A Mestiça - parte 2
Logo após me deitar no banco de trás daquela velha rural do meu pai, comecei a cantar, não me lembro exatamente que tipo de música eu estava cantando, mas a viagem seguia tranquila. Em algum momento, me senti sonolenta, parei a cantoria por alguns instantes e ouvi minha mãe dizer: "Continua Rosa!" Então, voltei a cantar, mas depois disso, caí no sono.
Passaram-se alguns minutos, abri os olhos repentinamente e vi meu pai girando o volante do carro com tanta força e achei aquilo estranho. Parecia um sonho. Vi uma luz extremamente forte à minha frente, semelhante ao brilho do sol nos dias quentes de verão, quando mal conseguimos enxergar o horizonte de tão forte que é essa luz e, logo em seguida, após ver essa cena, eu apaguei.
Foi muito estranho esse momento. Acordei depois de algumas horas. O carro estava parado, a porta do lado do motorista, no qual meu pai guiava o carro, estava aberta e completamente amassada. O vidro frontal estava em pedaços. O banco da frente onde sentava minha mãe estava revirado para frente, mas...e meus pais? Onde estavam meus pais? Eu não entendia o que havia acontecido. Eu demorei a entender por uns minutos. Fiquei parada ali, dentro do carro todo amassado, revirado, com vidros quebrados, sentindo uma tonteira, meu corpo estava trêmulo e sentia uma ânsia de vômito terrível. Logo em seguida, caí em prantos, veio o desespero e me questionava: "Cadê papai e mamãe? Onde estou?"