À mim

Sei que todo desabafo aqui são palavras lançadas ao vento, então fica ainda mais fácil...

Necessariamente, estou há 4 anos sem um dia completo de paz. Tenho que dar explicações pra quem eu to pouco me f*, lidar com imaturidades alheias, perseguição, rede social invadida, comentários rasos e sem fundamento, julgamento excessivo de cada passo e palavra.

Tudo começa em um relacionamento fadado ao fracasso. Uma confiança de 14 anos quebrada em mil pedaços! A descoberta de uma doença. Com a qual luto bravamente, até hoje. Com notícias boas e muitas outras ruins. Uma nova chance dada. E uma nova confiança quebrada. E de novo. Precisei aprender a conquistar coisas em silêncio, porque infelizmente estava cercada de pessoas que não só não queriam meu bem, como também promoviam o mal. Um ex que por alguma razão simplesmente não consegue superar o fim das coisas que ele mesmo fomentou. Que some e reaparece. Que julga ser meu proprietário. Que me atormenta de formas diferentes. Um pai insano. Um bebê perdido por aborto espontâneo. Uma desconsideração trabalhista imensurável.

Aparentemente, cada um passo que dou pra uma melhora, se tornam dois pro subterrâneo. E mesmo, em ode, tenho tentado incessantemente ser firme para os meus amigos e familiares, presente pros meus afilhados, bater cartão com meus sorrisos em dia, me cuidar, me amar, e não me render. Vencer meu orgulho, manter o mínimo de convivência com pessoas indiferentes, ser corajosa, ser paciente, ser suficientemente boa. E por mais que eu escute muito feedback positivo, não tenho colhido o que estou plantando – acredito.

Me considero uma pessoa de uma fé irrevogável, e dela vem toda minha força imbatível, e mesmo assim, dia após dia, venho baixando a guarda porque são 1460 dias ininterruptos de problemas em todas as áreas da minha vida.

Não tenho paz pra ler um livro, ouvir uma música, fazer uma viagem, falar o que gostaria, comer o que tô afim, ir tomar um sorvete na rua, receber uma visita, ter uma simples conversa com um amigo sem ele se apaixonar perdidamente por mim, poder ter uma rede social em paz sem receios de que alguém* vá hackeá-la, ou simplesmente poder postar minhas conquistas... Ser mãe dos meus pais e irmã, responsável pela construção completa do meu futuro baseada e como os outros desejam, lidar com minhas frustrações internamente porque não há possibilidade de só jogar tudo pro alto. Ser julgada por problemas de saúde dos quais não tenho controle. A cobrança é infinita! Não posso errar!

Tenho me afogado no meu próprio trabalho. Me escondido das minhas dores. Ficando cada vez menos comunicativa. Esquivando de encontros e saídas. E a lista se estende...

E no fim das contas, talvez minha força não seja tão imbatível assim.

Seja como for, continuo forte aqui, Vó... mas, adoraria que breve, contigo!

Rajkumari
Enviado por Rajkumari em 08/04/2022
Reeditado em 08/04/2022
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