Edmar Pereira dos Santos (Edmazim)

Por Nemilson Vieira de Morais (*)

Edmar Pereira dos Santos, filho de Maria Alice Madalena da Silva (mãe solteira) e Dr. Mário (ex-delegado de polícia), nasceu em 8 de agosto de 1969, na cidade de Pedra Azul (MG).

Por motivo ignorado...

Quando sua mãe, dona Madalena mudou-se para Salvador (BA), levou consigo somente duas filhas: Maria do Carmo e Maria Nilza (in memoriam).

O garotinho Edmar, de apenas 8 meses de vida não pôde seguir nessa viagem. — Ficou sob os cuidados de uma família amiga, em Pedra Azul. De José Pereira dos Santos e Vanete de Jesus Santos. — Onde, cercado de carinho e amor viveu até seus 9, 10 anos.

Com o falecimento de dona Vanete (com apenas 28 anos), o menino Edmar fora para a companhia dos avós adotivos: Alcides Pereira dos Santos (pai de seu padrasto José Pereira) e Alcina Francisca de Jesus. Nessa criação prosseguiu até próximo à sua maioridade (18 anos).

No final da década de 1980, ainda na sua adolecência prestou serviços na primeira creche pública da cidade (no transporte de alimentos para pacientes), e de auxiliar de pedreiro e carpinteiro, no departamento de obras da prefeitura Municipal de Pedra Azul.

... Mas, não permaneceu nesse trabalho por muito tempo, pelo sofrimento de estar longe da mãe (biológica) e das irmãs. — Do nada, deixou tudo e partiu para Salvador (BA).

Na capital baiana, já rapaz feito procurou trabalho e ingressou na empresa GR do Brasil (que atuava no ramo de alimentação). Na ocasião localizava-se na estrada velha do aeroporto. E trabalhou também na empresa Caraíbas Metais (mineradora), no setor de gastronomia.

Provavelmente havia um bloqueio entre Edmar e a mãe, pelo fato de ter sido criado por outra família. Isso somado á saudade da "terrinha" não quis mais ficar na capital dos baianos e nesse emprego...

Com uns 6 meses na firma pediu contas, e retornou à sua cidade de origem; ao convívio de sempre, com os avós, amigos de infância, e de juventude.

Até que desejou estudar um pouco mais, mas não pôde: pôr não conciliar trabalhos e estudos. E problemasde saúde que lhe sobreveio. Ainda concluío com sucesso à sétima série do Ensino Fundamental.

Quando adolescente — 15/16 anos (por um período) perdeu por completo os movimentos das pernas. Só conseguia se locomover em arrastos, pelo chão. De repente, como num milagre voltou a andar novamente; com a normalidade de antes!

Por volta de 1994, sem agendamento prévio, o Fórum da cidade começou a receber visitas inesperadas do jovem Edmar. Que, sem pedir licença adentrava à casa do Poder Judiciário e ía ter com o Juiz de Direito da comarca local; e lá proseavam... sabe-se o quê.

Nessas várias idas e vindas de Edmar ao Fórum, ele acabou fazendo uma amizade com esse Juiz. Numa ocasião, o magistrado pediu ao seu motorista particular que o levasse em casa.

E, na medida que o amigo Juiz não o incomodava... a amizade almentava.

Aquele espaço de embates jurídicos, de defesas, acusações e sentenças, virou seu reduto preferido (volta e meia Edmar estava lá) nas seções ordinárias. Virou uma personagem conhecida no meio jurídico, social. Persona grata, íntimo do chefe do judiciário.

Numa análise psicológica dos fatos correlatos, o Juiz percebeu em Edmar, um comportamento digno de uma avaliação psiquiátrica... e tomou às providências legais a isso: o encaminhou há um acompanhamento especializado ao seu caso, em Belo Horizonte.

Na metrópole, em consultas médicas com especialistas do Galba Veloso e André Luiz... Exames e mais exames fora diagnosticado um distúrbio psiquiátrico; com detalhes do mesmo na (CID-87)...

Edmar, gostava de pescar em criança e rapaz; com redes-de-arrastos. E de caçar; nas redondezas de Pedra Azul; inhambu, juriti e outros bichos miúdos...

Numa das suas aventuras de caçador, embrenhado nos matos, se preparava para atirar num macaquinho (a) que avistara; talvez um mico-estrela; que, saltava de galho em galho. — À sua frente.

Puxou o cão da arma, apontou-a no alvo desejado, e no instante de acionar o gatilho, o primata tirou o filhote das costas e mostrou-lhe. Edmar, abaixou a espingarda, retirou-se do local e nunca mais caçou.

Motivado pelo irmão (por parte de mãe) Zé Pequeno, das brincadeiras que o menino Edmar, mais gostava era as de bolas de gude e futebol... fez até gol olímpico em peladas que jogou, nos campos de terra do lugar. — Com a molecada da sua idade.

... Mesmo chutando com o pé direito e, atuar também em outras posições gostava mesmo de jogar mais, pela lateral esquerda.

Edmar nem chegou a jogar nos times de futebol amador de maior expressão da cidade: o "MARIANO" e "DERPA". — Este último era comandado pelo DR/MG.

A pesar da sua admiração pelos times profissionais da capital mineira, Edmar é um torcedor de carteirinha do São paulo Futebol Clube. É sempre visto pelas ruas com a camisa do seu time do coração. Quando a vestimenta envelhece logo compra outra.

Quando garoto, assentado num banquinho da cozinha, com uma prima e um primo, quase foram atingidos por um fenômeno da natureza. — Uma descarga elétrica fulminante, de um raio; no instante em que a avó preparava a eles, o café da manhã. No estampido do raio à colher saltou da mão da sua avó, ao chão; distante deles, toda retorcida. — E, por milagre todos foram salvos.

Aprendeu a dançar quando criança, com uma senhora casada; pisava os pés da dama, o tempo todo, mas, aprendeu a dançar. Tomou gosto pelo divertimento e até hoje ainda dança.

Dançava-de-dois, agarradinhos: músicas românticas. E, dança-solo (que no passado era conhecida por "balanço"), geralmente músicas internacionais.

Pedra Azul ficou pequena e seu filho querido, Edmar, na força da sua juventude desejou conhecer, explorar os centros mais avançados do sudeste brasileiro: Belo Horizonte, e São Paulo.

Na capital mineira, em 1990, trabalhou na Plastiquero, fábrica de eletrodomésticos em plásticos, na Cidade Industrial. Emaiores sonhos, não não permaneceu nessa empresa por muito tempo e partiu com dois amigos para a capital Paulista.

Desembarcaram no Terminal Tietê; foram para um albergue e trabalharam 2bdias de bicos, para o Jornal O Globo.

Partiram para a Baixada santista (Santos), há procura de serviços; Praia Grande, Praia do Guarujá...

No novo albergue em Santos, encontraram emprego para os três. Seu Adelson Peixoto precisou de 40 homens para trabalhos nos seus três parques de diversões e eles foram nessa leva de trabalhadores.

Cada um amigo (mineiro) prestavam serviços num parque diferente: um na Vila São José, outro no Campo Limpo e Edmar, no Imbuguaçú.

Com a morte de um colega eletrocutado, Edmar foi promovido e passou a morar num trailer (no serviço). No City Park, onde trabalhava arrumou uma namorada (loira), a Luciana, e foi morar com ela em Imbu Paulista, Jardim Sta. Tereza. E até pensava em se casar com ela.

Como se uma namorada, fosse pouco Edmar conseguiu arrumar outra; essa era clara de cabelos pretos (elas eram irmãs de sangue).

Nesse duplo amor, os dias de Edmar tornaram-se mais alegres e divertidos...

Mais dia, menos dia a casa caiu... Despreocupado, numa recreação, Edmar jogava jumbão... ao levantar a cabeça viu as duas namoradas que não desgrudavam seus olhares dele.

Uma delas disse a Edmar: — é Jacaré (apelido que ganhara no parque) nós temos um papo sério para conversar... e não arredaram o pé: o aguardaram concluir a jogada que fazia.

Ao término da jogada... a loira saiu á frente: —

escolha agora Edmar, com quem vai ficar!

E Edmar, com a maior vergonha do mundo, optou ficar com a namorada clara de cabelos pretos. E perdeu o lugar de morar (pois, morava na casa da namorada que rejeitou). —

Mudou de endereço é não-a viu mais.

Não demorou tanto e soubera que, a sua primeira namorada, a loira, que pediu que ele decidisse com quem ficar, atentou contra sua própria vida, vindo a falecer em seguida.

Com uns dias, a segunda namorada de Edmar o deixou na rua da armadura... ao terminar o relacionamento com ele.

Com essas sucessivas perdas, bem como a do colega colaborador (que trabalhou com ele no parque, o deixou muito transtornado...

E por volta de 2002, Edmar retorna a Pedra Azul, e posteriormente à Bhte. E não mais pôde mais trabalhar, pelo seu incômodo de saúde ter se agravado. Uma assistente social o encaminhou há uma perícia no INSS.

No atendimento médico, o psiquiatra pediu sua carteira de trabalho e perguntou-lhe: — o que você têm Edmar? — Não consigo trabalho Dr. devido ao meu problema de saúde.

— Têm mais algo há dizer? — Tenho sim Dr., vejo Jesus Cristo. Tanto O vejo dormindo como acordado. E mostrou ao médico, uma medalhinha de Cristo que carregava pendurada num cordão de ouro no pescoço.

— Você tem certeza disso Edmar?! — Tenho Dr. Eu vi essa Pessoa aqui (Jesus) e mostrou-lhe a medalha de Cristo.

— Então somente Ele poderá tirar-lhe seu benefício (previdenciário). — Disse o médico da Previdência Social, ao Edmar (Edmazim).

Seu casamento...

Sua união matrimonial fora motivado por dois copos d'água, dados há duas moças: um, a Cristina e outro, a Luciana. Como, uma delas se afeiçoou por Edmar...

Para puxar conversa com ele, às duas combinaram de pedir-lhe água. E através disso, Edmar está casado com Cristina Alves dos Santos, há 23 anos. Samira Santos, fruto desse amor deu-lhe recentemente uma linda neta — a cara do vovô (a Maitê).

*Nemilson Vieira de Morais, Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.

(03:7:23

Nemilson Vieira de Morais
Enviado por Nemilson Vieira de Morais em 09/07/2023
Reeditado em 10/07/2023
Código do texto: T7832871
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