EU...
Estava e andava triste e sem alegria já fazia um tempo.
Sentimento de algo errado acelerava meu coração e doía.
Resolvi tomar atitude, arrumar e aspirar a poeira da casa,
na minha mente porque quanto mais pensava, eu sofria.
Comecei mergulhando nos meus pensamentos empoeirados,
alguns até dados como perdidos, muitos vazios não preenchidos.
Encontrei tristes promessas não cumpridas, muitas e muitas
gargalhadas reprimidas, uns sorrisos amarelados para vida.
Porém, em um canto, também encontrei caixas bem arrumadinhas,
todas etiquetadas e coloridas, contendo grandes feitos e vitórias,
muitas oportunidades abraçadas e muito molhadas com o meu suor.
Havia, também, lembranças de pessoas que me eram queridas.
Percebi, na minha sofreguidão desenfreada, uma pilha de amor bem
estruturada e lenços úmidos perfumados guardados com carinho.
Tive, novamente, a doce sensação de afago nos meus cabelos, um
pote de caridade já ofertada e outro de fé pra ser distribuída.