Biografia do Ambientalista LENINE BARROS CRUZ
Lenine Barros Cruz é um dos mais antigos e experientes Fiscais Ambientais do IBAMA. Iniciou sua carreira como servidor do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), atuando no Parque Nacional do Araguaia, na Ilha do Bananal – considerada a maior ilha fluvial do mundo e um santuário ecológico que é território de várias etnias indígenas. Em 1992, tornou-se pioneiro em Palmas, onde ajudou na estruturação do órgão na capital do Tocantins. Em quase 4 décadas de atuação na área ambiental contribuiu significativamente em inúmeras ações de combate aos crimes ambientais e em projetos de proteção da natureza. Ocupou diversos cargos, com destaque por ter liderado a Divisão Técnica (DITEC) por mais de 14 anos, sendo reconhecido como o mais longevo e atuante nessa função em todo Brasil!
Tem uma bonita biografia que vale a pena conhecer em detalhes.
ORIGEM:
A história familiar de Lenine Barros Cruz tem relação com o processo de desbravamento e colonização do Norte Goiano (atual Estado do Tocantins) na metade do Século XX.
Até os anos 1940, nessa parte do interior do Brasil as cidades que tinham maior importância econômica e política estavam às margens ou próximas ao rio Tocantins, como por exemplo: Paranã, Peixe, Porto Nacional, Pedro Afonso e Tocantinópolis (no Norte Goiano) e Carolina e Porto Franco (no sul do Maranhão).
O rio Tocantins servia como eixo de conexão entre as cidades e povoados. Inúmeras embarcações percorriam diariamente as águas turbulentas do rio Tocantins levando pessoas e mercadorias.
No vale do rio Araguaia, na porção oeste do Estado, existiam apenas pequenos povoados e aldeamentos indígenas. Essa região era um verdadeiro vazio demográfico, com grandes áreas desocupadas e inexploradas.
Entretanto, essa realidade mudou com a descoberta de garimpos de cristais e ouro nas proximidades da Ilha do Bananal, despertando interesse de centenas de pessoas que migraram em busca dessas riquezas.
Esses garimpeiros e retirantes fundaram acampamentos e povoados que rapidamente transformaram-se em vilas e, mais tarde, viraram cidades, como é o caso de Cristalândia – que recebeu esse nome em razão da grande quantidade de pedras preciosas encontradas em suas terras. Dueré, Pium, Lagoa da Confusão, Dois Irmãos, Arapoema e Pequizeiro são outros municípios do Tocantins que tiveram origem por garimpeiros.
Cristalândia em poucos anos tornou-se polo regional, com comércio e instituições públicas que atendiam vasta área do Norte Goiano. Inclusive, em 26 de março de 1956 o Papa Pio XII criou a Prelazia de Cristalândia, desmembrada da Diocese de Porto Nacional.
Além da extração de cristais, a criação de gado-curraleiro, agricultura rudimentar, caça e pesca movimentavam a economia local. Nesse período, dezenas de retireiros se estabeleceram na Ilha do Bananal, onde criavam numerosos rebanhos em suas pastagens naturais.
Foi nesse contexto socioeconômico de migração e colonização das terras do Estado de Goiás que a família de Lenine Barros Cruz se formou na década de 1950.
Suas raízes estão em duas Regiões diferentes do Brasil. O lado materno é de origem nordestina e o lado paterno é sudestino.
Seu pai, Vicente Vieira Cruz (in memoriam), nasceu no pequeno município de Quartel Geral, na região do centro-oeste mineiro, distante cerca de 235 km de Belo Horizonte. Ele era militar e veio sozinho para trabalhar em Cristalândia.
Sua mãe, Maria Doracy Barros da Cruz (in memoriam), era natural de Guadalupe, no sertão do Piauí, na divisa com o Maranhão. Ela veio com seus pais, Sr. Augusto Luiz de Barros e Maria Pereira de Sá e Barros (conhecida carinhosamente como “Dona Lili”), percorrendo cerca de 1.070 km de distância para recomeçar a vida em Cristalândia.
O avô de Lenine era Promotor de Justiça e a avó materna dona de casa. Sua mãe era filha única e teve uma vida confortável. Formou-se no curso ginasial e tornou-se professora do primário, profissão que era bastante respeitada à época.
Em 1959, o policial militar Vicente Vieira Cruz (com 20 anos) se casa com a professora Maria Doracy Barros da Cruz (com 17 anos), na Igreja Matriz de Cristalândia. Dessa união tiveram 3 filhos: Lenine Barros Cruz (23/07/1960), Vicente Cruz Filho (20/05/1962) e Domingos Cândido Neto (12/05/1966).
INFÂNCIA E JUVENTUDE:
A residência da família Barros Cruz situava-se à Rua 22 de Maio, no Centro, perto da Prefeitura e do Ministério Público e próxima de escolas e estabelecimentos comerciais.
Lenine foi alfabetizado e estudou as séries iniciais no Grupo Escolar Tiradentes.
Cristalândia era uma cidade pacata, segura e todos os moradores se conheciam. Os Barros Cruz tinham hábitos e costumes parecidos com as demais famílias locais.
Veja o que ele fala sobre a primeira fase de sua vida:
“Minha infância e adolescência foi no interior, onde eu e meus irmãos vivíamos com liberdade total. Foi uma infância boa e normal. Dividíamos o tempo entre estudo e diversão. Jogávamos futebol, íamos no rio para pescarias, com muitas brincadeiras de uma época que não tinha Internet.”
Nas férias escolares ou em feriados, o garoto acompanhava seus pais em viagens para Brasília e, às vezes, para Porto Nacional e Goiânia.
Ele e seus irmãos tiveram formação tradicional católica, desde a consagração, crisma até a primeira comunhão.
Uma programação que movimentava toda a comunidade cristalandense era a festa da padroeira da cidade: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Eram 10 dias de festejo com diversificada programação, missas, batizados, procissões, quermesse. Muitos moradores vinham das localidades próximas para participar e celebrar. Em volta da praça eram montadas barracas que comercializavam comidas típicas e itens diversos.
Em 1968, Lenine e seus familiares tiveram que superar a perda de seu avô Augusto Barros. Dois anos depois, em 1970, mais uma grande dor para a família Barros Cruz. Dessa vez, foi o seu pai Vicente quem faleceu, deixando uma enorme pesar em todos parentes e amigos.
Ficou órfão de pai aos 10 anos. Com a perda do avô e, pouco tempo depois, do pai, restou a sua mãe e sua avó Maria Pereira “Dona Lili” cuidar de Lenine e seus irmãos pequenos, que tinham apenas 6 e 4 anos. Elas tiveram que ser muitos fortes para conseguir superar aquele sofrimento e seguir em frente.
Em 1973, ele deu sequência no curso ginasial no Colégio Estadual de Cristalândia, situado na Rua 18 A, Centro.
MUDANÇA PARA BRASÍLIA:
Aos 16 anos, Lenine saiu de sua terra natal para ir estudar no Colégio Agrícola de Brasília, localizado no Km 18, na BR 020 (Rodovia Brasília-Fortaleza), zona rural de Planaltina, Distrito Federal. Em 2008, o Colégio mudou seu nome para Instituto Federal de Brasília.
Tem muitas lembranças dessa fase de sua vida, de professores, amigos e estórias que ficaram marcadas em sua memória. Foram três anos intensos – de 1977 a 1979, o que considera o seu principal período de aprendizagem.
“O Colégio funcionava no regime de internato, mas apenas para os rapazes. Eram 12 alunos por quarto, distribuídos em 6 beliches. As moças retornavam diariamente para suas casas de ônibus da própria escola.”
A rotina era puxada. Acordavam bem cedo, por volta das 6 da manhã. Se arrumavam, tomavam café e já iam para a aula. Na hora do almoço a comida era servida no bandejão. Praticamente 100% da alimentação era produzida no próprio Colégio.
“Um turno era prático e o outro teórico. Tínhamos aula de horticultura, rizicultura, bovinocultura, avicultura, suinocultura, cunicultura etc. Os professores eram excelentes. A disciplina era dura. O nível do ensino era muito bom. Também havia atividades esportivas e de lazer, com momentos para futebol, basquetebol, voleibol etc.”
“Nos finais de semana alguns alunos ficavam de plantão e os outros de folga. Aqueles que estivessem livres de suas obrigações podiam ir pra algum lugar descansar, casas de parentes ou amigos. Nas férias, os estudantes iam para casa dos pais.”
Nessa época, sua mãe e irmãos se mudaram para a cidade de Alexânia, em Goiás, distante apenas 90 km de Brasília. Lá, dona Maria Doracy lecionou durante vários anos na Escola Estadual 31 de Março, situado na Rua João Botelho de Andrade, Centro. Também foi Secretária de Educação. Sempre que podia, o rapaz visitava seus familiares em Alexânia.
Ao final de 1979 aconteceu a formatura do curso Técnico Agrícola.
No começo de 1980, ele mudou-se para o Plano Piloto de Brasília, passando a residir na Quadra 706, na Asa Norte.
“Trabalhei durante dois anos, de 80 a 81, no Banco Itaú, que ficava na Quadra 707 Norte, na Avenida W3 Norte. Fui indicado por um amigo. Iniciei como Office Boy, mas rapidamente passei pela compensação e cheguei à função de Caixa.”
“Em 1982, tive outra experiência profissional. Fui dar aulas da disciplina ‘Práticas Agrícolas’ no Colégio Estadual na cidade de Santo Antônio do Descoberto, Estado de Goiás, a cerca de 50 km de Brasília.”
CARREIRA AMBIENTAL:
Na década de 1980, a demografia e a economia mudaram intensamente no Norte Goiano. Com a pavimentação da Rodovia Federal 153 – Belém-Brasília, o rio Tocantins perdeu sua importância como eixo de desenvolvimento. As maiores cidades passaram a ser aquelas localizadas às margens da BR 153, como: Gurupi, Paraíso, Guaraí, Colinas e Araguaína.
Nas áreas de várzea do entorno da Ilha do Bananal foram instalados grandes projetos destinados à plantação de grãos, primeiramente o arroz irrigado e, posteriormente, a soja e o milho. Os municípios de Sandolândia, Formoso Araguaia, Dueré, Lagoa da Confusão, Pium, Cristalândia e Marianópolis consolidaram como campeões na produção agrícola e bovinocultura.
Esse desenvolvimento ao redor da Ilha do Bananal também gerou a necessidade de maior presença por parte do governo federal, para impedir que suas riquezas naturais fossem degradadas.
No início do ano de 1983, Lenine ficou sabendo através do Diretor do Parque Nacional do Araguaia, Dr. Cynobilino Aguiar, que haveria um concurso para contratação de 10 servidores para atuarem na fiscalização.
Ele resolveu fazer o concurso. Foi aprovado com apenas 22 anos de idade. Uma grande conquista que muito alegrou familiares e amigos. Em 1º de julho de 1983, Lenine ingressou no serviço público federal como Agente de Defesa Florestal do IBDF, dando início a uma longa e virtuosa carreira.
Extrai um trecho do livro “Territorialidades na América Latina”, onde o Chefe do Parque Nacional do Araguaia descreve o trabalho na Ilha do Bananal:
“Cynobilino Aguiar, chefe do PARNA entre os anos de 1981 e 1983: a cada três meses eu vinha e ficava na Ilha, passava um período de 15 dias, no período de estiagem eu conseguia passar mais tempo... até três meses corrido fazendo acompanhamento de perto junto às comunidades, que moravam lá, principalmente os criadores de gado e os retireiros. Na época, o PARNA estava sob os cuidados do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), atual IBAMA.” (folha 76, ALMEIDA 2009).
Atente-se ao que Lenine relata sobre esse tempo na Ilha do Bananal:
“Ficávamos na sede do Parque, na ponta norte da Ilha do Bananal, próximo à cidade de Santa Terezinha - MT. A estrutura da sede era muito boa. Eram duas casas com escritório, alojamentos, cozinha, depósito etc. Tínhamos Toyotas, voadeiras e uma casa flutuante que dava apoio nas ações no rio Javaés e rio Araguaia. No lado do Mato Grosso, entorno da cidade de Santa Terezinha, a pecuária já era forte e o comércio também. Sempre íamos até lá para fazer compras e a manutenção dos veículos e voadeiras.”
Além das boas condições de trabalho, ele explica a verdadeira paixão por seu trabalho na defesa da natureza:
“Foi uma experiência excelente! A Ilha do Bananal era um paraíso ecológico. Descobri que trabalhar em defesa de um meio ambiente ecologicamente equilibrado era o que queria fazer para o resto da vida. A nossa equipe de trabalho era excelente. Logo nos tornamos em uma verdadeira família.”
Em 1985, o IBDF iniciou as ações do Projeto Quelônios da Amazônia (PQA) no rio Javaés, com objetivo de proteger as populações de tartarugas e tracajás, através do monitoramento de diversas praias. Lenine e os demais agentes puderam colaborar com o desenvolvimento desse relevante projeto.
A sede do Parque ficava perto da aldeia Macaúba dos índios Karajá-Javaé, onde Lenine aprendeu a língua indígena e desenvolveu importantes serviços, unindo os saberes das comunidades com os princípios e técnicas do Instituto.
Têm ótimas lembranças desse período, das estórias engraçadas, desafios e aventuras que viveu ao lado de grandes amigos e diversos companheiros de fiscalização, tais como: Antônio Bonilha, Tocantins, Juraci, Trindade, Itamar, Jair, Barbosa, Miguel, João Borges, Valderico, Ananias, Sebastião, Valter, Divino, Luiz e Jurivaldo.
CRIAÇÃO DO TOCANTINS E DO IBAMA:
Com a promulgação da Constituição Federal em 05 de outubro de 1988, foi criado o estado do Tocantins, a ser implantado a partir de 1º janeiro de 1989. A cidade de Miracema tornou-se a capital provisória até que as obras em Palmas dessem as condições mínimas para instalação dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O primeiro governador eleito foi José Wilson Siqueira Campos.
Em 22 de fevereiro de 1989, foi criado o IBAMA, através da Lei Federal nº 7.735, por meio da fusão de quatro entidades brasileiras que trabalhavam na área ambiental: Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), Superintendência da Borracha (SUDHEVEA), Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE), e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).
1989 foi um ano marcante para o cidadão e profissional Lenine Barros Cruz! Além de ver a instalação do Estado do Tocantins em 1ª de janeiro, ele também presenciou o nascimento do IBAMA, o que aconteceu em 22 de fevereiro.
Quantos pessoas você conhece que teve a oportunidade de presenciar a criação de um novo ente da federação e, logo em seguida, ver nascer um novo órgão federal? Lenine não só viu tudo isso acontecendo, pois foi privilegiado em colaborar decisivamente com a estruturação do Tocantins e do IBAMA!
Em julho de 1990, Lenine e diversos outros servidores chegaram em Miracema para dar sequência na estruturação do novo Instituto.
O recomeço em Miracema deixou muitas lembranças marcantes, conforme relato abaixo:
“Outra experiência maravilhosa, outra visão de preservação e conservação. Nos unimos para recomeçar. Tivemos que ampliar a nossa visão sobre os novos desafios. E mais uma vez tive a sorte de formarmos outra família. Excelentes profissionais, verdadeiro espírito de coletividade.”
PIONEIRO EM PALMAS:
No começo de Palmas, os órgãos públicos e estabelecimentos comerciais foram edificados temporariamente com madeira extraída na própria região, até que as construções definitivas fossem concluídas.
Em 1992, a primeira servidora do Ibama em Palmas foi a geógrafa Antônia Lúcia Mendes do Carmo. Nessa época, o órgão funcionava numa sede provisória de madeira, situada na Quadra 102 Norte.
Nesse ano, Lenine e os demais servidores vieram de Miracema para Palmas.
“Foi uma aventura. Nós não tínhamos nenhuma estrutura de trabalho. Tivemos que começar tudo do zero. A maioria dos colegas dormiam no local de trabalho. À noite as mesas eram substituídas por colchões. Mais uma vez o espírito coletivo ajudou a vencer os desafios. Todos se ajudavam. Foi um verdadeiro sentido da palavra ‘união’. Período ótimo.”
Em 1993, aconteceu a inauguração da sede própria do IBAMA. O primeiro Superintendente Estadual foi Albérico Soares, que já tinha bastante experiência em atividades de fiscalização.
Palmas era bastante carente, de praticamente tudo. A cidade era um verdadeiro canteiro de obras, com máquinas trabalhando na abertura de ruas e avenidas. A poeira, o calor e a falta de infraestrutura eram enormes desafios cotidianos. As construções eram de madeira e redemoinhos de poeira se formavam por todo lado. Até parecia cenas de filmes de faroeste.
A população crescia rapidamente com caravanas diárias de migrantes chegando em busca de emprego e oportunidades. Não havia indústrias, nem fábricas; as lojas e demais estabelecimentos comerciais não tinham estoque suficiente para atender a demanda em constante crescimento. Os itens básicos vinham de outros estados e chegavam em geral com preços elevados. Aqueles foram tempos difíceis que os pioneiros tiveram que enfrentar com persistência e muita fé em Deus.
Lenine e seus amigos viram a expansão de Palmas, bem como o surgimento de políticas públicas e ações para conservação da natureza. No momento da criação do Tocantins, o Parque Nacional do Araguaia era a única Unidade de Conservação (UC). Logo várias outras UCs foram criadas, como por exemplo: Reserva Extrativista do Extremo Norte do Tocantins, Parques Estaduais do Cantão, do Jalapão e do Lajeado, Monumento Natural das Árvores Fossilizadas, Reserva Particular do Patrimônio Natural do Canguçu etc.
O Instituto Natureza do Tocantins (NATURATINS) foi gradativamente se fortalecendo ao longo dos anos. Em 1999, a primeira turma de soldados da Companhia Independente de Polícia Militar Ambiental (CIPAMA) passou reforçar as atividades de combate aos crimes ambientais.
A história de Lenine se completa com a própria evolução da política ambiental do Estado do Tocantins. Ele acompanhou e foi protagonista em inumeráveis momentos relevantes desse rico e complexo enredo.
UM GRANDE NOME NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE DO TOCANTINS!
No final dos anos 90, Lenine já era considerado uma das maiores referências na área ambiental do Tocantins. Assim, foi designado para chefiar a fiscalização estadual, onde permaneceu por duas vezes, retornando após as atividades operacionais.
Lenine e sua equipe já percorreram todos os 139 municípios do Estado do Tocantins, realizando ações das mais diversas.
Ele representa um grande grupo de valentes que não medem esforços para proteger a natureza brasileira. Faça chuva ou faça sol, os Fiscais Ambientais estão na ativa, percorrendo estradas de terra, navegando pelos rios e lagos, andando por trilhas estreitas na mata, às vezes correndo riscos e enfrentado perigos ... tudo fazendo para honrar a missão da instituição. Desmatamentos, tráfico de animais silvestres, caça e pesca ilegal, queimadas, garimpos clandestinos, poluição industrial são muitas as situações que buscam combater.
No primeiro semestre de 2007, a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva promoveu uma reorganização do IBAMA, mudando sua cúpula em Brasília e vários Estados. No Tocantins os servidores indicaram o nome de Lenine para retornar ao cargo de Chefia, considerando sua bagagem profissional e seu bom histórico de liderança/coleguismo.
No dia 22 de junho de 2007 foi publicada no Diário Oficial da União a Portaria assinada pelo Presidente do IBAMA Bazileu Alves Margarido Neto nomeando Lenine Barros Cruz para exercer o cargo em comissão de Chefe da Divisão Técnica (DITEC), código DAS-101.2, da Superintendência do IBAMA, no Estado do Tocantins.
O IBAMA, como diversas outras instituições, ao longo desses anos, passou por altos e baixos, vivenciando cortes financeiros e constantes mudanças políticas.
A lista de Presidentes do IBAMA na Wikipédia, de 2007 até o presente, conta com 09 profissionais. É praticamente 01 Presidente a cada ano e meio, o que reflete em grande medida as pressões diárias que sofrem os servidores da área ambiental no exercício de seu dever. O IBAMA no Tocantins é privilegiado por sua estabilidade na fiscalização, o que se deve às boas características e qualidades daqueles que desempenham tal função.
Lenine é o líder de uma valorosa equipe de Fiscais Ambientais (Assis, Valderico, Josemar, Pedro, Gilvan, Zaidam, Souza, Joel, Edivaldos, Jacimar, Hilka, Gudmar, Cardoso, Wallace, João Borges, Celso, Sanches, Messias etc.) que influenciam positivamente dezenas de profissionais dos órgãos estaduais (NATURATINS, CIPAMA, Corpo de Bombeiros, RURALTINS etc.), além de Universidades, Prefeituras, Guarda Ambiental Metropolitana, FUNAI, INCRA, ICMBio, Ministério Público Federal e ONGs Ecológicas.
Enquanto muitos querem assumir um cargo importante por causa do “status” ou para ter um monte de gente ao seu redor bajulando, Lenine tem uma postura diferente. Ele é do tipo de chefe presente que acompanha o dia a dia daqueles que o cercam. Não é de fazer discursos, pois sua liderança é feita com atitudes e exemplos. Não se limita ao trabalho de gabinete, mantendo-se ativo na prática em campo. Ele e seus companheiros de fiscalização conhecem todos os cantos do Tocantins como a palma de suas mãos.
Ele tem um jeito calmo, humilde, sabe respeitar as pessoas, o que ajuda a manter o equilíbrio e estabilidade na busca dos resultados. Nos momentos em que o IBAMA está passando por crises, Lenine desempenha papel fundamental, mantendo sua equipe coesa e focada no cumprimento da missão institucional de defender as riquezas naturais de nossa nação.
Essas são algumas razões que tornam Lenine e sua equipe respeitados e queridos pelos demais servidores do IBAMA, não só aqui no Tocantins, como também em vários Estados aonde chegam notícias dos bons resultados que alcançam.
Além de ser um dos funcionários mais antigos atuando na fiscalização, Lenine completou em julho/2021 a marca de 14 anos à frente de uma das mais competentes e eficientes equipes de Fiscais do IBAMA.
Após quase 40 anos de trabalho como fiscal do governo federal, Lenine está se preparando para aposentadoria.
Hoje, ele detém a marca do chefe de fiscalização há mais tempo nesse importante cargo (14 anos!), o que demonstra seu enorme prestígio diante de seus companheiros de trabalho no Tocantins e também serve para reforçar a imagem que o IBAMA possui perante a sociedade brasileira!
HOMENAGENS:
Ao longo de sua carreira, Lenine Barros Cruz já recebeu algumas homenagens e premiações.
No dia 21 de fevereiro de 2009 (segunda-feira), a Câmara de Palmas realizou sessão especial em comemoração aos 20 anos do IBAMA.
O evento contou com a presença da Diretora de qualidade ambiental do IBAMA, Sandra Klosoviski, que veio de Brasília prestigiar a cerimônia, quando Lenine Barros Cruz recebeu a Medalha de Honra do Legislativo Municipal em reconhecimento aos relevantes serviços prestados.
Em fevereiro de 2019, a Deputada Cláudia Lelis conduziu uma homenagem especial na Assembleia Legislativa em alusão aos 30 anos do IBAMA no Tocantins. Na oportunidade, o Superintende do Ibama, Lucas Santos Costa, e o chefe da DITEC, Lenine Barros Cruz, foram homenageados em nome de todos os servidores e colaboradores do Instituto.
Palmas não foi somente o local de suas inúmeras realizações profissionais. Foi também na capital tocantinense que ele constituiu sua família, tornando-se pai de três filhos: Hernández, Hiago e Hiury.
DEPOIMENTOS:
Eu reuni diversos comentários e mensagens de amigos e companheiros que acompanharam sua bela trajetória.
Não faltam elogios entre aqueles que tiveram o privilégio de atuar ao lado do fiscal e líder Lenine Barros Cruz, o qual descrevem como um “profissional diferenciado e muito capaz”.
“Falar do Lenine é bem simples, pois nesses 38 anos de trabalho no serviço público federal, dos quais 23 anos estou junto com ele. Lenine é a cara da retidão no serviço público, é a cara da dedicação, do fazer certo, da responsabilidade, da eficiência e muito mais. O Lenine é reto, eficiente, correto, inteligente, atencioso, dinâmico, um grande companheiro. Durante todo esse tempo ele foi assim. Como chefe nesses 15 anos, deixou uma marca excelente! Acho que nunca mais vou encontrar um chefe como ele. O Lenine é um chefe compreensivo, que lidera de maneira diferente. Lenine nunca deu ordens. Ele nunca impõe, ele só sugeria o que devíamos fazer. E a forma dele sugerir é tão forte que a gente se envolve, aceita as sugestões de forma tranquila, passiva, e nos envolvemos. A gente dava o máximo para cumprir aquilo que ele estava sugerindo. Envolvíamos da melhor forma para cumprir aquela missão. Ele soube trabalhar em equipe. Soube respeitar os limites de cada um. Soube ser líder. O Lenine é tudo isso!” Biólogo Edivaldo Barbosa, Analista Ambiental do IBAMA
“Falar do Lenine é falar de uma pessoa humilde, respeitosa e dedicada, que dominava os temas referentes ao setor que comandava e tinha respeito de todos que trabalhavam com ele, pela leveza e dedicação. Seja feliz no novo tempo e nova vida que é a aposentadoria.” Geógrafa Antônia Lúcia Mendes do Carmo, servidora aposentada do IBAMA
“O Lenine é um ser humano muito especial, simples, uma pessoa de Deus. Ele foi mais do que um chefe, foi um verdadeiro amigo. Ele sempre acreditou nas pessoas e deixava trabalhar em paz. Queria que o resultado acontecesse e ajudava para que isso ocorresse. Nunca perseguiu ninguém. Pelo contrário, respeitava a todos. Ele nos apoiava, ajudava, conversava, colaborava de uma forma ou outra para que o trabalho fosse o melhor possível... enfim, ele foi tudo de bom! Se todos os chefes fossem como o Lenine, não haveria nenhum problema no serviço público. Ele é um amigo, pessoa maravilhosa, carinhosa, leal, companheiro, sincero. Ele deixou saudades. Abraço saudoso para o Lenine Barros da Cruz!” Margarida Rosa Gomes Ferreira, servidora aposentada do IBAMA
"O Lenine é uma pessoa admirável! Ele conseguia administrar de forma imparcial as situações diversas por quais passávamos! Foi um Chefe muito presente, competente, comprometido com a missão Institucional do IBAMA e grande amigo! Obrigada Lenine, agora pode curtir sua aposentadoria com muita dignidade e a certeza do dever cumprido, PARABÉNS nobre amigo!" Hilka Monteiro Rocha, Agente Ambiental Federal do IBAMA
“Vá meu amigo e compadre, aproveita muito bem essa aposentadoria da qual vai usufruir. Que Deus te dê muita felicidade! Que um dia você possa falar para seus filhos e netos, que você contribuiu para o planeta, na fiscalização do meio ambiente, e conseguiu fazer muitas amizade com pessoas fora da instituição e seus colegas de trabalhos.” Pedro Fernandes, Agente Ambiental Federal do IBAMA
"Lenine, Depois de muitos anos de trabalho, aposentadoria é algo merecido. Afinal, é a recompensa por tanta dedicação e esforço... Quero dizer que conviver com você sempre foi muito fácil, sempre pronto para ajudar e orientar a todos, uma pessoa educada, simples e acima de tudo um excelente profissional. Foi um prazer trabalhar contigo. Obrigada por fazer parte da minha história amigo. Você vai fazer muita falta. Desejo muita sorte e sucesso sempre. Um abraço." Nailna Santos, especialista em RH e colaboradora do IBAMA
“Lenine é um servidor público exemplar. Foi o servidor do Ibama que mais tempo ficou investido em cargo/função, desde 22/06/2007, 14 anos. Isto por si já diz que era uma pessoa que além de responsável pelo seu trabalho, e olha que chefia de fiscalização de órgão ambiental não é fácil, tinha um relacionamento muito bom com os seus subordinados. Deve-se lembrar que Lenine não era só chefe da fiscalização, mas de todas as áreas finalísticas da Superintendência do Ibama no Estado do Tocantins, uma enormidade de diferentes funções...” Administrador Waner Gonçalves Lima, chefe da DIAFI/IBAMA
“O Lenine tem uma história bonita. Eu tenho uma admiração e um respeito muito grande por ele. Lembro como se fosse hoje de quando eu cheguei em Miracema, que era a capital provisória, e lá abri uma ‘Casa de Carne’. O Lenine era cliente fiel. Depois vim para Palmas e ele e muitos amigos do IBAMA continuaram meus clientes fiéis. Todo esse tempo passou e ainda hoje o Lenine está prestando um trabalho à altura. Está prestes a se aposentar. Que Deus abençoe essa nova etapa. Abraços amigo Lenine.” Ex-vereador e pioneiro de Palmas Etinho Nordeste
“Eu tive a oportunidade de conhecer o amigo e companheiro Lenine mais ou menos no ano de 1995/96, quando eu e meu cunhado Francisco tocávamos um barzinho na Quadra 403 Sul (antiga Arso 41), que fica em frente ao Hospital Oswaldo Cruz. Antigamente, a Rodoviária de Palmas ficava lá perto e por isso o nosso bar era bem movimentado. Inclusive, vários funcionários do Ibama que moravam na Quadra eram nossos clientes. Assim, fizemos amizade com Lenine, Josemar, Caubi (in memoriam), Gilvan, Dr. Gilson Camarço, Joel, Assis e tantos outros. Eles sempre iam lá no final da tarde e aos finais de semana para tomar uma cervejinha e conversar. Nós temos amizade e um com relacionamento desde essa época. Em 1997, eu ingressei no Naturatins, onde passei a atuar na fiscalização ambiental. O Lenine sempre foi um líder dos fiscais do Ibama e um grande parceiro nosso. Eu fiz carreira no Naturatins, ocupando diversos cargos, como: Coordenador Estadual de Fiscalização, Gerente de Fiscalização de Palmas e Superintendente de Gestão Ambiental. Mantivemos uma parceria muito boa com o Ibama. O Lenine sempre prestativo e atencioso. Às vezes, quando estávamos com alguma dificuldade de montar um grupo para atender uma determinada demanda, e com apoio do Ibama, o Lenine sempre nos atendia com a maior presteza. Da mesma forma, quando o Ibama precisava de reforço, nós atendíamos. Fizemos inúmeras operações conjuntas com ótimos resultados. Lembro de uma força tarefa que fizemos na região de Lagoa da Confusão, para tratar de conflitos com relação ao licenciamento de empreendimentos agrícolas, e a atuação do Lenine foi decisiva para resolver a questão. Era uma equipe grande, com veículos por terra e aeronave. O Lenine ajudou bastante na harmonia entre as instituições e os fazendeiros, na elaboração do acordo e dos termos de compromisso entre o Ministério Público e demais envolvidos. Até aquele momento, as instituições não tinham muita sintonia, mas o Lenine contribuiu bastante para haver diálogo e parceria, o que foi muito bom. Outra grande operação que me recordo, foi quando atuamos na divisa do Tocantins com a Bahia, Piauí e Maranhão, na região das Serras Gerais. Identificamos vários crimes ambientais e, mais uma vez, o Lenine e o Ibama estava lá para ajudar os órgãos estaduais na resolução daqueles problemas. Essa nossa amizade e parceria é antiga. Além dessas, tenho várias outras lembranças boas. Sempre ouvi muitos elogios do Lenine. Um servidor eficiente, que se relaciona bem com todo mundo, muito educado, atencioso, trabalhador, que atende o público com dedicação, sabe orientar e buscar a harmonia para resolução de qualquer situação. Ele é realmente uma pessoa que tenho grande admiração e respeito. Diante disso tudo, só tenho a desejar ao nosso amigo Lenine que tenha excelente final de tempo de serviço, que estando aposentado alcance muito sucesso, paz, sossego e alegrias nessa nova etapa de sua vida.” Natal César Alves de Castro, Fiscal Ambiental do Naturatins
Lenine chega aos 38 anos de profissão com um patrimônio grandioso em termos de credibilidade e admiração.
Sua trajetória profissional é um verdadeiro referencial que honra o serviço público brasileiro. Especialmente nesses tempos onde se questiona a importância e produtividade dos funcionários públicos, o registro da história desse nobre colega mostra que existem inúmeros exemplos positivos de competência e dedicação. Não restam dúvidas que sua bela biografia serve para engrandecer a autoestima e o valor das instituições públicas do Tocantins e de todo Brasil!
Por seu pioneirismo, como precursor na fiscalização ambiental, por seu exemplo como profissional e líder, por suas qualidades como pessoa e cidadão, ele conquistou respeito e centenas de admiradores e amigos. De maneira única, Lenine Barros Cruz construiu um legado forte e permanente, que continuará a ser lembrado e certamente permanecerá inspirando aqueles que arduamente labutam na proteção e conservação do meio ambiente.
Essa é uma pequena homenagem a esse grande cidadão e profissional de nossa querida Palmas!
BIBLIOGRAFIA:
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AMBIENTE BRASIL. 2009. Operação Jalapão embarga mais de oito mil hectares de desmatamento ilegal do cerrado no Tocantins. Disponível em: https://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2009/03/24/44489-operacao-jalapao-embarga-mais-de-oito-mil-hectares-de-desmatamento-ilegal-do-cerrado-no-tocantins.html
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Palmas - TO, Setembro de 2021.
Giovanni Salera Júnior
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187
Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior