6ª Geração (Tataravós) de José Carlos de Oliveira Francisco Antônio Machado(11/1/1798) - Lucrécia Maria do Rosário(25/10/1801)

A maioria dos escravos libertados permaneceu na fazenda, agora, como camaradas assalariados.

Todavia, já se intensificando a imigração italiana no Brasil, o moço Germano providenciou a vinda de 50 –(cinquenta) famílias de colonos italianos, para a fazenda, substituindo as senzalas por casas apropriadas para o alojamento desses trabalhadores livres, -- e assim, advinda a abolição, não pereceu a colheita de café e de cana de açúcar na fazenda ‘ANHUMAS”.

NOTAS AO CAPÍTULO I

NOTA 01: --Sabe-se que há, em POUSO ALEGRE e cercanias, três famílias de tronco MACHADO, inclusive os fundadores da cidade, sendo que apenas uma é relacionada com MENDONÇA.

Aliás, a gente de LUCIANA MARIA não era da Região, pois tanto seus pais, como os tios vieram de SANTA ANNA DO GUARAMBÉO – (Santana do Guarambéu). –

Eram, ainda, modestos lavradores, bastante mente pobres e carregados de filhos.

Ao norte de Pouso Alegre nasce o rio Machado, afluente do Sapucaí: e que banha a cidade de SANTO ANTONIO DO MACHADO, atual: -- MACHADO.

Afim de prevenir qualquer suposição de relacionamento dessas denominações com o nome da família, convém transcrever-se o esclarecimento colhido na Biblioteca Pública Municipal da cidade de MACHADO.

“O nome MACHADO, segundo a tradição, provém do fato de terem alguns trabalhadores perdido um instrumento de igual nome, nas margens ou no leito do rio que passa próximo da cidade. Daí, a denominação de Rio “Machado”, nome, posteriormente, dado ao povoado.”

Não há, portanto, qualquer relação com a família MACHADO.

Circula, entre alguns descendentes, uma versão, segundo a qual, o pai de LUCIANA MARIA não era de família MACHADO, mas COSTA E SILVA.

O avô de LUCIANA MARIA, COSTA E SILVA, ia ao Rio de Janeiro, com frequência, negociar diretamente os produtos agrícolas; e conforme costume da época, hospedava-se no estabelecimento do comprador, um português, de sobrenome MACHADO.

Numa dessas viagens, febre amarela; e o negociante Machado o tratou com todo desvelo.

Restabelecido, no regresso a Minas Gerais, nasceu-lhe o filho, pai de LUCIANA MARIA; e em reconhecimento, e como homenagem, o velho COSTA E SILVA deu ao filho o sobrenome MACHADO, do amigo, originando-se, dessa forma, a atual família MACHADO.

Usavam-se, também, sobrenomes de padrinhos e de outros parentes, que faziam uma espécie de “adoção”, elegendo a criança como herdeiro; de maneira que, numa única irmandade, surgem sobrenomes diferentes.

NOTA 02: XAVIER DE MENDONÇA: -- Não se identifica a família XAVIER DE MENDONÇA em São João Del-Rei e Região.

A região toda foi povoada por quatro (04) – famílias: -- CHAVES, MENDONÇA, REZENDE e XAVIER, que se foram misturando e combinando os nomes.

Existe, e até com predomínio, os ramos isolados: XAVIER e MENDONÇA. MENDONÇA, principalmente, é frequente na Região, sobretudo nos Municípios de LAGOA DOURADA e SANTANA DO GARAMBÉU, aparecendo, também, em SÃO JOÃO DEL-REI.

Já a família XAVIER não é tradicional de Minas Gerais; o nome foi introduzido pela Mãe de Tiradentes, dona Antônia da Encarnação Xavier, filha direta de pai português, de sobrenome XAVIER; e de mãe paulista. O sobrenome XAVIER, de Tiradentes, que ele adotou da Mãe, desaparece nas gerações seguintes, diluído nas diversas uniões de famílias.

Os MENDONÇAS CHAVES é que se integram na família de Tiradentes, em ramificações de uma sua irmã.

Assim sendo, XAVIER DE MENDONÇA se aproxima do Herói da Inconfidência Mineira, através de MENDONÇA, e não de XAVIER.

Também se encontra, na Região, com menos intensidade, o nome MACHADO.

E aparece, nos autos da devassa da Inconfidência, o Porta-Estandarte FRANCISCO XAVIER MACHADO.

Ao lado dessa famílias, vão despontando os RODRIGUES.

Na paróquia de Nossa Senhora do Pilar, atual Catedral de São João Del-Rei, onde encontrei os mais satisfatórios elementos sobre os nomes da família:

Focalizei, justamente, a geração anterior a GERMANO XAVIER DE MENDONÇA, nascido em Santana do Guarambéu no ano de 1818.

Constam, dos livros da Paróquia referentes às décadas finais do século XVIII, e com abundancia, os nomes MACHADO, MENDONÇA e XAVIER; e com menos frequência, - GOUVEIA.

Uma nota pitoresca, que constatei, diz respeito ao sobrenome MACHADO: - as mulheres flexionam o nome, no feminino, nomeando-se: Anna Machada – (sic) -.

E há também, a grafia MAXADO. (Seria erro do escrevente?).

Encontram-se, já casais: - MENDONÇA e MACHADO.

É frequente o nome: - SILVA XAVIER, usado, também, por Tiradentes.

Localizei um: - FRANCISCO XAVIER, entre os anos de 1779 a 1780.

Predominam, porém, as combinações FRANCISCO XAVIER, seguidas de outro sobrenome (do Valle, Cruz), - o que vem em apoio a tese que levanto: -

Penso que, relativamente ao sobrenome XAVIER DE MENDONÇA, pode ter ocorrido o seguinte fato: - o nome próprio do ascendente de GERMANO era FRANCISCO XAVIER, em decorrência do onomástico de São Francisco Xavier; e MENDONÇA, o sobrenome, como existe, na família, o Francisco de Assis e a Francisca de Assis:

GERMANO, porém, incluiu o XAVIER no sobrenome, transmitindo-o aos descendentes, e gerando o ramo XAVIER DE MENDONÇA, nem pertencendo, sequer, à família XAVIER, mas apenas à MENDONÇA.

Aliás, conheço fato idêntico, em que o nome FRANCISCO DE ASSIS, provocou, nos herdeiros, o acrescentamento de ASSIS ao sobrenome, gerando um novo ramo familiar.

Também nesta família de Germano aparece, com frequência, o sobrenome ASSIS, - talvez proveniente do nome Francisco de Assis.

Desta forma, pode ser que XAVIER DE MENDONÇA seja produto da combinação dos dois sobrenomes, um herdeiro, filho da união das famílias XAVIER e MENDONÇA, adotando os nomes materno e paterno, - costume generalizado na época.

Em qualquer hipótese, com que, e quando, e onde, começou a existir o nome XAVIER DE MENDONÇA?

Quem sabe? o próprio pai de GERMANO, - Francisco Xavier de Mendonça, é o criador do nome XAVIER DE MENDONÇA, que se tornou família genuinamente paulista, a partir de sua terceira geração.

Constam, do cartório eclesiástico de Pouso Alegre, da mesma época, outros casamentos de mesmo nome:

1º) – no ano seguinte ao casamento de GERMANO e LUCIANA MARIA e de Francisco de Assis e Maria Gertrudes, - 1838 -, registra-se mais um casamento na família, de outro irmão de Germano, - SEVERINO XAVIER DE MENDONÇA, com Francisca de Assis Mendonça, filha do Cel. Francisco de Mendonça.

Os nomes, que estão aparecendo, vem corroborar a tese de que não existia a família XAVIER DE MENDONÇA, sendo XAVIER, prenome integrante de FRANCISCO XAVIER: - na mesma ocasião de Germano, constatou-se que se casa Francisco de Assis.

Pois bem: - a família adotava os patronos franciscanos: - assim como havia o pai, FRANCISCO XAVIER, chamou-se o filho, - FRANCISCO DE ASSIS.

Também, em 1838, SEVERINO XAVIER DE MENDONÇA se casa com a filha do Cel. Francisco de Mendonça, - Francisco, simplesmente.

E – 2º) – em 1847: - Francisco Xavier de Mendonça Neto, nascido no ano de 1826, casa-se com Francisca Maria do Rosário.

Observe-se que o complemento: - do Rosário – é típico da família: -

Lucrécia Maria do Rosário, - mãe de:

LUCIANA MARIA do Rosário e de Maria Gertrudes do Rosário.

Já a mãe de GERMANO, - é Maria Joaquina do Rosário.

Francisco Xavier de Mendonça Neto casa-se com Francisca Maria do Rosário.

Em 20 de maio de 1841, era batizada a menina MARIA, de dois meses de idade, filha de Francisco Antônio Machado e de sua mulher, - Lucrécia Joaquina – (sic) – do Rosário; - (trata-se de uma irmã de LUCIANA MARIA) -. Foram padrinhos: Joaquim José de Gouveia e Joaquina Maria do Rosário.

Parece que se casava muito dentro da família; e que o complemento nominal – do Rosário – ia sendo adotado como sobrenome, tal-e-qual foi sugerido tenha acontecido com o XAVIER de Francisco Xavier.

NOTA 03: - SANTANA DO GARAMBÉU: Localiza-se entre a Zona Metalúrgica e a Zona da Mata do Estado de Minas Gerais.

Isolada entre as serras, ao Sul de São João Del-Rei e a Sudoeste de Barbacena e de Santos Dumont, é uma Vila difícil de acesso, servida por rudimentares estradas de carreiro, e com a única rua de casas pobres e primitivas, descendo da Igreja ao Laticínio e ao cemitério. Além da Igreja, à sua Direita, algumas casas melhores.

Tangerynus
Enviado por Tangerynus em 05/04/2023
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