AUTOBIOGRAFIA
ABIDIAS COSTA RAMOS sou poeta, agricultor e produtor rural.
CONJUGE: Fatima Aparecida Santana Ramos
FILHOS: Luciana Santana Ramos e Lucas Santana Ramos
Nasci na fazenda Caraíbas, Vila de Santana Município de Espinosa Norte de Minas Gerais, em 05 de abril de 1965. Filho dos agricultores: Antônio Costa Ramos e Maria Rocha sendo o quarto filho de uma família de seis irmãos.
INFÂNCIA E FORMAÇÃO:
Minha vida na infância foi marcada por momentos inesquecíveis que vivi ao lado dos pais, irmãos, tios, primos e dos avós (avô materno e avó paterna) não conheci minha avó materna nem meu avô paterno que faleceram antes de eu nascer. Nesta época os dentes de leite de todos os netos eram extraídos pelo avô materno que logo após extrair nos entregava o dente para jogar em cima da casa e fazer um pedido... antes de jogar você pronunciava as seguintes palavras: mourão, mourão toma seu dente podre e me dê um são. Poesia: “Padim Vei”
Padim vei
avô querido e amado
compreensivo e carinhoso
de bondade abnegado
agiu sempre com o coração
aos netos deu proteção
foi por Deus iluminado
Com seu coração bondoso
e seus brancos cabelos
carregou-me no colo
e atendeu aos meus apelos
ensinou-me vários segredos
que elimina o medo
com sua proteção e zelo (...)
Já a minha avó paterna, foi o maior exemplo de vida que conheci nesta terra. Poesia “Vó Ursina”
Vovó Ursina foi
o maior exemplo de vida
que conheci nesta terra
mulher forte decidida
sua postura e conduta
jamais será esquecida
Todos sabem reconhecer
a sua honestidade
na luta do dia-a-dia
agiu sempre com lealdade
e nos momentos difíceis
demonstrou tranquilidade (...)
Aos oito anos de idade no ano de 1973, iniciei os estudos na Escola estadual de Santana Vila de Santana, onde cursei do 1º ao 3º ano até o ano de 1975.
Para cursar o 4º ano teria que se matricular em uma Escola na sede do Município, e meus pais decidiram em 1976 que eu não poderia ir sozinho estudar na cidade e somente em 1977 juntamente com três outros vizinhos nos matriculamos na Escola estadual Virginio Cruz. Para assistir as aulas teríamos que percorrer a pé todos os dias uma distância de 11 (onze) km ida e volta. No ano seguinte eu desisti dos estudos para trabalhar na propriedade de meus pais.
Depois de muito tempo escrevi um poema intitulado “A força da educação, onde narro o meu pensamento sobre a educação e os motivos que me levaram a desistir dos estudos.
Poema: A FORÇADA EDUCAÇÃO
Escola VirgInio Cruz
concluir o 4º ano
sem poder fazer plano
eu tive que desistir
pois não tinha como ir
sem transporte escolar
então tive que trocar
a caneta pela enxada
enfrentando a invernada
me tornei agricultor (...)
Também em um de meus poemas intitulado “vida de sertanejo” eu descrevo toda a vocação da minha família pela vida no campo e principalmente a insegurança que era para o agricultor com a falta de chuva e quando produzia ainda tinha dificuldades em negociar a produção por causa dos atravessadores.
Poema: "VIDA DE SERTANEJO"
Na vida do sertanejo
muita coisa acontece
daquelas que enobrece
pela graça pelo ensejo
que as vezes deixa surpreso
quando se ouve falar
É mesmo de admirar
difícil de entender
sua missão é sofrer
desbravando este chão
Prepara a vazante
espera a chuva chegar
cair, na terra penetrar
sentindo-se confiante
pra ver a terra verdejante
com a enxada na mão
quando ouve um trovão
sente a esperança renascer
sua missão é sofrer
desbravando este chão (...)
O POETA:
Na década de oitenta comecei a criar as minhas poesias em um caderno que durante muito tempo eu guardei só para mim. E vários desses cadernos sumiram com dezenas de poesias que eu nunca mostrei para ninguém. Fiquei por muitos anos sem escrever e somente em 2008 já na era do computador voltei a escrever novamente e em 2010 criei uma página na internet em um site de poesias...
Em meus poemas, eu procuro trazer a minha visão sobre a beleza da natureza, as virtudes do ser humano e faço críticas construtivas a determinados comportamentos da humanidade, defendendo o princípio da dignidade humana onde todas as pessoas devam ser tratadas com respeito igualdade e liberdade. Um exemplo é o poema: “conhecimento dinheiro e poder”:
Não aproxime das pessoas
somente para explorá-las
não pense que por ter dinheiro
poderá até comprá-las
muito menos use o poder
na intenção de dominá-las
Use seu conhecimento
para as pessoas servir
e as suas necessidades
de alguma forma suprir
só agindo desta forma
terá paz para dormir (...)
Eu me identifico com a vida do campo, sou matuto, sou roceiro que gosto de um “dedo de prosa” ouvir um “causo” tenho costumes sertanejos e a familiaridade com o mato, a lida da roça, o contato com a natureza, a melancolia e a solidão do caboclo. O meu ritual diário está descrito no poema: “Diário de um caipira”
Quando o sol aparece
lá no alto da colina
abro a minha cortina
para sua luz entrar
e começo a me arrumar
para lavrar a terra
Uma imagem se descerra
na campina orvalhada
e ao som da passarada
vou tomando meu café
Já de botina nos pés
confiro a vestimenta
separo a ferramenta
boto água na cabaça
e sem fazer arruaça
pego a minha mucuta
pra enfrentar a labuta
na lida do dia a dia
e cumprir com galhardia
todas as minhas tarefas.
Em alguns dos meus poemas, eu homenageio a minha família, amigos, Vila de Santana, Padroeiros da Vila, cidade de Espinosa, Deus e o universo.
POESIAS DE MINHA AUTORIA:
Eucaristia
Álcool, velocidade e morte
Os incríveis anos 60
Consumo consciente
O silencio é o porteiro da vida interior
Agonia a porta do santuário
Ser insolente
Presente de Deus
Equilíbrio ecológico
Penitencia que me agrada
Conhecer e amar a Deus
A verdadeira autoridade
A falta de chuvas
Agente todo dia arruma o cabelo porque não o coração
Se a farinha é pouca, meu pirão primeiro