Auto-análise
Hoje dei pra ler os meus poemas e não mais me reconheço em muitos, nem parece que fui eu que escrevi, algo mudou em mim? ou foram meus sonhos que parei de sonhar? Á tantos e novos estudos me dediquei e talvez isso tenha contribuído para essa reação de desconhecimento , de desprendimento do que ficou no templo da memória. Me pergunto agora, ainda sou quem fui ? Ou tudo ficou no passado? Nooossa.
Amadurecimento, deve ser o tal amadurecimento, mas não precisa ser assim, precisa? A vida é um grannnnde momento. Parece que esqueci como se escreve , como se faz rimas, como se é poeta ou poetisa. Algo de mim ficou pra trás, outro algo se encontra no futuro das minhas vontades e no meu presente de saudades.
Que será de mim agora? Se me conheço bem não vou desistir, a vida está aí, pra ser vivida, amada e reescrita. Mas é de bom tom , de vez em quando olhar para o que fomos e ver, o quanto nos tornamos, o quanto plantamos e colhemos, na longa estrada da vida. É o nosso termômetro dos sentimentos. É a medida do que queremos.
Hoje dei pra ler os meu poemas e senti saudade de mim mesma, daquela romântica incurável, daquela realista extrema, senti saudade da menina tímida, da mulher intensa, todas vivendo em mim, parte de mim que eu não esqueci, só coloquei para dormir em lençóis de seda, e que agora olho pra cada uma, observando seus olhinhos fechados, mas espertos, como quem olha pros escombros de um tempo que de tão distante, se tornou presente, se tornou tão perto.
Reboco agora o que ficou no tempo e trago comigo novos sonhos, menos fantasias, talvez a vida ainda dê um jeito de me revelar o que for preciso, sou infinito, sou eu mesma de outros tempos, repaginada.