COPACABANA DA MINHA MEMÓRIA
Já não tem Tatuí, as conchinhas também sumiram, aqueles jovens de fio dental, cerveja, papo furado, azaração, os aviões com anúncios, os eventos de verão, tudo isso se perdeu no tempo.
Mas eu estou aqui perto da Paula Freitas, como sempre, olhando para o horizonte, vendo um barquinho solitário, belo! Suave, deslizando mar a dentro.
O mar ainda é verde, azul e branco.
Ainda têm crianças a jogar bola, a fazer castelo.
Um menino furando a areia molhada gritou " Aqui um Tatuí" olhei atenta e nada! Por um instante pensei que eles tinham voltado, mas o menino não achou nada, apenas imaginou.
Copa não é mais aquela de Tom Jobim, de Nara...
Hoje está meio desbotada como uma foto no tempo. Para quem vem pela primeira vez tem seu encantamento, mas para mim, tá faltando a cascata de fogos do Meridien, as macumbas nas suas areias.
Copa da minha infância, juventude e agora da minha velhice.
A maresia está mais fraca, o vento acolhedor, o sol de julho, faz um leve carinho no meu corpo, aquecendo o frio da noite em Sta Teresa. É bom!
Não vejo frescobol, futebol, gente a correr, so o barquinho se aproxima, como nunca o fez, pra foram os surfistas?
Só agora me dei conta que uma era passou, passei junto com ela, mas ainda estou aqui no mesmo lugar, como uma velha baleia que retorna ao seu mar depois de anos.
Acho que isso é preciso para vida circula e fluir, em alguns momentos é preciso retornar a lugares perdidos na memória, para seguirmos em frente sem apegos as le.branças passadas, elas precisam ir, para que também possamos buscar novas memórias em outros lugares.