Verdades

Quem vê de perto pode ver muito bem. Espreito de novo e observo o que se mostra num vulgar microscópio. Se puser lá o meu espírito, dou comigo no outro lado da Galáxia. Vejo tudo o que há para ver no mínimo pedaço de quase nada que, assim, cresce até ser tão visível como a Torre Eiffel que surgiu, sem apoio de quem a via crescer, até ser o que é hoje no coração dos que amam Paris: indispensável! Ver, tem, no entanto, algumas normas. Importa saber a escala, a importância, habilitar o cérebro a ir sabendo que há outras coisas e pessoas no mundo. Importa conhecer o geral para poder amar o particular sem receio de enganos. Pôs Deus algumas indicações que dispensam voos maiores, viagens a Marte, visões feéricas da lava que sabemos escorrer em qualquer vulcão que se rebele. A verdade é absoluta mas é sentida como se não fosse. – Eu acredito que chegaram à Lua, mas só quando me mostrarem uma foto com ela entre os astronautas! E o rapaz que perdeu a noite para ver na televisão a alunagem, olhou a Maria como se ela fosse uma melancia com pernas e disse-lhe: - Boa, minha senhora, para si há-de ter sido grande o barulho para algo que, afinal, não passa do tamanho de um queijo açoriano! E riram-se os dois dando a empregada por finda a limpeza do quarto para que o moço pudesse recuperar o sono atrasado.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 28/05/2021
Reeditado em 29/05/2021
Código do texto: T7266173
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