MÚSICO ESCRITOR, POETA, JORNALISTA, NEGRO OSWALDO DE CAMARGO
MÚSICO ESCRITOR, POETA, JORNALISTA, NEGRO OSWALDO DE CAMARGO
Oswaldo de Camargo, Bragantino nascido em 1938, ficou órfão de mãe aos 6 anos, quando foi com seus irmãos entregue no Orfanado Preventório de Bragança Paulista-SP.
Segundo ele mesmo em um de seus vídeos, esta orfandade, foi crucial para a transformação de sua vida de invisível, apanhador de café e analfabeto, para o ser que se tornou visível, alfabetizado, escritor, músico, peta, jornalista,
Cita que após ser alfabetizado no Preventório de Bragança Paulista-SP, tentou seguir a carreira de padre, mas foi barrado devido a sua cor negra, tendo finalmente sido aceito no Seminário de São José de Rio Preto, onde se aperfeiçoou em música, não conseguindo devido sua cor a dar continuidade em filosofia e teologia para formar-se como padre.
Empregou no Jornal do Estado de São Paulo, maior jornal do Brasil, onde foi colunista e chefe de redação.
Fez inúmeros poesias e publicou diversos livros.
Foi homenageado recentemente, apesar de ainda vivo na praça da poesia em Bragança Paulista com uma estatua de bronze sentado em um banco desta praça. 02/07/2022
Espero que outras pessoas que tenha conhecimento de sua história aqui possa completar
Oswaldo de Camargo (Bragança Paulista, 24 de outubro de 1936) é um poeta, escritor, crítico e historiador da literatura brasileira.
Biografia wirkipedia
Filho de Martinha da Conceição e Cantiliano de Camargo, trabalhadores da lavoura de café, viveu parte da infância no campo. Após a morte dos pais, foi recolhido com seus irmãos Roberto e Jandira ao Preventório Imaculada Conceição. Movido por uma inclinação religiosa, tentou o ingresso em vários seminários, sendo recusado por ser negro. Por fim, foi admitido no Seminário Menor Nossa Senhora da Paz, em São José do Rio Preto, onde estudou música e humanidades e entrou em contato com a poesia parnasiana e a obra de Carlos Drummond de Andrade, passando a escrever poesia. Não prosseguiu na carreira religiosa, e então mudou-se para a capital paulista, onde trabalhou como organista da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e colaborou no suplemento literário do Correio Paulistano. Em 1959 assumiu a revisão no jornal O Estado de São Paulo e no mesmo ano publicou sua primeira obra, o volume de poesia Um homem tenta ser anjo.[1][2]
Fez amizade com importantes intelectuais da época, como Sérgio Milliet, Clóvis Moura e Florestan Fernandes, aprofundou seus estudos sobre o Modernismo e iniciou um envolvimento com o movimento negro, participando ativamente da Associação Cultural do Negro e colaborando com jornais da imprensa negra como o Novo Horizonte, Níger e O Ébano.[1]
Em 1972 publicou seu primeiro livro de contos, O carro do êxito, elogiado pelo crítico inglês David Brookshaw como o "primeiro exemplo de literatura baseada na vida urbana negra". Explorando o mesmo campo é a novela A descoberta do frio, publicada em 1979.[1] Em 1978 integrou a histórica edição do primeiro número dos Cadernos Negros e participou da fundação do grupo Quilombhoje, mas afastou-se por divergências ideológicas. Em 1986 organizou uma antologia de literatura negra, A razão da chama, continuada no ano seguinte com o ensaio crítico e histórico O negro escrito: apontamentos sobre a presença do negro na Literatura Brasileira, que permanece como uma importante referência em seu campo. Depois sucederam-se muitos outros títulos de crítica, história, ficção e poesia, perfazendo uma grande obra publicada.[1][2]
Sua produção tem sido estudada por diversos pesquisadores e foi uma inspiração para vários outros escritores.[2] É considerado um dos principais nomes da literatura negra brasileira contemporânea.[1][3] Para Zilá Bernd, a obra de Oswaldo de Camargo é um marco na literatura afro-brasileira, pelo fato de apresentar, no lugar de uma consciência ingênua, "a angústia da tomada de consciência de sua implicação simultânea em dois sistemas culturais diferentes".[4] Para Bruna Cunha, ele "é um grande representante da literatura afro-brasileira, não apenas por sua contribuição em prosa e poesia, mas também por seu papel na divulgação e crítica desta vertente da literatura brasileira. Oswaldo se mostra como um artista que, ao permanecer escrevendo há mais de sessenta anos, é também um guardião e transmissor da memória da comunidade negra".