PEDRO PEREIRA DOS SANTOS
Este é um pequeno resumo da história de vida de nossa, já saudoso, Pedrinho Dinamithy, um correntinense que por opção tornou-se santamariense, pelo carinho com que foi recebido nesta terra maravilhosa. Aqui, em 1973, iniciou sua carreira de trabalhador, construiu sua família.
No dia 12 de fevereiro, em Goiânia, encerrou sua carreira e guardou a sua fé.
Pedro já não está mais entre nós!
Nasceu no povoado do São Manoel, município de Correntina, hoje a um passo de sua emancipação. O Pai, seo Arquiminio Lopes, faleceu quando tinha apenas 5 anos e sua mãe Maria Bella Pereira, popular (Dona zinha).
Ainda criança, Correntina, foi interno no Educandário São José, recebendo do inesquecível Padre André, todo apoio para desenvolver seus estudos.
Neste periodo foi auxiliar das liturgias católicas, na época essa função era reconhecida por "coroinha". Sua mãe o retirou do internato, quando foram morar Santa Maria da Vitória, e ali, inicia sua vida laboral, ajudando a mãe a cuidar dos irmão e suste-lós de suas necessidades diaria, sem se descuidar dos estudos.
Em SaMaVi foi estudante do clássico Colégio Comercial de Santa Maria, também sob a gestão da igreja católica.
Estudantes - Colegio Comercial - SaMaVi
Da vida na pequena fazenda, em são Manoel, trouxe lembranças indeléveis, lembranças de menino, além envolver em pequenas tarefas, na produção de farinha, açúcar mascavo, rapadura e no roçado de subsistência familiar. Pedro rememor, numa ligação telefônica, os dias vividos em meio a passarinhos; as arapuca, e aventuras com seu velho e bom estilingue. Pedroabre um parênteses e fala de sua enfermidade, de sua prática cristã, e da esperança no porvir! E logo volta a SAMAVI, cheio de emoção, a contar-me sua história.
O primeiro emprego, ainda que informal, foi em SAMAVI, e teve sua vida rural como experiência, para lidar com o comércio de grãos, farinha, rapaduras, pois conhecia o ciclo produtivo da região. O que comprar! Quando e onde comprar! Comprava e vendia de tudo que se via diante dos olhos!
Era o elo entre o produtor e consumidor! Importava insumos, ferramentas. Pedro se tornará um agente da bolsa de produtos que se via na beira do cais de SAMAVI. As lonas cobriam montanhas de estoques, que eramvomercialuzadps com os donos de barco, que por sua vez traziam as novidades industrializaras dos grandes centros, pelas hidrovias, que se mostraram mais eficientes que as "esburacados estradas do município" onde as perdas e o custos, eram bem mais significativas.
O rio Corrente de SAMAVI ligava o municipio aos grandes centros, sendo um dos grandes afluentes do velho Chico, por onde passavam, promoviam verdadeiro escombro, entre os ribeirinhos do Rio São Francisco,
Pedro Conhecia todos os donos de caminhões, e barcos; transitava entre eles não mais como aprendiz, mas como um comerciante promissor. Estava sempre atento a cadeia de consumo na região; sabia quais produtos eram produzidos e quais se precisava importar dos grandes centros.
Envolvera de cabeça nas atividades comerciais do cais, onde funcionava a bolsa comercial do agronegócio no município; fosse de caminhão ou de barco, fazia escoar o acuçar mascavo, rapadura, feijão, milho, mamona, artesanatos de palha e peles de animais silvestre, da criação, bode, cabra, ovelha, boi...
Santa Maria e o seu formoso rio Corrente era o elo de ligação do interior do pais, com os centros por onde margeavm o belo rio. Pedro foi um desses agentes do progresso da região.
Via rio ou caminhões, o sertão era explorado por esses mascates corajosos que abasteciam o comércio local, de todas suas necessidades. Mmáquinas, ferramentas, rádios, moveis, eletrodomesticos, até televisão, além de insumos para fabricação de pão, roupas, sapatos, uma infinidade de manufaturados; como trigo, óleo vegetais, macarrão etc. etc!
As barcaças eram verdadeiros mercados ambulantes, de bens e serviços que ligavam o oeste da Bahia, aos grandes centros: Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais e velho Chico afora.
A Casa União, em Santa Maria, foi a primeira loja voltada para venda de eletro-domesticos, roupas, e máquinas de costura, ferro de passar roupas e era abastecida pelas embarcações via Rio Corrente. Ele se firmou-se como o primeiro shoppin de Santa Maria da Vitória. Tinha-se muitos comerciantes autonomos, como Pedro, mas a filial da Exportadora Coelho, dominou o espaço, sendo uma das grandes exportadora da produção agricola da região, incluindo aí a venda de peles e couros; tinha por gestores Bernardinho e no gerente Weldon Coimbra, numa gestão compartilhada de muito sucesso. A exportadora coelho fazia uso tanto das vias hidros, como também das vias tesrestres e nela trabalharam, também o poeta Flamarion e Roberto Borges, elevando a exportadora ao mais alto conceito comercial do oeste baiano.
Muitos nomes se consagraram nesta época, e Pedrinho Dinamithy foi um desses nomes. O menino vindo de Correntina dominou o ofício e fez seu nome ser escrito na história do cais de Santa Maria da Vitória - Ba.
Era o agente de negócios, que comprava e vendia de tudo que lhe surgisse a frente: sal , querosene, arame farpado e liso, sabão em barra, cerâmicas e cerveja empalhada garrafa por garrafa, depois acondicionadas em sacas de estopas e assim chegava ao bares, com o compromisso de fazer o "retorno" dos vasilhames, no mesmo processo.
Ao ancorar no cais as barcaças, ou vapores iniciava-se as negociação dos produtos que traziam, e se providenciava montar a carga de volta, geralmente com produtos da região. Essa era a rotina do cais sete dias por semana, movimentava a praça do Jardim do Jacaré e do caneção.
Pedro negociava com os barqueiros orientado por seo "Manoel Troca Cheque", seu mestre na arte de negociar. Manoel era empresário que por sua visao comercial estratégica, se metia em tudo que representava lucro certo. Vendia até dinheiro, com sua bolsa de empréstimos, que funcionava cini banco particular, na trocar de cheques, avista por pre-datados; óbvio com sua taxa de juros prefixada. Não gostava muito de ser chamado de agiota, mas também não dava muita importancia ao fato, pois aquele era seu meio de vida.
Pedro reiniciou apartir de 1973 quando ali foi morar e era comum ve-lo na beira do rio, ou sentado num banco do Jardim Jacaré, de olhos em seus produtos, mas foi nos gramados e nas peladas de futebol de Santa Maria que Pedro passou a ser chamado de Pedrinho Dimamithy, o que Ele se orgulhava do codinome, tanto que deu uma grafia propria, diferenciar um pouco do idolo Roberto Dimanite. Ambos ficaram conhecido no esporte pela força do chute e a habilidade de cenro-avante goleador. O nome o segui até os ultimos dias de sua vida e além dessa, pois entre nós ele sempre será o Pedrinho Dimamithy.
Pedro foi ativo no período eldorado em SaMaVi. O rio era uma das maiores riquesas do municipioio, não só pelas exeberancia de seus encanttos, mas pela serventia e a riquesa de pescados que alimentava a qualquer tempo, o habitantes da região, ehegando a exportar um bom volume de pescados. Era comum pela beira do rio nos deparar com grandes varais de pescados secando ao sol, sendo preparados para exportação.
Entre os barqueiros, e comerciantes da beira do cais teve-se nomes influentes da sociedade local, como seo Agripino Queiroz, natural do município, povoado de Inhaumas. Morava na beira do rio onde fez um barracão de dois pavimentos, embaixo, um grande depósito, acima a residência da familia, esposa e três filhas. O imponente barração ficava a margem esquerda do Riacho, paralelo ao Caneção, onde Seo Agripino tinha o privilégio de ficar de plantão e ser o primeiro a vê o barco ancorar. Descia de seo posto de observação e em poucos passos, lá estava entre mercadorias, negociando o que tinha e comprando o que precisava.
Destacou-se tambem caminhaoneiros Vavá, Zé moreno, e nomes como Seo Zé Cólon e Zé Reis, Jurandir Barbosa , Zuza , Nezinho e a exportadora Coelho.
As barcas mais frequentes nas águas do corrente eram: Vitoria RégiaI Paulo Afonso - Micronésia - India - Formoso - Danubia - Alexandreta - Estrela Dalva, Iolanda - Marta Rocha Riachuelo e a Nina Exportadora, com a qual Pedro não negociava, pois essa era exclusiva em suas transações.
Bons tempos ali vivido no cais... vividos em SaMaVi!!!
Pedro Dinamith recorda os ilustres visitantes que iam vê-lo e prosear, nos momentos de folga das atividades. Apaixonado por futebol, chegou também a atuar no Teatro sob a direção de Iozinho Costa, o gênio da cultura em Santa Maria e Correntina..
Entre os ilustres visitantes estava o Padre Augusto, Iozinho Costa , Paulo Borges, Geraldo Goleiro, Professor Agnelo e os amigos Renan, Adnil Sá, Policial Zé de Mário . Além desses, membros da mais pura amizade que batia ponto todos os dias, varias vezes ao dia, gradissimos amigos como Antonio Fernando, popular KAOFO e José Vieira, o popular Zito de Antero, por sinal eram filhos dos ilustres cidadãos, Sr Abílio Oliveira, pai de Fernando; Seu Antero do mercado, pai de Zito...
Ali Pedrinho cita ter tido a honra de conviver com muitos trabalhadores honrados, tais como os carroceiros: Reinaldo Leão, Divino, João Preto , Arnaldo, Bartolomeu (Lameu) gente "chapa" como Netão; Tonho, Sr Herotildes do Bar Canecão, com sua linda família; Julio da areia e Tonho de Oscar que também negociavam no cais.
Seo Dio e filhos, que negociaram a seu lado, pelo que enfatiza a lealdade com que fazia suas transações; sempre com respeito ao concorrente. Os filhos Nelson e Manoel, esse torcedor do Fluminense, porém ficaram tão amigos que Manoel trocou de time e aliou-se a ele na torcida pelo glorioso BOTAFOGO. Outro que sempre estava na área era Quiquinha pai de Batista e Saulo, corriam a cidade fazendo jogos da loteria, pois não havia casas lotéricas na ocasião.
Tudas essas lembranças nos reportam àqueles tempo, àquelas pessoas e lugares, num sentimento comum chamado saudade! Sempre se ouvia as mais variadas musicas do serviço de alto falante no comando de FLAVIO BONFIM.
Você que já era saudade, desde que partira para Goiania, onde foi concuir sua tarefa de ciar e educar seus filhos, agora é mais, pois não estando mais em nosso meio, deixa apenas a lembranças desses ternos e inquesquecíveis momentos, para remomorar sua pessoa, seus feitos, sua honra e sua misade infinda. Tempos bons, doce passados, saudades constantes, todavia aprendizado e capacitação nos desafios que a vida nos impoe.
O futebol sempre esteve presente em sua vida, desde a adolescência. Jogou em várias agremiações, inclusive o Castro Alves, criado e mantido pelo cartola Iozinho Costa e foi numa partida de futebol, que ao fezer um golaço do meio da rua, alguém na torcida gritou...Que bomba!!! Dinamite!...ertamente era um vascaíno e ali naquela hora nascera o codinome Pedrinho Dinamithy.
"Recordarei sempre de todos que fizeram e fazem de minha história, com gratidão a SaMaVi e a seu povo por todas minhas memorias" disse Pedro, quando escrevi este texto, resumo de sua história, que hoje retoma, para modificar o verbo... com uma emoção maior, por saber que não está mais entre nós esta figura singular, cortez, amiga, que fez parte de nossa história. Pedro na ocasião mostrou-se se agradecido, por esta iniciativa e aproveitou a oportunidade para reiterar seu amor a Samavi, seu povo, tão cordial e hospitaleiro em particular agtradeceu-me por telefone, quando oramos juntos pela cura da enfermidade vivida, (cancer).
C
Seleção Juvenil Samavi
GRACIAS A LA VIDA! GRACIAS A SAMAVI.
Sua história sempre fará parte de nossa história, Pedrinho Dinamithy; você se foi, mas deixou um legado, um nome, uma família na vida desta terra amada.
va em paz Pedro.