Dias de glória, dias ruins
A porta não irá se abrir.
O sonho não virá.
Resta a vida inútil,
A ordem seca e madrasta
dos minutos.
Isso é o que tenho
Em minhas mãos agora.
Não chegará mais ninguém,
E a porta aberta
Será da mesma forma
Que a porta fechada,
Como sempre foi.
É o silêncio que canta
Pelos corredores desertos
Em oração.
Creio que deva existir um Deus
Para todas essas coisas.
Ou não.
As crianças antigas
E os meus mortos
Já se fecharam
Pela escada destruída,
Da velha casa.
As fechaduras ressecadas
Não duelam mais
Com a imaginação falida
Do poeta que se vai
Aos poucos de mim.
Repúdio,
Nem os dias de glória,
São dias de glória.
Nem os dias ruins,
são dias ruins.