Beatriz Gadelha Fontes Pereira - Recortes da sua história

MARIA BEATRIZ GADELHA FONTES PEREIRA

Nasceu em Sousa – PB, em 1º de agosto de 1940 e faleceu em 26 de maio de 2021. Filha de José Gadelha Fontes e Maria do Socorro Gadelha Fontes, de família tradicionalmente política.

Fez o antigo Curso Primário (Ensino Fundamental – até a 4ª série) na sua cidade natal. Fez o Exame de Admissão e o 1º Ano Ginasial (6º ano do Ensino Fundamental), no renomado Ginásio “Cristo Rei”, em Patos - PB, onde iniciou seus estudos de piano.

Até os 13 anos de idade viveu sua infância e adolescência em Sousa-PB, onde participou das “Pastorinhas” realizadas no mês de dezembro, grupo criado por sua avó paterna, Ana Gadelha Fontes. Todas as noites durante o mês de maio Beatriz vestia-se de anjo para as novenas, e no dia 31 de maio, coroava Nossa Senhora dos Remédios, a padroeira de Sousa.

Teve uma infância muito feliz em sua terra natal. Quando fez 14 anos de idade, seus pais mudaram-se para Floriano – PI, e ela deu continuidade aos estudos no Colégio “Santa Teresinha”, onde matriculou-se para cursar a 6ª série (7º ano).

Nessa época o Colégio “Santa Teresinha” funcionava onde hoje fica o Armazém Paraíba, e o diretor e proprietário era o Dr. Sobral Neto. Ela conta que ficou detida em Inglês, pois na Paraíba a língua estudada era o Francês, e ela sentiu muita dificuldade com a mudança.

Com a fundação do Ginásio Primeiro de Maio, por aconselhamento de Dr. Tibério, amigo de seu pai, ela foi transferida para lá. Filha de músico, de família de músicos, ela também herdou o gosto e o talento para esta arte, e como já havia estudado piano por dois anos, e aqui em Floriano não encontrou professora para tal instrumento, resolveu então estudar acordeom com Socorro Demes.

Em 1959 seu pai mandou-a estudar em Natal – RN, no Colégio “Nossa Senhora das Neves”, escola também muito renomada, onde deu continuidade às aulas de música, em um curso intensivo (cursou 3 anos em um, devido a base que já possuía).

Em 1960 voltou para Floriano e concluiu seu Curso Ginasial no Colégio “Primeiro de Maio”.

Em 25 de dezembro de 1961 casou-se com Wilson Pereira, o seu grande amor, e foi morar em Brasília, ficaram lá dois anos e voltaram para Floriano em 1963.

Aqui chegando retornou aos estudos, matriculando-se na Escola Técnica de Comércio de Floriano, cuja diretora e proprietária era a Drª. Josefina Demes.

Em 1971 assumiu seu primeiro emprego cuja função era Auxiliar de Secretária no Colégio “Lindolfo Uchoa.”

Em 1975 assumiu a vaga de Secretária Geral do Complexo escolar de Floriano.

Em 1977 foi aprovada no vestibular para Educação Física, na Escola Superior de Educação Física do Pará. Lá cursou Licenciatura Curta e, na UFPI – Universidade Federal do Piauí, complementou a Licenciatura Plena em regime de férias na capital do estado.

Fez pós-graduação em Gerenciamento Educacional pela UECE – Universidade Estadual do Ceará, em convênio com a UESPI - Universidade Estadual do Piauí.

Foi nomeada por Dirceu Arcoverde como Coordenadora de Educação Física do 2º Grau (hoje Ensino Médio) do Colégio Estadual “Osvaldo da Costa e Silva”. E em 1978, assumiu a direção dessa mesma escola, na qual permaneceu durante cinco anos.

Em 1983 assumiu a direção da Escola Técnica Calisto Lobo – PREMEM, onde ficou mais cinco anos. Todos que a conheceram mais intimamente, sabem que o PREMEM era sua grande paixão.

Cuidava dos desfiles de 7 de Setembro com tanto empenho, tanto amor e carinho que conseguia envolver todos da escola, alunos funcionários e professores. Havia vigílias cívicas, bem dinâmicas, e a banda marcial era o orgulho da escola e, especialmente, da direção que vibrava entusiasmada após cada desfile. Mas com a mudança de governo, Beatriz foi exonerada o cargo, pois o governador eleito era seu adversário político. E ela foi colocada à disposição do Colégio “Sobral Neto” por solicitação das diretoras Ivone Demes, Eva Macedo e Janete Soares, onde ficou por um ano na Coordenação de Educação Física e como professora de duas turmas.

Em 1988 José Leão foi eleito Prefeito do Município pela primeira vez, e convidou-a para a Secretária Municipal da Educação e Cultura. Nessa época a Secretaria da Educação Municipal era vinculada à Secretaria da Cultura.

Nesse mesmo período foi instalada a UESPI que funcionou na Escola Normal "Osvaldo da Costa e Silva” (turno noturno) - da qual ela foi diretora.

No início de 1992 por solicitação do Governador do Estado, Freitas Neto, e do Secretário Estadual de Educação, Átila Lira, ela (mesmo não sendo o seu desejo), assumiu o cargo de Diretora Regional da 10ª DRE (atualmente Superintendência da GRE - 10ª Regional de Educação) permanecendo no cargo até o término do mandato do então governador.

Porém, como as indicações eram políticas, em cada mudança de governo, havia mudanças nos cargos e, assim, mais uma mudança ocorreu em sua carreira, pois seu partido perdeu as eleições e Beatriz deixou o cargo de Diretora Regional da Educação, tirou sua Licença Prêmio acumulada e em seguida, com alegria deu entrada em sua aposentadoria.

Porém mais uma vez quis o destino que nas eleições de 1999, José Leão fosse novamente eleito, e pela segunda vez, convidasse a professora Beatriz para a Secretaria Municipal da Educação e sendo assim, a partir de 2000 ela voltou para a Secretaria, onde permaneceu durante o 2º e 3º mandatos de José Leão. Portanto, ela foi Secretária Municipal da Educação por três mandatos.

Em suas gestões, Beatriz procurou a melhoria do Ensino das Redes Estadual e Municipal do Ensino deste Município, terra que não lhe viu nascer, mas que ela ama como se fosse sua terra natal, pois foi aqui que viveu sua juventude, construiu a sua família, construiu sua identidade e criou as suas raízes.

Foi uma ótima Secretária de Educação e Cultura, e também como Gestora da 10ª GRE, porém a sua grande paixão era o Premen (Programa de Expansão e Melhoria de Ensino – PREMEN), onde ela misturava-se aos alunos e sua equipe de apoio dando vida às personagens dos desfiles de setembro. Trabalhava incansavelmente dia e noite. Participava ativamente nos ensaios dos desfiles, na confecção das roupas, na criação e confecção das alegorias. E, quanto a banda marcial, esta era a sua grande paixão. Os momentos que se seguiam após os desfiles eram de alegria, descontração e comemoração. Nesses momentos de socialização não havia diretora, funcionários e alunos, era apenas celebração.

Eu penso que todas as homenagens devem ser feitas em vida, pois é muito gratificante a pessoa saber que seu trabalho foi reconhecido, que aquilo pelo que lutou valeu a pena. Que todo esforço, toda a batalha não foi em vão. E eu não penso assim por vaidade, mas pela valorização do trabalho, da dedicação, da entrega. Creio que o reconhecimento agrega valor e impulsiona a pessoa a fazer o melhor cada vez mais.

E dito isto quero contar que Beatriz recebeu em alguns momentos da vida algumas merecidas homenagens.

O tempo que ela dedicou à cultura, à educação, ao município, rendeu-lhe uma homenagem de agradecimento, de reconhecimento da Escola de Samba “Vira Virou”.

Beatriz sempre viveu com alegria. Amava o carnaval e o incentivou, fundou blocos, promoveu quadrilhas juninas e outros eventos culturais e esteve sempre contribuindo com a construção da história do município.

Então com o justo reconhecimento, foi enredo de escola de samba junto com a também ilustre professora Rubenita Ferreira de Souza. Uma homenagem sentida, vivida, merecida!

Beatriz também recebeu uma homenagem da Fundação Floriano Clube, pela Coleção Florianenses, volume 5. O livro foi lançado em 8 de julho de 2016, evento que fez parte das comemorações do 119º aniversário de Floriano.

Umbelina Marçal Gadelha

Umbelarte
Enviado por Umbelarte em 26/05/2023
Reeditado em 26/05/2023
Código do texto: T7797993
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