Geraldo Rodrigues França

Por Nemilson Vieira de Morais (*)

Geraldo Rodrigues França, nasceu em José Raidam (MG), em 16 de março 1953; quando este ainda era Distrito de Sta. Maria de Suaçuí.

... É filho de seu José Luiz de França (natural de N.S. do Porto, MG) e de dona Marciana Rodrigues de França (Rio Vermelho, MG); além de Geraldo, o casal teve também: José, Antônio, Sebastião, Osvaldo, Jadir, Maria e Nelzita (irmã adotiva).

Geraldo teve uma infância como qualquer outra criança interiorana da sua época: brincou de pião, estilingue, bodoque, capturou passarinhos com alçapão. Fazia seus próprios carrinhos de madeiras; com eixos de talos da folha de embaúba e rodas feitas de cuias ou cabaças.

... Criado à beira do Rio Suaçuí-Grande (que nasce em São Sebastião do Rio Preto e banha os municípios de Coluna, Peçanha, São Pedro de Suaçuí...). Aprendeu a nadar praticamente sozinho, desde muito cedo, e a pescar, com a sua Tia Chiquinha (Francisca). Esta cuidou de Geraldo quando bebê.

Em bom gosto o menino aprendeu a arte de pescador! E não saía mais dos rios.

Com anzóis e varinhas de tabocas; tirou muitas vezes seu alimento das águas desse grande rio. O rodaque (peixe com tonalidade amarelada, parecido com o cará) era o que mais ía ao prato; pela sua abundância. Também iam à mesa: piau, traíra, lambari, bagre...

Com certeza desse tempo restou a Geraldo, muita saudade: em especial de sua tia Chiquinha (que ainda vive) e das pescarias, que continua acontecendo por lá até hoje.

Geraldo brincou muito de bola (em campo de pasto) com os colegas do seu tempo de garoto; tinha mais facilidade em atuar como lateral-direito. Nessa posição não dava "mole" ao adversário; impunha respeito nos treinos e jogos em que era escalado.

Sua maior diversão consistia nas produções textuais, poesias... Dos 13, 14 anos, ele mesmo relata um pouco do que acontecia nessa ocasião: "Virei o maior escrevinhador de cartinhas às moças do lugar. Cheguei até apanhar de mãe, por conta disso".

Mesmo depois da "esfrega" da dona Marciana ao filho, as garotas (provavelmente de nada saber) íam solicitar ao Geraldo que escrevesse por elas, aos rapazes (namorados ou alguém que admirasse) dizeres: bonitos, afetivos, verdadeiros, chorosos, interesseiros, tendenciosos... Eram atendidas prontamente, pois, as coisas do amor (seja lá o que for) não devem ser negadas; ainda mais pelo poeta que havia nele.

Em boa idade (com frequência), Geraldo saía de Belo Horizonte e ia a José Raidam (sua terra) bater caixa nos giros do congado-caboclo. Geralmente nos meses de junho a agosto, festa do divino. Sempre que podia, acompanhava também as Folias de Reis por lá; e ajudava os devotos nas cantorias folclóricas nas vias-sacras.

Gostava de cavalgar num bom animal e chegou a possuir um cavalo muito bom a esse prazer. Nunca foi de tirar leite de vacas, não gostava; preferia mesmo era campear os bichos soltos em campo aberto; tocar os animais, o gado.

Dos 14 aos 17 anos, era o braço direto de José Luiz (seu pai), tropeiro de ofício. No tanger das tropas, de um e outro fazendeiro que precisasse do serviço.

Alguns burros de seu pai íam juntos como coadjuvantes nesse transportar de progresso: na condução de alguns produtos (há serem vendidos no destino final), e com algumas tralhas pessoais.

Como seu pai também era ferreiro-de-forja, fazia qualquer tipo de ferramenta, Geraldo aprendeu com o velho essa habilidade e também fazia alguma ferramenta que precisasse . "Carvão de churrasco não dá têmpera boa em nenhum tipo de ferramenta; carvão bom é de angico, aroeira, ipê..."

— Geraldo

... Muitos anos adiante essas lembranças (de ferreiro) lhe renderam belas poesias e prosas poéticas; que gosta de recitá-las — espontanhamente ou quando solicitado.

Na busca dos sonhos de rapaz, em 1970, aos 17 anos incompletos, Geraldo França deixou os pais e, sozinho rumou a Belo Horizonte.

Residiu a princípio, no Bairro Pe. Eustáquio, e posteriormente no Jardim Industrial (Contagem), bairro Céu Azul (região Norte de Bhte) e atualmente, reside no bairro Kátia (Primeira Sessão).

O primeiro emprego de Geraldo França, na capital mineira, fora no tradicional Café Palhares (entidade gastronômica da cidade, fundada em 1938). Famosa pelo seu delicioso Kaol, vencedora de "Comida de Buteco" de 2022.

Ao completar seus 18 anos, ainda solteiro (em voos maiores), por um tempo deixou as "Alterosas" pelas "Terras da Garoa".

Em Pirapora do Bom Jesus (SP), Geraldo fora admitido pela "Mineração Maria Luiza" e conheceu in loco a dureza das rochas, do trabalho no processo da extração mineral. A mineradora localizava-se no quilômetro 51 da estrada velha de Itu.

"A década de 1970 foi bem importante para a construção civil em São Paulo, porque foi quando ocorreu o boom da verticalização na cidade, que tinha se iniciado nos anos 1930".

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Geraldo deixou o seguimento minerário pelo da construção civil. Sendo admitido pela "Construtora Emgeral"; e numa frente de obras na Vila Leopoldina, trabalhou duro na função de carpinteiro; mas, só permaneceu na instituição por uns 2 anos.

Por alimentar o grande sonho de retomar os seus estudos, e em terra estranha ser tudo mais difícil, Geraldo não pensou muito e, regressou à capital mineira a esse fim. Por aqui se sentia mais em casa.

Matriculou-se no Colégio Antônio Carlos, no curso Ginasial (Ensino Médio), e estudou por 2 anos; mas, o êxito maior se deu pelo curso supletivo que fez (por 1 ano).

Com uma base forte de conhecimento adquirido em matérias disciplinares que estudara...

Numa segunda tentativa em submeter-se aos exames seletivos (ao ingresso) no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET - MG), fora aprovado com sucesso absoluto. Os anos investidos nesse referido curso foram: 1977/8/9. Nesse período Geraldo trabalhava no condomínio Retiro das Pedras e residia no bairro Industrial (Contagem).

Neste conceituado educandário Federal pôde concluir com êxito seu Curso Técnico de Edificações (em 3 anos), sendo 1 ano de estudos extensivos em hidráulica e elétrica.

... Na abrangência desses saberes (adquiridos em ambiente acadêmico) saiu com noções significativas sobre solos e terra plenagem (em teoria e prática).

O primeiro emprego de Geraldo, na sua área de formação se deu por ocasião da construção da rodoviária de Itabira (MG), onde trabalhou por 2 anos e pouco (pela Construtora Ápia).

Já pela Construtora Minas Sul, atuou intensivamente nos trabalhos da edificação do "Edifício Fortaleza" na Rua Israel Pinheiro, número 2802, Valadares (MG).

Missão cumprida pelo interior mineiro regressou ao seu "Porto Seguro": Belo Horizonte. Onde posteriormente fora admitido pela Construtora Mascarenhas.

... Nesta, por sérios problemas de saúde que lhe dobreveio, ficou impossibilitado de exercer suas atividades laborais por 4 anos e 10 meses. A rebeber seus benefícios por via previdenciária e após esse período retornou ao seu posto de serviço na empresa e trabalhou até 2012.

Casou-se em 1975, com Maria Ferreira. 4 foram os frutos desse amor intenso: Eliana, Everaldo, Ediana e Edevaldo.

Geraldo França gaaduou-se em "História" na UNI-BH, no período de 2003 a 2006.

Ainda me alongando no tecer desse trabalho achei pertinente a inclusão ao texto, de uma fala do biografado:

"Quando a pessoa estuda História e filosofia nunca mais ficará acomodada: desperta nela uma grande desconfiança sobre tudo. Pelo pesquisar e estudar sobre tudo e todos.

Forma novos conceitos sobre os princípios Bíblicos, religiosos e políticos das antigas civilizações.

Tais como consciências, lutas e divisões das classes sociais, da filosofia dos regimes políticos: governamentais, teocrático, autocrático e democrático (do passado da humanidade, ao contemporâneo).

Quanto mais se aprende mais se quer aprender e descobrir; pois, a história não tem fim. A cada dia se renova e o historiador nunca mais é o mesmo de antes".

— Geraldo Rodrigues frança

Em 2002 com uma obra literária pronta, em desejo de publicá-la se viu impossibilitado: pelo alto valor cobrado. Restou-lhe aguardar um momento mais adequado a isso.

... Na realidade o trabalho é um documentário sobre o modo vivendes de comunidades carentes de várias cidades mineiras (em alguns períodos de sua história).

... Que os classifica como: Ciclo do café, Ciclo Agropecuário e finaliza com o Ciclo do Eucalipto. Envolve a região do Vale do Suaçuí e do Jequitinhonha : Itamarandiba, Carbonita, Capelinha, Sta. Maria de Suaçuí, Turmalina, Virgolândia, Peçanha, Malacacheta... Fala muito de emboscadas, tocaias, mortes de inocentes, da política local e brasileira (nesses tempos idos)...

Em 2010 conheceu o presidente da Academia Nevense de Letras Ciências e Artes (ANELCA), prof. Mauro José de Moraes.

... Convidado pelo professor, passou a frequentar as reuniões ordinárias-mensais da instituição e em 2011, iniciou às suas participações nas coletâneas (Anelca Em Prosa e Versos) como coautor e já participou de 5 ou 6 delas.

Divorciado há muitos anos, conheceu Cirlene Lopes, que a chama de (Lena); por volta de 2013 se casaram. Companheira que o apoia muito, atua bastante, em peças de teatro como comediante e atriz (Especialista em Performaces Teatrais). Há muito vem se envolvendo em ações que diz respeito à Cultura do Município de Ribeirão das Neves e da região.

Geraldo França é titular de 2 Academias de Letras, sediadas em Ribeirão das Neves: a ANELCA e ALB/MG/RMBH. Continua com as suas belas produções textuais; que por sinal, são bastante usadas por ele em saraus (pela cidade e região) nos eventos culturais que se apresenta.

— [...] Se eu puder participar somente de uma coletânea prefiro a dá ANELCA (G).

— Para ajudar a Academia? (N)

— Não tanto por isso: mas, pela Instituição ter me reconhecido como escritor, poeta, me incentivou [...] (G).

*Nemilson Vieira de Morais,

Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.

(12:10:22)

Texto baseado em conversa informal (gravada) com o biografado em (outubro 2022).

Nemilson Vieira de Morais
Enviado por Nemilson Vieira de Morais em 14/10/2022
Reeditado em 18/10/2022
Código do texto: T7627295
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