Ariano Vilar Suassuna OMC (João Pessoa, 16 de junho de 1927 – Recife, 23 de julho de 2014) foi um escritor, dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta, artista plástico, professor, advogado e palestrante brasileiro.
Idealizador do Movimento Armorial e autor de obras como Auto da Compadecida (1955) e Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971), Ariano Suassuna foi um preeminente defensor da cultura do Nordeste do Brasil e um dos maiores expoentes da literatura brasileira, tendo sido, em 2012, indicado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal como representante do Brasil na disputa pelo Prêmio Nobel de Literatura.
Na administração pública foi secretário de Educação e Cultura do Recife (1975–1978), secretário de Cultura de Pernambuco (1994–1998) e secretário de Assessoria do governador Eduardo Campos (2011–2014). Declaradamente socialista e de esquerda[2], em 2011, foi nomeado presidente de honra do Partido Socialista Brasileiro (PSB), partido ao qual era filiado desde 1990.
Posso dizer que, como escritor, eu sou, de certa forma, aquele mesmo menino que, perdendo o pai assassinado no dia 9 de outubro de 1930, passou o resto da vida tentando protestar contra sua morte através do que faço e do que escrevo, oferecendo-lhe esta precária compensação e, ao mesmo tempo, buscando recuperar sua imagem, através da lembrança, dos depoimentos dos outros, das palavras que o pai deixou. ”
— Ariano Suassuna, em seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, 9 de agosto de 1990
"... Em quase todo o meu teatro, um pouco por causa da natureza da sátira, mas também um pouco, parece, por causa da minha formação calvinista, eu passo o tempo todo julgando os outros e a mim mesmo, absolvendo ou condenando os bons e os maus.[...] Talvez no supra-moralismo do Deus dos Profetas caibam não só as vítimas, mas os chicotes, as espadas, aqueles que os empunharam e até o chefe de todos eles, o Demônio, cujo papel e cuja missão só Deus pode entender. Em suma, dentro da minha cegueira, o que acho é que Deus, para nós, é um arquejo, uma aspiração..."
Obras selecionadas
Uma mulher vestida de Sol (1947)
Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa (1948)
Os homens de barro (1949)
Auto de João da Cruz (1950)
Torturas de um coração (1950)
O arco desolado (1952)
O castigo da soberba (1953)
O Rico Avarento (1954)
Auto da Compadecida (1955)
O casamento suspeitoso (1957)
O santo e a porca (1957)
O homem da vaca e o poder da fortuna (1958)
A pena e a lei (1959)
Farsa da boa preguiça (1960)
A Caseira e a Catarina (1962)
As conchambranças de Quaderna (1987)
Fernando e Isaura (1956, inédito até 1994)
Poesia
O pasto incendiado (1945-1970)
Ode (1955)
Sonetos com mote alheio (1980)
Sonetos de Albano Cervonegro (1985)
Poemas (antologia) (1999)
Os homens de barro (1949)
Obras acadêmicas
O Movimento Armorial (1974)
Iniciação à Estética (1975)
A Onça Castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão sobre a cultura brasileira (1976) – tese de livre-docência
Ver também
Literatura do Brasil
Movimento Armorial
(Fonte Wiquipédia)