“Parto. Pois deixo metade minha de onde fui. A gente vai se dividindo em pedaços e levando novos para compor a vida.”
Essa frase de Mel Fronckowiak me faz pensar em tudo que me atravessou nesses últimos 100 dias. Dum “parto” em presença, nasço. Nasci. Nasci pra muito além de onde me encontro. Em palavras, vomitando-as, me despindo, nasci. E estou mais que feliz!
Amo as palavras, o que elas me provocam, a ideia de transformação a partir delas. Então, com a oportunidade do Edital Emergencial de Cultura da SEMTUR, Prefeitura de Aracruz, com esteio da lei Aldir Blanc, lanço o meu primeiro livro, ANFEMÊR(A).
ANFEMÊR(A) é um livro de temática LGBTQIA+; um livro de poesias, relatos e crônicas. Em Anfêmer(a), trago meus encontros, minhas perspectivas, minhas frustrações, felicidades e aflições dum mundo mulher, mulher lgbtqia+, de minhas relações lgbtqia+. E confesso que não foi fácil, porque se deparar com um amontoado de histórias, passado, se deparar com alguns dos seus monstros, resolvidos ou não, é uma barra! Daquelas que a gente se esquiva, e tenta se resolver.
Anfêmer(a) vem de anfêmero, cotidiano, diário, comum... Depois de escrever alguns textos sobre a ideia de amar, não falando exatamente do amor em si, parei pra pensar no looping que vivo em minhas paixões e tenho percebido no muito que se repete, que minhas relações anfêmer(a)s não são só minhas. Por isso, Anfêmer(a), num feminino contínuo.
Das parcerias incríveis que tive, o Kall, da 1K Design Gráfico, fez um trabalho maravilhoso com a capa e identidade visual do projeto, me mostrando beleza e propriedade a cada criação. A Pragmatha Editora foi impecável! Em cada momento da construção, nas ladainhas sobre primeira e terceira pessoa, a Sandra me fazia mais apaixonada pela obra, mais certa do que eu estava fazendo. Não tenho nada além do que agradecer a equipe que tive, porque me entender não é das coisas mais fáceis.
Todas as pessoas que trabalharam diretamente no projeto são LGBTQIA+, e me orgulho muito por ter personalidades tão incríveis e tão competentes por perto. É mais que valoroso o espaço que tive no Coletivo Lares (Aracruz/ES), o carinho e acolhimento também do Coletivo de Mulheres Dona Astrogilda (Aracruz/ES). De todo o projeto, de tudo que fizemos, tenho uma satisfação imensa de ter trocado e crescido tanto com pessoas tão plurais, e tão fascinantes.
Da autoafirmação, do empoderamento, das fragilidades, do trabalho em conjunto e da representatividade de Anfêmer(a), abordando relações feminis, instigamos a ideia de um mundo livre para se ser o que é, num movimento político de liberdade e pertencimento da comunidade LGBTQIA+. Anfêmer(a) apresenta aos leitores, uma realidade próxima, possível e natural em qualquer conjuntura social. Amar é “só” amar, e ninguém tem que ser hostilizado e/ou morto por isso.
Então, em amor, em amar, Anfêmer(a).
Convido-os a desfrutar a leitura.
(Link para venda: https://pragmatha.com.br/produto/anfemera/)