BIOGRAFIA Gabriel Braz Patrono da cadeira n. 10 A. A. L.
Nasceu na cidade de Piracanjuba no sul do estado de Goiás, no dia 30 de outubro de 1927. É filho de Olimpio José Braz e Albina Maria de Jesus, ambos nascidos no estado de Minas Gerais e descendentes de portugueses. Teve 06 irmãs e um irmão, sendo ele o mais novo da família.
Viveu toda sua infância no interior de Goiás. Devido à grande dificuldade que existia naquela época para estudar, mal aprendeu a ler e escrever. Sua atividade principal sempre foi à agricultura e a pecuária. Imagine como seria o centro-oeste do Brasil, há quase um século passado
Casou-se com Donária de Jesus Braz na cidade de Itaporanga, estado de Goiás, no dia 04 de outubro de 1947. Após alguns meses de casados eles se mudaram para Waldelândia distrito de Rubiataba-Go. Os dois construíram uma família de 05 filhos: Silvio de Jesus Braz, Ciro Rodrigues Braz, Helio Rodrigues Braz, Silas Rodrigues Braz e Gracina Rodrigues Braz.
No dia 15 de Janeiro de 1956, ao chegar de uma das longas comitivas que ele sempre fazia no sertão de Goiás, ou na Ilha do Bananal para comprar gado, sofreu a implacável dor da separação com perda do seu quarto filho, Silas Rodrigues Braz, que faleceu com apenas dois anos de idade, por falta de recursos médicos na região.
Conviveu com a sua esposa Donária de Jesus Braz apenas 16 anos. Neste período era evangélica da igreja Assembléia de Deus e chegou a ocupar o cargo de presbítero da mesma. Nesta época já estava residindo em uma pequena propriedade no distrito de Waldelândia, município de Rubiataba Goiás.
Por motivos desconhecidos, afastou-se da igreja e a sua relação conjugal que já não vinha bem começou a se desmoronar. No ano de 1964, Gabriel Braz separou definitivamente de sua esposa.
Neste mesmo ano, Gabriel Braz, após ver o seu casamento em ruínas, dividiu os seus bens com a ex-esposa, vendeu a parte que lhe pertencia e mudou para a cidade de Açailândia no estado do maranhão. Nesta época, fazer uma mudança deste porte parecia uma loucura. Era muito difícil, por que ainda não existia nenhum palmo de asfalto na rodovia Belém Brasília. Todos admiraram a sua bravura e coragem ao tomar esta decisão de mudar para um lugar totalmente desconhecido.
Devido à péssima condição da estrada e o grande volume de chuvas naquele mês que ele se mudou, Gabriel Braz gastou 12 dias para percorrer os 1400 km. Que separa Waldelândia de Açailândia, em um caminhão toco Mercedes 1111.
Ao chegar aqui na querida terra de JOÃO MARIQUINHA, povoado que possuía apenas alguns barracos de taipa cobertos com palhas de palmeiras no ano de 1965, Gabriel Braz construiu uma nova família; Conviveu com Lucy Miranda Costa durante 08 anos. Do fruto deste romance nasceram 03 filhos: Roselena Costa Braz, Lucilene Costa Braz e Franquismar Costa Braz. Sua vida conjugal com Lucy não foi somente um jardim de flores, logo apareceram os espinhos e ela o deixou na rua da saudade com os seus 03 filhos ainda bem pequenos e voltou para Itaporanga – GO. Sua terra natal.
Sozinho com 03 FILHOS AINDA PEQUENOS, Gabriel Braz comeu o pão que o diabo amassou para cuidar destas crianças até que um belo dia apareceu outra senhora, Marinete Souza Santos passeando no polêmico jardim do amor do senhor Gabriel Braz. Os dois se tornaram bons amigos e decidiram viver sob o mesmo teto em quanto fosse dando certo e do fruto deste terceiro amor nasceu apenas a Gracilene Santos Braz.
Entretanto, a novela da vida real do senhor Gabriel Braz não parou por aí; depois de alguns anos morando juntos os dois também se separaram e tudo voltou como estava antes, porém um pouco pior. Desta vez ficou com 04 filhos ainda pequenos para ele cuidar. Foi outra temporada muito difícil na sua vida, até que o destino colocou Dona Luíza no seu tortuoso caminho do amor. Dona Luíza era uma senhora patusca e muito distinta. Cuidou do senhor Gabriel Braz e dos seus 04 filhos aproximadamente 06 anos, até que o implacável destino ceifou-lhe a vida em um terrível acidente na BR. 010 deixando Gabriel Braz mais uma vez sozinho, apenas com os seus quatro filhos. Mesmo diante da falta de sorte no amor e da pouca condição financeira ele muitas vezes comeu arroz mal cozido, mal temperado, que as suas filhas ainda pequenas faziam, mas nunca abandonou nenhum dos seus filhos em hipótese alguma.
A novela da vida real do senhor Gabriel Braz não terminou aí. Em 1987 surgiu na sua vida mais uma pretendente, Maria Ivonete Lopes, com quem conviveram seus últimos anos de vida. Adquiriu com ela uma nova família. Do fruto deste amor nasceram 03 filhos: Gabriela Lopes Braz, Luciana Lopes Braz e Daniel Lopes Braz.
Do ano de 1964 a 1996, Gabriel Braz, juntamente com a sua numerosa prole deram uma grande contribuição para a construção da cidade de Açailândia. No inicio tudo aqui era extremamente difícil. Sua ajuda foi de extrema importância para os primeiros imigrantes que aqui chegaram.
Nesta época não existia luz elétrica, água encanada, indústrias e nem estradas vicinais. Os carros existentes eram raridades, os transportes de água e mercadorias eram feitos quase todos em lombos de burros e jumentos.
Mesmo com poucos recursos financeiros, Gabriel Braz, junto com os seus dois filhos mais velhos; Silvio Braz e Ciro Braz foram bravos desbravadores desta região. Com muito sacrifício conseguiu trazer a primeira usina de pilar arroz para Açailândia. Uma indústria pequena que fez história, por ser lembrada até hoje por muitas mães sofredoras, que além de carregar a lata de água na cabeça, só pilava o seu arroz na mão de pilão.
Gabriel Braz construiu também a primeira sorveteria nesta cidade. Além destas duas pequenas indústrias, forneceu carne bovina, carne suína e vários outros produtos alimentícios para as empreiteiras que desbravaram as tenebrosas matas virgens na abertura da BR 222, que liga Açailândia a santa Inez. Durante o período em que Gabriel Braz e seus dois filhos mais velhos Silvio de Jesus Braz,
e Ciro Braz que também muito contribuiram para o desenvolvimento deste município, fornecemdo alimentos para as empreiteiras, eles foram vítimas de várias malarias que quase os levaram à morte.
Gabriel Braz, mesmo sendo um homem do campo muito simples e humilde, deu também uma grande contribuição para a cultura de Açailândia. Como agricultor e pecuarista, foi um dos primeiros desbravadores das tenebrosas matas virgens deste município.. Foi também o primeiro empresário a industrializar o arroz que era produzido em grande abundância nesta região. Criou e educou com muita honra e dignidade todos os seus 11 filhos. Destes não poderíamos deixar de citar o nome do eis vereador Ciro Rodrigues Braz, que deu uma GRANDE CONTRIBUIÇÃO NA EMANCIPAÇÃO DESTE MUNIPCÍPIO. Foi com muita honra e dignidade um ótimo vereador na primeira câmara legislativa de Açailândia. Outro dos filhos de Gabriel Braz que desde a emancipação deste município vem prestando um relevante trabalho para o desenvolvimento da Cultura de Açailândia foi o professor Hélio Rodrigues Braz, que ensinou matemática no colégio pioneiro, José Américo de Almeida, quando Açailândia ainda era distrito de Imperatriz. É atualmente membro fundador do Centro de Cultura Engenheiro Bernardo Saião e da Academia Açailandense de Letras, com assento na cadeira de N°10, que hoje é patroneada pelo seu pai, senhor Gabriel Braz. Helio Braz deixou de ser professor, mas não parou de ler e escrever. Hoje é escritor e também se destacou como pecuarista muito bem sucedido na região.
Gabriel Braz apesar de tantos desencontros amorosos FOI UM ÓTIMO PAI. Foi o maior companheiro e o maior amigo de todos os seus filhos. Diante de muito sacrifício, varias vezes fazendo o papel do pai e da mãe, conseguiu criar todos os seus filhos livres das falcatruas do mundo e uni-los de uma forma tão esplêndida, que todos se consideram entre si, irmãos legítimos. Foi um excelente conselheiro. Sempre reconheceu os seus erros. Apesar da grande falta de sorte no amor, gostava de dizer a todos que lhe pedia algum conselho: “Vocês façam sempre o que eu mando não o que eu faço”. Foi muito honesto, cumpridor do seu dever e muito caridoso. Prestou um relevante serviço a comunidade carente, conduzindo no seu velho jipe as pessoas doentes até o posto de saúde mais próximo que ficava na colônia gurupi, onde era atendida pela sua grande amiga Maria enfermeira, no início da colonização deste município. Levou também várias pessoas para a cidade de Imperatriz e muitas vezes para Teresina no Piauí em busca de melhores recursos médicos.
Gabriel Braz amava de coração esta cidade. Dizia sempre que jamais se mudaria daqui para outro lugar. Viveu aqui junto com a maioria dos seus filhos durante 32 anos. De 1964 até 30 de novembro de 1996
Quero lembrar aos queridos leitores que, nesta longa e tortuosa estrada da vida do senhor Gabriel Braz, existiu muitos obstáculos difíceis de serem vencidos. Além das várias malárias que ele foi vítima, em 1980 sofreu uma terrível doença renal que o levou a muitos meses de tortura até que os médicos de Teresina extraíram o seu rim esquerdo.
A pior catástrofe da sua vida aconteceu no ano de1993, quando foi vítima de uma terrível cirrose que não teve solução. Depois de ter lutado incansavelmente durante três anos com muito sofrimento e dor, foi vencido poe esta impiedosa doença. No dia trinta de novembro de 1996, Deus o chamou para sua ultima morada junto com ele no reino celestial, deixando muitas saudades de todos os filhos e dos amigos que o cercavam.
Esta foi um pouco da história da vida do senhor Gabriel Braz que, apesar dos encontros e desencontros amorosos, deixou muita dos filhos, parentes e amigos com quem teve o prazer de conviver durante os seus 69 anos de vida aqui na terra.