OS MAMONAS ASSASSINAS... UM SUCESSO ABSOLUTO!!!!

QUEM NÃO AMOU ESSES MÚSICOS SEREM TÃO ECLETICOS E TÃO AUTÊNTICOS???

Carreira Dos MAMONAS ASSASSINAS!!!

Banda Utopia

Início: formação da banda

Em março de 1989, Sérgio Reis de Oliveira (que mais tarde adotaria o nome artístico de Sérgio Reoli), ao trabalhar na empresa de máquinas de escrever Olivetti, conheceu Maurício Hinoto, irmão de Alberto Hinoto (que mais tarde adotaria o nome artístico de Bento Hinoto).

Ao saber que Sérgio era baterista, Maurício decidiu apresentar o irmão, que tocava guitarra.

A partir daí, Sérgio conheceu Alberto e decidiram criar uma banda. Na época, Samuel Reis de Oliveira (que mais tarde adotaria o nome artístico de Samuel Reoli), irmão de Sérgio, não se interessava em música, preferindo desenhar aviões.

Contudo, ao ver Sérgio e Bento ensaiarem em sua casa, Samuel se interessou pela música e passou a tocar baixo elétrico.

Estava formada, assim, a "cozinha" da banda, com baixo, guitarra e bateria. Os três formaram o grupo Utopia, especializado em "covers" de grupos como Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Titãs, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e Rush, entre outras.

Utopia se apresentando em Guarulhos, década de 1990.

O Utopia passou a apresentar-se na periferia da Grande São Paulo. Durante um show realizado em julho de 1990 no Parque Cecap, um conjunto habitacional de Guarulhos, o público solicitou que o trio executasse a canção "Sweet Child o' Mine", da banda americana Guns N' Roses.

Como desconheciam a letra, pediram a um dos espectadores que subisse ao palco para ajudá-los.

Alecsander Alves (que mais tarde adotaria o nome artístico de Dinho) voluntariou-se para cantar.

Mesmo não sabendo a letra, sua performance e embromation provocaram grandes risadas da plateia.

E foi assim que, com sua performance escrachada, garantiu o posto de vocalista da banda.

Em 1990, por intermédio de Sérgio, o tecladista Márcio Araújo (que mais tarde passou a ser conhecido como "O Sexto Mamonas") foi inserido ao grupo.

O último integrante a entrar para o Utopia foi Júlio Cesar Barbosa (que mais tarde adotaria o nome artístico de Júlio Rasec).

Júlio era amigo de Dinho e foi incorporado para auxiliá-lo nas canções cover em inglês, além de atuar como percussionista e realizar consertos de fios e cabos dos equipamentos da banda, quando necessário.

Com esta formação, a banda continuou tocando em locais de pouca expressão de São Paulo e região.

Em uma das suas entrevistas, o baterista Sérgio Reoli revelou que os melhores shows para a banda eram os beneficentes porque não gastavam nem ganhavam dinheiro.

Sérgio, também em entrevista, conta que eles foram fazer um show no interior e chegaram a dormir no próprio palco, já que o dinheiro mal deu para pagar a Kombi e ainda por cima, na volta, Dinho fez uma gracinha para uma menina dirigindo a Kombi e quebrou a caixa de marchas.

Rick Bonadio, gravação do vinil e o fracasso comercial

Em 1992, a banda conheceu Rick Bonadio, e em seu estúdio produziram o vinil Utopia, seu primeiro e único disco independente, composto por 6 canções. Das 1.000 cópias produzidas, apenas 100 foram vendidas. Naquela época, Márcio Araújo cursava engenharia civil na Universidade de Guarulhos, e a rotina de ensaios e viagens tornou-se um obstáculo para seus estudos e projetos profissionais.

Por conta disso, ele passou a faltar nos ensaios de sábado quando havia aulas na faculdade e nas viagens em dias úteis.

Pelo mesmo motivo, não chegou a gravar nenhuma das faixas do disco vinil Utopia, embora apareça na fotografia da capa.

Após Márcio Araújo sair da banda, Júlio Rasec passou a ser o tecladista e back vocal da banda.

Aos poucos, os integrantes começaram a perceber que as palhaçadas e canções de paródia que faziam nos ensaios para se divertirem eram mais bem recebidas pelo público do que "covers" e canções sérias.

Gradualmente, foram apresentando nos shows algumas paródias musicais, com receio da aceitação do público.

O público, porém, aceitava muito bem as canções escrachadas. O Utopia percebeu a chave para o sucesso da banda.

Humilhação no Thomeuzão

O sonho da banda Utopia era cantar no principal ginásio da cidade de Guarulhos, o Ginásio Paschoal Thomeu (conhecido como Thomeuzão), que só recebe artistas famosos. Dinho e Júlio foram pedir para uma pessoa que cuidava dos eventos que ocorriam no ginásio, para fazer uma preliminar para um show de Guilherme Arantes, e ouviram: "Aqui é um ginásio para grandes bandas, não para bandinha".

O vocalista Dinho, ao ser barrado, discutiu feio com a autoridade e disse que um dia eles seriam famosos, que o mundo dá voltas e, com isso, a prefeitura iria pedir para eles tocarem por lá.

Mudança de perfil e gravação da demo tape

Após perceberem que eles deveriam mudar de perfil, adotando uma veia mais cômica, eles gravaram uma fita demo com 2 canções.

Rodrigo Castanho, produtor e técnico de masterização, foi quem acompanhou a gravação, que ocorreu em uma madrugada do mês de outubro de 1994, no antigo estúdio do produtor Rick Bonadio, na zona norte de São Paulo.

Os músicos gravaram as faixas “Mina (Minha Pitchulinha)”, que mais tarde seria conhecida como “Pelados em Santos”, e “Robocop Gay”. Segundo Castanho, boa parte das letras foram criadas naquele momento.

As músicas não estavam totalmente prontas e durante aquela gravação fomos arrumando os arranjos e letras. Dinho fez boa parte das letras durante a gravação das bases. Risadas e mais risadas. Bagunça total, eles eram divertidos, espontâneos e ali naquele momento nasceram as primeiras canções. Tinha cortando meu cabelo quase careca e ele me apelidou de Skinhead e até usou essa palavra na canção ‘Robocop Gay’ só pra me zuar (não perdia a piada nunca).

Rodrigo Castanho, produtor e técnico de masterização, sobre a gravação da demo tape.

Na manhã seguinte, Castanho encontrou-se com o produtor Rick Bonadio, e elogiou as canções, dizendo que havia "dado risada a noite inteira".

Bonadio, então, escutou as faixas e adorou as canções (segundo o próprio, "a coisa mais engraçada que já havia ouvido na vida" ).

Ao ouvir "Mina (Minha Pitchulinha)", Rick imaginou que ela poderia ser a primeira canção de trabalho da banda, mas ela teria que ficar menos brega e ganhar uma sonoridade mais "rock n roll".

Bonadio se reuniu com o grupo e sugeriu que a mudança de perfil, além da composição das canções, deveria ser completa, a começar pelo nome.

Os nomes sugeridos pelos próprios músicos foram: "Um Rapá da Zé", "Tangas Vermelhas", "Coraçõezinhos Apertados" e "Os Cangaceiros de Teu Pai".

E então Samuel sugeriu "Mamonas Assassinas do Espaço", que foi reduzido para "Mamonas Assassinas".

Este nome, de duplo sentido, casou-se perfeitamente com o novo perfil da banda.

Além do nome, como a banda passou a adotar uma via mais cômica, os integrantes trocaram seus nomes e seus figurinos, que passou a ser menos rock'n'roll, e mais caricato.

Em 2010, a Rede Record, numa matéria de Arnaldo Duran para o Jornal da Record, mostrou a primeira apresentação do Utopia em um programa de televisão.

Foi no programa Sábado Show, no quadro "Oficina", aberto a bandas de garagem. Nas imagens, é possível perceber o figurino dos músicos do Utopia.

Bento, por exemplo, aparece com o cabelo curto e de boné. E os outros com cabelos bem compridos.

A partir da mudança de perfil, eles passaram a sempre se apresentar vestidos de Chapolin Colorado, de presidiários, bonés extravagantes e cabelos pintados, e, claro, com uma postura mais brincalhona no palco.

Uma nova gravação da demo foi feita. "Mina (Minha Pitchulinha)" ficou mais pesada e passou a ser chamada "Pelados em Santos". "Robocop Gay" ganhou uma nova mixagem e "Vira-Vira" foi gravada pela primeira vez.

Mamonas Assassinas

Rafael Ramos e o contrato com a EMI

A banda enviou a fita demo com as três canções ("Pelados em Santos", "Robocop Gay" e "Jumento Celestino") para três gravadoras, entre elas Sony Music e EMI.

Rafael Ramos, baterista da banda Baba Cósmica e filho do diretor artístico da EMI, João Augusto Soares, gostou tanto da sonoridade da banda que insistiu na contratação.

Rafael dava dicas para o pai sobre bandas novas que enviavam suas canções para a gravadora.

Num primeiro momento, João Augusto Soares se negou a assinar com a banda. Mas Rafael insistiu, e conseguiu que em 7 de abril de 1995 seu pai assistisse a um show da banda.

Conforme relata o livro Mamonas Assassinas: Blá, Blá, Blá - A Biografia Autorizada, "quando João Augusto de Macedo Soares, 39 anos, vice-presidente da gravadora EMI Odeon, seu filho Rafael, 16, e o produtor independente Arnaldo Saccomani enfim chegaram, a boate Lua Nua estava quase vazia. Eram dez e trinta da noite meio fria de 7 de abril de 1995."

Após assistir ao show, imediatamente João Augusto assinou contrato com eles.

O álbum homônimo e o sucesso comercial

Porém, antes de gravar o disco, surgiu um problema: a EMI queria pelo menos 10 canções para o CD.

A banda mentiu, informando que já tinham 7 canções e que em 1 semana poderiam compor as demais, sendo que na verdade eles só tinham as 3 enviadas a gravadora.

Em uma semana, eles conseguiram compor 12 canções, totalizando 5 a mais do que o mínimo exigido pela gravadora.

Em maio de 1995, a EMI mandou todos os integrantes para Los Angeles, nos Estados Unidos, para gravar o seu único disco.

Eram para ser 15 faixas, só que uma delas acabou não sendo inclusa no CD: a canção "Não Peide Aqui Baby", que é uma paródia da canção "Twist and Shout", dos Beatles, foi censurada devido à grande quantidade de palavrões.

Rick Bonadio (apelidado pela banda de "Creuzebek") ficou responsável por gravar, lançar os músicos e também vender os shows.

Após gravar o disco, que foi lançado no dia 23 de junho de 1995, o disco passou desapercebido nas lojas.

Porém, no dia seguinte, quando a 89 FM A Rádio Rock tocou a canção "Vira-Vira", os Mamonas estouraram de vez.

Foi o disco de estreia que mais vendeu no Brasil e também o que mais vendeu cópias em um único dia: 25 mil cópias nas primeiras 12 horas após a canção ter sido executada.

Apesar de letras politicamente incorretas, por incrível que pareça, os Mamonas fizeram tremendo sucesso entre o público infantil.

Segundo Eduardo Vicente, doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) (em seu artigo Segmentação e consumo: a produção fonográfica brasileira - 1965-1999) "aparentemente, o fenômeno Mamonas demarcou uma tendência diferenciada na canção infantil, pela qual o visual clean e as letras inofensivas de apresentadoras (como Angélica, Xuxa e Eliana) foram substituídas pela incorreção política (e gramatical), pelas expressões de duplo sentido e pela aparência quase ofensiva de figuras como Tiririca (Sony, 1996) e Rodolfo & ET (Virgin, 1998)".

Mesmo assim, houve quem quisesse censurá-los. Por considerar as letras das canções indecentes demais, um diretor da Radiobrás resolveu proibir sua execução na rede oficial de rádio. A determinação foi retirada por ordem da presidência da Radiobrás. O diretor foi demitido .

Com o estrondoso sucesso comercial, saíram em uma exaustiva turnê, apresentando-se em programas como Jô Soares Onze e Meia, Domingo Legal, Programa Livre, Domingão do Faustão e Xuxa Park.

Em fevereiro de 96, foram destaque da capa da Billboard, em reportagem sobre as inéditas vendagens do disco de estreia.

Tocavam cerca de oito a nove vezes por semana, com apresentações em 24 dos 27 estados brasileiros (Distrito Federal incluso) e ocasionais dois a três shows por dia. O cachê dos Mamonas tornou-se um dos mais caros do país, variando entre R$ 40 mil, R$ 50 mil, R$ 70 mil e R$ 100 mil.

Consequentemente, a EMI faturou cerca de R$ 80 milhões com a banda. Em certo período, a banda vendia 50 mil cópias por dia.

Por serem então queridos e admirados pelo público, todas as vezes que apareciam na televisão, a audiência triplicava.

Como consequência disso, existia briga entre as emissoras para ter os Mamonas Assassinas nos seus programas. Segundo Rick Bonadio, a Rede Globo de Televisão tentou contratá-los por 3 anos exclusivos, mas a EMI, por considerar que isso iria atrapalhar os seus negócios, barrou (ela já havia barrado anteriormente, pelo mesmo motivo, a venda de produtos licenciados, que, por isso, só foram lançados postumamente).

Na época que eles fizeram inúmeros shows, eles foram apelidados de "rolo compressor" porque as outras bandas e artistas tinham medo e não queriam tocar na mesma cidade que eles se apresentavam, uma vez que todo mundo queria assistir só os Mamonas. Este sucesso todo, porém, causou uma rejeição vinda de alguns círculos musicais e jornalísticos.

O logotipo da banda é uma inversão da logomarca da Volkswagen, colocada de cabeça para baixo (com a adição de uma barra horizontal para formar o A), formando assim um M e um A de "Mamonas Assassinas".

Dois veículos da empresa alemã são citados nas canções: em "Pelados em Santos", a Volkswagen Brasília, e em "Lá vem o Alemão", a Volkswagen Kombi. Os Mamonas preparavam uma carreira internacional, com partida para Portugal preparada para 3 de março de 1996.

5 anos depois da humilhação, o tão sonhado show no Thomeuzão

Em janeiro de 1996, eles finalmente conseguiram realizar o sonho de tocar no Thomeuzão, em Guarulhos, que anos antes os havia rejeitado.

Esse show ficou marcado por vídeos amadores que mostram o momento em que Dinho senta no palco e em tom de desabafo, manda uma mensagem energética, repleta de energia positiva e críticas àqueles que não acreditaram no seu trabalho, dizendo que nunca se deve deixar de acreditar nos seus sonhos, pois os Mamonas sempre tiveram o sonho de tocar ali (no Thomeuzão) e tiveram a porta fechada na cara.

Este show recebeu um público de 18 mil pessoas. "Um juiz não queria deixar as crianças entrarem, mas tanta gente protestou que ele liberou depois", diz Ana Paula Rasec, irmã de Júlio.

No dia 2 de março de 1996, enquanto voltavam de um show em Brasília, o jatinho Learjet em que viajavam, modelo 25D prefixo PT-LSD, chocou-se contra a Serra da Cantareira, às 23h16, numa tentativa de arremetida, matando todos que estavam no avião.

O enterro, no dia 4 de março de 1996 no cemitério Parque das Primaveras, em Guarulhos, São Paulo, fora acompanhado por mais de 65 mil fãs (em algumas escolas, até mesmo não houve aula por motivo de luto).

O enterro também foi transmitido em TV aberta, com canais interrompendo sua programação normal.

O acidente

A aeronave havia sido fretada com a finalidade de efetuar o transporte do grupo musical para um show no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e estava sob o comando do piloto Jorge Luiz Martins (30 anos de idade) e do copiloto Alberto Yoshiumi Takeda (24 anos de idade).

No dia 1º de março de 1996, transportou esse grupo de Caxias do Sul para Piracicaba, onde chegou às 15h55.

No dia 2 de março de 1996, com a mesma tripulação e sete passageiros, decolou de Piracicaba, às 07h10, com destino a Guarulhos, onde pousou às 7h36.

A tripulação permaneceu nas instalações do aeroporto, onde, às 11h02, apresentou um plano de voo para Brasília, estimando a decolagem para as 15h00.

Após duas mensagens de atraso, decolaram às 16h41. O pouso em Brasília ocorreu às 17h52. A decolagem de Brasília, de regresso a Guarulhos, ocorreu às 21h58.

O voo, no nível (FL) 410, transcorreu sem anormalidade. Na descida, cruzando o FL 230, a aeronave de prefixo PT-LSD chamou o Controle São Paulo, de quem passou a receber vetoração por radar para a aproximação final do procedimento Charlie 2, ILS da pista 09R do Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos (SBGR).

A aeronave apresentou tendência de deriva à esquerda, o que obrigou o Controle São Paulo (APP-SP) a determinar novas provas para possibilitar a interceptação do localizador (final do procedimento).

A interceptação ocorreu no bloqueio do marcador externo e fora dos parâmetros de uma aproximação estabilizada.

Sem estabilizar na aproximação final, a aeronave prosseguiu até atingir um ponto desviado lateralmente para a esquerda da pista, com velocidade de 205 nós a 800 pés acima do terreno, quando arremeteu. A arremetida foi executada em contato com a torre, tendo a aeronave informado que estava em condições visuais e em curva pela esquerda, para interceptar a perna do vento.

A torre orientou a aeronave para informar ingressando na perna do vento no setor sul. A aeronave informou "setor norte".

Na perna do vento, a aeronave confirmou à torre estar em condições visuais. Após algumas chamadas da torre, a aeronave respondeu e foi orientada a retornar ao contato com o APP-SP para coordenação do seu tráfego com outros dois tráfegos em aproximação IFR.

O PT-LSD chamou o APP-SP, o qual solicitou informar suas condições no setor. O PT-LSD confirmou estar visual no setor e solicitou "perna base alongando", sendo então orientado a manter a perna do vento, aguardando a passagem de outra aeronave em aproximação por instrumento.

No prolongamento da perna do vento, no setor Norte, às 23h16, o PT-LSD chocou-se com obstáculos a 3.300 pés (1006 metros), no ponto de coordenadas 23° 25′ 52″ S, 46° 35′ 58″ O. Em consequência do impacto, a aeronave foi destruída e todos os ocupantes faleceram tragicamente no local.

Conclusões sobre o acidente

O que consumou o acidente foi uma operação equivocada do piloto Jorge Luiz Martins e seu copiloto, depois de uma longa escala de voos que passavam por cidades onde ocorreram as apresentações da banda, segundo o CENIPA , centro de investigações e Prevenções de acidentes aeronáuticos, que assim concluiu para explicar o acidente com o jatinho que causou a morte dos cinco integrantes do grupo.

O que contribuiu para que o acidente ocorresse foi fadiga de voo, imperícia por parte do copiloto que não tinha horas de voo suficientes para aquele tipo e modelo de aeronave e não era contratado pela empresa de táxi aéreo MADRI, que transportava a banda, falha de comunicação entre a torre de controle e os pilotos, cotejamento e fraseologia incorretos das informações prestadas pela torre.

A 10 quilômetros do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, os pilotos pediram à torre de controle o procedimento de aterrissagem.

Após uma tentativa de pouso sem sucesso, a aeronave foi arremetida e foi pedido uma nova autorização de pouso que foi autorizada pela torre de controle, daquele aeródromo.

No entanto, em vez de fazer uma curva para a direita, onde fica a Rodovia Dutra, por uma falha de comunicação e fatores humanos, os pilotos efetuaram uma curva com o avião para a esquerda, chocando-se com a Serra da Cantareira.

Mamonas e os aviões

Os Mamonas Assassinas sempre tiveram uma certa relação com aviões.

· Quando adolescente, Samuel costumava desenhar aviões.

· No final dos anos 80, Sérgio, Bento e Samuel formaram a banda Ponte Aérea, que depois se tornaria Utopia.

· Todos os integrantes do grupo moravam perto do Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos.

· No disco homônimo do grupo Mamonas Assassinas, há um agradecimento a Santos Dumont : "Por ter inventado o avião, senão a gente ainda tava indo mixar o disco a pé" (o disco foi gravado e produzido nos Estados Unidos).

· Um trecho da canção "1406" cita um avião: "Você não sabe como parte um coração, ver seu filhinho chorando querendo ter um avião".

· Existem registros em que Dinho cita o cantor norte-americano Ritchie Valens, conhecido pela canção "La Bamba", morto em um acidente aéreo em 3 de fevereiro de 1959 (no qual também morreram os músicos Buddy Holly e The Big Bopper, este conhecido no Brasil pelo falsete "That's What I Like" de "Chantilly Lace", sampleado por Jive Bunny em uma mixagem que leva esta frase como título). Em um vídeo, Júlio e Dinho cantam a canção "Donna", de Valens. Durante uma entrevista ao Top 20 MTV, à época comandado pela apresentadora Cuca Lazzarotto, Dinho afirmou que os Mamonas Assassinas não lançariam um segundo disco: "Vamos fazer um show no interior e nós vamos de monomotor, você já ouviu falar em La Bamba?".

· Em algumas oportunidades, o vocalista chegou a assumir o lugar do copiloto durante as viagens do grupo, chegando a levantar a hipótese que Dinho estava ao lado do piloto na cabine do avião durante o acidente, no lugar do copiloto Alberto Takeda. As brincadeiras com um possível acidente era constante, e diversas brincadeiras com a morte foram registradas.

· Em uma entrevista dada em 1996, Sérgio disse: "O avião em que costumávamos viajar caiu em Brusque, Santa Catarina, em novembro. Morreram três pessoas. Falha humana. O cara que vendeu as camisetas da banda em Porto Seguro, Bahia, bateu com o carro depois do show e também embarcou”.

· No dia 2 de março de 1996 (o próprio dia do acidente), Júlio disse a um amigo cabeleireiro que havia sonhado com um acidente de avião. O depoimento foi gravado e teve muita repercussão na época.

Legado

"Eles fizeram sucesso sendo eles mesmos"

Rick Bonadio

Muita gente se pergunta como o Mamonas conseguiu atingir tanto sucesso entre todas as faixas etárias e sociais da nossa população,] mesmo com canções "politicamente incorretas" que não deveriam tocar em rádios, por conta dos palavrões (e mesmo sendo formada pelos mesmos integrantes do "fracassado" grupo Utopia), e como se tornaram ídolos do público infantil.

Segundo a crítica especializada, a fórmula de sucesso do grupo estava calcada em letras de humor escrachado e canções ecléticas, de apelo pop, que parodiavam estilos diferentes, como rock, heavy metal, brega e até o vira português, entre outros. Para Rafael Ramos, produtor musical que descobriu os Mamonas, “tinha muita coisa estourando na época, mas ninguém fazia algo tão engraçado. O que veio depois era cópia. Eles eram muito carismáticos e, além disso, chegaram antes de muita gente”.

Outra questão levantada é qual o legado deixado por eles, já que as letras de suas canções eram apelativas - como a de "Robocop Gay", que sofreu duras críticas de grupos LGBTs - e mesmo sofrendo duras críticas da mídia especializada, e mesmo sendo tachados de ridículos e palhaços da canção pela crítica especializada.

Para muitos, a alegria e o humor irreverente, marcas do comportamento de seus jovens integrantes, liderados pela comédia natural do vocalista, aliado a letras irreverentes, figurinos exóticos e performance estilo pastelão, foi o legado deixado pelo grupo.

"Os Mamonas Assassinas foram os maiores heróis de carne e osso que o Brasil já teve. Heróis em cima do palco, onde tocavam sem reclamar até três vezes por noite. Heróis fora do palco, nas nossas casas, onde nos alegravam com suas canções bacanas e suas piadas debochadas."

Nota do divulgador:- Quando assisti o show em Itajai em 1995, realmente com todos os meus amigos ali no gargarejo como dizem foi realmente maravilhoso, pois podia ouvir a voz sem os efeitos acústicos e eram realmente excelentes!!! Tanto que muitas crianças choraram com a morte desses profissionais mágicos que encantaram todas as idades!!!!