Biografia de Edmilson Amorim

EDMILSON AMORIM

Edmilson Amorim nasceu numa sexta-feira, dia 24 de fevereiro de 1933, na Fazenda Torada, município de Almino Afonso. Passou toda sua infância e adolescência na fazenda.

Foi naquela simplicidade da vida do campo, que ele cresceu. Apenas uma vez por ano ia com seus pais para as festas do padroeiro, na cidade próxima. Estudou em casa, com uma professora contratada por seus pais, Maria Luzia. A exemplo de seus irmãos, trabalhava na luta pesada da fazenda, como sendo na plantação, limpa, colheita e também na moagem da cana. Um dos trabalhos em que muito se ocupava era na colheita do algodão, juntamente com seus irmãos, Francisco, Inácio e o caseiro Francisco Desidério.

Sempre foi o mais dinâmico e revolucionário de todos os filhos de Francisco Amorim e Amélia Carlos. Nunca gostou de levar desaforo pra casa. Não gostava de mandar recado, ele mesmo ia resolver.

Desde muito cedo, sentiu vocação para o comércio. Antes já mostrara sua grande vivacidade e diligência na batalha da vida. Além de ajudar na luta da fazenda, encontrava um espaço de tempo, mesmo que fosse de madrugada, para ir à vazante do açude plantar algumas carreiras de rama de batata para um projeto posterior. Também ajudava na limpa da lavoura, juntamente com os demais trabalhadores, até que um dia, revoltado e já cansado de "puxar cobra para os pés" quebrou a enxada e jurou que nunca mais limparia de enxada. Juntou, então, suas economias que somadas à ajuda dada por seus pais, iniciou uma pequena mercearia na cidade de Almino Afonso.

Um dia encontrou na feira uma moça muito formosa. Perguntou quem era e disseram-lhe que era Elione. Olhou para ela com todo o seu charme e ela gostou. Dai há pouco tempo estavam namorando.

O tempo passou e o namoro ficou cada vez mais consolidado. Resolveu construir sua casa. Com o progresso do comércio, tirou um dinheiro e comprou um terreno, na esquina vizinho a casa de Fausto Carlos, no centro da cidade.

Na construção de sua casa, preparando-se para casar com Elione, prima bonita, ele mesmo, preparava todos os andaimes e todo o material ainda de madrugada, para adiantar o serviço, na chegada dos pedreiros. Até parece que conhecia o versículo de Provérbios que diz: "O homem diligente enrica e o displicente empobrece".

Casaram no dia 05 de janeiro de 1955. Foi um tempo muito maravilhoso. Comércio em grande expansão, casado com Elione e morando naquela casa bonita de esquina. Fruto de seu amor, nasceram ali, quatro filhos: Edione, Eliane, Edmilson Filho e Liosa Amélia.

Seu trabalho, dinamismo e organização, somados à colaboração dada por suas irmãs Cacilda, Rita, Ivani e Socorro, lhe proporcionaram rápido e vertiginoso progresso. Monopolizou quase toda a região oeste do estado, comercializando tanto os produtos de sua indústria de panificação, que eram fabricados por Daozinho, o melhor padeiro da cidade. com os quais juntamente com as mercadorias trazidas de Campina Grande, abastecia as cidades de Patu, Almino Afonso, Mineiro, Rafael Godeiro e Umarizal. Chegou a ter caminhões transportando mercadorias de Campina Grande, na Paraíba, para abastecer os seus clientes espalhados em todas estas cidades citadas. Através de sua posição de destaque, bravura e perspicácia passou a ser o líder da família. Tudo isso com muito trabalho. Mesmo com sua ascensão profissional, nunca deixou de visitar e trazer presentes para sua mãe. Talvez por isso. ela queria tanto bem a ele. Seus irmãos, às vezes com inveja, diziam: "Mamãe só quer bem a Edmilson", ao que ela respondia: "Quero bem a todos".Mas de fato, ela tinha um jeito diferente de lhe tratar, pois como diz a Palavra de Deus: " Tudo, pois, quanto o homem semear, isto também ceifará."

Organizava as grandes festas sociais, na cidade, com presença de grandes bandas de músicas. Era a personalidade mais vitoriosa e capitalizada do município. Sempre ajudou ao povo de sua terra.

Em 1969 teve a idéia de ingressar na política, depois que seu irmão Francisco adoeceu. Candidatou-se à prefeito. Não teve ajuda de ninguém na campanha, usou o fruto do seu trabalho, para investir na política do município. Ajudou a muita gente. Pagou tratamentos de saúde para muitas pessoas. Confiou nelas. Finalmente chegou o dia da eleição, 15/11/1969. Estava convicto da vitória. Entretanto perdeu a campanha por 34 votos. A ingratidão do povo de sua terra, por quem tanto fizera, obrigou-lhe a deixar sua cidade natal em 1969, mais precisamente no dia 13 de dezembro. Passou a viajar na Rio-Bahia, com seus caminhões, comprando, vendendo e/ou levando fretes, para se refazer da despesa da nefasta campanha política.

Veio para Mossoró, onde morou por algum tempo. Mas o homem do campo não sabe mais morar na cidade grande. Pensou, e agora? Vou em frente, retroagir jamais. Assim, resolveu ir para o interior da Bahia. Comprou uma fazenda próximo a Feira de Santana e voltou a fazer o que aprendera desde tenra idade. Cuidar da luta do gado.

Hoje ele compreende que aquela derrota foi a maior vitória que Deus lhe deu. Porque faz com prazer o que aprendeu a fazer e vive em paz. Colhe os frutos da boa semente plantada e recebe da família, o amor e apreço que sempre lhe dedicou.

Seu irmão Arnaud, que sempre muito o admirou, escreveu esta biografia e finaliza com um soneto, como homenagem no aniversário de 80 anos. No dia 21 de fevereiro de 2018 ele foi chamado por Deus, deixando uma imensa saudade no coração de todos da família. Seu irmão Arnaud lhe presta grande homenagem nos versos deste soneto.

EDMILSON AMORIM!

Tua história é uma grande epopéia

É comparável a uma canção lendária

Com a força da prosa imaginária

Dos grandes feitos do tempo de Pompéia

Quão valente guerreiro de uma saga

Trabalhaste com afinco e bravura

Conquistaste o teu lugar lá na altura

Com a força potente de uma draga

Tens o dom da altivez e liderança

Não conheci ninguém com esta pujança

Perscrutei do início até o fim

Mereces um lindo quadro, uma homenagem

Emoldurado com ouro e na abordagem

Um justo preito a Edmilson Amorim

Arnaud Carlos de Amorim