FLASHS II
CONTINUANDO...
Voltando ao texto anterior, lembrei dum flash, ainda referente nossas aventuras do sítio para a cidade. Talvez sem importância ... contudo, se ficou gravado alguma teve, no momento. Certa vez ,numa daquelas duras caminhadas, minha mãe à frente, eu e minhas irmãs seguindo-a, enfileiradas, feito patinhos seguindo a pata-mãe. Passou um carro por nós, o senhor parou, ofereceu carona até a cidade, minha mãe não se fez de rogada. Naquela época as pessoas eram mais confiáveis. Um carro preto que chamávamos, carros de passeio, sem referência à marcas. Eram raros na zona rural, quase uma providência divina. Diante daquele conforto, eis que experimento minha primeira grande ambição. Disse pra mim mesma que, um dia possuiria um carro, para nunca mais calejar meus pezinhos.
Dando sequência a minha saga, agora na cidade de Patos. Eu já contava com sete anos, Eridam quase seis e Enivan com quatro. Casas conjugadas, vizinhos, menos solidão. As dificuldades persistiam. Meu pai na mesma vida de boêmio. Um dia em casa, semanas fora. Algumas boas lembranças daquele lugar. Havia uma capelinha na minha rua, nos finais de semana assistia catecismo. Ali comecei estudar, na época, a cartilha do ABC e a tabuada. A professora Lourdinha uma moça que ficara pra titia, sentia prazer em usar a palmatória e botar de joelhos nas sementes de milho ou de feijão. Eu vivia de casa para a casa de meus avós. Passava mais dias com eles e com meus tios. Eram muito pobres mas encontrava mais conforto e paparicos. Até que fiquei de vez. Meu pai já nem via. Meus avós não gostavam dele, não aprovavam o casamento, eles casaram fugidos. Costume da época, o noivo roubar a noiva quando os pais não aceitavam o enlace. Eu só o ouvia pela Rádio Espinharas, num programa de cantadores repentistas, quando se apresentava com seu parceiro.
Certo dia um irmão de meu pai traz a fatídica notícia para minha mãe: Meu pai havia "tirado a honra" de uma moça, passando-se por solteiro, e o pai da donzela ao saber ameaçou-o; ou vivia com ela ou morreria. Sem escolha, trouxe-a para viver com ele no sítio do seu pai, meu avô paterno, onde constituiu outra família. Nunca mais o vimos, nunca nos procurou. Minha mãe com duas crianças, eu definitivamente com meus avós. Abandono por completo. Nada de pensão, o dito pelo não dito.
Machismo predominante, lei do cão. Mas a história não termina aqui. Erivas ainda teria que passar por outras provas. Karma? Sina?...
A SAGA CONTINUA...
CONTINUANDO...
Voltando ao texto anterior, lembrei dum flash, ainda referente nossas aventuras do sítio para a cidade. Talvez sem importância ... contudo, se ficou gravado alguma teve, no momento. Certa vez ,numa daquelas duras caminhadas, minha mãe à frente, eu e minhas irmãs seguindo-a, enfileiradas, feito patinhos seguindo a pata-mãe. Passou um carro por nós, o senhor parou, ofereceu carona até a cidade, minha mãe não se fez de rogada. Naquela época as pessoas eram mais confiáveis. Um carro preto que chamávamos, carros de passeio, sem referência à marcas. Eram raros na zona rural, quase uma providência divina. Diante daquele conforto, eis que experimento minha primeira grande ambição. Disse pra mim mesma que, um dia possuiria um carro, para nunca mais calejar meus pezinhos.
Dando sequência a minha saga, agora na cidade de Patos. Eu já contava com sete anos, Eridam quase seis e Enivan com quatro. Casas conjugadas, vizinhos, menos solidão. As dificuldades persistiam. Meu pai na mesma vida de boêmio. Um dia em casa, semanas fora. Algumas boas lembranças daquele lugar. Havia uma capelinha na minha rua, nos finais de semana assistia catecismo. Ali comecei estudar, na época, a cartilha do ABC e a tabuada. A professora Lourdinha uma moça que ficara pra titia, sentia prazer em usar a palmatória e botar de joelhos nas sementes de milho ou de feijão. Eu vivia de casa para a casa de meus avós. Passava mais dias com eles e com meus tios. Eram muito pobres mas encontrava mais conforto e paparicos. Até que fiquei de vez. Meu pai já nem via. Meus avós não gostavam dele, não aprovavam o casamento, eles casaram fugidos. Costume da época, o noivo roubar a noiva quando os pais não aceitavam o enlace. Eu só o ouvia pela Rádio Espinharas, num programa de cantadores repentistas, quando se apresentava com seu parceiro.
Certo dia um irmão de meu pai traz a fatídica notícia para minha mãe: Meu pai havia "tirado a honra" de uma moça, passando-se por solteiro, e o pai da donzela ao saber ameaçou-o; ou vivia com ela ou morreria. Sem escolha, trouxe-a para viver com ele no sítio do seu pai, meu avô paterno, onde constituiu outra família. Nunca mais o vimos, nunca nos procurou. Minha mãe com duas crianças, eu definitivamente com meus avós. Abandono por completo. Nada de pensão, o dito pelo não dito.
Machismo predominante, lei do cão. Mas a história não termina aqui. Erivas ainda teria que passar por outras provas. Karma? Sina?...
A SAGA CONTINUA...