Fingimento
Eu te possuo.
Possuo e cuspo em ti,
Todo o amargo
Do amor
que me destes.
Esse de quando me despes;
E fingistes para mim
Por tantas noites e noites.
Eu te possuo em mim
Mas nego até ao fim,
Que seu posso ser.
Eu te vomito,
Ao relembrar
Seus sussurros e gemidos
E o quanto me tornastes
por minhas noites,
Mas vadio,
E pior
Que todas as putas
Que ao meu corpo
E ao meu sexo,
Apenas por cada noite
Puzeram-se;
Feito a ti.
Eu retalho e ...
Escrevo-te;
Destrincho
Cada traço
De todas as máscaras
Que em mim usastes.
Escrevo no final
As linhas das suas
E das minhas faces.
(Edmilson Cunha)