o Matutês”, ganhou uma terceira edição, com 7.124 verbetes. A obra reúne as expressões que estão na boca do povo nordestino. A primeira edição foi lançada em 2001 com 3.153 palavras já conhecidas pelo autor. Em 2004, para ajudar a aumentar o vocabulário matuto, Motta optou por realizar pesquisa de campo e bibliográfica, conseguindo publicar um total de 5.169 verbetes. Para isso, viajou pelos sertões de Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. Filho de João Francisco da Motta e de Dona Severina Coutinho da Motta, nascido no dia 09 de agosto de 1948, na cidade do Natal-RN; é casado com Dona Adele Mara Lima da Motta, pai de Alexandre, Fabiano e Ana Cláudia; e avô de Rafaela, Willian Richard, Maria Clara e Maria Fernanda. Pertence à Academia de Trovas do Rio Grande do Norte - ATRN, à União Brasileira de Trovadores-UBT e à Academia de Cordel do Vale do Paraíba. É autor de 13 (treze) livros, aproximadamente 220 títulos de Literatura de Cordel, dos quais tem apenas trinta por cento editados; além de 5 (cinco) CD’s gravados ...

CARLOS MOSSIM

O poeta Carlos Alberto Rodrigues, Carlos Mossim, de Itatuba, foi empossado na Academia de Cordel do Vale do Paraíba no dia 11 de julho de 2015, realizada na Academia Paraibana de Letras, em cerimônia que começou às 14 horas, com as presenças de cento e vinte poetas, convidados e “imortais” da APL, à frente seu Presidente Damião Ramos Cavalcanti. Carlos Alberto Rodrigues é professor e começou a ter contato com literatura de cordel através de sua mãe, incentivadora e amante dessa arte, e com seu irmão, o também poeta Pádua Gorrion. O poeta já escreveu diversos cordéis, entre eles A saga de Felisberto; A visita de João Monjolo ao cabaré; Cordel da inquisição; A vida do agricultor: Vamos cuidar do planeta: Vou beber todo tipo de aguardente pra poder sufocar minha paixão, entre outros. A plenária da Academia de Cordel do Vale do Paraíba ofereceu ainda oficina de xilogravura com o gravurista Josafá de Orós, palestras com o poeta Bob Motta, de Natal, e a pesquisadora Beth Baltar, além de recital com os poetas presentes.

RUI VIEIRA

Natural de Remígio, radicado em Campina Grande, Rui Vieira é formado em Jornalismo pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), funcionário do Banco do Brasil aposentado, escritor, pesquisador da literatura popular, é membro da ACI (Associação Campinense de Imprensa) e sócio da Casa do Poeta de Campina Grande. Sua principal atividade hoje é pesquisar a poesia popular, causos e muito humor. Em janeiro de 2015 passou a integrar a academia de cordel do Vale do Paraíba. O trabalho de Rui Vieira é considerado de muita valia para pesquisadores da poesia popular nordestina. Rui Carlos Gomes Viera nasceu em 15 de Setembro de 1947 na cidade de Remígio na Paraíba, filho de José Félix Vieira e Teresa Gomes Viera. Veio para Campina Grande com três anos de idade, Rui conta que seu pai tinha uma biblioteca admirável, o que possibilitou seu contato com a leitura, desde muito cedo. Algumas das obras do poeta Rui Vieira que marcaram sua carreira enquanto literário. O poeta Rui Vieira, lembra que começou a escrever poesia ainda na escola aos 13 anos de idade, “quando menino era apaixonado por uma garota na escola em que estudava, e fiz uma poesia para a garota e foi assim que tudo começou”. O escritor teve influência do poeta Jansen Filho e na prosa poética ele se inspirou em Humberto de Campos. Sua paixão pela cultura popular nordestina surgiu ao acompanhar as cantorias na cidade de cajazeiras. Ao relembrar o inicio de seu trabalho e suas inspirações, Rui define o ser poeta com uma citação de Plínio Salgado , “Os Poetas nascem feitos e os oradores os fazem ser poeta”. O poeta tem três livros publicados, o primeiro deles intitulado como “Grito” foi lançado em 1992 e reúne uma seleção de poemas que marcam a sua juventude. Seu segundo trabalho foi publicado em 2008, o “Baú de Putaria” é um livro de causos cômicos, dos poetas populares usando o vocabulário próprio ou impróprio dos versos de improviso. Em 2012 lançou o “Dicionário Temático Da Poesia Popular Do Nordeste”, O dicionário é resultado de cinco anos de pesquisa. Escultura que retrata Rui Vieira elaborada pelo renomado escultor Isaías Alves da Costa (Mestre Zaia) Além das obras de sua autoria, Rui participou de edições de livros regionais e nacionais como “A Paraíba 500 anos do Brasil” de 2000, e a coletânea “Inventário Lírico” de 2014. Além de edições de cordéis com temas políticos, esportivos e contra o trabalho infantil. Futuramente o poeta pretende lançar um livro com suas crônicas publicadas na coluna “Raízes e Histórias”, pelo já extinto Jornal Diário da Borborema. “Presepadas para Gente Grande” é seu mais novo livro que será lançado entre o final de junho e o começo de julho de 2015, a obra é uma coletânea de poesias em cordel e presepadas como já define o sugestivo título do livro. Rui Vieira destaca a importância do poeta e cordelista Manoel Monteiro e do Bibliófilo, Historiador e Professor Átila de Almeida, e os define como divulgadores da cultura popular em Campina Grande e na Paraíba. Manoel através dos seus cordéis e Átila por sua pesquisa e coleção de títulos e obras de caráter raro. A falta de incentivo e divulgação da cultura popular na infância é uma crítica de Rui Vieira. “Falta mais divulgação e apoio para a cultura popular, falta poesia nas escolas e nas Universidades”, lamenta o poeta. Ele ainda defende a existência de uma disciplina escolar dedicada a cultura popular para que nossas raízes poéticas e culturais não sejam esquecidas.

MAURÍCIO LUIZ LIMA DA SILVA(1979)

Pseudônimo de Antônio Alves da Silva, que nasceu no dia 30 de agosto de 1979, nascido em Itatuba-PB, filho de Maria Lúcia Rosa de Lima, tem como títulos os seguintes cordéis: O Burro que Morreu em Frente a Igreja, A Vingança, História de Maurício Lima. É músico, compositor, Grupo de Pagode, com o título de Solteirões do Pagode.

JOSAFÁ DE ORÓS (1965)

Josafá Paulino de Lima, pseudônimo de Josafá de Orós, que é um dos municípios do Estado do Ceará. Nasceu no dia 21 de abril de 1965, em Orós-CE, filho de José Paulino de Lima e Francisca Xavier de Lima. Os seus cordéis tem enquanto título os seguintes nomes: História da Feira de Campina Grande, Paraíba Grandes Nomes Vol I, II, A Pedrinha Preciosa e outros.

JOÃO THEOTÔNIO DE CARVALHO (1928)

Popularmente conhecido como Théo, o cordelista paraibano nasceu em Rio Tinto, no dia 22 de janeiro de 1928. Filho de Ildefonso Theotônio de Carvalho. Tem como cordéis os seguintes títulos: A Importância do Livro, 62 Anos de Emancipação de Belém. Na realidade o cordelista gostaria de desenvolver esta base da poesia nas escolas com os jovens e com as crianças, tem projeto de incentivo à leitura “Abra o Livro e Leia”.

EL GORRIÓN (1968)

Antônio de Pádua Gomes da Silva, é poeta, cordelista e produtor e divulgador da literatura de cordel, produzindo suas próprias obras por intermédio de sua editora e gráfica. O cordelista nasceu no dia 20 de janeiro de 1968, na cidade de Itatuba-PB, filho de José Antõnio da Silva e Terezinha de Jesus. O poeta sente a necessidade do cordel ter uma maior divulgação com mais incentivo do poder público aos poetas populares.

FRANCISCO XAVIER MONTEIRO DA FRANCA (1773-1851)

Nasceu na capital da Paraíba, a 15 de junho de 1773, c faleceu a 16 de junho de 1851. Era filho do Capitão José Vicente Monteiro da Franca e D. Francisca Xavier da Conceição Teixeira. Seu genro e particular amigo, o Major Manuel Caetano Veloso. Paraíba, J. R. da Costa, 1854, in 4.°, de XIV págs., 1 fl. 82 págs. e 1 fl. O volume contém a biografia do autor, pelo genro, seis odes, uma epístola, uma elegia, quarenta e sete sonetos e outras poesias diversas. Algumas ficaram fora da coleção, por não as haver encontrado o Major Veloso. N.° 15.584 do Catálogo da Exposição e n.° 1.684 da Bib. Brasileira. Não foi encontrado no Estado de São Paulo a obra póstuma de Monteiro da Franca e o seu pesquisador se encontrou impossibilitado de aquilatar o seu valor. Da parte biográfica sabe-se que os seus pais o destinavam à vida eclesiástica, a cujos estudos se devotou, chegando a receber as primeiras ordens. Arrependeu-se, no entanto, e estudou advocacia. Encontra-se o seu nome registrado nas páginas da história da revolução de 1817, a que aderiu, na qualidade de um dos cinco membros do governo provisório. Por esse motivo foi preso e condenado à pena de morte. Comutaram-lhe a pena e depois lhe deram anistia, em 1821, quando foi posto em liberdade. Representou a sua província junto às cortes portuguesas, em 1822,, e foi membro da assembléia brasileira, em sua primeira legislatura. Também foi conselheiro do governo. Ocupou os cargos de inspetor do açúcar e do algodão, em 1837, e de presidente da Paraíba, em 1840. Era capitão-mor de milícias e oficial da ordem da Rosa. Mas só a circunstância de haver sido poeta lhe dá entrada nesta obra.

AMÉRICO FALCÃO (1880-1942)

AMÉRICO Augusto de Sousa FALCÃO — Fez os estudos primários e secundários em João Pessoa, formando-se, em 1908, pela Faculdade de Direito do Recife. Redator de A União e diretor da Biblioteca Pública do Estado da Paraíba. Sócio do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. “Poeta magnífico,” afirma Edgard Rezende (Os Mais…, pág. 179) — “produziu composições impregnadas de lirismo suave e encantador.” Era-lhe, porém, a trova um dos gêneros prediletos, e Luiz Pinto (Ant. da Paraíba, pág. 23) afirma ter sido ele, A. Falcão, “um repentista temido e de incomparável fecundidade”, a manejar com inteligência a sátira, sua insuperável arma de combate. (Praia de Lucena, Município de Santa Rita, Paraíba, 11 de Fevereiro de 1880 — João Pessoa, Paraíba, 9 de Abril de 1942.) BIBLIOGRAFIA: Auras Paraibanas; Visões de Outrora; Soluços de Realejo; etc. Advogado pela Faculdade de Direito do Recife, diretor da Biblioteca do Estado da Paraíba e sócio do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Considerado por Guimarães Barreto o maior trovador da Paraíba, aliando, “à altiloquência das imagens, uma simplicidade comovente em seu despretensioso versejar”. BIBLIOGRAFIA: Náufragos, A Rosa de Alençon, Paraíba, Soluços de Realejo, etc. (Praia de Lucena, Município de Santa Rita, Pb, 11 de Fevereiro de 1880 — João Pessoa, Pb, 9 de Abril de 1942). Américo Augusto de Souza Falcão, nasceu na Praia de Lucena - PB, a 11 de fevereiro de 1880. Descendia de Mariano de Souza Falcão e Deolinda Zeferina de Carvalho Falcão. Nas suas peregrinações à terra de José de Alencar, faz publicar o seu primeiro livro - Auras Paraibanas, prefaciado por Álvaro Martins e Fernando Heyne. Regressando à gleba, ingressou, mais tarde, na Faculdade de Direito do Recife, onde se bacharelou. De volta a Paraíba, exerceu indiscutível influência nos nossos meios intelectuais. Ainda, publicou: ‘Rosas de Alençon’ e ‘Soluços de Rea­lejos’. Colaborou em vários jornais e revistas que se editavam nessa capital, inclusive na Era Nova. Foi Diretor da Biblioteca Pública do Estado, onde conseguiu com o brilho de sua 4tteligência uma fase áurea à nossa casa de consulta. Poeta por vocação e índole, faleceu em João Pessoa a 19 de abril de 1942. Que todos os poetas do mundo se abracem num elo unitico, formando uma roda sem barreiras de climas contrários, sem distân­cias opostas, porque a poesia não desintegra, mas une, anima a força do espírito, e todos assim confraternizados, se considerem irmãos.

ASCENDINO LEITE (1915-2010)

Paraibano, natural do município de Conceição do Piancó, Ascendino Leite nasceu em 23 de junho de 1915, em meio a uma seca arrasadora. Escritor nato, ele se destacou como crítico, romancista, jornalista, poeta e memorista. Dedicou-se ao jornalismo até 1961 não apenas escrevendo, mas também gerindo: ele dirigiu jornais na Paraíba, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Entretanto, a literatura não foi passageira na sua vida. Desde cedo ele começou a produzir seus primeiros trabalhos, para não mais parar. Como romancista, sua obra inicial foi o “A viúva branca”. Depois dela, veio uma série de outros títulos, que ascenderam o nome de Ascendino Leitte entre os melhores autores nacionais. Suas obras são várias e bem acolhidas pela crítica, passando por poesias e diários. Ganham destaque, em ordem cronológica, os trabalhos: O Salto Mortal; A Prisão; As Coisas Feitas; O Brasileiro; Durações; Sonho de uma noite de verão; Poesia reunida; e Poemas do fim comum. Ascendino, também fez história com a publicação de seu Jornal Literário, projeto de grande importância, que rendeu ao autor prêmios como o Pen Clube do Brasil e o de Joaquim Nabuco. O paraibano faleceu em 13 de junho de 2010, vítima de insuficiência respiratória. Ainda em vida, entretanto, ele teve a satisfação de ser conhecido e respeitado como um dos grandes nomes da literatura brasileira. Ascendino Leite nasceu em Conceição do Piancó (PB), em 1915, o ano da terrível seca que inspirou o famoso romance de Rachel de Queiroz. A infância modesta e a paisagem flagelada do Nordeste marcaram profundamente sua alma. Crítico, jornalista, romancista, memorista e poeta.Dirigiu e chefiou a redação de vários jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Em João Pessoa, passou pelo jornal O Norte, Correio da Paraíba e foi diretor do jornal A União. Entre os jornais de mais destaques estão: Diário de Notícias (1930), Diário Carioca (1928), Jornal do Brasil (1891), A Manhã (1925), e depois como dirigente da sucursal do grupo Folhas (1921), com três edições diárias (Folha da Manhã, Folha da Tarde e Folha da Noite), em 1942.O escritor casou-se com Maria Rosa Franca em 1936, com quem teve cinco filhos (Alice, Isolda, Maria das Neves, Lúcio e Vera Lúcia). Iniciou sua carreira como funcionário público e passou a atuar como jornalista em 1931, quando morava em Cajazeiras. Ele exerceu funções públicas no Estado da Paraíba até 1943.Estreou com o romance A Viúva Branca, em 1952. Em seguida, inicia a publicação de seu Jornal Literário. Como serventuário da Justiça, trabalhou no tribunal do Rio de Janeiro.Foi o idealizador da revista semestral de poesia “Augusta”, lançada no ano 2000, cujo título homenageia a memória do poeta Augusto dos Anjos. Integrante da Academia Paraibana de Letras desde 2002, sócio fundador da Associação Paraibana de Imprensa, API e um dos maiores romancistas do país.Em 2007, Ascendino lançou “Na Ciência dos Fatos” – Jornal Literário. O livro traz, entre outros temas, uma coletânea de crônicas, poemas e depoimentos sobre o cotidiano.Ascendino foi um homem de muitos talentos e que conseguiu destaque no cenário nacional graças a sua competência, inteligência e ousadia. Recebeu prêmios como o de Joaquim Nabuco, do Pen Clube do Brasil, pelo seu Jornal Literário. Foi condecorado pela Marinha brasileira e de Portugal. Seu Jornal foi de grande importância como apreciações de fatos e pessoas. Seu trabalho foi bem acolhido por parte da crítica, que o colocou entre os melhores autores nacionais. Assim, onde houver uma sombra que agasalhe a boa literatura, a poesia, a arte de escrever, o ofício do jornalismo, a prática da crítica literária, a análise e interpretação do fato político, ele está lá. Presente com a sua escrita.Em sua longa existência, conviveu e privou da amizade e do respeito das maiores estrelas da literatura brasileira do século XX. Faleceu em 13 de junho de 2010 em plena atividade.

IRINEU JÓFFILY (1843-1902)

Naturalidade: Pocinhos-PB - Nascimento: 15 de dezembro de 1843 / Falecimento: 08 de fevereiro de 1902 - Atividades – Exercício profissional: Foi jornalista, redator, advogado, político, geógrafo, juiz e promotor de justiça. Patrono da cadeira número 2 do IHGP (Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba) que tem como fundador Celso Mariz e Diana Soares de Galiza como atual ocupante. Irineu Ceciliano Pereira Jóffily, conhecido por Irineu Jóffily, nasceu na Fazenda Lajedo, no município de Pocinhos. Filho do segundo matrimônio do tenente-coronel José Luis Pereira da Costa com dona Isabel Americana. Iniciou seus estudos na Cidade de Cajazeiras onde, na sua linha ascendente paterna havia Bárbara Maria da Pobreza – proprietária de terras no Sítio Gravatazinho em Esperança e metade do Sítio Oriá (Areial), nas testadas do olho d’água do Brabo -, de onde surge Manoel do Brabo – vaqueiro de confiança de Zé Luiz e responsável por levar o pequeno Irineu à escola do Padre Rolim, em Cajazeiras. Esta viagem fez brotar no garoto o seu amor pela geografia paraibana, onde de acordo com a seguinte nota: “A afirmar essa sua vocação exótica ou inesperada pela geografia está aquela sua primeira viagem, que, por oito dias, fez, a cavalo de Esperança a Cajazeiras, quando, ainda menino de 12 anos, ou seja, em 1885, foi, sob a guarda de Manuel do Brabo, internar-se no colégio do Padre Rolim” (PB-Letras: 2003). Irineu seguiu para Recife para concluir o secundário e o bacharel em ciências políticas e sociais, nesse período da faculdade fundou o jornal “O acadêmico parahybano”, tinha como intuito publicar pequenas biografias dos seus conterrâneos e reivindicava os benefícios que a Paraíba precisava; exemplo a demarcação dos limites entre Pernambuco e Paraíba, uma associação comercial e a navegação do rio Mamanguape. O Estado da Paraíba deve o seu contorno geográfico atual graças aos trabalhos deste incansável pesquisador.Já formado, voltou para a Paraíba, casa-se em Alagoa Nova com Rachel Olegária, filha do Capitão João Martins Torres, criador de gado e proprietário das terras no Sítio Riacho Amarelo, em Esperança. Segundo os mais antigos vinha sempre a Esperança visitar o seu cunhado Bento Olímpio Torres, que residia no casarão construído no final da rua Banabuyé (atual Silvino Olavo). Na política, foi nomeado Promotor público de São João do Cariri e Juiz de direito de Campina Grande. Aperfeiçoou-se nas Ciências Jurídicas, na História, Geografia e Paleontologia e tornou-se um grande historiador. Enveredando na política partidária elegeu-se vereador em Campina Grande e em 1868 foi eleito deputado provincial em várias legislaturas. Em 1888, fundou o jornal A Gazeta do Sertão, em Campina Grande. Era sócio correspondente do Instituto Histórico e Arqueológico Pernambucano e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Escreveu: “Notas sobre a Parayba” e “Sinopsis das Sesmarias”, publicados em 1892 e 1894. Já em 1889 foi eleito deputado geral, mas por causa do advento da republica não assumiu a cadeira voltando à Paraíba e em sociedade com Francisco Soares Retumba instalou uma tipografia em Campina Grande, nela circulava as primeiras edições do “A Gazeta do Sertão”. Irineu Jóffily faleceu em sua residência, na Praça Municipal, atualmente Av. Marechal Floriano Peixoto em Campina Grande, no dia 7 de fevereiro de 1902.

PADRE IBIAPINA(1806-1883)

O seu nome verdadeiro era José Antônio Maria. Ele nasceu no Ceará no dia 05 de agosto de 1806, e o sobrenome Ibiapina veio em homenagem à vila em que morou. Ali, José Antônio Maria exerceu primeiramente as funções de juiz de Direito e chefe de polícia. Ao fazer a opção pela vida religiosa e se tornar padre, tempos depois, o seu apostolado se destacaria pelo incentivo à educação. Neste sentido, ele avivava algumas crenças nos sertanejos, na tentativa de afastá-los do bacamarte e da superstição. O Padre Ibiapina realizou muitas peregrinações, construiu mais de vinte edificações - denominadas “casas da caridade” - recolheu e educou milhares de órfãs carentes do sertão para atuar na esfera privada, batizou e casou um elevado contingente de pessoas nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, enfim, lutou muito por seu ideal cristão no Nordeste. O religioso faleceu no dia 19 de janeiro de 1883, na Casa de Caridade Santa Fé, no Estado da Paraíba.

DOM VITAL(1844- 1878)

O seu nome completo era Vital Maria Gonçalves de Oliveira. Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira Júnior. Capuchinho – Bispo de Olinda. Ele nasceu no dia 27 de novembro de 1844, em um engenho de açúcar, em Pernambuco e morreu em Paris-França, no dia 04 de julho de 1878). O futuro religioso estudou primeiro no Seminário de Olinda e, depois, viajou para Paris, onde freqüentou o Seminário de Saint Sulpice. Foi lá que ele decidiu se tornar um capuchinho, um religioso pertencente à ordem franciscana. O padre capuchinho foi preso e perseguido, tendo lutado contra a maçonaria. Ele entraria para o Convento Franciscano de Perpignan e, em seguida, para o Seminário de Toulouse, onde ocorreu a sua ordenação, no dia 02 de agosto de 1868. No final desse mesmo ano, Dom Vital voltaria ao Brasil, seguindo para o Convento dos Franciscanos, em São Paulo, local onde iria lecionar. Em março de 1872, por indicação do Governo do Império do Brasil, Dom Vital foi consagrado bispo. No entanto, o Papa Pio IX tardou em aceitá-lo, porque ele tinha apenas 28 anos de idade. Frente à hesitação de Roma, Dom Vital escreveu uma carta ao Papa, solicitando a dispensa do cargo e confirmando o desejo de se manter, somente, como um simples religioso que era. Percebendo todo o desprendimento do capuchinho, o Papa decidiu logo nomeá-lo, o que ocorreu no dia 24 de maio de 1872, data em que Dom Vital se tornou bispo de Olinda e Recife. O local em que o Dom Frei Vital nasceu na época pertencia ao Estado de Pernambuco, atualmente é de solo paraibano, município de Pedra de Fogo.

FREI DAMIÃO (1898-1997)

Filho de camponeses humildes e devotos, Pio Giannotti nasceu em Bozzano, um vilarejo da cidade de Massarosa, na Itália, no dia 05 de novembro de 1898. Demonstrando inclinação para o sacerdócio, ele iniciou, aos 12 anos de idade, os estudos religiosos na Escola Seráfica de Camigliano. Anos depois, ingressou na Ordem dos Capuchinhos, no Convento de Vila Basílica e, ao receber o hábito, escolheu para si o nome de Damião. Em 1917, Frei Damião foi convocado pela Força Militar do Exército para servir na frente de batalha da Primeira Guerra Mundial, juntamente com os demais padres capuchinhos. E, após o fim da guerra, permaneceria por mais três anos acampado na região de Zarra, na fronteira da Itália. A vivência da carnificina produzida pela Grande Guerra lhe deixaria profundas e amargas recordações para o resto da vida. No ano de 1931, Frei Damião foi intimado por seus superiores a fazer uma escolha: permanecer na Itália e ser um professor, ou viajar para o Brasil e se tornar um missionário. Ele seguiu a voz do seu coração, decidindo-se pela missão de evangelizar e, dias depois, embarcou para o Recife. Aqui chegando, ele adotaria definitivamente o nome Frei Damião, com o designativo Bozzano, relativo à sua terra natal. Frei Damião fazia batismos e casamentos coletivos, dava sermões e ouvia confissões. Saindo em procissão pelas ruas e estradas, em busca das comunidades mais distantes e carentes, ele iniciava sua peregrinação às quatro horas da madrugada, acordando a todos com cânticos, orações e o badalar de um sino. Devido às constantes pregações pelo interior do país, ficou sendo chamado de o andarilho de Deus. Foi o costume de ouvir os fiéis que lhe deu um grande prestígio pessoal. Através de sua dedicação ao próximo, então, ele conquistaria a admiração da população católica. Em suas missões e romarias, Frei Damião reunia milhares de fiéis e romeiros, os quais caminhavam longos trajetos a pé, ou viajavam em cima de caminhões, com o intuito de assistir aos seus atos religiosos. Ele foi, ainda, o único pregador que visitou o Nordeste em uma missão franciscana. Por todo esse trabalho, o Frei receberia várias medalhas e condecorações e, inclusive, o título de cidadão honorário em 27 cidades brasileiras. Na literatura de cordel, Frei Damião representou uma fonte de inspiração para trovadores e cordelistas que, sobre ele, escreveriam centenas de folhetos narrando a sua vida missionária, os seus milagres e o seu imenso prestígio popular. No entanto, a falta de cuidados pessoais, durante a intensa vida missionária, repercutiu negativamente na saúde do missionário: ele adquirira uma deformação progressiva, causada por problemas de cifose (corcunda) e escoliose, o que lhe causaria dificuldades para falar e respirar. Por outro lado, desde jovem, ele sofria de erisipela e de uma certa insuficiência cardiovascular periférica, problemas que só se agravariam com as suas longas peregrinações. Apesar de todos os problemas de saúde, Frei Damião de Bozzano foi bastante longevo: ele faleceu no dia 31 de maio de 1997, no Hospital Real Português, no Recife, aos 98 anos de idade.

PADRE CÍCERO(1844-1934)

Sem sombra de dúvida, no Nordeste do Brasil, o mais famoso e popular, dentre os santos católicos não-canônicos, continua sendo o Padre Cícero Romão Batista. Ele nasceu no Crato, Estado do Ceará, no dia 24 de março de 1844, e ordenou-se capelão em 1870, quando Juazeiro do Norte ainda era chamado pelo nome de Tabuleiro Grande e, em seu povoado, existiam somente 32 casebres de taipa e palha, além de uma igrejinha sob a invocação de Nossa Senhora das Dores. Padre Cícero não se dedicou apenas ao culto: ensinou a lavrar a terra, tratou as doenças das pessoas, cuidou da bicheira do gado, ensinou os cearenses a trabalhar com diversos materiais, a exemplo do couro, da palha, do barro e da fibra. Um certo dia, a beata Maria de Araújo fez sangrar a hóstia que Padre Cícero lhe colocou na boca. A partir desse episódio, o fato milagroso foi espalhado, não mais cessando as romarias para Juazeiro do Norte, com o objetivo de verem de perto a eleita do Senhor. Com a chegada de tantas pessoas, a cidade cresceu muito. Junto às ocupações masculinas surgiram oficinas de sapateiro, funileiro, seleiro, ferreiro; e, junto às femininas, surgiram rendeiras, fiandeiras, chapeleiras, oleiras. Uma Comissão de Inquérito foi formada, então, para apurar os fatos. Mas, quando chamaram a beata Maria e lhe ministraram uma hóstia, ela não mais sangrou. Sendo assim, os religiosos julgaram o ocorrido como um grande engano, o capelão ficou proibido de falar sobre milagres e de atender aos romeiros. Entretanto, como as romarias continuavam, os superiores religiosos tomaram uma outra decisão: proibiram o Padre Cícero de exercer as funções eclesiásticas, o que permaneceu por mais de duas décadas. No dia 20 de julho de 1934, quando o padre morreu aos 90 anos de idade, mais de 70 mil pessoas acompanharam o seu sepultamento. Daquele dia em diante, mensalmente, a cada dia 20, os fiéis se reúnem em torno da capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde repousam os restos mortais daquele sacerdote carismático, amável, paciente, hospitaleiro, modesto e empreendedor. E, em Juazeiro do Norte, em uma área de 100 metros quadrados, foi erigido um grande monumento em homenagem ao Padre Cícero. Junto com o pedestal, o monumento apresenta 25 metros de altura. A estátua propriamente dita, contudo, possui 17 metros de altura, 7 metros de diâmetro, e pesa 357 toneladas. Nas romarias, Juazeiro do Norte recebe centenas de milhares de peregrinos, que chegam de ônibus, carros e caminhões, ou mesmo a pé.

RAYMOND CANTEL (1914-1986)

Raymond Cantel (1914-1986), eminente professor e pesquisador francês, lecionou durante anos na Universidade de Poitiers, onde dirigiu a faculdade de Letras e fundou o Centre de Recherches Latino-Américaines (CRLA), antes de concluir sua carreira em Paris na Universidade da Sorbonne. Entre os anos 1950 e 1960, após análises marcantes sobre o padre Antônio Vieira, começou a reunir uma coleção de folhetos, e diversos materiais relativos à literatura de cordel produzida no Brasil (gravações etc.) Desde então, a paixão de Cantel pela cultura popular brasileira tornou-se cada vez mais forte, desdobrando-se em uma série de estudos, e, principalmente, não cessando de alimentar sua coleção de cordel, que cresceu ao longo de inúmeras viagens e por intermédio de uma ampla rede de contatos naquele país. Com o passar dos anos, tal acervo, hoje sob a guarda do CRLA desde a doação oficial em 2002, transformou-se em uma das mais importantes coleções europeias de literatura de cordel brasileira, e constitui um testemunho ímpar da história da produção do cordel. A valorização deste patrimônio permite interrogar a noção de cultura “popular” e adotar uma perspectiva multidisciplinar quanto à diversidade dos suportes semióticos em jogo: folheto, cantoria, desenho, gravura. Nesse conjunto, a noção de “literatura de cordel” remete hoje para uma constelação de expressões dentro da qual a “cantoria” ocupa um lugar central desde o século XIX, o que confere às gravações sonoras e aos vídeos do acervo Raymond Cantel um valor essencial. Foi em grande parte graças ao trabalho de Cantel que a literatura de cordel ganhou reconhecimento internacional e passou a ser vista como tema digno de estudo por pesquisadores do mundo inteiro. A Universidade de Poitiers desempenhou desde os anos 1990 um papel decisivo na divulgação deste trabalho e na revalorização do cordel em Poitiers, enquanto, paralelamente, começava no Rio de Janeiro a digitalização do acervo da Fundação Casa Rui Barbosa.

OLIVEIRA DE PANELAS(1946)

Pseudônimo de Oliveira Francisco de Melo, nascido na cidade pernambucana de Panelas, no dia 24 de maio do ano de 1946. Aos nove anos de idade, já fazia seus primeiros versos. Aos 12 anos cantou pela primeira vez, na sua cidade, juntamente com Josué Rufino. Seu pai, Sr. Antônio Francisco de melo Filho foi o grande incentivador de todo o seu trabalho. Em 1975, gravou seu primeiro disco na "Coletânea de Repentistas", da Série "Brasil Caboclo", cantando em vinte e quatro gêneros do repente. Dono de uma voz forte e afinada, foi considerado um renovador da cantoria devido aos temas modernos abordados e pela técnica usada na arte de fazer versos. Cantou para presidentes de países estrangeiros, a exemplo de Mário Soares e Fidel Castro, além de várias personalidades do mundo artístico, político e social. Cantou para o Papa João Paulo II, pelo microfone da Rádio Globo, quando de sua segundo visita a Argentina. Apesar de sua obra estar firmemente ancorada na defesa dos valores tradicionais de sua terra, Oliveira de Panelas canta, também, a temática amorosa e a política. Atividades Exercício – profissional: Ministra palestras e simpósios sobre o Cordel e a história da cantoria e do repente, faz cantoria-espetáculo e apresentações didáticas para eventos em escolas e universidades, ele também é mestre de cerimônia animador. Publicou vários livros: O comandante do Planeta Médio, Tipografia Alvorada (1977); Poesia e Liberdade, Editora Jaguará (1979); Poemas Iluminados, Editora A União (1983); Poemas Alternativos, Unigraf (1984), este em parceria com Zé de Sousa; Na cadência do Martelo, Gráfica Boa Impressão (1993); Dois Poetas do Povo e da Viola, Funesc (1996), em parceria com Otacílio Batista, O poeta Gozador, Editora A União (1998). Ano de 2001: Vida de José Lins do Rego, Funesc e Cordel, Editora Edra. Em 2002, Um Tributo a Nossa Senhora – A Tecelã das Flores, Editora Ideia; Os Maristas na Bahia e Cantando a História pela Editora Bargaço. No ano de 2003, Os Irmãos Maristas em Taguatinga, pela Editora-Edições Bagaço e o Legado de Uma Maria, Gráfica Santa Marta. O livro Deus Me Fez Cantador, Editora Manufatura (2005). Cordéis publicados: Nas Pegadas de Champagnat; Setenta Anos dos Maristas no Brasil; Quem Trabalha tem Direito; Gigante dos Pés de Barro; Lugar de Criança é na Escola; Estatuto da Criança e do Adolescente. Álbuns: Gravou onze LPs e cerca de seis CDs. Compôs e cantou para três filmes nacionais: Deus deu a Terra e o Diabo cercou; Os dez últimos dias de Lampião; Chatô o Rei do Brasil. Prêmios: Em 1997, foi vencedor do Primeiro Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas, no Memorial da América Latina, em São Paulo-SP, concorrendo com 108 artistas de todo o território nacional; e 2001 venceu o 1º Desafio Nordestino, concorrendo com 70 dos maiores cantadores nordestinos, realizado em Recife-PE. Participou de 298 Congressos de Cantoria do Repente, sendo classificado em primeiro lugar em 185 deles. Títulos/Medalhas/Outros: Cidadão paraibano, pessoense; campinense e garanhuense. Medalha Augusto dos Anjos. É membro da União Brasileira de Escritores (UBE). E em 09 de novembro de 2006, tornou-se membro da Academia de Letras do Nordeste (ALANE) ocupando a cadeira de nº 29, tendo como Patrono Eujalose Dias de Araújo, entre outros. Oliveira Francisco de Melo também conhecido por seu nome artístico “Oliveira de Panelas”, filho de Antônio Francisco de Melo Filho e de Maria Virtuoza dos Santos, seus pais foram grandes incentivadores de todo seu trabalho. Foi adotado pela Paraíba, onde reside há 30 anos. Aos 08 anos de idade já fazia seus primeiros versos, e em 1958, com apenas 12 anos, ele cantou pela primeira vez em público, no município de Panelas, sua terra natal, com Josué Rufino e João Vicente. Tornou-se profissional aos 14 anos, viajando por todo o estado de Pernambuco, parte de Alagoas e Paraíba com vários poetas-cantadores, entre eles: João Vicente e Manoel Hermínio filhos de Panelas e Cupira respectivamente. Oliveira de Panelas atuou durante oito anos, em emissoras de rádio de Garanhuns, tendo participado em dezenas de outras rádios em todo o estado de Pernambuco e fora dele, a exemplo de Caruaru, Belo Jardim, Pesqueira entre outras. Viajou pelo Brasil inteiro sempre divulgando a riqueza, a história, a cultura e os costumes do leão pernambucano. Já se apresentou em todo país, representando o Nordeste, foi jurado convidado pela Rede Globo, no Festival MPB-SHELL, tendo seu nome alinhado aos melhores músicos brasileiros. Residiu em São Paulo, capital, por volta do ano de 1971, sendo sócio fundador de várias agremiações artístico-culturais, permanecendo lá até 1975 onde gravou seu primeiro disco intitulado “Coletânea de Repentista”, na série Brasil Caboclo, cantando em vinte e quatro gêneros de repente e com vários cantadores. Dono de uma voz forte e afinada foi considerado um renovador da cantoria pelos temas modernos abordados e pela técnica usada na sua arte de fazer versos. É considerado o Pavarotti do Sertão. Em 1976, passou a viver em João Pessoa-PB. Em diversas ocasiões foi convidado a fazer apresentações para presidentes do Brasil, e, também para estrangeiros, como Mário Soares (Portugal) e Fidel Castro (Cuba) além de várias personalidades do mundo artístico e social. Cantou para o papa João Paulo II, enquanto ele fez a sua segunda visita à Argentina. Oliveira também compartilhou os palcos com o cantor Roberto Carlos por nada menos que quatro vezes. Presidiu por oito anos, a Associação de Poetas Repentistas do Brasil, sediada em João Pessoa. Promoveu do primeiro ao décimo primeiro Encontro Nacional de Poetas Repentistas do Brasil. Abriu espaço para os novos artistas do gênero, sendo considerado, um dos maiores representantes da geração de Poetas Cantadores. Incorporou-se em inúmeras campanhas de utilidade pública de caráter social promovida por Ministérios e Secretarias, como: Anistia geral e restrita; Reforma agrária; Campanha de prevenção contra doenças contagiosas; Arte e Saúde; Etc. Nos anos de 1996, 1997, 1998 e 2001, respectivamente, quando esteve se apresentando em Portugal, Cuba, França e Estados Unidos teve o seu trabalho reconhecido internacionalmente pela imprensa internacional. Em 2005, ano do Brasil na França, a convite das autoridades organizadoras, apresentou-se por duas vezes, em outubro (Poitiers-Paris) e novembro (Toulouse-Paris). Esteve no mesmo mês de Outubro em Quito no Equador, se apresentando a convite da Conferência Internacional: PELA QUESTÃO INSTITUCIONAL DA EDUCAÇÃO PARA A AMÉRICA LATINA. No ano de 2006 esteve em Vannes e Paris, onde realizou apresentações e ainda neste ano, em 09 de novembro tornou-se membro da Academia de Letras e Artes do Nordeste-ALANE, ocupando a cadeira 29, tendo como Patrono Eulajose Dias de Araújo. Como profissional do repente, sempre demonstrou, de forma didática, os seus principais gêneros a origem e atuação da cantoria no Nordeste. Divulga desde o início a valorização do cordel como um símbolo de resistência e arte aos costumes de nossa gente, somando-se a total divulgação das canções e das toadas de todo reino do repente nordestino. Oliveira de Panelas é membro integrante da ONG e do Projeto Malagueta, que trabalha pela divulgação do acervo histórico, turístico e cultural da Paraíba, promovendo sua música regional, tendo parceria com órgãos como o SESC da Paraíba, o Governo do Estado, e a Secretaria de Educação e Cultura, entre outros. Com a experiência acumulada como Presidente da Associação de Poetas Repentistas do Brasil, sediada em João Pessoa, como membro do Conselho de Cultura da Paraíba e membro da União Brasileira de Escritores de Recife (UBE), o repentista dá andamento a uma série de projetos. Segundo Oliveira de Panelas estão previstos os lançamentos do documentário especial da arte da cantoria Nós: Nós mesmos, Nós na América Latina, Nós no Brasil, Nós no Nordeste, Nós no Sertão, Nós em Qualquer Lugar, com tradução de José de Sousa, PhD em Ciência e Tecnologia da Comunicação. O projeto Ópera Nordestina também deve ser lançado em breve. No dia 14 de dezembro de 2014, Oliveira de Panelas comemorou 50 anos de carreira artística, e aproveitou para fazer o lançamento do CD “50 anos de Arte no Reino da Cantoria”. Oliveira reuniu seus amigos, fãs e convidados,na Estação Cabo Branco Ciência Cultura e Arte de João Pessoa. Na oportunidade o artista festejou “meio século vivendo da arte e para a arte”, fazendo seus improvisos e versos ao som da viola. O Álbum de 50 anos de Oliveira de Panelas foi produzido com arranjos e direção musical do Maestro Carlos Anísio, o disco trouxe 10 canções referenciais da sua trajetória de música e poesia, e referências a outros gêneros da musicalidade nordestina. O artista inovou neste novo trabalho, trazendo em meio à base tradicional da cantoria, o som do pífano representado pela flauta, e o instrumento símbolo do forró “a sanfona”. O projeto recebeu o patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura- Augusto dos Anjos, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Paraíba, entre outros.

XEXEU(1938)

João Gomes Sobrinho nasceu no dia 13 de Maio de 1938, Filho de Elizeu Gomes de Carvalho e Jesuína Gomes de Carvalho que tiveram dezessete filhos que só criou-se o casula João Gomes Sobrinho (xexéu). Seu primeiro casamento foi no dia 05 de Fevereiro de 1960 com Srª. Margarida Vicente da Silva que deste matrimônio nasceram 16 filhos, no dia 03 de Junho de 1986 em trágico acidente na RN Santo Antônio a Goianinha sua esposa foi a óbito. Veio seu segundo casamento com Srª. Severina Pedro dos Santos que nasceram 09 filhos. Desde criança, Xexéu é fascinado pelo universo da literatura. Essa paixão pelas letras o fez buscar por conta própria o conhecimento. “Nascido e criado no sítio de Lajes, no município de Santo Antônio do Salto da Onça”, como faz questão de dizer, o poeta conta que queria muito aprender a ler: “Lá não tinha escola, e eu tinha muita inveja de quem sabia ler e escrever. Então eu comprei uma cartilha de ABC, botei dentro do chapéu e saí procurando alguém para me ensinar. Quando encontrava alguém que sabia ler, pedia uma explicação”.E foi assim que Xexéu descobriu os cordéis. Andando pelas feiras do seu interior em busca de alguém para lhe dar explicações, viu os folhetos à venda e logo se interessou por eles. Aos nove anos de idade, já fazia versos de improviso. Para “aprender mais”, leu livros de Casimiro de Abreu e de Machado de Assis.Hoje, aos 72 anos, o poeta é um escritor de versos respeitado, com direito à história contada até em documentário. No ano passado, o curta Xexéu, um poeta potiguar foi premiado na I Mostra de Curtas Nordestinos do Festival de Cinema de Natal. Xexéu apresenta como temas centrais de sua obra o amor, os problemas sociais e a preservação da natureza. Em Vozes da Natureza, o poeta narra as lembranças do sítio em que viveu, a mangueira rosa que inspirou os seus primeiros versos, a tamarineira que uma vizinha sua derrubou e os passarinhos que ele observava no interior. “No poema A fauna pedindo paz eu comparo a vida do passarinho preso com a vida do passarinho livre. Eu me inspiro o tempo todo na natureza, que é a minha maior musa.”Em outros cordéis, Xexéu fez poesias sociais, de amor, de ilusões e de saudades. A sua primeira esposa, que faleceu em um acidente há vinte e quatro anos continua inspirando-o. “O povo diz que o amor só termina com a morte... Só se for pros outros. A minha primeira mulher ainda me inspira. O cheiro dela nunca saiu do meu nariz”, afirma o cordelista.O Sertão nordestino e o sofrimento do povo que sobrevive do trabalho agrícola também são temas constantes em seus cordéis. Xexéu, além de poeta, é agricultor e conhece bem os problemas enfrentados pelos trabalhadores do campo.Xexéu já realizou apresentações em vários lugares do Brasil, como São Bernardo do Campo, Curitiba, e Brasília. Em Natal e no interior do RN, sempre recita os seus versos.A coletânea será distribuída nas feiras livres, nas bibliotecas do Estado, nos sebos e nas livrarias. Os interessados também podem adquirir o cordel gratuitamente na Capitania das Artes. A literatura de cordel representa uma forma de criação popular em verso, impressa artesanalmente em papel jornal e ilustrada com xilogravuras.

BOQUINHA DE MEL

Quem passa pelo Alecrim, no cruzamento da Avenida Sete com a Avenida Dois (Rua dos Caicós com a Rua Presidente Bandeira) pode ver uma grande banca de camelô na calçada, cheia de folhetos de cordéis. É próximo ao povo que o poeta cordelista Elinaldo Gomes de Medeiros, conhecido no mundo literário com o sugestivo nome de Boquinha de Mel, gosta de vender e declamar seus poemas. Boquinha de Mel faz versos de cordéis por diletantismo, sua intenção é divulgar a Literatura de Cordel para todas as camadas sociais, resgatando as raízes sertanejas do povo e ajudando a estimular a prática de leitura entre os jovens. O poeta é casado com dona Jaqueline, tem uma filha chamada Juliana e tem como principal objetivo “levar conhecimento àquelas mentes sedentas de informações e também para aquelas calejadas de saber”. “Se a pessoa não tem dinheiro para comprar meus versos, mesmo assim ela leva os cordéis para casa. Esse ano, minha meta é distribuir 10 mil cordéis gratuitamente. Se essas pessoas passarem os versos para outras pessoas, não há jeito de contar quantos poderão ler”, disse o poeta cheio de entusiasmos. Há 30 anos o poeta mora no bairro do Alecrim e se diz apaixonado pelo lugar. “Fui uma vítima do êxodo rural. Migrei para a Capital Potiguar com minha mãe aos quatro anos de idade. Nós nos estabelecemos no Alecrim, que nos acolheu muito bem e hoje o bairro é uma das minhas maiores inspirações”, conta o poeta, lembrando com orgulho de Jardim de Piranhas, que teve que deixar por causa da seca. O poeta confessa que desde muito jovem gosta de poesia matuta, cordel, cantoria, desafio e outros gêneros poéticos, tipicamente do sertão. Fez seus primeiros versos de cordéis por influência das poesias que lia e tentava imitar. Como morador do bairro do Alecrim, o poeta procurou um folheto que tivesse como tema a famosa Feira do Alecrim, mas nunca encontrou. Então, resolveu escrever, em versos de cordéis, sobre as peculiaridades desta tradicional feira natalense. Seus versos contam a história da feira, que foi criada em 1920 e ainda mantém uma padronização quase medieval. Conforme o poeta, o fundador foi o feirante José Francisco dos Santos, cujos filhos e netos ainda trabalham na feira, mantendo a tradição familiar. Conforme Boquinha de Mel lembra, em Jardim de Piranhas era comum as pessoas comprarem os versos de cordel na feira e, em casa, aprendiam a ler, além de levar informação à casa do humilde lavrador, pois não havia jornais ou televisão. “As pessoas mais sabidas decoravam os versos para declamar em outros lugares e com isso espalhava a informação para outros povoados”, disse. Com nove títulos publicados, o cordelista reclama da falta de incentivo financeiro que os órgãos públicos deveriam dar à cultura, já que é uma forma barata de leitura. Boquinha de Mel ressalta orgulhoso por está participando do livro “Dicionário de Cordel”, do folclorista e escritor Gutenberg Costa. A maioria dos seus cordéis, que são distribuídos gratuitamente, conta as aventuras dos feirantes, personagens preferidos do poeta, entre eles: “A Feira do Alecrim”, “As Aventuras de Juju”, “O Amor de Bosta de Burro e Boca de Fossa”, “As proezas de Chico Tripa”, entre outros. Com seus versos de cordel circulando pelo mundo, Boquinha de Mel já está sendo conhecido no exterior, com livros em vários países da Europa e América do Sul. “Talvez eu seja o único habitante de Jardim de Piranhas com fama internacional”, disse Boquinha de Mel com toda a propriedade que lhe é peculiar.

NATALÍCIO NEVES (1914-1972)

Natalício Augusto Neves que adotava o pseudônimo literário de Lycio Neves, nasceu na cidade de Brejo da Madre de Deus (PE), no dia 04 de maio de 1914. Era funcionário da Sucam (Superintendência de Campanhas de Saúde Pública) e sócio efetivo da Associação de Imprensa de Pernambuco. O poeta colaborou em suplementos literários e artísticos em jornais de Caruaru e até do exterior.Publicou quatro livros: "Lâmpada Suspensa" (1946), "A Bem-Amada Quitéria" (1949), "O Sacristão" (1954) e "As Construções" (1963), em edições resumidas. Participou duas vezes (1961-1962) do Festival do Escritor Brasileiro, na Guanabara. Em Caruaru, dirigiu a Casa da Poesia, ponto de reunião de intelectuais da Capital do Agreste. Morreu vítima de coma diabético, no dia 21 de setembro de 1972.

CHICO MULUNGU (1965)

Chico Mulungu, pseudônimo de Francisco Severino de Assis é um paraibano que nasceu aos 24 de agosto de 1965, em uma viagem de trem as margens do rio Paraíba, mais precisamente na estação Paula Cavalcante, no município de Cruz do Espírito Santo. O seu nascimento se deu quando os seus pais viajavam entre Crato-CE e Mulungu-PB, a terra natal de sua família e onde viveu toda sua infância. Aos treze anos de idade, Chico Mulungu é levado por parentes para João Pessoa, para trabalhar e também continuar os seus estudos. Sendo que o destino quis que o jovem adolescente fosse morar em repúblicas com amigos, onde simplesmente comeu o pão que o diabo amassou na capital paraibana, ao mesmo tempo em que começou fazer suas poesias. Aos dezessete anos de idade, partiu para São Paulo pela primeira vez, cidade onde trabalhou e viveu por vários anos. Em 1987 publicou um pequeno livro de poemas, chamado “Toque de União” , fez lançamentos do mesmo em Bayeux e em Mulungu sua boa terra. Casou-se em 1988, no Rio de Janeiro, com uma jovem também paraibana de Guarabira, cidade onde fixou residência e atualmente vive com sua família constituída. Apesar de ter se ausentado por cerca de duas décadas da sua vida literária, Chico Mulungu incentivado por familiares e amigos, resolveu retomar sua literatura no ano de 2014, quando começou vasculhar as suas gavetas e revirar os escritos seus. Em 2015, publicou o livro “Fio-fio Cabelos de Sapo em A Multiplicação do Ovo”, o qual lançou em sua terra Mulungu. Ainda em 2014, começou a se interessar também por Literatura de Cordel, influenciado por novos amigos cordelistas. Atualmente tem 18 cordéis publicados e é membro acadêmico da Academia de Cordel do Vale do Paraíba ocupando a cadeira 23. Também tem participação em várias Antologias Poéticas, entre elas, os vol. 03 e 08 da coleção “Dez Poetas e Eu”, “Chuva Literária”, “O Poeta é Um Fingidor” e a “II Antologia AVL”, publicação da Academia Virtual de Letras, da qual também é membro acadêmico ocupando a cadeira 24. Recentemente participou da “Coletânea Cordelistas Contemporâneos – 2017”, uma obra com a participação de 53 cordelistas de várias regiões do Brasil.

RUBÊNIO MARCELO (1961)

Rubenio Marcelo (1961), bacharelado em Direito e em Engenharia, é cearense, poeta-escritor, músico-compositor, ativista cultural e revisor. Autor de quatro livros publicados: “Fragmentos de Mim”, “Cantar Pra Viver”, “Estigmas do Tempo”, e “Reticências... Sonetos, Cordéis & Outros Poemas”, já lançou também dois CDs musicais e vários folhetos de Literatura de Cordel. Tem diversas premiações em concursos literários. Mora em Campo Grande (MS) há mais de 15 anos.

CONSTANTINO CARTAXO (1933)

Naturalidade: Cajazeiras – PB. Nascimento: 05 de julho de 1933 - Atividades artístico-culturais: Poeta e escritor. Principais obras: “Emoções aos Pedaços” (2001), “Engenho de Pau” (2007) e CD “Recital”, com algumas de suas poesias. Constantino Cartaxo, ou “Tantino”, como é chamado pelos amigos mais próximos, nasceu no Sitio Prensa, localizado na zona rural cajazeirense. Quando criança, sonhava em ser vaqueiro, devido à paixão pela vida no campo. Durante a adolescência, passou a admirar a profissão de engenheiro, mas teve que deixar o sonho de lado ao prestar um concurso para o Banco do Brasil, onde trabalhou por 33 anos. Carrega no sangue o talento literário do pai, o poeta e político Cristiano Cartaxo, falecido em 1975. A paixão pela cidade de origem rendeu a Constantino Cartaxo a inspiração para escrever o poema “Pôr do sol em Cajazeiras”. Foi jogador de futebol e chegou a dirigir os clubes Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), Campestre e Tênis, além de ter sido vice-governador do Time Lions. O poeta Patativa do Assaré, quando visitava Cajazeiras, fazia questão de se hospedar na casa do escritor.

GONZAGA VIEIRA (1946-2017)

José Maria Gonzaga Vieira, nasceu em Canindé no dia 20 de setembro de 1946 e morreu no dia 16 de abril de 2017. Autodidata, milita na imprensa escrita e falada. Pertence à Associação de Arte e Cultura de Canindé. É correspondente de vários grêmios culturais de Fortaleza, Natal, Campina Grande e Brasília. É autor de quase duas dezenas de folhetos rimados, com destaque para A história de Aparecida e A menina perdida nas matas do Amazonas. Participa do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, criado pelo poeta Arievaldo Viana e implantado em Canindé, em parceria com a Secretaria de Educação do Município. Começou escrevendo folhetos de oito páginas, principalmente no gênero ABC, tendo publicado O ABC do MOBRAL, dos Tubarões, do Consumidor e outros de cunho político e social. No gênero romance, seu melhor trabalho é A lida de Conrado e a honradez sertaneja, que foi ampliado de 16 para 32 páginas pelo poeta Arievaldo Viana. Habitante de um dos maiores centros religiosos do Nordeste, já escreveu diversos folhetos tendo São Francisco das Chagas de Canindé como tema principal. É citado em artigo da escritora francesa Sylvie Deb’s, publicado na revista Latitude, da Universidade de Sorbonne. Também já teve a sua obra pesquisada por outra francesa, Martine Kunz, que reside atualmente em Fortaleza. É também conhecido como Gonzaga Vieira ou Gonzaga de Canindé.

JOÃO SAPATEIRO(1918-2008)

João Silva Franco (João Sapateiro) nasceu na cidade de Riachuelo, interior de Sergipe, em 20 de junho de 1918. Em busca de melhores dias, sua família mudou-se para a capital do Estado, em 1935, e em 1938, transferiram-se de vez para Laranjeiras, onde permaneceu por setenta anos, dedicando-se a arte de consertar sapatos, como amava a literatura, aproveitava seu espaço de trabalho para pregar cartolinas com suas poesia e trovas nas paredes para que o público pudesse apreciá-las. Além dos vários amigos, turistas e personalidades de várias partes do mundo visitavam a Tenda do João Sapateiro para saber mais sobre o humilde e talentoso poeta. No dia 9 de outubro de 2008, o Poeta do Povo, partiu, deixando um legado invejável, para quem estudou apenas seis meses, e aprendeu a escrever o seu nome com letras minúsculas. Este trabalho tem por objetivo analisar as contribuições de João Sapateiro para a cultura Sergipana, fazendo uma análise e reflexiva sobre o que é cultura, e como esse poeta contribuiu para o enriquecimento da cultura de nosso estado. Visto que as manifestações artísticas são inerentes à própria vida social, não havendo sociedade que não as manifeste como elemento necessário à sua sobrevivência. Para tanto, pesquisa a sites, estudos de obras teóricas, foram as ferramentas metodológicas utilizadas para alcançar o objetivo proposto. Cultura s.f. 1. Acervo intelectual e espiritual. 2. Conjunto de conhecimentos adquiridos; instrução, saber. 3. Conhecimentos em um domínio particular. 4. Conjunto de estruturas sociais, religiosas, etc., de manifestações intelectuais, artísticas, etc., que caracterizam uma sociedade. (Larousse, p. 262, 2001) “literatura” é arte que tem por matéria prima a palavra, e utilizando-se de técnicas faz-se da palavra um instrumento poderoso na construção do que se pretende - recriar a realidade. A poesia está nesse contexto literário, pois, entende-se por poesia uma obra literária em versos, ou seja: Poesia s.f. (gr. Poieses, criação), 1. Forma de expressão lingüística destinada a evocar sensações, impressões e emoções por meio da união de sons, ritmos e harmonia, geralmente em versos. (Larousse, p. 777, 2001) João Silva Franco. Negro, quase dois metros de altura, teve a vida marcada pelo sobrenome postiço. Profissionalizou-se como sapateiro, remendando o couro, trocando o salto, pondo meia sola nos sapatos da população. Discreto, mas de boa conversa, o sapateiro exibia na sua oficina de trabalho, folhas de papel pautado, repletas de palavras escritas em letras de forma, fixadas nas paredes e nos poucos móveis do seu canto laboral. Eram trovas, pequenos e longos poemas, que surpreendiam a freguesia. João Silva Franco passou a ser conhecido como João Sapateiro, e reconhecido como o sapateiro poeta. Vimos um pouco da biografia deste autor. Com isso pudemos refletir como este homem, sem condições (em se tratando de condições financeiras) conseguiu produzir tantas poesias em meio à correria da vida de trabalhador e chefe de família. Sendo, portanto, um vencedor, um exemplo de persistência, de amor a arte. Pesquisando as expressões culturais de Sergipe, vimos que é de uma grandeza relevante, visto que somos o menor Estado da Federação. Pesquisamos e vimos a literatura folclórica, com seus versos, cordéis, cantoria de improviso, as lendas, os mitos, adivinhações, contos, nomes de famosos como Tobias Barreto, Silvio Romero, enfim, vários nomes, várias manifestações, mas de tudo que pesquisamos, nada, ou quase nada encontramos para situar o nosso poeta João Sapateiro nessa cultura. Subtende-se que este modesto e brilhante poeta não foi reconhecido o suficiente para ter seu nome estampado em livros, situando-o como pertencente à cultura de elite ou popular. Restando o questionamento: Suas poesias são consideradas literatura? Lembrando que “literatura” é arte que tem por matéria prima a palavra, e utilizando-se de técnicas faz-se da palavra um instrumento poderoso na construção do que se pretende - recriar a realidade. Separamos, para análise reflexiva, o poema abaixo, a fim de entendermos o fundamento das produções de João Sapateiro. Este que reproduziu em seus trabalhos, seus sentimentos, suas ideologias. Sendo, portanto, um brilhante poeta, ainda que não reconhecido no meio literário. Percebe-se que o poema “Cântico aos Laranjeirenses” trata-se de um poema laudatório, que João, filho adotivo da cidade de laranjeiras, produziu enaltecendo sua terra querida. João inicia os versos exaltando a terra de lindas palmeiras, com belos campos e aves mandadas por Deus. Ele fala da Igreja Matriz com seu belo cruzeiro, que o faz lembrar o Monte Calvário, das manifestações artísticas – a taieira, o candomblé, a dança de São Gonçalo; expressa ainda seu carinho pelo rio com seu barro vermelho que vivia a mirar, pelo povo daquela terra- povo gentil, os prédios antigos com sua beleza lírica encravada em sua história. Enfim, João expressa em cada verso seu amor pela terra que o acolheu, e em gratidão o tornou um filho ilustre. Finalizando este singelo trabalho, temos então o conhecimento de que cultura, ou manifestações artísticas, são inerentes à prática social, não havendo sociedade, portanto, que não às manifeste. Sendo, portanto, um elemento necessário para a efetivação da expressão humana. E que poesia é uma arte literária em forma de versos que tem como objetivo expressar e evocar sensações, emoções. Conhecemos, ainda, um pouco deste ilustre sergipano - João Silva Franco - que com sua arte compôs muitos poemas em meio à sua rotina de sapateiro, utilizando-se da arte para expressa-se e manifestar seus mais profundos desejos e pensamentos acerca de diversos temas. Podemos então concluir que este sergipano, adotado por uma cidade rica em cultura, soube aproveitar cada elemento a ele oferecido transformando em arte e revelando-se através de suas poesias. Podemos, então, responder ao questionamento proposto anteriormente: Suas poesias são consideradas texto poético? Ou apenas um trovador que compunha ao exercer seu ofício de sapateiro? As poesias de João são consideradas parte da cultura popular sergipana. Embora não tenha se tornado um nome famoso entre os nomes de literários como Silvio Romero, Tobias Barreto, Hermes Fontes, sua poesia é de grande importância para a consolidação de nossa cultura. A exemplo desse reconhecimento lembremos que seu nome foi o escolhido para estampar o I Prêmio de Poesia Popular João Sapateiro em 2009.

MARCOS MAIRTON (1966)

Marcos Mairton da Silva, autor deste blog, iniciou sua obra literária no campo da Literatura de Cordel, passando depois a publicar obras em prosa e canções, sendo autor de letras e melodias. Nasceu em Fortaleza, capital do Estado do Ceará, no dia 17 de agosto de 1966. Seu histórico escolar registra que iniciou sua alfabetização em uma escola pública de Fortaleza, em 1971, quando tinha apenas quatro anos, mas consta que, por esse tempo, já lia fluentemente, pois, segundo seus pais, aprendeu a ler aos três anos de idade. Sua formação acadêmica é em Direito, sendo Bacharel pela Universidade de Fortaleza - UNIFOR, mestre em Direito Público pela Universidade Federal do Ceará - UFC, e MBA em Gestão do Poder Judiciário, pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. Juiz Federal desde abril de 2001, antes foi Advogado, Procurador do Banco Central e Advogado da União. Desde 2005 vem ampliando cada vez mais sua produção literária. Eis aqui alguns momentos relevantes de sua carreira como escritor, poeta e compositor: JUNHO/2005 - Publicação de "O advogado, o diabo e a bengala encantada", cordel editado pela Lira Nordestina, Juazeiro do Norte, Ceará.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 26/08/2024
Reeditado em 31/08/2024
Código do texto: T8137475
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